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ÁLGEBRA LINEAR com GEOMETRIA ANALÍTICA

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Academic year: 2021

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ÁLGEBRA LINEAR

com

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Reitor

José Daniel Diniz Melo

Vice-Reitor

Henio Ferreira de Miranda

Diretoria Administrativa da EDUFRN

Maria da Penha Casado Alves (Diretora) Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto) Bruno Francisco Xavier (Secretário)

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Editoração

Helton Rubiano (Coordenador) Kamyla Alvares (Editora)

Revisão

Wildson Confessor (Coordenador) Renata Coutinho (Colaboradora)

Revisão técnica

Fagner Lemos de Santana

Paulo Roberto Ferreira dos Santos Silva Nir Cohen

Design editorial

Débora Borges Ferreira (Diagramação)

Guilherme Francisco do Nascimento (Diagramação) Rafael Campos (Capa)

(4)

Débora Borges Ferreira

Julia Victoria Toledo Benavides

ÁLGEBRA LINEAR

com

GEOMETRIA ANALÍTICA

Natal 2021

ÁLGEBRA LINEAR

com

(5)

Fundada em 1962, a Editora da UFRN (EDUFRN) permanece até hoje dedicada à sua principal missão: produzir livros com o fim de divulgar o conhecimento técnico-científico produzido na Universidade, além de promover expressões culturais do Rio Grande do Norte. Com esse objetivo, a EDUFRN demonstra o desafio de aliar uma tradição de quase seis décadas ao espírito renovador que guia suas ações rumo ao futuro.

Todos os direitos desta edição reservados à EDUFRN – Editora da UFRN Av. Senador Salgado Filho, 3000 | Campus Universitário

Lagoa Nova | 59.078-970 | Natal/RN | Brasil e-mail: contato@editora.ufrn.br | www.editora.ufrn.br

Telefone: 84 3342 2221 Ferreira, Débora Borges.

Álgebra linear com geometria analítica [recurso eletrônico] / Débora Borges Ferreira, Julia Victoria Toledo Benavides. – Dados eletrônicos (1 arquivo : 10 MB). – Natal, RN : EDUFRN, 2021.

Modo de acesso: World Wide Web <repositório.ufrn.br>

Título fornecido pelo criador do recurso ISBN 978-65-5569-181-8

1. Álgebra linear. 2. Geometria analítica. 3. Matrizes. 4. Equações lineares. I. Benavides, Julia Victoria Toledo. II. Título.

CDD 512.5

RN/UF/BCZM 2021/31 CDU 512.64

Elaborado por Gersoneide de Souza Venceslau – CRB-15/311

Publicação digital financiada com recursos do Fundo Editorial da UFRN. A seleção da obra foi realizada pelo Conselho Editorial da EDUFRN, com base em avaliação cega por pares, a partir dos critérios definidos no Edital nº 4/2019-EDUFRN, para a linha editorial Recursos didático-pedagógicos.

Coordenadoria de Processos Técnicos

(6)

Pref´acio

Este livro ´e introdut´orio e nos deteremos `a ´Algebra Linear no plano R2 e no espa¸co R3. Ele surgiu como notas de aulas da disciplina ´Algebra Linear B´asica ofertada pelo Departamento de Matem´atica da UFRN.

No primeiro cap´ıtulo, tratamos de vetores na ´otica de Geometria Anal´ıtica que ´e o c´alculo de produto interno, produto vetorial e misto para aplica¸c˜oes no estudo das equa¸c˜oes da reta e do plano, do c´alculo de ´areas, volumes e distˆancias. No Cap´ıtulo 2, definimos matrizes reais e suas opera¸c˜oes. No Cap´ıtulo 3, estudamos sistemas de equa¸c˜oes lineares e usamos os Cap´ıtulos 1 e 2 para auxiliar na solu¸c˜ao dos sistemas e entender geometricamente suas representa¸c˜oes. O Cap´ıtulo 4 se dedica a encontrar m´etodos cl´assicos para a resolu¸c˜ao de sistemas com uso de Determinantes e Regra de Cramer.

(7)

Sum´ario

Pref´acio 6

1 Vetores e geometria anal´ıtica 10

1.1 No¸c˜oes preliminares . . . 10

1.2 Vetores do R2 . . . 11

1.2.1 Adi¸c˜ao de vetores no R2 . . . 12

1.2.2 Produto de um escalar por um vetor . . . 13

1.2.3 Produto interno ou escalar no R2 . . . 20

1.3 Vetores no R3 . . . 24

1.3.1 Opera¸c˜ao com vetores em R3 . . . 25

1.3.2 Produto vetorial e misto . . . 25

1.4 Equa¸c˜ao da reta . . . 33

1.4.1 Equa¸c˜ao da reta no R2 . . . 33

1.4.2 Equa¸c˜ao da reta no R3 . . . 35

1.5 Equa¸c˜ao do plano . . . 36

1.6 Interse¸c˜ao de retas e planos . . . 38

1.6.1 Posi¸c˜oes de retas no R2 . . . 38

1.6.2 Posi¸c˜oes de retas no R3 . . . 39

1.7 Posi¸c˜oes de planos . . . 41

1.7.1 Posi¸c˜oes entre retas e planos . . . 42

1.8 Distˆancias no espa¸co: d(., .) . . . 43

1.8.1 Distˆancia entre pontos . . . 43

1.8.2 Distˆancia entre um ponto e um plano . . . 43

1.8.3 Distˆancia entre um ponto e uma reta . . . 44

1.8.4 Distˆancia entre planos . . . 45

(8)

8 SUM ´ARIO

1.9 Interse¸c˜ao de esferas . . . 46

2 Matrizes 49 2.1 Matrizes: defini¸c˜oes e exemplos . . . 49

2.1.1 Tipos especiais de matrizes . . . 51

2.2 Opera¸c˜oes com matrizes . . . 52

2.2.1 Adi¸c˜ao de matrizes . . . 52

2.2.2 Multiplica¸c˜ao por um escalar . . . 52

2.2.3 Multiplica¸c˜ao de uma matriz por outra n⇥ 1 . . . 53

2.2.4 Produto de matrizes . . . 54

2.2.5 Associando matrizes m⇥ n com pontos do Rmn . . . 54

2.2.6 Matrizes particionadas em vetores coluna . . . 55

2.3 Transposi¸c˜ao de matrizes . . . 60

3 Sistemas de equa¸c˜oes lineares 64 3.1 Defini¸c˜oes e exemplos . . . 64

3.1.1 Interpreta¸c˜ao geom´etrica de um sistema 2x2 . . . 67

3.2 Matriz na forma escada . . . 69

3.2.1 Elimina¸c˜ao de Gauss . . . 72

3.3 Interpreta¸c˜ao geom´etrica noR3 . . . 78

4 Determinantes e matrizes inversas 83 4.1 Determinantes . . . 83

4.2 Desenvolvimento de Laplace . . . 85

4.3 Matriz adjunta e matriz inversa . . . 89

4.4 Regra de Cramer . . . 91

4.5 C´alculo do posto por determinantes . . . 93

4.6 Invers˜ao de matrizes usando o m´etodo de Gauss . . . 95

5 Espa¸cos vetoriais 98 5.1 Espa¸cos vetoriais: defini¸c˜oes e exemplos . . . 98

5.2 Subespa¸cos vetoriais . . . 100

5.3 Combina¸c˜ao linear . . . 102

5.4 Dependˆencia e independˆencia linear . . . 103

5.4.1 Base de espa¸co e mudan¸ca de base . . . 105

5.5 Matriz mudan¸ca de base . . . 109

6 Transforma¸c˜oes lineares 115 6.1 Transforma¸c˜oes lineares do plano no plano . . . 117

6.1.1 Dilata¸c˜ao ou contra¸c˜ao . . . 117

(9)

6.1.3 Reflex˜ao na origem . . . 119

6.1.4 Rota¸c˜ao no sentido anti-hor´ario de um ˆangulo ✓ . . . 119

6.1.5 Cisalhamento horizontal . . . 120

6.2 Imagem e n´ucleo de uma transforma¸c˜ao linear . . . 121

(10)

CAP´ITULO

1

Vetores e geometria anal´ıtica

1.1

No¸c˜

oes preliminares

A palavra vetor vem do latim e significa carregar. ´E um elemento matem´atico que tem infinitas aplica¸c˜oes nas mais diversas ´areas da ciˆencia. De modo mais comum, vetor ´e associado ao movimento de uma part´ıcula de um ponto A a um ponto B. ´E tamb´em usado para representar grandezas f´ısicas como velocidade de um corpo ou de uma rea¸c˜ao qu´ımica, polaridade de uma mol´ecula, for¸ca, impulso, campo el´etrico e magn´etico, torque e outros. Tais grandezas, para serem identificadas, precisam de dire¸c˜ao, sentido e magnitude.

Defini¸c˜ao 1.1.1

Vetores s˜ao segmentos de reta orientados no plano ou no espa¸co, partindo da origem do sistema coordenado. A dire¸c˜ao do vetor ´e determinada pela reta em que o segmento se encontra, o sentido ´e a orienta¸c˜ao dada, e o comprimento ´e chamado de magnitude.

Denotaremos aqui vetores por letras em negrito. Representamos um vetor pela sua ex-tremidade, uma vez que ela determina todas as caracter´ısticas de um vetor. Por exemplo, para vetores no R3 temos como exemplo v = (1, 0, 0).

(11)

extremidade em A e B ser um representante de v.

B

A

Figura 1.1: Representante de v Fonte: autoria pr´opria

1.2

Vetores do

R

2

Os vetores doR2 tˆem a representa¸c˜ao v = (x, y) tais que x e y s˜ao n´umeros reais. Em coordenadas cartesianas, a primeira entrada x ´e chamada de coordenada das abscissas, e a segunda y ´e das ordenadas. Na figura a seguir, temos trˆes vetores. Observe que BA = CD = v e que BA tem mesma dire¸c˜ao de CE , mas sentido contr´ario.

x y A B C E D

Figura 1.2: Vetores no plano Fonte: autoria pr´opria

(12)

Para aplica¸c˜oes na F´ısica, suponha que um corpo se locomove no espa¸co com o passar do tempo, denominamos de vetor posi¸c˜ao aquele cuja extremidade coincide com a loca-liza¸c˜ao do corpo. Por exemplo, se um objeto sai da origem e se locomove sobre a reta y = x com velocidade constante p2 m/s; ent˜ao, dado um tempo t em segundos, o corpo estar´a em localizado na extremidade do vetor posi¸c˜ao (t, t). Assim, seu deslocamento pode ser representado pela fun¸c˜ao vetorial P (t) = (t, t), t2 R.

1.2.1

Adi¸c˜

ao de vetores no

R

2

Defini¸c˜ao 1.2.1

Sejam v1 = (x1, y1) e v2 = (x2, y2) vetores do R2. Definimos a soma por v1+ v2 = (x1, y1) + (x2, y2) = (x1 + x2, y1+ y2).

Para representar o vetor soma, verificamos que v1 + v2 coincide com a diagonal do paralelogramo de lados v1 e v2. Esse ´e um bom exerc´ıcio de Geometria Euclidiana Plana.

x y (0, 0) (x1, y1) v1 (x2, y2) v2 v1+ v2 (x1+ x2, y1+ y2)

Figura 1.3: Soma de vetores Fonte: autoria pr´opria

Na Figura 1.3, tem-se que v1+ v2 ´e a diagonal do paralelogramo de lados em v1 e v2.

Defini¸c˜ao 1.2.2

Definimos tamb´em o vetor diferen¸ca

v1 v2 = (x1, y1) (x2, y2) = (x1 x2, y1 y2).

(13)

Exemplo 1.2.1

Se v = (1, 2) e u = (3, 0), ent˜ao

v + u = (1, 2) + (3, 0) = (1 + 3, 2 + 0) = (4, 2) e

v u = (1 3, 2 0) = ( 2, 2). Na Figura 1.4, v + u ´e o vetor vermelho e v u o verde.

x y (3, 0) (1, 2) (4, 2) ( 2, 2) (0, 0)

Figura 1.4: Soma e subtra¸c˜ao de vetores Fonte: autoria pr´opria

Observa¸c˜ao 1.2.1

Definimos a soma de um ponto A = (x0, y0) com o vetor v = (a, b) como o ponto B = (x0+ a, y0+ b), isto ´e,

A + v = (x0, y0) + (a, b) = (x0+ a, y0+ b).

E mais, v = B A. Desse modo, se C = (x1, y1), ent˜ao C A = (x1, y1) (x0, y0) = (x1 x0, y1 y0).

1.2.2

Produto de um escalar por um vetor

Em Geometria Anal´ıtica usualmente denominamos n´umeros reais por escalares.

Defini¸c˜ao 1.2.3

Seja c um n´umero real qualquer e v = (x, y), ent˜ao definimos cv = (cx, cy).

O vetor cv tem a mesma dire¸c˜ao de v, logo cv\\v . Se c > 0, ent˜ao cv tem o mesmo sentido de v . Se c < 0, ent˜ao o sentido de cv ´e oposto ao de v . Observe que

(14)

Assim, em suma:

• c = 0 ) cv = (0, 0) = 0.

• c 2 (0, 1) ) cv tem mesma dire¸c˜ao e sentido de v, mas comprimento menor. • c 2 ( 1, 0) ) cv tem mesma dire¸c˜ao de v, mas sentido contr´ario e comprimento

menor.

• c > 1 ) cv tem mesma dire¸c˜ao e mesmo sentido de v, mas comprimento maior. • c < 1 ) cv tem mesma dire¸c˜ao de v, mas sentido contr´ario e comprimento maior.

Propriedades 1.2.1

Sejam u, v e w vetores quaisquer e “a, b” escalares, ent˜ao valem as rela¸c˜oes abaixo: a) u + v = v + u (comutatividade)

b) (u + v) + w = u + (v + w) (associatividade) c) u + 0 = u (elemento neutro da soma ´e o 0) d) u + ( u) = 0 (inverso aditivo) e) a(bu) = (ab)u f) a(u + v) = au + av g) (a + b)u = au + bu h) 1u = u i) u\\v , u = av Exemplo 1.2.2

Para A = (a, b) e B = (c, d), calcule a distˆancia entre eles e as coordenadas do ponto m´edio do segmento AB.

Solu¸c˜ao: A distˆancia de A a B ´e igual ao comprimento do representante AB. Se 0 = (0, 0) ´e o vetor nulo, ent˜ao podemos observar que

kABk = kOA OBk = k(a, b) (c, d)k = k(a c, b d)k .

(15)

Substituindo: (a, b) (x, y) = (x, y) (c, d) ) (a x, b y) = (x c, y d). Da´ı, M = ✓ a + c 2 , b + d 2 ◆ . B (0, 0) A

Figura 1.5: C´alculo de distˆancia entre A e B Fonte: autoria pr´opria

Exemplo 1.2.3

Seja ABC um triˆangulo qualquer e sejam D e E os pontos m´edios de AC e BC, respectivamente; podemos mostrar, usando vetores, que DE\\AB e que kDEk = kABk /2 .

Solu¸c˜ao: Veja a figura a seguir:

B C

E

A

D

Figura 1.6: Triˆangulo ABC Fonte: autoria pr´opria

Observe que DE = CE CD e AB = CB CA. Como CA = 2CD e CB = 2CE, ent˜ao

DE = CE CD = 1

(16)

Exemplo 1.2.4

O Vetor Velocidade M´edia ou Velocidade Vetorial M´edia no intervalo de tempo [t1, t2] ´e obtido ao efetuarmos a diferen¸ca entre os vetores posi¸c˜ao P (t2) e P (t1), e multiplicarmos por t21t1. Por exemplo, se o vetor posi¸c˜ao de um m´ovel que se locomove no plano ´e P (t) = (t2, t/2) para todo t real, ent˜ao o vetor velocidade m´edia no intervalo [1, 2] ´e representado por

vm =

P (2) P (1) 2 1 =

(22, 2/2) (12, 1/2)

1 = (3, 1/2).

Observe que a velocidade vetorial m´edia n˜ao est´a relacionada com a velocidade escalar m´edia. A escalar contabiliza o movimento total percorrido pela part´ıcula ou corpo, j´a a vetorial leva em considera¸c˜ao apenas as posi¸c˜oes inicial e final.

Exemplo 1.2.5

O Vetor Velocidade Instantˆanea v(t) ´e calculado usando limites, por conseguinte, derivadas. Se P (t) = (x(t), y(t)) ´e o vetor posi¸c˜ao, ent˜ao

v(t) = lim t!0

P (t + t) P (t) t = (x

0(t), y0(t)).

No exemplo anterior, a velocidade instantˆanea ser´a v(t) = (2t, 1/2), t2 R.

Exemplo 1.2.6

Para v(t) = (v1(t), v2(t)), o Vetor Acelera¸c˜ao a(t) ´e a(t) = lim t!0 v(t + t) v(t) t = (v 0 1(t), v20(t)). Exemplo 1.2.7

Um corpo se desloca com velocidade inicial v0 = 20 m/s e acelera¸c˜ao constante a = 2 m/s sobre a reta y = 2x , iniciando seu movimento na origem (0, 0) e subindo em dire¸c˜ao nordeste.

(a) Qual o vetor velocidade m´edia no intervalo [0, 10] e a instantˆanea ap´os 10 se-gundos?

(b) Qual a posi¸c˜ao do m´ovel nesse instante?

Solu¸c˜ao: (a) A velocidade m´edia ´e obtida pelo quociente vm =

(17)

onde P (t) ´e a posi¸c˜ao no tempo t. Nesse caso, P (0) = (0, 0). A equa¸c˜ao do movimento diz que s(t) = s0 + v0t + at2/2, onde s0 = 0, v0 = 20, a = 2. Assim,

s(t) = 20t + t2 ) s(10) = 200 + 100 = 300.

Ou seja, em 10 segundos o corpo se locomoveu 300 metros. Precisamos saber as coordenadas x e y para encontrarmos P (10). Como o corpo se locomove sobre a reta y = 2x, 300m ser´a a hipotenusa do triˆangulo retˆangulo de lados x e 2x, logo

3002 = x2+ (2x)2 ) x = 300p 5. Assim, P (10) = ✓ 300 p 5, 600 p 5 ◆

, e a velocidade m´edia ser´a vm = P (10) P (0) 10 0 = ✓ 30 p 5, 60 p 5 ◆ .

Para obter a velocidade instantˆanea, precisamos achar P (t). Usando a equa¸c˜ao do movimento, temos P(t) = (x(t), y(t)) = ✓ s(t) p 5, 2 s(t) p 5 ◆ ,

pois s(t) ´e a hipotenusa do triˆangulo retˆangulo de lados x(t) e y(t) = 2x(t). O vetor velocidade instantˆanea ser´a

v(t) = P0(t) = (x0(t), y0(t)) = ✓ t + 2t p 5 , 2 t + 2t p 5 ◆ ) v(10) = ✓ 30 p 5, 2 30 p 5 ◆ . (b) P (10) = ✓ 300 p 5, 600 p 5 ◆ . Exemplo 1.2.8

(PUC-SP) Se a velocidade vetorial de um ponto material ´e constante e n˜ao nula, sua trajet´oria ´e de que tipo?

(18)

Exemplo 1.2.9

(UFB) A fada Sininho, personagem do famoso filme de Walt Disney Peter Pan, baseado no livro Peter and Wendy de J. M. Barrie, est´a voando e descrevendo trˆes quartos de uma circunferˆencia de raio 4 m, do ponto P at´e o ponto Q, no sentido hor´ario, em 2s. Pede-se determinar, nesse deslocamento:

R = 4m

Figura 1.7: Exemplo 9

Exemplo: continua¸c˜ao

a) a varia¸c˜ao de espa¸co; b) o vetor deslocamento;

c) a velocidade escalar m´edia; d) a velocidade vetorial m´edia.

Solu¸c˜ao: a) Como ela deslocou-se em 3/4 da circunferˆencia cujo comprimento ´e 2⇡4 = 8⇡, ent˜ao ela percorreu (3/4)8⇡ = 6⇡.

b) O vetor deslocamento tem extremidades em (0, 4) e ( 4, 0). Supondo que a origem do sistema cartesiano se encontra do centro da circunferˆencia em quest˜ao, logo, v = ( 4, 0) (0, 4) = ( 4, 4).

(19)

d) A velocidade vetorial m´edia ´e o vetor deslocamento dividido por 2: v/2 = ( 4, 4)/2 = ( 2, 2).

Exemplo 1.2.10

Qualquer movimento ´e causado por uma a¸c˜ao de uma for¸ca F . Por exemplo, um objeto em queda livre est´a se movimentando para o ch˜ao por a¸c˜ao da for¸ca da gravidade.

Para descrever essa importante grandeza f´ısica (medida em Newton, simbolizada por N ), precisamos da dire¸c˜ao e do sentido do movimento. Assim, um vetor ´e o elemento matem´atico perfeito, e seu comprimento ser´a a magnitude ou intensidade da for¸ca exercida.

V´arias for¸cas podem agir ao mesmo tempo sobre um corpo, o resultado do movi-mento se dar´a pelo vetor soma de todas as for¸cas, chamado de ”resultante”. Outra situa¸c˜ao necess´aria, `as vezes, ´e decompor a for¸ca, isto ´e, encontrar a proje¸c˜ao da for¸ca nos eixos x e y, no caso de uma for¸ca agindo sobre um objeto no plano. Suponha que um corpo se encontra na origem (0, 0) e que duas for¸cas agir˜ao sobre ele: F1 = (1, 2) e F2 = (3, 1). Desse modo, o corpo se locomover´a na dire¸c˜ao e no sentido da for¸ca resultante F1 + F2 = (4, 1).

Exemplo 1.2.11

Um corpo movendo-se na dire¸c˜ao horizontal sofre a a¸c˜ao de uma for¸ca de m´odulo igual a 20N , alinhada a 45o com essa dire¸c˜ao. Encontre as componentes x e y dessa for¸ca.

Solu¸c˜ao: Temos um triˆangulo retˆangulo de hipotenusa 20 e catetos iguais, pois o ˆangulo ´e de 45 graus. Assim, ambos os catetos medem

cos(45o) = Fx 20 = p 2 2 ) Fx = Fy = 10 p 2. Exemplo 1.2.12

O Vetor Impulso I ´e um m´ultiplo do vetor For¸ca. Imagine que uma for¸ca age sobre um corpo durante um intervalo de tempo, o impulso ´e a grandeza f´ısica que mensura essa a¸c˜ao, desse modo tem a mesma dire¸c˜ao e o mesmo sentido da for¸ca, mas o comprimento ´e o produto da magnitude da for¸ca pelo intervalo de tempo em segundos. A medida da magnitude ´e newton segundo.

(20)

Solu¸c˜ao: O impulso ser´a o vetor resultante da for¸ca multiplicado por 2. Logo, Fr = (3, 0) + (0, 4) = (3, 4) cujo comprimento ´e 25, o impulso ´e I = 2(3, 4) = (6, 8). A magnitude do impulso ´e 50N.s.

1.2.3

Produto interno ou escalar no

R

2

A origem hist´orica das express˜oes que hoje conhecemos como produtos interno e ve-torial (este veremos na Se¸c˜ao 1.3.2) foram definidas de forma pragm´atica na ´Algebra Ve-torial, conhecida por ´Algebra de Quat´ernions, e foi formalmente constru´ıda por Hamilton em meados de 1840.

H´a uma estreita rela¸c˜ao entre os vetores no R2 e o conjunto dos n´umeros complexos, mas o mesmo n˜ao podemos dizer dos vetores no R3. Com o objetivo de estabelecer uma rela¸c˜ao entre algum conjunto e os vetores do R3, Hamilton propˆos tanto a ´Algebra Vetorial quanto a que deu origem `a famosa ´Algebra de Gibbs-Heaviside, a qual possui amplas aplica¸c˜oes na F´ısica Cl´assica (Mecˆanica Newtoniana e Eletromagnetismo) e sua correla¸c˜ao com os vetores do R3 apresenta algumas sutilezas.

Sejam os vetores u = (a, b) e v = (c, d). Suponha que uma part´ıcula sai de (0, 0) e se locomove em linha reta at´e o ponto (a, b) sob a a¸c˜ao de uma for¸ca com dire¸c˜ao e sentido de v e magnitude kvk. Qual o trabalho realizado pela for¸ca para que a part´ıcula se locomovesse? x y u v (0, 0) (a, b) (c, d) Figura 1.8: Vetores u e v Fonte: autoria pr´opria

Sabemos que a f´ormula do trabalho exercido por uma for¸ca ´e igual `a sua magnitude vezes o deslocamento da part´ıcula. Nesse caso, como a for¸ca est´a na dire¸c˜ao diferente do deslocamento, precisamos saber qual a componente da for¸ca na dire¸c˜ao do deslocamento da part´ıcula, ou seja, precisamos do comprimento da proje¸c˜ao de v em u.

(21)

x y v u proje¸c~ao de v em u ✓ ✓1

Figura 1.9: Proje¸c˜ao ortogonal de v em u Fonte: autoria pr´opria

Assim, o comprimento da proje¸c˜ao ser´a igual a kvk cos (✓). O deslocamento da part´ıcula ´e kuk, ent˜ao o trabalho T ser´a

T =kvk kvk cos (✓). Seja ✓2 = ✓ + ✓1, ent˜ao

cos(✓) = cos(✓2 ✓1)

= cos(✓2) cos(✓1) + sin(✓2) sin(✓1) = c kvk · a kuk+ d kvk· b kuk = ca + db kuk kvk.

Logo, o trabalho ser´a T =kvk·kuk cos(✓) = ca+db. Veja que ´e bem simples calcular o trabalho! N˜ao precisamos saber o ˆangulo entre o vetor for¸ca e o vetor deslocamento. Basta multiplicar as respectivas coordenadas e somar o resultado. Denominamos essa fun¸c˜ao que associa o vetor for¸ca e o vetor deslocamento com o trabalho da for¸ca de Produto Interno Usual.

Defini¸c˜ao 1.2.4

Dados u = (a, b) e v = (c, d) vetores do R2, definimos o produto interno usual de u com v como a fun¸c˜ao que associa os vetores u e v com o n´umero ac + bd. Escrevemos hu, vi ou u · v, assim

(22)

Exemplo 1.2.13

Se um corpo se locomove de (2, 3) at´e (3, 4) sob a a¸c˜ao da for¸ca v = (2, 1), calcule o trabalho realizado por essa for¸ca.

Solu¸c˜ao: Seja u o vetor que representa o deslocamento do corpo, precisamos encontrar as coordenadas do vetor u. Seus extremos s˜ao (2, 3) e (3, 4), ent˜ao

u = (3, 4) (2, 3) = (3 2, 4 3) = (1, 1).

Assim, o trabalho ser´a T = 1· 2 + 1 · 1 = 3, que ´e o produto interno de (2, 1) com (1, 1). Propriedades 1.2.2 Sejam u, v e w vetores doR2 e ↵2 R. 1. u· u 0. E mais, u.u = 0 () u = 0. 2. ↵(u· v) = (↵u) · v. 3. (u + v)· w = u · w + v · w. 4. u· v = v · u.

De modo geral, existem outras fun¸c˜oes que satisfazem essas propriedades e s˜ao cha-madas de produto interno tamb´em.

Sabemos que se u = (a, b),kuk =pa2+ b2 da Geometria Euclidiana, ent˜ao u· u = (a, b).(a, b) = a2+ b2 =kuk2,

(23)

Observa¸c˜ao 1.2.2

1) Podemos usar o produto interno para calcular ˆangulo entre vetores. Sejam u e v vetores n˜ao nulos e ✓ o ˆangulo entre eles. Temos que

u· v = kuk kvk cos(✓) ) cos(✓) = u· v (kuk · kvk).

2) Como | cos(✓)|  1, ent˜ao |u · v| = kuk kvk | cos(✓)|  kuk kvk. A desigualdade |u · v|  kuk kvk ´e conhecida por Desigualdade de Cauchy-Schwarz.

3) ku + vk  kuk + kvk ´e a conhecida Desigualdade Triangular. Note que u + v ´e a diagonal do paralelogramo de lados u e v, ´e tamb´em o lado maior do triˆangulo formado ao dividirmos o paralelogramo. Assim, um dos lados ´e necessariamente menor que a soma dos outros dois, caso contr´ario n˜ao ter´ıamos um triˆangulo. 4) Proje¸c˜ao ortogonal de u em v ´e igual ao vetor

projvu = u· v kvk2v e tem comprimento kuk | cos(✓)|.

Exemplo 1.2.14

Verifique se (a, b).(c, d) = 2ac + bd ´e um produto interno. Solu¸c˜ao: Sejam u = (a, b), v = (c, d) e w = (e, f ) vetores do R2.

a) u· u = (a, b) · (a, b) = 2a2+ b2 0. E, u· u = 2a2+ b2 = 0 () a = b = 0.

b) ↵((a, b)· (c, d)) = ↵(2ac + bd) = 2↵ac + ↵bd, por outro lado ↵(a, b) · (c, d) = (↵a, ↵b) · (c, d) = 2↵ac + ↵bd e s˜ao iguais.

c) (u + v)· w = ((a, b) + (c, d)) · (e, f) = (a + c, b + d) · (e, f) = 2(a + c)e + (b + d)f = 2ae + 2ce+bf +df , por outro lado u·w+v·w = (a, b)·(e, f)+(c, d)·(e, f) = 2ae+bf +2ce+df, que s˜ao iguais.

d) u· v = (a, b) · (c, d) = 2ac + bd e v · u = (c, d)(a, b) = 2ca + db, que s˜ao iguais. Logo, temos um produto interno n˜ao usual.

Uma curiosidade, qual o “tamanho”do vetor (1, 0) utilizando esse produto interno do exemplo anterior?

k(1, 0)k =p(1, 0)· (1, 0) =p2· 1 · 1 + 0 · 0 =p2.

(24)

1.3

Vetores no

R

3

Agora, ampliaremos nossos horizontes para o espa¸co tridimensional R3, com coorde-nadas cartesianas como no desenho a seguir.

y z x A B 0

Figura 1.10: Vetores no espa¸co Fonte: autoria pr´opria

Temos dois vetores u = 0A e v = 0B . Cada um tem trˆes parˆametros, que s˜ao as co-ordenadas referentes aos eixos x, y e z. Para obtˆe-las, tra¸camos retas perpendiculares aos planos xy, xz e yz. Nos pontos onde essas retas cortam os planos, tra¸camos outras retas perpendiculares aos eixos que geram tais planos, dessa forma geramos um paralelep´ıpedo com um de seus v´ertices na origem, e outros trˆes v´ertices est˜ao nos eixos coordenados. Segue a figura:

y z

x

(25)

1.3.1

Opera¸c˜

ao com vetores em

R

3

Sabemos que, por duas retas distintas que se interceptam, passa um ´unico plano. Como os vetores s˜ao segmentos de retas orientados, por cada vetor passa uma reta, e dois vetores com dire¸c˜oes distintas est˜ao em um ´unico plano. Nesse caso, vale a regra do Paralelogramo de soma de vetores do R2.

Defini¸c˜ao 1.3.1

Sejam u e v vetores doR3, u = (a, b, c) e v = (d, e, f ), e t2 R a) A soma dos dois vetores ser´a:

u + v = (a + d, b + e, c + f ) e a subtra¸c˜ao

u v = (a d, b e, c f ). b) Multiplica¸c˜ao por escalar:

↵u = t(a, b, c) = (ta, tb, tc). c) Produto Interno usual:

u.v = ad + be + cf.

Valem as Propriedades 1.2.1 e 1.2.2 e a Observa¸c˜ao 1.2.1 para os vetores doR3.

Exemplo 1.3.1

Dados A = (a, b, c) e B = (d, e, f ), calcular a distˆancia entre eles.

Solu¸c˜ao: Sabemos que a distˆancia entre esses pontos ´e igual ao comprimento do vetor representante

AB = OB OA = (d a, e b, f c). Logo,

kABk =pAB· AB =p(d a)2+ (e b)2+ (f c)2.

1.3.2

Produto vetorial e misto

(26)

Suponha que o parafuso est´a na origem (0, 0, 0). O movimento resultante do parafuso ´e chamado de Torque e pode ser associado a um vetor. Como obtˆe-lo? ´E f´acil perceber que o parafuso se movimentar´a em dire¸c˜ao perpendicular `a chave e `a for¸ca aplicada no extremo da chave, que ´e seu eixo de rota¸c˜ao. O vetor Torque (T ) na origem ´e obtido por um c´alculo entre vetores chamado Produto Vetorial, escreve-se T = v⇥ F .

H´a muitas aplica¸c˜oes de Produto Vetorial na F´ısica, por exemplo, para o c´alculo da for¸ca exercida sobre uma part´ıcula carregada e mergulhada num campo magn´etico, desde que esse campo seja constante e a carga unit´aria. Aparece no c´alculo do Momento Angular. Em Computa¸c˜ao Gr´afica, ´e bastante utilizado para calcular a normal de um triˆangulo ou outro pol´ıgono, isso permite criar efeitos que simulam ilumina¸c˜ao e assim obter gr´aficos mais realistas, dentre outras aplica¸c˜oes.

Defini¸c˜ao 1.3.2

Sejam u e v vetores do R3 e ✓ o ˆangulo entre eles. Definimos o produto vetorial u⇥ v por um vetor tal que:

i. u⇥ v tem dire¸c˜ao perpendicular a u e v.

ii. u⇥ v tem sentido dado pela Regra da M˜ao Direita, isto ´e, com a m˜ao direita aberta apoiamos o dedo m´ınimo no vetor u, gire os dedos, deixando a palma da m˜ao fixa, at´e chegar em v, o sentido de u⇥ v ser´a aquele apontado pelo dedo polegar da m˜ao.

iii. ku ⇥ vk = kuk kvk sin(✓) ´e o seu comprimento, que corresponde `a ´area do paralelogramo gerado por u e v.

Propriedades 1.3.1

Sejam u, v e w vetores doR3 e ↵2 R 1. u⇥ v = (v ⇥ u)

2. u⇥ v = 0 ) u = ↵v

3. u· (u ⇥ v) = v · (u ⇥ v) = 0 4. ↵(u⇥ v) = (↵u) ⇥ v = v ⇥ (↵u)

Justificativas: 1. Pela Regra da M˜ao Direita, segue a justificativa de mudan¸ca de sentido. 2. Se u⇥ v = 0, ent˜ao kuk kvk sin(✓) = 0, ✓ ´e o ˆangulo entre u e v. Logo, sin(✓) = 0 e

ent˜ao ✓ = 0, uk v.

(27)

u⇥ v multiplicado pelo ˆangulo entre eles. Como u ⇥ v tem dire¸c˜ao perpendicular a u, ent˜ao o produto interno ser´a 0. De modo an´alogo, v· (u ⇥ v) = 0.

4. Multiplicar um vetor por uma constante n˜ao altera a dire¸c˜ao, no m´aximo o sentido. Se ↵ > 0, ent˜ao os sentidos de u⇥ v e de u n˜ao mudar˜ao ao multiplicar por ↵. Assim, ↵(u⇥ v) e (↵u) ⇥ v tˆem mesmo sentido. Em rela¸c˜ao ao m´odulo:

k↵(u ⇥ v)k = |↵| ku ⇥ vk = |↵| kuk kvk sin(✓). Por outro lado,

k(↵u) ⇥ v)k = k↵uk kvk sin(✓) = |↵| kuk kvk sin(✓). Logo, tˆem mesma dire¸c˜ao, mesmo sentido e mesmo comprimento.

Defini¸c˜ao 1.3.3

Chamamos os vetores i = (1, 0, 0), j = (0, 1, 0) e k = (0, 0, 1) de vetores canˆonicos. Note que todo vetor do R3 pode ser escrito como uma soma de m´ultiplos de i, j e k:

(a, b, c) = ai + bj + ck.

Chamamos essa escrita de combina¸c˜ao linear de i, j e k. Pela Regra da M˜ao Direita e as propriedades anteriores, temos

(28)

Demonstra¸c˜ao: reescrevendo os vetores usando os canˆonicos, temos u = x1i + y1j + z1k e v = x2i + y2j + z2k. Pelas Propriedades 1.3.1 e 1.3.2, u⇥ v = (x1i + y1j + z1k)⇥ (x2i + y2j + z2k). Distribuindo: u⇥ v = (x1x2)i⇥ i + (x1y2)i⇥ j + (x1z2)i⇥ k + (y1x2)j ⇥ i + (y1y2)j⇥ j + (y1z2)j⇥ k + (z1x2)k⇥ i + (z1y2)k⇥ j + (z1z2)k⇥ k = (x1y2)i⇥ j + (x1z2)i⇥ k + (y1x2)j⇥ i + (y1z2)j⇥ k + (z1x2)k⇥ i + (z1y2)k⇥ j = (x1y2)k + (x1z2)( j) + (y1x2)( k) + (y1z2)i + (z1x2)j + (z1y2)( i) = (y1z2 z1y2)i + (z1x2 x1z2)j + (x1y2 y1x2)k.

Uma maneira pr´atica de calcular o produto vetorial ´e o conhecido M´etodo de Sarrus. Basta dispor em linha reta i, j e k. Abaixo deles, colocar os vetores u e v, e repetimos as duas primeiras colunas, como a seguir:

i j k i j x1 y1 z1 x1 y1 x2 y2 z2 x2 y2

Agora, trace trˆes diagonais, cada uma com trˆes valores, da esquerda para a direita e multiplique-os. Depois, diagonais da direita para a esquerda e multiplique-os. Subtraia os valores e encontre o produto vetorial.

Exemplo 1.3.2 Sejam u = (1, 2, 3) e v = (4, 5, 6), calcular u⇥ v. Solu¸c˜ao: i j k i j 1 2 3 1 2 4 5 6 4 5

As diagonais s˜ao: 12i, 12j, 5k da esquerda para direita. E, 8k, 15i, 6j da direita para a esquerda. Ent˜ao: u⇥v = 12i+12j +5k 8k 15i 6j = 3i+6j 3k = ( 3, 6, 3).

Exemplo 1.3.3

Calcular a ´area do triˆangulo com v´ertices em (0, 0, 1), (1, 2, 1) e (3, 2, 0).

(29)

´area do triˆangulo. Usando o m´etodo anterior, obtemos que u⇥ v = ( 2, 1, 4) , ent˜ao ku ⇥ vk =p4 + 1 + 16 =p21. A ´area ser´ap21/2.

Defini¸c˜ao 1.3.4

O Produto Misto ou Produto Triplo Escalar de u, v e w ´e definido como (u⇥v)·w. O Produto Misto ´e um n´umero real, e uma de suas aplica¸c˜oes ´e no c´alculo do volume do paralelep´ıpedo, determinado por u, v e w.

Propriedades 1.3.3

O volume do paralelep´ıpedo determinado por u, v e w ´e|(u ⇥ v) · w|.

Demonstra¸c˜ao: o volume ´e igual `a ´area da base vezes a altura do paralelep´ıpedo. Considere a base formada por u e v, ent˜ao a ´area da base ser´a

kuk kvk sin(✓) = ku ⇥ vk .

Ao projetarmos w no plano formado por u e v, obtemos um triˆangulo retˆangulo, a altura ser´a kwk | sin( )|, ´e o ˆangulo entre w e o plano formado por u e v. Assim, o volume ser´a

kuk kvk sin(✓) kwk | sin( )| = ku ⇥ vk kwk | sin( )|.

Observe que o ˆangulo que w faz com u⇥ v ´e igual a ⇡/2 . E sin( ) = cos(⇡/2 ), e o volume do paralelep´ıpedo ser´a

ku ⇥ vk kwk | cos(⇡/2 )| = |(u ⇥ v) · w|.

Propriedades 1.3.4

Dados os vetores u, v e w, vale (u⇥ v). w = u · (v ⇥ w).

Demonstra¸c˜ao: segue da defini¸c˜ao de produto interno e do Teorema 1.3.1.

Outra aplica¸c˜ao interessante de Produto Misto ´e sobre coplanaridade. Dados trˆes vetores n˜ao paralelos, como saber se est˜ao no mesmo plano? Basta calcular o produto misto dos vetores em qualquer ordem. Caso o resultado do produto misto dˆe zero, ent˜ao esses vetores s˜ao coplanares.

Exemplo 1.3.4

Dados quatro pontos distintos do espa¸co A = (1, 2, 3), B = ( 1, 2, 0), C = ( 1, 1, 2) e D = (2, 1, 0), verificar se est˜ao no mesmo plano.

(30)

paralelogramo e, portanto, h´a um volume relacionado a ele. Vamos calcular|(AB ⇥AC)· AD| = |( 3, 4, 2) ⇥ (1, 1, 3)| = 13. Logo, os trˆes vetores geram um paralelep´ıpedo e, por conseguinte, s˜ao n˜ao coplanares.

Lista de exerc´ıcios 1

1) O que ´e um vetor? O que o caracteriza?

2) O que s˜ao representantes de vetores? E vetores opostos? Dˆe exemplo de cada um deles.

3) Qual o vetor soma de dois vetores perpendiculares entre si cujos m´odulos s˜ao 1 e 2 unidades?

4) A soma de dois vetores de m´odulos diferentes pode ser nula? Tente explicar. 5) Calcule o m´odulo do vetor a + b em cada caso abaixo.

a) b) c) b a 45 b 120 a b 90 a Dados 8 > > > < > > > : a = 3 cm b = 5p2 cm cos 45 = p22 Dados 8 > > > < > > > : a = 5 cm b = 8p2 cm cos 120 = 0, 5 Dados 8 < : a = 10 cm b = 5p2 cm

6) Um proj´etil ´e atirado com velocidade de 400m/s fazendo um ˆangulo de 45º com a horizontal. Determine as componentes vertical e horizontal da velocidade do proj´etil. 7) Qual a diferen¸ca entre vetor velocidade e velocidade escalar?

8) (UnB-DF) Sobre a composi¸c˜ao dos vetores a seguir, podemos dizer que: v1

v2

v3

(31)

a) v1+ v2+ v3 = v4 b) v1+ v2+ v3+ v4 = 0

c) v1+ v2+ v3 = v4 d) v1+ v2+ v3 = v4

9) Determine o m´odulo e represente, por meio de um vetor, a for¸ca resultante do sistema de for¸cas. a b c d 4N 3N 5N 3N 2N

10) Sejam A = (1, 2), B = (3, 2) e C = (2, 4). Determine D para que ABCD seja um paralelogramo.

11) Se v , w e u s˜ao vetores do R3 e c um escalar, explique se faz sentido as express˜oes: ku.vk , v.u + w, w.(v.u) e c(u + v).

12) Calcule a ´area do triˆangulo ABC, onde A = (1, 2, 4), B = (2, 1, 0) e C = (0, 3, 1). Verifique se ele ´e retˆangulo.

13) Se a proje¸c˜ao de v em u pode ser calculada por projuv = ⇣ u.v

u.u ⌘

u , ent˜ao calcule a proje¸c˜ao de v em u e de u em v para v = (1, 2, 1) e u = (2, 0, 1).

14) Encontre todos os vetores que s˜ao ortogonais a (3, 1).

15) Sob que condi¸c˜oes ku + vk = kuk + kvk e ku + vk = kuk kvk? 16) Usando as propriedades do produto interno, mostre que

a) (u + v)(u v) = kuk2 kvk2

b) ku + vk2+ku vk2 = 2kuk2+ 2kvk2

c) ku + vk = ku vk se, e somente se, u e v s˜ao ortogonais.

(32)

a) v + w b) v w c) 2v w

18) Justifique por que o produto misto de trˆes vetores ser zero significa que eles s˜ao copla-nares.

19) Verifique se os pontos A = (1, 2, 1), B = (0, 1, 1), C = (1, 1, 0) e D = (1, 3, 1) s˜ao coplanares.

20) Calcule o volume do paralelep´ıpedo que tem um dos v´ertices no ponto A = (2,1,6) e os trˆes v´ertices adjacentes nos pontos B = (4,1,3), C = (1.3,2) e D = (1,2, 1).

21) Calcule a ´area do triˆangulo ABC, onde A = (2,1,6) , B = (4,1,3) e C = (1,3,2). 22) Prove que v⇥ (w + u) = v ⇥ w + v ⇥ u e (v + w) ⇥ u = u ⇥ u + w ⇥ u. 23) Sejam u = (1, 3, 0) e v = ( 1, 2, 1).

a) Encontre o vetor unit´ario e paralelo a 2u v b) Ache o ˆangulo entre u e v

24) Mostre que v = w

kwk ´e unit´ario, isto ´e, kvk = 1, para todo vetor w.

25) Encontre as coordenadas do ponto m´edio do segmento com extremos em A e B no espa¸co.

26) Uma for¸ca u de m´odulo igual a 3, 5N ´e aplicada sobre um corpo que se encontra no ponto B na dire¸c˜ao de A0 fazendo um ˆangulo de 30 , como mostrado na figura a seguir:

1 2 3 4 5 1 2 3 B A0 30 v

(33)

27) (PUC-RJ-2008) Um veleiro deixa o porto navegando 70 km em dire¸c˜ao leste. Em seguida, para atingir seu destino, navega mais 100 km na dire¸c˜ao nordeste. Despre-zando a curvatura da terra e admitindo que todos os deslocamentos s˜ao coplanares, determine o deslocamento total do veleiro em rela¸c˜ao ao porto de origem. (Considere p

2 = 1, 4 e p5 = 2, 2).

28) Dados v = (1, 2, 1) e w = (0, 3, 2), encontre o ˆangulo entre v e w e a norma (comprimento) de v 2w .

1.4

Equa¸c˜

ao da reta

1.4.1

Equa¸c˜

ao da reta no

R

2

Sabemos que, por dois pontos distintos, passa uma ´unica reta r. Sejam P0 = (x0, y0) e P1 = (x1, y1) dois pontos distintos de r, a dire¸c˜ao de r (vetor diretor de r) ser´a P0P1 = (x1 x0, y1 y0). x y r P0 P1

Figura 1.12: Reta passando por P0 e P1 Fonte: autoria pr´opria

Os pontos de r ter˜ao a forma

P0+ tP0P1 = (x0+ t(x1 x0), y0+ t(y1 y0)),

(34)

8 < :

x = x0+ t(x1 x0) y = y0+ t(y1 y0).

Esse sistema ´e conhecido por equa¸c˜oes param´etricas da reta, muito usado para repre-sentar o Movimento Retil´ıneo Uniforme da F´ısica. O ponto (x0, y0) ´e o ponto onde uma part´ıcula inicia seu movimento, t ´e o tempo, v = (x1 x0, y1 y0) representa o deslo-camento por unidade de tempo, ou seja, a velocidade m´edia. Observe que, para outra escolha de P0 e P1, teremos outra equa¸c˜ao param´etrica, isto ´e, outra parametriza¸c˜ao da reta.

Se for poss´ıvel P0 e P1 tais que x1 6= x0 e y1 6= y0, podemos isolar o t no sistema e achar:

x x1 x0 x1

= y y1 y0 y1

que ´e conhecida por equa¸c˜oes sim´etricas da reta. Observe que os denominadores s˜ao as coordenadas do vetor diretor da reta. Multiplicando os meios pelos extremos e isolando o y, obtemos

y = y1 y0 x1 x0

x + x1y0 y1x0 x1 x0

que ´e da forma y = ax + b onde a ´e o coeficiente angular e b, o coeficiente linear. Nesse caso, a reta ´e o gr´afico de uma fun¸c˜ao. Se a reta for paralela ao eixo x, ent˜ao, para quaisquer dois pontos de r, teremos que a coordenada y ´e a mesma, da´ı y1 y0 = 0. As equa¸c˜oes param´etricas s˜ao 8

< :

x = x0+ t(x1 x0) y = y0

. Isolando t, temos que t = x x0

x1 x0, ou seja, dado qualquer x real, tomando esse t

en-contramos que o ponto P = (x, y0) est´a na reta. Assim, a equa¸c˜ao da reta se resume a y = y0.

De modo an´alogo, se a reta for paralela ao eixo y, ent˜ao sua equa¸c˜ao ser´a x = x0.

Exemplo 1.4.1

Encontre as equa¸c˜oes da reta que passa por (1, 2) e (4, 5). Solu¸c˜ao: As equa¸c˜oes param´etricas ser˜ao

(35)

1.4.2

Equa¸c˜

ao da reta no

R

3

Analogamente ao feito noR2, sejam P

0 = (x0, y0, z0) e P1 = (x1, y1, z1) dois pontos. A reta que passa por eles possui pontos que satisfazem a Equa¸c˜ao Vetorial

P = tP0P1+ P0 = t(x1 x0, y1 y0, z1 z0) + (x0, y0, z0), que gera as seguintes equa¸c˜oes param´etricas:

8 > < > : x = x0+ t(x1 x0) y = y0 + t(y1 y0) z = z0+ t(z1 z0)

Isolando t, podemos obter tamb´em as equa¸c˜oes sim´etricas a seguir: x x0 x1 x0 = y y0 y1 y0 = z z0 z1 z0 para x1 6= x0, y1 6= y0 e z1 6= z0.

Suponha que conhecemos apenas um ponto P0 = (x0, y0, z0) da reta e sua dire¸c˜ao v = (a, b, c), isso significa que a reta r ´e paralela ao vetor v . Substituindo v por P1P0 tamb´em obtemos estas equa¸c˜oes param´etricas:

8 > > > < > > > : x = x0+ at y = y0+ tb z = z0+ tc E as equa¸c˜oes sim´etricas da reta

x x0 a = y y0 b = z z0 c . Exemplo 1.4.2

Encontre as equa¸c˜oes da reta que passa por P = (1, 2, 3) e tem dire¸c˜ao v = ( 1, 0, 4).

(36)

para todo t real, e as equa¸c˜oes sim´etricas s˜ao x 1 1 = z 3 4 e y = 2. Exemplo 1.4.3

Um corpo se move em linha reta na dire¸c˜ao v = (1, 2, 0), com velocidade constante p

5 m/s. Se o corpo saiu da origem, descreva seu movimento por meio das equa¸c˜oes param´etricas da reta.

Solu¸c˜ao: Como o corpo saiu da origem e se locomove na dire¸c˜ao de v, ent˜ao ele se move sobre uma reta que est´a no plano xy, o vetor velocidade ´e o pr´oprio v. Logo, para todo t real, 8 > > > < > > > : x = t y = 2t z = 0 s˜ao as equa¸c˜oes param´etricas da reta.

Exemplo 1.4.4

Encontre as equa¸c˜oes de todas as retas que passam por P = (1, 2, 1), e s˜ao perpen-diculares `a reta com dire¸c˜ao (1, 0, 0).

Solu¸c˜ao: Seja (a, b, c) um vetor diretor de r, ent˜ao (a, b, c)· (1, 0, 0) = 0, isto ´e, a = 0, e n˜ao h´a restri¸c˜oes para b e c. As equa¸c˜oes vetoriais s˜ao: (x, y, z) = t(0, b, c) + (1, 2, 1), para todo t real.

1.5

Equa¸c˜

ao do plano

H´a v´arios modos de caracterizar um plano: i) 3 pontos n˜ao colineares;

ii) 1 reta e 1 ponto fora da reta;

iii) 1 ponto e 1 vetor normal ao plano (vetor perpendicular a todos os vetores paralelos ao plano);

(37)

Primeiramente, obteremos a equa¸c˜ao do plano ↵ usando o fato que conhecemos P0 = (x0, y0, z0) um ponto do plano e um vetor normal ao plano N = (a, b, c). Seja P = (x, y, z) um ponto de ↵, ent˜ao o vetor P0P ´e paralelo a ↵, consequentemente P0P .N = 0. Resolvendo esse produto interno, temos

(x x0, y y0, z z0)· (a, b, c) = 0 ) (x x0)a + (y y0)b + (z z0)c = 0 ) ax + by + cz (ax0+ bx0 + cz0) = 0.

Essa ´ultima ´e conhecida por equa¸c˜ao geral do plano. Observe que os coeficientes de x, y e z s˜ao as coordenadas do vetor normal ao plano e o termo independente ´e o produto interno de N e OP0.

Suponha que conhecemos A, B e C, trˆes pontos n˜ao colineares de um plano, podemos determinar o vetor normal ao plano fazendo o produto vetorial de dois vetores do plano, por exemplo AB⇥AC = N. Da´ı, escolhemos um dos pontos para ser o P0 e encontramos a equa¸c˜ao geral.

Se temos uma reta r e um ponto P0 fora da reta, escolhemos dois outros pontos de r e procedemos como anteriormente. Caso tenhamos um ponto P0 e dois vetores paralelos ao plano e n˜ao paralelos entre si, calculamos o produto vetorial destes e obteremos um vetor normal ao plano, necess´arios para obter a equa¸c˜ao geral do plano.

Uma outra forma de caracterizar um plano ´e por meio de suas equa¸c˜oes param´etricas. Sejam v1 = (x1, y1, z1) e v2 = (x2, y2, z2) dois vetores paralelos ao plano ↵ e n˜ao colineares, e P0 um ponto de ↵. Um ponto P pertencer´a ao plano ↵ quando P0P for coplanar a v1 e v2, isto ´e, P0P = t1v1+ t2v2, t1, t2 2 R ) (x x0, y y0, z z0) = t1(x1, y1, z1) + t2(x2, y2, z2) ) 8 > > > < > > > : x = x0+ t1x1 + t2x2 y = y0+ t1y1+ t2y2 z = z0 + t1z1+ t2z2

Essas trˆes equa¸c˜oes s˜ao conhecidas como equa¸c˜oes param´etricas do plano. A partir da equa¸c˜ao geral do plano, podemos obter as param´etricas isolando uma das vari´aveis x, y ou z e colocando os parˆametros nas outras duas.

Exemplo 1.5.1

(38)

Solu¸c˜ao: Os coeficientes de x, y e z s˜ao as coordenadas do vetor normal ao plano: 2x + 3y + 1z (1, 5, 1)· (2, 3, 1) = 0.

A equa¸c˜ao geral ser´a 2x + 3y + 1z 16 = 0. Para obter as param´etricas, isolamos x, por exemplo, e colocamos y = t1 e z = t2. Obtemos:

8 > > > < > > > : x = 16 t2 3t1 2 y = t1 z = t2

Para essa escolha de parametriza¸c˜ao, estamos afirmando que esse plano ´e paralelo aos vetores ( 3/2, 1, 0) e ( 1/2, 0, 1), e passa pelo ponto (8, 0, 0), o qual pode ser facilmente verificado pela equa¸c˜ao geral do plano. Fazendo o produto vetorial desses dois vetores, temos (1, 3/2, 1/2) que ´e um m´ultiplo do vetor normal (2, 3, 1), ou seja, ´e tamb´em normal ao plano dado.

Exemplo 1.5.2

Encontre a equa¸c˜ao geral do plano ↵ que ´e paralelo ao plano x + y 2z 2 = 0 e cont´em o ponto (2, 3, 2).

Solu¸c˜ao: O vetor normal ao plano x+y 2z 2 = 0 ´e (1, 1, 2). Logo, ser´a o vetor normal a ↵ tamb´em, pois s˜ao paralelos. A equa¸c˜ao geral de ↵ ser´a x+y 2z (2, 3, 2)·(1, 1, 2) = 0, que ´e x + y 2z 1 = 0.

1.6

Interse¸c˜

ao de retas e planos

1.6.1

Posi¸c˜

oes de retas no

R

2

NoR2, h´a trˆes posi¸c˜oes poss´ıveis para duas retas: coincidentes, paralelas e concorren-tes. Dadas as equa¸c˜oes de duas retas, como verificar a posi¸c˜ao entre elas? A primeira coisa que precisamos saber ´e se elas tˆem a mesma dire¸c˜ao ou n˜ao. Para o caso em que as retas tˆem dire¸c˜oes distintas, como est˜ao no mesmo plano, elas s˜ao concorrentes. Se tˆem a mesma dire¸c˜ao, ent˜ao temos duas possibilidades: as retas s˜ao iguais (coincidentes) ou paralelas. Para saber em que caso estamos, fazemos a interse¸c˜ao das duas retas e verificamos se ´e vazia ou n˜ao.

Exemplo 1.6.1

(39)

Solu¸c˜ao: A reta r tem equa¸c˜ao sim´etrica x = y 12 , ent˜ao seu vetor diretor ´e (1, 2). O vetor diretor da segunda reta ´e (2, 4), como (2, 4) = 2(1, 2), essas retas tˆem a mesma dire¸c˜ao. Vamos calcular a interse¸c˜ao entre elas. Para isso, podemos substituir as equa¸c˜oes param´etricas de s na equa¸c˜ao de r:

y = 2x + 1) 1 + 4t = 2(2t) + 1 ) 1 + 4t = 1 + 4t,

o que ´e verdade; logo todo ponto de s est´a em r, ent˜ao r = s. Outro modo de resolver o problema ´e escrever a equa¸c˜ao de s na forma sim´etrica:

x 2 =

y 1 4 ,

multiplicando meios por extremos temos 4x = 2y 2 que ´e equivalente a y = 2x + 1, a mesma equa¸c˜ao de r. Logo, r = s.

Exemplo 1.6.2

Sejam 1 x = y3 e x 22 = y 16 as equa¸c˜oes de duas retas r e s, respectivamente. Encontre a interse¸c˜ao entre elas.

Solu¸c˜ao: Observe que a equa¸c˜ao da reta r n˜ao est´a na forma padr˜ao x x0

a = y y0 b . Rees-crevendo, temos x 1 1 = y 3,

indicando que seu vetor diretor ser´a ( 1, 3). O diretor da reta s ´e ( 2, 6), logo, as retas tˆem a mesma dire¸c˜ao. Vamos verificar a interse¸c˜ao entre elas. Uma maneira ´e isolar o x em r e s e igual´a-los:

3 y 3 =

y + 7

3 ) 7 = 3, o que n˜ao ´e verdade, ent˜ao r ´e paralela a s.

Uma outra maneira ´e resolver o sistema: 8 < : 1 x = y/3 x 2 2 = y 1 6 ) 8 < : y = 3x + 3 y = 3x + 7

Subtraindo as equa¸c˜oes, obtemos 0 = 4, o que n˜ao ´e verdade! Assim, o sistema n˜ao possui solu¸c˜ao, e as retas s˜ao paralelas.

1.6.2

Posi¸c˜

oes de retas no

R

3

(40)

coincidentes e paralelas tˆem vetores diretores com mesma dire¸c˜ao; j´a as retas concorrentes ou reversas n˜ao.

Para sabermos em que situa¸c˜ao estamos, calculamos a interse¸c˜ao entre as retas, se for vazia, ent˜ao elas s˜ao reversas.

Exemplo 1.6.3

Sejam r e s retas com equa¸c˜oes x 5 = y 2 3 = z 3 e x 1 3 = y + 1 3 = z + 2 2 , respectivamente. Encontre a posi¸c˜ao dessas retas.

Solu¸c˜ao: As dire¸c˜oes das retas s˜ao (5, 3, 2) e (3, 3, 2), logo, n˜ao s˜ao paralelas e nem coin-cidentes. Para saber se s˜ao concorrentes ou reversas, calculamos a interse¸c˜ao, igualando as equa¸c˜oes na forma param´etrica:

8 > > > < > > > : x = 5t = 3t0+ 1 y = 3t + 2 = 3t0 1 z = 3t = 2t0 2) t0 = 1 e t = 4/5. H´a interse¸c˜ao no ponto (4,2,0).

Defini¸c˜ao 1.6.1

Duas retas concorrentes formam quatro ˆangulos, definimos o ˆangulo entre elas como o menor destes, logo sempre menor ou igual 90 . O ˆangulo entre retas reversas r e s ´e definido como o ˆangulo entre r e s0, onde s0 ´e reta paralela a s e intercepta r. O ˆangulo entre retas coincidentes e paralelas ´e zero.

Se v1 e v2 s˜ao os vetores diretores das retas r e s respectivamente, e o ˆangulo entre v1 e v2´e menor que 90 , ent˜ao, o ˆangulo ✓ entre r e s ´e igual ao ˆangulo entre v1 e v2. Assim,

cos(✓) = v1· v2 kv1k kv2k

.

Caso contr´ario, o ˆangulo ✓ entre r e s ser´a o suplementar do ˆangulo ✓0 entre seus diretores: cos(✓) = cos(180 ✓0) = v1· v2

kv1k kv2k .

Como o ˆangulo entre os diretores ´e maior que 90 , logo, o produto interno do numerador ser´a negativo e o cosseno do ˆangulo positivo. Assim, generalizamos para

cos(✓) = |v1· v2| kv1k kv2k

(41)

Exemplo 1.6.4

O ˆangulo entre as retas do Exemplo 1.6.3 satisfaz cos(✓) = |(5, 3, 2) · (3, 3, 2)| k(5, 3, 2)k k(3, 3, 2)k = 28 p 38p24 = 4 p 209.

1.7

Posi¸c˜

oes de planos

Dois planos podem ser coincidentes, paralelos ou se interceptarem em uma reta (se-cantes ou concorrentes). Nos dois primeiros casos, os vetores normais s˜ao paralelos, j´a no ´

ultimo caso os normais s˜ao n˜ao paralelos.

Exemplo 1.7.1

Verifique as posi¸c˜oes de x 2y + 5z + 1 = 0 e 2x 4y + 7z = 0.

Solu¸c˜ao: O primeiro plano tem vetor normal (1, 2, 5) e o segundo (2, 4, 7). N˜ao existe um n´umero real t tal que t(1, 2, 5) seja igual a (2, 4, 7). Logo, os vetores normais n˜ao s˜ao paralelos, e consequentemente os planos se interceptam em uma reta r. Vamos achar as equa¸c˜oes de r.

Uma maneira ´e resolver o sistema: 8 < : x 2y + 5z + 1 = 0 2x 4y + 7z = 0 ) 8 < : 2x 4y + 10z + 2 = 0 2x 4y + 7z = 0

Subtraindo as equa¸c˜oes, obtemos 3z + 2 = 0, o que implica em z = 2/3. A interse¸c˜ao dos planos ser´a a reta com coordenada z = 2/3 e que satisfaz ambas as equa¸c˜oes, por exemplo a primeira: x 2y + 5( 2/3) + 1 = 0, isso implica em x 2y = 7/3 e z = 2/3. As equa¸c˜oes param´etricas s˜ao: 8

> > > < > > > : x = 7/3 + 2t y = t z = 2/3

para todo t real. Assim, o vetor diretor dessa reta ´e (2, 1, 0), e um ponto ´e (7/3, 0, 2/3). Uma maneira alternativa de encontrar o vetor diretor da reta interse¸c˜ao ´e observar que o produto vetorial dos vetores normais aos dois planos resultar´a no diretor da reta interse¸c˜ao.

Exemplo 1.7.2

(42)

Solu¸c˜ao: Os vetores normais aos planos s˜ao (1, 1, 2) e (3, 3, 6). Como (3, 3, 6) = 3(1, 1, 2), ent˜ao, os planos s˜ao paralelos ou coincidentes. Vejamos a interse¸c˜ao:

8 < : x + y 2z + 2 = 0 3x + 3y 6z + 2 = 0 ) 8 < : 3x + 3y 6z + 6 = 0 3x + 3y 6z + 2 = 0 .

Subtraindo as equa¸c˜oes, obtemos 4=0, o que ´e um absurdo! Logo, n˜ao h´a interse¸c˜ao e os planos s˜ao paralelos.

1.7.1

Posi¸c˜

oes entre retas e planos

Dados uma reta r e um plano ↵, onde v ´e o vetor diretor de r e N o vetor normal a ↵, temos trˆes possibilidades para suas posi¸c˜oes:

• r est´a contida em ↵, neste caso N ´e perpendicular a v, e ent˜ao N · v = 0 ;

• r ´e paralela a ↵, novamente N ´e perpendicular a v, e ent˜ao N · v = 0 e r \ ↵ = ; • r corta ↵ em um ponto P0, agora N .v6= 0 e r \ ↵ = P0.

Exemplo 1.7.3

Sejam a reta r : x 1

2 = y = z 9

3 e o plano ↵ : x 2y + z + 3 = 0. Encontre a posi¸c˜ao relativa aos dois.

Solu¸c˜ao: O vetor diretor de r ´e (2, 1, 3) e o vetor normal ao plano ´e (1, 2, 1). Vamos calcular o produto interno deles: (2, 1, 3)· (1, 2, 1) = 2 2 + 3 = 3, que ´e diferente de zero, assim a reta corta o plano.

Vamos encontrar o ponto de corte reescrevendo as equa¸c˜oes param´etricas da reta r: 8 > > > < > > > : x = 1 + 2t y = t z = 9 + 3t

para todo t real, e substituindo-as na equa¸c˜ao do plano: x 2y + z + 3 = 0 : (1 + 2t) 2(t) + (9 + 3t) + 3 = 0) t = 13/3.

(43)

Conclus˜ao, a reta r corta ↵ em (-23/3,-13/3,-4).

1.8

Distˆ

ancias no espa¸co: d(., .)

1.8.1

Distˆ

ancia entre pontos

Escreveremos d(P1, P2) para representar a distˆancia entre dois pontos do espa¸co P1 = (x1, y1, z1) e P2 = (x2, y2, z2), e ´e igual ao comprimento do vetor P1P2, isto ´e,

d(P1, P2) = p

(x2 x1)2+ (y2 y1)2+ (z2 z1)2.

1.8.2

Distˆ

ancia entre um ponto e um plano

A distˆancia entre um ponto P0 = (x0, y0, z0) e um plano ↵, com equa¸c˜ao ax + by + cz d = 0, ser´a denotada por d(P0, ↵) e vale o comprimento do menor segmento com extremos em P0 e um ponto de ↵.

P0

P1

Figura 1.13: Distˆancia de P0 a ↵ Fonte: autoria pr´opria

O menor segmento ser´a aquele que ´e perpendicular ao plano, logo, paralelo ao vetor normal do plano. Podemos calcul´a-la se conhecermos outro ponto qualquer P1 do plano ↵. Basta observar que a distˆancia de P0 a ↵ ´e o comprimento da proje¸c˜ao ortogonal do vetor P0P1 em N . Ent˜ao, d(P0, ↵) =kprojNP1P0k = |P1 P0· N| kNk2 kNk ) d(P0, ↵) = |P1 P0· N| kNk .

(44)

De modo an´alogo, para a6= 0 ou b 6= 0, obtemos a mesma f´ormula. d(P0, ↵) = |ax0

+ by0+ cz0 d| p

a2+ b2 + c2 .

1.8.3

Distˆ

ancia entre um ponto e uma reta

Escrevemos d(P0, r) para a distˆancia entre um ponto P0 = (x0, y0, z0) e uma reta r, isto ´e, o comprimento do menor segmento com extremos em P0 e em algum ponto de r. Seja P1 um ponto qualquer de r, o segmento P0P1 ´e a hipotenusa de um triˆangulo retˆangulo com base em r, como na figura a seguir.

r P P1 P0 d P0P1

Figura 1.14: Distˆancia de um ponto P0 a uma reta r Fonte: autoria pr´opria

Os outros dois catetos desse triˆangulo s˜ao a proje¸c˜ao de P0P1 na reta, ou melhor, no vetor diretor da reta (v) e o que nos dar´a a distˆancia procurada. Pelo Teorema de Pit´agoras: kP1P0k2 = d2(P0, r) +kprojvP1P0k2 ) d2(P 0, r) =kP1P0k2 kprojvP1P0k2 ) d2(P0, r) =kP1P0k2 |P 1P0· v|2 kvk2 =kP1P0k 2 kP1P0k2kvk2cos2(✓) kvk2 ) d2(P 0, r) = kP 1P0k2kvk2 kP1P0k2kvk2cos2(✓) kvk2 = kP1P0k2kvk2sin2(✓) kvk2 ) d(P0, r) = kP1 P0k kvk sin(✓) kvk .

Nesse caso, para n˜ao ter que calcular sen(✓), usamos o produto vetorial: d(P0, r) = kP1

(45)

1.8.4

Distˆ

ancia entre planos

A distˆancia entre dois planos ↵ e , d(↵, ), com vetores normais N1 e N2 respectiva-mente, ´e calculada como segue. Se os planos s˜ao coincidentes ou se interceptam, ent˜ao a distˆancia ser´a zero. Se forem paralelos, escolha arbitrariamente um ponto P0 = (x0, y0, z0) de um dos planos, por exemplo ↵, e calcule a distˆancia de P0 a (com equa¸c˜ao geral ax + by + cz d = 0), assim,

d( , ↵) = d(P0, ) = |ax0

+ by0+ cz0 d| p

a2+ b2+ c2 .

1.8.5

Distˆ

ancia entre retas

a) A distˆancia entre duas retas r e s, d(r, s) ´e zero se r = s ou se r intercepta s. b) Se r ´e paralela a s, ent˜ao d(r, s) = d(P, s), onde P ´e qualquer ponto de r.

c) Se r e s s˜ao reversas, ent˜ao seja r0 uma reta paralela a r que corta s. Por r0 e s passa um ´unico plano ↵, note que esse plano cont´em todas as retas paralelas a r e que cortam s. Assim, d(r, s) = d(r, ↵) = d(P1, ↵), onde P1 ´e um ponto qualquer de r e o vetor normal de ↵ ´e v1⇥ v2. Assim,

d(r, s) = |P1P2· (v1⇥ v2)| kv1⇥ v2k

, onde P2 ´e um ponto de s.

Exemplo 1.8.1

Sejam r e s com equa¸c˜oes x 12 = y+13 = 1 z2 e x3 = y 33 = z 4, respectivamente. Calcule a distˆancia entre elas.

Solu¸c˜ao: Observe que o vetor diretor de r ´e v1 = (2, 3, 2), o vetor diretor de s ´e v2 = (3, 3, 1), e n˜ao s˜ao paralelos, logo, r e s n˜ao s˜ao paralelas e nem coincidentes. Resta saber se interceptam ou se s˜ao reversas. Vamos igualar as express˜oes das formas param´etricas das duas retas para saber se h´a interse¸c˜ao: x = 2t + 1 = 3t0, y = 3t 1 = 3t0 + 3 e z = 1 2t = t0+ 4. N˜ao existem t e t0 que satisfa¸cam! Portanto, n˜ao h´a interse¸c˜ao entre elas, e as retas s˜ao reversas. Vamos aplicar a f´ormula para P1 = (1, 1, 1) e P2 = (0, 3, 4)

(46)

1.9

Interse¸c˜

ao de esferas

Defini¸c˜ao 1.9.1

A esfera de centro (a, b, c) e raio r ´e o lugar geom´etrico dos pontos P = (x, y, z) que distam r do centro, isto ´e, d(P, (a, b, c)) = r, equivalentemente,

p

(x a)2+ (y b)2+ (z c)2 = r ) (x a)2+ (y b)2+ (z c)2 = r2.

Exemplo 1.9.1

Encontre a equa¸c˜ao da esfera de centro em (0, 0, 0) e raio 2. Solu¸c˜ao: A equa¸c˜ao satisfaz

(x 0)2+ (y 0)2 + (z 0)2 = 22 ) x2+ y2+ z2 = 4.

Exemplo 1.9.2

Ache o centro e o raio da esfera de equa¸c˜ao 3x2+ 3y2+ y + 3z2 = 0. Solu¸c˜ao: Precisamos reescrever na forma padr˜ao:

(x a)2+ (y b)2+ (z c)2 = r2, ) x2+ y2+y

3 + z 2 = 0, ao dividirmos por 3. Ent˜ao,

x2+ (y + 1/6)2+ z2 = 1/62. Assim, o centro ´e (0, 1/6, 0), e o raio ´e 1/6.

Sejam S1 e S2 duas esferas distintas, com centros em C1 e C2 e raios r1 e r2. A interse¸c˜ao de duas esferas ´e vazia, um ´unico ponto ou um c´ırculo, dependendo da distˆancia dos centros:

(47)

• d(C1, C2) > r1+ r2 ) S1\ S2 = ;

• d(C1, C2) < r1+ r2 ) S1\ S2 = circunferˆencia.

Exemplo 1.9.3

Sejam x2+ (y 1)2 + z2 = 4 e (x 1)2 + (y 2)2+ z2 = 5 as equa¸c˜oes de duas esferas. Encontre a interse¸c˜ao, se existir.

Solu¸c˜ao: Temos que C1 = (0, 1, 0), C2 = (1, 2, 0), r1 = 2, r2 = p 5 . Ent˜ao d(C1, C2) = p (1 0)2+ (2 1)2+ (0 0)2 =p2 < r 1+r2 = 2+ p

5. Logo, a interse¸c˜ao ´e um c´ırculo. Vamos achar a equa¸c˜ao do c´ırculo.

Isolando z2 nas duas equa¸c˜oes das esferas e igualando-os, temos

z2 = 4 x + 2 (y 1)2 = 5 (x 1)2 (y 2)2 ) x + y = 3/4.

Obtivemos a equa¸c˜ao de um plano do espa¸co, logo, procuramos a interse¸c˜ao de um plano com uma das esferas. Substituindo essa informa¸c˜ao em uma das equa¸c˜oes das esferas, por exemplo, na primeira, obtemos

x2+ (3/4 x 1)2+ z2 = 4 ) x2+ 1/16 + x/2 + x2+ z2 = 4 ) 2x2+x 2 + 1/16 + z 2 = 4 ) x2 1/2 + x/2 + z 2 = 4 1/16 ) x 1/p2+ p 2 8 !2 + z2 = 254 64 . Tomando bx = x 1/p2 + p 2 8 , temos bx2 + z2 = 254

64, a qual ´e a equa¸c˜ao da circunferˆencia procurada.

Lista de exerc´ıcios 2

1) Encontre a equa¸c˜ao param´etrica da reta que ´e a interse¸c˜ao dos planos 3x y + z = 0 e x + 2y + z = 1.

2) Ache a equa¸c˜ao do plano paralelo ao plano 2x y + 5z 3 = 0 e que passa por P = (1, 2, 1).

3) Encontre a equa¸c˜ao do plano que passa pelo ponto P = (2, 1, 0) e ´e perpendicular aos planos x + 2y 3z + 2 = 0 e 2x y + 4z 1 = 0.

(48)

5) Verifique se as retas r : (x, y, z) = (9t, 1 + 6t, 2 + 3t) e s : (x, y, z) = (1 + 2t, 3 + t, 1) se interceptam e em caso afirmativo determine a interse¸c˜ao.

6) Dadas as retas r : x 22 = y2 = z e s : x 2 = y = z, obtenha uma equa¸c˜ao geral para o plano determinado por r e s.

7) Considere os vetores v = (1, 3, 2), w = (2, 1, 1) e u = (1, 2, 0). Seja ⇡ um plano paralelo aos vetores w e u e r uma reta perpendicular ao plano ⇡. Ache a proje¸c˜ao ortogonal do vetor v sobre a reta r, ou seja, a proje¸c˜ao ortogonal de v sobre o vetor diretor da reta r.

8) Encontre o ˆangulo entre o plano 2x y + z = 0 e o plano que passa pelo ponto P = (1, 2, 3) e ´e perpendicular ao vetor (1, 2, 1).

9) Ache as equa¸c˜oes dos planos em R3 ortogonais ao vetor (2, 2, 2), que distam p3 do ponto (1, 1, 1).

10) Obtenha uma equa¸c˜ao geral do plano ⇡ que cont´em a reta r : x 2y + 2z = 0 e 3x 5y + 7z = 0 e forma com o plano x + z = 0 um ˆangulo de 60 .

11) Mostre que o ˆangulo entre duas retas do R2 satisfaz tan(✓) = |ms mr|

1+msmr, onde mr e ms

s˜ao os coeficientes angulares das retas. Dica: sin2(✓) = 1 cos2(✓) e tan(✓) = sin(✓)

cos(✓).

12) Uma fonte luminosa pontual, situada em F = (0, 0, 1), emite um raio luminoso na dire¸c˜ao do ponto A = (1, 1, 0), que ´e refletido por um espelho plano contido em y = 3. a) Em que ponto do espelho incide o raio luminoso?

b) Em que ponto o raio refletido atinge o plano xz?

(Dica: O ˆangulo de incidˆencia ´e igual ao de reflex˜ao, e o plano que cont´em os raios de incidˆencia e de reflex˜ao ´e perpendicular ao espelho).

(49)

CAP´ITULO

2

Matrizes

2.1

Matrizes: defini¸c˜

oes e exemplos

As matrizes tˆem um papel fundamental e constituem uma ferramenta poderosa para a resolu¸c˜ao de sistemas lineares. Neste cap´ıtulo, definiremos matriz, opera¸c˜oes com matrizes e propriedades b´asicas delas. No final, faremos algumas aplica¸c˜oes e mostraremos como elas aparecem no dia a dia das engenharias e de outras ´areas afins.

Afinal, o que s˜ao matrizes? Por agora entenderemos as matrizes como um arranjo de n´umeros reais, ou vari´aveis. Esses arranjos s˜ao ordenados por linhas e colunas.

Exemplo 2.1.1

Seja a matriz A com trˆes linhas e quatro colunas A = 0 B @ 2 3 5 17 7 3 2 3 2 3 5 2 1 C A . Observe que a primeira coluna de A ´e

A(1) = 0 B @ 2 7 2 1 C A . A primeira e a terceira linhas de A s˜ao dadas por

A1 = ⇣

2 3 7 17 ⌘ e A3 = ⇣

(50)

Defini¸c˜ao 2.1.1

Uma matriz ´e um arranjo quadrado ou retangular de n´umeros reais da seguinte forma A = 0 B B B B @ a11 a12 . . . a1n a21 a22 . . . a2n ... ... ... ... an1 an2 . . . anm 1 C C C C A.

A ´e uma matriz m⇥ n, pois tem m linhas e n colunas. Escrevemos Am⇥n, e m⇥ n ´e chamada de ordem de A. O valor aij denota a entrada de A na linha i e na coluna j. A(j) denota a j-´esima coluna de A, e A

i denota a i-´esima linha de A. Assim, A(j) = 0 B B B B @ a1j a2j ... anj 1 C C C C A e Ai = ⇣ ai1 ai2 . . . ain ⌘ .

Se m = n, An⇥n ´e chamada de matriz quadrada e sua diagonal ´e composta por elementos aii para i = 1, ..., n.

Exemplo 2.1.2

(51)

2.1.1

Tipos especiais de matrizes

Exemplo 2.1.3 A = 0 0 0 0 ! , B = 1 0 0 1 ! , C = 0 B @ 3 0 0 0 2 0 0 0 1 1 C A , D = 0 B B B B @ 0 0 0 5 0 0 2 0 0 3 0 0 1 0 0 0 1 C C C C A E = 0 B @ 2 0 1 0 1 1 0 0 3 1 C A , F =⇣ 1 0 ⌘, G = 0 B @ 1 2 3 1 C A . Defini¸c˜ao 2.1.2 No exemplo anterior:

a) A matriz A ´e chamada de matriz nula de ordem 2⇥ 2, pois todas suas entradas s˜ao iguais a zero. Toda matriz cujas entradas s˜ao iguais a 0 ´e chamada matriz nula.

b) A matriz B ´e chamada matriz identidade de ordem 2⇥ 2, usualmente escreve-mos I2⇥2 para representar B. Toda matriz quadrada com todos os elementos da diagonal valendo 1 e os demais iguais a 0 ´e chamada de Identidade e escreve-se In⇥n.

c) As matrizes A, B e C s˜ao denominadas matrizes diagonais, pois s˜ao quadradas e todos os seus elementos s˜ao 0 com poss´ıvel exce¸c˜ao da diagonal.

d) As matrizes A, B, C e E s˜ao denominadas matrizes triangulares superiores, pois s˜ao quadradas e todos os seus elementos abaixo da diagonal s˜ao 0. Podemos escrever isso como aij = 0 quando i > j. Caso contr´ario, dizemos que ´e triangular inferior.

(52)

2.2

Opera¸c˜

oes com matrizes

2.2.1

Adi¸c˜

ao de matrizes

Defini¸c˜ao 2.2.1

Definimos a soma de matrizes (2⇥ 2) desta maneira: a11 a12 a21 a22 ! + b11 b12 b21 b22 ! = a11+ b11 a12+ b12 a21+ b21 a22+ b22 ! . Exemplo 2.2.1 A = 1 2 3 4 ! e B = 0 6 2 1 ! ) A+B = 1 + 0 2 + 6 3 + 2 4 + ( 1) ! = 1 8 5 3 ! .

Podemos estender essa opera¸c˜ao para quaisquer duas matrizes (m⇥ n), desde que sejam da mesma ordem. Por exemplo, Am⇥n+ Bm⇥n= Cm⇥n, onde cij = aij + bij.

2.2.2

Multiplica¸c˜

ao por um escalar

Defini¸c˜ao 2.2.2

Sejam a matriz Am⇥n e c2 R, definimos o produto de cA como uma matriz tal que o elemento (i, j) ´e caij.

(53)

2.2.3

Multiplica¸c˜

ao de uma matriz por outra n

⇥ 1

Defini¸c˜ao 2.2.3 Sejam A1⇥n = (aij)1⇥n e X = 0 B B B B @ x1 x2 ... xn 1 C C C C

A, definimos o produto de A por X como

⇣ a11 a12 ... a1n ⌘ . 0 B B B B @ x1 x2 ... xn 1 C C C C A= a11x1+ a12x2+ ... + a1nxn.

Observe que esse produto resulta em um n´umero real e ´e o produto interno ou escalar da Defini¸c˜ao 1.2.4. Se Am⇥n, ent˜ao AX = 0 B B B B @ A1 A2 ... Am 1 C C C C AX = 0 B B B B @ A1X A2X ... AmX 1 C C C C A, onde Ai ´e a linha i de A. Ou, ainda,

AX =⇣ A(1) A(2) . . . A(n) ⌘ 0 B B B B @ x1 x2 ... xn 1 C C C C A= x1A (1)+ x 2A(2)+ ... + xnA(n).

Essa ´ultima express˜ao ´e chamada de combina¸c˜ao linear das colunas de A.

(54)

2.2.4

Produto de matrizes

Defini¸c˜ao 2.2.4

Sejam as matrizes Am⇥k e Bk⇥n. A matriz produto C = AB (de ordem m⇥ n) ´e obtida mediante

cij = AiB(j).

Ou seja, cij ´e igual ao produto dos vetores Ai ( i-´esima linha de A) e do vetor B(j) (j-´esima coluna de B ).

Exemplo 2.2.4

Considere as matrizes A e B, queremos encontrar C = AB, A = 1 2 3 3 4 0 ! e B = 0 B @ 2 1 0 0 3 0 5 4 0 1 C A .

Solu¸c˜ao: Pela defini¸c˜ao anterior a matriz C ter´a 2 linhas e 3 colunas, e c11 = A1B(1) = 1.( 2) + 2.0 + ( 3).5 = 17, c12 = A1B(2) = 1.1 + 2.3 + ( 3).( 4) = 19. Continuando as contas, encontramos a matriz C

C = 17 19 0 6 15 0

! .

Observa¸c˜ao 2.2.1

Denominamos uma matriz n⇥ 1 de vetor coluna, e uma matriz 1 ⇥ n de vetor linha. ´E natural pens´a-las como pontos do Rn e assim o faremos frequentemente. Softwares como o Matlab ou Scilab sempre identificam vetores doRncomo matrizes n⇥1, ou 1⇥n, conforme se deseje. Isto ´e, ora como vetores coluna, ora como vetores linha, a depender de como sejam registrados.

2.2.5

Associando matrizes m

⇥ n com pontos do R

mn

(55)

A soma de matrizes m⇥ n e sua multiplica¸c˜ao por n´umeros reais funciona exatamente da mesma forma que a soma de pontos no Rmn e a multiplica¸c˜ao de pontos do Rmn por n´umero real. Exemplo 2.2.5 1 2 1 1 ! + 3 2 1 0 ! = 4 4 0 1 ! = 0 B B B B @ 1 2 1 1 1 C C C C A+ 0 B B B B @ 3 2 1 0 1 C C C C A= 0 B B B B @ 4 4 0 1 1 C C C C A. Essa opera¸c˜ao ´e conhecida como vetoriza¸c˜ao.

2.2.6

Matrizes particionadas em vetores coluna

Definimos o produto de uma matriz Am⇥n por um vetor coluna v como uma com-bina¸c˜ao linear de colunas da matriz A, tendo como pesos as coordenadas de v :

Av = A(1)x1+ A(2)x2+ ... + A(n)xn.

Isso torna bastante natural olhar uma matriz como particionada em n vetores coluna de An⇥1 ⇠=Rn, ou seja, A = (A(1), A(2), ..., A(n)).

Observe que podemos pensar na soma de duas matrizes, olhando-as particionadas em vetores colunas. Por exemplo, se A = (A(1), A(2), ..., A(n)) e B = (B(1), B(2), ..., B(n)), ent˜ao

A + B = (A(1)+ B(1), A(2)+ B(2), ..., A(n)+ B(n)).

Igualmente, ao multiplicarmos matrizes por n´umeros, se c ´e um n´umero real, ent˜ao cA = (cA(1), cA(2), ..., cA(n)).

Exemplo 2.2.6

Considere a matriz A = (1, 2, 3) e o vetor v = 0 B @ 1 3 2 1 C

A , podemos formar o produto Av, que resulta na matriz 1⇥ 1 dada por:

(56)

Lista de exerc´ıcios 1

1) Sejam as matrizes A = 0 B @ 1 0 1 2 1 0 0 0 1 1 C A e B = 0 B @ 4 2 9 3 0 1 2 1 0 1 C A , calcule A + B, B A e 4(A + B). 2) Sejam A = 1 0 1 2 1 0 ! , x = 0 B @ 0 0 1 1 C A e y = 0 B @ 1 2 0 1 C A , verifique se Ax = Ay. 3) Certo ou errado? Justifique suas respostas:

( ) Se A ´e uma matriz e Ax = 0, ent˜ao x = 0. ( ) Se A ´e uma matriz 3⇥ 3, ent˜ao A

0 B @ 1 0 0 1 C A = A1.

( )Se A ´e uma matriz 3⇥ 3, ent˜ao A 0 B @ 1 1 0 1 C A = A(1) A(2).

( ) Se A ´e uma matriz 3⇥ 3 e Av = 0, para todo v 2 R3, ent˜ao A = 0. 4) Seja A = 1 2 3 0 1 1 ! e v = 0 B @ 1 0 2 1 C A ,

a) Calcule o produto Av conforme a parti¸c˜ao de A por linhas. b) b = (1, 0, 1) ´e combina¸c˜ao linear das linhas de A?

c) O vetor c = (1, 2) ´e combina¸c˜ao linear das colunas de A?

Observa¸c˜ao 2.2.2

(57)

Exemplo 2.2.7 A =⇣ 1 2 3 ⌘ e B = 0 B @ 1 2 3 1 C A , ent˜ao AB =⇣ 1 2 3 ⌘ 0 B @ 1 2 3 1 C A = (14) e BA = 0 B @ 1 2 3 1 C A⇣ 1 2 3 ⌘= 0 B @ 1 2 3 2 4 6 3 6 9 1 C A .

Isto ´e, enquanto pontos do R3, A e B n˜ao s˜ao diferentes, uma vez que suas trˆes coordenadas s˜ao idˆenticas. No entanto, enquanto matrizes, com as quais se pode operar a multiplica¸c˜ao matricial, A ´e uma matriz 1 ⇥ 3, B ´e 3 ⇥ 1 e AB d´a um resultado completamente diferente de BA.

Como j´a frisamos anteriormente, ´e poss´ıvel trabalhar com vetores como matrizes 1⇥n, ou como matrizes n⇥ 1. Contudo, para evitar ambiguidades, ´e melhor fixar uma delas como padr˜ao. Na verdade, o produto matriz-vetor constitui um caso particular do produto matriz-matriz AB, no caso onde B ´e n⇥ 1. Desse modo, os vetores do Rn passam a ser identificados como matrizes n⇥ 1 de n´umeros reais, salvo men¸c˜ao em contr´ario.

A multiplica¸c˜ao vetor, por exemplo, ´e, de fato, uma multiplica¸c˜ao matriz-matriz, a soma de vetores ´e a soma de matrizes n⇥1, etc. Isso nos facilitar´a enormemente o jogo alg´ebrico com vetores e matrizes.

Propriedades 2.2.1

Para matrizes A, B e C coerentemente definidas (ou seja, das quais fa¸ca sentido realizar o produto) e c2 R, valem as propriedades:

P1- Associativa: (AB)C = A(BC)

P2- Linearidade `a direta: A(B + C) = AB + AC e A(cB) = cAB P3- Linearidade `a esquerda: (A + B)C = AC + BC e (cA)B = c(AB)

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