TRANSFORMAÇÕES SOCIOESPACIAIS DE SALVADOR E A FORMAÇÃO DO SUBÚRBIO FERROVIÁRIO
Jeremias Pereira Pinto
1Tatiana Araújo de Souza
21 INTRODUÇÃO
Quando Tomé de Souza desembarca no Porto da Barra, em 29 de março de 1549, e funda a cidade do Salvador para ser a Cabeça do Brasil e a capital da Colônia, não imaginara que a cidade passaria por tantas transformações ao longo de quase cinco séculos. Já no século 17, passa a ser uma das mais importantes cidades da América, cobiçada e invadida até pelos holandeses, em de 1624. Segundo Vasconcelos (2002), Salvador se manteve importante até o século 18 e início do século 19.
Fechado esse período, Vasconcelos (2002) diz que, com a mudança da capital para o Rio de Janeiro, no século19, Salvador deixa de ser a mais rica e maior cidade do Brasil, entrando em decadência, sendo ultrapassada, no início do século 20, por Recife, só se restabelecendo em meados do século, após a industrialização que faz da capital do estado da Bahia o terceiro município mais populoso do Brasil, com uma população estimada em 2.938.092 milhões de habitantes (IBGE, 2016), sendo centro de comando da sexta região metropolitana brasileira em termos demográficos (IBGE, 2010). Mesmo assim, o processo de urbanização da cidade aconteceu de forma lenta, conforme consta nos estudos em Almeida (2008):
[...] entre fins do século XIX e primeiras décadas do século XX. A população da capital, que atingiu a marca dos 170 mil habitantes em 1890, cresceu vegetativamente em todo o período 1890-1920. Nesse último ano, a cidade alcançou a marca, já então modesta para os padrões do eixo Rio-São Paulo, dos 280 mil habitantes. Mais grave: suas taxas de expansão demográfica anual, que haviam se situado entre 1,6% e 1,7%, entre 1872 e 1920, despencaram para apenas 0,2%, entre 1920 e 1940, do que resultou uma população praticamente estável, de 290 mil habitantes em 1940 (ALMEIDA, 2008, p. 7).
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Mestre em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social – UCSAL. E-mail: jeppinto45@gmail.com
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