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TEORIA GERAL DA COMUNICAÇÃO

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Academic year: 2021

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TEORIA GERAL DA COMUNICAÇÃO

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TEORIA DA COMUNICAÇÃO

O homem, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. Há, então, um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras, gestos, desenhos, sinais de trânsito). Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação e refere-se a um contexto, a uma situação.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Há na comunicação um remetente que envia uma mensagem a um destinatário, e essa mensagem, para ser eficaz, requer um contexto (ou um referente) a que se refere, apreensível pelo remetente e pelo destinatário, um código, total ou parcialmente comum a ambos, e um contato, isto é, um canal físico e uma conexão psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a entrar e a permanecer em comunicação.

(1) Emissor : o que emite a mensagem;

(2) Receptor : o que recebe a mensagem;

(3) Mensagem : o conjunto de informações transmitidas;

(4) Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem;

(5) Canal de comunicação: por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar;

(6) Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.

CONTEXTO MENSAGEM

REMETENTE __________________________ DESTINATÁRIO CONTATO

CÓDIGO

código = termo usado no lugar de língua (sistema linguísticos e não-linguísticos).

subcódigos = introduzem no esquema de comunicação a questão da variação

linguística: há variantes consideradas mais ou menos prestigiosas pelos usuários.

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REFERENCIAL

(centrada no contexto ou referente)

EMOTIVA POÉTICA CONATIVA

(centrada no remetente) (centrada na mensagem) (centrada no destinatário) FÁTICA

(centrada no contato) METALINGUÍSTICA

(centrada no código)

Ressaltamos que, na teoria da comunicação, costuma ser considerado ruído qualquer perturbação na comunicação, qualquer problema para a compreensão das informações, inclusive a incompreensão do próprio código.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Ao estudarmos a comunicação, devemos levar em consideração que o ato comunicativo apresenta seis elementos e cada um deles determina uma diferente função da linguagem. Os estudos sobre as funções da linguagem são úteis para a leitura e a produção de mensagens verbais. Para o linguista russo Roman Jakobson (2001, p.122-123):

(...) a linguagem deve ser estudada em toda a variedade de suas funções (...) Para se ter uma idéia geral dessas funções é mister uma perspectiva sumária dos fatores constitutivos de todo processo linguístico, de todo ato de comunicação verbal. O remetente envia uma mensagem ao destinatário. Para ser eficaz, a mensagem requer um contexto a que se refere (ou ‘referente’), apreensível pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível de verbalização; um código total ou parcialmente comum ao remetente e ao destinatário (ou em outras palavras ao codificador e ao decodificador da mensagem); e, finalmente, um contato, um canal físico e uma conexão psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a ambos a entrarem e permanecerem envolvidos na comunicação verbal.

Tendo em vista as várias funções da linguagem que ocorrem no processo de comunicação, os homens se comunicam com diferentes fins. O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, entre outros; consequentemente, a linguagem passa a ter uma função.

As mensagens (os textos) não têm apenas uma função, mas várias ou mesmo todas, hierarquizadas, i.e., há em cada texto uma função dominante. Os textos-mensagens empregam procedimentos linguísticos e discursivos que produzem efeitos de sentido relacionados com as diferentes funções e que nos permitem identificá-las.

A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante e será

difícil encontrarmos mensagens verbais relacionadas a uma única função. Estas funções não

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são excludentes, mas se organizam hierarquicamente como funções predominantes ou não.

Em um mesmo contexto, duas ou mais funções podem ocorrer simultaneamente: uma poesia em que o autor discorra sobre o que ele sente ao escrever poesias tem as linguagens poética, emotiva e metalinguística ao mesmo tempo. É importante destacar que as funções da linguagem fornecem dados e orientações para trabalharmos melhor a confecção das mensagens, bem como para desenvolvermos uma recepção mais crítica das mensagens a nós endereçadas.

FUNÇÃO REFERENCIAL (denotativa, informativa ou representativa): esta função privilegia justamente o referente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre o objeto ou situação de que a mensagem trata. Valoriza-se, assim, o objeto sem que haja manifestações pessoais ou persuasivas. O objetivo do emissor é informar, como no discurso científico e jornalístico. Uso da 3 a pessoa; apresentação de qualidades

“objetivas” ou “concretas” [não são empregados adjetivos subjetivos: lindo, horroroso].

Efeitos de sentido: 1) objetividade (3 a pessoa): apagamento ou distanciamento do sujeito; 2) realidade ou referente (nomes próprios, qualidades “objetivas” ou “concretas”: a verdade dos fatos).

FUNÇÃO CONATIVA (ou apelativa): essa função procura organizar o texto de forma a que se imponha sobre o destinatário da mensagem, persuadindo-o, seduzindo-o. Encontra sua expressão gramatical mais pura no vocativo e no imperativo. O emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação, como nos textos publicitários. É comum o uso do verbo no Imperativo, como "Compre aqui e concorra a este lindo carro". Uso da 2 a pessoa, vocativo, modalização dêontica (dever), estruturas de perguntas e respostas. Efeitos de sentido: interação com o destinatário, a que se procura convencer ou persuadir, e de quem se espera, como resposta, atitudes e comportamentos, sejam eles linguísticos ou não.

FUNÇÃO EMOTIVA (ou expressiva): por esta função o remetente imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, opiniões, avaliações. Pode-se sentir no texto a presença do remetente pelas marcas de 1 a pessoa. O emissor demonstra seus sentimentos ou emite suas opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa. Uso da 1 a pessoa;

apresentação de qualidades “subjetivas” [adjetivos: fantástico, encantador, medonho;

advérbios: de modo; modalizadores: eu acho, eu considero; recursos prosódicos. Efeitos de

sentido: subjetividade, emotividade, presença ou proximidade do sujeito, que relata não

propriamente os fatos mas seu ponto de vista sobre eles, seus sentimentos e emoções sobre

os acontecimentos.

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FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: quando o remetente e/ou destinatário têm necessidade de verificar se estão usando o mesmo código, para explicar ou definir elementos do próprio código, ou seja, a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra: linguagem que fala de linguagem. Uso de verbos de existência (ser, parecer) ou de existência de significação (significar, ter o sentido de), em geral no presente do indicativo, orações predicativas (x é y).

FUNÇÃO FÁTICA: essa função ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação, buscando verificar e fortalecer sua eficiência. O emissor testa o canal de comunicação, para observar se está sendo entendido pelo receptor. São perguntas como

"não é mesmo?", "você está entendendo?", "cê tá ligado?", "ouviram?", ou frases como

"alô!", "oi". Ex.: Alô Houston! A missão foi cumprida, OK? Devo voltar à nave? Alguém me ouve? Alô!! Uso de procedimentos prosódicos de pontuação da fala para manter o contato físico e / ou psicológico entre os interlocutores (uhn, hã), fórmulas prontas para iniciar ou interromper o contato (olá, tudo bem, como vai?, tchau, até logo, bom dia) e para verificar se há ou não contato (você está escutando?). Efeitos de sentido: aproximação e interesse entre remetente e destinatário, de presença de ambos na comunicação, de estabelecimento ou manutenção da interação.

FUNÇÃO POÉTICA: está presente nos textos que, pela sua organização, são o próprio centro de interesse da comunicação. Nesses casos, a elaboração da mensagem utiliza recursos de forma e de conteúdo que chamam nossa atenção para a própria mensagem, causando-nos surpresa, “estranhamento” e prazer estético. A linguagem das obras literárias, principalmente da poesia, em que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares. Uso de procedimentos do plano da expressão, sobretudo as diferentes formas de reiteração de sons (traços dos fonemas, sílabas, ritmos, entoações, etc.). Muitas vezes subordinada a outras funções da linguagem, não ocorre apenas na poesia, em que é função dominante, ou na literatura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1999.

JAKOBSON, Roman. Linguística e poética. In: Linguística e comunicação. São Paulo:

Cultrix, 2001.

VANOYE, Francis.Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita.

São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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Aponte as funções da linguagem que aparecem nos textos a seguir e justifique a utilização delas em função do gênero.

a)

b) Tetranetas de Tiradentes querem receber pensão? Por quê? Uma delas, pior, admite nunca ter trabalhado. Não é justo tirar daqueles que trabalham todos os dias e que, muitas vezes, recebem até menos do que o valor pedido por elas [R$ 727]

para dar àqueles que não trabalham, não fazem por merecer. Quantas pessoas realmente precisam de ajuda do governo, mas deixam de receber pensão por causa de benefícios como esse? Se as pessoas começarem a pedir pensões ao governo por ter parentesco com alguém importante da história do Brasil, chegaremos a um ponto em que veremos os descendentes de Pero Vaz de Caminha pedindo pensão.

GUSTAVO MAFFRA (Goiânia, GO)

Cartas dos Leitores. Folha de São Paulo, 30/01/2011.

c) DESTAQUES DA SEMANA - HOJE 18h - "Obra-prima?" e "Jean-Luc Segundo Luc"

19h30 - "Terras Negras",

"O Litro de Leite", "Algumas Gotas a Mais", Um Bife Passado do Ponto", "Capito?"

Folha de São Paulo, 02/02/2011.

d) FINANCIAMENTO : Fies (Financiamento Estudantil) está com período de inscrições aberto

Desde segunda-feira, estudantes que participaram do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) já podem pedir financiamento para cursar o ensino superior. A inscrição pode ser feita ao longo do ano letivo e exige que o aluno faça um cadastro no site sisfiesportal.mec.gov.br.

O Fies financia a mensalidade de estudantes de baixa renda em cursos superiores privados que tenham resultado satisfatório nas avaliações do Ministério da Educação e sejam oferecidos por instituições que aderiram ao programa.

Reformulado em 2010, ele agora tem juros de 3,4% ao ano. O percentual mínimo de

financiamento na inscrição é 50%. Folha de São Paulo, 02/02/2011.

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e) Dilma em Cuba

Parabenizo a presidente Dilma pela sua declaração sobre direitos humanos por ocasião de sua visita a Cuba. Como ela disse, se é para falar em direitos humanos, que se fale sobre o Brasil, sobre os EUA ou sobre qualquer outro país do mundo e que seja uma discussão multilateral. Por que a imprensa e a oposição só cobram atitudes da presidente em relação a Cuba? Se ela tivesse criticado a questão de direitos humanos em Cuba, ninguém se

lembraria de Guantánamo.

Benjamin Eurico Malucelli (São Paulo, SP)

Folha de São Paulo, 02/02/2012 – “Painel do leitor”

f) Sim, senhora presidente, temos que falar a respeito de Guantánamo. Entretanto não devemos utilizar aquela prisão para esconder outros desrespeitos aos direitos humanos que ocorrem no restante da ilha que a senhora está visitando.

Valter Guerra Hadad (São Paulo, SP)

Folha de São Paulo, 02/02/2012– “Painel do leitor”

g) Folha de São Paulo, 02/02/2012 - Mundo Monstro

ADÃO

Referências

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