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ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES FRENTE À VACINAÇÃO DE HPV NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE KENNEDY- ES

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ANÁLISE DO CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES FRENTE À VACINAÇÃO DE HPV NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE

KENNEDY- ES

Alice soares Lugon – email: <alicesl_5@hotmail.com>

Acadêmica de Enfermagem do Centro Universitário São Camilo – ES Gizele das Neves Minas – email: <gizeleminas02@hotmail.com>

Acadêmica de Enfermagem do Centro Universitário São Camilo – ES Jaqueline Soares Gomes – email: <jacke_soares85@hotmail.com>

Acadêmica de Enfermagem do Centro Universitário São Camilo – ES Polyana Marconcini Perim – email: <poly.perim@hotmail.com>

Acadêmica de Enfermagem do Centro Universitário São Camilo – ES Mirela Dias Gonçalves – email: <mireladg2013@gmail.com>

Mestre em Enfermagem - Professora Orientadora do Curso deEnfermagem do Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo.

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem Cachoeiro de Itapemirim-ES-2015

Resumo:

O câncer de colo uterino é a terceira causa de morte por neoplasias na população feminina. Buscando reduzir os casos de câncer de colo uterino, o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Imunização ampliou-se o Calendário de Vacinação inserindo a vacina quadrivalente contra o HPV, destinada à adolescentes do sexo feminino. A presente pesquisa teve o objetivo de avaliar o conhecimento de um grupo de adolescentes sobre assuntos relacionados à vacinação. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, de abordagem qualitativa e recorte transversal, realizado com adolescentes de 11 a 13 anos de idade que receberam vacina do HPV, o tratamento dos dados foi a partir da análise de conteúdo de Bardin. Observou- se que ainda existe um déficit no conhecimento das adolescentes em relação a vacinação, mesmo assim sentem-se beneficiadas pela imunização contra doença. Considera-se de fundamental importância que haja um elo entre os profissionais da saúde e da educação, na promoção da saúde e prevenção de

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agravos relacionados ao HPV. Sugere-se que os profissionais envolvidos intensifiquem as atividades educativas com o público alvo sobre o assunto proposto, afim de suprir as necessidades das adolescentes, bem como incentivar o auto cuidado em saúde.

Palavras-chave: Vacinação; Conhecimento; Adolescente; HPV.

Introdução

Riffel (2005), destaca que os brasileiros convivem constantemente com as doenças sexualmente transmissíveis e, a cada ano, surgem novas DSTS, tornando- se um grande problema de saúde pública. Muitas são as causas que contribuem para esse descontrole, incluindo a falta de intervenções, o sistema precário de saúde associado a outros co-fatores, sendo um deles, o socioeconômico. Muitas delas levam anos para serem diagnosticadas e mais tempo ainda para se chegar à descoberta da prevenção e tratamento (ENCINA, 2009).

Segundo Brasil (2013) há mais de 200 tipos do vírus e os mais frequentes são 16, 18, 6 e 11. Os tipos 6 e 11 causam o Condiloma Acuminado e a Papilomatose Recorrente Juvenil e o tipo 11 tem sido relacionado à Neoplasia Intraepitelial Vulvar, enquanto os tipos oncogênicos são o 16 e 18.

O Papilomavírus Humano (HPV) é fator de risco necessário, ainda que não suficiente, para o desenvolvimento do câncer de colo do útero (NOVAES, 2008).

Segundo Instituto Nacional do Câncer (2010), com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável pelo óbito de 274 mil mulheres por ano. O câncer de colo uterino é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colo retal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Estima-se que em 2014, ocorra 15.590 casos relacionado ao câncer de colo cervical (INCA, 2013).

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Buscando reduzir os casos de carcinoma relacionados ao HPV, o Ministério da Saúde (MS), através do Programa Nacional de Imunização ampliou o Calendário Nacional de Vacinação inserindo a vacina quadrivalente contra papilomavírus humano, destinada às adolescentes do sexo feminino de 11 à 13 anos, ampliando em 2015 para a faixa etária entre 09 à 13 anos, seguindo o esquema vacinal para rede pública de saúde: 1ª dose – início do esquema, 2ª dose com 6 meses após a 1ª dose e a 3ª dose com 60 meses após a 1ª dose. De acordo com o MS a vacinação contra o HPV possibilitará a prevenção da doença nos próximos anos, que representa hoje a segunda principal causa de morte por neoplasias entre mulheres no Brasil (BRASIL, 2013).

É em meio a esta visão mais ampla do processo da infecção da doença Papiloma vírus humano (HPV), que se faz presente analisar a grande necessidade da inserção de maiores intervenções que forneçam esclarecimentos específicos sobre as consequências desta doença, principalmente pelo fato dela aparecer em maior proporção no meio da população jovem afetando diretamente o comportamento dos seus portadores, causando-lhes constrangimentos e alterando sua relação de intimidade. (ENCINA, 2009).

Uma das atribuições do profissional enfermeiro na Atenção Primária à Saúde, dentro da Estratégia Saúde da Família é a prevenção. O profissional deve focar na prevenção primária para não deixar que a doença evolua, acompanhando as melhorias no rastreamento e capacitação para identificação de lesões suspeitas no exame de colposcopia. O enfermeiro é um profissional capacitado para realizar ações de educação em saúde sobre a infecção pelo vírus HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis, conscientizando o indivíduo do sexo seguro, uso do preservativo do início ao fim do ato sexual oral, anal e vaginal. Orientar para que a mulher diminua o número de parceiros, pois quanto mais parceiros sexuais, maior o risco da infecção pelo HPV (MARTINS et al.; 2010).

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Objetivo

Avaliar o conhecimento de um grupo de adolescentes sobre assuntos relacionados à vacinação de HPV, bem como as fontes de informação por elas utilizadas.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo exploratório descritivo, de abordagem qualitativa e recorte transversal, realizado com adolescentes adolescentes de 11 a 13 anos de idade que receberam vacina do HPV no ano de 2014 de uma Escola Pública Estadual no município de Presidente Kenedy – Espírito Santo.

O estudo foi composto por oito adolescentes, onde a amostra se deu por sorteio aleatório simples. Iniciou-se após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa, parecer nº 967.265. Houve uma reunião com os pais e as adolescentes que se enquadravam nos critérios elegíveis para o estudo: alunas matriculadas e freqüentando a escola; vacinadas contra HPV ano de 2014 pela rede pública e que desejavam participar voluntariamente do estudo. Após a reunião, os pais e adolescentes que se dispuseram participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a pesquisa.

A coleta de dados foi programada com a escola e realizada no período de fevereiro a março de 2015 em um ambiente de atendimento individual disponibilizado pela escola. Foi utilizado com instrumento de coleta de dados 08 questões abertas e norteadoras sobre: Indicação da vacina; orientação do profissional de saúde; fontes de informação; vacina e preservativo; opinião sobre o programa de imunização do MS; especificidade da vacina;

conhecimento sobre o exame preventivo; aplicadas através de entrevistas gravadas, em sala privativa, chegando-se à saturação teórica do corpus da pesquisa.

Os resultados foram transcritos na íntegra e tratados a partir da análise de conteúdo de Laurence Bardin. O tratamento dos dados foi

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realizado em três fases analíticas: pré-análise; exploração do material;

tratamento dos resultados.

Bardin (2011) relata que para análise do conteúdo faz-se importante compreender que se utiliza um conjunto de técnicas de análise de comunicações, dando atenção aos significados do emissor para o receptor.

Resultados e Discussão

As categorias e subcategorias revelaram-se pautadas em dois eixos temáticos que surgiram a partir do relato das participantes da pesquisa:

informação e prevenção.

1. Eixo temático Informação

No eixo temático “informação” procurou-se conhecer o discurso das participantes em relação às informações obtidas acerca do HPV, através deste foi possível identificar a categoria conhecimento sobre a vacina .

Quadro 1 – Eixo temático informação

Categoria Subcategorias

Conhecimento sobre a vacina

Informação sobre a vacina Déficit de informação

Recebendo informação profissional Acesso à informação

1.1 Categoria conhecimento sobre a vacina

Na categoria “conhecimento sobre a vacina” refere-se à informação que as participantes demonstram ter a respeito da vacina do HPV, bem como a

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orientação que receberam sobre a vacina e os meios utilizados para buscar informações sobre a mesma. Esta categoria originou quatro subcaterorias a seguir: informação sobre a vacina; déficit de informação; recebendo informação profissional eacesso à informação).

1.1.1. Subcategoria informação sobre a vacina

Na subcategoria informação sobre a vacina, buscou-se identificar o nível de informação das participantes sobre a forma de prevenção da vacina do HPV, que receberam durante a campanha promovida pelo Ministério da Saúde em 2014.

Serve para evitar o câncer do colo do útero. (A2)

Pra não ter câncer no colo do útero. (A3)

A vacina só previne contra o HPV, pras outras coisas é diferente (A5).

Diante das respostas as participantes revelaram estar esclarecidas sobre a finalidade da vacina de HPV, o que demonstra conhecimento e informação por parte das mesmas, podendo assim contribuir para uma visão positiva sobre a vacina e para maior adesão destas adolescentes em completar o esquema vacinal.

Segundo Panobianco et al. (2013) informar e conscientizar os adolescentes sobre o HPV e os riscos associados, assim como sobre as formas de prevenção, poderá contribuir para reduzir a contaminação pelo vírus.

Nota-se em outras falas a necessidade de expressão da afirmação da forma de prevenção da vacinade HPV que receberam, como a seguir:

Essa injeção que deu, só é contra o HPV, não é contra outras doenças (A7).

[...] o HPV, ele não previne 100%, e se fosse pra prevenir outras doenças colocariam lá: pra prevenir outras doenças (A8).

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Em algumas respostas observou-se que há participantes que não possuem o conhecimento adequado sobre a especificidade da vacina de HPV recebida na campanha, como a seguir:

[...] é mais pra prevenir do que pra evitar doenças. (A1)

[...] a vacina é pra prevenir todas as doenças. (A2)

Pode-se perceber a existência de participantes que necessitam de receber informações corretas e completas, a cerca da vacina, afim de esclarecê-las sobre o assunto.

Em seus estudos Cossa (2011) aponta que entre os grupos que requer maior atenção na educação em saúde, encontra-se os adolescentes, que, nas últimas décadas tem se tornado alvo de estudos e necessitando maior atenção à saúde em virtude das mudanças: físicas, psíquicas e sociais próprias da fase que se configuram em um quadro de vulnerabilidade aos agravos sociais como a gravidez indesejada, aborto, contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), além de outros problemas sociais. Neste grupo, as ações de educação em saúde desenvolvidas por enfermeiros são estratégias para estimular o debate sobre temas de interesse do adolescente, levando em consideração o contexto cultural no qual estão inseridos, em um processo contínuo e crescente de aprendizagem, contribuindo efetivamente para ampliar conhecimentos, modificar atitudes e habilidades relacionadas com comportamentos ligados à saúde

1.1.2. Subcategoria déficit na informação

Na subcategoria déficit na informação procurou-se identificar as deficiências apresentadas sobre o conhecimento adquirido pelas participantes sobre a finalidade da vacina recebida durante a campanha, como a seguir:

Sinceramente, eu não lembro para qual doença. (A1)

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Câncer de... ai, eu esqueci o nome... câncer de alguma coisa. (A8)

Nas falas as participantes revelaram deficiências nas informações acerca da prevenção de doenças a partir da vacinação do HPV, reconhecendo não saber definir para qual doença é indicada a vacina que recebeu durante a campanha. De acordo com Costa (2013) os adolescentes, em sua maioria, já ouviram falar sobre o HPV, mas têm um conhecimento limitado a respeito de questões específicas relacionadas com a transmissão, com o desenvolvimento de doenças associadas e também com as formas de prevenção.

Nota-se em algumas falas, expressão de pouca valorização quanto estarem informadas sobre o assunto abordado, podendo sinalizar a necessidade de estímulo ao cuidado sobre sua saúde.

Conforme Panobianco et al. (2013) existe um déficit entre a informação transmitida e o conhecimento adquirido, o que pode produzir uma lacuna no processo educacional na prevenção de doenças entre as adolescentes.

1.1.3. Subcategoria recebendo informação profissional

Na subcategoria “recebendo informação profissional”, buscou-se identificar se foi fornecido algum tipo de informação sobre a vacina de HPV por profissional de saúde, antes da vacinação.

[...] vieram aqui na escola. Acho que foram os enfermeiros do posto e falou... e eu tomei a vacina. (A6)

[...] quando eles vieram aqui na escola pra falar dessa vacina, eles falaram que era pra prevenir o câncer e os vírus desse câncer... (A8)

Nas falas as participantes apontaram ter recebido algum tipo de informação sobre a vacina por profissionais de saúde, contudo demonstram imprecisão ao reconhecer quem foi o profissional de saúde que trabalhou essas questões, podendo sinalizar a necessidade de estreitamento de vínculo do profissional com o público alvo.

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Ao relatarem a forma de trabalho dos profissionais, as participantes em suas falas revelaram o modo como foi desenvolvida a atividade de educação em saúde sobre a vacina do HPV. Observou-se uma tendência à transmissão de conhecimentos pelos profissionais, de acordo com Cossa (2011) alguns dos métodos de aprendizado utilizados podem ser palestra educativa e com uso de materiais didáticos, oficinas lúdico-pedagógicas, dinâmicas/debates em grupo, tais estratégias devem gerar reflexão para que então, o adolescente transforme o conhecimento em mudanças de comportamento

Dentre as participantes que reconheceram terem sido informadas por profissionais, observou-se nas falas a seguir que houve participantes que, por algum motivo não tiveram acesso às informações fornecidas pelos profissionais de saúde.

[...] somente veio as pessoas aqui informando que a gente ia tomar, e passou na televisão as coisas, a informação e a causa. (A5)

[...] não falaram sobre a vacina, mas aqui na escola os professores explicaram e passou na televisão também. (A7)

A participante (A7) refere não ter recebido informação de um profissional de saúde, todavia ressaltou a colaboração dos profissionais da educação no esclarecimento sobre a vacina de HPV. A inserção da escola nas questões de saúde merece grande destaque, tendo em vista que o setor saúde precisa de firmar parcerias que possam contribuir para saúde do adolescente, o que não o isenta da responsabilidade de suas atribuições primordiais na Atenção Básica.

Conforme Oliveira (2011), dentre as varias competências dos profissionais da ESF estão as ações educativas, que fazem com que sejam, agentes de mudanças individuais e coletivas no contexto biopsicossocial de atenção à família e comunidade. Fica assim atribuído aos profissionais da atenção à família o papel de facilitador do processo de educação em saúde. A ESF é uma estratégia operacionalizada por uma equipe multiprofissional, na qual o enfermeiro está inserido e tem papel fundamental.

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1.1.5. Subcategoria acesso à informação

Na subcategoria “acesso à informação”, buscou-se verificar os meios de comunicação utilizados pelas participantes na obtenção de informações sobre a vacina do HPV, como a seguir:

Eu vi na televisão. (A2) Eu assisti na televisão. (A3) Eu vi mesmo na televisão. (A5)

Internet, televisão que às vezes passa. (A8)

Observou-se que entre as participantes a fonte de comunicação mais citada foi a televisão, chama-nos atenção, de acordo com o contexto de vida das novas gerações a internet neste caso, não ser a primeira opção a ser lembrada. Diante deste fato pode-se salientar que, além do assunto referir-se à um assunto ainda pouco explorado, outro fator que pode ter contribuído para esta questão é a restrição acesso à internet pelos responsáveis a considerar a faixa etária, ou até mesmo o acesso à rede móvel e outros que dificultem o acesso na região onde residem.

Em concordância com Monteiro (2005) a mídia é uma das melhores formas de incentivar a interação do público com a informação veiculada, pois expõe experiências e anseios individuais, além de contextualizar e propiciar a criação de mecanismos de identificação. Nesse contexto, a divulgação de informações através dos meios de comunicação de massa tem sido reconhecida como fator auxiliar importante aos órgãos de saúde, uma vez que, mantendo os temas em pauta, consegue atingir grande parte da população.

2. Eixo temático Prevenção

No eixo temático “prevenção” procurou-se compreender os comportamentos expressos pelas participantes no que se refere às formas de

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cuidar de sua saúde e maneira como entendem prevenção de doenças.

Através deste eixo emergiu a categoria cuidado em saúde.

Quadro 2 – Eixo temático prevenção

Categoria Subcategorias

Cuidado em saúde

Concepção sobre a campanha de vacina

Proteção para a saúde

2.2. Categoria Cuidado em saúde

Na categoria “cuidado em saúde” buscou-se identificar a percepção das participantes acerca da campanha de vacinação e sua forma de prevenção de doença, bem como o uso do preservativo e da necessidade do exame papanicolau na vida adulta após a vacinação. Desta categoria originaram-se duas subcategorias, sendo elas: concepção sobre a campanha de vacina e proteção para a saúde.

2.2.2. Concepção sobre a campanha de vacina

Na subcategoria “concepção sobre a campanha de vacina” pretendeu-se verificar a opinião das participantes a respeito da campanha de vacinação realizada pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, oferecendo de forma gratuita a vacina do HPV.

Foi uma boa iniciativa, porque essa vacina é boa, pra não dar câncer. Porque, antes tinha que pagar pra tomar ela. (A7)

Acho que é uma boa iniciativa, porque primeiramente a gente tem que ter saúde né. (A8)

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Em suas falas as participantes demonstram sentir-se beneficiadas em poder receber a vacina do HPV oferecida de forma gratuita pelo serviço público, desta forma percebe-se diante das falas uma conscientização da necessidade de prevenção para melhoria da qualidade de sua saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde a vacinação é uma das medidas mais eficazes de prevenção contra doenças. É mais viável prevenir uma enfermidade do que tratá-la, e é este o objetivo da imunização. Tal recurso não apenas protege aqueles que recebem a vacina, de forma que quanto mais pessoas forem imunizadas, menor é a chance contaminação (BRASIL, 2014).

Houveram participantes que, em relação à vacinação, expressaram ainda suas perspectivas após serem imunizadas contra o HPV.

Espero que ajude em alguma coisa, que previna. (A1) Espero não pegar essa doença.Ser imune. (A6)

A expectativa positiva demonstradas nas falas , permiti-nos refletir sobre importância de se realizar uma campanha esclarecedora e informativa, pois as adolescentes demonstraram ser formadoras de opinião, podendo com isso desenvolver a autonomia necessária sobre sua saúde, melhorando sua qualidade de vida.

O MS revela que os trabalhadores da saúde necessitam incorporar em seu processo de trabalho o estímulo aos usuários e suas redes sociofamiliares o desenvolvimento da corresponsabilização no cuidado de si, visando o bem estar (BRASIL, 2013).

2.2.3. Proteção para a saúde

Na subcategoria “proteção para a saúde” procurou-se investigar se as participantes tinham a visão da necessidade de se proteger durante as relações sexuais, após adquirir imunidade para o HPV tomando a vacina.

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Precisa usar camisinha sim, porque pode ter AIDS e a gravidez também! (A5)

Em minha opinião precisa usar a camisinha, porque a vacina não previne as outras doenças. (A8)

De acordo com as falas, as participantes demonstraram conscientizadas da necessidade de utilização de métodos de barreira para a prática do sexo seguro, evitando assim outros tipos de doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com Costa (2013), o reconhecimento da importância do HPV e dos agravos associados emerge como um novo desafio no âmbito da saúde pública, levando em conta as especificidades das formas de transmissão e de manifestação ao longo da vida. Lembrando que o preservativo não elimina totalmente o risco de contrair o vírus a recusa ao seu uso constitui sério entrave para os programas de prevenção (ARCOVERDE; WALL, 2005).

Ainda no que se refere à proteção à saúde , quando questionadas sobre o que acham da necessidade de fazer o exame preventivo do câncer cérvico uterino, após completar o esquema vacinal e mantendo vida sexual ativa, responderam como a seguir:

Precisa, porque...previne as doenças que pode causar. (A4)

Precisa, porque... pra me prevenir né, é uma precaução que a gente deve ter, tem que fazer o exame. (A8)

Nas falas as participantes demonstram ter conhecimento sobre a importância da realização do exame preventivo para proteção de sua saúde, porém, tem conhecimento limitado quanto ao exame.

De acordo, com Cirino (2010), é grande a importância em mulheres que mantém vida sexual ativa realizar o exame preventivo, pois é possível diagnosticar lesões ainda na fase intraepitelial (não invasiva) em mulheres assintomáticas dada a lenta evolução deste câncer.

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Considerações finais

Levando-se em consideração que as participantes do estudo receberam a vacina de HPV, e tendo em vista os aspectos trabalhados na pesquisa, constatou-se um déficit no conhecimento que pode comprometer à saúde da adolescente.

Percebe-se que as participantes sentem-se beneficiadas com a campanha de vacinação para o HPV promovida pelo Ministério da Saúde, o que pode representar uma visão positiva sobre as práticas preventivas de saúde.

Outro fato importante que emergiu deste estudo foi a televisão como principal fonte de informação utilizadas pelas participantes, podendo apontar a grande influência que os meios de comunicação exercem sobre o público pesquisado.

Entende-se que existe a necessidade de reflexão sobre as práticas de educação em saúde utilizadas pelos profissionais da Atenção Básica, para maior efetividade do serviço e como ferramenta capaz de mudar a realidade encontrada, com incentivo ao auto cuidado e na promoção da saúde do adolescente.

Sugere-se que os profissionais envolvidos intensifiquem as atividades educativas com o público alvo sobre o assunto proposto, e que haja uma interação entre a saúde e educação, a fim de melhorar a qualidade do serviço e contribuir para a saúde da adolescente.

Referências

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COSSA, Ana Paula Pereira; JARDIM, Dulcilene Pereira. O enfermeiro na educação em saúde na adolescência nos últimos dez anos. Rev. Enferm Unisa. São Paulo, volº12, nº01.2011. Disponivel em: http://www.unisa.

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