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ASSUNTO: PROPOSTA ALTERAÇÃO À LEI N

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Academic year: 2021

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ASSUNTO: PROPOSTA ALTERAÇÃO À LEI N.º 65/2007, DE 12/11, QUE DEFINE O ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E OPERACIONAL DA PROTEÇÃO CIVIL NO ÂMBITO MUNICIPAL, ESTABELECE A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DE PROTEÇÃO CIVIL

PARECER

COMISSÃO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO CIVIL (art. 3º)

No que concerne à composição da comissão municipal de proteção civil (CMPC), há alguns ajustamentos na respetiva composição (para além da figura do coordenador), nomeadamente com a expressa referência aos capitães dos portos territorialmente competentes nos municípios adjacentes ao espaço jurisdição marítima; (todos) os presidentes das juntas de freguesia e a um representante do ICNF.

Comentários da ANMP

1. Considera-se que a CMPC deve apresentar a seguinte composição:

a) O presidente da câmara municipal, como autoridade municipal de proteção civil, que preside;

b) O coordenador municipal de proteção civil;

c) O comandante de cada corpo de bombeiros existente no município ou outro elemento de comando por si designado;

d) Um representante das Forças Armadas em funções de proteção civil na área operacional do município;

e) Um elemento de cada uma das forças de segurança presentes no município;

f) Os capitães dos portos territorialmente competentes nos municípios adjacentes ao espaço de jurisdição marítima;

g) A autoridade de saúde do município;

h) O dirigente máximo da unidade local de saúde ou o diretor executivo do agrupamento de centros de saúde da área de influência do município e o diretor do hospital da área de influência do município, designado pelo diretor-geral da saúde;

i) Um representante dos serviços de segurança social;

j) Os presidentes das juntas de freguesia, em número não superior a três, designados pela assembleia municipal;

k) Um representante do Instituto Nacional de Emergência Médica;

l) Os representantes de outras entidades e serviços, implantados no município, cujas atividades e áreas funcionais possam, de acordo com os riscos existentes e as características da região, contribuir para as ações de proteção civil.

1.1. Sobre a previsão, na proposta de lei de alteração, da presença de todos os presidentes de junta de freguesia na CMPC, entende-se que a mesma é absolutamente inviável em municípios com um grande número de freguesias, pelo que opta-se por propor um n.º de representantes destas autarquias não superior a três.

1.2. A eliminação do representante do ICNF justifica-se, na medida em que existindo também na lei as

“comissões municipais de defesa da floresta contra incêndios” e sendo o risco de incêndio florestal diferente no território nacional e dos próprios municípios, deveria ser deixado à consideração de cada um

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dos municípios a integração de um representante do ICNF, incorporado na ponderação ao abrigo da alínea l).

2. Concomitantemente, parece-nos não fazer sentido definir em duas leis – Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC) e Lei n.º 65/2007 – a composição da CMPC. Aliás, as propostas de lei submetidas para análise apresentam incongruências quanto à composição da CMPC prevista em ambas.

2.1. Assim, parece-nos que a técnica legislativa correta é definir a composição na LBPC e fazer referência a esse facto na Lei n.º 65/2007, através de remissão.

3. No que concerne às competências da CMPC, entende-se que as mesmas devem ser as seguintes:

a) Diligenciar pela elaboração de planos de emergência de proteção civil de âmbito municipal;

b) Acompanhar as políticas diretamente ligadas ao sistema de proteção civil que sejam desenvolvidas por agentes públicos;

c) Dar parecer sobre o acionamento dos planos, quando solicitado pelo presidente da câmara municipal;

d) Sugerir e apoiar a realização de exercícios a nível municipal, simulacros ou treinos operacionais, que contribuam para a eficácia de todos os serviços intervenientes em ações de proteção civil;

e) Sugerir a emissão de comunicados e avisos às populações e às entidades e instituições, incluindo os órgãos de comunicação social.

ÓRGÃOS MUNICIPAIS (art. 5º) (descentralização)

Compete à assembleia municipal aprovar os planos de emergência de proteção civil de âmbito municipal após parecer da CMPC e da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), e acompanhar a sua execução.

Note-se que no regime em vigor, a aprovação do plano municipal de emergência compete à Comissão Nacional de Proteção Civil.

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL (art. 6º)

Comentários da ANMP

1. Considera-se que o presidente da câmara municipal, no âmbito da sua competência para ativar e desativar o plano municipal de emergência de proteção civil e os planos especiais de emergência, apenas deve ouvir a Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) se tal audição for possível.

1.1. Assim, o art. 6º n.º 3 deve apresentar a seguinte redação: “3 -Compete ao presidente da câmara municipal ativar e desativar o plano municipal de emergência de proteção civil e os planos especiais de emergência, ouvida, sempre que possível, a Comissão Municipal de Proteção Civil”.

SERVIÇOS MUNICIPAIS DE PROTEÇÃO CIVIL (art.s 9º e 10º)

Em relação aos serviços municipais de proteção civil (SMPC), estipula-se que este serviço depende hierarquicamente do presidente da câmara municipal, com a faculdade de delegação no vereador por si designado, e é dirigido pelo coordenador municipal de proteção civil (na redação em vigor refere-se que o SMPC é dirigido pelo presidente da câmara municipal).

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Estipula-se ainda que o SMPC assume competências no âmbito florestal, nos casos em que não exista gabinete técnico florestal (GTF).

Comentários da ANMP

1. No que concerne a este último ponto, importa referir que esta opção do legislador não pode colocar em causa, de modo algum, os apoios previstos na lei para o desenvolvimento das competências municipais na área da defesa da floresta contra incêndios.

1.1. Ou seja, não existindo GTF, os apoios disponibilizados através do Fundo Florestal Permanente, para o funcionamento do GTF, devem ser canalizados para o SMPC que assuma diretamente as competências no âmbito florestal.

COORDENADOR MUNICIPAL DE PROTEÇÃO CIVIL (art.s 10º-B e 10º-C) (Novo, ao nível da “nome”)

A Lei n.º 80/2015, de 3/08 – última alteração à Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC) – introduziu a figura do Coordenador Municipal de Proteção Civil em substituição da figura do Comandante Operacional Municipal.

A introdução desta nova figura importa a alteração da Lei n.º 65/2007, de 12/11 - que define o enquadramento institucional e operacional da proteção civil no âmbito municipal, estabelece a organização dos serviços municipais de proteção civil.

À semelhança do que do que se verifica com a figura do COM (agora revogado), o coordenador municipal de proteção civil:

• Existe em cada município.

• Depende hierárquica e funcionalmente do presidente da câmara municipal, a quem compete a sua nomeação.

• Atua exclusivamente no âmbito territorial do respetivo município.

Comentários da ANMP

1. Nesta matéria é necessário estabelecer na lei – tal como se verifica no regime em vigor a respeito do COM – que existindo um corpo de bombeiros da Administração Local (há 26 municípios detentores destas estruturas), o comandante desse corpo assume as funções de coordenador municipal de proteção civil, por inerência do cargo.

1.1. Assim, propõe-se a seguinte norma:

Nos municípios com corpos de bombeiros profissionais ou mistos criados pelas respetivas câmaras municipais, o comandante desse corpo é, por inerência, o coordenador municipal de proteção civil”. (cfr. o atual n.º 5 do art. 13º da Lei n.º 65/2007)

2. Ainda sobre a figura do coordenador municipal de proteção civil – no universo dos municípios que não são detentores de corpos de bombeiros da Administração Local -, garantidamente, está em causa um cargo e não um lugar de carreira.

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2.1. Constatado tal facto – de que o coordenador municipal de proteção civil será um cargo (não inserido em carreira) – importará esclarecer, na letra da lei, tal facto, mais prevendo que:

a) O correspondente posto de trabalho tem de estar previsto no mapa de pessoal do município.

b) O cargo será exercido em comissão de serviço por períodos de 3 anos, sem prejuízo da sua renovação por idênticos períodos.

c) A escolha e designação é competência do presidente da câmara municipal, de entre indivíduos, com ou sem relação jurídica de emprego público, que possuam licenciatura e experiência funcional adequadas ao exercício daquelas funções.

d) O coordenador municipal de proteção civil seja equiparado, para efeitos remuneratórios, à remuneração de um dos cargos dirigentes da Administração Local, conforme deliberação da assembleia municipal, atenta a realidade de cada município.

e) A atribuição de despesas de representação poderá ocorrer nos mesmos termos e percentagens que são atribuídas aos cargos dirigentes da Administração Local.

f) A equiparação é meramente para efeitos remuneratórios não sendo, obviamente, contabilizados para efeitos de eventuais limites ao provimento de cargos dirigentes.

CENTROS DE COORDENAÇÃO OPERACIONAL MUNICIPAL (art. 10º-A) (Nova estrutura - Descentralização)

O legislador entende criar os Centros de Coordenação Operacional de nível Municipal, especialmente destinados a assegurar o controlo da situação com recurso a central de comunicações integradas e eventual sobreposição com meios alternativos.

Estes Centros de Coordenação Operacional Municipal (CCOM) – já se encontram previstos na lei os centros de coordenação operacional de nível nacional e distrital –, visam assegurar que todas as entidades e instituições de âmbito municipal imprescindíveis às operações de proteção e socorro, emergência e assistência previsíveis ou decorrentes de acidente grave ou catástrofe se articulam entre si garantindo os meios considerados adequados à gestão da ocorrência em cada caso concreto.

A composição, atribuições e funcionamento dos CCOM são definidos no diploma que cria o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS).

Compete ao coordenador municipal de proteção civil

c

onvocar e coordenar o CCOM, nos termos previstos no SIOPS.

Comentários da ANMP

1. Esta reorganização da estrutura municipal da proteção civil determina um aumento de custos para os municípios, que deve ser devidamente ponderada pelo legislador, preconizando-se a alteração ao Regime Financeiro das Autarquias Locais, no sentido desta Lei passar a prever como receita municipal, nomeadamente, a atribuição:

• De uma percentagem sobre os prémios de seguro:

a) O valor dos prémios dos seguros contra fogo e de transporte de mercadorias perigosas, incluindo

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b) O valor dos prémios dos seguros multirriscos;

c) O valor dos prémios dos seguros de riscos acessórios;

d) O valor dos prémios dos seguros agrícolas e pecuários.

1.1. Até meados dos anos 80 a receita gerada - pela percentagem sobre os prémios de seguro indicados - destinava-se a financiar a proteção civil municipal. A partir daquela data e até ao presente, estamos perante uma receita canalizada para a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), com o objetivo de subsidiar, em parte, os corpos de bombeiros das associações humanitárias de bombeiros, deixando a proteção civil municipal fora deste financiamento.

1.2. Justificando-se agora, mais que nunca, a reposição das referidas percentagens sobre os prémios de seguro como receitas municipais, com o objetivo de financiar a proteção civil municipal.

1.3. Estima-se que o valor anual desta receita seja superior a 30 milhões de euros.

SALA MUNICIPAL DE OPERAÇÕES E GESTÃO DE EMERGÊNCIAS (art. 16º-A)

Possibilita-se, ao nível municipal, caso a câmara municipal o entenda, uma sala municipal de operações e gestão de emergências (SAMOGE), no âmbito dos serviços municipais de proteção civil, nos municípios com mais do que um Corpo de Bombeiros.

Comentários da ANMP

1. Entende-se que o nome a dar a esta estrutura deve ser «Centro Municipal de Operações de Socorro»

(CMOS).

1.1. Mais se entende que, no caso de a câmara municipal entender criar esta estrutura, a mesma deve substituir obrigatoriamente as centrais de despacho de todos os Corpos de Bombeiros existentes no município, bem como as das estruturas municipais que a integrem.

FORMAÇÃO (art. 23º)

Comentários da ANMP

1. Este artigo não pode, de maneira nenhuma, deixar de referir o organismo central de formação para a Administração Local, como entidade primeira para a formação dos trabalhadores dos SMPC.

1.1. Ainda que, tradicionalmente, tal entidade fosse o Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA), não obstante as transformações e extinções legais entretanto ocorridas com esta entidade, a existência de tal entidade central para a Administração Local persiste e mantém-se.

1.2. Presentemente a Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) detém tais responsabilidades legais, mas a ANMP, ou Fundação por nós instituída, pode vir – a curto prazo – aassumir tais

responsabilidades, nos termos do DL n.º 193/2015, de 14/09.

Em face do exposto, a ANMP não está em condições de emitir parecer favorável, salvo se forem tidos em conta os comentários/observações apresentados por esta Associação.

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ANMP, 13 de junho de 2017

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