Algumas proposições sobre o rheumatismo articular agudo

ALGUMAS PROPOSI ÇÕES

SOBRE

<

T J

0 lillEIlUTISlIO AISTKSILAI !

Que foi apresentada a’Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,e sustentadaem 18 deDezembro de 1843,

POR

(tlaubino3ost

t

^ücgas,

S ATIBALDE TILL A«OVA(PROVÍNCIA DO MO DE JANEIRO),FILHO DE VICTORINOVIECASPE MACENO

.

DOUTOREMMEDICINAPELA MESMA FACULDADE

.

Morbicadunt et fabricanturtithomo ipse.

PABACSLSO

.

RIO DE JANEIRO

TYPOGRAPHIA

UNIVERSAL DE LAEM3IERT

RuadoLavradio N

.

53

1843

* FACULIUDl DE MEDICINA DO DIO DE JANEIRO

DIRECTOR

.

OSR.DR.JOSÉ MARTINS ^DA CRUZ JOBIM

.

LENTES PROPRIET^ÁRIOS

.

OsSas

.

^{DOPTORKS :}

1

.

^»ARRO

.

Physica Medica

.

BoianicaMedica, eprincipio*elementares de Zoologia

.

2.^®A s.t o

. .

CiivmicaMedica,cprinc

. . .

^ípioselementares de, J

.

^V

.

TORRES HOMEM,£*aminarfor

.

r>

f

^'

^

^{^}M i n e r a l o g i a^J

.

J

.

M

.

NUNESGARCIA Anatomiagérai c dcscriptiva

.

3.*Ano

.

J

.

^M.NUNES GARCIA L.DEA

.

P.DACUNHA

4.^® Asso

.

L.F

.

FERREIRA

J

.

J. DASILVA, Examinador

. . .

J

.

J

.

^DRCARVALHO,Examinador

.

F

.

^DEP

.

CAN DIDO

Í

F

.

^F

.

ALLEMÀ O

.

Anatomiageralc descriptiva

.

Plivsiologia

.

Patliologiaexterna.

Patliologia interna.

r ^Pliarmacia,Matéria Medica, especialmentca I Brasileira,TherapeuticacArte deformular.

5.^®Asso

.

C

.

B

.

MONTEIRO,Supplenle

.

Operações,Anatomia topograpliica e Apparelhos

.

{ Partos,Moléstias demulheres pejadaseparidas, cdemeninos rcccm-^nascidos

.

F.J.XAVIER

' 6

.

^*Asso

.

T

.

^G.on* SANTOS

.

^Presidente

. .

.

J

.

^M

.

^DAC

.

^JOBIM

. . .

^HygieneeHistoria de Medicina

.

. . .

Medicina Legal

.

DHWftw

2

.

^®ao4

.

^®M

.

K P

.

ouCA RAALIIO Clinicaexterna cAnat

.

Pathologicarespective.

5.^®aoG.^®M

.

^DEV

.

PIMENTEL

. . . . . . .

Clinica internacAnat

.

Pathologica rcspectiva

.

LENTES SUBSTITUTOS

. j

^Secçãodas Sciencias

I

^{SoerãoMedica,}

j

^{SecçãoCirúrgica}

^.

accessorias

.

J

.

B

.

^DAROSA

.

^Supplente

. . .

A

.

F

.

MARTINS 1⁾

.

M

.

^DKA

.

^AMERICANO

. .

^,

!..^D»C

.

FEIJO’,Examinador

.

SECRETARIO.

I⁾«

.

LUIZCARLOSDA FONSECA

.

.

V./

.

’

.

Em virtude deumaresoluçãosua,aFaculdaden ão approva, nem reprova asopiniôc *

i

-

init lidas nas Theses,osquaesde vein scrconsideradas comoproprias dcseu»autlinm

.

AOS MANESDOMEU

PROTECTOR ,

EMEU MELHOR AMIGO,

jJc

ï

ii^'o ^{jrvmra (}

Æ arï

^ioso»

Signaldc gratid^ão eternacamizade porsuasincansáveisfadigas

.

AOS DE MINHA CARINHOSA

,

E SEMPRE CHORADA MAE

,

Cibernta JHaria

ba ⁽Ê

onmc

íto

,

* ¹

Tributo do amor de um filho

.

AOS

MEUSIRMÃOS E AOS MEUS BONS

AMIGOS ,

Provad auiiiadcdo

C

.

J

.

V

.

V.

ALGUMAS PROPOSI ÇÕES

SOBRE

« lillEllIATISIO AItTICILAIS ACIDO ^.

1.

O llheumatismo articular agudoé ainflammaçâo dosystema fibro

-

scroso das articulações

.

f^».

Aidadeadulta

,

otemperamento sanguíneo

,

eaconstituiçãoforte

,

muito predisp^õem a esta afíecção, c o sexomasculino mais que o feminino

.

3.

Entre as causasoccasionaes se reputa mui poderosa a influencia doar frio e húmido

,

assim comoasuppressãodatranspiração

.

U .

Amétastase dequalquer aflecçãocutanea

,

asuppressãodo mens

-

truo

,

ou a do fluxo hemorrhoidal

,

assim comotodas as outras dasinflammaçõcs

,

podemoceasionaro

rheumatismo .

^causai

3

—

^{t o}

—

5

.

Succédera nãopoucasvezesqueorheumatismoapparcçasemcausa reconhecida

.

6.

Oabuso das bebidas alcoholicas,cos alimentos muito nutritivos, podem dar lugaraoapparecimento do rheumatismo

.

rj

Molleza decorpo , congestão de diversos orgãos,épistaxis

,

palpi- tações, &c

. ,

são symptomas que quasi sempre precedem aorheu

-

matismo

.

8.

O frio mais ou menos violento,aacceleraeãoeplenitudedopulso

,

ocalorurente dapelle

,

asede viva,o peso de cabeça

,

eosentimento decansaço omanifestãoquasi sempre

.

9.

Uma oumuitasarticulações tornão

-

sedolorosas

,

tumefactas, pelle

,

queascobre

,

quente

,

^{c á}s vezesrosada

.

^ea

10

.

Ador que^aprincipioapenas

incommoda ,

torna progressivamente difíicil

,

eatéimpossívelomovimento

.

—

¹¹

1 1

.

Ador pôde chegara^{um tal}grãode

inlonsidadc ,

queatéhonorin^'

.

frio

glacial ,

quando o doentefizer o menor inovi

-

voccasione » un incuto

.

12.

Ossymptomasgeraes^elocaes

,

que se desenvolvemdepoisda invasão

da moléstia

,

sãoirregulares emsua marcha

,

e apresentãoalterações continuas deexacerbação eremittcncia

.

13.

Não é raro que appareça a reacção nosorg^ãos digestivos

,

circu

-

latórios

,

ealgumas vezesnoenccphalo,produzindoalterações diversas

.

lã

.

As moléstias

,

quesepodem confundir comorheumatismo

,

excepto agotta,facilmenteasdistingueopratico

,

queindagar suascausas

.

15.

Os accessos que nagotta durão de seisa oitohoras,ediminuem de intensidade para denovo apparecer

,

constituem um dos signaes que melhoradistinguemdorheumatismo

.

10

.

O

rheumatismo

nãoapresenta regularidade

alguma

_{em suamarcha}

.

—

¹²

—

1 7.

Agottainvadedepreferenciaosgrossos artelhos

,

^{os ossos}domc

-

tatarso

,

easarticulações finas

.

18.

O tratamentopôdemodificara

irregularidade

da marcha,eaduração do rheumatismo

.

19.

O rheumatismo articularagudo termina pela resolução

,

ou passa aoestado chronico

,

e estepóde ser acompanhado degravesalterações organicas

.

20.

Apericardite

,

endocardite

,

capleurizia

,

complicando esta affecção, podem occasional^’a morte

.

21.

Acontece muitas vezes queapericarditee aendocardite

coincid

^ão separadaou juntamente comestaaffecção

.

22.

Quando apericardite ou a endocardite é consecutiva ao desap

-

parccimcnto do

rheumatismo

articular agudo

,

a morte pôde

scr

prompta

.

18

5’.

.

.

0 prognostico desta aífccção não c desfavor^ável

,

quando não lia complicação;nãoé assim,quando

apparccc

apericardite

,

^{ou a endo}

-

cardite

.

24.

0rigoroso tratamentoantiphlogistico

,

bemdirigido^,éoquemelhor combate^o rheumatismo articularagudo

.

25.

As indagações cadavéricas teem feitoreconhecer a existência de graves alteraçõesnosorgãosalfectadosd’este mal

.

HIPPOCRATIS APHORISMI ^.

l.

Mulationes anni temporum maxime pariunt morbos^:clin ipsis temporibus mutationcsmagnæ,lùmfrigoris, turncaloris

,

e⁽cælcra pro ratione^etcoclem modo

.

( Seel

.

³

^.

^'1Apli

.

I.⁶)

II

.

Acutorummorborum non omnin òtutæ sunt prædicliones

,

neque mortis

,

nequesanitatis

.

(Sect

.

3.^JAph

.

19

.

^°)

III.

Lassitudincsspontc obortæmorbosdenuntiant

.

(Sect

.

^2.*Aph

.

5

.

^*) IV

.

Quae^*longo temporeextenuanlur corpora, lentoreiiccrc oportet;

quæverò brevi,celcriter

.

(Sect

.

2.^*Aph

.

7

.

°) V

.

C ùm morbus in vigore fuerit

,

tunc veltenuíssimo victuulineccsse est

.

(Sect

.

1

.

“ Aph

.

8

.

^°)

VI

.

Ad extremosmorbosextremaremediaexquisité optima

.

( Sect

.

\ ,^m Aph

.

6

.

^°)

»10j<KJAM.MO,1843. TÏP06RAPIIJA UMVERSALUE LAEMMERT BIA DO LAVRADIO,33

.

lîsta These está conforme os Estatutos

.

Rio

,

10 de Dezembro de

1843.

Dr

.

THOMAZ

GOMES

DOS

SANTOS .