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Manual Técnico HIGIENE E SANEAMENTO EM CAMPANHA EB70-MT-10.404

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual Técnico

HIGIENE E SANEAMENTO EM CAMPANHA

1aEdição 2019

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EB70-MT-10.404

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual Técnico

HIGIENE E SANEAMENTO EM CAMPANHA

1aEdição 2019

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PORTARIA Nº 157-COTER, DE 02 DE OUTUBRO DE 2019 Aprova o Manual Técnico EB70-MT-10.404 – Higiene e Saneamento em Campanha, 1ª Edição, 2019, e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 16 das INSTRUÇÕES GERAIS PARA O SISTEMA DE DOUTRINA MILITAR TERRESTRE – SIDOMT (EB10- IG-01.005), 5a Edição, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 1.550, de 8 de novembro de 2017, resolve:

Art. 1° Aprovar o Manual Técnico EB70-MT-10.404 – Higiene e Saneamento em Campanha, 1ª Edição, 2019, que com esta baixa.

Art. 2° Revogar o Manual de Ensino EB60-ME-17.401 – Higiene e Saneamento em Campanha, 1ª Edição, 2019, aprovado pela Portaria Nº 006- DECEx, de 16 de janeiro de 2019.

Art. 3° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS Comandante de Operações Terrestres

(Publicado no Boletim do Exército nº 42, de 18 de outubro de 2019)

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As sugestões para o aperfeiçoamento desta publicação, relacionadas aos conceitos e/ou à forma, devem ser remetidas para o e-mail

portal.cdoutex@coter.eb.mil.br ou registradas no site do Centro de Doutrina do Exército http://www.cdoutex.eb.mil.br/index.php/fale-conosco

A tabela a seguir apresenta uma forma de relatar as sugestões dos leitores.

Manual Item Redação Atual Redação Sugerida Observação/Comentário

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NÚMERO DE ORDEM

ATO DE APROVAÇÃO

PÁGINAS

AFETADAS DATA

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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1 Finalidade... 1-1 1.2 Considerações Iniciais... 1-1 1.3 Importância da Higiene em Campanha... 1-1 1.4 Responsabilidades do Comandante... 1-2 1.5 Responsabilidades da Logística Militar Terrestre... 1-2 1.6 Responsabilidades do Apoio de Saúde... 1-3 1.7 Responsabilidades da Função Logística Engenharia... 1-4 1.8 Responsabilidades do Militar... 1-4 CAPÍTULO II – HIGIENE INDIVIDUAL

2.1 Generalidades... 2-1 2.2 Medidas de Proteção e Melhoria da Saúde... 2-2 CAPÍTULO III – GESTÃO DE RESÍDUOS

3.1 Finalidade... 3-1 3.2 Gestão de Resíduos Sólidos em Campanha... 3-1 3.3 Gestão de Resíduos Líquidos em Campanha... 3-5 CAPÍTULO IV – DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

4.1 Generalidades... 4-1 4.2 Disseminação das Doenças Transmissíveis... 4-2 4.3 Medidas de Controle... 4-3 4.4 Outras Doenças Transmissíveis de Importância Militar... 4-6 REFERÊNCIAS

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CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE

1.1.1 Este manual tem por finalidade proporcionar informações e servir de orientação no uso de medidas práticas destinadas à preservação da saúde e prevenção de doenças no Exército Brasileiro. Explana as bases do saneamento e sua aplicação em operações. Assinala as responsabilidades do comando e do pessoal militar no conhecimento e observância das normas de saúde e de higiene, especialmente aquelas atinentes à condição de vida e à circunstância peculiar do serviço militar.

1.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.2.1 Elaborado inicialmente como Manual de Ensino pela Assessoria de Doutrina do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), este documento, dada a importância das suas informações e a necessidade do conhecimento pela Força Terrestre (F Ter), foi solicitado pelo Comando de Operações Terrestres (CO Ter) para adoção como Manual Técnico.

1.2.2 Higiene é a parte da medicina que visa à preservação da saúde e ao estabelecimento das normas e preceitos voltados para o pessoal (tropa e indivíduos) para prevenir as doenças, constituindo-se no conjunto de condições ou hábitos que conduzem ao bem-estar e à saúde, à limpeza e ao asseio.

1.2.3 O Saneamento em Campanha é a atividade diretamente ligada a procedimentos logísticos e de organização das instalações que prevê medidas de destinação correta de dejetos e rejeitos orgânicos e inorgânicos. Dentre as medidas, pode-se citar:

a) Destinação do esgotamento sanitário.

b) Afastamento mínimo entre esgotamento sanitário e suprimento de água e confecção e armazenamento de gêneros alimentícios.

c) Destinação de materiais inorgânicos e orgânicos diversos (Gestão de Resíduos).

d) Inspeção sanitária e ambiental, além das ações corretivas nesta área.

1.3 IMPORTÂNCIA DA HIGIENE EM CAMPANHA

1.3.1 O potencial humano é o mais valioso recurso de que o Exército dispõe e tudo deve ser feito para preservá-lo. Nos atuais conflitos, ainda observa-se um

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maior número de mortes devido à ação do inimigo do que por doenças, isto é, baixas fora de combate. Entretanto, estas ainda são o maior fator de redução do potencial humano, por causa das baixas e incapacidades que determinam.

O êxito em combate – objetivo final de qualquer força militar – exige que a tropa esteja em permanente estado de aptidão para o combate. A higiene e o saneamento em campanha contribuem para esse objetivo com meios destinados a proteger e a melhorar a saúde do pessoal militar.

1.4 RESPONSABILIDADES DO COMANDANTE

1.4.1 O comandante, qualquer que seja o escalão, é o responsável pelo cumprimento das normas estabelecidas nos regulamentos de saúde dentro da unidade sob seu comando, bem como dentro dos limites da zona ocupada pela unidade. Tomará todas as medidas necessárias, ao seu alcance, no sentido de corrigir condições higiênicas deficientes.

1.4.2 O médico da unidade é o principal conselheiro nos assuntos referentes à higiene, ao saneamento e à saúde de sua tropa. Cabe-lhe prover a prestação de serviços médicos, inclusive tratamento dos doentes e feridos, recomendar e supervisionar as atividades e a instrução das turmas de higiene, prevenção de doenças e primeiros socorros.

1.4.3 O Oficial de veterinária assessora o comandante no sentido de preservar a higidez da tropa, por meio de medidas de vigilância sanitária e ambiental, inspeção de água e alimentos e controle de zoonoses e pragas. Realiza, também, tratamento clínico e cirúrgico dos animais de trabalho utilizados em operações militares, assim como compõe equipes de saúde multidisciplinares, com intuito de avaliar as possíveis ameaças à saúde inerentes ao ambiente operacional.

1.4.4 É responsabilidade direta de o comandante determinar a prática das normas sanitárias e de higiene em campanha; a do médico é aconselhá-lo quanto ao que deve ser feito. Somente em assuntos que envolvem conhecimento técnico, o médico especifica como fazê-lo. O comandante pode delegar poderes ao médico, em assuntos ligados a medidas de saneamento e de higiene. Mesmo assim, toda a responsabilidade recai sobre o comandante.

1.5 RESPONSABILIDADES DA LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE

1.5.1 São atribuições da Logística Militar Terrestre: a obtenção, o armazenamento e a distribuição dos suprimentos necessários ao saneamento e à higiene individual. É também responsável pela instalação e operação dos serviços em campanha (lavanderias, postos de banho e padaria, entre outros).

Realiza, ainda, a desinfecção e a desinfestação.

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1.6 RESPONSABILIDADES DO APOIO DE SAÚDE

1.6.1 A missão do Serviço de Saúde é executar as atividades e tarefas da Função Logística Saúde, com a finalidade de manter o pessoal militar em boas condições de aptidão física e mental para o cumprimento de suas missões, por meio de prevenção, recuperação ou evacuação.

1.6.2 A Função Logística Saúde é encarregada, entre outras atividades e tarefas, de investigar as condições sanitárias no meio militar. Para isso, deve apresentar sugestões quanto:

a) à localização de quartéis, acantonamento e estacionamentos;

b) ao controle da qualidade dos alimentos e da água;

c) à prevenção de doenças;

d) à imunização; e

e) à eliminação de resíduos do Serviço de Saúde.

1.6.3 É responsável, ainda, pelas recomendações sobre:

a) higiene individual;

b) higiene da alimentação;

c) instrução e treinamento de higiene em campanha;

d) instalações sanitárias e outros dispositivos de higiene; e e) combate a vetores e zoonoses.

1.6.4 Como assessor do comandante, para assuntos sanitários, o chefe da Seção de Saúde deverá realizar inspeções e elaborar relatórios, visando a manter em boas condições o estado sanitário da Unidade.

1.6.5 Os inspetores sanitários são os assistentes do chefe do Serviço de Saúde no que diz respeito à supervisão e ao planejamento de higiene em seu escalão.

1.6.6 O chefe do Serviço de Saúde poderá organizar equipes de higiene, quando a situação exigir e o efetivo permitir, para:

a) auxiliar os inspetores sanitários;

b) inspecionar as instalações, aplicar as normas vigentes e relatar as irregularidades; e

c) instruir a tropa sobre assuntos técnicos de saneamento.

1.6.7 Em campanha, elementos do Serviço de Saúde da unidade poderão ser destacados, temporariamente, para atuar nas subunidades, a fim de auxiliar os comandantes em assuntos sanitários. Neste caso, caberá ao comandante de subunidade fornecer o efetivo necessário para execução dos trabalhos.

VETORES SÃO, EM GERAL, INSETOS QUE PODEM TRANSMITIR DOENÇAS ATRAVÉS DE HOSPEDEIROS.

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1.7 RESPONSABILIDADES DA FUNÇÃO LOGÍSTICA ENGENHARIA

1.7.1 A Função Logística Engenharia realiza o planejamento e a execução de obras e serviços de engenharia, referentes às instalações logísticas e aos estacionamentos de tropas, de acordo com a sua capacidade e solicitação do escalão apoiado, visando a prover, entre outros fatores, condições adequadas de apoio à saúde, de higiene e de conforto da tropa.

1.7.2 Ela assessora e apoia as ações de gestão ambiental de resíduos no escalão apoiado, por meio de elementos especializados, visando a prevenir, mitigar ou corrigir os impactos adversos causados pela execução das operações sobre o meio ambiente, a segurança e a saúde do pessoal militar.

1.7.3 Realiza, ainda, o planejamento e a execução da produção de água tratada, por meio de elementos de Engenharia, em coordenação com a Função Logística Saúde e Suprimento.

1.8 RESPONSABILIDADES DO MILITAR

1.8.1 A preservação da saúde é uma responsabilidade de cada indivíduo. A ignorância ou a indiferença à prática de normas sanitárias pode frustrar em muito o esforço dos serviços que operam em favor do bem-estar individual. Em seu próprio benefício e no de seus companheiros, faz-se mister que cada indivíduo conheça e observe as normas de higiene e saneamento em campanha.

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CAPÍTULO II HIGIENE INDIVIDUAL

2.1 GENERALIDADES 2.1.1 DEFINIÇÃO

2.1.1.1 Higiene pessoal é o conjunto de cuidados diários que o indivíduo deve ter com seu próprio corpo, assim como, os cuidados com os alimentos, água e ambiente, visando a manter o bem-estar do organismo e da sua saúde.

2.1.2 IMPORTÂNCIA DA HIGIENE PESSOAL

2.1.2.1 O militar que não segue as normas de higiene individual corre o risco de ficar doente e, dessa maneira, pode disseminar sua doença e comprometer a eficiência da missão como um todo. A higiene individual contribui para a preservação da saúde das seguintes formas:

a) protege o indivíduo dos agentes de doenças infecciosas, presentes no meio ambiente;

b) protege a Unidade, reduzindo a disseminação de doenças transmissíveis; e c) promove a saúde como estado de máximo bem-estar físico e mental.

2.1.3 RESPONSABILIDADES NA MANUTENÇÃO DA HIGIENE PESSOAL

2.1.3.1 Responsabilidade Individual - é responsabilidade do militar, entre outras, manter sua saúde e aptidão física. O militar deve compreender as normas de higiene individual e segui-las. Em caso de suspeita de doença, deve procurar rapidamente atendimento médico, evitando a disseminação desta e visando a sua rápida recuperação.

2.1.3.2 Responsabilidade do Comandante - proporcionar e manter os meios, equipamentos e suprimentos necessários para a higiene individual de seus comandados; assegurar aos elementos de seu comando que recebam instruções a respeito dos princípios básicos da higiene individual; e o cumprimento das medidas de higiene individual. O comandante deve obter a cooperação de cada indivíduo quanto à manutenção de todo o pessoal em boas condições de saúde e aptidão física.

2.1.3.3 Responsabilidade do Oficial Médico - o médico da Unidade, entre outras responsabilidades, deve conduzir a instrução de higiene individual, executar inspeções periódicas e observações acerca do pessoal e das instalações, propor medidas visando ao aperfeiçoamento do serviço e proporcionar tratamento médico.

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2.1.3.4 Responsabilidade do Oficial Dentista - o dentista é o conselheiro técnico do comandante quanto à aptidão odontológica de seus comandados. O dentista também é responsável pela prevenção de doenças e lesões orais;

condução de programas de educação; instrução sobre higiene dentária;

execução de medidas de prevenção e tratamento; e conhecimento da realidade epidemiológica da tropa, ligada ao risco de afastamento de militares de suas atividades, por causa de emergências odontológicas.

2.1.3.5 Responsabilidade do Oficial Veterinário - o Oficial de veterinária atua com o objetivo de preservar a higidez da tropa, por meio de medidas de vigilância sanitária e ambiental, inspeção de água e alimentos e controle de zoonoses e pragas. Realiza, também, tratamento clínico e cirúrgico dos animais de trabalho utilizados em operações militares, assim como compõe equipes de saúde multidisciplinares, com o intuito de avaliar as possíveis ameaças à saúde inerentes ao ambiente operacional.

2.2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO E MELHORIA DA SAÚDE

2.2.1 São consideradas como medidas de proteção e melhoria da saúde: tomar banho, realizar a higiene bucal, cuidar dos pés, passar repelentes, cuidar da alimentação, cuidar da água, manejar adequadamente os resíduos, entre outras.

2.2.2 HIGIENE PESSOAL

2.2.2.1 A higiene pessoal é a prática de hábitos de higiene e asseio com o próprio corpo para preservar a saúde e prevenir doenças. Principais hábitos de higiene que devem ser seguidos:

a) tomar banho diariamente ou quando a situação tática permitir (Figura 2-1);

b) usar toalhas limpas para se enxugar;

c) lavar as mãos adequadamente com água e sabonete, durante aproximadamente 20 segundos e utilizando a técnica aplicada na Figura 2-2;

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Fig 2-1 Banho

Fig 2-2 Lavagem adequada das mãos

d) lavar as mãos antes das refeições e após usar o banheiro, sempre que possível ou a situação exigir;

e) trocar a roupa íntima sempre que possível; e f) manter as unhas limpas e aparadas.

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2.2.3 HIGIENE BUCAL

2.2.3.1 Cuidar da saúde bucal é de extrema importância para atuar na prevenção de cáries e doenças gengivais. Essa prevenção pode ser feita através das medidas simples citadas a seguir:

a) escovar bem os dentes e usar o fio dental diariamente (Figura 2-3). A escovação deverá ser feita conforme as orientações da figura abaixo, com creme dental;

b) ingerir alimentos balanceados e evitar comer entre as principais refeições;

c) evitar ingerir alimentos muito “açucarados”; e

c) caso não haja possibilidade de escovação após as refeições, passar o fio dental e escovar, principalmente à noite ou quando a situação tática permitir.

Fig 2-3 Higiene bucal

2.2.4 CUIDADOS COM OS PÉS

2.2.4.1 Os pés são muito importantes, pois qualquer problema nos pés pode afetar a mobilidade do militar, prejudicando o cumprimento da missão.

2.2.4.2 Os principais cuidados a serem tomados são:

a) higiene dos pés:

1) após o banho, secá-los bem, especialmente entre os dedos, pois evita a ocorrência de micoses; e

2) caso o militar sue muito nos pés, usar talco antisséptico;

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b) calçados - deve-se escolher o coturno que fique confortável, não tão largo que permita que o pé deslize para frente ou para trás, nem tão apertado que faça pressão no pé;

c) meias - devem ser trocadas e lavadas todos os dias, ou sempre que a situação tática permitir, e ter um tamanho adequado. As meias não devem estar frouxas para que não dobrem, nem devem estar furadas, pois podem ocasionar bolhas;

d) cuidados especiais durante as marchas:

1) antes da marcha - não tentar amaciar um coturno novo na marcha e levar meias suficientes para serem trocadas diariamente; e

2) durante a marcha - manter os pés secos e, nos períodos de repouso, fazer inspeção dos pés, secar o suor, aplicar talco antisséptico, proteger com esparadrapo alguma área de atrito com o calçado e deitar colocando os pés elevados para descansá-los.

2.2.5 PROTEÇÃO INDIVIDUAL CONTRA VETORES

2.2.5.1 Vetores como: carrapatos, mosquitos, baratas e moscas podem trazer muitas doenças. Para se prevenir, recomenda-se:

a) preparar o uniforme antes de missões em áreas de mata, utilizando o kit de repelente de uniformes fornecido pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx), seguindo as orientações do verso;

b) usar a blusa de combate com a manga arriada para proteção dos braços;

c) evitar o uso de perfume, colônia ou outro material de higiene perfumado;

d) usar repelente de insetos, reaplicando sempre depois que se molhar ou suar; e

e) especificadamente em áreas infestadas por carrapato, devido ao risco de febre maculosa:

1) proteger com esparadrapo a manga da gandola, deixando-a colada ao punho;

2) proteger com esparadrapo a abertura superior do coturno, colando-o junto à calça; e

3) a cada duas horas, fazer uma inspeção do corpo para retirar algum carrapato que seja encontrado. Se possível, utilizar pinça para retirá-lo.

2.2.6 HIGIENE DA ALIMENTAÇÃO

2.2.6.1 Para melhor compreensão desta parte do manual, faz-se necessário o conhecimento de algumas definições:

a) desinfecção - destruição dos organismos patogênicos encontrados no meio;

b) desinfetante - agente capaz de promover a desinfecção, podendo ser de natureza física ou química; e

c) padrão de potabilidade da água - conjunto de valores máximos permissíveis das características de qualidade da água destinada ao consumo humano constante do Anexo 20, da Portaria de Consolidação nº 5 do Ministério da Saúde, de 3 de outubro de 2017, que dispõe sobre o controle e vigilância da

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qualidade da água para o consumo humano e seu padrão de potabilidade. Tais padrões devem ser observados pela função logística Engenharia, para a tarefa de suprimento de água.

2.2.6.2 Cuidados com os Alimentos

2.2.6.2.1 Todo alimento pode estar contaminado por microrganismos capazes de causar doenças, como diarreias, vômitos, febre e até morte. Cabe ao militar ter noções sobre higiene dos alimentos. Devem-se empregar as seguintes regras para manipular e preparar os alimentos de forma segura, evitando a transmissão de doenças para quem os consumir:

a) manter a limpeza - qualquer desperdício, migalha ou mancha pode ser um reservatório de microrganismos, daí a importância da higiene, tanto no ambiente onde a comida é preparada e servida (assim evita-se baratas, moscas e ratos), como na higiene pessoal de quem a manipula (usar roupas limpas, toucas nos cabelos, lavar as mãos periodicamente e mais todas as recomendações já comentadas no item “higiene pessoal”);

b) cozinhar bem os alimentos - muitos alimentos crus, como frango e carne, contêm muitas bactérias que podem causar doenças. A preparação adequada do alimento envolve, também, a cocção;

c) separar alimentos crus dos cozidos, evitando-se a contaminação cruzada - um alimento bem cozido pode, também, ser contaminado quando em contato com alimentos crus. A utilização de um mesmo utensílio para manipular alimentos crus e cozidos pode causar a contaminação cruzada;

d) manter os alimentos a temperaturas seguras - quando os alimentos cozidos são deixados à temperatura ambiente, os microrganismos começam a se multiplicar. Quanto mais se espera, maior o risco. A comida que fica à temperatura ambiente por mais de duas horas não deverá ser consumida, pois já pode conter microrganismos em quantidade suficiente para causar uma doença. Para poder servir o alimento com segurança, deve-se acondicioná-lo em termo-box ou nos balcões térmicos, sob condições de calor (acima de 600ºC) ou de frio, no caso de saladas (abaixo de 100ºC). Esta regra é vital quando se pretende guardar comida por mais de quatro ou cinco horas.

Quando se quer reaquecer a sobra que ficou guardada, deve-se ferver os líquidos e aquecer os alimentos sólidos até que o centro fique também muito quente; e

e) usar água e matérias primas seguras - em atividades em campanha, convém sempre consumir somente a comida que é fornecida, mas se estiver sozinho e não tiver disponível ração operacional, seguir as dicas abaixo:

1) dar preferência a alimentos secos como pães e biscoitos, frutas com casca grossa que possa ser retirada;

2) ter cuidado com alimentos que sejam oferecidos por estranhos;

3) comer apenas vegetais e frutas que cresçam acima do solo (para não estarem contaminados com terra); e

4) beber apenas água tratada.

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2.2.6.3 Cuidados com a Água

2.2.6.3.1 O corpo humano é composto de 70% do seu peso em água. Portanto, deve-se beber uma quantidade suficiente todos os dias para manter o corpo funcionando com plena saúde (Figura 2-4). A cor da sua urina deve ser amarelo-claro. Se estiver amarelo-escura, é um sinal que está bebendo menos água do que necessita, mas esta água deve ser limpa e, para tanto, devem-se observar alguns cuidados:

a) é imprescindível que a água oferecida para a tropa seja previamente analisada microbiologicamente, antes de oferecida aos militares. Só dessa maneira pode-se assegurar que ela está apta para o consumo humano. As análises devem ser realizadas conforme o Anexo 20, da Portaria de Consolidação nº 5 do Ministério da Saúde, de 3 de outubro de 2017. Essas análises devem ser realizadas por profissional farmacêutico ou veterinário;

b) em locais com água tratada, deve-se atentar para a limpeza regular do reservatório de água (caixa d’água, galão e o próprio cantil). A limpeza adequada dos reservatórios de água é de responsabilidade dos comandantes, nos diversos níveis, que tenham a incumbência de armazená-la ou transportá- la, já o cantil individual é de responsabilidade do próprio militar (Figura 2-5);

c) em atividades em campanha, consumir exclusivamente a água fornecida no Posto de Suprimento de Água (Figura 2-6 e 2-7); e

d) o militar deve reabastecer seu cantil com água potável sempre que possível.

É importante observar que nenhum dos procedimentos acima listados são eficazes para tornar potável a água contaminada com metais pesados ou outros agentes contaminantes totalmente solúveis em água. Por isso, a situação de consumir água fora da cadeia de suprimento é uma ocasião de sobrevivência.

Fig 2-4 Beber água

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Fig 2-5 Cantil

Fig 2-6 Saco lister

Fig 2-7 Cisterna d’água

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CAPÍTULO III GESTÃO DE RESÍDUOS

3.1 FINALIDADE

3.1.1 A gestão de resíduos tem por finalidade o manejo de todos os tipos de detritos resultantes das atividades humanas, classificados aqui como RESÍDUOS SÓLIDOS, que englobam os resíduos comuns, recicláveis, perigosos e do serviço de saúde, e RESÍDUOS LÍQUIDOS, que englobam os dejetos humanos, os restos líquidos de cozinha e a água de serventia (banho e lavatório), devendo ser tratados corretamente para evitar proliferação de insetos e vetores, reduzindo o risco de a tropa ser acometida por doenças.

3.2 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM CAMPANHA

3.2.1 Atividades de campanha geram resíduos sólidos comuns e perigosos, além de resíduos de serviço de saúde.

3.2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS COMUNS DE CAMPANHA

3.2.2.1 Os resíduos COMUNS de campanha devem ser classificados em RECICLÁVEIS e NÃO RECICLÁVEIS, sendo:

a) Recicláveis - papel, papelão, plásticos não contaminados e sucata metálica não contaminada. O armazenamento desses resíduos deve ser realizado em depósitos cobertos, com capacidade de suportar o volume de resíduo gerado.

Deve-se, periodicamente, encaminhar estes resíduos à OM responsável pela atividade de campanha para que tais resíduos sejam doados à cooperativa de catadores, conforme Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006, que institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.

b) Não recicláveis - resíduos orgânicos (restos alimentares), papel higiênicos e absorventes. Esses resíduos devem ser coletados em sacos plásticos identificados e armazenados em depósitos cobertos, com capacidade de suportar o volume de resíduo gerado. Deve-se, periodicamente, encaminhar esses resíduos à OM responsável pela atividade de campanha para que sejam descartados como lixo extraordinário, por empresa licenciada pelo órgão ambiental responsável, para disposição em aterro sanitário.

Destaca-se que o consumo de ração operacional gera uma grande quantidade de resíduo, para tanto, deve ser depreendida a devida atenção à gestão desse resíduo.

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NOTA: É PROIBIDA A INCINERAÇÃO (QUEIMA) OU ATERRO DE RESÍDUOS EM CAMPANHA OU EM UNIDADE MILITAR.

3.2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS PERIGOSOS DE CAMPANHA

3.2.3.1 Os resíduos PERIGOSOS (Figura 3-1) são aqueles que, em razão de suas características de gerarem fogo/destruírem outras substâncias, serem tóxicos, gerarem câncer, má formação fetal ou induzirem mutações genéticas, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. São exemplos de resíduos perigosos gerados em atividades de campanha: sobras de reagentes químicos, recipientes, trapos e estopas contaminadas com tintas, solventes, óleo diesel e líquidos inflamáveis em geral, óleo de cozinha, pilhas e baterias.

3.2.3.2 O armazenamento desses resíduos deve ser realizado em depósito coberto, com acesso restrito, com capacidade de suportar o volume de resíduo gerado, sobre piso impermeável com caimento de nível para área interna do depósito e com canaletas coletoras de contenção para evitar o risco de transbordo de resíduos. Esse local deve dispor de kits de emergência para casos de derramamento desses resíduos. O kit de emergência para o depósito de resíduos deve ser composto por vassoura, pá, vasilhame com serragem limpa e sacos plásticos para o recolhimento de serragem contaminada.

Fig 3-1 Resíduos Perigosos 3.2.4 RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE

3.2.4.1 As atividades de campanha podem gerar resíduos de atendimentos emergenciais do serviço médico, odontológico e veterinário. Os resíduos do Serviço de Saúde (Figura 3-2) são classificados conforme a resolução CONAMA 358, de 29 de abril de 2005 e a RDC Nº 222, de 29 de março de 2018. Comumente são

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gerados resíduos do GRUPO A, que, possivelmente, contêm agentes biológicos, cujas características de maior virulência ou concentração podem apresentar risco de infecção e do GRUPO E, que são materiais perfurocortantes. São exemplos desses resíduos: compressas de gazes e algodão, tecidos e vísceras humanas e de animais, descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados, fluidos e secreções coletadas, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea, placas de Petri e outros similares).

Fig 3-2 Resíduos do Serviço de Saúde

3.2.4.2 Os resíduos gerados, durante procedimentos de emergência em campo, devem ser acondicionados em sacos brancos leitosos, próprios para resíduos infectantes, dispostos em recipiente coletor de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de abertura sem contato manual. Em seguida, deve-se amarrar a borda do saco, retirar do recipiente coletor e armazenar na área de armazenamento temporário. Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados imediatamente após o uso, em recipiente rígido, resistente a rupturas e vazamentos, com sistema de fechamento que permita vedação, com alça, identificado com a simbologia e expressão de “Infectante”. Assim que o limite máximo de acondicionamento for atingido, fechar o coletor e conduzir pelas alças para o interior do armazenamento temporário (Figura 3-3).

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Fig 3-3 Manejo de Resíduos

NOTA: O ARMAZENAMENTO DOS RESÍDUOS INFECTANTES E PERFUROCORTANTES NÃO DEVE ULTRAPASSAR 3/4 DA CAPACIDADE DOS RECIPIENTES DE ARMAZENAMENTO, DE MODO A CONFERIR MAIOR

SEGURANÇA DURANTE O SEU MANUSEIO.

3.2.4.3 Os resíduos provenientes do serviço de saúde devem ser descartados, segundo seus grupos específicos, seguindo as determinações contidas na Portaria nº 306, de 07 de dezembro de 2004 (ou suas atualizações). Essa Portaria dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Figura 3-4).

Grupo A – Resíduos com possíveis presenças de agentes biológicos, que podem apresentar risco de infecção.

Grupo B – Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo C – Rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.

Grupo D – Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

Grupo E – Materiais perfurocortantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea, placas de Petri e outros similares).

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Fig 3-4 Classificação dos Resíduos

3.3 GESTÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM CAMPANHA

3.3.1 Atividades de campanha geram resíduos líquidos compostos por detritos humanos, restos líquidos de cozinha e a água de serventia.

3.3.2 O manual C 5-39 Instalações na Zona de Combate, 1ª Edição, 2002, aprovado pela Portaria Nº 099-EME, de 27 de novembro de 2002, apresenta as formas de eliminação de detritos, descrevendo as ações adequadas ao gerenciamento dos principais resíduos líquidos gerados em campanha.

3.3.3 DETRITOS HUMANOS OU EXCRETAS

3.3.3.1 Os equipamentos de tratamento e/ou disposição de DETRITOS HUMANOS ou EXCRETAS, gerados em campanha, variam de acordo com as atividades da tropa, tendo equipamentos classificados para os pequenos altos, durante períodos de marcha, quando a tropa está em estacionamento temporário de um a três dias ou nos acampamentos temporários. Deve-se atentar para as orientações da CARTILHA DE PRÁTICAS AMBIENTAIS NAS ORGANIZAÇÕES MILITARES DO EXÉRCITO BRASILEIRO que, no capítulo 2, item 2.4 Adestramento da Tropa, recomenda:

a) não montar bivaques, nem fazer latrinas perto de cursos de água, nem sobre terrenos permeáveis, que possam facilitar a infiltração de resíduos líquidos

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para o lençol freático;

b) localizar as latrinas ou fossas secas em lugares livres de enchentes, distante de poços e demais fontes de água e em cota inferior a esses mananciais, a fim de evitar a contaminação destes; e

c) sempre que possível, dar preferência ao uso de banheiros químicos, evitando o uso de latrinas. No caso de usar latrinas, deve-se impermeabilizar o local onde estas serão instaladas.

NOTA: NÃO SE DEVE ADOTAR MÉTODOS QUE ENVOLVAM A QUEIMA DE DETRITOS COM MATERIAL COMBUSTÍVEL.

3.3.4 RESÍDUOS LÍQUIDOS DE RESTOS DE COZINHA E ÁGUA DE SERVENTIA

3.3.4.1 Os resíduos líquidos de restos de cozinha e água de serventia são depositados em poços ou trincheiras de absorção, desde que não contenham produtos químicos como óleos e saneantes que possam alterar a qualidade ambiental. Devem ser observadas as classificações do corpo receptor e os limites de lançamento, conforme a Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005 e a Resolução CONAMA Nº 430, de 13 de março de 2011.

Neste sentido, a Cartilha de Práticas Ambientais nas Organizações Militares do Exército Brasileiro, capítulo 2, item 2.4 Adestramento da Tropa, recomenda:

a) é proibido lançar efluentes tóxicos nas águas que possam causar o perecimento de espécimes da fauna existentes nos corpos hídricos;

b) deve-se preservar os mananciais e evitar a erosão das margens dos rios, respeitando a faixa marginal e a proteção das matas ciliares; e

c) no caso de derramamento de volume significativo de combustíveis e lubrificantes no solo e nos cursos de água, informar imediatamente ao escalão superior para acionamentos das medidas cabíveis.

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CAPÍTULO IV

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

4.1 GENERALIDADES 4.1.1 DEFINIÇÃO

4.1.1.1 É qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão desse agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectado ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamente, por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado. A expressão doença transmissível pode ser resumida como doença cujo agente causador é vivo e é transmissível. São doenças transmissíveis aquelas em que o organismo infectante pode migrar do parasitado para o sadio, havendo ou não uma fase intermediária de desenvolvimento no ambiente.

4.1.2 TIPOS DE ORGANISMOS QUE CAUSAM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 4.1.2.1 Classificam-se os organismos causadores de doenças transmissíveis em: príons, vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos e ectoparasitas.

Em sua maioria, são muito pequenos, vistos apenas ao microscópio. Alguns vivem por apenas poucos minutos fora do organismo humano, outros sobrevivem por anos no ambiente que nos cerca (ar, água e terra). Quando esses patógenos penetram no organismo humano, multiplicam-se, causando as doenças transmissíveis.

4.1.2.2 Classificação das Doenças Transmissíveis

4.1.2.2.1 Quanto ao controle, as doenças transmissíveis são classificadas em cinco grupos:

a) Doenças Respiratórias - transmitidas em geral pelas secreções do nariz, boca, garganta ou dos pulmões, por exemplo: gripe, pneumonia, tuberculose e bronquiolite;

b) Doenças Intestinais - transmitidas em geral pelos alimentos ou água contaminados por fezes ou urina, por exemplo: disenteria, cólera e gastroenterite;

c) Doenças transmitidas por insetos - são transmitidas ao homem por insetos contaminados ao picar animais ou homens doentes, por exemplo: malária, febre amarela, dengue, leishmaniose e doença de Chagas;

d) Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) - transmitidas geralmente pelo ato sexual, por exemplo: gonorreia, sífilis e AIDS; e

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e) Outras doenças - incluem doenças que não se enquadram nos grupos acima, por exemplo: tétano, raiva e dermatofitose (pé de atleta).

4.2 DISSEMINAÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 4.2.1 GENERALIDADES

4.2.1.1 Existem três elos na cadeia de disseminação das doenças transmissíveis: a fonte de infecção (reservatório), o meio de transmissão (veículo) e o indivíduo susceptível (receptor), conforme Figura 4-1.

Fig 4-1 Disseminação das doenças transmissíveis

4.2.1.1.1 Fontes de Infecção

a) Doente - é a pessoa acometida por uma doença. Quando a pessoa apresenta apenas sinais da doença, denomina-se suspeito, até que seja confirmado o diagnóstico.

b) Portador - pessoa que hospeda o agente transmissor, mas que não está acometida pela doença. O portador torna-se uma fonte até mais perigosa que o doente, pois pode não ter conhecimento de que abriga germes patogênicos e contagiosos, não tomando os cuidados necessários para evitar a transmissão.

c) Animal - em certas doenças, o animal é a fonte de infecção. É o caso da Histoplasmose, que é transmitida por aves e morcegos, sendo que as aves não são susceptíveis à doença, já os morcegos são.

4.2.1.1.2 Meios de Transmissão

a) Inalação - pó, gotículas e ar. Quando uma pessoa doente tosse ou espirra, espalha gotículas no ar. Uma pessoa susceptível pode inalar essas gotículas e ser contaminada. Os germes expelidos pelo aparelho respiratório podem permanecer suspensos no ar, ou no pó, e serem inalados por pessoas susceptíveis.

b) Ingestão - água e alimentos contaminados. A maioria das doenças transmitidas através dos alimentos ou pela água são resultantes da contaminação desses elementos pelas fezes e urina, ou de outro material infectado, oriundo do homem ou dos animais. Ocorrerão surtos de doenças infecciosas sempre que as práticas de higiene pessoal e normas sanitárias de manuseio de alimentos, purificação da água e controle de vetores (insetos e outros agentes) não forem observadas. Entre os exemplos de doenças

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transmissíveis pela contaminação da água e alimentos estão a Hepatite A, cólera e intoxicação alimentar.

c) Utensílios - roupas, talheres e roupas de cama utilizados por pessoas doentes.

d) Sexual - genital-genital; genital-oral; genital-anal; anal-oral (contato físico com pessoa infectada), por exemplo: sífilis, cancro-mole, gonorreia, HIV e HPV.

e) Inoculação - por intermédio de insetos (moscas, mosquitos, pulgas, barbeiro etc.). Podem transmitir doenças de um indivíduo doente para outro são ou de um animal para o homem.

f) Penetração ativa - escabiose, leishmaniose tegumentar e micose cutânea (vermes larvas e/ou vetores que penetram pela pele).

g) Transplacentária - através da placenta, por exemplo: toxoplasmose e sífilis.

h) Canal do parto e amamentação - doenças transmitidas durante o parto ou por meio do leite materno, por exemplo: gonorréia e HIV.

i) Sondagens, injeções, transplantes, transfusões - através do uso de material contaminado, por exemplo: infecções urinárias.

4.2.1.1.3 Pessoa suscetível (Receptor)

a) Uma pessoa suscetível, ou não imune, é aquela que tem pouca resistência contra um agente patogênico particular e que se for exposta a este patógeno, provavelmente contrairá a doença.

b) A pessoa imune, ao contrário, é aquela que apresenta alta resistência àquele agente e que, quando exposta, não adquire a doença. A imunidade a diversas doenças é relativa e pode ser vencida por sucessivas exposições a elas.

4.3 MEDIDAS DE CONTROLE 4.3.1 GENERALIDADES

4.3.1.1 Para o Exército Brasileiro é fundamental a manutenção das tropas em perfeitas condições físicas, mentais e psicológicas. Desse modo, os três elos da cadeia de transmissão de infecções são levados em consideração, isto é, a fonte de infecção, os meios de transmissão e a pessoa suscetível.

4.3.2 CONTROLE DAS FONTES DE INFECÇÃO (RESERVATÓRIO)

4.3.2.1 Devem ser aplicadas medidas que impeçam a transmissão dos agentes causadores:

a) Higiene individual - compreende medidas de proteção que competem a cada um individualmente e higiene pessoal, visando a eliminar as doenças infecciosas que são transmitidas por contato direto de indivíduo a indivíduo;

b) Isolamento - é a segregação de pessoas infectadas por determinado agente no período de transmissibilidade da doença, sob condições capazes de evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso a indivíduos suscetíveis. De

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acordo com as recomendações médicas, será avaliado o isolamento dos pacientes para a prevenção de doenças transmissíveis na tropa;

c) Quarentena - é a limitação da liberdade de movimento de pessoas ou animais domésticos sãos, que tenham sido expostos ao contágio de uma doença transmissível, por prazo igual ao período máximo de incubação habitual da doença em questão;

d) Inspeção sanitária (Vigilância) - quando surgem casos de uma doença transmissível ou mesmo uma epidemia, torna-se imprescindível identificar e isolar os casos surgidos. Na maioria das vezes, é necessária a inspeção sanitária diária de todos os prováveis contaminados, durante o período de incubação da determinada doença, o que é feito pelo médico da unidade; e e) Tratamento - todos os casos da doença devem ser tratados prontamente, assim que identificado o problema, o que permite reduzir a disseminação e destruir os germes.

4.3.3 CONTROLE DOS MEIOS DE TRANSMISSÃO (VEÍCULOS)

4.3.3.1 O controle dos meios ou veículos de transmissão requer as seguintes medidas sanitárias:

a) prevenção da superlotação;

b) correção da ventilação dos alojamentos e barracas;

c) preparação e seleção cuidadosa dos alimentos;

d) manutenção de altos padrões de normas sanitárias;

e) destinação correta dos detritos;

f) controle de insetos e animais transmissores;

g) higiene pessoal adequada;

h) purificação da água e verificação periódica de suas condições; e i) medidas de prevenção sexual.

4.3.4 PROTEÇÃO DOS SUSCETÍVEIS (RECEPTOR)

4.3.4.1 A proteção dos suscetíveis requer as seguintes medidas:

a) Higiene pessoal - manter uma boa higiene pessoal pode evitar a proliferação de germes e evitar que estes venham a causar infecção.

b) Imunização - é um excelente meio de proteção, no caso das doenças em que já há vacinas contra elas. A vacinação é uma das formas de melhor prevenção a doenças infecciosas.

c) Profilaxia - é toda e qualquer medida tomada para impedir a interação do agente causador das doenças com o organismo humano. Por exemplo, a infecção hospitalar pode ser parcialmente prevenida quando o médico ou outro profissional de saúde lava as mãos antes de examinar um paciente. Certos tratamentos dentários requerem o uso de antibiótico prévio, como forma de evitar infecções cardíacas. As medidas profiláticas são tomadas para prevenir ou evitar a transmissão de doenças.

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4.3.5 IMUNIDADE

4.3.5.1 Imunidade é a propriedade que certos indivíduos apresentam de se mostrarem resistentes às infecções, enquanto outros indivíduos da mesma espécie não o são. O estado de imunidade pode ser adquirido ou natural.

4.3.5.2 Classificação dos estados de imunidade a) Imunidade natural: Completa e Parcial.

b) Imunidade adquirida ativa: Natural e Artificial.

c) Imunidade adquirida passiva: Natural e Artificial.

4.3.5.2.1 Imunidade natural - é a resistência natural e hereditária contra o agente infeccioso. Ela pode ser completa ou parcial, por exemplos: o homem é imune à cólera de galinha (imunidade completa). Já em relação ao bacilo da tuberculose bovina, poderá adquirir, embora raramente, lesões localizadas (imunidade parcial).

4.3.5.2.2 Imunidade adquirida - é a que resulta de uma reação elaborada pelo próprio organismo. Essa reação poderá ser congênita ou provocada, seja pelo contato com o agente causador da doença, seja por vacinação ou soro contra a doença. A imunidade adquirida será denominada ativa, quando resultante de uma reação do próprio organismo, e passiva, quando o organismo receber os anticorpos contra a doença já elaborados (vacina ou soro).

4.3.5.3 Imunização, registro e programa

4.3.5.3.1 A proteção contra doenças transmissíveis exige que todos os indivíduos recebam imunização.

4.3.5.3.2 Todos os militares devem ser imunizados contra as doenças comuns encontradas nas áreas continentais e ultramarinas. O levantamento dessas doenças é uma tarefa das atividades da inteligência em saúde. Após a imunização inicial, doses de reforço são programadas periodicamente e aplicadas, de forma a assegurar que o grau de proteção imunitária seja mantido.

4.3.5.3.3 O lugar mais adequado para a aplicação de injeções é a região deltóide (face externa e superior do braço). É comum que a área utilizada se torne avermelhada e dolorosa após a aplicação.

4.3.5.3.4 Todas as imunizações devem ser registradas na ficha de imunização individual. O Exército Brasileiro segue as recomendações do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde realizando as vacinas obrigatórias para as faixas etárias correspondentes e levando em consideração os aspectos particulares de cada grupo. A Diretoria de Saúde é a responsável por normatizar o emprego de outras vacinas para ocasiões específicas, de

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acordo com o risco das atividades desenvolvidas pelo militar e considerando a situação epidemiológica da área de atuação.

4.3.5.3.5 Caberá aos comandantes de Organização Militar a responsabilidade de que toda a tropa sob seu comando seja vacinada e que sejam preenchidas as formalidades previstas no regulamento.

4.4 OUTRAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS DE IMPORTÂNCIA MILITAR 4.4.1 DOENÇAS DISSEMINADAS PELO TRATO RESPIRATÓRIO

4.4.1.1 As doenças respiratórias atingem alta incidência no Exército. Ocorrem durante o ano todo, mas são mais frequentes no inverno e na primavera.

Embora toda a tropa esteja suscetível, a maior frequência ocorre no período básico e no pessoal não aclimatado. As principais doenças disseminadas entre a população civil pelo trato respiratório são o resfriado comum, amidalite, varicela, laringite, gripe, meningite, caxumba, pneumonia e tuberculose.

4.4.1.1.1 Modo de transmissão - as doenças transmitidas pelo trato respiratório são disseminadas pelas secreções do sistema respiratório. Os germes deixam o organismo do doente ou do portador através das gotículas expelidas durante a tosse, o espirro ou a fala. Essas gotículas podem ser inaladas diretamente por outras pessoas. Algumas dessas gotículas sofrem evaporação, perdendo umidade e transformando-se em uma mistura de germes que fica suspensa no ar. Sendo leves, esses germes flutuam no ar por um longo período de tempo, podendo ser inalados por indivíduos suscetíveis e vir a causar doenças.

Agentes infecciosos oriundos de secreções da boca e do nariz, também podem contaminar as mãos, talheres, os alimentos, copos e toalhas.

4.4.1.1.2 Medidas de controle - a principal dificuldade na prevenção e controle das doenças transmissíveis pelo trato respiratório é que a grande maioria dos indivíduos é suscetível a elas. Outra dificuldade é que uma pessoa transmite a doença para outra antes mesmo de apresentar os sinais e sintomas. As medidas para controle ou diminuição de frequência dessas doenças, quando bem aplicadas, são bastante eficientes. As medidas mais importantes são descritas abaixo:

a) higiene individual;

b) imunização;

c) evitar aglomeração, mais comum nas instruções no quartel do que em operações. Cada homem deve dispor de 6,6m² de área, no alojamento, sendo a área mínima admissível de 5,0m², exceto esporadicamente, quando houver aumento de efetivo, caindo então a área para 3,7m². Com a redução do espaço entre pessoas, cresce a chance de ocorrência de doenças respiratórias;

1) no alojamento, se entre as camas o espaçamento for menor que 1,5m, os seus ocupantes devem dormir “cabeceira com pés”, para evitar maior contato

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entre pessoas que dormem em camas adjacentes;

2) quando houver infecções respiratórias e a distância não puder ser observada, deve-se adotar o sistema “cubículo individual”. Deste, o mais eficiente é o que separa completamente as camas de uma mesma fileira por uma divisão que se estende do chão ao teto. Nem sempre isso pode ser posto em prática. Um exemplo de método prático para separação é o seguinte:

amarrar uma haste à cabeceira de cada cama, em cada uma dessas hastes, amarrar a extremidade de uma meia barraca, colcha ou lençol, prender a outra extremidade nos pés da cama e introduzir a porção que não for necessária sob o colchão (Figura 4-2);

Fig 4-2 Construção de cubículo individual

d) a ventilação adequada, assegurada por meio natural ou mecânico, tem duplo objetivo: saúde e conforto. Uma ventilação adequada reduzirá o número de bactérias circulantes no ar, reduzindo a quantidade que poderia ser inalada;

e) controle da poeira - as partículas de poeira transportam germes do nariz e da garganta, que se misturam às partículas de pó e podem atingir uma pessoa suscetível. A redução da poeira pode ser obtida eliminando-se a varredura a seco e pelo emprego de água ou serragem úmida;

f) higiene da cozinha - pratos e outros utensílios de cozinha devem ser lavados e desinfetados após cada refeição. Os manipuladores de alimentos devem ser rigorosamente fiscalizados e treinados nas práticas sanitárias de manuseio de alimentos. A cada manhã ou troca de serviço, os manipuladores devem ser inspecionados pelo supervisor. Os que estiverem doentes deverão ser encaminhados ao serviço médico, retornando ao serviço de manuseio de alimentos apenas quando estiverem completamente sãos;

g) profilaxia - certos medicamentos podem ser utilizados para a prevenção de doenças de caráter epidêmico, por exemplo, a meningite;

h) isolamento dos doentes - a não ser por ordem médica, todos os doentes devem ser isolados das pessoas sadias; e

i) quarentena e vigilância dos contatos - essas medidas já foram expostas anteriormente, no item 4.3.2, letras “c” e “d”).

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4.4.2 DOENÇAS INTESTINAIS

4.4.2.1 As principais doenças intestinais são: febre tifóide, samonelose, cólera, shigelose, intoxicação bacteriana e alimentar, amebíase e parasitoses intestinais. Muitas vezes, estão relacionadas à má higiene ou más condições sanitárias, pois podem ser causadas por alimentos contaminados por dejetos humanos.

4.4.2.2 As fontes naturais de água podem ser poluídas pelas infiltrações de latrinas e esgotos. Em campanha, o destino descuidado de excretas humanas é fonte frequente de contaminação perigosa. Os dejetos humanos poderão, pela infiltração do subsolo, contaminar as fontes de abastecimento de água ou servir de local para proliferação de moscas.

4.4.2.3 A negligência das normas de higiene ou uma simples quebra da disciplina sanitária na preparação da alimentação poderá acarretar graves consequências. As fontes de infecção estão sempre presentes em todos os locais. Sempre que a disciplina sanitária for negligenciada, quase que invariavelmente, ocorrem surtos de doenças intestinais. Ao contrário das doenças respiratórias, raramente ocorrem surtos de doenças intestinais no meio militar se as normas sanitárias forem seguidas. No clima temperado, a maior incidência dessas enfermidades é no período quente do ano. Nos trópicos, o problema é constante e requer maior vigilância.

4.4.2.4 As doenças intestinais que aparecem sob a denominação de “diarreias comuns” têm importância capital do ponto de vista militar, devido ao elevado número de baixas que podem acarretar. São resultantes de condições de higiene precárias, aparecendo de forma explosiva.

4.4.2.5 O meio mais eficaz de controle das infecções intestinais é o controle de seus veículos e das fontes de infecção. O controle da água, dos alimentos, dos excrementos e das moscas deve ser rígido.

4.4.2.6 Sempre que aparecerem casos de doenças intestinais, estes deverão ser comunicados ao médico da unidade, a fim de se evitar um surto epidêmico.

Os exames dos manipuladores de alimentos deverão ser repetidos, para que se identifique os portadores.

4.4.2.7 Responsabilidade pelo controle – o comandante é o responsável pelo cumprimento das medidas de controle de doenças intestinais da tropa sob seu comando. No período de instrução básica os soldados devem ser instruídos sobre higiene em campanha, tanto com instruções teóricas, como práticas. As epidemias desse tipo comprovam a falta de disciplina sanitária da tropa.

Referências

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