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ANÁLISE SENSORIAL DA BEBIDA DO CAFÉ CEREJA DESCASCADO SUBMETIDO A DIFERENTES PROCESSAMENTOS PÓS­COLHEITA

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Academic year: 2022

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  ANÁLISE  SENSORIAL  DA  BEBIDA  DO  CAFÉ  CEREJA  DESCASCADO  SUBMETIDO A  DIFERENTES PROCESSAMENTOS PÓS­COLHEITA 

M. P. Rodarte (doutoranda em Ciência dos Alimentos ‐ DCA/UFLA) mpr@vialavras.com.br;  R.G.F. A. Pereira  (Prof.  DCA/  UFLA);    K.M.Tavares  (grad.  Química  Lic.,bolsista  CNPq  –  DCA/UFLA):  F.R.S.C.Branco  (grad. 

Agronomia – DCA/UFLA) 

   

O  processamento  dos  frutos  do  cafeeiro  por  via  úmida  possibilita  a  obtenção  de  um  produto para ser comercializado em um mercado bastante exigente.  A secagem do café cereja  descascado é realizada imediatamente após o descascamento, sem a retirada da mucilagem, seja  por ação mecânica como ocorre nos desmucilados ou bioquímica nos despolpados. O café cereja  descascado pode proporcionar uma bebida de melhor qualidade, sendo mais encorpado, quando  comparado  aos  outros  processamentos  da  via  úmida.    Um  outro  aspecto  importante  no  processamento  pós‐colheita  é  a  exposição  dos  frutos  e  grãos  a  ações  mecânicas  que  poderão  ocasionar  danos  aos  mesmos,  comprometendo  a  qualidade  da  bebida.  Considerando  a  necessidade de otimizar as etapas da pós‐colheita a fim de obter bebidas de melhor qualidade, o  presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a interferência da mucilagem residual  aderida  ao  endocarpo  e  dos  danos  mecânicos  eventualmente  ocasionados  durante  o  processamento pós‐colheita na qualidade da bebida obtida a partir de cafés cerejas descascados. 

Foram  colhidos  manualmente  320  litros  de  frutos  do  cafeeiro  (Coffea  arabica L.,  variedade  Acaiá), no estádio cereja, na lavoura do Setor de Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras  (UFLA). Os frutos foram lavados, retirando‐se as impurezas presentes e a seguir, submetidos a  dois processamentos: 

Processamento  A:  Os  frutos  foram  descascados  manualmente,  sem  a  utilização  de  nenhum  instrumento  de  corte,  evitando‐se  qualquer  tipo  de  dano.  A  secagem  foi  realizada  em  terreiro,  durante 15 dias, utilizando‐se bandejas com fundo telado até atingir um teor de água próximo a  11%.  O  acompanhamento  do  teor  de  água  durante  a  secagem  foi  realizado  utilizando  um  medidor  de  umidade  (G800)  e  pelo  método  padrão  de  estufa  105 ±  3oC,  até  peso  constante.  O  beneficiamento dos grãos também foi realizado manualmente como no descascamento. 

Processamento B: Os frutos foram levados ao descascador de cerejas para a retirada das cascas. A  secagem  foi  realizada  como  descrita  no  processamento  A.  O  beneficiamento  foi  realizado  mecanicamente.  

Foram retirados os defeitos das amostras submetidas aos dois processamentos e encaminhadas a  provadores  treinados,  que  receberam  as  amostras  codificadas.  A  análise  sensorial  foi  realizada  segundo o protocolo da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais). 

   

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Resultados e Conclusões 

  Os  grãos  provenientes  do  processamento  A  apresentaram  uma  maior  quantidade  de  mucilagem  aderida  ao  endocarpo,  quando  comparados  ao  processamento  B.  O  resultado  da  análise  sensorial  encontra‐se  na  Tabela  1.  Apenas  os  atributos  corpo  e  acidez  diferiram  estatisticamente,  a  bebida  obtida  pelo  processamento  A  apresentou‐se  mais  encorpada  e  com  menor acidez, quando comparada a do processamento B.  

 

TABELA 1 Avaliação sensorial da bebida do café cereja descascado. 

 

 

 Médias seguidas das mesmas letras na linha não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade 

 

  Embora  não  tenha  ocorrido  diferença  estatística  na  nota  final  das  bebidas  obtidas  a  partir  dos  dois  tipos  de  processamentos,  constata‐se  que  o  café  cereja  descascado  obtido  manualmente e secado com maior quantidade de mucilagem aderida ao endocarpo apresentou  maior corpo e menor acidez. Este fato reforça a hipótese de que a manutenção de barreira física  no  caso,  maior  quantidade  de  mucilagem  e  cuidados  criteriosos  na  secagem  potencializam  atributos muito valorizados pelo mercado de cafés especiais como o corpo da bebida. 

 

  Atributo 

 

Processamento A 

 

Processamento B   

Aroma   8,25a  8,25a 

Sabor  7,25a  7,25a 

Acidez  7,25b  7,50a 

Corpo  7,5a  7,25b 

Uniformidade  10,0a  10,0a 

Balanço  7,0a  7,0a 

Xícara limpa  10,0a  10,0a 

Doçura  10,0a  10,0a 

Geral  7,0a  7,0a 

Sabor residual  7,0a  7,0a 

Nota  81,25a  81,25a 

Referências

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