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A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO AO PACIENTE EM RELAÇÃO A HIGIENE CORPORAL NA UTI: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

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A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO AO PACIENTE EM RELAÇÃO A HIGIENE CORPORAL NA UTI: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

DA LITERATURA

Dyego de Paula Barbosa1 dyegopaula39@gmail.com

Ediane de Fraga Pereira1 edianedefraga@hotmail.com

João Victor Lopes Oliveira1 victorlopes0029@gmail.com Lanecley Gouveia Neves Fulco2

lanefulco@gmail.com

Resumo: A segurança do paciente envolve ações tomadas pelas instituições de saúde e educacionais para reduzir ao mínimo aceitável o risco de lesões desnecessárias relacionadas aos cuidados de saúde. No Brasil, os indicadores de segurança do paciente são baseados nos indicadores internacionais da Organização Mundial de Saúde. Avaliar a importância da higiene corporal e suas interfaces com a segurança do paciente, segundo consta na literatura. Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura de estudos em publicações científicas, nos bancos de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), através das fontes do Lilacs, Medline e Pubmed, entre os anos de 2017 a 2020, que respondesse à questão norteadora: Qual importância na segurança do paciente em relação a higiene corporal, na unidade de terapia intensiva (UTI). Foram encontrados 64 artigos, e após refinamento, através dos critérios de elegibilidade, restaram 10 artigos. Após o agrupamento das temáticas envolvidas nos estudos, obtiveram- se as seguintes categorias: (1) Importância do cuidado ao paciente (2) Cuidados de enfermagem para prevenção de lesões e (3) higiene das mãos antes e após o contato com o paciente. Foi importante a realização dessa pesquisa, pois pode-se perceber que entre os processos tão corriqueiros na prática da enfermagem, a higiene corporal que é executada exclusivamente por esta equipe tem em sua prática promover um benefício com objetivo também terapêutico de grande valor no cuidado e na promoção a saúde.

Palavras-chaves:Segurança do paciente; Corporal; Higiene; Cuidados.

Abstract: Patient safety involves recovery actions by health and educational institutions to reduce to a minimum the risk of unnecessary entry related to health care. In Brazil, patient safety indicators are based on international indicators from the World Health Organization. Assess the importance of body hygiene and its interfaces with patient safety, as reported in the literature. It was an integrative review of the literature of studies in scientific publications, in the databases of the Virtual Health Library (VHL), through the sources of Lilacs, Medline and Pubmed, between the years 2017 to 2020, that answered the question guideline: What is the importance of patient safety in relation to body hygiene, in the intensive care unit (ICU). 64 articles were found, and after refinement, through the eligibility criteria, 10 articles remained. After grouping the themes involved in the studies, the following categories were obtained: (1) Importance of patient care (2) Nursing care for injury prevention and (3) hand hygiene before and after contact with the patient. It was important to carry out this research, as it can be seen that among the processes so common in nursing practice, the body hygiene that is performed exclusively by this team has in its practice promoting a benefit with a therapeutic objective of great value in care and promoting health.

Keywords: Patient safety; Corporal; Hygiene; Care.

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1Discente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio do Recife.

2Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio do Recife.

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1 INTRODUÇÃO

Com o intuito de contribuir com a qualidade do cuidado em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional, a Portaria GM/MS nº 529/2013 instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). em todo o mundo a segurança do paciente vem ganhando grande importância para os clientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura (BRASIL, 2020).

No Brasil a RDC/Anvisa nº 36/2013 institui ações para assegurar uma assistência segura em serviços de saúde. Está normativa regulamenta aspectos da segurança do paciente como a implantação dos Núcleos de Segurança do Paciente, a obrigatoriedade da notificação dos eventos adversos e a elaboração do Plano de Segurança do Paciente (BRASIL, 2020).

Segundo o Mistério da Saúde (MS), os protocolos básicos de segurança do paciente são instrumentos para implantação das ações em segurança do paciente.

A Portaria GM/MS nº 1.377, de 9 de julho de 2013 e a Portaria nº 2.095, de 24 de setembro de 2013 aprovam os protocolos básicos de segurança do paciente (BRASIL, 2020).

Os protocolos Básicos de Segurança do Paciente reconhecido pelo MS são:

Protocolos Sistêmicos;

Protocolos Gerenciados;

Promovem a Melhoria da Comunicação;

Constituem instrumentos para construir uma prática assistencial segura;

Oportunizam a vivência do trabalho em equipes;

Gerenciamento de riscos.

Onde todos esses protocolos citados acima têm como propósito aprimorar a comunicação, contribuir com a assistência segura, promoção de trabalho em equipe e monitoramento de riscos (Fonseca et al., 2015). O internamento em unidades de terapia intensiva (UTI) pode gerar múltiplos transtornos que arriscam a segurança e o bem-estar do paciente, por motivos como: distanciamento familiares, seu contato imediato será com a equipe de saúde, até então desconhecida. Mudança nos seus hábitos de vida partindo do princípio de que o indivíduo ativo se torna “passivo”, teme perder a sua personalidade, o seu trabalho, o direito de falar, de solicitar, de questionar, de criticar, de realizar até a sua própria higienização corporal (SOUZA et al., 2015).

A higienização corporal é um problema angustiante vivido nas UTI por pacientes que se veem parcialmente ou totalmente dependente da equipe de enfermagem, para o atendimento de suas necessidades humanas básicas (LOPES et al., 2015). Assim sendo, a higienização corporal nas unidades de terapia intensiva faz parte do processo de segurança do paciente, partindo do princípio de que os hábitos de higiene e limpeza ajudam a prevenir doenças, lesões por pressão (LPP) e contribuem com a normalização do estado de saúde ofertando o bem-estar dos clientes (FONSECA et al., 2015).

A higiene corporal é executada pela enfermagem; prática que vem sendo realizada com percepção limitada do ato em si. A rotina do dia a dia tem como meta principal a limpeza integral do corpo, muitas vezes não está associada aos aspectos relevantes, quais sejam, os sentimentos do cliente durante o procedimento (MOLLER et al., 2015).

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O banho no leito requer da equipe de enfermagem treinamentos e educação permanente pois envolve etapas do cuidar que tem como objetivo proporcionar ao paciente um momento que também faz parte da terapêutica por promover conforto, segurança na prevenção de infecções, restabelecimento físico e manutenção da saúde tendo etapas e técnicas convencionais que fazem parte do processo de capacitação do cuidado, como definir os recursos para a higiene corporal com lençóis, bacias, baldes, água, sabonetes, gorros, toalhas, luvas, auxilio na higiene ou mesmo execução do banho quando diante da condição de saúde o banho é aplicado no leito. (MOLLER et al., 2015) Um aspecto que pode influenciar também, os hábitos higiênicos desse indivíduo que deve ser considerado estão relacionados à execução e avaliação da assistência; na prática, predomina uma atitude dominadora da equipe, que estabelece horário, ritmo e frequência desses cuidados. Outro aspecto a ser considerado está ligado com à percepção do atendimento ao paciente crítico, isto é, à maneira como ele sente e vivencia a necessidade e a prática de tais cuidados na unidade de terapia intensiva (SOUZA et al., 2015).

Diante das questões expostas, justifica-se essa pesquisa pela relevância que este tema apresenta. Acredita-se que a segurança ao paciente em relação a higiene corporal, nas unidades de terapia intensiva (UTI), e um fator fundamental para a melhoria ou a piora do prognostico do cliente. Desta forma desejou-se responder a seguinte pergunta norteadora: Qual importância na segurança do paciente em relação a higiene corporal, na unidade de terapia intensiva (UTI), entre os anos de 2017 a 2020, nas literaturas científicas? Para tanto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a importância da higiene corporal e suas interfaces com a segurança do paciente.

2 METODOLOGIA

Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura de estudos envolvendo publicações científicas sobre a importância do cuidado ao paciente em relação a higiene corporal na UTI. A revisão integrativa é um método de revisão mais amplo, pois permite incluir literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas. Os estudos incluídos na revisão são analisados de forma sistemática em relação aos seus objetivos, materiais e métodos, permitindo que o leitor analise o conhecimento pré-existente sobre o tema investigado (POMPEO; ROSSI;

GALVÃO, 2009).

Na coleta de dados foi realizada a busca de artigos científicos, nos bancos de dados da BIREME (BVS), através das fontes Lilacs, Medline e Pubmed. Essa busca utilizou às terminologias cadastradas nos Descritores em Ciências da Saúde – DeCs, criados pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) desenvolvido a partir do Medical Subject Headings da U.S. National Library of Medicine, que permite o uso da terminologia comum em português, e inglês. Os descritores utilizados na busca foram:

“Segurança do paciente” “Corporal” “Higiene”. Para o cruzamento dos descritores, foi utilizado como ferramenta de auxílio, o operador Booleano “AND”.

O período da busca foi entre março a outubro de 2020. Foram analisados e selecionados os estudos de interesse da pesquisa, conforme os enfoques temáticos, cenários das pesquisas, metodologia aplicada e período de publicação. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos completos publicados em português que apresentavam especificidade com o tema, a problemática do estudo, que contivessem os descritores selecionados e aqueles publicados entre os anos de 2016 a 2020. Como critérios de exclusão foram descartados artigos que não atendiam a temática proposta,

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teses, dissertações, monografia, Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), carta aos editores, relatos de experiência e protocolos. Foram encontrados 64 artigos, dos quais realizou-se a leitura dos resumos e, desses, 10 estudos se enquadraram nos critérios da pesquisa. Após essa etapa foi executada a análise deles.

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________5 3 RESULTADOS

Os artigos científicos, incluídos nesta revisão, estão descritos no quadro 1, que mostram: o nome do periódico, título do artigo, autor (es) e ano, cenário da pesquisa, metodologia aplicada, objetivos e resumo dos resultados.

Quadro 1 –Distribuição dos resultados dos artigos selecionados sobre as a importância da higiene corporal e suas interfaces com a segurança do paciente, Local e Ano.

Periódico Autor/Ano Título Objetivos Metodologia Resultados

Escola Anna

Nery MAZZO, A.

et. al, 2017. Qualidade e segurança

do cuidado de

enfermagem ao paciente usuário de cateterismo urinário intermitente

Descrever os riscos e a vulnerabilidade dos pacientes e as intervenções oriundas do trabalho do enfermeiro junto ao paciente com bexiga neurogênica usuário do cateterismo urinário intermitente.

Pesquisa descritiva, baseadas e em

análise documental.

Quanto aos aspectos relevantes do procedimento, foram ainda identificadas práticas inadequadas, sendo 77 (45,7%) no cuidado da higienização das mãos e 30 (17,9) nos cuidados de higiene íntima.

Escola Anna

Nery VASCONCEL

OS, J. M. B.

et. al, 2017.

Ações de enfermagem antes e após um protocolo de prevenção de lesões por pressão em terapia intensiva

Avaliar as ações dos

profissionais de

enfermagem, antes e após utilização de protocolo de prevenção de lesões por pressão, em Unidade de Terapia Intensiva.

Estudo observacional,

prospectivo, comparativo, com abordagem

quantitativa.

Avaliação do risco para lesões por pressão nos dias subsequentes à admissão (p< 0,001), observação de

proeminências ósseas (p< 0,001) e aplicação de hidratante (p<

0,001), em todas as regiões corporais, elevação do paciente do leito na movimentação (p< 0,001), proteção de proeminências ósseas do joelho (p= 0,015) e elevação do calcâneo (p<

0,005).

Enferm.Rev.

UFSM – REUFSM

STRALHOTI, K. N. O. et. al, 2019.

Intervenções de enfermagem prescritas para pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva

Identificar as intervenções de enfermagem prescritas para pacientes adultos internados em Unidade de Terapia Intensiva.

Estudo documental, transversal, do

mapeamentotipo cruzado.

As 725 intervenções prescritas estavam contidas em 18

“intervenções de enfermagem”, nove “classes” e três

“domínios”. As intervenções “Cuidados da Pele: tratamentos tópicos”, “Controle da Pressão”, “Supervisão” e “Controle de Infecção”; as classes “Controle de Pele/Feridas” e “Facilitação do Autocuidado” e os domínios “Fisiológico Complexo” e

“Fisiológico Básico” foram os mais frequentes.

Revista de Atenção à

Saúde

MARTINS, N.

B. M et. al, 2020.

Percepção de

enfermeiros de terapia intensiva sobre

Identificar a percepção de enfermeiros intensivistas sobre a prevenção de lesão

Estudo exploratório e

qualitativo

Foi possível agrupar seis categorias: Conhecimento sobre lesão por pressão; Cuidados de enfermagem para prevenção e tratamento das lesões; Facilidades e dificuldades encontradas;

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________6

prevenção de lesão por

pressão por pressão. Conhecimento sobre a Escala de Braden; Uso da Escala de

Braden na prática assistencial e Contribuição na sistematização da assistência sobre a inclusão da Escala de Braden.

Revista de Políticas Publicas

LOPES, T. F.

et. al, 2020. Representações sociais

da equipe de

enfermagem sobre os cuidados durante a higienização no paciente idoso

Apreender as representações sociais da equipe de enfermagem sobre os cuidados realizados ao idoso durante a higiene corpórea.

Estudo descritivo com

abordagem qualitativa

Os profissionais relataram a importância de usar os cremes de barreira, que devem ser aplicados suavemente, com frequente limpeza da pele usando água morna e um produto de limpeza neutro, e não com sabonete, pois este provoca ressecamento da pele. Essas intervenções, como a aplicação de hidratante e o exame da pele durante o banho ou a troca de fralda, por exemplo, indicam a necessidade de estar atento e identificar precocemente os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões.

Enferm.Rev.

UFSM – REUFSM

MANGANEL LI, R. R. et. al, 2019.

Intervenções de

enfermeiros na

prevenção de lesão por pressão em uma unidade de terapia intensiva

Caracterizar a população estudada e descrever as

intervenções dos

enfermeiros para a prevenção de lesão por pressão em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto.

Pesquisa transversal

descritiva

Predominaram participantes do sexo feminino (84,9%) e a média de idade foi de 29,9 anos. Para prevenção de lesão por pressão, evidenciaram-se os cuidados baseados no

conhecimento, no embasamento científico e em protocolos institucionais. Os cuidados apontados com maior frequência compreenderam a avaliação da atividade-mobilidade dos pacientes e o exame físico em sua admissão. Como cuidados preventivos, os enfermeiros prescreveram a manutenção do paciente com pele hidratada, alternância de decúbito, higiene corporal e a utilização de colchão piramidal.

Revista De Enferm

UERJ

SILVA, B. R.

et. al, 2018. Monitoramento da adesão à higiene das mãos em uma unidade de terapia intensiva

Caracterizar a adesão da prática de higienização das mãos pelos profissionais de saúde.

Estudo

transversal Em 13% das observações foi alcançado o padrão ouro que corresponde a higiene das mãos antes e após o contato com o paciente com a técnica correta. Todas as

categorias profissionais realizaram mais a higienização das mãos após o contato com o paciente.

Revista De Enferm

UERJ

LUCIANO, M. N. F. et. al, 2017.

Adesão à higienização

das mãos por

profissionais da saúde em uma unidade de terapia intensiva

Analisar a adesão à higienização

das mãos por profissionais da saúde.

Estudo quantitativo,

descritivo, observacional

Em relação aos profissionais que tiveram intenção de lavar as mãos houve maior adesão dos fisioterapeutas, no entanto, dentre as observações de ocorrência de lavagem das mãos, nenhum profissional utilizou a técnica adequada sugerida pela ANVISA.

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________7

Revista De Enferm

UFPE

MENDONÇA , P. K.et. al, 2018.

Ocorrência e fatores de risco para lesões por pressão em centros de terapia intensiva

Descrever a frequência e os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões por pressão em clientes de Centros de Terapia Intensiva.

Estudo quantitativo,

transversal

A relação entre as superfícies de apoio e a ocorrência de LP, que afetou 49,0% dos clientes em uso de colchão pneumático e em 51,0% daqueles em uso de colchão de espuma viscoelástica (p=0,234). Quanto às condições dos lençóis, 82,4% dos clientes apresentaram LP nos lençóis não conformes e 17,6%

estavam conformes.

Research, society and development

WACHHOLT Z, A. M. et. al, 2019.

Conhecimento dos enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva sobre infecções relacionadas à assistência em saúde

Descrever o conhecimento dos enfermeiros de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de médio porte do Vale do Taquari sobre Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS).

Trata-se de um estudo exploratório,

descritivo, transversal, de

abordagem qualitativa.

O estudo mostrou clara compreensão dos enfermeiros sobre o termo IRAS. Os entrevistados citaram a higiene das mãos, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a educação em saúde continuada como ferramentas para combater a HAI. Em geral, afirmaram que o HAI impacta os pacientes, aumentando seu tempo de permanência, aumentando os custos para a instituição, a presença de resistência bacteriana devido ao uso irracional de antibióticos (ATBs).

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________8 4 DISCURSSÃO

A partir da leitura dos artigos na íntegra, e após o agrupamento das temáticas envolvidas nos estudos, obtiveram-se as seguintes categorias: (1) Importância do cuidado ao paciente (2) Cuidados de enfermagem para prevenção de lesões e (3) higiene das mãos antes e após o contato com o paciente.

IMPORTÂNCIA DO CUIDADO AO PACIENTE

No que se refere a importância do cuidado ao paciente, discute-se nos artigos Mazzo et al, 2017; Manganelli et al, 2019 e Wachholtz et al, 2019 que uma grande parte da clientela, instalada nas Unidades de Terapia Intensivas (UTI) são dependentes dos cuidados da equipe multiprofissional. E de suma importância, que esses profissionais estejam paramentados e instruídos, de acordo com as necessárias, mantendo seguro o direto a segurança do paciente.

Os seres humanos têm uma grande capacidade de se adaptar às mudanças que ocorrem em si ou no meio ambiente. No entanto, em alguns casos, a demanda total por uma pessoa pode exceder sua capacidade de responder. Nesse caso, a pessoa pode precisar de ajuda de várias fontes, incluindo a intervenção de familiares, amigos e especialistas em enfermagem (VINCENT et al, 2020).

Desde a sua criação, a enfermagem tem sido considerada um produto social vinculado à arte de cuidar; portanto, atende as necessidades das pessoas que não têm condição de fornecer qualidade de vida e quantidade de cuidados, suficientes para si, Identificando problemas de saúde e as necessidades reais e / ou possíveis de indivíduos, famílias e comunidades que necessitam de cuidados (FONSECA et al, 2015, HERNÁNDES et al, 2017).

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DE LESÕES

De acordo com os artigos Vasconcelos et al, 2017; Stralhoti et al, 2019; Martins et al, 2020; Lopes et al, 2020 e Mendoça et al, 2018 compreende-se que os cuidados de enfermagem para a prevenção de lesões em paciente internados na UTI, e um dos principais desafios da enfermagem. A maior parte dos estudos, demostraram resultados negativos quando se refere a relação entre as superfícies de apoio e a ocorrência de lesão por pressão (LP), que afetou a maior partes dos pacientes que faziam uso dos colchões de espuma viscoelástica.

Quanto às condições dos lençóis, os estudos apresentaram, que uma grande parte dos clientes apresentaram LP nos lençóis não conformes. Isso requer um maior cuidado no preparo do leito, na execução do exame físico, na inspeção, na troca de decúbito e na implementação das técnicas recomendadas. Durante o cuidado, os profissionais de enfermagem geralmente se concentram na execução das tarefas em tempo hábil e esquecem- se de considerar os sentimentos do cliente. Quando os profissionais mantêm melhores relacionamentos interpessoais com os clientes, eles também podem mudar sua percepção do próprio comportamento. Para manter um bom relacionamento interpessoal, na higiene corporal, além do conhecimento técnico científico do movimento a ser desenvolvido, o conhecimento de si mesmo e do outro. Portanto, a higiene corporal tem significados diferentes para o cliente, embora a "anormalidade" esteja embutida no banho no leito, o cliente ainda o considera um momento de tratamento (FORTE et al., 2019, MOLLER et al., 2015).

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________9

A segurança do paciente envolve ações tomadas pelas instituições de saúde e educacionais para reduzir ao mínimo aceitável o risco de lesões desnecessárias relacionadas aos cuidados de saúde. No Brasil, os indicadores de segurança do paciente são baseados nos indicadores internacionais da Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2020).

Para os clientes que ficam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), muitas vezes sem expectativa de vida, conforto e felicidade representam a última dignidade que lhe restam. Os pacientes de UTI geralmente apresentam alterações de temperatura, secreções e incontinência urinária. Essas condições aumentam a demanda por higiene física com mais frequência do que o habitual (SOUZA et al., 2019, PETRY et al., 2020).

HIGIENE DAS MÃOS ANTES E APÓS O CONTATO COM O PACIENTE

Notou-se que nos artigos Silva et al, 2018 e Luciano et al, 2017, a higiene das mãos antes e após o contato com o paciente e efetuada na maioria das vezes, porém dentre as observações de ocorrência de lavagem das mãos, os estudos apresentaram uma baixa adesão na utilização das técnicas adequadas e sugerida pela ANVISA. Retirando assim o direito da segurança ao paciente, uma vez que a técnica não e efetuada de forma fidedigna.

A baixa adesão à higiene das mãos não está diretamente associada ao conhecimento teórico de tal procedimento ou da situação em que se deve realizá-la, mas entre outros fatores, a incorporação desse conhecimento à prática diária dos profissionais. Atenta-se ao fato de que os treinamentos devem ser dinâmicos e voltados, principalmente, para a sensibilização do profissional e não apenas para a transmissão de informações, focando em normas e atitudes e não apenas em riscos (SILVA et al., 2018).

Percebe-se que o procedimento da técnica de higiene das mãos se torna inadequado na prática diária, pelo esquecimento de algumas etapas havendo preocupação, por parte dos profissionais de saúde, com a quantidade e não com a qualidade deste ato (SILVA et al., 2018).

5 CONCLUSÃO

Considerando a relevância do estudo sobre os resultados das práticas de educação em serviço na equipe de enfermagem da UTI, percebe-se a necessidade de novos estudos que abordem essa temática, uma vez que são poucos os estudos.

A maioria dos artigos selecionados nesta revisão integrativa apresentaram como resultado a importância de incentivar a equipe de enfermagem a participar de educação continuada, educação permanente, capacitações, dentre outras práticas de educação, pois acreditam que a educação em serviço pode transformar ações.

Pode-se dizer que o objetivo deste estudo foi alcançado, uma vez que todos os artigos analisados nesta revisão integrativa firmaram a importância da higienização corporal, como um dos meios de prevenção de infecção da assistência à saúde, promovendo melhoria do quadro clínico do paciente e faz parte da terapêutica assistencial necessária aos cuidados do paciente.

Foi importante a realização dessa pesquisa, pois pode-se perceber que entre os processos tão corriqueiros na prática da enfermagem, a higiene corporal que é executada exclusivamente por esta equipe tem em sua prática promover um benefício com objetivo também terapêutico de grande valor no cuidado e na promoção a saúde.

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________10 REFERÊNCIAS

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Vol. 7 – N° 01 - Setembro, 2021_________________________________11

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Referências

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