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A causa do LES é multifatorial e envolve múltiplos genes e fatores ambientais, como infecções, hormônios e fármacos.

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Academic year: 2021

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Página | 1 DOENÇAS AUTOIMUNES

TEORIA:

- LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES)

O LES é uma doença autoimune crônica, caracterizada pela produção de autoanticorpos dirigidos contra antígenos nucleares (anti-dsDNA, anti-SM, anti-nRNP) e citoplasmáticos, afetando vários órgãos e o metabolismo, a necessidade e a excreção de nutrientes.

A causa do LES é multifatorial e envolve múltiplos genes e fatores ambientais, como infecções, hormônios e fármacos.

No LES, pode ocorrer depósito de autoanticorpos circulantes em vários tecidos, causando inflamação e produção de citocinas, como interferon (IFN) tipo 1.

Sintomas: Fadiga extrema, articulações dolorosas ou inchadas, dor muscular, sensibilidade ao sol, febre inexplicada, exantemas cutâneos mais frequentemente na face, úlceras da boca, dedos das mãos ou dos pés pálidos ou de cor púrpura devido ao frio ou estresse e problemas renais.

A função renal é desarranjada, causando dessa forma excreção excessiva de proteínas e, com frequência, insuficiência renal.

Os corticoides alteram as necessidades de proteínas, sódio, líquido e cálcio.

Antimaláricos parecem ser eficazes no tratamento de lesões cutâneas de alguns indivíduos, porém possuem vários efeitos colaterais, inclusive GI.

Não existem terapias dietéticas específicas, sendo ajustada de acordo com as alterações e necessidades individuais do paciente.

O suporte nutricional pode ser necessário em casos crônicos.

Terapia Nutricional:

- Dieta saudável.

- Calorias ajustadas à idade e às necessidades do paciente.

- Restrição de líquidos, proteína e sódio caso haja comprometimento renal;

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Página | 2 - Possível intolerância ao glúten;

- Melhorar a ingestão de Vitamina D, Cálcio, AGPI ômega-3 e Fibras.

- ARTRITE REUMATOIDE:

A AR é um distúrbio autoimune sistêmico crônico no qual as citocinas e o processo inflamatório desempenham um papel. Ela apresenta manifestações articulares que envolvem inflamação crônica, a qual começa na membrana sinovial e progride para a lesão subsequente da cartilagem articular.

A citrulinação, também denominada deiminação, é uma modificação de cadeias laterais de arginina catalisada pela enzima peptidilargininadeiminase (PAD). Essa modificação pós- tradução tem o potencial de alterar a estrutura, a antigenicidade e a função das proteínas.

A artrite reumatoide pode acometer qualquer articulação, porém os alvos mais comuns são as articulações pequenas de extremidades, como mãos e pés.

O envolvimento é simétrico e bilateral.

As queixas mais frequentes incluem dor, inflexibilidade, edema, perda da função e anemia. O inchaço ou edema é causado pelo acúmulo de líquido sinovial na membrana que reveste as articulações e pela inflamação dos tecidos circundantes.

Ocorre mais frequentemente nas mulheres que nos homens, com início principalmente após os 35 anos de idade e possui manifestações sistêmicas.

Os medicamentos de uso comum são os AINEs, salicilatos, imunossupressores, agentes de remissão, esteroides e antimaláricos.

O envolvimento articular pode gerar várias consequências:

- Acometimento de articulações de pés e mãos, gerando limitação da habilidade de fazer compras, preparo e consumo de alimentos;

- Comprometimento temporomandibular que pode impactar a habilidade de mastigar e deglutir;

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Página | 3 - Manifestações extra articulares como aumento da taxa metabólica, xerostomia, disfagia, anorexia, alterações em mucosa GI.

Efeitos dietéticos e agudização/remissão de sintomas:

- Alergia alimentar vista em 30% dos pacientes com AR, como leite de vaca e derivados;

- Aminoácidos L-canavanina, presente na alfafa e soja: indutor de anticorpos anti-DNA e quadro semelhante ao Lúpus;

- Chocolate, álcool, morango, carne de porco, tomate, salsicha e espinafre: estímulo à secreção de histamina e aminas vasoativas: agravantes de quadro de AR;

- Café (liberação de epinefrina e norepinefrina) e frutas cítricas (fenilefedrina): possíveis desencadeadores de crises.

- Vitamina C e zinco: síntese de colágeno e uso no tratamento de AR: Zinco modula a resposta imunológica de linfócitos T, cicatrização e efeitos anti-inflamatórios (efeito benéfico em AR);

- Ácidos graxos W-3: Efeitos anti-inflamatórios e atenuação de sintomas de AR.

Terapia Nutricional:

- Dieta saudável.

- Calorias ajustadas à idade e às necessidades do paciente.

- Proteína: 1,5 – 2,0g/kg/dia;

- Adequado aporte de vitaminas do complexo B, cálcio e vitamina D;

- Evitar alérgenos alimentares;

- Uso de ômega-3: Recomenda-se 50mg/kg de EPA associado a 30mg/kg de DHA, verificar traços de mercúrio nos peixes ou suplementos;

- Jejum seguido de dieta vegetariana ou uso da dieta mediterrânea (azeite de oliva – gordura neutra estável).

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Página | 4 - Atentar-se ainda às flutuações de peso corpóreo (perda involuntária, ganho associado à terapia com corticosteroides) e ao percentual de massa gorda, que tende a se elevar, mesmo quando existe perda de peso.

- A perda de peso e de massa muscular pode ser atenuada com a introdução de exercícios de resistências leves, com fortalecimento da musculatura periarticular, além dos benefícios

associados ao alongamento, ao relaxamento e ao condicionamento cardiorrespiratório, por meio de atividades aeróbicas leves.

- DOENÇAS DA TIREOIDE -Hipotireoidismo:

Síndrome clinica associada pela baixa produção de hormônios tireoidianos.

O tratamento médico é feito com a reposição dos hormônios de tireoide com L-tiroxina (T4), iniciando- se com 25mcg/dia.

A soja deve ser evitada na refeição de uso do medicamento (dificulta sua bioconversão).

É necessário consumo adequado de selênio e zinco que, por ser cofatores das deiodinases, são essenciais para perfeita conversão de T4 em T3.

A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que ataca e destrói a glândula tireoide.

Os anticorpos anti-TPO estão associados à tireoidite de Hashimoto e é o mais importante marcador.

- Tireoidite de Hashimoto:

Distúrbio autoimune em que o sistema imune ataca e destrói a glândula tireoide, sendo a forma mais comum de hipotireoidismo.

A glândula tireoide aumentada e cronicamente inflamada torna-se não funcional, com deterioração de partes reativas da glândula depois de vários anos.

A presença de autoanticorpos contra a tireoide indica que o sistema imune do corpo está se autoatacando, bem como a presença de um distúrbio autoimune da tireoide, seja ele hipotireoidismo, seja hipertireoidismo.

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Página | 5 O vírus Epstein-Barr (EBV) foi implicado como importante fator etiopatogênico na doença

autoimune da tireoide.

Sintomas: Baixa energia, mãos e pés frios, fadiga, hipercolesterolemia, dor muscular, depressão e déficits cognitivos.

Hipertireodismo

Síndrome resultante do excesso de T4 e/ou T3, resultante da superprodução endógena ou do uso exógenos desses hormônios.

Suas principais causas são Doença de Graves (autoimune), tumor hipofisário secretor de TSH, nódulos tireoidianos secretores de T4 e T3 e uso de medicamento rico em iodo (amiodarona).

O tratamento é dado com drogas antitireoidianas (propiltiouracil e metimazol)

A necessidade de multivitamínicos faz-se necessária pela elevação do metabolismo em até 50%.

O uso de Iodo Radioativo (131I) tem sido utilizado para indução de hipotireoidismo com segurança e eficácia.

Terapia Nutricional:

Vários nutrientes estão envolvidos na saúde da tireoide, sobretudo o iodo (papel fundamental na síntese de hormônio tireoidiano) e o selênio.

Soja: Risco de doença de tireoide em grandes consumidores de soja e usuários de suplementos de isoflavonas, assim como crianças alimentadas exclusivamente com fórmulas a base de soja.

Selênio: Na deficiência de selênio, os níveis de T4 estão elevados, mas os níveis de T3 estão diminuídos, porque o selênio é necessário ao funcionamento das deiodinases. Outro ponto é que a suplementação de selênio parece atenuar a doença autoimune em pacientes com anticorpos antitireóide elevados.

Zinco: O zinco aumenta a atividade da deiodinase tipo 2. A suplementação de zinco poderia normalizar TSH e T3 reverso.

Flavonoide: Alguns flavonoides poderiam afetar a disponibilidade de T4 aos tecidos, como kaempferol, catequinas, rutina, quercetina, genisteína dentre outros.

Brassicas: As brássicas ou vegetais cianogênicos (couve-flor, brócolis, repolho, couve-de- Bruxelas, mostarda, nabo, rabanete, broto de bambu e mandioca) exercem atividade

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Página | 6 antitireoidiana por meio da inibição da TPO (tireoperoxidase), assim como a soja quando o aporte de iodo é limitado.

Glúten: Pacientes celíacos ou com baixa sensibilidade ao glúten podem apresentar doença autoimune de tireóide. Estudos tem observado redução progressiva dos níveis de anti-TPO em pacientes com doença celíaca utilizando dieta sem glúten.

Iodo: A carência de iodo está associada a presença de bócio endêmico ou simples, com redução da circulação da síntese de T4 e T3. O consumo excessivo de iodo pode causar hipertireoidismo em idosos, tireoidite autoimune e hipotireoidismo. Em 2003 a ANVISA estabeleceu que o ideal de iodação seria 20 – 50mg/kg, sendo o máximo de 60mg/kg.

- DOENÇA CELÍACA:

Doença autoimune, causada por uma resposta de hipersensibilidade à alfa-gliadina (proteína do glúten).

Exposição ao glúten: prolaminas (frações de glúten - nocivas): gliadinas α, β, γ e Ω e glutenina (trigo); hordeínas (cevada), secalinas (centeio), avidina (aveia).

Sinais e sintomas:

Osteopenia (má absorção de Ca), perda de peso, astenia, osteomalácia, artrite, fraqueza, naúseas, cólicas abdominais, diarreia, constipação, distensão abdominal, apatia, fadiga, coagulopatias (def. vit K), deficiência de lactase, Esteatose hepática, hepatite, dermatite herpetiforme, ulcerações aftosas orais recorrentes, anemias (má absorção de Fe, B9), alterações na menstruação, sintomas neurológicos (ataxia, convulsões e polineuropatia).

O trigo pode ser substituído por milho, batata, arroz, soja, tapioca, araruta, mandioca, quinoa, amaranto, sorgo, polvilho, trigo sarraceno.

Alimentos proibidos (obviamente contém glúten)

Alimentos permitidos (obviamente isentos de glúten)

Alimentos que precisam explicitar que são isentos de glúten no rótulo

Pão e farinha de trigo, centeio, cevada e aveia

Leite e outros laticínios Salsichas, patês, pasta de queijo, carnes para lanche, carnes e aves

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Página | 7 enlatadas

Bolos, doces, biscoitos, tortas ou outros alimentos feitos com essas farinhas

Arroz, milho, trigo sarraceno e qualquer alimento feito com essas farinhas

Alimentos industrializados que podem conter farinhas de cereais como aditivos, espessantes ou aromatizantes

Massas italianas

(espaguete, macarrão...), sêmola de trigo

Qualquer tipo de carne fresca, peixes ou frutos do mar e ovos

Bebidas alcoólicas derivadas de cereais (uísque, vodka)

Produtos industrializados com essas farinhas (flan, creme, sorvete, geleia...)

Tapioca, soja Molhos para carne (molho de soja) Molhos para saladas, mostarda, catchup, molho de tomate...

Alimentos maltados (ex:

leite maltado)

Frutas, vegetais, batatas Sopas instantâneas ou enlatadas e caldos em cubos

Bebidas contendo cereais (cerveja, cerveja sem álcool)

Manteiga, margarina, óleos e outras gorduras

Café ou chá instantâneo

Sal, pimenta, vinagre Balas e achocolatados Café com grãos moídos, chá e

infusões de ervas

Em geral, todo alimento enlatado

Bolos e doces sem as farinhas proibidas

Hóstia de comunhão

Referências

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