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MINI HOUSE- DESIGN DE ABRIGO TEMPORÁRIO, MODULAR E TRANSPORTÁVEL

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MINI HOUSE- DESIGN DE ABRIGO

TEMPORÁRIO, MODULAR E TRANSPORTÁVEL

PEDRO MIGUEL PINTO TEIXEIRA

Orientadora

Prof.ª Doutora Maria João Lopes Guerreiro Félix

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Design e Desenvolvimento de Produto

Este trabalho não inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri.

Novembro, 2017

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MINI HOUSE- DESIGN DE ABRIGO

TEMPORÁRIO, MODULAR E TRANSPORTÁVEL

PEDRO MIGUEL PINTO TEIXEIRA

Orientadora

Prof.ª Doutora Maria João Lopes Guerreiro Félix

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Design e Desenvolvimento de Produto

Este trabalho não inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri.

Novembro, 2017

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DECLARAÇÃO

Nome: Pedro Miguel Pinto Teixeira

Endereço pedro.pinto.teixeira4@gmail.com Tel./Telem.: 916961132

Número do Bilhete de Identidade: 14309749

Título da dissertação /trabalho: “Mini house – Design de abrigo temporário, modular e transportável””.

Orientadora: Prof.ª Doutora Maria João Lopes Guerreiro Félix Ano de conclusão: 2017

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Design e Desenvolvimento de Produto

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

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RESUMO

Um dos principais papéis da atividade do designer é a sua estreita ligação entre a industria/mercado com a finalidade de suprimir as necessidades da vida cotidiano das pessoas.

Todos os seres humanos, sejam homens, mulheres, jovens ou crianças, têm direito a uma habitação, como forma de estrutura artificial que serve de abrigo, bem como, de refúgio contra as alterações climáticas e os vários perigos existentes, contribuindo para a sua proteção e por inerência, para a sua saúde e integridade física.

A população mundial tem vindo a aumentar todos os anos de forma gradual, sendo que segundo dados de 2016, retirados de (Expresso, 2016) (“População mundial irá aumentar mil milhões em 12 anos 11.07.2014,” 2016)

Este fator tem vindo a despertar , uma crescente necessidade de atualização de recursos sociais e económicos, como forma de garantir as necessidades básicas da população, tendo em vista, no caso particular do presente projeto, a questão do aumento significativo do desemprego.

Uma grande parte da população existente perde a sua habitação por ser economicamente incomportável mantê-la, seja própria ou arrendada, como teremos oportunidade de constatar posteriormente. Estas razões têm vindo a traçar o destino de muitas pessoas, os apelidados, “sem-abrigo”.

Tendo como ponto de partida esta realidade, foi escolhida a cidade do Porto como local de intervenção para a realização de um estudo de caso, tanto pela densidade populacional

como pela proximidade geográfica do autor. Tendo-lhe sido desta forma possível observar diversos casos diretamente ligados a este flagelo.

Desta forma, numa primeira fase, será realizado um levantamento e posterior análise bibliográfica, seguida de uma observação do público alvo, por contato direto com o mesmo. Será aplicada uma metodologia intervencionista através das ferramentas de inquérito, através do método de entrevistas e de observação direta.

Com base na observação realizada, será proposto o design e desenvolvimento de um abrigo modular transportável, procurando utilizar um material de baixo custo, para suprimir as necessidades básicas da população em estudo, fazendo assim com que se minimize este problema e, por conseguinte, se ofereça uma melhor qualidade de vida, aquele que é o público alvo.

PALAVRAS-CHAVE: Design de produto; responsabilidade social; baixo custo; emergência, Design Inclusivo; sem abrigo.

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ABSTRACT

One of the main roles of the designer's activity is his close industry / market with the purpose of suppressing the daily necessities of the people.

All human beings either men, women, young people or children, are entitled to a housing, as a form of artificial structure that serves as a shelter, as well as a shelter against climate change and the various hazards that exist, contributing to its protection and inherent to their health and physical integrity.

The world population has been increasing gradually every year, according to data from 2016, taken from (Expresso, 2016) ("World population will increase one billion in 12 years 11.07.2014, "2016).

This factor has been awakening, a growing need to update resources social and economic, as a way of guaranteeing the basic needs of the population, taking into account, in the particular case of this project, the issue of significant increase of unemployment.

Large numbers of the existing population lose their housing because they are economically to maintain it, whether it is owned or leased, as we will have the opportunity to see later. These reasons have been tracing the fate of many people, the nicknamed, "homeless."

Based on this reality, the city of Porto was chosen as the to carry out a case study, both by population density as by my geographical proximity. In this way, I was able to observe several cases directly linked to this scourge.

Having said this, in the first phase, a survey and subsequent bibliography, followed by an observation of the target audience, by direct contact with the same.

It will be as such, applied an interventionist methodology through the tools of interviews, and direct observation.

Based on the observation made, it will be proposed the development of a shelter use of a low cost material to suppress basic needs of the population under study, thus minimizing the

this problem and, therefore, offers a better quality of life, the one that is the target audience.

KEYWORDS: Product design; social responsability; low cost; emergency, Inclusive Design; homeless.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação a uma pessoa da minha família que partiu este ano e em especial aos meus pais, a minha namorada e aos meus avós por lembrarem que nada é impossível na vida se tivermos o apoio dos nossos seres queridos.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer em especial aos meus pais, que me apoiaram incondicionalmente no cumprimento deste grande objetivo, e me deram o seu amor, compreensão, valores e habilidades que me ajudaram a ser uma melhor pessoa e por me terem proporcionado o percurso académico na área que eu escolhi e que me deram

“colo” nos momentos em que eu mais precisava.

Agradeço ainda com especial atenção à professora, Doutora Maria João Félix, por ter aceite ser orientadora desta dissertação, pelo interesse mostrado, acompanhamento e disponibilização de material e que fez com que isto fosse possível.

À minha namorada pelo carinho, compreensão e todo o incentivo que me deu, mesmo nos momentos mais difíceis que se foram surgindo ao longo do percurso.

Ao pessoal do escritório onde estágio, Jorge, João, Nuno e Joel que sempre me apoiaram e motivaram.

E por último, mas não de menor importância, aos meus avós e aos meus amigos por todo o apoio e animo que me sempre deram.

A todos, um muito obrigado.

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ÍNDICE

Índice de figuras Índice de tabelas Índice de quadros Lista de acrónimos

ÍNDICE

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO AO TEMA ... 1

1.1. ESTADO DA ARTE ... 1

1.2. MOTIVAÇÃO ... 2

1.3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ... 3

1.4. PERGUNTAS DE INVESTIGAÇÃO ... 5

1.5. HIPÓTESE ... 5

1.6. OBJETIVOS ... 5

1.7. METODOLOGIA DE TRABALHO ... 5

1.8. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ... 6

CAPÍTULO 2- A PROBLEMÁTICA DOS “SEM-ABRIGOS” ... 9

2.1. QUESTÕES SOCIAIS E ECONÓMICAS ... 9

2.2. ASSOCIAÇÕES DE APOIO AOS “SEM-ABRIGO” ... 12

2.3. NECESSIDADES BÁSICAS DA VIDA COTIDIANA DAS PESSOAS ... 13

CAPÍTULO 3- PONTOS DE ABRIGO DE EMERGÊNCIA ... 14

3.1. ABRIGO DE EMERGÊNCIA CASOS DE ESTUDOS ... 14

3.2. A EXPERIÊNCIA NO TERRENO ... 16

3.3. AS ENTREVISTAS AOS SEM-ABRIGO ... 20

CAPÍTULO 4- DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 23

4.1. O VALOR DOS CONCEITOS DO DESIGN UNIVERSAL NO PROJETO ... 23

4.2. LOCAL DE INTERVENÇÃO – CIDADE DO PORTO ... 24

4.3. PERFIL DOS UTILIZADORES ... 24

4.4. DEFINIÇÃO DO SEGMENTO DO MERCADO ... 25

4.5. ESTUDO DA CONCORRÊNCIA ... 26

4.6. GERAR CONCEITOS……….30

4.7. IDEIA... 30

4.8. MOTIVAÇÃO DO CONSUMIDOR ... 31

4.9. BRAINSTORMING ... 32

4.10. SELEÇÃO DO CONCEITO MAIS PROMISSOR ... 40

4.11. SELEÇÃO DE MATERIAIS ... 41

4.12. DADOS ERGONÓMICOS ... 43

4.13. OUTROS ABRIGOS………..46

4.14. DESENHOS TÉCNICOS E CORTES ... 51

4.15. PERSPETIVA EXPLODIDA ELISTA DE PEÇAS ... 53

4.16. MODELOS 3D (RENDERS SOLID WORKS). VÁRIAS PERSPETIVAS ... 56

4.17. CARTAZES DE CONCEITO ... 60

CAPÍTULO 5- CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS ... 69

5.1. CONCLUSÕES FINAIS ... 69

CAPÍTULO 6- BIBLIOGRAFIA ... 71

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ANEXOS ... 73

GUIÃO: ... 73

ENTREVISTA Nº 1: ... 74

ENTREVISTA Nº 2: ... 77

ENTREVISTA Nº 3: ... 80

ENTREVISTA Nº 4: ... 83

ENTREVISTA Nº 5: ... 86

ENTREVISTA Nº 6: ... 89

ENTREVISTA Nº 7: ... 92

ENTREVISTA Nº 8: ... 95

ENTREVISTA Nº 9: ... 98

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Modelo de intervenção e acompanhamento ... 4

Figura 2: Fotografia no terreno ... 17

Figura 3: Fotografia no terreno ... 17

Figura 4: Fotografia no terreno ... 18

Figura 5: Fotografia no terreno ... 18

Figura 6: Fotografia no terreno ... 18

Figura 7: Fotografia no terreno ... 19

Figura 8: Cardborigami ... 26

Figura 9: Abrigo de emergência para desastres naturais ... 26

Figura 10: Abrigo Urbano ... 27

Figura 11: Sluggish Nomadic Abodes ... 27

Figura 12: Modular temporary housing system ... 28

Figura 13: Disposable Carboard Bed ... 28

Figura 14: Santuário ... 29

Figura 15: Hown ... 29

Figura 16: Tatu ... 30

Figura 17: Conceito 1 ... 32

Figura 18: Conceito 2 ... 33

Figura 19: Conceito 3 ... 34

Figura 20: Conceito 4 ... 35

Figura 21: Conceito 5 ... 36

Figura 22: Conceito 6 ... 37

Figura 23: Conceito 7 ... 39

Figura 24: Conceito 7 ... 38

Figura 25: Conceito mais permissor ... 40

Figura 28: Pepelão com espessura 2,50 a 3,10 milimetros ... 43

Figura 27: Dobradiças em metal ... 43

Figura 29: Ergonomia do homem ... 44

Figura 30: Ergonomia do homem ... 45

Figura 31: Tenda de caminhada ... 46

Figura 32: Tenda de campismo ... 47

Figura 33: Desenho técnico e cortes ... 51

Figura 34: Desenho técnico e cortes ... 52

Figura 35: Perspetiva explodida de lista de peças ... 53

Figura 36: Perspetiva explodida de lista de peças ... 54

Figura 37: Perspetiva explodida de lista de peças ... 55

Figura 38: Render 1 ... 56

Figura 39: Render 2 ... 56

Figura 40: Render 3 ... 57

Figura 41: Rende 4 ... 57

Figura 42: Render 5 ... 58

Figura 43: Render 6 ... 58

Figura 44: Render 7 ... 59

Figura 45: Render 8 ... 59

Figura 46: Cartaz 1 ... 60

Figura 47: Cartaz 2 ... 61

Figura 48: Cartaz 3 ... 62

Figura 49: Cartaz 4 ... 63

Figura 50: Cartaz 5 ... 64

Figura 51: Cartaz 6 ... 65

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Figura 52: Simulação da maquete ... 66

Figura 53: Simulação da maquete ... 66

Figura 54: Simulação da maquete ... 67

Figura 55: Simulação da maquete ... 67

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: População ao longo dos anos ... 9

Tabela 2: Estimativas mensais de emprego e desemprego ... 10

Tabela 3: Percentil ... 44

Tabela 4: Tenda com capacidade para uma pessoa ... 47

Tabela 5: Tenda com capacidade para duas pessoas ... 48

Tabela 6: Tenda com capacidade para três pessoas ... 48

Tabela 7: Tenda com capacidade para cinco pessoas ... 49

Tabela 8: Tenda com capacidade para sies pessoas ... 49

Tabela 9: Tenda com capacidade para oito pessoas ... 50

ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Idade média dos sem-abrigos ... 20

Quadro 2: Estado civil dos sem-abrigos ... 21

Quadro 3: Grau de instrução dos sem-abrigos ... 21

Quadro 4: Ocupação dos sem-abrigos ... 22

LISTA DE ACRÓNIMOS ISS- Instituti da segurança social INE- Instituto nacional de estatistica AANP- Associação dos albergues noturnos CASA- Centro de apoio ao sem-abrigo GASPorto- Grupo de ação social do Porto CRP- Constituição da republica porthuesa

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CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO AO TEMA 1.1. ESTADO DA ARTE

Há algumas décadas atrás, os primeiros abrigos do homem, foram as grutas e as cavernas, sendo que a necessidade de proteção, surgiu como fator imprescindível à sobrevivência. Além da função de habitação, a caverna acabou também por se tornar um lugar de cultos espirituais ou religiosos e de reuniões, proporcionando momentos de vida em comum que estiveram na génese das noções de sociedade (Pr, Jo, &

Carvalho, 2015). Ao longo da história, a melhoria das construções que serviram de abrigo, foram crescendo e sofrendo alterações à medida das necessidades do homem, dando assim, início a diferentes tipologias de abrigos (Pr et al., 2015), que foram surgindo conforme as necessidades de defesa do homem contra as ameaças da natureza e servindo de fronteira entre o espaço exterior e o interior.

Nos nossos dias em Portugal, o flagelo dos “sem-abrigo” é composto por um conjunto de problemáticas para as quais já estão a ser desenhadas algumas soluções. (OLIVEIRA, n.d.). É de salientar, que o design inclusivo, num produto direcionado para os sem-abrigos é de extrema importância devido ás capacidades dos mesmos. Design de produtos que respondem às pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adaptáveis para qualquer uso.

Designações como mendigo, morador de rua ou sem-abrigo, são atribuídas às pessoas que por várias circunstâncias, sociais, económicas, familiares, ficaram sem acesso a uma habitação, tendo que pernoitar em locais públicos das cidades. (Silva, 2010), sendo que o estado de vulnerabilidade destes cidadãos, são definidos também consoante o tempo em que se encontram na rua.

Existem várias circunstancias que podem ser apontadas como causas de exclusão social, podendo ser acidentais, económicas ou estruturais.

Podemos apontar quatro parâmetros para os sem-abrigo, o crónico, que é associado ao alcoolismo e à toxicodependência; o temporário, que surge de uma situação inesperada, como um desemprego súbito ou uma mudança de comunidade; o periódico, esses possuem uma casa, mas evitam-na devido a pressões como, por exemplo, nos casos de violência doméstica, e o total, que não tem casa nem qualquer tipo de relação com a sociedade.

Neste sentido, podemos verificar que são realizados alguns esforços no que diz respeito a uma constante procura de apoios junto das associações, que tem como objetivo levar a cabo ações de solidariedade, particularmente de apoio psicológico, alimentação, vestuário, etc,.

No que diz respeito à oferta de produtos que colmatem necessidades primárias, para este grupo de pessoas, existem esforços no desenvolvimento de novos conceitos, mas uma grande necessidades de se investigar nesta área, para que se consigam implementar.

Temos como exemplo de caso de estudo, um abrigo de emergência de 2012, de Nic Ginsalves e Nis Martoo, que o desenvolveram para vitimas de desastres naturais (Gonsalves et al., 2016). (fig. 9) No ano seguinte, em 2013, foi desenvolvido um abrigo com o nome “Inspirado-Origami”, criado pela arquiteta, Tina Hovsepian. (Boletim & Loja, 2016), (fig.8) que criou um abrigo temporário para sem-abrigos, feito de

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cartão reciclado e inspirado na técnica japonesa origami. Houve ainda, em 2014, um abrigo urbano, concebido por uma artista, Michael Rakowitz, (fig.10) que usa o excesso de calor das condutas de ar, para o manter quente.

Quem trabalha na área dos sem-abrigo, ou quem está interessado em estudar esta temática, reconhece os problemas existentes e realça a urgência de encontrar soluções para este tipo de problema.

Em Portugal existem mais de cinco mil pessoas sem-abrigo (Pereira & Oliveira, 2014), entre as quais, segundo um estudo realizado no mês de dezembro de 2016, se concluí a existência de mil e seiscentas pessoas em situação de sem-abrigo na cidade do Porto. (Jogo, 2016)

Para o presente projeto será proposto o design de um novo produto, sendo que para o seu desenvolvimento, serão todos em consideração aspetos importantes na conceção de um abrigo, como a sustentabilidade, os materiais a utilizar, as necessidades básicas em contexto de sobrevivência, o bem-estar social, o produto de baixo custo e a máxima resistência às temperaturas atmosféricas.

1.2. MOTIVAÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um produto modular, transportável, que procurará utilizar um material de baixo custo, com vista a superar as necessidades básicas da população em estudo.

Será esperado que este projeto tenha um impacto, no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas desfavorecidas, que não dispõem de um teto, os designados “sem-abrigo”.

Um dos principais motivos que levaram o autor a desenvolver este trabalho, foi o facto de ter constatado um grande aglomerado de sem-abrigo na cidade do Porto, que pernoitam sem um teto e com grande desanimo, principalmente nos meses mais frios e chuva, sem terem uma família, ou alguém que lhes proporcione um pouco de conforto.

Esta foi sem dúvida a principal motivação, que impulcionou a vontade de querer melhorar a vida destas pessoas pela positiva, tentando proporcionar as melhores condições, minimizando o sentimento de solidão, promovendo a autoestima e a dignidade, oferecendo um abrigo mais intimista e com mais conforto.

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1.3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Segundo os dados, do relatório de avaliação da estratégia nacional para a integração de pessoas sem‐abrigo 2009_2015: prevenção, intervenção e acompanhamento para 2009_2015, do instituto da segurança social, I.P. apresentada, publicamente, a 14 de março de 2009 e revisto em fevereiro de 2017, os processos de exclusão social que caracterizam e que conduzem as pessoas a situações de sem-abrigo, parece atualmente constituir um ponto de partida consensual do ponto de vista da investigação até então produzida em Portugal, nas preocupações das instituições no terreno, e menos óbvia em estratégias políticas.

Será importante fazer um reconhecimento relativo à complexidade das situações em que se encontram as pessoas sem-abrigo, tentando fazer com que a resposta seja concertada, sendo que sem duvida a promoção da informação sobre este fenómeno deve servir também de estratégias de sensibilização e educação e principalmente de forma articulada, pois parece não existir ainda uma estratégia definida a nível nacional o que dificulta um conhecimento real da situação.

Para a integração definitiva deste grupo de pessoas carenciadas, devem ser encontradas estratégias de prevenção e de acompanhamento ao longo da fase de reintegração.

É conhecida uma estratégia baseada num conjunto de orientações a serem implementada a nível local, no âmbito das redes sociais locais com base em planos específicos. É importante salientar a iniciativa de recolha de informação ao nível nacional do Instituto da Segurança Social (2005). Os Sem-Teto: realidades (in)visíveis. Lisboa: ISS e Instituto da Segurança Social (2005) Caracterização das respostas sociais e serviços dirigidos aos sem-abrigo. Lisboa: ISS, bem como a recolha de informação e análise sobre a realidade das pessoas sem-abrigo em Portugal, levada a cabo pelo Instituto da Segurança Social (2005) Estudo dos Sem-Abrigo. Lisboa: ISS.

Foi proposto um conceito para definir a pessoa sem-abrigo, que deve ser utilizado a nível nacional.

Considera-se pessoa sem-abrigo aquela que, independentemente da sua nacionalidade, idade, sexo, condição sócio-económica e condição de saúde física e mental, se encontre:

sem tecto, vivendo no espaço público, alojada em abrigo de emergência ou com paradeiro em local precário;ou

sem casa, encontrando-se em alojamento temporário destinado para o efeito.

Enipsa_2009_2015, pág. 15

No que concerne aos eixos da estratégia, nomeadamente o EIXO 1 – Conhecimento do fenómeno, informação, sensibilização e educação que é baseado no conhecimento permanente do fenómeno e as medidas que visam a informação, sensibilização e educação da comunidade em geral e o EIXO 2 Qualicação da Intervenção, sendo que as medidas visam garantir a qualidade, eficácia e eficiência em duas vertentes, na intervenção técnica e no reconhecimento da qualidade das respostas dirigidas a esta população.

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Dentro do EIXO 2 seria nossa intenção neste projeto contribuir para garantir a qualidade das respostas, dos serviços prestados e a logística operacional dos equipamentos fixos ou móveis que prestam apoio às pessoas sem-abrigo, Figura 1 e no assegurar que ninguém tenha de permanecer na rua por mais de 24 horas. (Abrigo, 2015)

Temos conhecimento que o objetivo pretendido é que sejam criadas todas as condições para que as pessoas não cheguem às ruas e que caso aconteça sejam garantidos os cuidados básicos e encontrada uma resposta de alojamento, temporária ou permanente, adequada a cada caso. Mas lamentavelmente as respostas de alojamento nem sempre são positivas, neste sentido, um abrigo modular, transportável, com vista a superar as necessidades básicas por curtos espaços de tempo seria uma alternativa positiva.

Figura 1: Modelo de intervenção e acompanhamento Fonte: Enipsa_2009_2015, pág. 15

Abrigo temporário

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1.4. PERGUNTAS DE INVESTIGAÇÃO

Para a execução do presente projeto e posterior desenvolvimento projetual é necessário avaliar a pertinência das questões a que se pretenderá responder, desta forma encontram-se abaixo transcritas, algumas das questões mais importantes para o desenvolvimento da presente proposta:

- Como melhorar a qualidade de vida de um sem abrigo através da intervenção do design?

- Quais os produtos necessários para a realidade de uma pessoa sem casa?

- Será possível criar um produto de baixo custo, a fim de viabilizar a sua implementação junto da população desfavorecida?

1.5. HIPÓTESE

Após a formulação do problema, do levantamento bibliográfico, da pergunta de investigação, fica a intenção de desenvolver um abrigo para os sem-abrigo, o qual proporcione uma melhor qualidade de vida, durante o tempo que aguarda pela atribuição de uma habitação. Para dar resposta a este problema, é necessário desenvolver um abrigo com propriedades climatéricas apropriadas à chuva e ao frio, e que, ao mesmo tempo seja possível a utilização de um material de baixo custo e com alguma durabilidade.

Poderemos melhorar temporariamente a qualidade de vida de um sem abrigo através de um abrigo temporário, desde que o mesmo ofereça as condições mínimas de sobrevivência e dignidade e que permita o repouso de forma segura.

O abrigo deverá comtemplar espaços para arrumação e transporte dos produtos básicos e necessários para a realidade de uma pessoa sem casa.

Devem os abrigos ser fornecidos pela entidades reguladoras e que monitorizam os sem abrigo, como tal, devem ser escolhidos os melhores materiais ao mais baixo custo.

1.6. OBJETIVOS

Os principais objetivos deste trabalho consistem em:

a. Desenvolver um projeto que será viável para se produzir industrialmente;

b. Estudar a população sem-abrigo em Portugal e a sua incidência na cidade do Porto;

c. Desenvolver a proposta de um produto para os sem-abrigos, que lhes ofereça melhor qualidade de vida;

d. Desenvolver um produto ocupando o mínimo de espaço possível e que contenha os bens essenciais do utilizador.

1.7. METODOLOGIA DE TRABALHO

A investigação é fundamentada num processo de carater teórico-prático estabelecido por meio da informação, em diferentes fontes bibliográficas, visitas e entrevistas. Tendo assim em conta que o ponto de

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partida para o presente estudo, terá como local de intervenção a cidade do Porto, será realizada numa primeira fase uma pesquisa bibliográfica, e uma observação de campo como forma de captar o máximo de informação possível. Será ainda privilegiado o contacto com as entidades públicas e privadas que apoiam a população sem-abrigo.

No que se refere ao trabalho de campo com os sem-abrigos do Porto, será utilizado um método quantitativo, método intervencionista através das ferramentas de inquérito e observação direta para que desta forma se possa perceber, quais as reais problemáticas e as principais necessidades.

A técnica de observação, trata-se de uma forma mais pormenorizada de recolher informação. Esta prática é particularmente interessante para recolher informação do utilizador, mas exige algum tempo para se poder obter dados concretos. (Avalia, Segundo, & Caracter, 2016)

De seguida trabalharemos um estudo de caso, usado para compreender, explorar, avaliar, descrever e ou transformar. (Meirinhos, Superior, & Este, 2010), que nos servirá para captar o que já foi anteriormente investigado, contribuindo assim com possíveis soluções ou melhoramentos, de forma a reduzir o problema que nos propomos tratar. Neste caso pretende-se dar respostas ao problema no que se refere aos sem-abrigo em situação desfavorecida, mais propriamente criar algum tipo de abrigo que seja transportável e fazendo também, com que possam guardar alguns objetos mais pessoais.

1.8. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Num segundo capítulo (pág.12) vai-se abordar a problemática dos sem-abrigo, onde vai ser pormenorizado um estudo sobre o aumento da população nos últimos anos, os problemas sociais no que diz respeito os fatores económicos, como a falta do desemprego associados a este perfil de pessoas e a perda da habitação por falta de possibilidade financeira. Um outro aspeto a ser investigado é conhecer quem trabalha no domínio dos sem-abrigo, como associações de apoio e esforços que já estão a ser colmatados, como projetos desenvolvidos. Será também investigado quais são as necessidades básicas da vida quotidiana das pessoas e o direito a uma habitação.

No terceiro capitulo (pág. 20) são tratados os casos de estudos e os trabalhos desenvolvidos em Portugal, ou seja, nesta fase procura-se encontrar alguns exemplos de produtos que assistem na caracterização da proposta, tanto a nível formal como conceptual.

Refere-se também que tipo de produto se pretende abordar e que tipo de obras, selecionando de seguida alguns conceitos desenvolvidos. Seguindo no mesmo ponto aborda-se o tema das entrevistas e a experiencia no terreno onde se fala com algum detalhe das entrevistas as pessoas que vivem nas ruas da cidade do porto.

Aborda-se também o tema da experiência no terreno, detalhando todos os passos e percebendo assim a importância de refletir a prática no terreno e a experiência das pessoas afetadas pela pobreza e exclusão onde será feita uma observação direta, onde se vai recolher momentos fotográficos, mas avaliar as necessidades com mais detalhe.

A pesquisa de campo deste trabalho foi efetuada por auxilio de entrevistas a partir de um guião. Fazendo assim com que o entrevistador possa e deva decidir durante a entrevista, quando e em seguimento deve fazer as perguntas. Descreve-se também alguns dados da investigação no que diz respeito aos entrevistados.

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Por fim nesta fase é retirada as conclusões das entrevistas, percebendo a importância de comparecer no terreno, de ter um contato direto com o público.

No capítulo quatro (pág. 32), questiona-se a dificuldade de produtos que usamos, mais propriamente chamado de Design Universal. O designer tem como dever preocupar-se em conceitos que consideram provável limitações ambientais, físicas ou cognitivas dos utilizadores. Com isto, os produtos devem ser projetados de forma universal, com esforço de uma produção mais habilitado de forma a atender as necessidades de qualquer publico. Fazendo com que pessoas em situações desfavorecidas possam estar integradas em igualdade de direitos como todos os outros. Não se protege somente de assegurar o direito pelos outros, mas sim proporcionar os nossos próprios direitos para o futuro, quer em circunstancias excecionais como por motivos inevitáveis de envelhecimento.

É também referido o porto como o local de intervenção. Define-se também o tipo de perfil do cliente traçado. É traçada uma estratégia para perceber como se pode atingir o público-alvo, chamado de segmentação de mercado. Neste mesmo capítulo é também feito o estudo da concorrência.

Começa assim por desenvolver o conceito, onde se descreve a ideia para o desenvolvimento do produto e as vantagens e desvantagens trás esse tipo de produto para os clientes. Nesta etapa decorre a observação e a descoberta de produtos já existentes, através deste ponto, consegue-se perceber o produto a desenvolver em mais detalhe e verificar quais os pontos mais frágeis. A recolha de informação é essencial nesta fase do projeto, pois é através desta informação que todo o projeto se alicerça.

De seguida começa-se por criar uma chuva de ideias “brainstorming” onde se começa a desenvolver o produto. É neste período será que realizado o máximo de desenho para o conceito. É a fase para ser definidas diferentes soluções para o mesmo utilizador, de acordo com as diferentes situações em que será utilizado o produto.

Após a recolha de informação e análise, aqui decorre a condensação da informação.

É neste mesmo período que se experimenta toda uma vasta gama de materiais. A escolha dos materiais pretendidos para a evolução do produto é investigada nesta etapa. É a altura certa para decidir o material que o produto vai envolver. Nesta fase serão averiguados dados ergonómicos específicos necessários para a conceção do dispositivo em estudo, além dos dados físicos específicos dos utilizadores. Por fim, ainda no mesmo capítulo, é a fase onde sucede a escolha de ideia final. De tantas ideias que surge durante o processo, este é o momento de optar pela melhor. Neste momento, será também desenvolvido um ou mais protótipos das ideias obtidas. É através desta etapa que se consegue verificar se o produto/ modelo precisa de sofrer algum tipo de alterações. Estes protótipos são uma mais-valia para a escolha da solução. Neste ponto pretendo desenvolver protótipos para verificar alguns pormenores. Depois disso, será desenvolvido o projeto num modelo 3D onde serão também feitos os desenhos técnicos.

De seguida no quinto capítulo (pág. 80) são realizadas as conclusões e as perspetivas futuras do presente trabalho.

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CAPÍTULO 2- A PROBLEMÁTICA DOS “SEM-ABRIGOS”

2.1. QUESTÕES SOCIAIS E ECONÓMICAS

Com o passar dos anos a população residente em Portugal tenderá a diminuir. De acordo com os resultados obtidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE, tabela 1), Portugal até 2080, perderá cerca de 2,8 milhões de habitantes, passando assim de 10,3 milhões para 7,5 milões de habitantes.

(Berry, 2017)

A população até ao ano de 2014 (tabela1), tem vindo a diminuir pelo oitavo ano consecutivo, afirmando que o número de mortos tem sido superior ao de nascimentos. (JN, 2017)

Em 2009 a cidade do Porto teve uma perda, em média de 16 habitantes por dia, esta taxa está abaixo da média nacional de mortalidade do resto dos países da Europa o que leva a uma elevada preocupação. 20,7%

tem idade igual ou superior a 65 anos (DN, 2010).

A análise da situação sem-abrigo implica atender ao conjunto de questões da pobreza e da exclusão social, nomeadamente aos fatores e mecanismos que colaboram para a sua emergência e reprodução.

No que diz respeito aos problemas sociais, existe um caminho marcado pela instabilidade familiar que pode surgir em idade prematura, levando-o assim para uma situação de sem-abrigo, como a saída de casa dos pais para ir viver para a rua, com outras famílias ou até mesmo para um centro de acolhimento de menores, devido a instabilidade familiar, perda efetiva da estrutura familiar entre outras. (SÁNCHEZ, 2015) Tabela 1: População ao longo dos anos

Fonte: INE/PORDATA

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Temos casos em que as pessoas devido a problemas com um ou vários membros do agregado familiar, por não conseguirem fazer face às despesas em casa ou até por terem estado a cumprir penas de prisão efetivas, foram forçadas a abandonar a casa onde viviam.

Um dos aspetos referentes à qualidade de vida, que ocorre com mais frequência, está relacionado com situações de saúde, como doenças crónicas, acidentes, incapacidades, vícios como o álcool e as drogas.

Outra razão, que também leva muitos indivíduos à situação de sem-abrigo, é a chamada rutura laboral, por diversos motivos tais como falta de alojamento, a idade, o baixo nível de formação profissional e a aparência, preveem um difícil acesso ao mundo do trabalho. Ainda assim, há muitas pessoas que conseguem ter um emprego, porém são incapazes de o manter devido a dependências, como o álcool, a droga, o jogo ou até doenças mentais. (SÁNCHEZ, 2015)

Nos tempos que correm, o desemprego tem vindo a manifestar-se de forma diferenciada conforme a localização geográfica.

Em Portugal a taxa do desemprego estimada, em julho de 2016 ficou nos 11,1% segundo o INE (INE, 2016).

A taxa de desemprego é elevada (tabela2) e esse é um dos grandes motivadores deste flagelo.

A falta de poder económico e as dificuldades para se sustentarem, acabam por afetar muitas pessoas. Essas pernoitem nas ruas dos centros das grandes cidades e satisfazem assim, as suas necessidades básicas em condições precárias e inseguras, expondo a sua saúde e até mesmo a sua integridade física, entrando num contexto de exclusão social, sendo que nessa situação a possibilidade de conseguir um trabalho seja inviável, por não estarem aptos à vida em sociedade, tornando-se assim sem-abrigo.

Para compreender o fenómeno dos sem-abrigo em Portugal, iniciou-se por avaliar os instrumentos e estratégias criadas pelo setor público a várias escalas, com o objetivo de melhorar as circunstancias em que os sem-abrigo vivem.

Portugal admira na sua Constituição que “os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais necessitam de ser interpretados e integrados de harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem” (art. 160, nº2, de 2005) e é nessa perspetiva e sabendo de antemão que a Declaração Universal dos Direitos Humanos atesta que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, que o Estado Português está implicitamente compelido a promover as condições consideradas

Tabela 2: Estimativas mensais de emprego e desemprego Fonte: Instituto mensais de emprego e desemprego

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necessárias à dignidade, liberdade e ao acesso aos direitos a todos os seus cidadãos, sem exceção. (Adorno, 2008)

O ser sem-abrigo, não é uma característica atribuível a uma pessoa, mas um processo complexo desencadeado por uma série de fatores.

Numa abordagem mais pormenorizada, destaca-se os problemas que afetam os sem-abrigo, apontando, seis tipos de explicações:

1. Ser-se sem-abrigo como opção de vida; 


2. Ser sem-abrigo pós problemas patológicos; 


3. Ser sem-abrigo como consequência de acontecimentos negativos.
Numa abordagem mais alargada, tem-se em conta a inadequação de determinadas estruturas sociais para explicar a natureza da exclusão: 


4. Mercado de habitação incapaz de responder de forma satisfatória a todas as situações;

5. Mercado de trabalho caracterizado por altos níveis de desemprego e baixos salários;


6. Serviços sociais incapazes de fornecer suportes apropriados no tempo e no espaço. 


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2.2. ASSOCIAÇÕES DE APOIO AOS “SEM-ABRIGO”

Este capítulo representa a etapa mais empírica desta dissertação. No qual é feito o enquadramento das instituições voluntárias de apoio aos sem-abrigo na cidade do Porto.

As instituições de apoio ajudam a conceder habitações temporárias a pessoas com problemas de alojamento.

(Ronda, 2016)

Na cidade do Porto, “ser voluntário da Associação dos Albergues Noturnos do Porto (AANP) é ter disponibilidade para o serviço e gratuitidade para o fazer, seriedade e respeito pela vida da pessoa sem- abrigo, e compromisso no empenho pela nossa causa” (No & Pela, 2017).

Uma outra associação presente, “Num mundo conturbado de violência e desigualdade social cabe a cada um de nós despertar para a realidade que permanentemente se desenrola aos nossos olhos: a pobreza e o sofrimento. No centro de apoio ao sem abrigo (C.A.S.A.) damos-lhe a oportunidade de desenvolver um verdadeiro trabalho de ajuda direta aos sem abrigo e aos mais desfavorecidos.” (Somos, 2017)

Existe também “O grupo de ação social do Porto (G.A.S.Porto) tem como missão ser uma Escola de Vida vocacionada para a Ajuda e Desenvolvimento Humano, contribuindo para um mundo melhor, com menos necessidades.” (Office, 1988)

Por fim, “O Programa Ronda da Caridade foi iniciado no Brasil, na década de 60 e, em Portugal, em 1993. É um trabalho itinerante de apoio ao sem-abrigo, que percorre as ruas nas noites frias das cidades do Porto e Lisboa, a distribuir, para além da sopa quente, pão, leite, sumos, frutas, iogurtes, calçado, roupas e cobertores.

Este trabalho estende-se por toda a semana, nas instalações do Centro Social da LBV, onde os utentes recebem orientação, alimentação, roupa e calçado, tendo em vista a reinserção social, tão rápido quanto possível, de preferência no seio familiar e na atividade profissional anteriormente exercida.

O programa Ronda da Caridade é realizado nas noites de sexta para sábado e de sábado para domingo, no Porto e em Lisboa, cidade onde este programa é também realizado nas noites de segunda-feira, por voluntários, pessoas que oferecem o seu tempo e o seu calor humano aos mais desfavorecidos” (Doar, n.d.).

Alguns esforços já estão a ser realizados, no sentido de colmatar as falhas existentes ao nível de divulgação da informação disponível, para a necessidade de se fazer mais investigação nesta área, mas maioria delas, não passam apenas de conceitos.

Em 2012 houve um concurso internacional de Abrigos de Emergência, que teve como vencedores, dois jovens australianos com os nomes de Nic Gonsalves e Nic Martoo (Gonsalves et al., 2016), que desenvolveram um abrigo de emergência para vítimas de desastres naturais.

No ano seguinte em 2013, foi desenvolvido um abrigo com o nome “Inspirado-Origami”, criado pela arquiteta, Tina Hovsepian. (Boletim & Loja, 2016), Tina Hevespian criou um abrigo temporário para sem- abrigo, feito de cartão reciclado e inspirado na técnica japonesa .

Em 2014 um abrigo urbano, concebido por uma artista Michael Rakowitz, que usa o excesso de calor das condutas de ar, para manter quente o abrigo (Inhabitat, 2016).

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2.3. NECESSIDADES BÁSICAS DA VIDA COTIDIANA DAS PESSOAS

As necessidades básicas do ser humano, podem ser consideradas com tudo que tenha acesso para a sua sobrevivência.

Todos os seres humanos, têm várias necessidades. Em 1950, Maslow já dizia que todos nós temos basicamente cinco níveis de necessidades: fisiológicas, segurança, relacionamentos, estima e autorrealização. (Coaching, 2017)

As necessidades fisiológicas, que se encontra como base para a pirâmide, segundo Maslow, representam as necessidades relacionadas ao organismo como alimentação, sono, abrigo, água, excreção e outros.

As necessidades de segurança aparecem após o suprimento das necessidades fisiológicas. São representadas por necessidades de segurança e estabilidade, como proteção contra a violência, proteção para saúde, recursos financeiros e outros.

As necessidades sociais somente aparecerão após as necessidades de segurança serem supridas. São necessidades sociais: amizades, socialização, aceitação em novos grupos, intimidade sexual e outros.

As necessidades de status e estima ocorrem depois que as necessidades sociais são supridas, são necessidades de estatus e estima a autoconfiança, reconhecimento, conquista, respeito dos outros, confiança.

As necessidades de auto-realização que se encontram no topo da pirâmide hierárquica é a moralidade, criatividade, espontaneidade, autodesenvolvimento e prestígio.

O artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, afirma que:

“todos os homens têm direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem- estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência média e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstancias independentes da sua vontade.”

(Geral, n.d.)

Qualidade de vida é um termo usado para definir as condições de vida de uma pessoa ou até de uma sociedade.

Ter o mínimo de qualidade de vida, é ter uma vida com esperança, sair da sua área de conforto, ter objetivos, sentir-se livre e ter um equilíbrio constante da sua própria vida, ter foco e motivação.

Existe vários tipos de qualidade de vida. Uma pessoa pode ter uma qualidade de vida elevada, mas viver a sua vida sem qualidade, não fazer o que lhe dá mais prazer e nem o que a faz mais feliz.

Muita gente pensa que ser feliz é ter muito dinheiro na conta bancária, quando na verdade, precisamos de alcançar conquistas para o ser .

Se a vida fosse comparada com um jardim, um jardim para ser esbelto precisa de ter as flores certas e receber os cuidados necessários.

Umas das formas de averiguar a qualidade de vida existente num país é a comparação através do salário

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mínimo (2015, n.d.).

Ao falarmos da população “sem-abrigo” ocorre-nos repentinamente, que o seu maior défice é o de uma habitação e que, por este motivo, podem ser excluídas de muitas das atividades quotidianas, como o simples facto de manter uma conta bancaria ou receber cartas por correio.

Muitos dos instrumentos que identificam o direito a uma habitação condigna enunciam-no como um direito que assiste a todos. Trata-se de uma apresentação importante porque, este direito pertence essencialmente a todas as crianças, mulheres e homens em todo o mundo.

O nº 1 do artigo 25 da Declaração Universal Humanos proclama:

“Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem- estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.”

nº 1 do artigo 25 da Declaração Universal Humanos

A partir da adesão da declaração Universal, em 1948, o direito a uma habitação tem sido continuamente, reafirmado através de outros instrumentos tais como Declarações, Convenções e outros Conjunto de Regras e de Princípios adotados pela Organização da Nações Unidas conforme apresenta o artigo 65º (habitação) da CRP (Constituição da Republica Portuguesa).

CAPÍTULO 3- PONTOS DE ABRIGO DE EMERGÊNCIA 3.1.ABRIGO DE EMERGÊNCIA CASOS DE ESTUDOS

Nesta fase tornou-se necessário encontrar exemplos que auxiliem a caracterização da minha proposta tanto a nível formal como conceptual.

Sendo que, proponho uma habitação capaz de responder aos requisitos mínimos de conforto de um sem- abrigo, procurei estudar obras que envolvam espaços habitáveis de dimensões reduzidas, que tenham também sido construídas com o recurso à pré-fabricação, distribuam o espaço na horizontal e em alguns casos que adotem o carácter de contentor reconvertendo-o para a criação de espaços habitáveis.

Para tal efeito selecionei as seguintes obras: O abrigo de emergência para desastres naturais, o carborigami, o abrigo urbano, Sluggish Nomadic Abodes, disposable carboard bed, o hown e o santuário, onde podemos verificar mais a frente.

O abrigo desenvolvido por Nic Gonsalves e Nic Martoo em 2012 (fig. 9) foi concebido com a finalidade de ser um retiro para as vítimas. As ideias principais deste projeto passam pela facilidade de montagem sem ferramentas mecânicas; a elevação em relação ao solo, para fornecer um controle maior sobre o envolvimento com o exterior; a flexibilidade para permitir a personalização e criar um senso de propriedade e a capacidade de transporte e reutilização. (Gonsalves et al., 2016)

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O abrigo cubo “kits em peças” pode ser combinado sem a necessidade de ser preciso utilizar ferramentas mecânicas. A estrutura tem como acabamento uma pele de contraplacado e telhas de plástico. De acordo com a empresa, as telhas podem ser desengatadas, rearranjadas e abertas, permitindo a personalização do abrigo de acordo com as necessidades individuais. Este abrigo em 2013 ganhou o primeiro lugar nos Prêmios e Exposições Internacionais de Jovens em Antalya na Turquia. (Inabitat, n.d.)

Já em 2013, foi criado um abrigo por Tina Hovsepian, natural dos Estados Unidos, que lançou para o mercado um abrigo com o nome “Cardborigami” (fig. 8). Tina começou a projetar isto em 2007 como aluna da USC School of Architecture. O carborigami é um abrigo feito em cartão reciclado, que por vários fatores escolheram os cumes para ajudar a mante-lo isolado e torna-lo mais resistente, foi concebido com a finalidade de ser leve, portátil e dobrável devido ao seu material de cartão reciclado com formas inspiradas na técnica japonesa origami.

"Após a construção inicial, que está apenas dobrando e gravando juntos, não há mais montagem necessária", explica Hovsepian." As pessoas podem simplesmente abri-lo para ter um piso, um telhado e uma porta que podem usar, e quando eles precisam se mover, eles podem dobrá-lo literalmente em um minuto e se torna uma mochila que podem amarrar às costas para ir mãos- livre. (Estar, 2016)

Os invernos urbanos são a estação mais difícil para os sem-abrigo, pois as temperaturas podem chegar ao zero graus podendo mesmo levar à morte daqueles que vivem na rua.

Foi quando o artista Michael Rakowitz, em 2014 (fig.10) criou um abrigo urbano inteligente, cujo objetivo é usar o excesso de calor das condutas de ar, fazendo assim com que se mantenha o abrigo quente.

(Inhabitat, 2016)

Este abrigo, foi inspirado nas tendas beduínas que respondem a diferentes tipos de ventos do deserto. O abrigo pequeno, desmontável e de membrana dupla, fazendo assim com que possa ser personalizado para atender a diferentes requisitos espaciais.

O Sluggish Nomadic Abodes (fig. 11) é um abrigo que oferece um refugio imediato a qualquer hora onde se assemelha ao invólucro enrolado de um caracol. (Collapsible & Helmet, 2017)

As casas modulares são uma solução perfeita em áreas remotas ou rurais onde a construção convencional pode não ser possível, como áreas de acampamento , foi quando foi criado o Modular temporary housing system (fig. 12). (Revisão, 2017)

O Disposable Cardboard Bed (fig.13) foi criado por um estudante Russo de design industrial, Nikolay Suslov. Este abrigo, foi criado como uma cama descartável, em cartão canelado. O cardboard não é um abrigo apenas para pessoas sem-abrigo, mas também pode ser utilizado como um assento portátil para ser usado no campo e na praia, em locais onde as pessoas procuram repousar. É um produto reciclável, feito em cinco camadas de cartão canelado. A plataforma onde a pessoa se deita encontra-se a 20cm do chão.

(Sebatião e Martins S.A., n.d.)

O santuário, foi criado por Jonathan Kim em 2007, (fig.14) e foi desenvolvida como uma solução temporária para proteger e dar segurança às pessoas durante e após um desastre climatérico. Esta estrutura tem um peso aproximado de 13kg. A estrutura é feita com uma estrutura de arame de amido de batata biodegradável. (Concept & Gallery, 2017)

Existe também um conceito desenvolvido por Alkis Koraolis e Panos Dramitinos, na Rússia, com o nome de Hown (fig.15). Este conceito é um típico carrinho de compras, onde fica incorporado um “armário”

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seguro e à prova de água. Dentro desse “armário”, existe um tipo de tenda com um colchão onde a pessoa pode dormir. Este carrinho é em arame metálico (soldado tradicionalmente), constituído por umas rodas em metal e borracha, o armário é em plástico (molde de injeção), e a tenda é feita em chapa de alumínio com um colchão impermeável. (Unido, 2017)

Deste modo, todos estes produtos são concebidos como um espaço para a utilização individual no que diz respeito ao abrigo.

3.2. A EXPERIÊNCIA NO TERRENO

Partindo para o centro do Porto, com o objetivo de se angariar o maior número de entrevistas possíveis, entendeu-se ser um processo simples e eficaz, mas o autor deparou-se com alguns problemas.

Na primeira vez o autor encontra-se no local por volta das 22h e reparou-se que os entrevistados estariam a dormir. Posto isso decidiu comparecer umas horas mais cedo no dia seguinte, no local onde pernoitam e encontrei vários sem-abrigo instalados nas suas “habitações”. Teve também a necessidade de voltar à cidade do Porto mais duas vezes para poder recolher mais informação junto dos sem-abrigo. No primeiro dia conseguiu levar um amigo comigo onde lhe foi possível tirar algumas fotos com o entrevistado, coisa que não foi possível no segundo dia, devido à indisponibilidade do mesmo.

As entrevistas decorreram de forma mais ou menos fácil, tirando um ou outro constrangimento para o qual não estava preparado. Esses constrangimentos prenderam-se com o facto de existirem alguns sem-abrigo que se encontravam embriagados ou sob o efeito de algumas substancias, motivo pelo qual não foi possível ter qualquer tipo de diálogo.

Ao contrario do que o autor pensava, quanto ao fato de poder ocorrer alguma resistência à colaboração pedida, foi surpreendido com a normal colaboração e até prestabilidade e vontade de colaborar neste projeto. Assim, de início às entrevistas. Sentia nos entrevistados um certo orgulho, pela possibilidade de estarem a colaborar num trabalho com que se identificavam como sujeitos ativos e mesmo, pelo facto de haver alguém que estivesse ali só para os ouvir. No decorrer de algumas das entrevistas, a questão económica irremediavelmente surgia, sob a declaração da necessidade de beberem um copo, até mesmo afirmando que ainda não teriam ingerido qualquer tipo de alimento. As entrevistas a estes nove entrevistados decorreram em vários locais públicos da cidade do Porto. Três dos sem-abrigo-abrigo, encontrava-se a arrumar carros junto à rua Gonçalo Cristóvão, local onde a entrevista decorreu, em pé.

Dois dos outros entrevistados apresentavam-se junto a Praça da República, sentados num banco, a falarem entre si. De seguida ao chegar à Avenida dos Aliados, cruzou-se com mais dois indivíduos, junto à Praça da Liberdade, a pedir esmola. Entretanto, subindo até a Rua de Ceuta, viu um outro sem-abrigo, sentado numa porta de um prédio a jantar. Por fim, já quase prestes a regressar a casa, foi entrevistado um outro sem abrigo, no seu local de pernoite à porta de um prédio, na Rua Clemente Meneses, apesar de ter estabelecido não o fazer, por estarem no seu momento de descanso. Contudo, o contacto foi executado na sequência dos critérios estabelecidos sobre a variedade de pessoas a entrevistar. Como o mesmo já se encontrava deitado, o autor teve que nos colocar ao seu lado, posição que o impediu de perlongar a entrevista por muito tempo.

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Figura 2: Fotografia no terreno Fonte: Fotografia do autor

Figura 3: Fotografia no terreno Fonte: Fotografia do autor

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Figura 4: Fotografia no terreno Fonte: Fotografia do autor

Figura 5: Fotografia no terreno Fonte: Fotografia do autor

Figura 6: Fotografia no terreno Fonte: Fotografia do autor

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Figura 7: Fotografia no terreno Fonte: Fotografia do autor

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3.3. AS ENTREVISTAS AOS SEM-ABRIGO

As entrevistas aos sem-abrigo decorreram no inicio de Março de 2017. Foi privilegiado o horário compreendido entre as 19h e as 22h e foram efetuadas nove entrevistas, três a indivíduos do sexo feminino e seis do sexo masculino.

A abordagem aos entrevistados passou num primeiro momento, por os interpelar se eram sem-abrigo e de seguida pela apresentação do projeto como sendo de investigação académica com o fim de desenvolver um produto sobre essa mesma população.

Foram utilizados como materiais para a entrevista, uma máquina fotográfica onde foi pedido uma autorização aos próprios para a utilidade da mesma. Foi também solicitado a utilização de um gravador, onde foi recusado pelos entrevistados.

As entrevistas aos sem-abrigos tinham por base um guião (anexo 1) onde pretendia ver abordadas os seguintes temas: elementos sobre o percurso de vida; que estratégias utilizam para gerir as suas vivências;

como organizam o seu tempo; o que sentem mais necessidade durante o dia e a noite; onde se encontram a dormir; que objetos andam diariamente com eles; onde guardam os objetos de maior valor; qual a facilidade de encontrar no lixo objetos que lhe são uteis no seu dia-a-dia.

Realizadas as nove entrevistas, a seis homens e três mulheres, o que se pode verificar pelos anexos, considerou-se que deveriam ser apresentados, ainda que sucintamente, os dados retirados nas entrevistas.

Convém realçar que estes dados não procuram dar conta de uma situação que se possa generalizar a toda a população sem-abrigo. Traduzem exclusivamente o conhecimento produzido pela aplicação das entrevistas em causa.

QUADRO Nº 1: IDADE / SEXO

SEXO

IDADE Masculino Feminino

30 a 39 2 1

40 a 49 2 1

50 a 59 1 1

60 a 69 1 0

TOTAL 6 2

Quadro 1: Idade média dos sem-abrigos Fonte: desenvolvida por método do autor

Ressalto na leitura do quadro 1, que os entrevistados se encontram todos em idade ativa, uma vez que, o mais velho possui apenas 62 anos.

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QUADRO Nº 2: ESTADO CIVIL / SEXO

SEXO

ESTADO CIVIL Masculino Feminino

Solteiro 4 1

Casado 1 1

União de fato 1 0

Divorciado 0 0

Viúvo 0 0

TOTAL 6 2

Quadro 2: Estado civil dos sem-abrigos Fonte: Desenvolvido por método do autor

Podemos verificar que a maioria dos sem-abrigo são solteiros.

QUADRO Nº 3: GRAU DE INSTRUÇÃO / SEXO

SEXO

GRAU DE INSTRUÇÃO Masculino Feminino

Analfabeto 0 1

Sabe ler e escrever 1 0

1º ciclo 2 1

2º ciclo 1 1

3º ciclo 1 0

12º ano 1 0

TOTAL 6 2

Quadro 3: Grau de instrução dos sem-abrigos Fonte: desenvolvido por método do autor

Constata-se também que, apenas uma baixa população tem a escolaridade obrigatória. A maioria dos sem-abrigo, não ultrapassa o 2º ciclo de escolaridade, sendo relevante destacar que uma entrevistada é mesmo analfabeta e um outro, só sabe mesmo ler e escrever.

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QUADRO Nº 4: OCUPAÇÃO / SEXO

SEXO

OCUPAÇÃO Masculino Feminino

Empregado 0 0

Desempregado 5 3

Reformado 1 0

TOTAL 6 2

Quadro 4: Ocupação dos sem-abrigos Fonte: Desenvolvido por método próprio

A totalidade dos entrevistados encontram-se em situação de desempregado, com exceção de um, que se encontra reformado.

Tomando como pano de fundo o conceito adotado de sem-abrigo, ou seja, que se encontram em situação de sem-abrigo todos aqueles indivíduos que pernoitam na rua ou em espaços em espaços alternativos de caracter provisório. Realça-se o fato de nenhum dos entrevistados pernoitar numa instituição como a C.A.S.A. ou outra. Quase todos os sem-abrigos abordados, referem que pernoitem em locais fixos, num processo de acomodação dos espaços que ocupam, com a finalidade de os transformar e personalizar. Esses locais são maior parte deles as entradas de prédios, de lojas ou vãos de escadas. Com frequência, durante o dia, vemos em vários cantos de edifícios, cobertores, cartões com que os sem-abrigos se resguardam à noite.

Dois dos interrogados, dois homens, encontram-se há mais de quinze anos a viver nesta situação. Os dois verbalizam a vontade de quererem sair da situação. Constatamos que cinco dos indivíduos se encontram neste cenário, há mais de cinco anos e menos de dez anos, o que indica que um prolongamento da situação.

Alguma parte destes sem-abrigos, demonstra não saber o que será o seu futuro, acredita que está nas mãos do destino. Os restantes dois, pernoitam nesta situação há mais de dois e menos de cinco anos. O conjunto destes, manifesta a inaptidão em inverter a atual situação. Só uma das mulheres e um homem, têm a capacidade de assumir que necessitam de ajuda e de apoio. Os outros não acreditam que um eventual apoio os ajude.

Podemos referir que os locais que pernoitam apontados pelos entrevistados se enquadram no conceito assumido.

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