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PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS EM NEUROCIÊNCIAS REGISTRADA NA WEB OF SCIENCE: 2000 A 2009

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PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS EM NEUROCIÊNCIAS

REGISTRADA NA WEB OF SCIENCE: 2000 A 2009

Eixo temático: Produção e produtividade científica Modalidade: Apresentação oral

1 INTRODUÇÃO

A produção científica brasileira experimentou crescimento relevante nas últimas décadas, especialmente no conjunto de subáreas que compõem as áreas biomédicas. (GUIMARÃES, 2004). Além do crescimento observado na produção científica, percebem-se desafios igualmente significativos no que se refere ao desenvolvimento de políticas em CT&I, inclusive em relação às universidades, que são os principais produtores de informação científica e tecnológica no Brasil.

Este estudo caracteriza a produção científica em Neurociências realizada no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em termos de artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais registrados na base de dados referencial e multidisciplinar Web of Science, considerando o período de 2000 a 2009.

São utilizadas medidas de atividade, impacto e colaboração para caracterizar a produção científica e as dinâmicas da comunicação de resultados das pesquisas nessa área. Essas medidas são representadas por indicadores bibliométricos, que buscam analisar, de forma quantitativa, a pesquisa em Neurociências da UFRGS, com base nos números de publicações e citações.

Embora o estudo não seja exaustivo, por considerar que nem toda a produção científica da Universidade está registrada na base selecionada, acredita-se que pode revelar os caminhos da produção científica em Neurociências no período analisado, uma vez que a base possui abrangência e cobertura internacional.

2 REVISÃO DE LITERATURA

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científicas, atuando em campos definidos por disciplinas. Nas universidades há a formação e a capacitação dos produtores da pesquisa científica, que representa um corpo de doutrinas diferentes gerado ou em geração num meio específico, obviamente sofrendo as influências dos fatores que compõem a cultura de que faz parte.

No âmbito da Comunicação Científica, essas diferenças entre as ciências refletem maneiras diferentes de fazer pesquisa nas Ciências Exatas, Ciências Sociais e Humanidades – e, por consequência, na forma como são comunicados os resultados científicos. Meadows (1999) discute o foco das pesquisas nas áreas das ciências sociais e humanidades e das ciências exatas e biológicas, apontando os aspectos subjetivos das primeiras e o aparente rigor do enfoque hipotético-dedutivo alcançado pelas ciências ditas exatas ou “duras”. Se os pesquisadores, então, pensam e agem diferentemente, também se comunicam dessa forma, e uma das maneiras de verificar essa hipótese seria pela análise dos trabalhos que publicam e das referências que contêm a outras publicações, constituindo uma frente de pesquisa, através da rede de citações que traça a distribuição e a proximidade entre os pares na ciência. A comunicação da ciência é um sistema fechado, no qual a informação é criada, processada em canais de divulgação e avaliada. De acordo com a avaliação, mais informação é criada e processada, sendo os canais concebidos para que os cientistas produzam mais e, assim, ainda mais informações sejam processadas. (GARVEY, 1979).

O incremento dessa produção científica em nível nacional e internacional contribuiu para o desenvolvimento de novas formas de avaliação, que se orientam por duas vertentes complementares: a avaliação qualitativa, realizada pelos pares, e a avaliação quantitativa, realizada com base em indicadores bibliométricos. (CASTRO, 1986; MOED, 2009). A avaliação da informação científica pela perspectiva da Cientometria é considerada uma tendência mundial, configurando-se como recurso essencial à construção de indicadores e à definição de estratégias regionais e institucionais, além de servir à avaliação dos resultados das políticas implementadas. (VANZ; STUMPF, 2010).

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autores (índice H), artigos (índices de citações) e também dos periódicos (fator de impacto). Os indicadores de colaboração são estabelecidos a partir das relações de colaboração estabelecidas entre pesquisadores, especialmente no que se refere à avaliação da coautoria na produção científica. (VANZ; STUMPF, 2010). Podem medir a colaboração entre pesquisadores, instituições e países, entre outras variáveis.

3 MÉTODOS

Fazem parte da amostra os artigos de autores vinculados à UFRGS publicados em periódicos nacionais e internacionais no período de 2000 a 2009 e registrados na categoria Neurociências (Subject Category – SC) da base de dados Web of Science (ISI Web of

Knowledge). De acordo com Brambilla e Stumpf (2011) a categorização de assunto adotada pelo ISI tem por base a classificação dos periódicos em que os artigos foram publicados, podendo contemplar até cinco categorias. A Web of Science foi a principal fonte da coleta de dados. Como fontes secundárias, foram utilizados o Journal Citation Report (JCR), o Sistema de Pesquisas da UFRGS, disponível no sitio da Universidade, a Plataforma Lattes e buscadores da Internet para conferência de dados relativos ao vínculo dos autores. A coleta de dados foi feita por Brambilla (2011), em março de 2010. Os registros foram importados a partir da principal fonte de coleta e normalizados utilizando o software MSExcel®.

A análise dos resultados partiu da amostra de 847 artigos de autores vinculados à UFRGS, publicados em periódicos nacionais e internacionais, classificados na categoria Neurociências da base de dados Web of Science. As medidas de atividade são representadas pelas variáveis número de artigos, ano de publicação, idioma, títulos de periódicos e autores mais produtivos. As medidas de citação contemplam o número de citações recebidas pelos artigos. As medidas de colaboração, por sua vez, consideram a filiação por países, a fim de verificar a origem dos principais colaboradores.

4 RESULTADOS

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aumento expressivo na produção científica da UFRGS na área de Neurociências. A tabela a seguir apresenta os dados por período, acompanhados da taxa de crescimento anual.

Tabela 1 – Produção científica em Neurociências da UFRGS (WOS)

Ano de publicação 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total Número de artigos 69 48 69 95 87 88 93 94 98 106 847

Taxa de crescimento anual (%)

-30,4 43,7 37,7 -8,4 1,1 5,7 1,1 4,3 8,1 7

(média) Fonte: dados da pesquisa.

Apesar do crescimento geral no número de artigos na área de Neurociências produzidos pela UFRGS e registrados na Web of Science, percebe-se que há decréscimo significativo nos anos de 2001 e 2004 (-30,4% e -8,4%, respectivamente). Os anos de 2002, 2003 e 2009 apresentaram as melhores taxas de crescimento da produção científica (43,7%, 37,3% e 8,1%, respectivamente). A variação no número de artigos registrados na base de dados é apresentada no Gráfico 1, acompanhada da taxa de crescimento anual.

Gráfico 1 – Crescimento da produção científica em Neurociências da UFRGS

Fonte: dados da pesquisa.

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Em relação ao idioma dos artigos, confirma-se a predominância do inglês como a principal língua da comunicação científica na área de Neurociências de pesquisadores vinculados à UFRGS. Este aspecto é considerado comum na comunicação dos resultados das pesquisas (MEADOWS, 1999), especialmente nas áreas biomédicas. Assim, dentre os 847 artigos analisados, 830 (98%) foram publicados em inglês, 16 (1,9%) em português e 1 (0,1%) em espanhol.

No que se refere aos títulos de periódicos mais utilizados para publicação, foram identificados os dez títulos de periódicos que contavam a maior parte dos artigos dentre o

corpus da pesquisa. Os resultados são apresentados na tabela abaixo, acompanhados do

número de artigos, do país de publicação e do Fator de Impacto, segundo a edição de 2010 do Journal Citation Report (JCR).

Tabela 3 – Principais títulos de periódicos

Título de periódico Total de

artigos impacto (2010) Fator de País de publicação

1 Neurochemical Research 116 2,608 Estados Unidos

2 Brain Research 88 2,623 Holanda

3 Metabolic Brain Disease 60 2,343 Estados Unidos

4 Arquivos de Neuro-Psiquiatria 58 0,574 Brasil

5 International Journal of Developmental

Neuroscience

54 1,938 Inglaterra

6 Neuroscience Letters 39 2,055 Irlanda

7 Behavioural Brain Research 30 3,393 Holanda

8 Neurochemistry International 29 3,601 Inglaterra

9 Cellular and Molecular Neurobiology 24 2,423 Estados Unidos

10 Pharmacology Biochemistry and Behavior 24 2,624 Estados Unidos

Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se que os dez títulos de periódicos apresentados concentram 522 artigos (62%) do total de 847 artigos analisados. Dentre os 522 artigos, 224 (43%) foram publicados nos Estados Unidos, 118 (23%) foram publicados na Holanda e 83 (16%) foram publicados na Inglaterra. O Brasil está representado por um título de periódico, que reuniu 58 (11%) artigos no período. O Fator de Impacto médio dos periódicos listados foi de 2,418.

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Tabela 4 – Autores mais produtivos em Neurociências na UFRGS

Nome do autor Total artigos Filiação institucional

1 Wajner, Moacir 175 ICBS. Departamento de Bioquímica

2 Wyse, Ângela Terezinha de Souza 147 ICBS. Departamento de Bioquímica

3 Souza, Diogo Onofre Gomes de 117 ICBS. Departamento de Bioquímica

4 Wannmacher, Clóvis Milton Duval 106 ICBS. Departamento de Bioquímica

5 Izquierdo, Ivan Antônio 101 ICBS. Departamento de Bioquímica

e PPG Bioquímica

6 Dutra Filho, Carlos Severo 91 ICBS. Departamento de Bioquímica

7 Netto, Carlos Alexandre 63 ICBS. Departamento de Bioquímica

8 Goncalves, Carlos Alberto Saraiva 55 ICBS. Departamento de Bioquímica

9 Dalmaz, Carla 44 ICBS. Departamento de Bioquímica

10 Sarkis, João José Freitas 42 ICBS. Departamento de Bioquímica

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação às medidas de impacto, verificou-se que dos 847 artigos que compõem o

corpus da pesquisa, 749 (88%) foram citados até o momento da coleta de dados. Dentre os

749 artigos citados, 630 (84%) receberam de uma a 20 citações, 92 (12%) artigos receberam de 21 a 40 citações e 27 (4%) artigos receberam mais de 41 citações no período analisado. Os 3 artigos mais citados receberam 82, 89 e 99 citações cada. Em relação às medidas de colaboração, verificou-se que dentre os 847 artigos analisados, 145 (17%) foram produzidos em colaboração com pesquisadores de outros países. Foram identificados 16 países colaboradores, com destaque para os países destacados no gráfico abaixo.

Gráfico 2 – Principais países colaboradores

Fonte: dados da pesquisa.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo, a análise dos dados ressaltou padrões e comportamentos de uma área em que a UFRGS tem tido produção científica significativa e crescente, tornando possível visualizar núcleos preferenciais para publicação, verificados pelas Medidas de Atividade, Impacto e Co-autoria. O idioma mais utilizado nos artigos é o inglês e os periódicos mais utilizados são estrangeiros e de impacto. A maior parte dos artigos já foi citada (88%), mas apenas 17% foram produzidos em colaboração com pesquisadores de outros países.

Por fim, percebe-se a importância da avaliação dos artigos publicados pela UFRGS na área de Neurociências, não só por permitir a análise sobre o prestígio dessas publicações e pela visibilidade alcançada por essa produção, mas para melhor conhecimento de suas especificidades.

REFERÊNCIAS

BRAMBILLA, S. D. S. Produção científica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul representada na Web of Science : 2000-2009. 2011. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Porto Alegre, 2001. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/28922>. Acesso em: 21 jun. 2011.

BRAMBILLA, S. D. S. ; STUMPF, I. R. C. Produção científica da UFRGS representada na Web of Science (2000-2009). XII ENANCIB - Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 2011. Anais... Brasília, 2011.

CASTRO, C. M. Ciência e universidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

GARVEY, W. D. Communication: the essence of the science.New York: Pergamon Press, 1979.

GUIMARÃES, J. A. A pesquisa médica e biomédica no Brasil: comparações com o

desempenho científico brasileiro e mundial. Ciência e Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, p. 303-327, 2004.

MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

MOED, H. F. New developments in the use of citation analysis in research evaluation. Archivum Immunologiae et Therapiae Experimentalis, Basel, v. 57, n. 1, p. 13-18, 2009.

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Gráfico 1 –  Crescimento da produção científica em Neurociências da UFRGS Fonte: dados da pesquisa
Tabela 3 – Principais títulos de periódicos Título de periódico  Total de
Tabela 4 – Autores mais produtivos em Neurociências na UFRGS Nome do autor  Total artigos  Filiação institucional

Referências

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