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ENERGIA EÓLICA: FONTE PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DO BRASIL

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO - FEAACS

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

RUBENS TAKAHIKO GURGEL YAMAWAKI

ENERGIA EÓLICA: FONTE PARA O CRESCIMENTO

SUSTENTÁVEL DO BRASIL

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RUBENS TAKAHIKO GURGEL YAMAWAKI

ENERGIA EÓLICA: FONTE PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DO BRASIL

Monografia elaborada como exigência do curso de graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientação: Prof. Jair do Amaral Filho.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo

Y21e Yamawaki, Rubens Takahiko Gurgel.

Energia eólica: fonte para o crescimento sustentável do Brasil / Rubens Takahiko Gurgel Yamawaki. – 2013.

50 f. : il. color.; enc.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, Curso de Bacharelado em Ciências Econômicas, Fortaleza, 2013.

Orientação: Profº. Dr. Jair do Amaral Filho

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1 Figura 1 – Evolução da Oferta de Eletricidade per capita x Evolução do PIB per capita ... 14

2 Figura 2 - Evolução do consumo final energético por fonte (%)... 16

3 Figura 3 - Consumo de Energia Elétrica no Brasil (1997-2007 em 104 tep)... Erro! Indicador não definido. 4 Figura 4 - Consumo de Energia Elétrica por Região em 2007 ... 18

6 Figura 5 – Crescimento do consumo por setor da Região Norte do Brasil (2007- 2011). . Erro! Indicador não definido. 8 Figura 6 – Crescimento do consumo por setor da Região Nordeste do Brasil (2007- 2011). ... Erro! Indicador não definido. 10 Figura 7 – Crescimento do consumo por setor da Região Sudeste do Brasil (2007- 2011). ... Erro! Indicador não definido. 12 Figura 8 – Crescimento do consumo por setor da Região Sul do Brasil (2007- 2011). .... Erro! Indicador não definido. 14 Figura 9 – Crescimento do consumo por setor da Região Centro-Oeste do Brasil (2007- 2011). ... Erro! Indicador não definido. 15 Figura 10 - Consumo de Energia Elétrica por Região (Jan/11 a Jul/12) ....Erro! Indicador não definido. 16 Figura 11 - Consumo de Energia Elétrica por setor no Brasil em 2007 ... 25

18 Figura 12 - Taxa de crescimento decenal da oferta ... 26

19 Figura 13 - Taxa de crescimento acumulada da oferta ... 27

20 Figura 14 – Participação no mercado global de Turbina Eólica, MW entregue: 2001-2010... 33

21 Figura 15 – Participação no mercado global de Turbina Eólica, % (MW) entregue em 2011. ... 34

22 Figura 16 – Participação da Europa no mercado global de Turbina Eólica em MW instalado em 2009. 35 23 Figura 17 – Projeção da Capacidade Instalada de Energia Eólica no mundo em MW. ... 36

24 Figura 18 - Modelo do Sistema Elétrico Nacional em 2008 ... 38 25 Figura 19 - Potencial Eólico por Região no Brasil ...Erro! Indicador não definido.

26 Figura 20 - Matriz Energética Brasileira (Taxa de Crescimento) ...Erro! Indicador não definido.

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RESUMO

Este trabalho analisa a fonte eólica para geração de energia elétrica, procurando apresentar dados em formatos que contribuam para que seja demostrado que a eólica é uma alternativa viável para compor os insumos fundamentais para que haja crescimento sustentável no Brasil. Para isso foram utilizadas fontes históricas e fontes oficiais primordialmente da ANEEL, esses dados foram dispostos em figuras e gráficos para apresentar os dados econômicos referentes ao mercado de energia elétrico e especificamente no mercado de energia eólica. Após verificar os dados apresentados, foi possui concluir que a energia eólica tornou-se uma realidade no Brasil, pois foram constatados que os preços estão competitivos e por conseguinte já possuem diversos projetos contratados em leilões que aumentarão a capacidade instalada e aumentarão significativamente a participação da energia eólica na matriz energética nacional.

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ABSTRACT

This paper examines the wind source to generate electric power, seeking to present data in formats that contribute to demonstrate that wind power is a viable alternative to compose the basic input so there is sustainable growth in Brazil. In order to achieve its objective this search used historical sources and secondary data published by ANEEL. These data are shown in figure and graphs to present the economic data of the wind power market. After analyze the shown data, it was concluded that the wind power has become a reality in Brazil, as it is economically competitive there are many hired projects that will increase the wind power capacity and the share of the Brazilian electric matrix.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 8

2. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL ... 10

3. MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA ... 13

3.1 Demanda por energia elétrica ... 13

3.2. Oferta de energia elétrica ... 25

4. MERCADO DE ENERGIA EÓLICA ... 32

4.1. Energia eólica no Mundo ... 34

4.2. Energia eólica no Brasil ... 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 46

5.1. Pontos Fortes e Fracos... 46

5.2. Oportunidades e Riscos ... 46

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1.

INTRODUÇÃO

O intenso desenvolvimento econômico experimentado pela humanidade nos últimos anos intensificou a demanda por energia, neste ínterim o petróleo, o carvão mineral, a biomassa, a energia nuclear, os recursos hídricos, dentre outras fontes de energia desempenharam papel fundamental no abastecimento energético.

Tendo em vista seus baixos custos de produção, facilidade de transporte e, relativa baixa perda na conversão para outros tipos – a energia elétrica é considerada uma commodity universal e, portanto, um insumo fundamental para o contínuo desenvolvimento da sociedade.

Antes de sugerir uma alternativa para o contínuo desenvolvimento social e econômico é importante compreender o conceito de desenvolvimento sustentável. Na década de 1980, a Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas propagou o conceito de desenvolvimento sustentável que afirmava não poder haver conservação da natureza sem desenvolvimento e vice-versa. Isto, pois a interdependência entre conservação e desenvolvimento está sujeita ao cuidado da população para com os recursos naturais do meio ambiente. Logo, é intrínseco que a degenerescência da fertilidade e produtividade do planeta, em longo prazo, põe o futuro da sociedade humana em situação delicada e de difícil reversão.

Essa visão foi documentada no Relatório de Brundtland intitulado Nosso Futuro Comum que veio a ser publicado apenas em 1987. O relatório em questão revela que o meio ambiente não existe como uma esfera independente das ações, ambições e necessidades humanas. O ambiente é o lugar onde a sociedade vive e de onde extrai os recursos necessários à manutenção da vida, e o desenvolvimento é resultado das ações da sociedade humana que contribuem direta ou indiretamente para sustentação do primeiro. Neste cerne, é essencial considerar outros aspectos que vão além da competitividade econômica, que são: a sua capacidade de ser renovada e de causar menor impacto ambiental, para pautar a decisão por uma determinada fonte de energia elétrica.

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usinas hidrelétricas em operação que agregadas possuem uma capacidade instalada de 84.401.594 KW representando 65,2% da matriz energética nacional.

No Nordeste em geral, o potencial hidrelétrico economicamente viável é praticamente nulo e a capacidade instalada não atende a atual demanda por energia elétrica, por conseguinte não atenderá também às suas necessidades futuras. Neste sentido, algumas fontes de energia vêm ganhando destaque como possíveis soluções alternativas para atender à esta demanda, com destaque para a Solar, Biomassa e Eólica. Caso estas se consolidem como soluções viáveis, asseguraria o desenvolvimento socioeconômico da região e ademais permitiria sua autossuficiência energética e em longo prazo viabilizaria a exportação de energia elétrica.

Ao longo dos últimos anos, vários estudos evidenciam o recurso eólico com potencial suficiente para tornar-se, em curto prazo, economicamente competitivo defronte às fontes de energia elétrica com maior participação na matriz energética, como a Hidrelétrica e Termoelétrica. Pois, além de economicamente competitiva, é abundante, limpa, constante e possui um ciclo de produtividade complementar ao das usinas hidrelétricas. Dado isto, é sugerida como uma relevante alternativa para suprir às necessidades futuras de energia elétrica.

De posse destas prerrogativas, analisar o setor elétrico é crucial para identificar as oportunidades e obstáculos que se apresentam para este mercado. Destarte esta avaliação geral, desenvolver-se-á, portanto, pesquisa bibliográfica a partir de dados secundários, de caráter exploratório e descritivo, que sugere a fonte eólica como um importante insumo para gerar crescimento sustentável no Brasil.

A pesquisa monográfica proposta tem como objetivos específicos: analisar a potencial capacidade produtiva de energia elétrica a partir da fonte eólica que o Brasil possui para suprir sua demanda, avaliar os potenciais impactos positivos e negativos gerados pelos parques eólicos e identificar quais as principais oportunidades e desafios do setor de energia elétrica para a fonte eólica.

(10)

2.

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL

É difundido pela mídia ao redor do mundo um maremoto de informações quanto ao crescimento econômico das mais diversas variáveis econômicas, dado pela variação dos indicadores econômicos que hoje faz parte do conhecimento geral da sociedade.

As variações destes indicadores causam satisfação ou desânimo na população conforme o interesse de cada indivíduo. Em geral, as pessoas entendem como positivo o crescimento de determinados indicadores monetários como o Produto Interno Bruto (PIB) e aumento da capacidade produtiva da economia (produção de bens e serviços).

Em contra partida, não são disseminados os efeitos colaterais causados por essa variação que é entendida exclusivamente como positiva. Para compreender os efeitos negativos paralelos aos positivos, Mueller (2007, p. 30) faz uma analogia biológica, na qual considera a sociedade humana como um organismo vivo, complexo e multifacetado que, como todo ser vivo, retira energia e matéria de alta qualidade de seu meio externo – o meio ambiente -, emprega-as para se manter, crescer, evoluir; e devolve-as ao meio externo degradadas, na forma de energia dissipada, resíduos e dejetos – ou seja, de poluição.

Dentro deste contexto é importante distinguir os conceitos de crescimento e desenvolvimento econômico, que por muitos anos, foi difundido como sinônimos pela mídia. Lemos (2008, p. 40) ressalta que é possível que haja crescimento sem um nível de desenvolvimento equivalente ou mesmo razoável.

Ibidem (2008, p.41) coloca que o crescimento econômico está implícito exclusivamente nos indicadores monetários como inflação, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aumento da capacidade produtiva da economia (produção de bens e serviços), crescimento da força de trabalho. A variação positiva destes não implica necessariamente numa alteração quanto à utilização dos fatores de produção, de tal forma que minimize os impactos ambientais, e maximize o bem estar.

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Em suma, desenvolvimento econômico é fruto de uma sucessão de mudanças ocorridas nas relações de produção e na sociedade como um todo. Neste o crescimento integra outras características como identificar as necessidades humanas básicas, distribuir os benefícios entre a população sem restrições sociais, proporcionar oportunidades para que as pessoas possam concretizar seu potencial e ser compatível com a capacidade geradora de recursos do meio ambiente, que compreende a finitude dos recursos. É importante destacar que o crescimento econômico é um dos pilares para garantir a sustentabilidade econômica em longo prazo. Sendo preciso apenas que haja a compreensão e ação para alterar os atuais modelos de crescimento econômico que são os principais geradores dos problemas relacionados com a qualidade do meio ambiente. Tendo em vista que este crescimento econômico é baseado na utilização predatória dos recursos naturais.

Em uma análise histórica, é possível apontar que até meados da década de 1950, os efeitos da degradação do meio ambiente não foram sentidos de forma significativa pela sociedade, tendo em vista que sua evolução foi gradativa e estava restrita a locais pouco habitados ou os que os habitam não possuía envergadura socioeconômica suficiente para enfrentar as causas de forma contundente.

Mueller (2007, p. 76) aponta que até o início do século XX os impactos ambientais provocadas pelas emanações e o despejo de resíduos e dejetos no meio ambiente, em nível global, não configuravam como uma ameaça ao bem-estar da humanidade, tendo em vista o baixo nível de produção econômica da época.

Ibidem (2007, p.31) sugere que o início das discussões quanto aos efeitos colaterais da expansão econômica se deu com os avanços econômicos que a sociedade experimentou após o término da Segunda Grande Guerra em 1945, quando a economia mundial alcançou uma escala suficientemente elevada para fazer com que o ritmo de extração de recursos naturais e o de emanações de rejeitos fossem relevantes.

As discussões quanto às causas e efeitos da sustentabilidade do crescimento econômico proporcionado pelo capitalismo são válidas, mas, muitas vezes pouco objetivas. Ayres (1993) coloca que é fundamental responder a três questionamentos para entendermos de forma objetiva as condições para que haja crescimento sustentável:

1) A expansão em escala é compatível, no longo prazo, com a sustentabilidade ecológica?

(12)

3) Se negativo, qual será a trajetória política e institucional mais eficiente para que a economia se torne global e sustentável?

(13)

3.

MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA

A energia é um insumo fundamental para o funcionamento da sociedade. VARIAN, 2006 explica que quando a proporção de aumento da demanda por um bem é inferior que o aumento da renda do consumidor, o bem é caracterizado como necessário. Sem a energia elétrica, não é possível produzir outros bens, logo não é possível gerar renda, fator este que leva ao consumo. Este sistema econômico deixa de ser sustentável quando este bem ficar escasso. Logo, o desempenho do setor é, portanto, crucial para o conjunto das atividades econômicas da sociedade. O mercado de energia elétrica trata-se, sem dúvida, de um dos mais importantes mercados, sendo este repleto de oportunidades.

Logo, qualquer sociedade que queira gerar crescimento econômico sustentável, requer um planejamento efetivo para produção e abastecimento de energia elétrica competitiva e sustentável. Para analisar as tendências do setor, é preciso entender a demanda e oferta por energia elétrica.

3.1 Demanda por energia elétrica

O Atlas publicado pela ANEEL (2009) demonstra que o consumo de energia é um dos principais indicadores de desenvolvimento econômico e do nível de qualidade de vida de qualquer sociedade. Esse consumo reflete tanto o ritmo de atividade dos setores industrial, comercial e de serviços, quanto a capacidade da população para adquirir bens e serviços tecnologicamente mais avançados, como automóveis – que demandam combustíveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos – que resultam no aumento da demanda por energia elétrica.

(14)

Como bem ilustrado na figura 1 abaixo, o aumento na renda per capita no Brasil teve crescimento praticamente paralelo ao crescimento do consumo de eletricidade por habitante desde a década de 1970 até o ano de 2010. A mesma aponta para uma tendência de aumento no consumo de energia elétrica e bagaço de cana. Esta representa um ganho de participação no consumo de energia renovável e menos poluente defronte às demais alternativas de combustível.

1Figura 1 – Evolução da Oferta de Eletricidade per capita x Evolução do PIB per capita

US$/hab 9.896 8.914 9.239 2.305 1.139 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000

1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 2.873 12.567 1.684 478 5.159

Oferta Interna de Eletricidade per capita PIB per capita

kWh/hab

Fonte: BEN, 2012

Conforme VARIAN (2006), quando há relação direta entre renda e demanda de um determinado bem coeteris paribus, este é classificado como bem normal.

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aparelho elétrico ou uma determinada máquina funcionar. Em outras palavras, a energia é um fator que participa de processos ou atividades produtoras de bens.

A demanda por energia elétrica tende a não possuir grandes oscilações conforme suas variações tarifárias. Isto pois, a eletricidade é insumo fundamental para a sobrevivência humana. De acordo com Varian (2006), dado essas características, temos que a elasticidade deste bem tenderá a um número próximo de zero. Sendo esta, a característica básica de um bem de demanda inelástica.

Conforme observado no gráfico abaixo, considerando os derivados do petróleo segregados em óleo diesel, gasolina e gás liquefeito petróleo, a energia elétrica foi a modalidade energética mais consumida no Brasil.

No final do ano de 2007, o consumo de energia elétrica correspondeu a 18% do total. Seguido por 17% do óleo diesel, 13% do bagaço de cana, 7% de gasolina e gás natural consecutivamente em ordem decrescente de participação por fonte.

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Figura 2 - Evolução do consumo final energético por fonte (%)

2 Fonte: MME, 2008.

O Centro de Memória da Eletricidade no Brasil (2006) aponta que a crise energética foi provocada tanto pelas condições hidrológicas desfavoráveis nas regiões Nordeste e Sudeste, bem como pela insuficiência de investimentos em geração e transmissão nos anos anteriores.

(17)

Figura 3 – Consumo de Energia Elétrica no Brasil (1997-2007 em 104 tep)

Fonte: ANEEL, 2008.

Os diferentes ritmos de atividades econômicas entre as regiões do Brasil e a disponibilidade de eletricidade ofertada foram decisivos nos volumes absorvido de energia elétrica no país.

A região sudeste desponta como o maior consumidor de energia elétrica no país, seguido pelas regiões Sul, Nordeste e em última a região Norte.

Um estudo realizado pela ONS (2008) destaca que o consumo residencial registrado em Maio de 2008 no Nordeste foi de 15,4 mil GWh, superando a região Sul que registrou 15 mil GWh. O relatório da Aneel explica que esta superação apresentada pela região é resultado da expansão do consumo médio por domicílios, dado o aumento da renda – sendo que grande parte deste aumento foi gerado a partir dos programas assistenciais do Governo Federal, a exemplo do programa Bolsa Família; e do aumento da quantidade de domicílios que passou ser eletrificado – resultado do programa Luz para Todos.

Em 2008, a participação da região Sudeste foi 62%. Enquanto que em Janeiro de 2011, a participação da região reduziu para 53,7% e até Julho de 2012, reduziu.

(18)

Vale ressaltar, que de Janeiro de 2011 a Julho de 2012 a região Sul reduziu sua participação de 17,5% para 17,3%, enquanto que as demais regiões – Norte, Centro-Oeste e Nordeste aumentaram suas participações de 6,2%, 6,0% e 16,7% para 6,6%, 7,0% e 16,9% respectivamente.

3 Figura 4 - Consumo de Energia Elétrica por Região em 2007

Fonte: ONS, 2008.

(19)

Figura 5 – Crescimento do consumo por setor da Região Norte do Brasil (2007- 2011).

2.945 2.978

12.437 12.793 12.371

13.265 14.225 2.777 2.667 2.578 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000

2007 2008 2009

4.632 2.787 22.848 3.125 2.963 22.028 5.257 3.145 24.083 2010 2011

414 480 533

5.924 3.490 613 26.237 6.195 3.716 663 27.777

Residencial Industrial Comercial Rural Outros

GWh

Fonte: EPE, 2012.

(20)

Figura 6 – Crescimento do consumo por setor da Região Nordeste do Brasil (2007- 2011).

7.905 8.409 8.615

28.878 28.414 27.487

29.586 28.739 7.545 7.287 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000

2007 2008 2009

14.677 7.149 61.169 15.778 8.908 63.913 17.221 9.449 65.243 2010 2011

3.178 3.268 3.181

19.284 10.308 3.611 71.198 20.163 10.763 3.631 71.911

Residencial Industrial Comercial Rural Outros

GWh

Fonte: EPE, 2012.

O crescimento do consumo de energia elétrica registrado pela região Nordeste foi de 17,5% entre os anos de 2007 e 2011. Assim como a região Norte, o setor que mais contribuiu para o crescimento registrado foi o residencial, que registrou 37,4% no mesmo período. De acordo com a EPE, o crescimento expressivo do consumo de energia elétrica nas residências em ambas as regiões são decorrentes dos investimentos

(21)

Figura 7 – Crescimento do consumo por setor da Região Sudeste do Brasil (2007- 2011). 99.976 98.514 81.226 100.506 102.380 21.788 19.147 19.462 19.266 18.718 6.465 5.764 6.001 5.974 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000 200.000 220.000 240.000 33.249 48.871 2011 230.668 6.685 40.466 59.349 2010 220.954 38.155 56.681 2009 197.248 36.381 54.415 2008 209.943 34.685 51.477 2007 206.788 Outros Rural Comercial Industrial Residencial GWh

Fonte: EPE, 2012.

(22)

Figura 8 – Crescimento do consumo por setor da Região Sul do Brasil (2007- 2011).

5.676 6.162 5.784 7.651

27.380 28.725 26.963 29.576 30.622 5.816 5.589 5.380 5.135 5.077 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000

2007 2008 2009

14.934 9.928 62.995 15.424 10.453 65.899 16.311 7.412 61.850 2010 2011 17.121 11.733 3.316 67.335 17.740 12.640 74.469

Residencial Industrial Comercial Rural Outros

GWh

Fonte: EPE, 2012.

(23)

Figura 9 – Crescimento do consumo por setor da Região Centro-Oeste do Brasil (2007-2011).

3.198 3.523 3.651 3.773 3.780

2.028 2.034 2.040 2.300 2.397

5.696 6.198 3.491 6.544

7.607

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000

2007 2008 2009

6.771

4.337 22.030

7.096

4.803 23.654

7.573

5.188 21.943

2010 2011

8.207

4.451 25.275

8.524

5.896 28.204

Residencial Industrial Comercial Rural Outros

GWh

Fonte: EPE, 2012.

(24)

Figura 10 - Consumo de Energia Elétrica por Região (Jan/11 a Jul/12) 7,0% 6,0% 16,9% 16,7% 6,6% 6,2% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Jul/12 17,3% 52,2% Jan/11 17,5% 53,7% C.OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE

Fonte: EPE, 2012.

A Aneel aponta o setor industrial como líder do ranking dos maiores

consumidores de energia elétrica em 2007, seguido pelo residencial, comercial, público e agropecuário. Sendo responsáveis pelo consumo de 192.616 GWh, 90.881 GWh, 58.535 GWh, 33.718 GWh e 17.536 GWh respectivamente naquele ano.

No mesmo relatório, a Aneel ressalta que o setor industrial era o principal representante da autoprodução de energia – que se entende por investimentos realizados por consumidores de grande porte em usinas geradoras para suprimento próprio e venda

de excedentes em mercado. “Em 1992 essa atividade foi responsável pelo consumo de

13.020 GWh. Em 2007, por 47.138 GWh. Em 15 anos, a variação acumulada foi,

portanto, de 262%.” (BEN, 2008 apud ANEEL)

O relatório destaca também o consumo de energia elétrica do setor residencial, que mesmo com um volume expressivamente inferior ao consumo industrial, sustenta a segunda colocação no ranking supracitado. Além, o setor registrou acentuada variação

positiva no consumo elétrico.

(25)

respectivamente, 73.770 GWh e 72.740 GWh. Em 2003, porém, deu um salto de 4,7%, atingindo 76.143 GWh. No acumulado dos cinco anos que vão de 2002 a 2007, portanto, o consumo de energia elétrica pelo setor residencial aumentou 25%.” (Aneel, 2008)

Figura 11 - Consumo de Energia Elétrica por setor no Brasil em 2007

Fonte: BEN, 2008.

O Governo Federal dispõe de uma complexa rede de controle energético para garantir o abastecimento deste fundamental insumo. No entanto, o cenário apresentado neste capitulo gera uma enorme preocupação quanto ao abastecimento elétrico nacional. Isto, pois qualquer desabastecimento de energia elétrica pode causar sérios danos à economia e o bem estar de qualquer nação. Estes fatores, portanto, evidenciam a necessidade de contínua produção de energia elétrica que garanta o desenvolvimento socioeconômico do Brasil em médio e longo prazo.

3.2. Oferta de energia elétrica

Em geral, a produção de qualquer bem depende do seu próprio preço e o preço dos seus fatores de produção, que formam o seu custo. Admitindo a hipótese coeteris paribus, quanto maior for o preço do bem e menor for o seu custo, maior será o seu lucro, e, por conseguinte seu interesse por produzi-lo.

(26)

Até um passado recente, as questões relacionadas à segurança energética tinham como principal preocupação a autossuficiência de recursos no âmbito nacional. Trata-se de um conceito disseminado a partir da década de 1950, em grande medida inspirado nas políticas de industrialização por substituição de importações. É importante notar que a autossuficiência não significa necessariamente segurança de fornecimento do insumo. Se a produção doméstica é toda centralizada, podem ocorrer eventos – de baixa probabilidade, mas grande impacto – que resultem em colapso temporário no abastecimento. (YOUNG, 2008, p. 8)

Ao considerar ambas as premissas, é possível supor que o mercado privado tende a manter ou aumentar seus investimentos na produção de energia elétrica caso esta continue atrativa para o investidor. Para tanto, a figura do Estado é imprescindível para manter a produção de energia elétrica lucrativa.

Figura 12 - Taxa de crescimento decenal da oferta

Fonte: BEN, 2012.

(27)

Ao analisar a evolução decenal do PIB, oferta interna de Eletricidade e Energia é possível constatar que as taxas de crescimento da Oferta de Energia e Eletricidade são bem elevadas, destacando-se o crescimento da oferta de eletricidade entre a década de 70 e 80 que alcança patamares superiores a 200% em 10 anos. No período entre 1980 e 1990, a taxa de crescimento da oferta de eletricidade permanece elevada, mas, sendo bem inferior a da década passada. Por outro lado, ao comparar o crescimento da oferta de energia com o crescimento do PIB, temos que ambas cresceram a taxas semelhantes. Entre a década de 80 e 90, a diferença entre as taxas de crescimento da oferta de energia e eletricidade são menores. Na última década analisada até o ano de 2011, destaca-se que as taxas de crescimento da oferta de energia, oferta de eletricidade e PIB se equiparam. Os resultados apresentados no gráfico analisado apontam para uma tendência de crescimento do PIB superior ao crescimento da oferta de energia, em especial a elétrica.

Figura 13 - Taxa de crescimento acumulada da oferta

(28)

Ao analisar o resultado acumulado, a taxa de crescimento da oferta de eletricidade é superior à taxa de crescimento da oferta de energia e do PIB. A relação exposta pode ser compreendida por meio do entendimento dos acontecimentos históricos referentes à produção de energia elétrica no Brasil.

Sob a intervenção estatal focada na promoção do desenvolvimento econômico, principalmente no setor industrial, houve um relevante salto na infraestrutura energética. Entre os anos de 1945 a 1995 a capacidade instalada passou de 1.342 MW para 55.512 MW, destes 50.687 MW sendo gerados por mais de 200 hidrelétricas. (Mello, 1999)

No entanto, além dos fatores puramente econômicos, a esfera pública, tem, também, o papel de proteger a sociedade no âmbito socioeconômico. Logo, a necessidade de gerar energia elétrica para manter em funcionamento a produção econômica de um país não é a única preocupação do Governo. Este também precisa analisar os impactos em curto, médio e longo prazo da opção de fonte geradora de energia elétrica.

A escolha de uma determinada alternativa energética envolve pesados investimentos, e seus efeitos sobre os padrões de produção e de uso ficam consolidados por muito tempo, condicionando o modelo produtivo dos países. Por exemplo, os investimentos em hidroeletricidade realizados no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, que propiciaram uma matriz de energia relativamente barata e limpa. No mesmo período, os investimentos em energia nuclear na França introduziram um sistema igualmente eficiente, mas com outra configuração de custos e sujeito a maiores críticas dos ambientalistas. É importante notar que tais escolhas determinam até hoje toda a estrutura de consumo e de custos dessas economias e, portanto, sua competitividade (YOUNG, 2008, p. 8).

Em geral, o investimento privado é motivado pela viabilidade econômica e retorno financeiro esperado da aplicação. Em outras palavras, é consequência de uma lucratividade esperada superior a outros investimentos, considerando o risco da aplicação e o valor do dinheiro no tempo. A lucratividade é dada pelo preço menos o custo. Logo, o preço e o custo esperado são os fatores fundamentais para decidir onde será aplicado o investimento.

(29)

Em 1945, com o fim da segunda guerra mundial, iniciou-se um ciclo de desequilíbrio entre oferta e demanda por energia elétrica no Brasil. Este desencadeou uma crise no setor de energia elétrica que perdurou por toda a década de 1950.

A volta de Getúlio Vargas à cena política no início da década de 1950 reascendeu contudo as teses em defesa do planejamento econômico e da empresa pública no desenho institucional do desenvolvimento brasileiro. Os planos para o desenvolvimento da infraestrutura produtiva e para a implantação da indústria de base materializaram-se, na área de energia elétrica, nos projetos de lei de criação do imposto vinculado aos investimentos setoriais, no Plano Nacional de Eletrificação e na proposta de organização das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás. (LIMA, 1995, p 51).

De acordo com Castro (1985), na década de 1950 não era interessante para os players do mercado produtor de energia elétrica investir no setor, tendo em vista o panorama do mercado nacional e internacional. Os principais fatores eram o alto valor de investimento necessário para expandir a produção básica de eletricidade, o retorno financeiro sobre o investimento inferior a outras aplicações no mercado e o duopólio alojado no mercado de energia elétrica nacional, já que o controle e a concentração da distribuição de eletricidade estavam concentrados em apenas dois grupos – Eletric Bond & Share Corporation e Brazilian Traction, Light and Power Company. Estes elementos foram determinantes para que a responsabilidade pelos altos investimentos em geração-transmissão fosse canalizada no Estado, enquanto que os grupos estrangeiros concentravam seus investimentos apenas na distribuição.

(30)

Castro (1984) afirma que os investimentos privados foram substituídos por recursos públicos a partir de 1965, esta renovada estrutura produtiva foi consolidada com a constituição da Eletrobrás, no governo de Juscelino Kubitschek em 1962, esta gerada a partir do Plano Nacional de Eletrificação criado em 1954 ainda no segundo governo de Getúlio Vargas.

A Eletrobrás foi o principal instrumento utilizado para modelar a estrutura produtiva do setor de energia elétrica brasileiro. A matriz energética nacional do século XXI é oriunda da decisão tomada na década de 1960, onde o Estado optou por priorizar a fonte hidráulica.

O Brasil se destaca por possuir uma matriz energética predominantemente limpa e renovável, dada pelo baixo nível de emissão de CO2 na atmosfera. “A

participação das fontes renováveis na geração de energia é quatro vezes maior no Brasil do que a média mundial” (CNI, 2008).

No entanto, os impactos ambientais não se resumem a apenas aos efeitos na camada de ozônio. Segundo o Artigo 1º da Resolução n.º 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Impacto Ambiental é "qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem diretamente

ou indiretamente”.

Logo, temos que considerar também os demais efeitos causados pela instalação de hidrelétricas.

O aproveitamento de potenciais hidráulicos para a geração de energia elétrica requer, muitas vezes, a formação de grandes reservatórios e, consequentemente, a inundação de grandes áreas. Na maioria dos casos, trata-se de áreas produtivas e/ou de grande diversidade biológica, o que exige, previamente, a realocação de grandes contingentes de pessoas e animais silvestres (ANEEL, 2005).

Dois exemplos internacionais de graves problemas decorrentes de empreendimentos hidrelétricos são Akossombo (Gana) e Assuan (Egito). Além de alterações de ordem hídrica e biológica, esses projetos provocaram o aumento da prevalência da esquistossomose mansônica, que em ambos os casos ultrapassou o índice de 70% da população local e circunvizinha, entre

(31)

De fato, os efeitos colaterais provocados pelas usinas hidrelétricas perduram por décadas. O momento é oportuno para buscar novas alternativas energéticas, tendo em vista as mudanças nos custos produtivos e os impactos ambientais sendo sentidos pela sociedade pela cadeia energética produtiva instalada.

(32)

4.

MERCADO DE ENERGIA EÓLICA

O interesse pela fonte eólica tem início paralelamente à crise do petróleo na década de 70 do século passado (CNI, 2009). Quando, por força da crise, diversos países criaram programas de pesquisa e desenvolvimento nessa área, com fundos do governo (especialmente os Estados Unidos, Dinamarca, Suécia, Holanda e Reino Unido). Essas primeiras máquinas não foram um sucesso comercial, mas possibilitaram ampliar o conhecimento e consolidar a tecnologia nos campos da aerodinâmica, ciência dos materiais e sistemas de controle.

Dos anos 70 até a década atual, o mercado global de fabricantes de equipamentos de aerogeradores evoluiu e hoje é composto por poucos fabricantes, o que caracteriza a sua estrutura de mercado como um oligopólio. Conforme Friedman oligopólio é um mercado cujas principais características são reduzido número de firmas que operam no setor, bens e serviços substitutos entre si, consumidor sabe perfeitamente quem produziu e apresenta barreiras à entrada de novas empresas concorrentes.

Nesta estrutura de mercado, os fornecedores são poucos, onde cada um detém considerável parcela do mercado, resultando portanto, em estrutura de concorrência imperfeita. Em especial, no Brasil, a produção de equipamentos eólicos de grande porte concentra-se em poucas multinacionais, que fabricam parte dos componentes necessários para a instalação de aerogeradores.

Assim, a Wöbben Windpower, com fábricas em Sorocaba-SP e São Gonçalo do Amarante-CE fabrica, principalmente, pás e torres, enquanto que a Tecsis, instalada em Sorocaba-SP, fabrica pás para turbinas eólicas, e a Impsa Wind, localizada em Ipojuca-PE possui capacidade de produção de cerca de trezentos (300) equipamentos de 1,5 MW de potência.

Recentemente instalada em novembro de 2011, a Alstom construiu uma fabrica de turbinas eólicas no Polo Industrial de Camaçari1 para fabricação de turbinas adaptadas para condições de ventos médios e fortes e para o complexo costeiro da região.

1 Disponível em <

(33)

Nesta mesma linha, a Gamesa inaugurou2 em julho de 2011 uma fabrica de aerogeradores no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, com capacidade de produção de 300 megawatts por ano, em um total de 150 unidades anuais.

Por fim, a Suzlon3, com unidade de produção instalada em Maracanaú-CE, iniciou recentemente sua produção de painéis elétricos e eletrônicos e montagem de hubs (parte frontal das turbinas eólicas), enquanto que, em São Gonçalo do Amarante-CE, em parceria com a Aeris Energy, são fabricadas pás eólicas para instalação e manutenção de parques eólicos.

Assim, identifica-se a concentração dos fabricantes de componentes para parque eólicos, que podem ser representados no gráfico abaixo:

Figura 14 – Participação no mercado global de Turbina Eólica, MW entregue: 2001-2010

Fonte: IHS, 2011.

2 Disponível em <

http://www.ecodesenvolvimento.org/ecomanagement/gamesa-inaugura-fabrica-de-aerogeradores-na-bahia>. Acesso em 19/09/2012 as 21:34 horas.

3 Disponível em <http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1157247>. Acesso em

(34)

Figura 15 – Participação no mercado global de Turbina Eólica, % (MW) entregue em 2011.

Fonte: IHS, 2012.

Desta forma, é evidente o oligopólio formado por estas gigantes multinacionais, que estão buscando se instalar no Brasil, inclusive para que seus produtos possam se tornar elegíveis para linhas de financiamentos de equipamentos, como o FINAME.

Entretanto, apesar do modelo de mercado não tender à concorrência perfeita, com a consolidação do mercado e instalação de novas unidades fabris de componentes, facilita-se a implementação de novos parques eólicos no país.

4.1. Energia eólica no Mundo

Conforme estudo realizado pela Global Wind Energy Council-GWEC4, em 2009, a oferta agregada de energia elétrica proveniente da fonte eólica em todo o mundo era de, aproximadamente, 150.000 MW.

Ainda conforma a GWEC, no cenário GWEO avançado, a expectativa de crescimento anual médio da capacidade instalada de energia eólica em 2010 era de,

4 GLOBAL WIND ENERGY OUTLOOK 2010, Greenpeace International, 3ª Edição, 2010. Disponível

(35)

aproximadamente, 27% (vinte e sete por cento), declinando gradualmente até o crescimento 9% (nove por cento) em 2020 e caindo para 5% (quatro por cento) em 2030.

Ademais, conforme este mesmo estudo, a Europa tem se destacado no uso desta fonte de energia renovável, concentrando, no ano de 2009, quase a metade da capacidade de instalada de geração de energia eólica no mundo, conforme quadro abaixo:

Figura 16 – Participação da Europa no mercado global de Turbina Eólica em MW instalado em 2009.

Fonte: Global Wind Report – GWEC 2011; EWEA 2011.

Assim, os prospectos de crescimento do setor, aliado à implementação de indústrias produtoras de componentes indicam um crescimento expressivo da capacidade de produção de energia eólica, ainda nesta década.

(36)

Logo, conforme estas projeções, em um cenário otimista, a oferta agregada mundial de energia elétrica a partir d fonte eólica superaria 1.000 Gigawatts em 2020 e 2.300 Gigawatts em 2030. 4Figura 18 – Projeção da Capacidade Instalada de Energia Eólica no mundo em MW.

Figura 17 – Projeção da Capacidade Instalada de Energia Eólica no mundo em MW.

Fonte: Global Wind Report – GWEC 2011; EWEA 2011.

Podemos ponderar a projeção com base em resultados apresentados na última década. Nesta, foi observado um crescimento anual médio de 28% ao ano, mesmo com crise econômica mundial de 2008-2009.

(37)

4.2. Energia eólica no Brasil

A infraestrutura energética do Brasil, historicamente, se baseou em geração hidrelétrica de energia, dependendo de grandes hidroelétricas, como Itaipu-PR, Tucuruí-PA, Ilha Solteira-SP, etc, para estruturação da matriz elétrica do país.

Nas últimas quatro décadas, o consumo final de energia no Brasil cresceu a razão de 3,0% ao ano e apresentou importantes alterações estruturais5, com a instalação de novas termoelétricas, e fontes de energia limpa, como a de energia eólica.

Conforme plano decenal de energia elétrica formulado pela Empresa de Pesquisa Energética6, foi projetado um forte crescimento da demanda de energia elétrica, conforme abaixo transcrito:

É projetado um crescimento da demanda de energia elétrica de 5,1% ao ano no período de 2010-2019, o que torna necessário agregar o equivalente a aproximadamente 6.300 MW de nova capacidade (ou 3.333 MW médios de energia firme) ao ano nos próximos 10 anos.

Neste sentido, apesar da principal fonte de energia elétrica no país continuar sendo a hidroelétrica, as fontes alternativas têm uma função complementar no período, representando, em termos de capacidade instalada, cerca de 23% das fontes energéticas que serão instaladas nos próximos anos.

Em geral, as usinas hidrelétricas estão geograficamente dispostas em diferentes bacias hidrográficas, com fluxos de água variáveis e principalmente longe dos consumidores finais, logo é essencial a interligação elétrica dessas bacias para aproveitar as sazonalidades de cada local e, com isso, garantir o aproveitamento da complementaridade dos diferentes regimes hidrológicos das regiões. Desta forma o sistema é interconectado pelas linhas de transmissão, as quais possibilitam a transferência de energia entre os subsistemas e a integração inter regional, provendo atendimento confiável à carga, permitindo ganhos energéticos, de segurança operacional e confiabilidade.

No entanto, por mais conectados que estão os sistemas, o risco de falta de abastecimento ainda é existente e já que a energia eólica e a hídrica têm boa sinergia em um sistema de energia, uma vez que a velocidade dos ventos costuma ser maior em

5 ZIMMERMANN, Márcio Pereira - PNE 2030, 2007, Eletrobrás, disponível em

<http://www.epe.gov.br/PNE/20080512_1.pdf>. Acesso em 08:44 - 25/09/2012.

6 Plano Decenal de Energia PDE 2019, disponível em

(38)

períodos de estiagem, esta combinação permite forte desenvolvimento, em larga escala, de energia eólica, de forma a preservar os reservatórios de água das hidroelétricas. O que garante uma maior segurança energética ao País.

A produção de energia eólica no Brasil tem crescido consideravelmente, pois o país possui áreas com enorme potencial de geração de energia eólica e uma crescente demanda de energia elétrica e infraestrutura industrial.

Conforme as leis No 10.848 e 10.847, de 15 de Março de 2004 as decisões políticas acerca da matriz energética nacional devem ser tomadas pelos órgãos responsáveis por lei conforme o Sistema Elétrica Nacional ilustrado abaixo:

Figura 18 - Modelo do Sistema Elétrico Nacional em 2008

Presidência da República

CNP / MME Congresso

Nacional

ANEEL

CCEE ONS

EPE Eletrobrás Concessionár

-ias BNDES

ANP

Conselhos de consumidores

Entidades de defesa do consumidor

SDE /MJ CADE - SEAE

SNRH, MMA, ANA e CONAMA Agências Estaduais Agentes Institucionais Mercado Regulação e Fiscalização Políticas G T D C

Fonte: ANEEL, 2008.

As decisões tomadas por estes, devem ser, necessariamente, na ordem de garantir a segurança do suprimento de energia elétrica, a estabilidade do marco regulatório e promoção de tarifas justas e inserção social no setor elétrico nacional.

(39)

de Política Energética é um orgão de Assessoramento do Presidente da República. Sua

função é formular políticas e diretrizes de energia destinadas a proposição da política

energética nacional ao Presidente da República, em articulação com as demais políticas

públicas; a proposição da licitação individual de projetos especiais do Setor Elétrico,

recomendados pelo MME, e a proposição do critério de garantia estrutural de suprimento.

O atual MME – Ministério de Minas e Energia foi criado pela Lei no 8.422, de 13

de Maio de 1992 e a Lei no 10.683, de 28 de Maio de 2003 incumbiu ao MME as funções

de formulação e implementação de políticas para o Setor Energético de acordo com as

diretrizes do CNPE, de planejamento sectorial, de exercício do Poder Concedente, de

monitoramento da segurança de suprimento do Setor Elétrico por intermédio do CMSE, e

de definição de ações preventivas para restauração da segurança de suprimento no caso de

desequilíbrios conjunturais entre oferta e demanda, tais como gestão da demanda e/ou

contratação de reserva conjuntural de energia do sistema interligado.

Criada em 26 de dezembro de 1996 pela Lei no 9.427, a ANEEL – Agência

Nacional de Energia Elétrica, vinculada ao MME com sede e foro no Distrito Federal e

possui prazo de duração indeterminado. Foi concebido com a finalidade de regular e

fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica em

conformidade com as diretrizes do Governo Federal.

Constituída em 2004 como associação cvil sem fins lucrativos, a CCEE sucede a

Administradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia Elétrica – Asmae (1999) e o

Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE (2000) sua finalidade é a viabilização da

comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional — SIN, realizada no

Ambiente de Contratação Regulada - ACR, no Ambiente de Contratação Livre — ACL e

no Mercado de Curto Prazo, segundo a Convenção, as Regras e os Procedimentos de

Comercialização aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica— ANEEL 7

O ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico é uma pessoa jurídica de direito privado, sob a forma de associação civil, sem fins lucrativos, criado em 26 de agosto de 1998, pela Lei nº 9.648/98, com as alterações introduzidas pela Lei nº 10.848/04 e regulamentado pelo Decreto nº 5.081/04. É o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no SIN, sob a fiscalização e regulação da ANEEL.

7 Estatuto Social CCEE, disponível em:

(40)

Em 25 de abril de 1961, o presidente Jânio Quadros assinou a Lei no 3.890-A, autorizando a União a constituir a Eletrobras. A instalação da empresa ocorreu oficialmente no dia 11 de junho de 1962, em sessão solene do CNAEE – Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica. A Eletrobras é uma empresa de economia mista e de capital aberto, com ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa), de Madri e de Nova York. O governo federal possui 52% das ações ordinárias da companhia e, por isso, tem o controle acionário da empresa. A empresa dá suporte a programas estratégicos do governo, como o PROINFA, o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz para Todos) e o PROCEL –

Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.

Criado em 11 de outubro de 2002 através do Decreto no 4.418, o BNDES –

Banco Nacional de Desenvolvimento constitui uma empresa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, reger-se-á pelo presente Estatuto Social e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Está sujeito à supervisão do Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Tem prazo de duração indeterminado. É o principal instrumento de execução da política de investimento do Governo Federal e tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que se relacionem com o desenvolvimento econômico e social do País. Tem como dever, desenvolver suas atividades, visando a estimular a iniciativa privada, sem prejuízo de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor público.

O Governo brasileiro têm demonstrado compromisso para ampliar a oferta de energia elétrica proveniente de fontes alternativas vide o PROINFA - Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e gerenciado pela Eletrobrás criado em 26 de abril de 2002 pela Lei no 10.438 e revisado pela Lei no 10.762 de 11 de novembro de 2003. Além, em 27 de fevereiro de 2007, foi regulamentado no Decreto no 6.048 o leilão de fontes alternativas que comungava do mesmo objetivo.

Assim, apesar da fonte de energia eólica ainda estar em um patamar tímido, entende-se que esse cenário tende a mudar nos próximos anos, em virtude do sucesso obtidos nos últimos leilões de energia.

(41)

Por meio do Despacho Nº 1.848, de 03/06/2009, a Aneel delegou à CCEE a realização do 2º Leilão de Reserva, que foi realizado no dia 14 de dezembro de 2009. No qual foram negociados o total de 132.015.960 MWh de potência dividido em 753 lotes a um preço médio de R$ 148,39/MWh referentes apenas a fonte Eólica (EOL).8

Por meio do Despacho Nº 1.171, de 27/04/2010, a Aneel delegou à CCEE a realização do 3º Leilão de Reserva, que foi realizado nos dia 25 e 26 de agosto de 2010. Neste foram negociados o total de 72.028.317 MWh de potência dividido em 7.227 lotes. Sendo estes dados referentes às fontes Eólica (EOL), Biomassa (BIO) e Pequena Central Hidrelétrica (PCH) conforme a seguir: EOL, 44.724.132 MWh de potência divido em 2.551 lotes ao preço médio de R$ 122,69/MWh; BIO, 21.597.780 MWh de potencia divido em 4.459 lotes ao preço médio de R$ 145,34/MWh; PCH, 5.706.405 MWh de potência dividido em 217 lotes ao preço médio de R$ 130,73.

O 2º Leilão de Fontes Alternativas foi realizado em 26 de agosto de 2010. No qual foram negociados 1.685,6 MW de potência dividido em 7.146 lotes. Sendo estes dados referentes às fontes Hídrica, Eólica e Biomassa conforme a seguir: Hídrica, 101 MW de potência distribuídos em 481 lotes ao preço médio de R$ 146,81/MWh; Eólica, foram contratados 1.519,6 MW de potência dividido em 6.439 lotes ao preço médio de R$ 134,12/MWh; e Biomassa com 65 MW de potência contratada dividido em 223 lotes ao preço médio de R$ 137,92/MWh.

Por meio do Despacho nº 606, de 15/02/2011, a Aneel delegou à CCEE a realização do 4º leilão de reserva, que foi realizado no dia 18 de agosto de 2011. No qual foram negociados 80.717.328 MWh de potência divididos em 4.604 lotes. Sendo estes dados referentes às fontes Eólica (EOL) e Biomassa (BIO) conforme a seguir: EOL, foram contratados 74.002.572 MWh de potência dividido em 4.221 lotes ao preço médio de R$ 99,54/MWh; e BIO, foram contratados 6.714.756 MWh de potência divididos em 383 lotes ao preço médio de R$ 100,40/MWh.

No 15o Leilão de Energia Nova realizado em 14 de dezembro de 2012, foram 12 empreendimentos vencedores, sendo 10 de EOL, 1 Novo Empreendimento Hidrelétrico (NEH) e 1 Usina Hidrelétrica (UHE). Foram contratadas as respectivas potências por fonte: 281,9 MW de EOL, 219 MW de NEH e 73,4 MW de UHE. Os

8

2o Leilão de Energia de Reserva, 2010, CCEE. Disponível em <

(42)

preços médios contratados por fonte foram: R$ 87,94 de EOL, R$ 95,31 de NEH e R$ 82,00 de UHE.

Os resultados registrados nos leilões realizados entre os anos de 2009 a 2012 evidenciam uma redução no preço médio por MWh – houve uma redução de aproximadamente 59,3%, de R$ 148,39 para R$ 87,94 entre os meses de Junho de 2009 e Dezembro de 2012.

Conforme estudo feito pelo GWEC - Global Wind Energy Council9, o mercado eólico brasileiro está em franca ascensão. Em 2008, foram adicionadas 94 MW de fonte eólica à matriz elétrica brasileira, e outros 264 MW em 2009.

Apenas para fins exemplificativos, segue abaixo uma lista de algumas das principais usina eólicas em operação no país:

 Turbinas Eólicas do Arquipélago de Fernando de Noronha-PE - As turbinas geram até 25% da eletricidade consumida na ilha.

 Central Eólica Experimental do Morro do Camelinho-MG - A central é constituída por 4 turbinas de 250 kW, com capacidade de geração de 1 MW.

 Central Eólica de Taíba-CE - A central é composta por 10 turbinas de 500 kW, geradores assíncronos, com capacidade de geração de 5 MW.

 Central Eólica de Prainha-CE - É um dos maiores parques eólicos do País, com capacidade de 10 MW.

 Central Eólica de Palmas-PR: Cuja potência instalada é de 2,5 MW

 Central Eólica Mucuripe-CE - Conta com 4 turbinas eólicas de 600 kW, com capacidade de geração de 2,4 MW.

 Parque eólico de Osório-RS - O parque tem uma capacidade instalada estimada em 150MW, sendo a maior usina eólica da América Latina;

 Parque Eólico de Paracuru-CE - Tem potência instalada de 23,40MW através de 12 torres aerogeradoras;

 Parque Eólico Pedra do Sal-PI - Com capacidade de produção de 18MW, por meio de 20 aerogeradores;

9 GLOBAL WIND ENERGY OUTLOOK 2010, Greenpeace International, 3ª Edição, 2010. Disponível

(43)

 Parque Eólico Praias de Parajuru-CE - A usina tem 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW.

Todas as regiões brasileiras aumentaram suas participações entre 1970 e 2004. No Nordeste, a participação relativa evoluiu de 10% no início da década de 70 para 17% em 2004. Já o ganho obtido pelo Norte representou um aumento de sua participação de 1%, em 1970, para o patamar de 4% em 1990, permanecendo entre 5% e 6% desde então.

É fundamental que os dados do potencial de vento em uma região seja de qualidade, para que haja um bom aproveitamento do recurso eólico como fonte de energia. No Brasil, assim como em várias outros países, os dados de vento são precários o que não permite uma avaliação do potencial eólico com qualidade. Apenas no início dos anos 90 foram instalados os primeiros sensores especiais para energia eólica na região Nordeste do País. Conforme estudo realizado pela ANEEL em 2002, ainda assim, os levantamentos e estudos que vêm sendo realizados no Brasil têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no país. É possível observar o interesse de alguns Estados brasileiros, que buscam através de suas Secretarias de Energia e Infraestrutura viabilizar projetos para elaboração de Atlas eólicos para suas regiões. Principalmente os Estados do Nordeste como Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte apresentam estudos eólicos mais detalhados, focalizando em locais específicos para geração de energia elétrica.

(44)

Figura 19 - Potencial Eólico por Região no Brasil

Fonte: ANEEL, ATLAS 3 ed.

É possível afirmar que estas informações já estão desatualizadas e já não demonstram o real potencial eólico nacional. O avanço tecnológico dos fabricantes de aerogeradores já permite que a energia elétrica seja gerada a 120 metros de altura. Esse

desenvolvimento do mercado eólico no país somado à necessidade de dados de ventos com

melhor qualidade, levaram a Cepel e a FINEP firmarem um convênio para elaborar um

Atlas Dinâmico do Potencial Eólico Brasileiro, que a partir de uma plataforma de alto

desempenho serão capazes de auferir dados e realizar simulações numéricas para ventos de

80, 100 e 150 metros utilizando informações do CPTEC/INPE, o que possibilitará

(45)

Figura 20 - Matriz Energética Brasileira (Taxa de Crescimento)

Fonte: Aneel, BIG 2012.

As legendas Fase I – Fase II, Fase II – Fase III representam respectivamente o crescimento da produção de energia elétrica quando somados a capacidade produtiva prevista dos empreendimentos em Operação adicionados dos empreendimentos em construção; e empreendimentos em operação adicionados dos empreendimentos em construção e projetos outorgardos.

Conforme os dados registrados pela Aneel (2013) o Brasil possui 86

empreendimentos de energia eólica em operação, com capacidade instalada total de

1.888.538 MW que representam 1,45% da matriz energética. Ademais, existem 79

empreendimentos eólicos em construção que representam 1.950.296 MW e 212

empreendimentos outorgados que representam 5.708.725 MW10. Estes dados, representam

um crescimento factível esperado superior a 500% nos próximos anos, desconsiderando

novos empreendimentos que serão outorgados durante a consolidação destes

empreendimentos.

10

BIG - Banco de Informações de Geração, Fevereiro de 2013. Disponível em: < http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/FontesEnergia.asp>. Acesso em: 11:15 – 06/02/2013.

(46)

5.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A evolução do setor eólico no país tem despertado o interesse de vários fabricantes

e representantes dos principais países envolvidos com esta energia. A excelente qualidade e

potência dos ventos, principalmente na costa nordestina, associado com as políticas de

incentivo por parte do governo, fazem com que o Nordeste brasileiro seja um ponto

estratégico para a entrada de novas tecnologias na América Latina.

5.1. Pontos Fortes e Fracos

Os grandes argumentos favoráveis à fonte eólica são a auto-sustentabilidade, abundância de matéria prima no País, custo zero para obtenção da matéria prima, baixo custo de manutenção, baixo impacto ambiental, curto prazo para construção da unidade produtora.

O principal argumento contrário à energia eólica se dava quanto ao custo relativo à outras fontes – como a hídrica e térmica. Tendo em vista que, em 2008, no Brasil, considerando-se também os impostos embutidos, era de cerca de R$ 230,00 por MWh, enquanto o custo da energia hidrelétrica estava em torno dos R$ 100,00 por MWh. No entanto, conforme foi constatado nos últimos leilões, o preço médio de venda da energia elétrica de fonte eólica alcançou o nível de competitividade financeira próximo das demais fontes elétricas.

No entanto, permanecem ainda como pontos negativos a falta de uma legislação específica, a dependência tecnológica internacional por não desenvolver pesquisa na área, o oligopólio do mercado de oferta de equipamentos eólicos e a precária estrutura logística para a importação de equipamentos e transporte dos portos aos parques.

5.2. Oportunidades e Riscos

(47)

É relevante o potencial de geração de energia eólica no Brasil. Tendo em vista que o País possui um volume de ventos duas vezes maior do que a média mundial com baixa oscilação da velocidade, o que garante maior previsibilidade à geração de eletricidade. O último estudo completo sobre o potencial eólico do país é o Atlas do potencial eólico brasileiro. Apesar de desatualizado, o atlas aponta que o potencial de geração de energia elétrica por meio dessa fonte é de 143 milhões de kW, valor superior à capacidade total instalada no Brasil atualmente, que é de 114 milhões de kW, considerando todas as fontes. As regiões com maior potencial são o Nordeste, principalmente no litoral, com 75 milhões de kW, o Sudeste, com 29,7 milhões de kW, e o Sul, com 22,8 milhões de kW. Esse potencial pode ser ainda maior se considerarmos os novos sistemas offshore, ou seja, de captação de vento com turbinas instaladas no

mar.

É importante destacar a conveniente aplicação da energia eólica no Brasil como fonte complementar ao regime hídrico de produção elétrica. Como exemplo, o Rio São Francisco, na região Nordeste, quando no período estacional ou na geração de ponta do sistema – ou seja, no período da seca que é quando os níveis que a afluência hidrológica nos reservatórios hidrelétricos se encontram mais baixos – que os ventos têm maior capacidade de geração de eletricidade.

Conforme a Aneel (2013), o Nordeste brasileiro, é a região que detém a maior concentração de empreendimentos em operação – 64,2% da potência instalada no Brasil, ou seja, 1.212.230 MW de potência em números absolutos.11

Em geral, as localidades em que são instalados os parques eólicos ficam distantes da zona urbana e, principalmente no Nordeste, são áreas com baixo nível de desenvolvimento econômico. A construção e operação do parque eólico gera emprego, renda e até relevância política da localidade, trazendo portanto benefícios diretos e indiretos para a população local.

Por fim, a pesquisa realizada demonstra a energia eólica como uma alternativa competitiva e economicamente viável. Em especial, para o Nordeste, a fonte eólica se revela uma ótima opção que impulsionará a economia local e será capaz de gerar maior desenvolvimento sustentável na Região.

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Figura 2 - Evolução do consumo final energético por fonte (%)
Figura 3  –  Consumo de Energia Elétrica no Brasil (1997-2007 em 10 4  tep)
Figura 5  –  Crescimento do consumo por setor da Região Norte do Brasil (2007- 2011).  2.945 2.97812.43712.79312.37113.265 14.225 2.7772.667 2.578 05.00010.00015.00020.00025.00030.000 2007 2008 20094.6322.78722.8483.1252.96322.028 5.2573.145 24.083 2010 20
Figura  6  –   Crescimento  do  consumo  por  setor  da  Região  Nordeste  do  Brasil  (2007-  2011)
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