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CORRESPONDÊNCIA E SOCIABILIDADE: análise dos cartões natalinos de Afonso Pereira (décadas de 1970 e 1990) CORRESPONDENCE AND SOCIABILITY: analysis of Afonso Pereira's Christmas cards (decades of 1970 and 1990)

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CORRESPONDÊNCIA E SOCIABILIDADE: análise dos

cartões natalinos de Afonso Pereira (décadas de 1970 e

1990)

CORRESPONDENCE AND SOCIABILITY: analysis of

Afonso Pereira's Christmas cards (decades of 1970 and

1990)

Luzia Helena de Almeida Carmélio1 Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira2

Resumo

Analisa as relações de sociabilidade do professor Afonso Pereira, a partir dos cartões de natal por ele recebidos, os quais totalizam 1.380, tomados como fontes de memória e informação. Para tanto, foram delimitadas as décadas de 70 e 90, com o desiderato de buscar um melhor aprimoramento do nosso estudo, o qual apresenta aspectos relacionados à Memória, bem como identifica as Instituições-memória, destacando a importância destas, no resguardar de preciosas informações. Dentre elas, os Arquivos Pessoais, remetendo até o Arquivo Afonso Pereira, nosso campo de pesquisa. Analisa, qualitativamente, as relações de sociabilidade de Afonso Pereira, especificando tais relações, a partir do uso das formas de tratamento dos seus correspondentes. Mostra a importância do cartão de natal enquanto suporte informacional inusitado, porém autêntico, na busca pela perpetuação das informações. Nesta perspectiva, verificamos que a vasta cadeia de correspondentes do professor Afonso Pereira é também bastante variável uma vez em que nela se enquadram políticos, religiosos, instituições, entre outros, e muitas destas relações ultrapassam os meros laços puramente sociais ou profissionais para tornarem-se elos afetivos perpétuos e inefáveis.

Palavras-chave:

CORRESPONDÊNCIA ARQUIVOS PESSOAIS MEMÓRIA

1 INTRODUÇÃO: labor de surpresas

Foi varrendo o desvão de minhas memórias pessoais, que me encontrei, de modo que não posso e não devo suprimir e silenciar fragmentos dessa história, principalmente da história de minha vida acadêmica e, sobretudo da descoberta pelo tema objeto deste estudo. O curso de Biblioteconomia foi uma segunda opção e a transferência de curso não estava descartada. Porém, com o passar dos meses, dos períodos, essa visão foi se modificando e mudando definitivamente esse pensar.

1 Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal da Paraíba.

2 Coordenadora do Programa de Patrimônio, Documentação e Memória do Núcleo de Documentação e Informação Histórica

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A disciplina Técnicas de Arquivo acalorou os ânimos e estimulou o interesse em desbravar o que, por ora, estava oculto no inconsciente: o interesse em trabalhar com o passado, com o que muitas vezes se torna encoberto, seja por falta de interesse, falta de informação ou por questão de segurança e ...

Oportunidade de estágio na área de arquivo não foi possível, mas através da disciplina Técnicas de Arquivo e dos conhecimentos adquiridos a partir da mesma, uma cadeia com novos pensamentos começou a se desenvolver. Um dos momentos mais significativos e edificantes da disciplina foi uma viagem feita à Fundação Joaquim Nabuco - FUNDAJ, localizada na Rua 17 de agosto, nº 2187, no bairro Casa Forte em Recife – PE, lugar onde se concentra um grande número de documentos arquivados, de vários tipos: gráficos, iconográficos, cartográficos, de registro de som e imagem.

Outra visita que teve sua memorável importância foi realizada junto ao Arquivo Privado Afonso Pereira (AAP). Um convite feito, um aceite imediato e uma gama de deslumbrantes informações. Ao adentrarmos a Instituição, deparamo-nos com uma louvável e autêntica exposição de cartões de natal, que totalizam 1.380, todos devidamente organizados. Tais cartões estavam distribuídos no Auditório 27 de abril, no próprio prédio. A exposição estava sendo feita de maneira organizada, primando por minuciosos detalhes. Os cartões estavam dispostos e devidamente identificados em expositores e em uma imensa árvore de natal. Ficamos extasiados com tamanha riqueza informacional.

O Arquivo Afonso Pereira enquanto instituição é uma prova indiscutível da preservação da memória, retratado através de fotografias, cartas, livros, cartões, entre outras riquezas. Com base no encantamento da visita ao AAP e acreditando que o arquivo citado é perfeitamente exeqüível para a elaboração de um projeto de pesquisa, juntamente com o interesse em manter acesa a chama do passado, optamos por tratar dos cartões de natal, recebidos pelo professor Afonso Pereira, num recorte obrigatoriamente temporal que cobre as décadas de 70 e 90, exemplificando em sua práxis a adoção de um tipo de correspondência – cartões – como fonte de memória e informação, revelando desse modo os laços de sociabilidade que resistiram duas décadas, consagrando também a maior resistência que nos é inevitavelmente imposta: o tempo. No afã da realização desse estudo, traçamos os objetivos que seguem.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Estudar as relações de sociabilidade do professor Afonso Pereira, a partir dos cartões de natal recebidos, tomados como fontes de memória e informação.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Apresentar os arquivos como Instituições – Memória;

b) Mostrar a importância dos Arquivos Pessoais como fontes de memória; c) Estudar a informação em sua materialidade;

d) Identificar os cartões natalinos pertencentes ao Fundo Arquivístico Afonso Pereira; e) Estudar o cartão natalino enquanto tipologia documental e suporte de informação;

f) Analisar o cartão natalino como fonte de informação, identificando as marcas de sociabilidade presentificadas pela linguagem escrita.

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De caráter histórico, a pesquisa aqui desenvolvida, buscou atender a dinamicidade das instâncias e fases que se interpenetram dialeticamente, revelando-se como estrutura e processo, que na concepção de Lopes (1990, p. 83) essa estrutura se apresenta enquanto

[...] articulação de natureza “vertical” entre níveis, instâncias ou dimensões: epistemológica, teórica, metódica e técnica. Como processo realiza-se através de uma articulação de tipo “horizontal” entre fases ou momentos da investigação do objeto da pesquisa, a observação, a descrição e a interpretação. Assim entendido, o campo da pesquisa é definido essencialmente por uma dinâmica que resulta de uma rede de articulações verticais e horizontais tecidas pelo raciocínio científico.

Assim, compete-nos evidenciar que a Metodologia estuda, descreve, explica, interpreta, compreende e avalia os métodos que por sua vez é a forma ordenada de proceder ao longo de um caminho, ou conjunto de processos ou fases empregadas na investigação. Em nosso estudo, analisamos os cartões de natal recebidos pelo professor Afonso Pereira, que totalizam 1.380, dos quais foram analisados 594. Para tanto, percorremos três etapas ou fases, a saber:

a) Coleta de dados que foi desenvolvida a partir de duas atividades concomitantes e

complementares: o levantamento documental, realizado através do contato e da pesquisa no acervo documental pertencente ao Arquivo Afonso Pereira; e a busca pela produção teórica e historiográfica referente ao tema norteador da pesquisa. Ambas as atividades requereram a elaboração de fichamentos específicos, variando conforme a necessidade;

b) A análise e interpretação dos dados, esta atividade envolveu diferentes

operações que consistiram em:

- revisão dos fichamentos realizados, tanto referente aos dados coletados nas fontes primárias (cartões natalinos) como nos fichamentos oriundos das fontes bibliográficas;

- controle sobre eventuais necessidades de retomadas das fontes; - levantar e anotar nas fichas possíveis elos (por concordância ou por discordância) entre as informações obtidas nas fontes investigadas;

- análise dos dados à luz dos passos anteriores.

c) A sistematização dos dados, que possibilitou sistematizar a elaboração do plano

de exposição que contemplou o arranjo interno dos itens abordados ao longo do trabalho e a redação das nossas (in) conclusões, por acreditarmos que a História:

[...] se constrói-se em diferentes memórias e registros na dupla dimensão do recordar (as lembranças) e do esquecer (os silêncios, os não ditos). As memórias são marcadas pelas fronteiras do poder e passíveis de manipulações por interesses políticos e de grupos. (FELIX, 1998, p. 97)

2 INSTITUIÇÕES MEMÓRIA: armazém de saberes e sabores

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p. 206) constituem “o espaço de unificação, identificação e classificação, em cuja função “arcôntica”, alega-se o poder de consignar, sistematizar e sincronizar um conjunto documental”.

As IM conservam, guardam e tratam dos documentos, buscando servir de repositório de informações, armazém de sabores e saberes à luz de sua utilização e interpretação, conforme coloca Derrida (apud BORDINI, 2004)historicamente os arquivos estiveram presentes desde o domicílio dos arcontes, do qual se origina sua própria etmologia, do grego, archeion, lugar da lei, que na concepção do autor, estes não só guardavam documentos, como

prioritariamente os interpretavam. Daí extrair a conclusão de que os documentos “não são guardados e classificados nos arquivos senão em virtude de uma tipologia privilegiada” decidida politicamente por quem detêm a/uma autoridade (BORDINI apud ZILBERMAN et al, 2004, p. 206).

O surgimento dessas instituições teve seu início a partir de iniciativas dos reis que as criaram em seus palácios (LE GOFF, 1994). De caráter quase sempre armazenador de

saberes, os arquivos, sejam eles públicos ou privados possuem características aglutinadoras do passado, realçadas em sua “primeiridade, levadas em conta como corrente de dados, de elos associativos, dispersando-se não apenas linearmente, mas como constelações que movem no espaço e no tempo” (BORDINI apud ZILBERMAN et al, 2004, p. 203).

Porém, nesse estudo, priorizamos nosso olhar para os Arquivos privados pessoais, como fonte de informação e memória, discussão empreendida no item 2.3 desse trabalho. Muito embora estejamos conscientes e alicerçados pelo pensamento de Bordini apud Zilberman et al(2004), quando afirma que o rumo da valoração, utilização e interpretação dessa informação/memória não pode e não deve ser prioristicamente definido pela instituição em si, mas emergirá de alguns vestígios, suscitado na iteração com o sujeito-pesquisador.

Os arquivos são lugares onde imperam a memória, são espaços de conservação do patrimônio intelectual, literário e artístico. São locais de diálogo com o passado, de criação e inovação, onde a conservação do mesmo só tem sentido quando servir de fermento para os saberes, sabores e motor para os conhecimentos, buscando servir a sociedade a quem possa interessar (BARATIN e JACOB, 2000). Neste sentido assevera Bordini apud Zilberman et al(2004, p. 262)

[...] um acervo permite, pois, o entrecruzamento da história da sociedade, das subjetividades, do inconsciente pessoal e político dos construtos do real tanto coletivo quanto individuais com os elementos, processos e convenções [...] explicitando-os sincrônica e diacronicamente. [...] É uma construção histórico-social.

Os avanços da arquivística possibilitaram, desde o século XIX, o desenvolvimento de novas teorias, a exemplo da Teoria das Três idades, ou Teoria do Ciclo de vida documental, considerando essencialmente os estágios de evolução dos arquivos.

2.1 ARQUIVOS: estágios de evolução

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que perderam seu valor de natureza administrativa e que se conservam em razão de seu valor histórico ou documental [...] (PAES, 1991, p. 6).

Visto dessa forma, podemos observar que a fase de uso permanente do arquivo confere ao mesmo a capacidade de se tornar matéria-prima a ser trabalhada, visando o resgate da memória/história e permitindo ao pesquisador obter informações sobre determinada pessoa, instituição, fato ou sociedade em épocas passadas, possibilitando assim, uma compreensão da realidade. É nesse momento que se inicia o seu uso cientifico, social e cultural.

Os documentos de arquivo precisam ser analisados e selecionados, tendo em vista que nem tudo que se produz merece ser preservado, sobretudo no que se refere aos arquivos permanentes, cujos documentos possuem um grande valor histórico e cultural para a

humanidade, como complementa Souza (2003, p.38): “A questão do valor coloca-se, portanto, como uma questão de memória: a lembrança torna valioso o objeto lembrado; mais do que isso, o objeto redesenha as fronteiras de uma tradição esquecida, que se mostra então plena de atualidade”.

Ora, preservar documentos significa, sobremodo, mantê-los em condição de uso,

principalmente no que diz respeito aos arquivos que tratam de seu acervo, objetivando que a sua utilização obtenha fins culturais, patrimoniais ou de investigação, os quais podem ser considerados como Instituições-Memória.

Por outro lado, para compreender as Instituições-Memória, faz-se necessário entender a memória enquanto elemento de história.

2.2 MEMÓRIA: elemento da história

A memória é fator preponderante na história da humanidade. Uma humanidade sem memória é uma humanidade morta. Com efeito, buscamos alguns esclarecimentos no tocante à memória histórica.

A capacidade do ser humano em absorver e guardar as lembranças do passado constitui memória. E essa memória pode ser trabalhada sob várias maneiras, na busca de resgatar o passado. Sobre esse aspecto, Souza (2004, p.27) relata: “... a memória resgata, reúne, arranja e descreve informações à espera de ser utilizada”.

No âmbito da memória histórica, faz-se necessário estabelecer diferenças entre as sociedades de memória essencialmente oral e as sociedades de memória essencialmente escrita, assim como as etapas de transição da oralidade à escrita, segundo Jack Goody apud

Le Goff (1994) denominou como “a domesticação do pensamento selvagem”. Na concepção platônica, a memória enfrenta seus próprios perigos, os quais podem inclusive provocar o desaparecimento, ou ao menos diminuir à condição de lembrança ou recordação.

Tal cousa [a escrita] tornará os homens esquecidos, pois deixarão de cultivar a memória; confiando apenas nos livros escritos, só se lembrarão de um assunto exteriormente e por meio de sinais, e não em si mesmos. Logo, tu não inventaste um auxiliar para a memória, mas apenas para a recordação. Transmite aos teus alunos uma aparência de sabedoria, e não a verdade, pois eles recebem muitas informações sem instrução e se consideram homens de grande saber embora sejam ignorantes na maior parte dos assuntos. Em conseqüência serão desagradáveis companheiros, tornar-se-ão sábios imaginários ao invés de verdadeiros sábios. (PLATÃO apud

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A concepção platoniana exclui o documento escrito e opera por meio de uma relação verbal, momento em que o filósofo volta-se para dentro de si, por meio da maiêutica – parto das idéias, idéia mãe, consistindo, pois,

[...] num veículo para se ter acesso ao conhecimento em sua fonte primeira. Aquele que se aloja na linguagem, que, contudo, não o esgota; pelo contrário, pode até reprimi-lo, se depender da escrita enquanto único documento confiável. Platão desconfia da escrita, mas aposta no poder da fala, da oralidade e da comunicação, enquanto alternativa para o conhecimento. (ZILBERMAN et al, 2004, p. 20)

A memória possui uma estreita relação com a História. A História liga-se ao passado através da memória, porém, cada uma possui características distintas, como afirma Le Goff (1994, p.49): “Tal como o passado não é história mas o seu objeto, também a memória não é história, mas um dos seus objetos [...]”.

A memória deve ser o objeto da História, não o seu objetivo. Nesse sentido Meneses (1992, p. 22-3 apud SILVA, 1999, p. 21-2) descreve:

[...] A memória, como construção social, é formada de imagem necessária para os processos de constituição e reforço da identidade individual, coletiva e nacional. Não se pode confundir com a História, que é forma intelectual de conhecimento, operação cognitiva [...]

Neste sentido coloca Zilberman et al (2004, p.19-19)

Se a noção de fontes pode abrigar tudo que antecede a produção de uma obra de arte, mas reaparece nela, é porque a memória apropriou-se da experiência prévia e elaborou-a, adaptando-a às necessidades de criação. A memória, portanto, fica a meio caminho entre o coletivo e o individual, o histórico e o pessoal, o apropriado e o original...

2.3 ARQUIVOS PESSOAIS: caixa de pandora?

Metaforicamente poderíamos inferir que os arquivos pessoais se equiparam ao mito de Pandora, do qual ficou a expressão caixa de Pandora, que se usa em sentido figurado quando se quer dizer que alguma coisa, sob uma aparente inocência ou beleza, pode nos surpreender. Muito embora não possamos esquecer de considerar os paradoxos da linguagem mitológica, nesse universo alegórico, os significados são amplos e diversificados. De modo que comparar o arquivo pessoal à caixa de pandora, é permitir perceber as surpresas e interlocuções possíveis entre o documento, a informação e o pesquisador. Permitindo aqui o uso de outra alegoria, relacionado ao casamento de Júpiter com Métis (Reflexão). Esta ao ser engolida por Júpiter, dá a luz a uma filha chamada Minerva (Sabedoria Divina) que originalmente veio do cérebro, permitindo segundo Alves (2005, p.1) compreender o relato, que revela a cena numa perspectiva importante se a confrontada com a função essencial dos arquivos, assim como coloca o autor: “o deus nutre-se da Reflexão para gerar a Sabedoria.

Mnemosina (A Memória) desposa Zeus e deles nascem as Musas (A Inspiração). O sopro

divino em união com a Memória faz nascer a Inspiração”.

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utilizaremo-nos de definições básicas, procurando obter uma visão mais ampla sobre esse armazém de sabores e saberes, depósito informacional, fundantes da pesquisa histórica.

O arquivo pessoal guarda verdadeiras relíquias e permite na visão de Darton (1995) ligar o quê, o como e o quem, permitindo os entrelaçamentos possíveis, possibilitando a memória tomar seu lugar na história da sociedade e dos indivíduos. Nesse sentido, cresce a cada dia o interesse por arquivos pessoais; estes reúnem em seus acervos, documentos de natureza diversificada, dispostos em diferentes suportes informacionais como: cartas, manuscritos, fotos entre outros, provocando o tempo em nome de uma resistência, resistência que na visão de Zilberman et al(2004, p. 19): “fala a longa tradição em que ela é o objeto de reflexão e assunto para a expressão” quer artística, cultural ou política. São as surpresas estabelecidas pelo mito de Pandora.

A denominação de arquivo privado está diretamente ligada a reunião de documentos, os quais são produzidos ou recebidos por instituições não-governamentais, famílias ou pessoas físicas, em conseqüência de atividades exercidas pelos mesmos.

Os arquivos pessoais são considerados arquivos de caráter privado e são constituídos de documentos que, primordialmente, possuem interesse apenas para o seu titular, que pode ser um cidadão, um profissional, um membro de uma família, enfim, qualquer pessoa física. Tais documentos normalmente são reunidos ao longo da vida dessas pessoas e englobam fotos, cartas, diários, cartões, entre outros suportes informacionais. O ato de agrupar esses documentos por um certo período de tempo, revela os hábitos, os gostos, as culturas, os valores da época em que foram criados e de quem os guardou. Destarte, torna-se claro que os arquivos pessoais são ricas e valiosas fontes de memória.

2.4 ARQUIVO AFONSO PEREIRA: mnemosine da sociabilidade

Inaugurado no dia 03 de janeiro de 1997, o AAP é depositário de vários tipos de documentos pertencentes ao seu Patrono. Entrar no citado Arquivo é deparar-se com um imenso universo de lembranças exteriorizadas. O mesmo tem sede na antiga casa do professor, localiza-se na Praça João XXIII, nº 78, no Bairro Jardim Glória, na cidade de João Pessoa, e é mantido com recursos próprios e da família, o que vem caracterizá-lo como um Arquivo Privado Pessoal.

Por sua organização e preservação, o AAP é capaz de proporcionar uma pesquisa ágil e eficiente, qualidades primordiais às Instituições-Memória. Sua vasta documentação permite uma multiplicidade de informações para várias linhas de pesquisa a serem exploradas.

A presente pesquisa engloba um estudo dos cartões de natal recebidos pelo Professor Afonso Pereira da Silva, os quais totalizam 1.380 e são dispostos em 26 álbuns, 20 painéis de acrílico e em uma árvore de natal totalmente ornamentada com os mesmos, conforme ilustrações abaixo. Para melhor analisarmos as relações de sociabilidade do professor, estabelecemos as décadas de 70 e 90, porém, os cartões são arquivados desde a década de 60 e permanecem sendo trocados até os dias atuais.

Assim constitui-se o Arquivo Afonso Pereira, a mnemosine da sociabilidade, ou seja, a memória de suas próprias relações sociais, presentificadas pela linguagem escrita, materializada nos cartões natalinos, fonte documental por excelência.

2.4.1 Afonso Pereira

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proporciona uma imensa satisfação ao seu patrono e que representa uma robusta massa informacional para seus pesquisadores.

Por esses e outros motivos, optamos por estudar os cartões de natal por ele recebidos, para nos inteirarmos das suas relações sociais, a partir destas correspondências, que mesmo possuindo pequenas linhas e palavras, podem revelar traços marcantes, os quais analisaremos posteriormente.

3 INFORMAÇÃO ARQUIVÍSTICA: matéria do objeto ou objeto da matéria?

O aparecimento da escrita contribuiu não apenas para a comunicação e disseminação da informação, mas obteve fundamental importância para o nascimento dos arquivos, da arquivística e como conseqüência destes, dos arquivistas.

Um grande marco na história da Arquivística foi a criação do Arquivo Nacional da França, em 1789, primeiramente como Arquivo da Assembléia Nacional e transformado, em 24 e junho de 1794 (7Messidor II apud JARDIM e FONSECA), no estabelecimento central dos arquivos do Estado, ao qual foram submetidos os depósitos existentes nas províncias.

A arquivística tem deslocado seu objeto da categoria arquivos para outras como: documentos arquivísticos e, recentemente, informação arquivística, cuja essência engloba toda informação contida nos registros materiais organicamente produzidos, resultantes das atividades humanas. Por registro material, entende-se todo e qualquer suporte que materialize a informação.

Aos arquivistas, merece ser dada uma grande importância, visto que os mesmos exercem funções referentes à preparação, ao tratamento, à recuperação e à conservação dos documentos. Porém, a maior importância é dada ao próprio documento e não àqueles que têm a missão de conservá-los. Embora o arquivista seja, antes de tudo, um gestor de informações e suas tarefas estejam voltadas para a satisfação das necessidades informativas.

A arquivística deve perder o laço de “dependência”, que possui com a história, a fim de poder adquirir posteriormente a sua autonomia. Mas, devemos lembrar que autonomia não significa isolamento; está diretamente ligada a independência. E em relação à arquivística, essa dependência reflete na definição de sua esfera de atividade, para em seguida escolher as suas alianças com disciplinas contributivas, como a Administração, a Informática, as Ciência da Informação, além de todas as disciplinas especializadas que permitem ao arquivista dominar melhor o tipo de arquivo a ser trabalhado e da própria História, a qual já não deverá mais constituir um elemento exclusivo da disciplina Arquivística, haja vista que o arquivista pode se interessar por qualquer outra ciência.

Por outro lado, autores, como Bautier (1961), afirmam que, por formação ou vocação, o arquivista é essencialmente um historiador, pelo fato dele saber como se escreve história e quais os materiais necessários para este fim. Destarte, ele não pode se limitar a ser apenas um conservador de arquivos. Como preleciona Bautier: “ele é o homem que sabe destruir”.

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está descrito que é dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. E em seu Art. 3°, considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.

3.1 A ARQUIVÍSTICA NAS UNIDADES DE INFORMAÇÃO

A arquivística como observada no item 3, assim como a informação caminham sempre de mãos dadas. Qualquer organização, independentemente de sua dimensão, de sua missão ou esfera de atividade, depende de recursos para existir, para garantir seu funcionamento adequado e se desenvolver. Porém, tão importante quanto os recursos humanos, materiais ou financeiros, a informação constitui uma mercadoria vital para a empresa, instituição, unidade de informação, sem a qual ela não conseguiria viver, desenvolver-se. Não podemos esquecer ainda que a informação deve ser administrada de maneira eficaz, visando ao bom funcionamento e fluimento das atividades da organização, unidade de informação.

4 DOCUMENTO: matéria da mnemosine

Buscando compreender a importância das relações de sociabilidade de Afonso Pereira, presentificada pela linguagem escrita, materializada nos cartões, tomamos como base os cartões de natais recebidos por ele, procurando disseminar a importância do documento em si, para só então entendermos a importância dos cartões, enquanto tipologia documental, capaz de reconstruir o passado através de seu testemunho, trabalharemos os documentos, enquanto suporte informacional.

O documento surgiu a partir do termo latino documentun, derivado de docere que tem como significado, ensinar. Sua propagação ocorreu no século XVII, através da linguagem jurídica francesa. Porém, foi no século XIX que o sentido de testemunho histórico do documento teve seu início.

A importância dos documentos é primordial para a história, para a memória da sociedade; como descreve Lefebvre (1971 apud LE GOFF, 1994, p. 539): “Não há história sem documentos”.

O documento é de fundamental importância e não deve, em hipótese alguma, ser visto apenas como algo do passado. O mesmo é um produto da sociedade que o criou, através dos seus atos, da sua história, visando impor diretamente ao futuro, às sociedades futuras seus feitos, suas imagens, suas narrativas. O documento é o “registro de uma informação independentemente da natureza do suporte que a contém”. (PAES, 1991, p.8).

4.1 CORRESPONDÊNCIAS

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Para Silva (2004), as correspondências se constituem atualmente como importantes fontes de estudo no âmbito de diferentes disciplinas – a história cultural, a história literária e a história do livro e das bibliotecas, sobretudo em uma das vertentes dessa área, a história da leitura -, para citar apenas algumas das disciplinas que, nos limites desse estudo, despontam como possível material de análise.

Para a autora, as correspondências permitem, ainda, recolher fragmentos de uma escrita íntima, quase secreta, uma “escrita de si”, parafraseando a expressão de Gusdorf (1998 apud SILVA, 2004).

4.2 CARTÕES

Suportes informacionais como as cartas, os cartões podem ter seu conteúdo, ou parte deste, repassados boca a boca, gerando assim mais uma maneira de se divulgar informações. Porém, é na sua essência que encontramos suas verdadeiras riquezas. Através da leitura, podemos observar a partir da escrita, se os correspondentes eram pessoas com formação escolar baixa, ou mais elevada.

Em um cartão, a maneira pela qual o correspondente se dirige ao destinatário, pode-se observar que tipo de relação existe ou existiu entre ambos; se há uma relação fraterna, amigável, profissional. Esses documentos, portanto, descrevem experiências individuais e merecem ser tratadas com atenção, pois possuem características de testemunhos pessoais, e como tal remetem à qualidade de testemunhos do tempo, logo, surge a necessidade de conservação, buscando “eternizar” as informações neles contidas.

Os cartões, assim como as cartas, se freqüentes, possibilitam transparecer uma valiosa dimensão confessional e revelam inúmeros pormenores, em linguagens cultas, intimas e coloquiais. Logo, torna-se claro que a troca de correspondências, no caso do nosso estudo, de cartões, possui uma essência de diálogo, porém, em formato escrito, com características espontâneas e expressões de carinho, que são capazes de exteriorizar inúmeras informações, que podem interessar a pesquisadores, à humanidade futura.

De modo que esse estudo se efetiva na análise dos cartões de natal recebidos pelo Professor Afonso Pereira, cuja oportunidade permitiu conhecer e vislumbrar a sociabilidade por ele conquistada, cultivada e notoriamente demonstradas por carinho, confiança e respeito intelectual. O conjunto dos cartões de natal do professor Afonso Pereira, ultrapassa a vida íntima e intelectual, e configura-se, no entanto, num conjunto de valiosos documentos, capazes de traduzir importantes relações: pessoais, culturais, profissionais; mostram ainda que o professor Afonso Pereira, enquanto fundo de arquivo é um correspondente fecundo, logo produtor de informações arquivísticas.

5 RASTROS DE SOCIABILIDADE: análise dos cartões natalinos de Afonso Pereira

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A princípio, identificamos os cartões enquanto tipologia documental e, em seguida, os analisamos por correspondentes e por ano de correspondência. Estabelecemos duas décadas, a de 70 e a de 90, para verificarmos os laços e a intensidade da sociabilidade entre eles.

Desde os idos da década de 60 até o presente, totalizam-se 1.380 cartões, dentre os quais trabalhamos o total 594, referentes às décadas de 70 e 90, conforme mencionado anteriormente. Dos cartões analisados, verificamos que alguns correspondentes se tornaram freqüentes em suas ações de troca de cartões. Estas repetições no entanto, revelam um forte laço de proximidade e consideração e que deixam transparecer afetuosas saudades e eternas lembranças, conforme trechos extraídos de alguns dos cartões pesquisados, respeitando com afinco sua estrutura lingüística.

Afonso e família

QUE A PAZ NA TERRA FAÇA POUSO NESTE NATAL E EM TODOS OS DIAS DO ANO NOVO

São os votos de que retribuímos

Maria Camésia e Geraldo Leite

07/01/1992

Que em cada esfera da vida se reflita o brilho que juntos alcançaremos no ano de 1978.

Banco América do Sul

Amigos, políticos, Instituições. É variável o âmbito das correspondências recebidas pelo professor. No caso do cartão recebido pelo Banco América do Sul, os inscritos mostram o desejo de manter um relacionamento, através do uso do termo juntos.

Por sua trajetória religiosa, visto que freqüentou colégios e até Seminários e que era oriundo de família católica, o professor Afonso Pereira construiu amizades que perpetuam laços da vida cristã e enaltecem o respeito e a consideração mútuos.

O Cristo nasce onde Deus é glorificado, onde a PAZ está sendo construída. Celebre o NATAL fazendo de seu coração um santuário dos Direitos Divinos.

GLÓRIA A DEUS!

Fazendo de sua casa um Centro de Defesa dos Direitos Humanos: PAZ AOS HOMENS!

FELIZ NATAL! FELIZ ANO NOVO!

1975 1976

+ José Maria Pires

Caixa Postal, 13 58.000 – João Pessoa- Pb

Meu predileto Prof. Afonso:

Fiquei imensamente gratificado com a sua cordial mensagem natalina. Linda na forma e rica em conteúdo.

Foi mais um exuberante testemunho daquele caudal que sempre jorrou perenemente bondade e sabedoria sobre o alunado que teve a felicidade de receber suas inesquecíveis e fecundas lições.

Saúdo-o, como o Campeão dos Educadores que, depois da Igreja Católica, mais fizeram pela implantação e expansão do Ensino na Paraíba.

Professor Afonso Pereira da Silva é, inegavelmente, uma legenda indelével, na História da Educação Paraibana.

Auguro-lhe um próspero Ano Novo e à sua digna consorte.

Com muita estima,

Ex-aluno e amigo

(12)

Cajazeiras, dez./95

Verificamos a partir destes dizeres, que alguns laços, algumas mensagens se transformam com o tempo, com o momento da escrita e com a intensidade de familiarização, sociabilidade, que existem entre os correspondentes mais fecundos. A maneira pela qual os correspondentes utilizam pronomes possessivos, palavras não tão comuns em nosso vocabulário diário, que se encontram em destaque, revelam uma afetuosidade, uma cumplicidade e acima de tudo, reconhecimento e respeito; pois são palavras que possuem certo grau de intimidade e não são ditas nem escritas para um simples conhecido.

Caríssimo Prof. Afonso e Família:

Agradeço-lhes sensibilizado sua sincera e linda mensagem Natalina.

Praza aos céus que ela se concretize, fecundamente, como vocês desejam, para a nossa felicidade e da humanidade inteira, em todos os quadrantes do Universo.

Almejo-lhes um Ano Novo repleto de graça, saúde, paz e prosperidade.

Com muita estima, Servo e amigo

Pe. Gualberto

05/01/1993

Apesar do correspondente Pe. Gualberto, exercer uma função social – Padre -, o mesmo coloca-se frente ao professor Afonso Pereira na qualidade de servo, amigo, aprendente, ou seja, alguém por quem exibe respeito e, sobretudo admiração, pelo fato de Afonso Pereira ter marcado sua vida como Mestre, ensinando-o, alimentando-o de vasto saber. O mesmo ainda fez uso do termo Caríssimo, expressando mais proximidade na relação entre eles e seus cartões eram feitos por ele e destinado especificamente ao professor.

Devemos destacar que em alguns cartões predominam cores fortes que podem representar o Natal, como o vermelho, o verde. Porém, existem muitos cartões na cor branca. Alguns possuem apenas as mensagens já impressas nas gráficas, outros além dessas mensagens são acrescidas mais umas poucas palavras e são assinados a punho, e outros ainda escrevem toda a mensagem a ser enviada, relatando muitas vezes fatos pessoais e mostrando dessa forma que os laços de amizades aparentemente são mais fortes e capazes de perdurar por longos anos.

Com efeito, partindo do pressuposto que almejamos, esperamos que este estudo analítico, no qual citamos os trechos completos de alguns dos diversos cartões recebidos pelo professor Afonso Pereira, possa facilitar o entendimento dos cartões de natal, enquanto valioso, inusitado, autêntico e revelador suporte informacional e mostrar a importância e a magnífica atuação do professor, como fecundo correspondente.

6 (In) CONCLUSÃO

As Instituições-memória, no âmbito de suas limitações guardam, conservam e tratam dos documentos, primando por sua durabilidade, a fim de não perder as informações contidas neles.

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documentos que perderam seu valor de natureza administrativa, mas que são conservados por seu valor histórico.

A memória é um fator primordial no resguardar de informações. Ao passo em que absorvemos acontecimentos e os guardamos em nossa memória, somos um repositório informacional; bem como, quando encontramos a informação, independente de sua materialidade, descobrimos com ela, uma vasta gama de memória e que são capazes de (re)construir uma história, a partir de suas essências.

Os arquivos pessoais reúnem, em seus acervos, documentos diversificados, em vários suportes informacionais como: cartas, cartões, manuscritos, fotos entre outros; documentos estes, que em princípio, possuem interesse apenas para o seu dono e, quando são abertos ao público, tornam-se ricas e valiosas fontes de memória, como é o caso do Arquivo Afonso Pereira, nosso campo de pesquisa, cujo patrono é o professor Afonso Pereira, que por ser um correspondente fecundo, se torna um produtor de informações arquivísticas. Os arquivos pessoais ainda podem ser vistos como repositórios de memórias e armazenagem de saberes e sabores e efetivam-se enquanto Caixas de Pandora, pelo que revelam em matéria de sociabilidade.

Os cartões de Natal por ele recebidos foram tomados como fontes de memória e informação, logo, nosso objeto de estudo. Esses documentos, por sua vez, são pouco explorados, mas possuem, em sua essência, informações que são capazes de revelar as relações sociais existentes entre seus correspondentes, uma vez que a partir de sua análise, podemos verificar fragmentos de uma escrita íntima, quase secreta, pertencente ao seu proprietário e até então desconhecida por muitos.

Destarte, não damos por encerrada a discussão, pelo fato de observarmos que o estudo dos cartões de Natal, enquanto suporte informacional e de memória, não deve se esgotar num estudo de iniciação científica, mas com certeza, é semente que foi lançada sobre terrenos férteis e que serão fecundos, pois acreditamos que o estudo de cartões natalinos no âmbito da área biblioteconômica e arquivística se apresentam também como uma quebra de paradigma, considerando o rompimento e a possibilidade de olhares novos sobre objetos inimagináveis, porém propicia revelar uma historicidade instaurada e representada, pela linguagem.

Outra questão não menos importante é a possibilidade de revelar outras perspectivas de investigação na qual poderá atuar o bibliotecário, que não necessariamente o tradicional livro, mas independente do suporte, vale a informação.

Portanto, não encerro, apenas dispeço-me fazendo uso das palavras de João Cabral de Melo Neto (1967 apud KRAMER, 1993) ao dizer:

É buscar aquele diamante em que o vi se cristalizar, que rompeu a distância

com dureza solar;

refazer aquele diamante que vi apurar-se cá de cima,

que de lama e de sol compôs luz incisiva;

desfazer aquele diamante a partir do que o fez por último,

de fora para dentro, de casca para o fundo,

(14)

o homem, que é o núcleo do núcleo de seu núcleo.

Abstract

This work treats about Professor Afonso Pereira’s relations having as a source of memory and information 1.380 Christmas Cards received by him in the decades of the 70s and 90s. The analysis

has been done with the purpose to search a better improvement of our studies, which represents

aspects related to the Memory as well as it identifies the Memory Institutions, detaching their importance in keeping precious information, special attention to the Personal Files, putting in evidence Professor Afonso Pereira’s one. Our work analyzes the quality of Afonso Pereira’s relationships specifying them from the use of this correspondents forms of treatment. It shows the Christmas Cards importance as an odd but authentic informational support in the search for perspectives of information. In this perspective we could testify that the large chain of Professor Afonso Pereira’s correspondents is also very variable, so it includes political and religious men, institutions and so on. Many of these relations surpass simple social or professional bonds to become affective, ever lasting and ineffable ones.

Keywords

CORRESPONDENCE PERSONAL FILES MEMORY

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