Participação
popular
limitada
f\_'...1
Gripe
A:
a
polêmica
da
vacinação
Por
questões
ideológicas,
muitaspessoas
preferem
não serimunizadas
contrao vírus H1 N1. Osgastos
do governocom acampanha
sejustificam
ou são mesmodesnecessários? página5O artista
plástico gaúcho,
"naturalizado" catarinense fala sobreamudança
deendereço
.
ede
profissão.
Ele contacomofoio início tardio desuacarreira,
asexposições
internacionais,
arelação
comFlorianópolis,
seu estilofigurativo
pop-Iúdico
eainda revelaseusprojetos
futuros.Luciano
pretende
criarumaescolade artes paracrianças
eescreverum livro sobresuahistória.FLORIANÓPOLIS,
MAIO
DE 2010
•CURSO
DE
JORNALISMO
ANO
XXVIII, NÚMERO
2
Yuri Gama
OVO
PLI\NO DI RETOR'
pARTIe
I
PA
T\VO
IGUAL
A
NTER£SSES
PR\YAtD
Pulseirinhas do
sexo:
proibir
é
mesmo a
solução?
Sociedade
Brasil não
possui
lei
de
criminalização
da
homofobia
�
A modapode
serpassageira,
mas o fenômeno�
que invadeasescolas brasileirasdisfarçado
!
de brincadeiratrazà tona aprecocidade
dos IE adolescentes. Revelaproblemas
que nãopodem
serresolvidos
simplesmente
com aproibição
do uso doacessório,
como aineficiência depais
eprofessores
em enfrentaroassunto semrodeios. página12
Projeto
de leiestá
emtramitação
noSenado,
masenfrentademorana
aprovação
devidoàs
pressões
de grupos
religiosos
dentrodoCongresso
edo Senado.página
10-Sustenlabilidade
e
inovação
na
UFSC
Pesquisadores
criamprojetos
comenergias
renováveis
eganham
reconhecimentonacional.Apesar
dos custoselevados,
alternativassãonecessárias
paraapreservação
do meio ambiente. páginas6e7Depois
de
quatro
anos dediscussões na
comunidade,
oPla�o
Diretorde
Florianópolis
é
elaborado por uminstituto
contratado
pela
Prefeitura.
O
argumento
de
tratar-sede
umafase
técnica
foiutilizado
pararomper os canais
de
participação
popular.
Foram realizadas apenasaudiências de
apresentação
nessanova
etapa,
umadelas
impedida
por
manifestações.
O
anteprojeto,
quenão
temprevisão
de envioà Câmara de
Vereadores,
deveser
discutido
emdez
regiões
da
cidade por uma comissãoencabeçada
pelo
Secretário
de
Educação.
Várias
entidades
pedem
avolta
dosnúcleos de
deliberação
estabelecidos
em2006.
Adiscussão de
umprojeto
de
lei
quepretende
normatizar autilização
de todos
osespaços
dacidade envolve interesses dos
mais diversos e deixamuitas
questões
em
aberto,
como aescolha
entre desenvolverou preservar.páginas8e9
Esporte
Dia de
clássico
para
o
plantonista
esportivo
Luiz
Gonzaga
A rotina do
profissional
que fica naretaguarda
das transmissões não serestringe
aojogo
emdestaque.
O trabalhoexige concentração
e rendeaté
13 horas dejornada.
página152
I
Opinião
Florianópolis,
maiode2010 .[o
UNIVERSITÁRIO
50
anos
em5
1. oquê?
AUniversidade
Federalde Santa Catari
n�
c?m�mora
em2010seus50anosde eXlstenclae, para
festejar
adata alunosdo
�urso
deEducação
Físicapro:Uovem
aGmca UFSC 50anosem5. Onome
doevento
lembra
oplano
demetasd
Juscelino
�ubitschek.
Arealização
daegin_
cana
surgiu
porindicação
daComissãoOrgallIzadora
dos 50anosda UFSC £r�A.,eerencraa eraz
trajetória
dauniversidade.
2.
Quem?
Osalunos da 5a fase docursode
Bacharelado
emEducação
Físicada UFSC
organizam
epromovemessa
gínéâna.
Os26acadêmicosda
disciplina
dePlanejamento
e
Organização
deEventos,doCursode
Educação Física,
foramorientados
pelo
professor
ValmirJosé
Oleasepela
graduanda
Juliana
Krummenauer. Essa
galera
suou a camisa paragarantir
osucessodascomemorações
daUFSC.'
3.
Quando?
De13
a,
I9.de
maio.Naquinta-feira,
dia13,
serafeitaaabertura'
nodia 14 t
�. h' , ,sex
a-eira, averao
�oncurso
dedança.
Acaçaao
t�souro
e agmcana culturalOcorremno.sabado,
15.,N?
dia18,
terça-feira,
tem osJogoss�dentaflos
eosjogos eletrônicos
e,
logo
apos,.
haveráafestadeencerra�ento.
Nodia 19temaindaodesafiomtelectual.
4. Onde?
No CentrodeCulturaeEventos
acon-tecemaaberturae a
competição
de
dança.
Nocampo defutebol
doCDS,agincana
cultural.
Naconcha acústica,acaçaaotesouro.No
ginásio
1doCDShaveráos
jogos
sedentários
eeletrônicos,o
desafio
intelectual
e oencerramento.
5.Por
quê?
Pa�a
co�.emorar
oquinquagésimo
arnversanodaUniversidadeFederal de Santa Catarinaaoladoda comunidade
acadêm�ca
eda sociedadeemgeral,
afimd�
ampliar
oconhecimento
sobre aUFSC. Ha 50anossurgia
esselugar
deexcelênciana
form�ção.
depesquisadores,
professores
e
profissIOnaIs
quecontribuemparao '
desenvolvimento
do estado.EDITORIAL
Jornalismo
e
pressão
alta
No
lançamento
dacampanha
contraahipertensão,
o ministroJosé
GomesTemporão
recomendou aos brasileiros fazer mais sexo,de
preferência
cinco vezes aodia,
oumelhor,
cincovezesporsemana.O quefoi ditoemtom
de brincadeira
ganhou
asmanchetesdosprin
cipais
jornais
dopaís
evirouassuntonasmais distintas rodas deconversa- desdeobaratéa
redação
doZERO.Sim,porquejornalista
tambémsofre de
pressão
alta.Aliás,
muitoantesdoscardiologistas
alertaremsobreosriscosdoestresseno
trabalho,
osprofissionais
quelevamavocê,
leitor,
asnotí ciasdiárias, já
estavamcom a saúde nosinal vermelho há muito tempo. Isso porque, paraagentefazerumtrabalhointeressante,
atual,
inovador,
útile emtempohábil,
muitasvezesacabamosporcometerexcessos, taiscomonoi
tessemsono,
almoços
emforma desanduíche,
máposturaemfrenteao
computador.
"MasoZERO não éapenasum
jornal
laboratório?",
você deve estarpensando.
Não deveser assim tão estressante sua
produção.
Bem,diga
issoaosmaisde 30responsáveis
pelo
trabalho
-entre
repórteres, editores,
diagramado
res e
professores
-e
eles,
talvez irritadoscomacolocação,
nemrespondam.
Masofato équeacombinação
deinexperiência
eansiedadepela
CHARGE
primeira
publicação
de peso com o acúmulo deoutrostrabalhos acadêmicos atribuídosaosalunos que
compõem
aredação,
torna cadaedição
uma dura batalha.E, como vocêpode
lernasmatériasaseguir,
vencemosmaisuma.Sim,emcimada hora fechamosesta
edição,
e é com imensa
satisfação
quea levamos aomeioacadêmico eàcomunidade. Certamente todosvãosedeliciarcom asreportagensfeitas com
carinho,
cuidado eseriedade. Orepórter
Felipe
Satomostraporquê
tem tantagentecomreceiodavacinacontraovírusHINl; Cinthia editouotexto daAnna
Bárbara,
queapresentaos conflitos do
plano
diretorparticipativo
deFlorianópolis;
a Alessandra fez uma reportagem
imperdível
sobreenergias
renováveis.Estaedição
temissotudoe muitomais,é só folheare
aproveitar!
Para
nós,
ver o ZEROimpresso,
bonitoecheiroso é umprazertão
grande
que fazapressão
daequipe
se estabilizar.Quem
sabe,
nopróximo lançamento
decampanha
contraa
pressão
alta,
agente envie para o ministroTemporão
alguns
exemplares.
Aíprovavelmen
teelevaidizer que, além desexocincovezespor
semana, paraestabilizara
pressão
nadacomolerum bom
jornallaboratório
antes deir pracama
(dormir,
éclaro!).
HUNt.•
SEI<IA
\\nll
DE
DrLfl-iA
7
C) ;:, O c>Sobre
ochargista
Rodrigo
Silveira da Silva tem 24 anos, é estudante de Design Gráfico da Udesc etrabalhacomofree/anceremWeb
Design.
Para entrarem contatocom o autorescreva paraoe-mailradrigopistacerta@hotmail.com.
.
Para,
oschargistas
Se vocêé daqueles que
quando
lê umanotícialogo a imagina numa
charge,
desenhe para o ZERO e envie para zera@cce.ufsc.br. Suacharge podeserpublicadanesseespaçoefazer
partedaspróximas
edições
dojornal.ZERO
NO
TEMPO
OZERO sempre foiumferoz defensor da demo
cracia.Há21 anos,em
1989,
eracomentusiarmo queachamada de capa fazia referênciaaoretornodas
eleições
diretaspresidenciais,
direitoceifado duranteos anosda ditadura militar.As
páginas daque
laedição
tratavamda esperança deum novoBrasil,
democrático, plural,
maisjusto.
Osanosquese
seguiram,
noentanto,foram deprofunda
decepção,
com uma durasequência
degovernantesque não
corresponderam
ataisexpec tativas.AANJ
(Associação
NacionaldosIornaís),
noentanto,nuncahavia declarado abertamenteuma
posição
político-ideológica,
mesmo no caso doimpeachtment
de Collor.Essaaparenteisenção,
agora parecetercaído porterra.Em entrevista ao
jornal
OGlobo,
apresidente
da
ANJ,
MariaJudith
Brito afirmou que agrande
imprensa
fazmesmooposição
aogoverno:"Obviamente,essesmeios de
comunicação
estãofazendo de fatoaposição
oposicionista
destepaís,
já
queaoposição
estáprofundamente fragilizada."
Seaoposição
estáfrágil,
entãoéporque the faltacompetência
parasuatarefa,
masnãoéporissoquejornais importantes
devem darapoio
acandidatu ras.Ojornalismo
deve cobrirosfatoscomresponsabilidadee
isenção,
senão viramerodiscurso.É
função
daimprensa
empaís
livreedemocrático
apontar
falhas dosgovernantes,denunciaratosde
corrupção;
mas fazercampanha
política,
definitivamente não!
Cai-se,
com ocomprometimento
declaradoa
partidos
ecorrentespolíticas,
num erro.Afinal,
comodenunciaratosinescrupulosos daque
lesaquem se
apoia? Perde-se,
comisso,
umdosmaioresvaloresdo
jornalismo:
credibilidade.REDAÇÃO
AlessandraLopesFlores,AnaClaraMontez,Anna BárbaraMedeiros, BrunoVolpato,Daniela Fer reira, FábioOueiroz,FelipeMachado,FelipeSato, MarconeTavella, NatáliaIzidoro,Verônica LemusEDiÇÃO
CapaMaria Luiza Gil OpiniãoRafael Balbinotti Debates Nathalia Vieira Carlesso Economia LuízaFregapani SilvaSaúde Marina Martini Lopes Ciênciae Tecnologia Jacqueline de Carvalho Moreno Especial Cinthia Raasch Comportamento Rayani Santos Sociedade Maria Luiza Gil
Educação
Mariana Porto Cultura Fer nandaBurigoeLarissa Cabral EsporteLeonardo Gorges ContracapaDael Limaco Imagem Maria Luiza Gil FOTOGRAFIA Felipe Machado, Marcone Tavella, Mariana Porto, Thomas MichelEDITORAÇÃO
Cinthia Raasch,CláudiaMussi, FelipeMachado,FernandaBurigo, Jacquelinede CarvalhoMoreno,JoiceBalboa,LuízaFregapani,MarconeTavella,MariaLujza Gil,MarianaPorto,Marina MartiniLopes,NatáliaIzidoro,Nathale Ethel
Fragnani,Nathalia VieiraCarlessoINFOGRAFIAJoiceBalboa,Maria LuizaGil,RogérioMoreiraJúnior PRO FESSOR-COORDENADORJorgeKanehideIjuimMTb/SP 14.543
COORDENAÇÃO
GRÁFICA
Sandra Lauri GalarçaMTb/RS 8357 MONITORIAGabrielaCabral,Juliana Passos APOIOPEDAGÓGICO Gabrielle BittelbrunIMPRESSÃO
Diário CatarinenseCIRCULAÇÃO
NacionalTIRAGEM5.000exemplareszÊilo
JORNAL
LABORATÓRIO
ZERO AnoXXVIII- N°2 - Maiode2010Universidade FederaldeSanta Catarina- UFSC
Fechamento: 10 de maio Curso de Jornalismo -CCE -UFSC- Trindade Florianópolis- CEP 88040-900 Tel.:(48)3721-65991 3721-9490 Site: www.zero.ufscbr E-mail: zero@cce.ufsc.br
...
..
...
MelhorPeçaGráficaI, II, III, IV,VeXI Set Universitário 1 PUC-RS(1988, 89, 90, 91,92e98)
MelhorJornal-LaboratórionoIPrêmioFoca Sindicato dos Jornalistas de SC 2000 30 melhorJornal-Laboratóriodo BrasilEXPOCOM 1994
;', ' ',',' '__ '. ss=: " '.' ,,->'
:ZERO,.
-c,' ,.", :, .. "','
".;,-'
',- . -, ;,Florianópolis.
maiode2010Debates
I
3
De olhos
atentos
para
a
economia
o Brasil
aparece
na
imprensa
internacional
como
aposta
de crescimento
econômico,
mas a
ideia
não
é unânime
oBrasil estáemalta.
É
oquepode
mosconstataraoacompanhar
diversaspublicações
da mídia internacional:o
país
que antesaparecia
esporadica
mentenaspáginas
esportivas
e turís ticas agoraépautafrequente
naseção
de economia. Emnovembro do ano
passado,
acapa darevistabritânica TheEconomistestampouachamada "Bra zil takes off"
(em
português,
oBrasildecola), acompanhada
daimagem
do CristoRedentor que, transformadaemfoguete,
éimpulsionado
paraoscéus.O TheNewYorkTimesapontouaeconomiabrasileiraentresuas"10 melhores
apostaspara2010" e, para nãofaltar
exemplos,
ojornal
americanoThe WallStreet
journal
sereferiu aoBrasilem suaedição
demarçodesteano como"opaís
dofuturo".Para quem está inserido no coti diano da economia é difícil
perceber
essa
"mudança
derumo" tão comentada nas notíciasinternacionais e se
posicionar
diante dela.Taxasdejuros,
crescimentoeconômicoeíndices deinflação podem
serdifíceis deinterpretar
quando
sãoanalisados foradecontex to.Pensando emfacilitaressedesafio,
o ZEROconvidou doisprofessores
doDepartamento
de Ciências Econômicas daUniversidade Federal de SantaCa-Nathalia Carlesso
nathaliavoarlesso@gmail.com
Nathalia Carlesso
Novo
padrão
brasileiro
Crescer é ruim? Muitos
economistas,
para'\ nãodizera
maioria,
defendem queaexpansão
da economia como efeito do crescimentoda renda
(aumentando
ademanda por consumo ou o déficitpúblico)
necessariamente provocainflação, portando,
ocrescimentodeveser controlado. Tal conclusão não é
verdadeira, pois
ainflação
aumentapor váriosmotivos,
nãoapenas
pelo
aumentoda demandaprovocada
pelo
crescimento.Cresceré umanecessidade social porqueapopulação
aumentaeprecisa ingressar
nomercado de trabalho.Aumentar ataxade
juros
é bom? Estesmesmoseconomistasdefendemtambém queaúnicaresposta
possível
àssituações
decrescimentodainflação
éaumentarataxade
juros.
Dessaforma,
oaumentodataxadejuros
ébom,
porquerestringe
ocrescimentoe
pode
reduzirainflação.
Issotambémnãoéverdade, pois
aelevação
dessataxadeses timulaosinvestimentose, emcondições
de abertura financeirae de câmbio flutuante(como
éo nossocaso,noqual
ataxade câmbio é determinadapela
ofertaedemanda demoeda
estrangeira
nomercadocambial)
atraicapital
externodecurtoprazo que sobrevalorizaamoeda
interna,
estimulandoasimportações
edesestimulandoasexportações,
além deaumentaradivida
publica
interna(como
ocorreu nosprimeiros
anosdoplano
Real).
Emtodososdoiscasosnão criacapacidade
produtiva,
que éoque gera emprego.A taxade
juro é,
portanto,
apenasumdos instrumentos depolítica
monetária, cuja
diminuição
ouaumentodepende
de inúmerasoutrasvariáveismacroeconômicas.Distribuir rendaébom? Neste
ponto
todos estão deacordo,
masdivergem
quanto
a forma de fazê-la.Uns defendem que só a
educação
melhoraocapital
humano e omercado
proporciona
o mecanismodeajuste,
outrosdefendem queações positivas
decurtoprazofocalizadassãofundamentais
(agenda positiva)
para melhoraraqualidade
de vidano
lugar
dasfalhasnosmecanismosdemercado.Posicionando-se frentea essastrês
perguntas
nãoedifícil concluiroacertodaspolíti
casatuais que diminuíramos
juros (ainda
nãoem umataxarazoável)
que estimularamocrescimento
(em
ritmocrescente,masaindamodesto)
eprovocarammelhoranosíndices sociaisede
distribuição
de renda. Doisaspectos
importantes
devemserlembrados. Oprimeiro
dizrespeito
aosestímulos parao investimentoprivado
por dois movimentos: umrealizandoosinvestimentospúblicos
que sãofundamentaispara
"puxar"
osinvestimentosprivados
-princi
palmente
oPAC,
aindaemandamento;
eooutroéamanutenção
das
condições
macroeconômicas que asseguram aestabilidade monetáriaeeconômicacomo umtodo. Refiro-meaqui
ao controle da dívida
pública
e aadequabilidade
dapolítica
cambial,
cujo
resultadopode-se
observarpela capacidade
deevitar reflexosinternosdarecente crisefinanceirainternacional,
quepoderiam
tersido devastadores. Osegundo
aspecto
éo
esforço
para realizarpolíticas
queoneoliberalismo haviaabandonado, quais sejam:
retomarosinvestimentosem
educação.
Enfatizoaeducação
superior,
cujosresultados,
ao menosnocurtoprazo,já
são visíveisnacomunidade universitária. Lembro daspolí
ticas que estimulama
capacidade tecnológica
dopaís,
aampliação
dosfundossetoriais para investimentoempesquisa
eosestímulosparainovação
aossetoresprivados.
Sãoindícios claros que, além deumcontrole
adequado
-masainda inicial- de
boas
condições
macroeconômicas decrescimento,
aretomada daspolíticas
decompetitivida
de,
deampliação
daparticipação
nomercadomundialepolíticas
sociais,
estãoem andamento.Comose
percebe,
são movimentosque, mais do que asseguramaestabilidademonetáriae as
condições
macroeconômicas,
podem
indicarclaramenteaformação
de um novopadrão
de desenvolvimento paraopaís.
Padrão noqual
sepoderá
combinarestabilidade
macroeconôrnica,
crescimentoedistribuição
derenda:umvelho sonho dosbrasileiros,
tantodos queviveramosanosdesenvolvimentístasquanto
dos filhos dacrise dosanos80,
ou caraspintadas,
queestãoprocurando
construirsuasesperanças.Renato Ramos
Campos
DoutoremEconomia
pela
UNICAMP"Esse
novo
padrão
poderá
combinar
estabilidade
e
crescimento"
tarina
(UFSC)
para discutirarespeito
da
política
econômicaadotadanoBra silnasúltimasdécadasearticularsuaopinião
sobreosresultadosapresentados
pela
nação
verdeeamarela.NathaliaCarlesso
Uma
falsa
decolagem
De
repente,
oBrasiltomou-sea novasensação
dosgrandes "emergentes".
Suaindigente
emenosprezada
economiadas duas décadas per didas-quando
ficouaparentemente
estancadanos anos1980e1990- nosúltimos doisoutrês
anosfoi
alçada pelos capitalistas
de todoo mundo parao
topo
daseconomias maislucrativasecortejadas
do mercado mundial.Comoo
país
estárealizandoesse novomila gre econômico?Paraa mídiaespecializada
internacional émuito
simples:
austeridade fiscalnolado de dentroeabertura paraocapital
externonolado defora.Nadamaisliberal.Masserá queascoisas são tão
simples
assim? Umyouco
de dúvidanão vaifazermalaninguém.
Eclaro quenãose
pode
fazeraqui
umademonstração
maiscompleta
dosfatoreseconô micosque determinaramessarecuperação
econômicaerepentina
credibilidadedaeconomiabrasileira.Efêmera
recuperação.
Masoassuntoprincipal
éessahistóriamalcontadaqueoBrasil caminha celeremente paratomar-senova
potência
econômica.Algumas rápi
das
menções
da boateoriado desenvolvimento econômicopodem ajudar
oleitorapensarpor simesmo acercadoassunto.
A
primeira
regra teórica(facilmente
verificávelnaprática)
é nãoconfundircrescimentoeconômicocomdesenvolvimentoeconômico. Crescimento econômico diz
respeito
à quantidade de mercadorias
produzidas
edos lucros doscapitalistas.
Só isso. Nos"grandes
emergentes"
do BRICs-sigla
paraogrupo formado porBrasil, Rússia, Índia
eChina-otama nho do Produto Interno Bruto
(PIB),
que medeocrescimentoeconômico,
pode
realmenteultrapassar
odegrandes potências
mundiais. Masquer dizer que issotransformaesses"emergentes"
emnovaspotências
econômicas? Absolutamente. Issopode
até aumentaraindamaissua
dependência
docapital
internacional centralizadonosgrandes
bancos dosEUA,
Europa
eJapão
econcentradonasgrandes
empresasglobais.
Paraser
potência
econômica deverdadetemquesepromoverodesenvolvimentoeconômico,
oque dizrespeito
àqualidade
daprodução
nacional. Pode-se dizer queuma economianacional éuma
potência
mundial,
pormaiorqueseja
seuPIB,
seelanão temumamoedanacionalconversívelnomercado internacional de divisas?É
ocasodos BRICs. Sãograndes
economiasquenãotêm "moedas fortes".Issoéumadeficiência
genética
(portanto insuperável)
muitograve.Assim,
os"emergentes"
continuama
depender
degrandes
estoques
dereservasinternacionais(dólar,
euro eiene)
paraescorar suasmoedasnacionais,
vulnerá veisacrisescambiaisefugas
decapitais.
De que valem
grandes
volumes deexportação
seelassebaseiamprincipalmente
emmatériasprimas
rapidamente esgotáveis
ou emsalários de fomenaindústria
exportadora?
Asexportações
dos BRICs aumentamsemparar,masnãotêm nenhuma
qualidade.
De que valemascrescentesexportações
de pequenos aviõespela
Embraersemaisdenoventaporcentode cadaaparelho
émontadocomimpor
tação
dosEUAeEuropa,
comoturbinas, equipamentos,
eletrônicoseinsumosemgeral?
Os BRICS não
produzem,
eles apenas montammercadorias paraexportação.
Essaéumarealidade do desenvolvimento
desigual
ecombinado do mercado mundial.Essaéoutradeficiência
genética
muito grave para quemsecandidataapotência
econômica.Parasepassar de montadora para
produtora
haveria desepossuir
uma enormecapacidade
de desenvolvimento científicoetecnológico
nacional,
comoocorreuhistoricamentenosEUA,
Europa
eJapão.
Aoinvésde avançarnestecaminho,
osBRICs estãoemrápido
retrocesso. Semautonomiacientíficaetecnológica
ocrescimento econômico deumpaís
sóserveparaaumentaroslucros do
capital global.
Nadamais.Ficaagoracomnossosleitoresatarefa de pensar porsimesmos econtinuarlistando outrasinúmeras necessidades de
mudanças
estruturaispara queumaeconomianacional deixe deserdominadaefaça
parte
dofechadíssimo clube daspotências
econômicas.Para queninguém
aceitesempensarailusão deumafalsadecolagem.
José Antônio Martins
DoutoremEconomia
pela
UniversidadedeParisI"Não devemos
confundir
crescimento
com
desenvolvimento
econômico"
_ZERO
4
I
Economia
Florianópolis,
maiode2010Profissional
antes
do
fim da
faculdade
Participação
em
empresas
juniores
é
uma
oportunidade
de
conhecer
o
mercado de
trabalho
durante
a
graduação
Erao ano de
1967
e o movimento estudantil fervianaFrança.
Osalunos daEssec(L'Ecole
Supérieure
desSciences
Economiques
et Commerciales deParis)
decidem reunir-se para buscar formas de sepreparar paraomercadode trabalho
9ue
fossem aiém doensino acadêmico.Ecriada,
então,
aprimeira
Empresa Júnior,
aJuniorEnterprise.
Aassociação
prestavaserviços
ao mercado ecolocava osalunos emcontato
com avivência
empresarial.
Apesar
deter como
objetivo principal comple
mentar a
capacitação
dosalunos,
aempresa
surpreendeu, atingindo
ofaturamentode
US$
19milhõesjá
no seuprimeiro
anode funcionamento.Aideia difundiu-serapidamente
e,em1969,
aFrança
já
tinhaumaconfederação
nacional deempresas
juniores.
NoBrasil,
oMovimento
Empresa Júnior
sóchegou
duranteadécada de80,comoiniciativa da Câmara de ComércioFranco-Brasi leira. Foram então fundadas as trêsprimeiras
dopaís:
EJ-FGV (vinculada
à
Fundação
GetúlioVargas),
aJúnior
FAAPe
ajúnior
Poli Estudos.A
Empresa Júnior
(EJ)
éconstituídae
gerida
poralunos de cursosde graduação
deumafaculdadeouuniversidade,
naqual
está inserida. Os acadê micos desenvolvemosprojetos
paraomercado,
soborientação
deprofessores,
e ocupam cargos nas áreas de
presi
dência,
diretoria egerência
- comoem uma empresa convencional. De acordocomMariana Marrara
Vitarelli,
presidente
daFederação
dasEmpresas
Juniores
de Santa Catarina(FEJESC),
"averdadeira
finalidade éenriquecer
o
aprendizado
doestudante,
com umaexperiência profissional
em suaáreadeatuação.
Porisso,elasnãotêmfinseconômicoseprestam
serviços
a umpreçomuitoabaixo do mercado",
Hoje
oBrasilcontacom cercade 750Empresas Juniores,
envolvendomaisde 23 mil universitários.O movimentonacional é
capitaneado pela
BrasilJúnior
Mariana Porto
Tainá
Crestani,
Henrique
ClaseneVitorKanitz,
membros daAção
Junior,
empresada UFSCquepresta
consultoriasnaárea sócio-econômica
-Confederação
Brasileira deEmpresas
Juniores,
formada poroitofederações,
que representam sete estados mais oDistritoFederal.Marianacontaque,em
geral,
osprojetos
sãovoltados àsmicroepequenas empresas. "No entanto,não é
uniforme,
existemEJs
quefazemprojetos
amédiasegrandes
empresas."
Movimento
Empresa Júnior
naUFSC A UFSC é uma das entidades queconta com
serviços
de suas empresasjuniores
paraconsultorias deprojetos
desenvolvidos na universidade. A Em presa
Júnior
deEngenharia
Sanitária(Esejam)
fez consultorias parao Hospital
Universitário naquestão
de resí duoshospitalares,
enquantoaEmpresa
Júnior
deProdução (Ejep),
vinculadaao curso de
Engenharia
daProdução,
já
realizou seis consultorias para amelhoria do Restaurante Universitário
(RU).
A última recebeu oprêmio
deMelhorCasede
Projeto
ExternonoEncontro Nacional de
Empresas
juniores de 2009(Enej),
evai serapresentada
noEncontroSul deEmpresários
Junio
res(Esej)
que será realizado de6 a9demaioemGramado
(RS).
Adiretora doRU,Deisede OliveiraRita,contaqueforam realizadasmuitas reuniõesevá
rioscontatoscom a
Empresa
Júnior,
oque adeixou muito segura."Todos os
envolvidossão muitodetalhistasepre
ocupados, comprometidos,
e aatuação
deles é altamente
profissional,
mesmotratando-se de acadêmicos". Elaconta
quea
interação
continuaapós
aentregado
projeto.
"Elesvieramfazerumaavaliação,
afim de levantarospontospositivos
enegativos
da consultoria doponto de vista do cliente." Outras
EJs
que também
já
prestaramserviços
à UFSC sãoaAção
Júnior
e aNutriJúnior,
empresasde consultoria nas áreas só cio-econômica edenutrição, respecti
vamente.
ParaMariana, contrataruma
EJ
é umaalternativainteressante para muitas empresas e entidades. "Os
serviços
sãorealizadosporconsultores
capacita
dospela
empresaeorientados por professores, proporcionando
aoclienteumserviço
dequalidade
emtempohábilede forma socialmente
responsável."
O preço também éum chamarizimpor
tante. "Como não se tem custos fixos
como mão de
obra, telefone,
aluguel,
ospreços sãocalculadoscombasenas
despesas
de cada consultoria.O rendimento é investido em infraestrutura e na
capacitação
de seusmembros",
completa.
Diferencial
Osestudantes que atuam em uma
empresa
júnior
sãovoluntáriosou estagiários.
Suaintenção
é conhecer omercado de trabalho antes de sairda faculdade e
aprimorar
determinadashabilidades,
como acapacidade
detra balharemgrupo, anegociação
com ocliente,
aoratóriae oempreendedoris
mo. Muitos terão seuspróprios negó
ciose
aproveitam
operíodo
acadêmicoparaconhecer bemomercadoemque
vãoatuar.
Paraa acadêmicaKamila Alves de
Oliveira,
atual diretora deProjetos
daEJEP,
"o MovimentoEmpresa
Júnior
não forma somenteempreendedores,
mas cidadãos que
desejam
mudar a sociedade e, consequentemente, oBrasil." Kamilacomentaque suapar
ticipação
no movimentosuperousuasexpectativas.
"Vocêtemumcrescimento
pessoal
eprofissional
enorme e começaaacreditarqueé
possível
causarimpacto positivo
na sociedade." Alémdisso,
avivênciano meioempresarial
prepara paraomercado de trabalho de umaformaquemesmo umestágio
nãopropicia.
"Meu graude liberdadee deresponsabilidade
é muito maiordo quese eufosse
estagiária
em umaempresacomum."
Umadas
preocupações
doconceito épreservaraimagem
dasEJs
peranteàsociedade.Entreoscritérios éticosfica
definido,
porexemplo,
que nãopode
ser
objetivo
da empresa captarrecur sosfinanceirosparaauniversidadeoupara osalunos
integrantes
ou realizaraplicações
financeirascomfins deacumulação
decapital.
Também existe apreocupação
de evitar que faculdadesmontem apenas com a finalidade de
promoverseus cursos.
Daniela Fernandes
danihfer@gmail.com
Mudanças
no
RU:
conheça
as
melhorias resultantes da consultoria
Oserviço
prestado pela Ejep
paraoRestaurante Universitário da UFSC éum
exemplo
deparceria
bemsucedida entre universidade e
Empresas
Juniores.
Pode-se dizer queoRU éumcliente
frequente
daEjep.
Aprimei
ra consultoria
prestada
ocorreu em2003,
e era umarespostadaUFSC àsqueixas
dos estudantes comrelação
aosruídos,
desconforto etemperatu raambiente do restaurante.Olayout
da cozinhaedo refeitório foi modificado e foram trocados os assentos e as mesas, levando em
consideração
aspectos
ergonômicos.
Em 2005 foi necessário um novo
trabalho,
pois
a demanda havia aumentadomuitocom a
criação
deno vos cursos e orestauranteservia mais de 3 milrefeições
diárias.A esperanasfilas
chegava
a35minutos. Odesafio dos consultores foi buscarsoluções
emergenciais
e de fácilaplicação.
Adisposição
das mesas, cadeiras e dobuffet de self-service foi otimizadaa
partir
de uma análise sobreo tempode espera nas
filas,
e oresultado foi oaumentode 100lugares
no restaurante, o que
correspondeu
a94%
doatendimentodeuma novaala. A
situação
dacozinha foiofoco dotrabalho de 2006. A média de refei
ções
haviacrescido para3,6
mil por dia.Areposição
dos alimentos ficou maisrápida
e o trabalho ficou maisbem
organizado,
evitando-se idas evindas desnecessárias da cozinha.Em
2007,uma novaconsultoria foi reali
zada para diminuiros
desperdícios
decomida,
que não erabemdimensio-nada. Foi criadoum modelo de pre
visão, com base em um modelo ma
temático,
paraaperfeiçoar
aprojeção
de demanda dosusuários do restau ranteedecidirque
cardápio
servir.Finalmente,
aúltimaconsultoria,
feitaem 2009,
deparou-se
com umarealidade nova no RU, com maior variedade de alimentoseoferta desu
a>s.Além
disso,
novos cursos naUFSCemaior númerode vagas levaram a umaumento nafilae maislentidão
no buffet. O
objetivo
dasmudanças
atuaisé diminuiro tempode espera nasfilas,
fazerumbalanceamento dademanda entre asalase elevara ca
pacidade
doRU, incluindoainaugu
ração
deumaterceiraala.(D.F)
Parceriascom EJs demonstrama
confiança
daUFSCnoconhecimento deseusacadêmicosZERO
" rÓ;,,
vírus aindaé
imprevisível,
apesar deter tido dimensões menores do que o
esperado,
com mortalidade de até30% das
previsões. É
uma forma decontrolar futuras
pandemias
também". Do ponto de vista
coletivo,
omédico considera que a
vacinação
é fundamental e, emborareconheça
que a
gripe
possasertratadaseminternação,
defendeque os casos comprovados
queforem identificados devem sercuradosemisolamento.
Florianópolis,
maiode2010Saúde
I 5
Campanha
de
vacinação
divide'opiniões
Contrariando
as
recomendações
do
governo,
muitas pessoas
optam
por
não
se
imunizar contra
o
vírus
H1 N1
Depois
de classificadacomo umapandemia
em2009,
agripe
Ageroua
mobilização
deumacampanha
nacional de
vacinação
contra o vírus. Iniciada no dia 8 de março, a empreitada
do governo estabeleceu umcronograma para queosgrupos mais
frágeis
àdoença,
C0)110grávidas,
porexemplo,
fossem devidamenteimunizados,
com oobjetivo
deatingir
pelo
menos62 milhões de pessoas, quasemetade da
população
dopaís.
Apesar
de ter sido decretado casode
"emergência
nasaúdepública
internacional",
o vírus da InfluenzaA(H1N1)
-combinação genética
das variantesdagripe humana,
suínae aaviária
-deu evidências de que,mes mo sendo mais
agressivo
e apresentarmaiorfacilidade de
multiplicação
comparado
ao dagripe
comum, émenos grave do que pensava a co
munidade
científica,
lideradapela
Organização
Mundial da Saúde. Noano
passado,
a"gripe
suína"levou àmorte 12.220pessoas emtodomun
do, segundo
dados daOMS, contraaestimativa de 500 mil óbitos anuais
pela
gripe
estacionai,
que normalmente atacahumanos.
Contrariando as
orientações
do Ministério daSaúde, algumas
pessoas optaram por não tomar a va
cina'contra a
gripe.
Porconvicções
ideológicas
- naturalistas ousociais-,mesmo estando dentro dos grupos
considerados mais
perigosos,
elespreferiram
nãoseimunizar.É
ocasode Giovana
Chinellato,
estudante deJornalismo
da UFSC que tem umafilosofia de vida quevaicontra
qual
quer
tipo
de maltratoaanimais. "Os medicamentosevacinas,emgeral,
usamanimaiscomocobaias.Eeu não me sentiria bem em colocar
alguma
coisaque foi testadoem umanimal dentro do meu corpo. Não deixa deser umaforma de
maltrato",
esclarece. Além do testeem
animais,
outrofatorcontribui paraessa
opção
de
alguns naturalístas:
como setrataDe acordocoma
previsão
do governo, mais 32milhões de pessoasaindadevemserimunizadas atéofimdacampanha,
nodia24demaio,
mas naretafinalaprocuravemsendo baixa de umavacina quepossui
proteínas
doA
(H1N1)
atenuadas,
essaspessoasqueevitamtomarremédios
preferem
nãotomá-la paranão"injetar"
oví-'rus em seu
organismo.
"O corpoprecisaestarsaudável para que
consiga
combateras
doenças
semprecisar
demedicamentos",
afirma PatríciaBergantin,
estudante deLetrasdaUSP. O médicohomeopata
Carlos Al bertoFioro,presidente
daAssociação
MédicaHomeopata
Brasileira,
acreditaque a
campanha
foiimportante
paraevitar quea
gripe
Asedissemi nasseaindamais,mesmo que possa ser tratada sem a vacina. "Para seprevenir qualquer
tipo
degripe,
oindivíduo
precisa
fortalecer o sistema
imunológico.
Ahomeopatia,
comtratamentos
individualizados, pode
auxiliar nesse aumento de resistên
cia,
mas épreciso
considerar que atransmissãodo vírus émuito
fácil,
oque é preocupante,
principalmente
em
regiões
maispobres
domundo,
onde nem sempre as pessoas estão suficientemente saudáveis pararesis tiràscomplicações
clínicas".Paracombatera
disseminação
da "nova"gripe
deumaformamaisampla,
aAssociação,
pensando
nasaúdepública,
aprovou umaresolução
quevisadiscutirumaforma
de,
além detratar dos agravantes causados
pelo
vírus,
evitar suadisseminação.
O médico doHospital
de Caridade de SãoJosé
e doRegional
de SãoJosé,
Luiz Gustavo EscadaFerreira,
refor ça, endossando o corodo Ministérioda
Saúde,
queacampanha
nãotema
pretensão
de imunizar toda a população
ou erradicaradoença,
mas,sim, devacinarum bom número de pessoas para diminuir a dissemina
ção
dagripe,
bem como reduzir onúmero deóbitos.
Para
ele,
a medida é "necessáriaporqueo
comportamento
dessenovoDoses
da vacina
custaram
1,3
bilhão
de
reais
Ao custo de
R$ 1,3 bilhão,
o governo brasileirocomprou 112milhões de doses da
vacina,
queestão sendoaplicadas gratuitamente
paraosgruposmaissuscetíveis às
complicações
clínicas do vírus-ges
tantes,
indígenas,
trabalhadores dasaúdeeportado
resde
doenças
crônicas,
comoobesosepessoascomasma.Além dessesquatro,oMinistério da Saúdees
tendeua
campanha
amaisalguns
grupos:crianças
deseismeses adois anos,
jovens
de20 a29 anos eadultos de 30a39anos.
Oaltoinvestimentonacompra éoutrofator que
leva pessoas a não aderirem à
campanha.
RenataFrignani,
estudante deNutrição
da Faculdade SãoCamilo,
não se imunizou por considerar o gastomuito elevado.
"É
dese desconfiar de umamobilização
tãogrande
paraevitaradisseminação
deumadoença
que não se mostrou tão grave assim. Existem outrasnecessidades da
população
quemerecemtanta,ou
mais, atenção
dopoder público",
afirmaauniversitária.
Segundo
dados dojornal
O Estado deSão Paulo,
emoutrospaíses,
como naFrança,
acompra degrandes
quantidades
davacinacausouatritoentreogovernoe os
partidos
deoposição. Depois
de gastarUS$ 1,2
bilhão na compra de94
milhões dedoses,
o
país
anunciou que venderiapartedoestoqueadquirido.
Comumapopulação
de60milhões,
apenascercade 5 milhões passaram
pela
imunização,
oquelevouos
oposicionista
aquestionarem
osmotivosdaaquisição
deumnúmerotãoalto dedoses.Oíndice de pessoas vacinadas também foi baixona Alemanha,
chegando
aapenas5% dapopulação
até agora.Partedas 50 milhões de doses
compradas
tambémjá
está sendo revendidaaoutrospaíses.
Na
Holanda,
das34milhões devacinascompra dasparaapopulação
de 12 milhões de pessoas, 19 milhõesserãovendidas.Apesar
das encomendasteremsido feitasnoinício da
pandemia,
quando
ain danãose tinha ideia da dimensão dagravidade
dovírus,
essesexcedentesadquiridos
gerarammargemparao
questionamento
dareal necessidade dacampanha.
Circulanainternetumacorrentequeacusa acampanha
desermotivadapelo
lucrodegrandes
empresas farmacêuticas. NaSérvia,
deputados
daoposição
se recusaram atomaravacinapornãoterhavido
licitação
nadecisão dequallaboratório
seriao
fornecedor, alegando
queaempresa escolhidateria sidobeneficiada.(F.S.)ZERO
FelipeSato
felsato@gmail.com
A campanha vai até odia 24 de maioe- atéofinalde
abril, Quandoo
MinistériodaSaúdepublicouumbalanço
-já imunizou mais de 40 milhõesde
, brasileiros. Em10 demaio,teveinícioa
I última
etapadacampanha,paraadultos
de 30a39 anos, As pessoas de outros
grupos de risco Que perderam a data ainda podem sevacinar gratuitamente.
EmFlorianópolis,ospostosde saúdeda
TrindadeedoCórregoGrandee oHos pital Universitário estarão abertos para imunizarosinteressados das8haomeio
6IC&T
Florianópolis,
maiode2010f
(�O!imit*l£]�
-UFSC
inova
em
energia
solar
Sistema
desenvolvido
pela
universidade
será
usado
em
aeroportos
e
estádios
de futebol
"(
Um
estrangeiro
vemprestigiar
aCopa
do Mundo de2014,
aqui
noBra sil.Chega
aoaeroporto,noqual
todaaestruturaéalimentadapor
energia
solar.Nodia do
jogo,
vaiaoestádio,
onde também sóseutilizaa mesmafonte deenergia.
Masele nem temideia disso. Iniciativascomoestasnãopodem
passar
despercebidas.
Os aeroportos e osestádios solares são
projetos
da UFSC e,emmomentosemqueopaís
estáemevidência, podem
trazer oconceito de desenvolvimento sustentável e preocupação
ambiental.Em setembro de 2009, o Labora
tório de
Energia
Solar(LabSolar),
emparceria
com o Instituto paraoDesen volvimento deEnergias
Alternativas da América Latina(Ideal),
lançou
oprojeto Megawatt
Solar,
quepretende
instalaromaiorgerador
deenergia
solar da América do Sul no
prédio
e nosestacionamentos da Eletrosul. Deverá
ser
gerado
oequivalente
ao consumoanual decercade400 residências.Este seráo
primeiro
prédio público
brasilei ro abastecido porenergia
fotovoltaica emgrande
escala.Ageração
deenergia
prometesuperarademanda do
prédio,
assim, parte dela será
disponibilizada
narede de
energia
elétrica.Segundo
odiretor doInstitutoIdeale
professor
doLabSolar,
RicardoRüther,
oprojeto
éimportante
pela proximidade
da fonte deenergia
com o usuário. "Com estenovo
paradigma
acaba-sedispensando
osistema detransporte deenergia
das hidrelétricasàscidades,
obtendo-seum usomaiseficiente". O iníciodainstalação
dasplacas
solares estáprevisto
paraoinício doanoquevem.
O LabSolar também tem
projetos
paraos espaços
públicos,
como os aeroportos.Há estudosparaestesespaços
em
Florianópolis, Brasília,
SãoPaulo eRiode
Janeiro.
"Aexpectativa
équein vestidoresseapresentemparalevarissopara
frente", complementa
Rüther. O preço dainstalação
dasplacas
fotovol taicasnoaeroportoHercílioLuzécercade
4,2
milhões deeurose,para cobrir os gastos, além dosinvestidores,
há aideia deseincluir
R$
0,20 nataxadeembarque. Segundo
pesquisas,
se os96
milhões de
passageiros
que utilizaramo transporte aéreo no Brasil em 2005 pagassemessa
sobretaxa,
seriapossível
instalarumgerador
solarqueatendes secompletamente
ademandaenergé
tica do aeroporto de
Florianópolis
em menos de um ano. ParaRüther,
se aenergia
solar substituísseoutrasfontes deenergia
poluidoras,
negociações
nomercado internacional de carbono se
riamviabilizadas sob a formade títu
los de
crédito,
compensando
impactos
ambientaisprovocados pelo
transporte aéreo.TendoemvistaqueoBrasilserá sede
da
Copa
doMundo,
em2014,
oLabSolar e oIdealviramaoportunidade
delançar
Alessandra Flores
,� #.
Lucas
Nascimento,
bolsistadoLabSolar,
mostraplacas
solaresfotovoltaicasmoldáveisnoterraço
doprédio
deEngenharia
Mecânicada UFSCaideia dos Estádios
Solares,
quebuscaintegrar
geradores
solares fotovoltaicos na cobertura dos campos sede dos
jogos.
Segundo
Nascimento, aenergia
produzida
deveatendertodooestádioeaindaser
exportada
paraacomunidadeatravés da rede elétrica.O investimento totalnecessário para a
instalação
dasplacas
variadeR$
18milhõesaR$
42milhões.]á
háinvestidoresinteressados,
como obanco de fomento alemãoKFw e a
agência
germânica
de desenvolvimento, GTZ. O
primeiro
estádio a seralimentado por
energia
solar deveráser oPituaçu,
emSalvador.Oprojeto,
orça doemR$
5,5 milhões,
seráfinanciadopela Companhia
deEletricidade doEs tado da Bahia(Coelba)
epelo
Governo daBahia.Mas"Aexpectativa
éque atéacopa de
2014,
agenteconsiga
ter todos os campos
esportivos
envolvidosneste
projeto",
afirma Rüther. Se tudo der certo, 2014seráaprimeira Copa
doMundo autilizarestádiosalimentados com
energia
limpa.
Com tantos
benefícios,
por que asenergias
alternativas ainda são tãopouco utilizadas?Parte
significativa
darespostaéseualtopreço. Os
painéis
solares custam, em
média,
R$
5 mil porquilowatt.
"Éumvalor bem alto.Noentanto,a
garantia
dopainel
éde 25anos.Além
disso,
os gastos comoperação
emanutenção são
mínimos",
analisa Nascimento.O retomo do investimento para quem
adquire painéis
solares no Brasiléde
aproximadamente
25 anos, oquetoma a
instalação
pouco interessante.Paramudaressa
situação,
éimportante
quehaja
incentivosdogoverno,comojá
acontece em
países
daEuropa.
NaAlemanha,
cadawatt deenergia
utilizadacusta19centavosdeEuro, enquantoque
ogovernopaga54centavosdeEuropara cadawattde
energia
renovávelproduzi
da.NoBrasil,
háoProjeto
deLei630/03,
que tambémprevê
incentivosàprodução
deenergia
apartir
de fontes alternati vas.Com aaprovação,
apartir
de2011, ageração
deenergia
renovável seráremunerada,
de acordocomcadatipo
defonte alternativa. A
contribuição
para tais incentivos virádos consumidores deenergia,
proporcionalmente
ao-uso,comexceção
das classesmaisbaixas. Nascimentoexplica, ainda,
que opreço da
energia
elétricavem aumentando,
enquanto aenergia
solar temseu valor 5% mais baixo a cada ano.
"A
previsão
é queem 2017haja
umaparidade
tarifária no Brasil. Mas paraisso acontecer
precisamos
degrandes
projetos
com oobjetivo
de disseminarpequenas
ideias",
ressalta.Conformeo
professor
Passosjá
concluiu,
adiscussão sobrenovasfontes deenergia
deve começare sefortalecernaUniversidade. Para
ajudar
nessatarefa,
odepartamento
deEngenharia
Mecâni ca,comacolaboração
deprofessores
de diversasáreas, disponibiliza
adiscipli
na"Energias Renováveis",
queapartir
destesemestretomou-se
fixa,
devido àgrande
procura. Oobjetivo
é apresentaraoferta de
energias
renováveise asprincipais
tecnologias,
comênfase nasenergias
eólica,
solarebiomassa.AlessandraFlores alessandraflores@zero.ufsc.br
Energia
limpa
,complementa
a
tradicional
SegundoaInternationalEnergy
Agency,
80% daenergiaconsumidanomundo pro
vém de fontes fósseis. Além decausarem
impactos ambientais, estas fontes nãore
nováveis têmdatamarcadaparaseesgo
tarem.A BristishPetroleum,em seuestudo "RevisãoEstatística deEnergiaMundial de 2004",afirmaqueasreservasmundiais de
petróleodurariamcercade 41 anos,asde
gásnatural,67 anos,e as reservasbrasilei
rasdepetróleo, 18anos. Poroutrolado,a
demandadeenergiadeveráaumentar1,7%
aoano, de 2000a2030, conformeprevi
sões do InstitutoInternacional de Economia.
Segundo o diretor do Instituto Ideal
e professor da UFSC, Ricardo Rüther, as
fontes de energiaalternativa sãoparteda
solução para este cenário, já que geram
menos impactos ambientais e aproveitam aspotencialidadeslocais.Entretanto,"não é necessário,nemdesejávelqueasenergias
tradicionais sejam substituídas. É preciso aproveitá-Ias ao máximo e complementar amatrizenergéticaatual com asenergias
alternativas,quedevematender àsnecessi
dadesdeexpansão",afirmaRüther. A matrizenergéticado Brasil é formada
em 45% de fontes renováveis, principal mentedehidrelétricas,quecorrespondema cercade95% daenergiaelétrica utilizada. "O Brasiltemumamatrizenergética limpa.
Os danoscausadosem sua operaçãosão baixos. Mas as grandes hidrelétricas têm
impactona suaconstrução,causamalaga mentosdegrandes áreas",comentaRüther. Para a professora de Geografia da
Udesc,MariaPaulaMarimon,oBrasilpossui características favoráveisao usodeenergias
alternativas."Atropicalidadeemaritimidade do Brasil auxiliam o desenvolvimento de climas úmidos que favorecem as usinas
hidrelétricasegarantemaltopotencialpara
aproduçãodeenergiasolar", explica.Com
relaçãoàenergiaeólica,osprincipaispon
tosdeventosnoBrasil sãoacostado Ceará
edo Rio GrandedoSul,ondeatuaamari timidadeeacontecemasprincipaisconvec
çõesatmosféricas."Apesardeseugrande i
potencial,oBrasil aindasubu_tilizaaenergia I
solar. Astecnologiascontinuammuitocaras e poucoviáveis.Aenergiaeólicatambém
precisa ser desenvolvida neste sentido",
complementa. (A.F)
IFontes
de
energia
-Brasil
G" ,,,'" 9,3%
I
I
IFonte: Ministério de MinaseEnergia- 2006
-