• Nenhum resultado encontrado

Participação popular limitada

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Participação popular limitada"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

Participação

popular

limitada

f\_'

...1

Gripe

A:

a

polêmica

da

vacinação

Por

questões

ideológicas,

muitas

pessoas

preferem

não ser

imunizadas

contrao vírus H1 N1. Os

gastos

do governocom a

campanha

se

justificam

ou são mesmodesnecessários? página5

O artista

plástico gaúcho,

"naturalizado" catarinense fala sobrea

mudança

de

endereço

.

ede

profissão.

Ele contacomofoio início tardio desua

carreira,

as

exposições

internacionais,

a

relação

com

Florianópolis,

seu estilo

figurativo­

pop-Iúdico

eainda revelaseus

projetos

futuros.

Luciano

pretende

criarumaescolade artes para

crianças

eescreverum livro sobresuahistória.

FLORIANÓPOLIS,

MAIO

DE 2010

CURSO

DE

JORNALISMO

ANO

XXVIII, NÚMERO

2

Yuri Gama

OVO

PLI\NO DI RETOR'

pARTIe

I

PA

T\VO

IGUAL

A

NTER£SSES

PR\YAtD

Pulseirinhas do

sexo:

proibir

é

mesmo a

solução?

Sociedade

Brasil não

possui

lei

de

criminalização

da

homofobia

A moda

pode

ser

passageira,

mas o fenômeno

que invadeasescolas brasileiras

disfarçado

!

de brincadeiratrazà tona a

precocidade

dos IE adolescentes. Revela

problemas

que não

podem

serresolvidos

simplesmente

com a

proibição

do uso do

acessório,

como aineficiência de

pais

e

professores

em enfrentaroassunto sem

rodeios. página12

Projeto

de lei

está

em

tramitação

no

Senado,

masenfrentademora

na

aprovação

devido

às

pressões

de grupos

religiosos

dentrodo

Congresso

edo Senado.

página

10-Sustenlabilidade

e

inovação

na

UFSC

Pesquisadores

criam

projetos

com

energias

renováveis

e

ganham

reconhecimentonacional.

Apesar

dos custos

elevados,

alternativassão

necessárias

paraa

preservação

do meio ambiente. páginas6e7

Depois

de

quatro

anos de

discussões na

comunidade,

o

Pla�o

Diretor

de

Florianópolis

é

elaborado por um

instituto

contratado

pela

Prefeitura.

O

argumento

de

tratar-se

de

uma

fase

técnica

foi

utilizado

para

romper os canais

de

participação

popular.

Foram realizadas apenas

audiências de

apresentação

nessa

nova

etapa,

uma

delas

impedida

por

manifestações.

O

anteprojeto,

que

não

tem

previsão

de envio

à Câmara de

Vereadores,

deveser

discutido

em

dez

regiões

da

cidade por uma comissão

encabeçada

pelo

Secretário

de

Educação.

Várias

entidades

pedem

a

volta

dos

núcleos de

deliberação

estabelecidos

em

2006.

A

discussão de

um

projeto

de

lei

que

pretende

normatizar a

utilização

de todos

os

espaços

da

cidade envolve interesses dos

mais diversos e deixa

muitas

questões

em

aberto,

como a

escolha

entre desenvolverou preservar.

páginas8e9

Esporte

Dia de

clássico

para

o

plantonista

esportivo

Luiz

Gonzaga

A rotina do

profissional

que fica na

retaguarda

das transmissões não se

restringe

ao

jogo

em

destaque.

O trabalho

exige concentração

e rende

até

13 horas de

jornada.

página15

(2)

2

I

Opinião

Florianópolis,

maiode2010 .[

o

UNIVERSITÁRIO

50

anos

em

5

1. o

quê?

A

Universidade

Federalde Santa Catari­

n�

c?m�mora

em2010seus

50anosde eXlstenclae, para

festejar

adata alunos

do

�urso

de

Educação

Física

pro:Uovem

aGmca UFSC 50

anosem5. Onome

doevento

lembra

o

plano

de

metasd

Juscelino

�ubitschek.

A

realização

daegin_

cana

surgiu

por

indicação

daComissão

OrgallIzadora

dos 50anosda UFSC £

r�A.,eerencraa eraz

trajetória

da

universidade.

2.

Quem?

Osalunos da 5a fase docursode

Bacharelado

em

Educação

Física

da UFSC

organizam

epromovem

essa

gínéâna.

Os26acadêmicos

da

disciplina

de

Planejamento

e

Organização

deEventos,do

Cursode

Educação Física,

foram

orientados

pelo

professor

Valmir

José

Olease

pela

graduanda

Juliana

Krummenauer. Essa

galera

suou a camisa para

garantir

osucessodas

comemorações

daUFSC.

'

3.

Quando?

De13

a,

I9.de

maio.Na

quinta-feira,

dia

13,

serafeitaa

abertura'

no

dia 14 t

�. h' , ,sex

a-eira, averao

�oncurso

de

dança.

Acaça

ao

t�souro

e agmcana culturalOcorrem

no.sabado,

15.

,N?

dia

18,

terça-feira,

tem osJogos

s�dentaflos

eos

jogos eletrônicos

e,

logo

apos,.

haveráafestadeencerra­

�ento.

Nodia 19temaindaodesafio

mtelectual.

4. Onde?

No CentrodeCulturaeEventos

acon-tecemaaberturae a

competição

de

dança.

Nocampo de

futebol

doCDS,a

gincana

cultural.

Naconcha acústica,

acaçaaotesouro.No

ginásio

1do

CDShaveráos

jogos

sedentários

e

eletrônicos,o

desafio

intelectual

e o

encerramento.

5.Por

quê?

Pa�a

co�.emorar

o

quinquagésimo

arnversanodaUniversidadeFederal de Santa Catarinaaoladoda comunidade

acadêm�ca

eda sociedadeem

geral,

afim

d�

ampliar

o

conhecimento

sobre aUFSC. Ha 50anos

surgia

esse

lugar

deexcelência

na

form�ção.

de

pesquisadores,

professores

e

profissIOnaIs

quecontribuemparao '

desenvolvimento

do estado.

EDITORIAL

Jornalismo

e

pressão

alta

No

lançamento

da

campanha

contraahi­

pertensão,

o ministro

José

Gomes

Temporão

recomendou aos brasileiros fazer mais sexo,

de

preferência

cinco vezes ao

dia,

ou

melhor,

cincovezesporsemana.O quefoi ditoemtom

de brincadeira

ganhou

asmanchetesdos

prin­

cipais

jornais

do

país

evirouassuntonasmais distintas rodas deconversa- desde

obaratéa

redação

doZERO.Sim,porque

jornalista

tam­

bémsofre de

pressão

alta.

Aliás,

muitoantesdos

cardiologistas

alerta­

remsobreosriscosdoestresseno

trabalho,

os

profissionais

quelevama

você,

leitor,

asnotí­ cias

diárias, já

estavamcom a saúde nosinal vermelho há muito tempo. Isso porque, para

agentefazerumtrabalhointeressante,

atual,

inovador,

útile emtempo

hábil,

muitasvezes

acabamosporcometerexcessos, taiscomonoi­

tessemsono,

almoços

emforma de

sanduíche,

posturaemfrenteao

computador.

"MasoZERO não éapenasum

jornal

labo­

ratório?",

você deve estar

pensando.

Não deve

ser assim tão estressante sua

produção.

Bem,

diga

issoaosmaisde 30

responsáveis

pelo

tra­

balho

-entre

repórteres, editores,

diagramado­

res e

professores

-e

eles,

talvez irritadoscoma

colocação,

nem

respondam.

Masofato équea

combinação

de

inexperiência

eansiedade

pela

CHARGE

primeira

publicação

de peso com o acúmulo deoutrostrabalhos acadêmicos atribuídosaos

alunos que

compõem

a

redação,

torna cada

edição

uma dura batalha.E, como você

pode

lernasmatériasa

seguir,

vencemosmaisuma.

Sim,emcimada hora fechamosesta

edição,

e é com imensa

satisfação

quea levamos ao

meioacadêmico eàcomunidade. Certamente todosvãosedeliciarcom asreportagensfeitas com

carinho,

cuidado eseriedade. O

repórter

Felipe

Satomostra

porquê

tem tantagentecom

receiodavacinacontraovírusHINl; Cinthia editouotexto daAnna

Bárbara,

queapresenta

os conflitos do

plano

diretor

participativo

de

Florianópolis;

a Alessandra fez uma reporta­

gem

imperdível

sobre

energias

renováveis.Esta

edição

temissotudoe muitomais,é só folhear

e

aproveitar!

Para

nós,

ver o ZERO

impresso,

bonito

echeiroso é umprazertão

grande

que faza

pressão

da

equipe

se estabilizar.

Quem

sabe,

no

próximo lançamento

de

campanha

contra

a

pressão

alta,

agente envie para o ministro

Temporão

alguns

exemplares.

provavelmen­

teelevaidizer que, além desexocincovezespor

semana, paraestabilizara

pressão

nadacomo

lerum bom

jornallaboratório

antes deir pra

cama

(dormir,

é

claro!).

HUNt.•

SEI<IA

\\nll

DE

DrLfl-iA

7

C) ;:, O c>

Sobre

o

chargista

Rodrigo

Silveira da Silva tem 24 anos, é estudante de Design Gráfico da Udesc e

trabalhacomofree/anceremWeb

Design.

Para entrarem contatocom o autorescreva parao

e-mailradrigopistacerta@hotmail.com.

.

Para,

os

chargistas

Se vocêé daqueles que

quando

lê umanotícia

logo a imagina numa

charge,

desenhe para o ZERO e envie para zera@cce.ufsc.br. Sua

charge podeserpublicadanesseespaçoefazer

partedaspróximas

edições

dojornal.

ZERO

NO

TEMPO

OZERO sempre foiumferoz defensor da demo­

cracia.Há21 anos,em

1989,

eracomentusiarmo queachamada de capa fazia referênciaaoretorno

das

eleições

diretas

presidenciais,

direitoceifado du­

ranteos anosda ditadura militar.As

páginas daque­

la

edição

tratavamda esperança deum novo

Brasil,

democrático, plural,

mais

justo.

Osanosquese

seguiram,

noentanto,foram de

profunda

decepção,

com uma dura

sequência

de

governantesque não

corresponderam

ataisexpec­ tativas.

AANJ

(Associação

Nacionaldos

Iornaís),

no

entanto,nuncahavia declarado abertamenteuma

posição

político-ideológica,

mesmo no caso doim­

peachtment

de Collor.Essaaparente

isenção,

agora parecetercaído porterra.

Em entrevista ao

jornal

O

Globo,

a

presidente

da

ANJ,

Maria

Judith

Brito afirmou que a

grande

imprensa

fazmesmo

oposição

aogoverno:"Obvia­

mente,essesmeios de

comunicação

estãofazendo de fatoa

posição

oposicionista

deste

país,

quea

oposição

está

profundamente fragilizada."

Sea

oposição

está

frágil,

entãoéporque the falta

competência

parasua

tarefa,

masnãoéporissoque

jornais importantes

devem dar

apoio

acandidatu­ ras.O

jornalismo

deve cobrirosfatoscomresponsa­

bilidadee

isenção,

senão viramerodiscurso.

É

função

da

imprensa

em

país

livreedemocrá­

tico

apontar

falhas dosgovernantes,denunciaratos

de

corrupção;

mas fazer

campanha

política,

defi­

nitivamente não!

Cai-se,

com o

comprometimento

declaradoa

partidos

ecorrentes

políticas,

num erro.

Afinal,

comodenunciaratos

inescrupulosos daque­

lesaquem se

apoia? Perde-se,

com

isso,

umdos

maioresvaloresdo

jornalismo:

credibilidade.

REDAÇÃO

AlessandraLopesFlores,AnaClaraMontez,Anna BárbaraMedeiros, BrunoVolpato,Daniela Fer­ reira, FábioOueiroz,FelipeMachado,FelipeSato, MarconeTavella, NatáliaIzidoro,Verônica Lemus

EDiÇÃO

CapaMaria Luiza Gil OpiniãoRafael Balbinotti Debates Nathalia Vieira Carlesso Economia LuízaFregapani SilvaSaúde Marina Martini Lopes Ciênciae Tecnologia Jacqueline de Carvalho Moreno Especial Cinthia Raasch Comportamento Rayani Santos Sociedade Maria Luiza Gil

Educação

Mariana Porto Cultura Fer­ nandaBurigoeLarissa Cabral EsporteLeonardo Gorges ContracapaDael Limaco Imagem Maria Luiza Gil FOTOGRAFIA Felipe Machado, Marcone Tavella, Mariana Porto, Thomas Michel

EDITORAÇÃO

Cinthia Raasch,CláudiaMussi, FelipeMachado,FernandaBurigo, Jacquelinede CarvalhoMoreno,JoiceBalboa,Luíza

Fregapani,MarconeTavella,MariaLujza Gil,MarianaPorto,Marina MartiniLopes,NatáliaIzidoro,Nathale Ethel

Fragnani,Nathalia VieiraCarlessoINFOGRAFIAJoiceBalboa,Maria LuizaGil,RogérioMoreiraJúnior PRO­ FESSOR-COORDENADORJorgeKanehideIjuimMTb/SP 14.543

COORDENAÇÃO

GRÁFICA

Sandra Lauri GalarçaMTb/RS 8357 MONITORIAGabrielaCabral,Juliana Passos APOIOPEDAGÓGICO Gabrielle Bittelbrun

IMPRESSÃO

Diário Catarinense

CIRCULAÇÃO

NacionalTIRAGEM5.000exemplares

zÊilo

JORNAL

LABORATÓRIO

ZERO AnoXXVIII- N°2 - Maiode2010

Universidade FederaldeSanta Catarina- UFSC

Fechamento: 10 de maio Curso de Jornalismo -CCE -UFSC- Trindade Florianópolis- CEP 88040-900 Tel.:(48)3721-65991 3721-9490 Site: www.zero.ufscbr E-mail: zero@cce.ufsc.br

...

..

...

MelhorPeçaGráficaI, II, III, IV,VeXI Set Universitário 1 PUC-RS(1988, 89, 90, 91,92e98)

MelhorJornal-LaboratórionoIPrêmioFoca Sindicato dos Jornalistas de SC 2000 30 melhorJornal-Laboratóriodo BrasilEXPOCOM 1994

;', ' ',',' '__ '. ss=: " '.' ,,->'

:ZERO,.

-c,' ,.", :, .. "

','

"

.;,-'

',- . -, ;,

(3)

Florianópolis.

maiode2010

Debates

I

3

De olhos

atentos

para

a

economia

o Brasil

aparece

na

imprensa

internacional

como

aposta

de crescimento

econômico,

mas a

ideia

não

é unânime

oBrasil estáemalta.

É

oque

pode­

mosconstatarao

acompanhar

diversas

publicações

da mídia internacional:

o

país

que antes

aparecia

esporadica­

mentenas

páginas

esportivas

e turís­ ticas agoraépauta

frequente

na

seção

de economia. Emnovembro do ano

passado,

acapa darevistabritânica The

Economistestampouachamada "Bra­ zil takes off"

(em

português,

oBrasil

decola), acompanhada

da

imagem

do CristoRedentor que, transformadaem

foguete,

é

impulsionado

paraoscéus.O TheNewYorkTimesapontouaecono­

miabrasileiraentresuas"10 melhores

apostaspara2010" e, para nãofaltar

exemplos,

o

jornal

americanoThe Wall

Street

journal

sereferiu aoBrasilem sua

edição

demarçodesteano como"o

país

dofuturo".

Para quem está inserido no coti­ diano da economia é difícil

perceber

essa

"mudança

derumo" tão comen­

tada nas notíciasinternacionais e se

posicionar

diante dela.Taxasde

juros,

crescimentoeconômicoeíndices dein­

flação podem

serdifíceis de

interpretar

quando

sãoanalisados foradecontex­ to.Pensando emfacilitaresse

desafio,

o ZEROconvidou dois

professores

do

Departamento

de Ciências Econômicas daUniversidade Federal de Santa

Ca-Nathalia Carlesso

nathaliavoarlesso@gmail.com

Nathalia Carlesso

Novo

padrão

brasileiro

Crescer é ruim? Muitos

economistas,

para

'\ nãodizera

maioria,

defendem quea

expansão

da economia como efeito do crescimentoda renda

(aumentando

ademanda por consumo ou o déficit

público)

necessariamente provoca

inflação, portando,

ocrescimentodeveser con­

trolado. Tal conclusão não é

verdadeira, pois

a

inflação

aumentapor vários

motivos,

nãoape­

nas

pelo

aumentoda demanda

provocada

pelo

crescimento.Cresceré umanecessidade social porquea

população

aumentae

precisa ingressar

nomercado de trabalho.

Aumentar ataxade

juros

é bom? Estesmesmoseconomistasdefendemtambém queaúnica

resposta

possível

às

situações

decrescimentoda

inflação

éaumentarataxa

de

juros.

Dessa

forma,

oaumentodataxade

juros

é

bom,

porque

restringe

ocrescimento

e

pode

reduzira

inflação.

Issotambémnãoé

verdade, pois

a

elevação

dessataxadeses­ timulaosinvestimentose, em

condições

de abertura financeirae de câmbio flutuante

(como

éo nossocaso,no

qual

ataxade câmbio é determinada

pela

ofertaedemanda de

moeda

estrangeira

nomercado

cambial)

atrai

capital

externodecurtoprazo que sobre­

valorizaamoeda

interna,

estimulandoas

importações

edesestimulandoas

exportações,

além deaumentaradivida

publica

interna

(como

ocorreu nos

primeiros

anosdo

plano

Real).

Emtodososdoiscasosnão cria

capacidade

produtiva,

que éoque gera emprego.

A taxade

juro é,

portanto,

apenasumdos instrumentos de

política

monetária, cuja

dimi­

nuição

ouaumento

depende

de inúmerasoutrasvariáveismacroeconômicas.

Distribuir rendaébom? Neste

ponto

todos estão de

acordo,

mas

divergem

quanto

a forma de fazê-la.Uns defendem que só a

educação

melhorao

capital

humano e o

mercado

proporciona

o mecanismode

ajuste,

outrosdefendem que

ações positivas

de

curtoprazofocalizadassãofundamentais

(agenda positiva)

para melhorara

qualidade

de vidano

lugar

dasfalhasnosmecanismosdemercado.

Posicionando-se frentea essastrês

perguntas

nãoedifícil concluiroacertodas

políti­

casatuais que diminuíramos

juros (ainda

nãoem umataxa

razoável)

que estimularam

ocrescimento

(em

ritmocrescente,masainda

modesto)

eprovo­

carammelhoranosíndices sociaisede

distribuição

de renda. Dois

aspectos

importantes

devemserlembrados. O

primeiro

diz

respeito

aosestímulos parao investimento

privado

por dois movimentos: umrealizandoosinvestimentos

públicos

que são

fundamentaispara

"puxar"

osinvestimentos

privados

-princi­

palmente

o

PAC,

aindaem

andamento;

eooutroéa

manutenção

das

condições

macroeconômicas que asseguram aestabilidade monetáriaeeconômicacomo umtodo. Refiro-me

aqui

ao con­

trole da dívida

pública

e a

adequabilidade

da

política

cambial,

cujo

resultado

pode-se

observar

pela capacidade

deevitar reflexosinternosdarecente crisefinanceira

internacional,

que

poderiam

tersido devastadores. O

segundo

aspecto

é

o

esforço

para realizar

políticas

queoneoliberalismo havia

abandonado, quais sejam:

retomarosinvestimentosem

educação.

Enfatizoa

educação

superior,

cujos

resultados,

ao menosnocurtoprazo,

são visíveisnacomunidade universitária. Lembro das

polí­

ticas que estimulama

capacidade tecnológica

do

país,

a

ampliação

dosfundossetoriais para investimentoem

pesquisa

eosestímulospara

inovação

aossetores

privados.

Sãoindícios claros que, além deumcontrole

adequado

-masainda inicial- de

boas

condições

macroeconômicas de

crescimento,

aretomada das

políticas

de

competitivida­

de,

de

ampliação

da

participação

nomercadomundiale

políticas

sociais,

estãoem an­

damento.Comose

percebe,

são movimentosque, mais do que asseguramaestabilidade

monetáriae as

condições

macroeconômicas,

podem

indicarclaramentea

formação

de um novo

padrão

de desenvolvimento parao

país.

Padrão no

qual

se

poderá

combinar

estabilidade

macroeconôrnica,

crescimentoe

distribuição

derenda:umvelho sonho dos

brasileiros,

tantodos queviveramosanosdesenvolvimentístas

quanto

dos filhos dacrise dosanos

80,

ou caras

pintadas,

queestão

procurando

construirsuasesperanças.

Renato Ramos

Campos

DoutoremEconomia

pela

UNICAMP

"Esse

novo

padrão

poderá

combinar

estabilidade

e

crescimento"

tarina

(UFSC)

para discutira

respeito

da

política

econômicaadotadanoBra­ silnasúltimasdécadasearticularsua

opinião

sobreosresultadosapresenta­

dos

pela

nação

verdeeamarela.

NathaliaCarlesso

Uma

falsa

decolagem

De

repente,

oBrasiltomou-sea novasensa­

ção

dos

grandes "emergentes".

Sua

indigente

e

menosprezada

economiadas duas décadas per­ didas

-quando

ficou

aparentemente

estancada

nos anos1980e1990- nosúltimos doisoutrês

anosfoi

alçada pelos capitalistas

de todoo mun­

do parao

topo

daseconomias maislucrativase

cortejadas

do mercado mundial.

Comoo

país

estárealizandoesse novomila­ gre econômico?Paraa mídia

especializada

in­

ternacional émuito

simples:

austeridade fiscalnolado de dentroeabertura parao

capital

externonolado defora.Nadamaisliberal.Masserá queascoisas são tão

simples

assim? Um

youco

de dúvidanão vaifazermala

ninguém.

Eclaro quenãose

pode

fazer

aqui

uma

demonstração

mais

completa

dosfatoreseconô­ micosque determinaramessa

recuperação

econômicae

repentina

credibilidadedaecono­

miabrasileira.Efêmera

recuperação.

Masoassunto

principal

éessahistóriamalcontada

queoBrasil caminha celeremente paratomar-senova

potência

econômica.

Algumas rápi­

das

menções

da boateoriado desenvolvimento econômico

podem ajudar

oleitorapensar

por simesmo acercadoassunto.

A

primeira

regra teórica

(facilmente

verificávelna

prática)

é nãoconfundircrescimento

econômicocomdesenvolvimentoeconômico. Crescimento econômico diz

respeito

à quan­

tidade de mercadorias

produzidas

edos lucros dos

capitalistas.

Só isso. Nos

"grandes

emer­

gentes"

do BRICs

-sigla

paraogrupo formado por

Brasil, Rússia, Índia

eChina

-otama­ nho do Produto Interno Bruto

(PIB),

que medeocrescimento

econômico,

pode

realmente

ultrapassar

ode

grandes potências

mundiais. Masquer dizer que issotransformaesses

"emergentes"

emnovas

potências

econômicas? Absolutamente. Isso

pode

até aumentar

aindamaissua

dependência

do

capital

internacional centralizadonos

grandes

bancos dos

EUA,

Europa

e

Japão

econcentradonas

grandes

empresas

globais.

Paraser

potência

econômica deverdadetemquesepromoverodesenvolvimentoeco­

nômico,

oque diz

respeito

à

qualidade

da

produção

nacional. Pode-se dizer queuma eco­

nomianacional éuma

potência

mundial,

pormaiorque

seja

seu

PIB,

seelanão temumamoedanacionalconversívelnomercado internacional de divisas?

É

ocasodos BRICs. São

grandes

econo­

miasquenãotêm "moedas fortes".Issoéumadeficiência

genética

(portanto insuperável)

muitograve.

Assim,

os

"emergentes"

con­

tinuama

depender

de

grandes

estoques

dereservasinternacionais

(dólar,

euro e

iene)

paraescorar suasmoedas

nacionais,

vulnerá­ veisacrisescambiaise

fugas

de

capitais.

De que valem

grandes

volumes de

exportação

seelassebaseiam

principalmente

emmatérias

primas

rapidamente esgotáveis

ou em

salários de fomenaindústria

exportadora?

As

exportações

dos BRICs aumentamsemparar,

masnãotêm nenhuma

qualidade.

De que valemascrescentes

exportações

de pequenos aviões

pela

Embraersemaisdenoventaporcentode cada

aparelho

émontadocom

impor­

tação

dosEUAe

Europa,

como

turbinas, equipamentos,

eletrônicoseinsumosem

geral?

Os BRICS não

produzem,

eles apenas montammercadorias para

exportação.

Essaé

umarealidade do desenvolvimento

desigual

ecombinado do mercado mundial.Essaéou­

tradeficiência

genética

muito grave para quemsecandidataa

potência

econômica.Para

sepassar de montadora para

produtora

haveria dese

possuir

uma enorme

capacidade

de desenvolvimento científicoe

tecnológico

nacional,

comoocorreuhistoricamentenos

EUA,

Europa

e

Japão.

Aoinvésde avançarneste

caminho,

osBRICs estãoem

rápido

retrocesso. Semautonomiacientíficae

tecnológica

ocrescimento econômico deum

país

sóservepara

aumentaroslucros do

capital global.

Nadamais.

Ficaagoracomnossosleitoresatarefa de pensar porsimesmos econtinuarlistando outrasinúmeras necessidades de

mudanças

estruturaispara queumaeconomianacional deixe deserdominadae

faça

parte

dofechadíssimo clube das

potências

econômicas.Para que

ninguém

aceitesempensarailusão deumafalsa

decolagem.

José Antônio Martins

DoutoremEconomia

pela

UniversidadedeParisI

"Não devemos

confundir

crescimento

com

desenvolvimento

econômico"

_

ZERO

(4)

4

I

Economia

Florianópolis,

maiode2010

Profissional

antes

do

fim da

faculdade

Participação

em

empresas

juniores

é

uma

oportunidade

de

conhecer

o

mercado de

trabalho

durante

a

graduação

Erao ano de

1967

e o movimento estudantil ferviana

França.

Osalunos daEssec

(L'Ecole

Supérieure

desScien­

ces

Economiques

et Commerciales de

Paris)

decidem reunir-se para buscar formas de sepreparar paraomercado

de trabalho

9ue

fossem aiém doensino acadêmico.E

criada,

então,

a

primeira

Empresa Júnior,

aJunior

Enterprise.

A

associação

prestava

serviços

ao mer­

cado ecolocava osalunos emcontato

com avivência

empresarial.

Apesar

de

ter como

objetivo principal comple­

mentar a

capacitação

dos

alunos,

a

empresa

surpreendeu, atingindo

ofatu­

ramentode

US$

19milhões

no seu

primeiro

anode funcionamento.Aideia difundiu-se

rapidamente

e,em

1969,

a

França

tinhauma

confederação

na­

cional deempresas

juniores.

No

Brasil,

oMovimento

Empresa Júnior

chegou

duranteadécada de80,comoiniciativa da Câmara de ComércioFranco-Brasi­ leira. Foram então fundadas as três

primeiras

do

país:

EJ-FGV (vinculada

à

Fundação

Getúlio

Vargas),

a

Júnior

FAAPe

ajúnior

Poli Estudos.

A

Empresa Júnior

(EJ)

éconstituída

e

gerida

poralunos de cursosde gra­

duação

deumafaculdadeouuniversi­

dade,

na

qual

está inserida. Os acadê­ micos desenvolvemos

projetos

parao

mercado,

sob

orientação

de

professores,

e ocupam cargos nas áreas de

presi­

dência,

diretoria e

gerência

- como

em uma empresa convencional. De acordocomMariana Marrara

Vitarelli,

presidente

da

Federação

das

Empresas

Juniores

de Santa Catarina

(FEJESC),

"a

verdadeira

finalidade é

enriquecer

o

aprendizado

do

estudante,

com uma

experiência profissional

em suaáreade

atuação.

Porisso,elasnãotêmfinseco­

nômicoseprestam

serviços

a umpreço

muitoabaixo do mercado",

Hoje

oBrasilcontacom cercade 750

Empresas Juniores,

envolvendomaisde 23 mil universitários.O movimentona­

cional é

capitaneado pela

Brasil

Júnior

Mariana Porto

Tainá

Crestani,

Henrique

ClaseneVitor

Kanitz,

membros da

Ação

Junior,

empresada UFSCque

presta

consultoriasnaárea sócio-econômica

-Confederação

Brasileira de

Empresas

Juniores,

formada poroito

federações,

que representam sete estados mais o

DistritoFederal.Marianacontaque,em

geral,

os

projetos

sãovoltados àsmicro

epequenas empresas. "No entanto,não é

uniforme,

existem

EJs

quefazempro­

jetos

amédiase

grandes

empresas."

Movimento

Empresa Júnior

naUFSC A UFSC é uma das entidades que

conta com

serviços

de suas empresas

juniores

paraconsultorias de

projetos

desenvolvidos na universidade. A Em­ presa

Júnior

de

Engenharia

Sanitária

(Esejam)

fez consultorias parao Hos­

pital

Universitário na

questão

de resí­ duos

hospitalares,

enquantoa

Empresa

Júnior

de

Produção (Ejep),

vinculada

ao curso de

Engenharia

da

Produção,

realizou seis consultorias para a

melhoria do Restaurante Universitário

(RU).

A última recebeu o

prêmio

de

MelhorCasede

Projeto

ExternonoEn­

contro Nacional de

Empresas

juniores de 2009

(Enej),

evai ser

apresentada

noEncontroSul de

Empresários

Junio­

res

(Esej)

que será realizado de6 a9

demaioemGramado

(RS).

Adiretora doRU,Deisede OliveiraRita,contaque

foram realizadasmuitas reuniõesevá­

rioscontatoscom a

Empresa

Júnior,

o

que adeixou muito segura."Todos os

envolvidossão muitodetalhistasepre­

ocupados, comprometidos,

e a

atuação

deles é altamente

profissional,

mesmo

tratando-se de acadêmicos". Elaconta

quea

interação

continua

após

aentre­

gado

projeto.

"Elesvieramfazeruma

avaliação,

afim de levantarospontos

positivos

e

negativos

da consultoria do

ponto de vista do cliente." Outras

EJs

que também

prestaram

serviços

à UFSC sãoa

Ação

Júnior

e aNutri

Júnior,

empresasde consultoria nas áreas só­ cio-econômica ede

nutrição, respecti­

vamente.

ParaMariana, contrataruma

EJ

é umaalternativainteressante para mui­

tas empresas e entidades. "Os

serviços

sãorealizadosporconsultores

capacita­

dos

pela

empresaeorientados por pro­

fessores, proporcionando

aoclienteum

serviço

de

qualidade

emtempohábile

de forma socialmente

responsável."

O preço também éum chamariz

impor­

tante. "Como não se tem custos fixos

como mão de

obra, telefone,

aluguel,

ospreços sãocalculadoscombasenas

despesas

de cada consultoria.O rendi­

mento é investido em infraestrutura e na

capacitação

de seus

membros",

completa.

Diferencial

Osestudantes que atuam em uma

empresa

júnior

sãovoluntáriosou es­

tagiários.

Sua

intenção

é conhecer o

mercado de trabalho antes de sairda faculdade e

aprimorar

determinadas

habilidades,

como a

capacidade

detra­ balharemgrupo, a

negociação

com o

cliente,

aoratóriae o

empreendedoris­

mo. Muitos terão seus

próprios negó­

ciose

aproveitam

o

período

acadêmico

paraconhecer bemomercadoemque

vãoatuar.

Paraa acadêmicaKamila Alves de

Oliveira,

atual diretora de

Projetos

da

EJEP,

"o Movimento

Empresa

Júnior

não forma somente

empreendedores,

mas cidadãos que

desejam

mudar a sociedade e, consequentemente, o

Brasil." Kamilacomentaque suapar­

ticipação

no movimentosuperousuas

expectativas.

"Vocêtemumcrescimen­

to

pessoal

e

profissional

enorme e co­

meçaaacreditarqueé

possível

causar

impacto positivo

na sociedade." Além

disso,

avivênciano meio

empresarial

prepara paraomercado de trabalho de umaformaquemesmo um

estágio

não

propicia.

"Meu graude liberdadee de

responsabilidade

é muito maiordo que

se eufosse

estagiária

em umaempresa

comum."

Umadas

preocupações

doconceito épreservara

imagem

das

EJs

peranteà

sociedade.Entreoscritérios éticosfica

definido,

por

exemplo,

que não

pode

ser

objetivo

da empresa captarrecur­ sosfinanceirosparaauniversidadeou

para osalunos

integrantes

ou realizar

aplicações

financeirascomfins deacu­

mulação

de

capital.

Também existe a

preocupação

de evitar que faculdades

montem apenas com a finalidade de

promoverseus cursos.

Daniela Fernandes

danihfer@gmail.com

Mudanças

no

RU:

conheça

as

melhorias resultantes da consultoria

O

serviço

prestado pela Ejep

para

oRestaurante Universitário da UFSC éum

exemplo

de

parceria

bemsuce­

dida entre universidade e

Empresas

Juniores.

Pode-se dizer queoRU éum

cliente

frequente

da

Ejep.

A

primei­

ra consultoria

prestada

ocorreu em

2003,

e era umarespostadaUFSC às

queixas

dos estudantes com

relação

aos

ruídos,

desconforto etemperatu­ raambiente do restaurante.O

layout

da cozinhaedo refeitório foi modifi­

cado e foram trocados os assentos e as mesas, levando em

consideração

aspectos

ergonômicos.

Em 2005 foi necessário um novo

trabalho,

pois

a demanda havia au­

mentadomuitocom a

criação

deno­ vos cursos e orestauranteservia mais de 3 mil

refeições

diárias.A esperanas

filas

chegava

a35minutos. Odesafio dos consultores foi buscar

soluções

emergenciais

e de fácil

aplicação.

A

disposição

das mesas, cadeiras e do

buffet de self-service foi otimizadaa

partir

de uma análise sobreo tempo

de espera nas

filas,

e oresultado foi oaumentode 100

lugares

no restau­

rante, o que

correspondeu

a

94%

do

atendimentodeuma novaala. A

situação

dacozinha foiofoco do

trabalho de 2006. A média de refei­

ções

haviacrescido para

3,6

mil por dia.A

reposição

dos alimentos ficou mais

rápida

e o trabalho ficou mais

bem

organizado,

evitando-se idas e

vindas desnecessárias da cozinha.Em

2007,uma novaconsultoria foi reali­

zada para diminuiros

desperdícios

de

comida,

que não erabem

dimensio-nada. Foi criadoum modelo de pre­

visão, com base em um modelo ma­

temático,

para

aperfeiçoar

a

projeção

de demanda dosusuários do restau­ ranteedecidirque

cardápio

servir.

Finalmente,

aúltima

consultoria,

feitaem 2009,

deparou-se

com uma

realidade nova no RU, com maior variedade de alimentoseoferta desu­

a>s.Além

disso,

novos cursos naUFSC

emaior númerode vagas levaram a umaumento nafilae maislentidão

no buffet. O

objetivo

das

mudanças

atuaisé diminuiro tempode espera nas

filas,

fazerumbalanceamento da

demanda entre asalase elevara ca­

pacidade

doRU, incluindoa

inaugu­

ração

deumaterceiraala.

(D.F)

Parceriascom EJs demonstrama

confiança

daUFSCnoconhecimento deseusacadêmicos

ZERO

" rÓ;,

,

(5)

vírus aindaé

imprevisível,

apesar de

ter tido dimensões menores do que o

esperado,

com mortalidade de até

30% das

previsões. É

uma forma de

controlar futuras

pandemias

tam­

bém". Do ponto de vista

coletivo,

o

médico considera que a

vacinação

é fundamental e, embora

reconheça

que a

gripe

possasertratadasemin­

ternação,

defendeque os casos com­

provados

queforem identificados de­

vem sercuradosemisolamento.

Florianópolis,

maiode2010

Saúde

I 5

Campanha

de

vacinação

divide'opiniões

Contrariando

as

recomendações

do

governo,

muitas pessoas

optam

por

não

se

imunizar contra

o

vírus

H1 N1

Depois

de classificadacomo uma

pandemia

em

2009,

a

gripe

Agerou

a

mobilização

deuma

campanha

na­

cional de

vacinação

contra o vírus. Iniciada no dia 8 de março, a em­

preitada

do governo estabeleceu um

cronograma para queosgrupos mais

frágeis

à

doença,

C0)110

grávidas,

por

exemplo,

fossem devidamenteimuni­

zados,

com o

objetivo

de

atingir

pelo

menos62 milhões de pessoas, quase

metade da

população

do

país.

Apesar

de ter sido decretado caso

de

"emergência

nasaúde

pública

in­

ternacional",

o vírus da InfluenzaA

(H1N1)

-combinação genética

das variantesda

gripe humana,

suínae a

aviária

-deu evidências de que,mes­ mo sendo mais

agressivo

e apresen­

tarmaiorfacilidade de

multiplicação

comparado

ao da

gripe

comum, é

menos grave do que pensava a co­

munidade

científica,

liderada

pela

Organização

Mundial da Saúde. No

ano

passado,

a

"gripe

suína"levou à

morte 12.220pessoas emtodomun­

do, segundo

dados daOMS, contraa

estimativa de 500 mil óbitos anuais

pela

gripe

estacionai,

que normal­

mente atacahumanos.

Contrariando as

orientações

do Ministério da

Saúde, algumas

pes­

soas optaram por não tomar a va­

cina'contra a

gripe.

Por

convicções

ideológicas

- naturalistas ousociais

-,mesmo estando dentro dos grupos

considerados mais

perigosos,

eles

preferiram

nãoseimunizar.

É

ocaso

de Giovana

Chinellato,

estudante de

Jornalismo

da UFSC que tem uma

filosofia de vida quevaicontra

qual­

quer

tipo

de maltratoaanimais. "Os medicamentosevacinas,em

geral,

usamanimaiscomocobaias.E

eu não me sentiria bem em colocar

alguma

coisaque foi testadoem um

animal dentro do meu corpo. Não deixa deser umaforma de

maltrato",

esclarece. Além do testeem

animais,

outrofatorcontribui paraessa

opção

de

alguns naturalístas:

como setrata

De acordocoma

previsão

do governo, mais 32milhões de pessoasaindadevemserimunizadas atéofimda

campanha,

nodia24de

maio,

mas naretafinalaprocuravemsendo baixa de umavacina que

possui

proteínas

doA

(H1N1)

atenuadas,

essaspessoas

queevitamtomarremédios

preferem

nãotomá-la paranão

"injetar"

oví-'

rus em seu

organismo.

"O corpopre­

cisaestarsaudável para que

consiga

combateras

doenças

sem

precisar

de

medicamentos",

afirma PatríciaBer­

gantin,

estudante deLetrasdaUSP. O médico

homeopata

Carlos Al­ bertoFioro,

presidente

da

Associação

Médica

Homeopata

Brasileira,

acre­

ditaque a

campanha

foi

importante

paraevitar quea

gripe

Asedissemi­ nasseaindamais,mesmo que possa ser tratada sem a vacina. "Para se

prevenir qualquer

tipo

de

gripe,

o

indivíduo

precisa

fortalecer o siste­

ma

imunológico.

A

homeopatia,

com

tratamentos

individualizados, pode

auxiliar nesse aumento de resistên­

cia,

mas é

preciso

considerar que a

transmissãodo vírus émuito

fácil,

o

que é preocupante,

principalmente

em

regiões

mais

pobres

do

mundo,

onde nem sempre as pessoas estão suficientemente saudáveis pararesis­ tiràs

complicações

clínicas".

Paracombatera

disseminação

da "nova"

gripe

deumaformamaisam­

pla,

a

Associação,

pensando

nasaúde

pública,

aprovou uma

resolução

que

visadiscutirumaforma

de,

além de

tratar dos agravantes causados

pelo

vírus,

evitar sua

disseminação.

O médico do

Hospital

de Caridade de São

José

e do

Regional

de São

José,

Luiz Gustavo Escada

Ferreira,

refor­ ça, endossando o corodo Ministério

da

Saúde,

quea

campanha

nãotem

a

pretensão

de imunizar toda a po­

pulação

ou erradicara

doença,

mas,

sim, devacinarum bom número de pessoas para diminuir a dissemina­

ção

da

gripe,

bem como reduzir o

número deóbitos.

Para

ele,

a medida é "necessária

porqueo

comportamento

dessenovo

Doses

da vacina

custaram

1,3

bilhão

de

reais

Ao custo de

R$ 1,3 bilhão,

o governo brasileiro

comprou 112milhões de doses da

vacina,

queestão sendo

aplicadas gratuitamente

paraosgruposmais

suscetíveis às

complicações

clínicas do vírus

-ges­

tantes,

indígenas,

trabalhadores dasaúdee

portado­

resde

doenças

crônicas,

comoobesosepessoascom

asma.Além dessesquatro,oMinistério da Saúdees­

tendeua

campanha

amais

alguns

grupos:

crianças

deseismeses adois anos,

jovens

de20 a29 anos e

adultos de 30a39anos.

Oaltoinvestimentonacompra éoutrofator que

leva pessoas a não aderirem à

campanha.

Renata

Frignani,

estudante de

Nutrição

da Faculdade São

Camilo,

não se imunizou por considerar o gasto

muito elevado.

dese desconfiar de umamobili­

zação

tão

grande

paraevitara

disseminação

deuma

doença

que não se mostrou tão grave assim. Exis­

tem outrasnecessidades da

população

quemerecem

tanta,ou

mais, atenção

do

poder público",

afirmaa

universitária.

Segundo

dados do

jornal

O Estado deSão Pau­

lo,

emoutros

países,

como na

França,

acompra de

grandes

quantidades

davacinacausouatritoentreo

governoe os

partidos

de

oposição. Depois

de gastar

US$ 1,2

bilhão na compra de

94

milhões de

doses,

o

país

anunciou que venderiapartedoestoquead­

quirido.

Comuma

população

de60

milhões,

apenas

cercade 5 milhões passaram

pela

imunização,

oque

levouos

oposicionista

a

questionarem

osmotivosda

aquisição

deumnúmerotãoalto dedoses.Oíndice de pessoas vacinadas também foi baixona Alema­

nha,

chegando

aapenas5% da

população

até agora.

Partedas 50 milhões de doses

compradas

também

está sendo revendidaaoutros

países.

Na

Holanda,

das34milhões devacinascompra­ dasparaa

população

de 12 milhões de pessoas, 19 milhõesserãovendidas.

Apesar

das encomendaste­

remsido feitasnoinício da

pandemia,

quando

ain­ danãose tinha ideia da dimensão da

gravidade

do

vírus,

essesexcedentes

adquiridos

gerarammargem

parao

questionamento

dareal necessidade dacam­

panha.

Circulanainternetumacorrentequeacusa a

campanha

desermotivada

pelo

lucrode

grandes

empresas farmacêuticas. Na

Sérvia,

deputados

da

oposição

se recusaram atomaravacinapornãoter

havido

licitação

nadecisão de

quallaboratório

seria

o

fornecedor, alegando

queaempresa escolhidateria sidobeneficiada.(F.S.)

ZERO

FelipeSato

felsato@gmail.com

A campanha vai até odia 24 de maioe- atéofinalde

abril, Quandoo

MinistériodaSaúdepublicouumbalanço

-já imunizou mais de 40 milhõesde

, brasileiros. Em10 demaio,teveinícioa

I última

etapadacampanha,paraadultos

de 30a39 anos, As pessoas de outros

grupos de risco Que perderam a data ainda podem sevacinar gratuitamente.

EmFlorianópolis,ospostosde saúdeda

TrindadeedoCórregoGrandee oHos­ pital Universitário estarão abertos para imunizarosinteressados das8haomeio

(6)

6IC&T

Florianópolis,

maiode2010

f

(�O!imit*l£]�

-UFSC

inova

em

energia

solar

Sistema

desenvolvido

pela

universidade

será

usado

em

aeroportos

e

estádios

de futebol

"(

Um

estrangeiro

vem

prestigiar

a

Copa

do Mundo de

2014,

aqui

noBra­ sil.

Chega

aoaeroporto,no

qual

todaa

estruturaéalimentadapor

energia

so­

lar.Nodia do

jogo,

vaiao

estádio,

onde também sóseutilizaa mesmafonte de

energia.

Masele nem temideia disso. Iniciativascomoestasnão

podem

pas­

sar

despercebidas.

Os aeroportos e os

estádios solares são

projetos

da UFSC e,emmomentosemqueo

país

estáem

evidência, podem

trazer oconceito de desenvolvimento sustentável e preocu­

pação

ambiental.

Em setembro de 2009, o Labora­

tório de

Energia

Solar

(LabSolar),

em

parceria

com o Instituto paraoDesen­ volvimento de

Energias

Alternativas da América Latina

(Ideal),

lançou

o

projeto Megawatt

Solar,

que

pretende

instalaromaior

gerador

de

energia

so­

lar da América do Sul no

prédio

e nos

estacionamentos da Eletrosul. Deverá

ser

gerado

o

equivalente

ao consumo

anual decercade400 residências.Este seráo

primeiro

prédio público

brasilei­ ro abastecido por

energia

fotovoltaica em

grande

escala.A

geração

de

energia

prometesuperarademanda do

prédio,

assim, parte dela será

disponibilizada

narede de

energia

elétrica.

Segundo

o

diretor doInstitutoIdeale

professor

do

LabSolar,

Ricardo

Rüther,

o

projeto

é

importante

pela proximidade

da fonte de

energia

com o usuário. "Com este

novo

paradigma

acaba-se

dispensando

osistema detransporte de

energia

das hidrelétricasàs

cidades,

obtendo-seum usomaiseficiente". O iníciodainstala­

ção

das

placas

solares está

previsto

para

oinício doanoquevem.

O LabSolar também tem

projetos

paraos espaços

públicos,

como os ae­

roportos.Há estudosparaestesespaços

em

Florianópolis, Brasília,

SãoPaulo e

Riode

Janeiro.

"A

expectativa

équein­ vestidoresseapresentemparalevarisso

para

frente", complementa

Rüther. O preço da

instalação

das

placas

fotovol­ taicasnoaeroportoHercílioLuzécerca

de

4,2

milhões deeurose,para cobrir os gastos, além dos

investidores,

há a

ideia deseincluir

R$

0,20 nataxade

embarque. Segundo

pesquisas,

se os

96

milhões de

passageiros

que utilizaram

o transporte aéreo no Brasil em 2005 pagassemessa

sobretaxa,

seria

possível

instalarum

gerador

solarqueatendes­ se

completamente

ademanda

energé­

tica do aeroporto de

Florianópolis

em menos de um ano. Para

Rüther,

se a

energia

solar substituísseoutrasfontes de

energia

poluidoras,

negociações

no

mercado internacional de carbono se­

riamviabilizadas sob a formade títu­

los de

crédito,

compensando

impactos

ambientais

provocados pelo

transporte aéreo.

TendoemvistaqueoBrasilserá sede

da

Copa

do

Mundo,

em

2014,

oLabSolar e oIdealvirama

oportunidade

de

lançar

Alessandra Flores

,� #.

Lucas

Nascimento,

bolsistado

LabSolar,

mostra

placas

solaresfotovoltaicasmoldáveisno

terraço

do

prédio

de

Engenharia

Mecânicada UFSC

aideia dos Estádios

Solares,

quebusca

integrar

geradores

solares fotovoltai­

cos na cobertura dos campos sede dos

jogos.

Segundo

Nascimento, a

energia

produzida

deveatendertodooestádioe

aindaser

exportada

paraacomunidade

através da rede elétrica.O investimento totalnecessário para a

instalação

das

placas

variade

R$

18milhõesa

R$

42

milhões.]á

háinvestidores

interessados,

como obanco de fomento alemãoKFw e a

agência

germânica

de desenvolvi­

mento, GTZ. O

primeiro

estádio a ser

alimentado por

energia

solar deveráser o

Pituaçu,

emSalvador.O

projeto,

orça­ doem

R$

5,5 milhões,

seráfinanciado

pela Companhia

deEletricidade doEs­ tado da Bahia

(Coelba)

e

pelo

Governo daBahia.Mas"A

expectativa

éque até

acopa de

2014,

agente

consiga

ter to­

dos os campos

esportivos

envolvidos

neste

projeto",

afirma Rüther. Se tudo der certo, 2014seráa

primeira Copa

do

Mundo autilizarestádiosalimentados com

energia

limpa.

Com tantos

benefícios,

por que as

energias

alternativas ainda são tão

pouco utilizadas?Parte

significativa

da

respostaéseualtopreço. Os

painéis

so­

lares custam, em

média,

R$

5 mil por

quilowatt.

"Éumvalor bem alto.Noen­

tanto,a

garantia

do

painel

éde 25anos.

Além

disso,

os gastos com

operação

e

manutenção são

mínimos",

analisa Nascimento.

O retomo do investimento para quem

adquire painéis

solares no Brasil

éde

aproximadamente

25 anos, oque

toma a

instalação

pouco interessante.

Paramudaressa

situação,

é

importante

que

haja

incentivosdogoverno,como

acontece em

países

da

Europa.

NaAle­

manha,

cadawatt de

energia

utilizada

custa19centavosdeEuro, enquantoque

ogovernopaga54centavosdeEuropara cadawattde

energia

renovável

produzi­

da.No

Brasil,

háo

Projeto

deLei

630/03,

que também

prevê

incentivosà

produção

de

energia

a

partir

de fontes alternati­ vas.Com a

aprovação,

a

partir

de2011, a

geração

de

energia

renovável seráre­

munerada,

de acordocomcada

tipo

de

fonte alternativa. A

contribuição

para tais incentivos virádos consumidores de

energia,

proporcionalmente

ao-uso,com

exceção

das classesmaisbaixas. Nascimento

explica, ainda,

que o

preço da

energia

elétricavem aumen­

tando,

enquanto a

energia

solar tem

seu valor 5% mais baixo a cada ano.

"A

previsão

é queem 2017

haja

uma

paridade

tarifária no Brasil. Mas para

isso acontecer

precisamos

de

grandes

projetos

com o

objetivo

de disseminar

pequenas

ideias",

ressalta.

Conformeo

professor

Passos

con­

cluiu,

adiscussão sobrenovasfontes de

energia

deve começare sefortalecerna

Universidade. Para

ajudar

nessa

tarefa,

o

departamento

de

Engenharia

Mecâni­ ca,coma

colaboração

de

professores

de diversas

áreas, disponibiliza

a

discipli­

na

"Energias Renováveis",

quea

partir

destesemestretomou-se

fixa,

devido à

grande

procura. O

objetivo

é apresen­

taraoferta de

energias

renováveise as

principais

tecnologias,

comênfase nas

energias

eólica,

solarebiomassa.

AlessandraFlores alessandraflores@zero.ufsc.br

Energia

limpa

,

complementa

a

tradicional

SegundoaInternationalEnergy

Agency,

80% daenergiaconsumidanomundo pro­

vém de fontes fósseis. Além decausarem

impactos ambientais, estas fontes nãore­

nováveis têmdatamarcadaparaseesgo­

tarem.A BristishPetroleum,em seuestudo "RevisãoEstatística deEnergiaMundial de 2004",afirmaqueasreservasmundiais de

petróleodurariamcercade 41 anos,asde

gásnatural,67 anos,e as reservasbrasilei­

rasdepetróleo, 18anos. Poroutrolado,a

demandadeenergiadeveráaumentar1,7%

aoano, de 2000a2030, conformeprevi­

sões do InstitutoInternacional de Economia.

Segundo o diretor do Instituto Ideal

e professor da UFSC, Ricardo Rüther, as

fontes de energiaalternativa sãoparteda

solução para este cenário, já que geram

menos impactos ambientais e aproveitam aspotencialidadeslocais.Entretanto,"não é necessário,nemdesejávelqueasenergias

tradicionais sejam substituídas. É preciso aproveitá-Ias ao máximo e complementar amatrizenergéticaatual com asenergias

alternativas,quedevematender àsnecessi­

dadesdeexpansão",afirmaRüther. A matrizenergéticado Brasil é formada

em 45% de fontes renováveis, principal­ mentedehidrelétricas,quecorrespondema cercade95% daenergiaelétrica utilizada. "O Brasiltemumamatrizenergética limpa.

Os danoscausadosem sua operaçãosão baixos. Mas as grandes hidrelétricas têm

impactona suaconstrução,causamalaga­ mentosdegrandes áreas",comentaRüther. Para a professora de Geografia da

Udesc,MariaPaulaMarimon,oBrasilpossui características favoráveisao usodeenergias

alternativas."Atropicalidadeemaritimidade do Brasil auxiliam o desenvolvimento de climas úmidos que favorecem as usinas

hidrelétricasegarantemaltopotencialpara

aproduçãodeenergiasolar", explica.Com

relaçãoàenergiaeólica,osprincipaispon­

tosdeventosnoBrasil sãoacostado Ceará

edo Rio GrandedoSul,ondeatuaamari­ timidadeeacontecemasprincipaisconvec­

çõesatmosféricas."Apesardeseugrande i

potencial,oBrasil aindasubu_tilizaaenergia I

solar. Astecnologiascontinuammuitocaras e poucoviáveis.Aenergiaeólicatambém

precisa ser desenvolvida neste sentido",

complementa. (A.F)

IFontes

de

energia

-

Brasil

G" ,,,'" 9,3%

I

I

I

Fonte: Ministério de MinaseEnergia- 2006

-

-,'ZERO

-,_.

Referências

Documentos relacionados

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Neste momento a vacina com a melhor perspetiva de disseminação pelos cuidados de saúde é a M.vaccae, pela sua ação como vacina terapêutica, aguardando-se a sua

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Quanto ao uso do pronome no discurso, o espanhol mantém a 2ª pessoa do singular, equivalendo em português a tu, forma pouco usada, principalmente no Brasil, onde se usa a 3ª