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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vale de Cambra, CRL RELATÓRIO E CONTAS. Relatório da Gestão da Direcção Contas Parecer do Conselho Fiscal

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2008

RELATÓRIO E CONTAS

Relatório da Gestão da Direcção

Contas

Parecer do Conselho Fiscal

(2)

INDICE

RELATÓRIO DA GESTÃO DA DIRECÇÃO

1.

I

NTRODUÇÃO

...3

2.

E

NQUADRAMENTO

E

CONÓMICO E

M

ERCADO

B

ANCÁRIO

...5

3.

O

G

RUPO

C

RÉDITO

A

GRÍCOLA

E

VOLUÇÃO E

P

ERSPECTIVAS

...13

4.

A

CTIVIDADE DE CRÉDITO

...16

5.

C

APTAÇÃO DE DEPÓSITOS

...17

6.

G

ESTÃO CORRENTE

...17

7.

R

ESULTADOS OBTIDOS

...19

8.

C

APITAL SOCIAL

...19

9.

R

ÁCIO DE EFICIÊNCIA

...20

10.

I

NFORMAÇÕES DE NATUREZA LEGAL

...20

11.

Q

UADRO COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS RUBRICAS DO

B

ALANÇO ORÇAMENTADO E REALIZADO NO EXERCÍCIO DE

2008. ...21

12.

Q

UADRO COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS RUBRICAS DA

D

EMONSTRAÇÃO DE

R

ESULTADOS ORÇAMENTADA E REALIZADA NO EXERCÍCIO DE

2008. ...22

13.

P

ROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

...23

14.

T

RANSFERÊNCIA DA RESERVA LEGAL PARA CAPITAL SOCIAL

...23

15.

R

EFERÊNCIAS

...23

SEGUE-SE

(3)

RELATÓRIO DA GESTÃO DA DIRECÇÃO

1.

Introdução

Com alguma perplexidade temos vindo a assistir a situações que, do ponto de

vista da actividade do sector financeiro e da actividade económica e social,

eram impensáveis no início do ano de 2008. Impensáveis pelos factos que

têm vindo a público, pois que sobre a gravidade da situação já nos tínhamos

pronunciado.

Neste contexto tão complexo e sem fim à vista, julgamos que não será

demais recordar que a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vale de Cambra faz

parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, que tem como

principal característica a solidariedade dos seus membros (as Caixas de

Crédito Agrícola e a Caixa Central) bem como a especificidade e actualidade

(adaptada) do seu modelo de governação: avaliação e supervisão numa base

consolidada, um Conselho Geral e de Supervisão e um Conselho de

Administração Executivo em actividade na Caixa Central, para além de um

Fundo de Garantia específico.

O Crédito Agrícola insere a sua actividade dentro do sector cooperativo de

crédito, é exclusivamente nacional e é apenas marginalmente distributivo dos

excedentes gerados pela sua actividade, razão pela qual é já hoje um sistema

financeiro dos mais sólidos a operar em Portugal, bem como dos que

apresentam maiores níveis de liquidez.

Para além destes factores institucionais, o Grupo tem vindo a desenvolver-se

num quadro de ajustamento progressivo e sustentado em termos de sistemas

de informação e de comunicação, bem como no desenvolvimento de

programas de análise e avaliação de riscos e de melhoria dos níveis de gestão

e de adequação da sua actividade que respondam às exigências

regulamentares e prudenciais em vigor, procurando-se adoptar dentro do

Grupo as melhores práticas, disponíveis e conhecidas, aplicáveis em cada

caso, com efeitos nos resultados globais bastante positivos.

(4)

Neste ambiente de incertezas e dificuldades, a Caixa de Crédito Agrícola de

Vale de Cambra apresenta indicadores de actividade e de solidez reforçadas,

pese embora, a sua relativa reduzida dimensão.

O nosso rácio de solvabilidade é de 18,93% sendo a componente associada

aos seus capitais próprios de base (TIER 1) de 13,34%, para um mínimo de

8% anunciado recentemente pelas autoridades monetárias como limite

mínimo.

Dispomos de uma liquidez apreciável, já que o nosso rácio de transformação

é de 63%. Finalmente, os resultados obtidos, pese embora o reforço de

provisões, foram de 429 mil euros, já incluindo uma estimativa para impostos

sobre os lucros de 250 mil euros.

A actividade de crédito cresceu 11,7% em 2008 e os depósitos de clientes

7,4%, que identificam bem o apoio que mantemos às actividades económicas

e de particulares na nossa área de actividade, bem como a confiança que

temos vindo, ano após ano, a obter por parte dos nossos associados, clientes

e público em geral.

Por outro lado, o Crédito Agrícola continua a afirmar-se como um Grupo

Financeiro com uma importância crescente entre as instituições financeiros

que operam em Portugal, sendo já bem visíveis os resultados dos

investimentos efectuados, os efeitos da dinamização comercial, seja ao nível

dos seus rácios de solvabilidade e de liquidez, seja ao nível da oferta de

produtos e serviços financeiros e de seguros, seja pela relevância da marca

nacional Crédito Agrícola, que é já, claramente, incontornável no diferentes

espaços de actuação.

Seguramente, a Caixa de Vale de Cambra e o Crédito Agrícola estão

definitivamente ao lado dos seus clientes e associados fornecendo-lhe

produtos e serviços de elevada qualidade, num ambiente de proximidade,

actualidade, transparência e de máxima responsabilidade.

(5)

2.

Enquadramento Económico e Mercado Bancário

1

A actual conjuntura continua dominada pela crise financeira, que se agudizou

enormemente com a falência do banco de investimento americano Lehman

Brothers em Setembro último, e pelas suas inevitáveis e profundas

repercussões na actividade económica, que neste momento já se manifestam

com particular intensidade.

Como é conhecido, a crise eclodiu com a ruptura da bolha especulativa no

mercado imobiliário americano, sendo o principal detonador o colapso no

segmento de empréstimos “subprime”. Através de operações de titularização

e da sua integração em estruturas complexas, esses créditos tinham-se

disseminado pelo sistema financeiro internacional, dando lugar à acumulação

dos chamados “activos tóxicos” no balanço de muitas instituições financeiras

internacionais. Este efeito de contágio, ao mesmo tempo que conduziu a

enormes prejuízos bancários, criou níveis de desconfiança sem precedentes

nos agentes e investidores e uma atitude extrema de fuga do risco, levando à

quase secagem de vários segmentos do mercado de capitais e a uma aguda

crise de liquidez, que afectou as instituições mais dependentes destes

mercados para o financiamento das suas operações.

Seguiu-se uma drástica contracção do crédito, a qual, intensificando o efeito

da queda da procura de bens e serviços provocada pelo colapso do

imobiliário, sector com forte repercussão intersectorial, fez mergulhar as

economias mais avançadas na mais grave recessão das últimas décadas.

Os governos dos principais países, e as entidades reguladoras do sistema

financeiro, reagiram aos perigos que a actual situação comporta, e têm vindo

a anunciar medidas de expansão monetária e de estímulo fiscal para

enfrentar a crise e para o relançamento das economias. A crise já fez sentir

os seus efeitos sobre a actividade económica em 2008, sobretudo na parte

final do ano. Assim, e revendo as suas projecções de Outubro passado – que

(6)

reconhecidamente continham grande margem de incerteza -, o FMI estimava

em Janeiro um crescimento para a economia mundial em 2008 à roda de

3,4%, contra 3,9% anteriormente. Esta baixa decorre de menor crescimento

das economias desenvolvidas, que no seu conjunto se terão expandido em

apenas 1% - face a níveis de crescimento superiores a 2,5% no triénio

anterior – e também da desaceleração das economias emergentes, as quais,

com uma expansão da actividade de 6,3% ao ano – em si mesma ainda

notável – terão ficado também abaixo do crescimento conseguido nos três

últimos anos (sempre acima de 7,5%). Nos países desenvolvidos, o

crescimento dos EUA e da Zona Euro foi da ordem de 1%, mas no caso do

Japão verificou-se já em 2008 um decréscimo do produto de 0,3%. Nos

países emergentes, a desaceleração observada abrange a Índia e a China,

países que nos últimos anos têm registado forte crescimento.

A crise económica tem-se intensificado nos últimos meses com rapidez

preocupante, prevendo-se que a generalidade das economias mais avançadas

entre em 2009 em recessão relativamente profunda. Na verdade, a evolução

na parte final de 2008 já foi bastante negativa. Na Zona Euro, o decréscimo

do produto no 4º trimestre, em termos homólogos, foi de 1,5%, com -2,6%

para a Itália, -1,6% para a Alemanha, -1% para a França e -0,7% para a

Espanha, país que se debate com o colapso do seu sector imobiliário. Ainda

na UE, e fora da Zona Euro, registe-se a quebra do Reino Unido (-1,8%).

Em 2009, nos EUA o produto deverá diminuir 1,6%, na Zona Euro 2%, no

Japão 2,6%. No âmbito da Zona Euro, a maior quebra ocorrerá na Alemanha

(-2,5%), em virtude da sua dependência da procura externa, prevendo-se

para os restantes países decréscimos de 2,1% na Itália, de 1,9% na França e

de 1,7% na Espanha.

Assim, o FMI prevê que a economia mundial em 2009 não cresça mais de

0,5%, comparativamente aos ritmos de crescimento rondando os 5% que se

verificaram nos três últimos anos (2005-2007). Com essa fraca expansão e

atendendo ao crescimento da população do globo, registar-se-á uma redução

do rendimento per capita mundial.

(7)

A desaceleração do crescimento económico levará naturalmente em muitos

países a um aumento da taxa de desemprego, ao agravamento nas condições

de vida e a tensões sociais, ao mesmo tempo que as condições de exploração

de muitas empresas se deteriorarão, com reflexos na sua saúde financeira,

factores que, conjuntamente, tenderão a agravar os níveis de incumprimento

do crédito bancário, fenómeno a que já se assiste e que constituirá uma nova

vaga de problemas para o sector financeiro.

Em contrapartida, porém, as tensões inflacionistas que começavam a

manifestar-se com alguma intensidade em resultado da subida do preço do

petróleo – que chegou a rondar os 150 USD por barril entre Junho e Julho

passados – e de outros materiais básicos, incluindo produtos alimentares,

esbateram-se nos últimos meses com a queda da procura que a retracção

económica induziu, e com as perspectivas macroeconómicas desfavoráveis.

Surgiu mesmo o receio de que alguns países pudessem entrar em deflação –

ou seja, um período prolongado da descida generalizada de preços em

associação com fraco nível da procura, o que constituiria um factor recessivo

adicional.

Evolução do Preço de Produtos de Base Agrícola (base 100 a 01/01/2007)

80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 01-01-2007 20-02-2007 11-04-2007 31-05-2007 20-07-2007 08-09-2007 28-10-2007 17-12-2007 05-02-2008 26-03-2008 15-05-2008 04-07-2008 23-08-2008 12-10-2008 01-12-2008

(8)

Evolução do Preço de Petróleo 30 50 70 90 110 130 150 01-01-2007 20-02-2007 11-04-2007 31-05-2007 20-07-2007 08-09-2007 28-10-2007 17-12-2007 05-02-2008 26-03-2008 15-05-2008 04-07-2008 23-08-2008 12-10-2008 01-12-2008 USD Petróleo

A inflexão das tensões inflacionistas proporcionou margem de manobra às

autoridades monetárias para alterarem o sentido da sua política, a qual numa

certa altura se mostrava condicionada pelo receio do recrudescimento da

inflação, o que, no caso da Zona Euro, levou mesmo o BCE em Junho a elevar

a sua taxa de referência para 4,25% (do nível de 4% em que se encontrava

anteriormente). Assim, o BCE, à semelhança dos bancos centrais de outros

países, e após idênticas medidas da Reserva Federal logo no início da crise de

liquidez, desceu em Setembro a sua taxa de referência para 3,75%, ao

mesmo tempo que reforçou as suas intervenções no mercado, através de

novas e volumosas injecções de liquidez, e decidiu ainda facilitar o acesso a

financiamentos de curto prazo por parte das instituições financeiras. Estas

medidas, juntamente com todo o “pacote” de apoio ao sector bancário

decidido e adoptado em numerosos países, pelos governos e bancos centrais,

levaram, finalmente, em meados de Outubro, a uma certa diminuição nas

taxas do mercado interbancário – as taxas Euribor nas Zona Euro -

diluindo-se a rigidez que até aí tinham evidenciado a qualquer descida.

Entretanto, as autoridades monetárias prosseguiram com a revisão em baixa

das suas taxas de referência que nesta altura se situam numa banda de 0 a

0,25% nos EUA (o que significa, na prática, uma taxa de 0%), em 1% no

Reino Unido (o nível mais baixo nos 311 anos de história do Banco de

Inglaterra) e em 2% na Zona Euro, sendo porém grande a expectativa de que

o BCE baixe a sua taxa directora para apenas 1,5% já em Março. Aliás, as

taxas “overnight” na zona Euro já rondam esse nível.

(9)

Evolução das Taxas Directoras da Zona Euro e dos EUA e Evolução da Euribor 3M 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 01-01-2007 20-02-2007 11-04-2007 31-05-2007 20-07-2007 08-09-2007 28-10-2007 17-12-2007 05-02-2008 26-03-2008 15-05-2008 04-07-2008 23-08-2008 12-10-2008 01-12-2008 %

Euribor 3M BCE (TAXA REDESCONTO) FED FUNDS

Para além das medidas na esfera monetária e bancária, os governos

decidiram igualmente adoptar medidas de estímulo fiscal à economia, visando

amortecer o efeito da quebra da procura global e relançar a actividade

produtiva, tendo sido recentemente aprovado pelo Congresso dos EUA um

pacote de medidas para a reactivação da economia americana, cuja

recuperação continua a ser crucial para a retoma da economia mundial no seu

todo.

Refira-se que, neste ambiente macroeconómico fortemente deprimido e com

as principais economias a entrarem em recessão, situação agravada pelas

necessidades de liquidez de alguns operadores dos mercados financeiros, as

principais bolsas mundiais, e também a portuguesa, registaram em 2008

perdas muito importantes, de proporções históricas quase inimagináveis,

sobretudo desde Junho, evidenciando simultaneamente elevada volatilidade,

que é aliás extensiva ao mercado obrigacionista.

Neste ambiente que é já de severa recessão económica a nível internacional,

o crescimento da economia portuguesa em 2008 foi praticamente nulo,

devido à forte quebra nas exportações – que haviam sustentado a evolução

da actividade económica em 2006 e 2007 – e do investimento. Na verdade,

apesar do elevado endividamento dos particulares, foi o consumo privado a

única componente do PIB em que se observou um acréscimo. No último

(10)

que constituiu a segunda quebra mais expressiva na Zona Euro, logo atrás da

Itália. Prevê-se, aliás, que a economia portuguesa venha a registar um

decréscimo absoluto de 0,8% em 2009, dado que as exportações e o

investimento manterão um comportamento muito negativo, e se conta com

uma forte desaceleração no consumo privado. O decréscimo pode, aliás, ser

mais acentuado pois as exportações podem vir a cair mais que o previsto.

Apesar do comportamento negativo da economia portuguesa em 2008, os

números disponíveis para o emprego denotam, uma redução da taxa de

desemprego comparativamente a 2007 (7,6% contra 8%). Para 2009, porém,

prevê-se um agravamento para 8,5%.

A contracção da economia e o aumento de desemprego tenderão a agravar o

défice público (menos receitas e maiores custos com subsídios de

desemprego), o qual será adicionalmente onerado pelo impacto do estímulo

fiscal para o relançamento da actividade. O défice deverá assim, em 2009,

atingir 3,9% do PIB, o mesmo nível que registara em 2006, depois de se ter

contraído em 2008 para 2,2%.

No tocante à inflação, também em Portugal o movimento de subida dos

preços a que se assistia nos primeiros meses do ano inverteu-se no segundo

semestre, em paralelo com a descida do preço do petróleo e de outros

produtos de base, de tal modo que o nível médio de inflação em 2008 foi

sensivelmente da mesma ordem de grandeza do registado em 2007 (2,5%).

O nível corrente de inflação é já significativamente mais baixo,

perspectivando-se que a subida dos preços do consumidor em 2009 pouco

exceda em média anual 1%.

Perante o enquadramento macroeconómico e monetário descrito e as

condições enfrentadas pelas principais instituições bancárias, verificou-se

uma contenção do crédito no sistema bancário nacional, contenção que

incidiu sobretudo no segmento de particulares. Tal ocorreu quer no crédito à

habitação, que em Julho de 2008 evidenciava um crescimento, em termos

homólogos, de apenas 6% e mais perto do fim do ano, de apenas 4,7% - os

(11)

ritmos mais baixos de todos os últimos anos - , quer no crédito pessoal, onde

se inclui o crédito ao consumo, cuja taxa de expansão também se reduziu (de

11,3% em Dezembro de 2007 para 9,9% em Julho de 2008 e 7,2% em

Novembro).

No crédito a empresas não se notava ainda uma nítida desaceleração

(crescimento de 12,2% em Julho de 2008 e de 11,4% em Novembro, contra

11,2% em Dezembro de 2007). No entanto, perto do final do ano já se

notava algum abrandamento, talvez como resultado conjugado de menor

procura – as empresas, em conjuntura de crise, tendem a adiar despesas e a

cortar custos – e de maior contenção e selectividade por parte das

instituições.

Evolução dos Agregados de Crédito Variação homóloga em % (*) 2004 Dez 2005 Dez 2006 Dez 2007 Dez 2008 Julho 2008 Nov Crédito a Empresas (**) 2,5 5,0 7,1 11,2 12,2 11,4 Crédito à Habitação 10,5 11,1 9,9 8,5 6,8 4,7

Crédito pessoal (Consumo,…) 4,4 4,5 10,1 11,3 9,7 7,2

(*) Com base nos saldos médios ajustados de operações de titularização (**) Sociedades não financeiras

Fonte: Banco de Portugal, Indicadores de Conjuntura, Jan/2009

Face ao nível elevado a que se situaram as taxas interbancárias (Euribor), as

taxas de juro médias, quer dos depósitos quer dos diferentes segmentos de

crédito, atingiram também, no primeiro semestre de 2008, os níveis mais

elevados de todos os últimos anos, prosseguindo em alta até final do ano, a

despeito da descida da taxa de referência do BCE, de 4,25% em Julho para

2,5% em Dezembro.

É de notar, em particular, que a remuneração média dos depósitos até 2 anos no sistema

bancário português – incluindo não só depósitos a prazo, mas também os depósitos à ordem

e contas de poupança – se situava, em Julho de 2008, em 3,83% e em 4,09% em

Novembro, quando a remuneração destes depósitos ainda em Dezembro de 2005 era de

(12)

recursos que tem caracterizado o mercado bancário nos últimos tempos, envolvendo, como é

bem conhecido, a oferta de taxas acima da Euribor por parte de algumas instituições, na

captação de depósitos a prazo. Com efeito, a taxa média dos depósitos continuou a subir nos

últimos três meses, apesar da descida da Euribor. Naturalmente verificou-se também um

aumento na taxa média dos diferentes segmentos do crédito, mas que só no caso do crédito

pessoal excedeu o verificado nos depósitos.

Como é sabido, no entanto, a situação no mercado bancário, no que se refere ao nível das

taxas de juro, alterou-se radicalmente nos últimos dois meses, com a nova descida da taxa

de referência do BCE em Janeiro para 2% e com a nova descida prevista já para Março, que

naturalmente afecta a estrutura temporal das taxas formadas no mercado, com implicações

no custo dos recursos e nas taxas do crédito, e pressionando a margem financeira das

instituições.

Nível de Taxas de Juro Médias No Sistema Bancário 2004 Dez 2005 Dez 2006 Dez 2007 Dez 2008 Julho 2008 Nov ∆ ∆∆ ∆ pp Dez07-Nov08

Depósitos até 2 anos 2,04 2,06 2,72 3,58 3,83 4,04 0,51

Crédito a empresas (*) 4,31 4,41 5,39 6,15 6,41 6,50 0,31

Crédito à habitação 3,78 3,73 4,79 5,51 5,71 5,99 0,48

Crédito pessoal (Consumo…) 7,60 7,68 8,07 8,75 9,07 9,31 0,56

(*) Sociedades não financeiras

Fonte: Banco de Portugal, Indicadores de Conjuntura, Jan/2009

Cabe finalmente referir as medidas adoptadas, no contexto da crise, pelo

Governo visando acautelar a estabilidade do sistema, e em que se destacam

o reforço da garantia de depósitos de 25.000 para 100.000 euros, bem como

as garantias do Estado à emissão de dívida por instituições bancárias e a

criação de um esquema público para a recapitalização eventual das

instituições.

(13)

3.

O Grupo Crédito Agrícola – Evolução e Perspectivas

2

O Grupo Crédito Agrícola, formado, como se sabe, pela Caixa Central, por 91

Caixas Agrícolas e por um conjunto de empresas especializadas, mantém-se

como um dos principais grupos financeiros do nosso país.

O Grupo está implantado em todo o

território nacional, com excepção da

Região Autónoma da Madeira. Em 250

povoações o único estabelecimento

bancário aí existente é o balcão do

Crédito Agrícola, e em mais cerca de

400 outras localidades a sua única

ligação ao sistema bancário consiste

na máquina Multibanco (ATM) aí

instalada pela Caixa Agrícola local. A

sua rede de 662 balcões, em contínua

expansão, é a quinta mais extensa.

Rede de Balcões do CA

Embora a sua quota de mercado, a nível nacional, esteja prejudicada pela

limitada presença nos grandes centros de Lisboa e Porto, nas outras regiões

do país o peso do Crédito Agrícola é bastante importante, perfazendo a sua

rede, em alguns distritos, mais de 30% da rede bancária distrital, com

percentagem ainda mais elevada ao nível de alguns concelhos.

O valor total dos activos geridos pelo Grupo excede, nesta altura, os 11 mil

milhões de euros, e a sua situação líquida está em cerca de 1.000 milhões de

euros, montante que representa um acréscimo de mais de 400 milhões de

euros em relação ao final de 2003.

(14)

Mercê desta evolução, o rácio de solvabilidade do Crédito Agrícola, nesta

altura de mais de 13%, é um dos mais elevados da banca portuguesa, sendo

de registar em especial o rácio “Tier1” (fundos próprios de base) que se situa

em 11,4%.

O Crédito Agrícola tem mantido ao longo dos anos uma rigorosa e prudente

gestão da sua liquidez, traduzida num rácio de transformação de recursos em

crédito de cerca de 80%, significando isso que o Grupo não precisa de

recorrer ao mercado de capitais para suportar a sua actividade creditícia, uma

vez que limita o crédito que faz aos depósitos que capta, deixando ainda uma

confortável margem de segurança.

Em virtude desta situação, o Crédito Agrícola tem uma expressiva posição

credora líquida sobre o conjunto do sistema bancário (bancos portugueses e

vários bancos estrangeiros, sobretudo da Zona Euro), a qual, no momento

actual, se cifra em quase 1.600 milhões de euros.

No exercício em curso, o Crédito Agrícola obteve na actividade bancária

(Caixa Central e Caixas Agrícolas Associadas) um resultado líquido de

impostos que ronda os 116 milhões de euros, resultado que, apesar da crise

financeira internacional e da situação recessiva da economia, superou o

apurado em 2007 (113 milhões), facto digno de especial registo.

Evolução da Situação Líquida do Crédito Agrícola (M €)*

529,0 569,7 656,9 738,1 828,2 873,6 990,3 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Set 08 *SICAM

(15)

Evolução do Crédito e Depósito de Clientes SICAM (M €) 6. 86 2, 6 7. 18 0, 7 7. 59 9, 0 8. 17 4, 0 8. 67 1, 1 9. 15 7, 7 9. 39 5, 4 6. 38 6, 6 6. 69 0, 4 6. 94 2, 3 7. 29 0, 1 7. 46 4, 3 7. 46 7, 4 8. 12 9, 6 0,0 2.500,0 5.000,0 7.500,0 10.000,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Set 08 Depósitos de clientes Créditos sobre Clientes

Este comportamento favorável dos resultados assentou no crescimento com

alguma expressão das comissões, em que se contam as receitas das Caixas

originadas pela venda cruzada, e também na recuperação de crédito vencido,

que teve um contributo importante, num contexto em que a margem

financeira esteve pressionada pela situação do mercado.

Como é sabido, o Grupo tem vindo a fazer importantes investimentos na

melhoria, modernização e segurança da sua infra-estrutura tecnológica e de

sistemas de informação, de forma a poder oferecer aos seus associados e

clientes serviços bancários de primeira qualidade. Esta estratégia comportou

igualmente o desenvolvimento de canais electrónicos complementares ao

canal bancário presencial, destacando-se o lançamento de um serviço de

Internet banking – designado por CA On Line –, um serviço de banca

automática – o Balcão 24 –, e um serviço de banca telefónica – a Linha

Directa –, que têm vindo a granjear adesão crescente por parte dos clientes.

O Crédito Agrícola tem vindo, paralelamente, a melhorar e a alargar as

funcionalidades disponibilizadas por estes canais,

indo ao encontro de solicitações concretas de

clientes. Recentemente, o Crédito Agrícola reforçou a

sua aposta na disponibilização de Terminais de

Pagamento Automático (TPA), em que o Grupo já

dispõe de um parque de mais de 14.400 unidades,

detendo uma quota de mercado de 8% do total.

(16)

4.

Actividade de crédito

Durante o exercício de 2008 o crédito concedido aumentou relativamente

ao ano anterior em 11,7% (em 2007 esta percentagem tinha sido 13,5%).

Esta evolução traduz não só uma maior actividade comercial por parte da

Caixa mas é também, igualmente, o reflexo de uma maior procura por

parte do nosso mercado, pese embora as restrições de natureza

prudencial que tiveram de ser tidas em conta.

Comparativamente aos valores orçamentados registámos uma variação de

mais 2,2 milhões de euros (+9,1%) nesta componente da nossa

actividade.

A evolução do crédito concedido não vencido, só em capital, (valores em

€) encontra-se detalhada no quadro seguinte:

2007

2008

Acrésc.

Crédito concedido

23.219.224

25.925.703

+11,7%

… A curto prazo

3.826.527

4.278.363

+11,8%

… A médio e longo prazo

19.392.698

21.647.340

+11,6%

A evolução do crédito e juros vencidos e provisões (valores em €) foi a

seguinte:

O crédito vencido e não pago, que em 2007 representava 1,74% do total

do crédito concedido, passou a representar em 31 de Dezembro de 2008,

3,25% do total, situação que, tendo em conta o contexto vigente, se tem

de considerar ainda dentro de parâmetros aceitáveis, mas reflectindo

algumas dificuldades de cobrança, situação que levou a um reforço

expressivo das provisões do exercício.

2007

2008

Acrésc.

Crédito e juros vencidos

410.367

871.115

112,3%

(17)

5.

Captação de depósitos

Em 2008 os recursos de clientes (depósitos à ordem, a prazo e

poupanças) registaram uma variação de +7,4% relativamente ao ano

anterior (em 2007 esta variação tinha sido de +5,1%).

Note-se que esta evolução se está operar num quadro especialmente difícil

face aos anúncios da nossa concorrência (alguns deles enganadores),

resultante das alterações não só do nosso mercado mas, também, pela

crise dos mercados financeiros que originam uma maior actividade na área

da captação dos tradicionais produtos de depósitos a prazo e similares.

Comparativamente às nossas previsões (constantes do nosso Plano de

Actividades e Orçamento para 2008) a captação de depósitos teve um

incremento de quase mais 1%, isto é, superámos este objectivo em cerca

de 346 mil euros.

A evolução dos depósitos captados foi a seguinte (valores em €):

2006

2007

2008

Acrésc.

Depósitos

34.267.238 36.018.431 38.670.671 7,4%

...À Ordem

8.708.336 9.035.664

9.462.002 4,7%

...A Prazo e poupança

25.558.902 26.982.766 29.208.669 8,2%

6.

Gestão corrente

Na gestão corrente continuámos a seguir critérios rigorosos na realização

das despesas. As rubricas mais significativas, encontram-se desenvolvidas

no seguinte quadro comparativo (valores em €):

2006

2007

2008

Var.%

Custos correntes 2.193.960 2.374.394 2.838.630 +19,6%

..Juros e encargos similares 670.215 839.104 1.101.729 +31,3%

..Custos com o pessoal 477.077 494.640 542.186 +9,6%

..Gastos Gerais Administrativos 367.064 442.944 467.327 +5,5%

..Impostos 563 408 333 -18,4%

..Outros custos e prejuízos 53.841 150.986 146.117 -3,2%

..Amortizações do exercício 80.186 57.584 58.650 -1,9%

(18)

A variação global decorre essencialmente do acréscimo dos custos com

juros de recursos obtidos tendo em conta a variação em alta das taxas de

juro que se verificaram durante o ano e também do acréscimo das

provisões do exercício.

Em outros custos e prejuízos estão registados ajustamentos de imparidade

de activos (face ao respectivo valor de mercado) decorrente das novas

regras contabilísticas aplicáveis.

O acréscimo verificado em gastos gerais administrativos deve ser

analisado em conjunto com os valores das amortizações do exercício

constatando-se uma variação conjunta relativamente reduzida.

Os proveitos obtidos foram os seguintes (valores em €)

2006

2007

2008

Acrésc. %

Total dos proveitos obtidos 2.486.207 2.903.501 3.408.865 +17,4%

Juros e rendimentos similares 1.874.480 2.281.522 2.683.696 +17,6%

Rendimentos serviços comissões 224.717 257.019 415.624 +61,7%

Reposição e anulação de provisões 345.883 282.692 230.614 -18,4%

Outros proveitos e lucros 41.127 82.268 78.931 -4,1%

Os proveitos correntes reflectem, igualmente, os efeitos do aumento das

taxas de juro activas, bem como dos juros de mora relacionados com a

cobrança de crédito vencido. Neste contexto, incluindo a variação

igualmente ascendente das taxas de juro passivas, a margem financeira

registou uma percentagem de 3,52%, 0,07 p.p.

3

superior à que tinha sido

apurada em 2007 (3,45%) e em linha com as condições actuais de

agravamento dos riscos envolvidos.

Tal como se tinha verificado no exercício anterior, registamos a evolução

especialmente positiva dos proveitos com comissões (+61,7%), como

resultado das iniciativas do grupo relativos aos automatismos criados dos

preçários em vigor, bem como do aumento da actividade de venda

cruzada de produtos e serviços do Grupo, em especial na área dos

seguros.

(19)

7.

Resultados obtidos

Os resultados correntes, extraordinários e líquidos do exercício foram os

seguintes (valores em €):

2006

2007

2008

1-Resultado de Exploração

+292.246 +529.107 +633.275

2-Resultados extraordinários

+64.110

+30.276

+47.282

2.1- Prejuízos extraordinários

-7.384

0

0

2.2- Lucros extraordinários

+71.494

+30.276

+47.282

3. Resultado antes impostos lucros

+356.356 +559.383 +680.557

4. Impostos sobre os lucros (estimativa)

-89.950 -159.952 -250.615

5-Resultado do exercício

+266.406 +399.431 +429.942

Não obstante o comportamento favorável do crédito vencido e da

actividade em geral, à semelhança do exercício anterior, reforçou-se a

provisão para riscos gerais em 100.000 euros. Este reforço tem por

objectivo obter-se uma maior taxa de cobertura do crédito vencido por

provisões, bem como de protecção de outros riscos não especificamente

identificados.

O aumento da estimativa do imposto sobre lucros decorre das alterações

introduzidas no que se refere a créditos concedidos com cobertura de

garantias reais e que alteraram os respectivos pressupostos de cálculo,

apesar das provisões subjacentes continuarem a ser legalmente

requeridas, bem como da anulação de provisões por se terem deixado de

verificar os pressupostos que as justificaram.

Não obstante, os resultados apurados foram francamente positivos tendo

aumentado mais de 7,6% relativamente ao ano anterior e +28%

relativamente ao previsto no nosso orçamento.

8.

Capital social

O capital social aumentou este exercício em quase 247 mil euros (mais

9,4%). Este acréscimo deriva, fundamentalmente, da afectação da reserva

especial em títulos de capital da própria Caixa mantendo-se a diminuição

(20)

9.

Rácio de eficiência

Rácio de eficiência (gastos administrativos / Produto bancário)

55,9%

52,7%

52,0%

66,1%

64,9%

60,8%

54,9%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%

Dez-02 Dez-03 Dez-04 Dez-05 Dez-06 Dez-07 Dez-08

Deve notar-se que este indicador tem estado pressionado pelos custos

decorrentes do processo de modernização, iniciado em 2005, pelo Grupo e

pelo plano de expansão da Caixa (2006). Em Dezembro de 2008 este

indicador já era inferior ao valor indicativo preconizado pela Caixa Central.

10.

Informações de natureza legal

1. Não existiram quaisquer contratos ou operações entre a Caixa e os seus

Órgãos Sociais, em especial, a Direcção e Conselho Fiscal.

2. Não existem dívidas à Segurança Social, nem existem débitos em mora

ao Sector Público Estatal.

3. Em termos ambientais, a Caixa não desenvolve actividades que sejam

relevantes nesta matéria.

(21)

11.

Quadro comparativo das principais rubricas do Balanço

orçamentado e realizado no exercício de 2008.

ACTIVO Dez-07 R Dez-08 P Dez-08 R DISPONIBILIDADES 1.397.584,12 € 2.000.000,00 € 1.361.767,80 € DEPÓSITOS NA CAIXA CENTRAL 14.582.415,49 € 15.698.798,71 € 14.447.415,49 € CRÉDITO CONCEDIDO (BRUTO) 23.219.223,98 € 23.761.776,99 € 25.925.702,54 € CRÉDITO E JUROS VENCIDOS 410.367,20 € 669.146,32 € 871.115,09 € APLICAÇÕES RECUPERAÇÃO CRÉDITO 197.372,87 € 150.000,00 € 215.220,16 € PROVISÖES ACUMULADAS -177.965,19 € -455.923,31 € -545.004,63 € IMOBILIZAÇOES 2.331.911,05 € 2.763.626,25 € 2.368.740,44 € AMORTIZAÇÕES -813.383,15 € -988.715,39 € -630.896,54 € CONTAS DIVERSAS 719.226,28 € 220.353,26 € 898.371,40 €

TOTAL DO ACTIVO 41.866.752,65 € 43.819.062,84 € 44.912.431,75 € PASSIVO Dez-07 R Dez-08 P Dez-08 R RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO 0,00 € 205,00 € 0,00 € DEPÓSITOS DO PÚBLICO 36.018.431,23 € 38.325.000,00 € 38.670.670,55 € DEPÓSITOS À ORDEM 9.035.664,28 € 9.800.000,00 € 9.462.001,79 € DEPÓSITOS À PRAZO 11.956.293,65 € 14.500.000,00 € 11.683.359,67 € DEPÓSITOS POUPANÇA 15.026.473,30 € 14.025.000,00 € 17.525.309,09 € EMPRÉSTIMOS SUBORDINADOS 1.243.500,00 € 1.055.000,00 € 1.000.000,00 € OUTROS RECURSOS 239.627,27 € 151.091,99 € CONTAS DIVERSAS 595.516,79 € 210.000,00 € 802.888,87 € PROVISÕES DIVERSAS 373.848,30 € 455.923,31 € 504.558,18 € CAPITAL SOCIAL E RESERVAS 2.996.398,39 € 3.438.341,57 € 3.353.279,95 € RESULTADO DO EXERCÍCIO (SE POSITIVO) 399.430,67 € 334.592,95 € 429.942,21 €

TOTAL DO PASSIVO e CAPITAIS PRÓPRIOS 41.866.752,65 € 43.819.062,84 € 44.912.431,75 €

Como já referido, a evolução comparada de quase todos as rubricas foi

positiva.

Complementarmente, refere-se o montante dos fundos próprios (calculado

em conformidade com as regras legais em vigor) em 31 de Dezembro de

2008 era de 4.429.409 € (3.763.061€ em 31 de Dezembro de 2007). O

rácio de solvabilidade apurado era de 18,93% (14,75% em 2007)

reforçando-se este indicador que o Banco de Portugal determina não poder

ser inferior a 8%.

(22)

12.

Quadro

comparativo

das

principais

rubricas

da

Demonstração de Resultados orçamentada e realizada no

exercício de 2008.

DEMONSTRAÇAO DE RESULTADOS Dez-07 R Dez-08 P Dez-08 R Juros e rendimentos similares 2.281.522,06 € 2.344.509,87 € 2.683.696,24 € Juros e encargos similares 839.104,09 € 1.016.050,07 € 1.101.728,70 €

MARGEM 1.442.417,97 € 1.328.459,79 € 1.581.967,54 €

Rendimentos de serviços e comissões 257.018,46 € 264.552,39 € 415.623,63 € Outros proveitos e lucros 64.850,68 € 78.931,12 € Encargos com serviços e comissões 40.849,40 € 42.206,66 € 48.177,98 € Outros custos e prejuízos 110.135,73 € 38.372,67 € 97.939,05 €

RESULTADOS FINANCEIROS 1.613.301,98 € 1.512.432,85 € 1.930.405,26 €

Custos com pessoal 494.639,99 € 527.314,96 € 542.185,57 € Gastos gerais administrativos 442.944,89 € 407.936,31 € 467.326,75 €

Impostos 407,75 € 333,07 €

Amortizações do exercício 57.583,67 € 62.270,42 € 58.649,74 € Provisões do exercício 388.728,82 € 224.589,07 € 522.288,52 € Reposição e anulação de provisões 282.692,32 € 138.643,23 € 230.614,08 € Rendimentos por Impostos Diferidos 17.417,50 € 63.039,66 €

RESULTADO DE EXPLORAÇÃO 529.106,68 € 428.965,33 € 633.275,35 €

Correcção de impostos de exercícios anteriores 30.275,95 € 47.281,85 €

RESULTADOS DO EXERCÍCIO ANTES DE IMPOSTOS 559.382,63 € 428.965,33 € 680.557,20 €

Impostos sobre os lucros do exercício 159.951,96 € 94.372,37 € 250.614,99 €

RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 399.430,67 € 334.592,95 € 429.942,21 €

Deve-se registar, em geral, o ajustamento entre o previsto e o

orçamentado bem como uma evolução normal nas diferentes componentes

com excepção para o valor das comissões cobradas, do reforço de

provisões e para o montante da estimativa de impostos sobre os lucros.

(23)

13.

Proposta de aplicação de resultados

De acordo com o que atrás se refere e nos termos legais, a Direcção

propõe:

Que o resultado do exercício, um lucro de quatrocentos e vinte e nove mil

novecentos e quarenta e dois euros e vinte e um cêntimos, 429.942,21 €,

tenha a seguinte aplicação:

Para cobertura dos resultados transitados negativos, originados pelos

ajustamentos contabilísticos derivados das novas normas de contabilidade

ajustadas, o valor de 9.763,00 €

Para reserva legal o valor de 85.992,44€,

Para formação e educação cooperativa 5.000,00 €;

Para mutualismo 5.000,00 €;

Para distribuições pelos sócios com um número igual ou maior a 100

títulos de capital o valor de 18.696,77 €,

Para reforço da Reserva Legal o valor de 305.490,00 €.

14.

Transferência da reserva legal para capital social

Visando o reforço do capital social propõe-se a transferência de

305.490,00 € do valor da reserva legal para a conta do capital social,

constituído por 61.098 títulos de capital da própria Caixa.

15.

Referências

Naturalmente cumpre-nos antes de mais agradecer, em especial, a

confiança dos nossos clientes e associados que se têm mantido fiéis à

única e genuína instituição dos nossos Concelhos. Continuamos de forma

permanente e empenhada a tudo fazer para assegurar a sua satisfação

(24)

produtos e serviços que melhor sirvam os seus interesses sejam eles de

aplicação das suas poupanças, de recurso a crédito ou de serviços

financeiros e de seguros que o Grupo Crédito Agrícola disponibiliza e

permanentemente actualiza.

Aos restantes Órgãos Sociais - Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal

-, agradecemos a sua empenhada acção, o apoio e a confiança.

À FENACAM, à Caixa Central e demais Empresas do Grupo, o nosso

agradecimento.

Em especial devemos destacar as empresas que suportam e desenvolvem

os nossos sistemas de informação e de comunicação, sem os quais não

seria possível, como já referimos, prestarmos os serviços de qualidade que

tem merecido tão bom acolhimento quer internamente nos nossos

serviços quer junto dos nossos clientes.

Uma especial referência para os nossos colaboradores que se têm

dedicado a exercer com especial zelo e grande empenho o seu trabalho.

Vale de Cambra, 3 de Março de 2009

A Direcção

Manuel Francisco dos Santos (Presidente)

António Gomes (Secretário)

(25)

Parecer do Conselho Fiscal:

O Conselho Fiscal nos termos das disposições legais, regulamentares e

estatutárias, reuniu-se extraordinariamente para a elaboração do presente

parecer na sequência da apresentação, pela Direcção, do seu Relatório da

Gestão e das Contas relativas ao Exercício findo em 31 de Dezembro de

2008.

A situação de crise económica e financeira que tem vindo a acentuar-se e

a que a Direcção da Caixa faz igualmente referência, tem merecido uma

especial

atenção

e

preocupação

deste

Conselho

Fiscal

no

acompanhamento regular que exerce junto da Caixa, sua Direcção e

Serviços, com especial ênfase para o sistema de controlo interno e do

crédito concedido.

Pese embora a situação referida verifica-se que quer a Caixa quer o

Crédito Agrícola, através dos seus Órgão Centrais, têm vindo a revelar

uma especial atenção e capacidade de intervenção no sentido de se

manterem com bom desempenho o desenvolvimento das actividades do

Grupo, o que nos cumpre assinalar pois são o fruto de uma estratégia que

se está a mostrar correcta, sem prejuízo da segurança, da modernização

e da adequação dos nossos produtos e serviços ao mercado em que

actuamos.

Registamos, apesar do contexto adverso, a evolução positiva dos

resultados operacionais da Caixa, nomeadamente do produto bancário,

para o que foi especialmente relevante o crescimento acentuado das

comissões cobradas, bem como as medidas tomadas de reforço de

provisionamento, tendo em conta as expectativas dos riscos existentes.

Relativamente aos documentos de prestação de contas, Relatório da

Gestão da Direcção, Balanço e Contas da Caixa que se encontra em

(26)

apreciação, o Conselho Fiscal deliberou aprovar o seguinte parecer para

ser presente à Assembleia Geral:

- Que sejam aprovados o Relatório da Gestão da Direcção e o Balanço e

Contas referentes ao exercício de 2008.

- Que seja aprovada a proposta da Direcção de aplicação e distribuição de

resultados.

Vale de Cambra, 5 de Março de 2009

O Conselho Fiscal

Manuel Gonçalo Bastos Pinho (Presidente)

Alcindo Soares de Pinho (Vogal)

(27)

Balanço

Demonstração de

Resultados

(28)

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE VALE DE CAMBRA, C.R.L. BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

2007 Provisões,

Activo imparidade e Activo Activo

ACTIVO Notas Bruto amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL Notas 2008 2007

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 375.786 375.786 394.942 Recursos de bancos centrais 22

Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 985.390 985.390 1.001.059 Passivos financeiros detidos para negociação 23 88

Activos financeiros detidos para negociação 7 88 88 - Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 24

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 8 - - Recursos de outras instituições de crédito 25

Activos financeiros disponíveis para venda 9 - - Recursos de clientes e outros empréstimos 26 38.947.521 36.251.133

Aplicações em instituições de crédito 10 14.646.826 14.646.826 14.725.635 Responsabilidades representadas por títulos 27

Crédito a clientes 11 26.870.345 (545.005) 26.325.341 23.533.878 Passivos financeiros associados a activos transferidos 28

Investimentos detidos até à maturidade 12 - - Derivados de cobertura 14

Activos com acordo de recompra 13 - - Passivos não correntes detidos para venda 29

Derivados de cobertura 14 - - Provisões 30 504.558 373.848

Activos não correntes detidos para venda 15 183.545 (27.000) 156.545 149.545 Passivos por impostos correntes 20 - 87.425

Propriedades de investimento 16 - - Passivos por impostos diferidos 20

Outros activos tangíveis 17 1.487.542 (603.471) 884.071 903.281 Instrumentos representativos de capital 31

Activos intangíveis 18 426 (426) - 83 Outros passivos subordinados 32 1.025.499 1.244.666

Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 19 880.773 880.773 635.164 Outros passivos 33 519.671 412.858

Activos por impostos correntes 20 - 0 Total do Passivo 40.997.337 38.369.930

Activos por impostos diferidos 20 140.513 140.513 85.585

Outros activos 21 385.228 385.228 336.588 Capital 35 2.872.375 2.625.460

Prémios de emissão 35

Outros instrumentos de capital 36

Reservas de reavaliação 36

Outras reservas e resultados transitados 36 480.905 370.938

Lucro do exercício 36 429.942 399.431

Dividendos antecipados

Total do Capital 3.783.222 3.395.829

Total do Activo 45.956.461 (1.175.901) 44.780.559 41.765.759 Total do Passivo e do Capital 44.780.559 41.765.759

O Técnico Oficial de Contas A Direcção

Eduardo Augusto Pombo Martins (TOC 9916) Manuel Francisco dos Santos (Presidente)

Carlos Manuel Almeida Dias (Tesoureiro) António Gomes (Secretário) (Montantes expressos em Euros)

2008

(29)

CRL

RUBRICA Notas 2008 2007

79 Juros e rendimentos similares 37 2.683.696 2.281.522

66 Juros e encargos similares 38 (1.101.729) (839.104)

Margem financeira 1.581.968 1.442.418

Rendimentos de instrumentos de capital 39

81 Rendimentos de serviços e comissões 40 415.624 257.018

68 Encargos com serviços e comissões 41 (48.178) (40.849)

Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 42

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 43

69-83 Resultados de reavaliação cambial 44 1.613 412

726-844 Resultados de alienação de outros activos 45 (3.246)

72-84-726+844 Outros resultados de exploração 46 (5.843) (19.866)

Produto bancário 1.945.184 1.635.887

70 Custos com pessoal 47 (542.186) (494.640)

71 Gastos gerais administrativos 48 (467.327) (442.945)

77 Amortizações do exercício 17 e 18 (58.650) (57.584)

Provisões líquidas de reposições e anulações 30 (291.674) (99.232)

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber

de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) (6.805)

Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 30

76 Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 30 (7.000) (20.000)

Resultado antes de impostos 578.347 514.681

Impostos

65 correntes 20 (203.333) (129.676)

86-74 diferidos 20 54.928 14.425

Resultado líquido do exercício 429.942 399.430

78-88

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE VALE DE CAMBRA, C.R.L. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 (Montantes expressos em Euros)

(30)

CRL

31-12-2008 31-12-2007

Fluxos de caixa das actividades operacionais

Recebimento de juros e comissões 3.099.320 2.538.540

Pagamento de juros e comissões (1.149.907) (879.953)

Pagamentos ao pessoal e fornecedores (1.009.512) (933.810)

Contribuições para o fundo de pensões - (3.775)

(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento (148.405) (115.251)

Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional (4.230) (19.454)

Resultados operacionais antes das alterações nos activos operacionais 787.266 586.298

(Aumentos) / diminuições de activos operacionais:

Activos financeiros detidos para negociação e outros activos ao JV 88

-Activos disponíveis para venda 13.112

-Aplicações em instituições de crédito (78.809) 447.711

Crédito a clientes 2.939.315 2.907.020

Investimentos detidos até à maturidade -

-Derivados de cobertura -

-Activos não correntes detidos para venda 14.000 92.500

Outros activos 103.568 (1.796)

(…) -

-2.991.274 3.445.435

Aumentos / (diminuições) de passivos operacionais:

Passivos financeiros detidos para negociação e derivados de cobertura 88

-Recursos de outras instituições de crédito - (205)

Recursos de clientes e outros empréstimos 2.696.388 1.774.878

Outros passivos 19.388 46.266

(…) -

-2.715.865 1.820.939

511.857 (1.038.198)

Fluxos de caixa de actividades de investimento

Variação de activos tangíveis e intangíveis 39.357 10.501

Recebimento de dividendos -

-Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas 245.610 (0)

(…) -

-284.966 10.500

Fluxos de caixa das actividades de financiamento

Aumento de capital 246.915 189.755

Diminuição de capital -

-Pagamento de dividendos -

-Variação de passivos subordinados (219.167) 494.583

Reservas (289.464) (215.503)

(…) -

-(261.717) 468.835

Aumento / (diminuição) de caixa e seus equivalentes (a) (34.825) (579.863)

Caixa e seus equivalentes no início do exercício 1.396.001 1.975.864

(b) 1.361.176 1.396.001

CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA MÚTUO DE VALE DE CAMBRA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Caixa líquida das actividades de financiamento

Caixa e seus equivalentes no fim do exercício Caixa líquida das actividades operacionais

(31)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

(Montantes expressos em euros, excepto quando expressamente indicado)

1. NOTA INTRODUTÓRIA

O presente anexo encontra-se organizado de acordo com as instruções do Banco de Portugal, apenas se desenvolvendo as partes aplicáveis. Nas situações em que tal não acontece é efectuada uma menção explícita de “não aplicável”. Nos quadros de valores ou meramente quantitativos, em geral, segue-se a regra de explicitar apenas as rubricas com valores ou movimentos e quantidades durante os exercícios em referência, o que significa que quando não explicitados se tem de concluir que não existem quaisquer dados a reportar. Teve-se ainda em conta que a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vale de Cambra, CRL, é parte integrante do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo e que a Caixa Central – Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL é a entidade responsável pela apresentação das contas consolidadas deste Sistema, pelo que o seu Anexo às Contas Consolidadas constitui, também, um complemento ao presente documento.

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vale de Cambra, C.R.L., com sede na Rua do Hospital nº 402-404 em Vale de Cambra (adiante designada por CCAM) é uma instituição de crédito constituída em 20 de Outubro de 1978, sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Tem actualmente como âmbito de acção e actividade os conselhos de Vale de Cambra e São João da Madeira, sendo a cobertura feita através de uma rede de dois balcões ligados “ on line “ entre si e a sede (desde Fevereiro de 2005). Constitui objecto da CCAM, a prática de todas as operações permitidas pelo Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo (RJCAM), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/91, de 11 de Janeiro, e alterado por vários diplomas subsequentes, tendo, também obtido autorização para a prática de operações de crédito com não associados nos limites e condições previstos no Aviso n.º 6/99 e na Instrução n.º 31/99 actualizada pela Instrução n.º 34/2000, do Banco de Portugal.

A CCAM, como supra se refere, forma parte do “Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo” (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (também adiante designada de CCCAM) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à CCCAM assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.

As notas cujos números não são indicados neste Anexo não têm aplicação por inexistência das situações a que se referem ou por imaterialidade dos valores a reportar. 2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS

POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação das contas

As demonstrações financeiras da CCAM foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.

(32)

de Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal, excepto no que se refere a:

i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;

ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber são, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior;

iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga; iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não

sendo deste modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais-valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”.

v) Benefícios aos empregados, através do estabelecimento de um período para diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19.

De acordo com os Avisos do Banco de Portugal nº 4/2005 de 21 de Fevereiro e nº 12/2005 de 30 de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 31 de Dezembro de 2007, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2009, com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de Dezembro de 2011.

Em 2007 a CCAM apresentou pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA. Em 2008 foram ainda contabilizados em resultados transitados os ajustamentos associados à IAS 19 (benefícios a

empregados) nos termos definidos supra referidos associados às

responsabilidades com pensões e aos benefícios de saúde pós-emprego (SAMS). As demonstrações financeiras da CCAM em 31 de Dezembro de 2008 estão pendentes de aprovação pelos correspondentes órgãos sociais. No entanto, é convicção da Direcção da CCAM que estas demonstrações financeiras virão a ser aprovadas sem alterações significativas.

2.2. Comparabilidade da informação

Conforme permitido pelo Aviso nº 1/2005, a CCCAM bem como as caixas de crédito agrícola mútuo do SICAM elaboraram até 31 de Dezembro de 2006 as suas demonstrações financeiras, em base individual, em conformidade com as normas

(33)

Em 2007 a CCAM apresentou pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA. Neste sentido as contas de 2008 são comparáveis com as de 2007 por seguirem o mesmo normativo (NCA).

2.3. Resumo das principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:

a) Especialização dos exercícios

A CCAM adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

b) Transacções em moeda estrangeira

Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros ao câmbio de "fixing" da data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.

Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem, de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na posição cambial.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são registadas na posição cambial.

c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos Não aplicável

d) Crédito e outros valores a receber

Conforme descrito na Nota 2.1 estes activos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.

A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método da taxa efectiva, quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês. Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.

Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de provisões, nos termos descritos abaixo. Os juros são reconhecidos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, sendo as comissões e custos associados aos créditos periodificados ao longo da vida das

(34)

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados em resultados ao longo da vida das operações.

Provisões para crédito e juros vencidos, créditos de cobrança duvidosa, risco país e riscos gerais de crédito

De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro), e outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal, são constituídas as seguintes provisões para riscos de crédito:

i) Provisão para crédito e juros vencidos

Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período decorrido desde a data de incumprimento.

ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa

Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95, são considerados créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:

- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se

verifique, relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:

. Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros; . Estarem em incumprimento há mais de:

. Seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;

. Doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez anos;

. Vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.

Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.

- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.

iii) Provisão para risco país Não aplicável.

(35)

fazer face a riscos de cobrança do crédito concedido e garantias e avales prestados.

Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do crédito não vencido, incluindo as garantias e avales:

- 1,5%, no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito

a particulares, cuja finalidade não possa ser determinada;

- 0,5%, relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou

operações de locação financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;

- 1%, no que se refere ao restante crédito concedido.

Nos exercícios de 2001 e 2002 foram aceites como custo fiscal 50% dos reforços da provisão para riscos gerais de crédito. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os reforços desta provisão deixaram de ser aceites fiscalmente como custo.

A CCAM classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento considerada vencida toda a dívida. Periodicamente, a CCAM abate ao activo os créditos considerados incobráveis por utilização das provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.

e) Outros activos e passivos financeiros

Os outros activos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo

com os IAS 32 e IAS 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.

i) Activos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos financeiros detidos para negociação

Não aplicável.

ii) Activos financeiros disponíveis para venda Não aplicável

iii) Investimentos a deter até à maturidade Não aplicável

iv) Empréstimos e contas a receber

De acordo com a restrição estabelecida pelo Aviso nº 1/2005, nesta rubrica são registados apenas os valores a receber de outras instituições de crédito.

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