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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA EM FUNÇÃO DO

ARMAZENAMENTO

Cibelle Noemia de Melo Vieira Souza

Agrônoma

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA EM FUNÇÃO DO

ARMAZENAMENTO

Cibelle Noemia de Melo Vieira Souza

Orientador: Prof. Dr. Rogério de Andrade Coimbra

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Agronomia.

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

S729q Souza, Cibelle Noemia de Melo Vieira.

Qualidade de sementes de soja em função do armazenamento / Cibelle Noemia de Melo Vieira Souza. -- 2018

vii, 45 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Rogério de Andrade Coimbra.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Sinop, 2018.

Inclui bibliografia.

1. Ambiente. 2. germinação. 3. Glycine max (L) Merrill. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

Cibelle Noemia de Melo Vieira Souza - nascida em 22 de agosto de 1991, no município de Barbacena, Estado de Minas Gerais. Ingressou no curso de Agronomia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) em março de 2010. Em dezembro de 2014 obteve o título de Agrônoma. Iniciou o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Agronomia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Sinop em março de 2016.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela força e saúde para concluir esta etapa.

Ao meu esposo, Diego, por estar sempre presente, me apoiando e me dando forças para continuar.

Aos meus pais, Alexandre e Sueli, pelos ensinamentos, confiança e incentivo.

À minha irmã Melissa, pelo companheirismo e amizade.

Aos meus avós, Geraldo, Francisca e Zélia, pelo apoio e orações.

Às minhas amigas, Priscila e Kamilla, que mesmo distante se fizeram presentes; e à Elaine, pelo apoio e companheirismo a cada dia.

À Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e ao Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, pela oportunidade da realização do excelente curso de Pós-Graduação em Agronomia.

Ao Prof. Dr. Rogério de Andrade Coimbra, pela orientação, conselhos, paciência e exemplo de pessoa.

À empresa Sementes Rio Alegre, pelo apoio na execução do projeto. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, pela concessão da bolsa de mestrado.

Aos técnicos e funcionários da Embrapa Agrossilvipastoril, em especial a Anízia, pela ajuda e atenção durante o experimento.

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Sumário

RESUMO ... viii

ABSTRACT ... viii

CAPÍTULO 1 - Considerações gerais ... 9

1. Introdução ... 9

2. Revisão de Literatura ... 10

2.1 A cultura da soja ... 10

2.2. Qualidade de sementes ... 11

2.3. Qualidade fisiológica de sementes ... 11

2.4. Deterioração de sementes ... 13

2.5. Armazenamento... 15

3. Referências ... 17

CAPÍTULO 2- Qualidade de sementes de soja armazenadas em diferentes condições ... 20 1. Introdução ... 21 2. Material e Métodos ... 22 3. Resultados... 24 4. Discussão ... 31 5. Conclusão ... 33 6. Referências ... 34

CAPÍTULO 3 - Qualidade das sementes de soja ao longo do armazenamento36 1. Introdução ... 37 2. Material e Métodos ... 38 3. Resultados... 39 4. Discussão ... 46 5. Conclusão ... 49 6. Referências ... 50

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QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA EM FUNÇÃO DO ARMAZENAMENTO

RESUMO – Objetivou-se com este trabalho avaliar a qualidade fisiológica de sementes de soja durante o período de armazenamento. No primeiro experimento foram utilizados três lotes de sementes de soja, cv M7739 IPRO, que foram acondicionadas em câmara fria e seca e em ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar. Os lotes foram avaliados por testes de germinação, primeira contagem de germinação, condutividade elétrica, vigor e viabilidade pelo teste de tetrazólio, a cada 90 dias. No segundo experimento foram utilizados 6 lotes de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO, armazenadas em ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar, que tiveram a qualidade fisiológica analisada pelos mesmos parâmetros do experimento 1, a cada 30 dias. O ambiente de armazenamento das sementes foi monitorado através da mensuração de dados de temperatura e umidade relativa do ar. Conclui-se que a temperatura e umidade relativa do ambiente, possuem influência sobre o comportamento das sementes ao longo do armazenamento; A câmara fria e seca preserva melhor a qualidade de sementes de soja nas condições analisadas neste estudo.

.

Palavras-chave: Ambiente, germinação, Glycine max (L) Merrill

QUALITY OF SOYBEAN SEEDS AS A FUNCTION OF STORAGE

ABSTRACT – The goal was to evaluate the physiological quality of soybean seeds during the storage period. In the first trial, three lots of seeds (cultivar M7739 IPRO) were used, were conditioned in a cold and dry room and in an environment without temperature and relative humidity control. The lots were evaluated for germination test, first germination counting, electrical conductivity, vigor and viability through the tetrazolium test, every 90 days. In the second experiment, six lots of soybean seeds (cultivar M7739 IPRO) were, stored in an environment without temperature and relative humidity control, and had their quality analyzed for the same parameters trial 1, every 30 days. The seed storage environment was monitored by measuring temperature and relative humidity data. It is concluded that the temperature and relative humidity of the environment, influence the behavior of the seeds; The cold and dry room preserves the quality of the soybean seeds under the conditions analyzed in this study.

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CAPÍTULO 1 - Considerações gerais 1. Introdução

O elevado teor de proteínas e lipídeos faz da soja um importante produto no mercado de ração animal, de óleo vegetal e de consumo humano (FERNANDEZ, 2007).

A soja pode ser cultivada em diversas condições ambientais e desempenha papel chave na questão da segurança alimentar mundial. Como a maior fonte de ração animal do mundo, a soja é uma commodity valiosa, com conexões comerciais poderosas nos diversos continentes, além de contribuir de forma importante para a economia dos países que produzem, exportam e a comercializam (WWF, 2014).

O crescimento da cultura da soja no Brasil foi motivado pelo retorno econômico, incremento de novas cultivares e a disponibilidade de um pacote tecnológico que permite o desenvolvimento da soja em novas áreas agrícolas e maior produção. Dentro deste pacote tecnológico pode-se destacar as sementes, que possuem um papel fundamental no sucesso da lavoura. Sementes de alto vigor proporcionam a germinação e a emergência de plântulas de maneira rápida e uniforme, resultando na produção de plantas de alto desempenho, com potencial produtivo elevado (FRANÇA NETO et al, 2016).

Produzir sementes de soja com alta qualidade é um desafio para o setor sementeiro, fazendo-se necessário a adoção de técnicas especiais.

O armazenamento é uma etapa fundamental do processo de produção de sementes, que visa manter a qualidade obtida durante todo o processo produtivo. Por meio dele é possível manter o vigor das sementes até futura semeadura (AZEVEDO et al., 2003).

O processo de deterioração das sementes é inevitável, mas pode ser retardado, dependendo das condições de armazenamento e das características da semente (CARDOSO et al., 2012).

Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho avaliar a qualidade das sementes de soja ao longo do armazenamento pré-plantio em diferentes condições.

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2. Revisão de Literatura

2.1 A cultura da soja

A soja, Glycine max (L) Merrill, é uma planta herbácea, autógama, pertencente à família Fabaceae (SEDIYAMA, 2009). Evidências geográficas, linguísticas e históricas indicam que a soja tenha como centro de origem o continente asiático, mais precisamente a região Nordeste da China (HYMOWITZ, 1970).

O grão de soja contém em média 40% de proteína e 20% de óleo (KAGAWA, 1995), sendo considerado uma ótima fonte de proteína e energia para a alimentação humana, animal e para a indústria de óleos e derivados, podendo ser usada como farinhas, sabões, cosméticos, tintas e biodiesel.

Segundo Albrecht e Ávila (2010), a soja também vem sendo destaque como alternativa na prevenção de doenças e na alimentação humana, podendo ser transformada em diversos alimentos proteicos.

O aumento do uso da soja e sua adaptabilidade à diferentes regiões do Brasil fazem da soja uma cultura de grande interesse socioeconômico e com crescimento expressivo a cada safra.

O Brasil ocupa posição de destaque tanto em produção como em exportação de soja no cenário agrícola mundial. Estima-se que na safra 2017/2018 o Brasil seja responsável por produzir 111.558,6 milhões de toneladas do grão (CONAB, 2018). Deste total, o Mato Grosso produzirá 30,98 milhões de toneladas, o que representa cerca de 30% da produção total brasileira, fazendo deste o maior Estado produtor de soja do Brasil (IMEA, 2018). Devido à grande importância da soja no cenário agrícola brasileiro, o incremento da produção por meio do aumento da produtividade se faz necessário, sendo fundamental o uso de insumos de alta qualidade, manejo adequado e adoção de novas tecnologias.

As sementes são consideradas veículo de tecnologia para o campo e carregam em si uma série de eventos biotecnológicos que desempenham papel fundamental para garantir altas produtividades. As escolhas de variedades

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adequadas para a região de plantio e o uso de sementes de alta qualidade contribuem significativamente para o sucesso das lavouras de soja.

2.2. Qualidade de sementes

A qualidade das sementes envolve uma série de atributos, sendo eles genéticos, físicos, sanitários e fisiológicos, que são capazes de conferir a elas altos índices de vigor, germinação, sanidade e pureza.

Os atributos genéticos estão relacionados à pureza genética e varietal das sementes, enquanto a qualidade física está relacionada à pureza e a condição física da semente, sendo caracterizada pela proporção de componentes físicos presentes nos lotes, tais como, sementes puras, sementes silvestres, outras sementes cultivadas e materiais inertes (POPINIGIS, 1985).

A qualidade sanitária das sementes se refere à presença e a intensidade de ocorrência de patógenos, como os fungos, vírus, nematoides, bactérias e também danos causados por insetos.

Já a qualidade fisiológica está relacionada com a capacidade das sementes em desempenhar funções vitais. O uso de sementes com alta qualidade fisiológica influencia diretamente no desempenho da cultura, proporcionando maior uniformidade da população no campo, alto vigor das plantas e elevada produtividade.

Na implantação de lavouras comerciais, deve-se priorizar o uso de sementes com alta qualidade, que é obtida durante todas as fases do processo produtivo, sendo construída no campo e mantida durante o armazenamento.

2.3. Qualidade fisiológica de sementes

A qualidade fisiológica é representada pela germinação e o vigor das sementes. A porcentagem de germinação, avaliada pelo teste de germinação, procura determinar o máximo potencial germinativo das sementes em condições ideais (BRASIL, 2009). Assim, sementes com alta porcentagem de germinação

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determinada em laboratório, nem sempre terão alta emergência de plântulas em campo, onde as condições podem ser adversas.

Segundo a AOSA (2009), o vigor engloba propriedades das sementes que determinam o seu potencial para uma emergência rápida e uniforme, e o desenvolvimento de plântulas normais sob ampla diversidade de condições de ambiente.

Sementes de alto vigor permitem uma germinação e emergência de plântulas em campo de maneira rápida e uniforme, resultando na produção de plantas de alto desempenho e permitindo a expressão do potencial máximo de cada cultivar (França Neto et al., 2016).

Plantas originadas por sementes de alto vigor apresentam uma maior taxa de crescimento, melhor estrutura de produção e produzem um maior número de vagens e de sementes, o que resulta em maiores produtividades. Esse potencial é maior quando submetidas à situações de estresse, como, por exemplo, em situação de seca, pois o sistema radicular mais profundo dessas plantas possui condições de supri-las com água e nutrientes, assegurando a produção (FRANÇA NETO et al, 2011).

Com o uso de sementes de alto vigor, a produção pode aumentar 35% em relação ao uso de sementes de baixo vigor (KOLCHINSKI et al., 2005).

O vigor é crescente durante o período de desenvolvimento das sementes em campo, sendo a maturidade fisiológica o ponto de máximo acúmulo de matéria seca, relacionada a valores máximos de germinação e de vigor.

O vigor das sementes é inversamente proporcional ao processo de deterioração (SILVA et al., 2016). Assim, quando as sementes começam a deteriorar, há uma queda proporcional nos índices de vigor.

Lotes de sementes com porcentagens de germinação semelhantes podem apresentar níveis distintos de vigor e, portanto, diferenças no potencial de desempenho em campo e no armazenamento (DELOUCHE; BASKIN, 1973). A utilização de testes para determinação do vigor de sementes de soja tem aumentado significativamente no setor produtivo, o que contribui para a destinação correta de lotes com germinação semelhante. Os testes disponíveis incluem tanto os que visam avaliar o estado atual das sementes, e relacioná-lo

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com o desempenho no armazenamento, e/ou após a semeadura, como os que procuram verificar a resposta das sementes em situações de estresse (MARCOS FILHO, 1999).

Os testes de tetrazólio, condutividade elétrica e classificação do vigor de plântulas são considerados testes que avaliam o estado atual das sementes, e os testes de frio, germinação a baixa temperatura, envelhecimento acelerado e deterioração controlada avaliam as sementes em situações diferenciadas de estresse e permitem uma previsão do comportamento dessas sementes após o armazenamento (MARCOS FILHO, 1999).

O teste de tetrazólio é um teste muito utilizado devido a sua rapidez e eficiência na avaliação do vigor e viabilidade das sementes. O tetrazólio baseia-se na atividade das enzimas desidrogenabaseia-ses, que catalisam as reações respiratórias nas mitocôndrias durante a glicólise e o Ciclo de Krebs, reduzindo o sal de tetrazólio (2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio) nos tecidos vivos, resultando na formação de um composto de coloração avermelhada, estável, denominado trifenilformazan (FRANÇA NETO, 1999).

O teste de condutividade elétrica é um método rápido e simples de se determinar o vigor das sementes. É considerado um teste bioquímico e baseia-se no princípio de que a quantidade de lixiviados na solução de embebição das sementes está diretamente relacionada à capacidade de reorganizar as membranas celulares. Assim, quanto maior o valor da condutividade elétrica na solução de embebição das sementes, maior a quantidade de lixiviados liberados e menor será o vigor (VIEIRA; KRZYZANOWSKI, 1999)

2.4. Deterioração de sementes

A deterioração das sementes pode ser definida como a perda da capacidade da semente em produzir uma plântula normal, ou seja, com raízes e parte aérea bem desenvolvidas, quando em processo de germinação e emergência. A perda desta capacidade pode resultar de alterações físicas,

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fisiológicas e bioquímicas, que ocorrem na semente durante seu ciclo de vida (KRZYZANOWSKI et al, 1999).

A deterioração das sementes determina o desequilíbrio funcional de tecidos ativos, provocando a inativação progressiva do metabolismo até a morte (MARCOS FILHO, 2005).

O processo de deterioração é inevitável e pode ter início antes da colheita, após a maturidade fisiológica das sementes, e continuar durante a colheita, processamento e armazenamento, sofrendo grande influência da genética, do processo de produção, fatores ambientais e da qualidade inicial das sementes (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). Assim, é importante manter as sementes em condições onde se consiga retardar e reduzir a velocidade e intensidade do processo de deterioração.

Fatores indesejáveis, como condições adversas durante o

desenvolvimento da semente e na fase de pré-colheita, além de causarem perdas imediatas de germinação e de vigor, submetem a semente à deterioração mais rápida durante o armazenamento (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

O emprego de técnicas adequadas de produção, colheita, secagem, beneficiamento, armazenamento e manuseio permitem reduzir ao mínimo o processo de deterioração (POPINIGINS, 1985).

A maturidade fisiológica das sementes ocorre quando cessa o acúmulo de matéria seca, estando esta com a máxima viabilidade e vigor. Da maturidade fisiológica até a colheita, as sementes permanecem armazenadas a campo sob a influência das condições meteorológicas, as quais frequentemente são desfavoráveis à manutenção da qualidade.

A deterioração por umidade ocorre devido às oscilações meteorológicas como chuvas, neblina e orvalho, agravando-se quando associadas a altas temperaturas. O dano evidencia-se provocando rugas na região oposta do hilo em sementes de soja. Esse efeito deve-se às expansões e contrações do tegumento, decorrente das sucessivas hidratações e desidratações que ocorrem em diferentes proporções no tegumento e nos cotilédones (FRANÇA NETO et al., 2007).

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O processo de deterioração é inevitável e irreversível, porém dependendo das condições de armazenamento e das características da semente pode ser retardado (CARDOSO et al., 2012).

2.5. Armazenamento

O armazenamento é uma etapa fundamental do processo produtivo que pode ajudar na manutenção da qualidade das sementes, preservar a viabilidade e manter o vigor até a futura semeadura (AZEVEDO et al., 2003).

Dentre os fatores que afetam a qualidade durante o armazenamento estão a temperatura, umidade relativa do ar e a qualidade inicial das sementes. Esses fatores estão diretamente relacionados à perda de viabilidade das sementes.

A qualidade inicial das sementes deve ser levada em conta na etapa de armazenamento, pois sementes com qualidade fisiológica superior tendem a superar melhor as variações no armazenamento que sementes com baixa qualidade. Assim, o produtor tem maior segurança e autonomia para definir o destino dos lotes.

A temperatura afeta a velocidade dos processos bioquímicos na semente, enquanto a umidade relativa do ar influencia o teor de água das sementes (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). Em regiões de clima frio, as condições são geralmente favoráveis para o armazenamento aberto.

A temperatura e a umidade relativa do ar no armazém determinarão a velocidade da perda de qualidade do produto relacionadas à fatores indesejáveis, ocorridos durante todo o processo produtivo, como danos mecânicos ocorridos na colheita e durante o beneficiamento.

Os danos mecânicos causados por ação de agentes físicos em sementes de soja são apontados como uma das principais causas de redução da qualidade das sementes durante o armazenamento (SOUZA, 2006). Esses danos refletem no aumento da taxa respiratória das sementes e facilitam a entrada de microrganismos. Segundo Carvalho e Nakagawa (2000), a ação dos fungos, principalmente os de armazenamento (Aspergillus e Penicillium), ocorre desde que haja condições ideais de umidade e temperatura do ar para o seu

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desenvolvimento. A ação de insetos acontece quando há aumento de temperatura e da concentração de dióxido de carbono (CO2) no ambiente de armazenamento.

Os efeitos de microrganismos provocam queda na qualidade fisiológica das sementes, como porcentagem de germinação e vigor mais baixos, que refletem diretamente o sucesso da lavoura.

As condições de temperatura e umidade relativa do ar devem ser constantemente monitoradas nos armazéns. Em regiões de cerrado, devido a baixa umidade relativa (UR) durante o armazenamento, é comum que as sementes percam umidade, podendo chegar a valores abaixo de 8% (FRANÇA NETO e KRZYZANOWSKI, 2006).

De acordo com Forti et al. (2010) o ambiente de armazenamento não controlado ocasiona maior redução do potencial fisiológico nas sementes de soja, quando comparado à câmara seca (50% UR e 20ºC) e câmara fria (90% UR e 10ºC).

No Brasil, de modo geral, as condições climáticas são desfavoráveis ao armazenamento de sementes em condições naturais de armazém aberto.

Armazéns com pouca ventilação, quentes e úmidos não devem ser utilizados para o armazenamento de sementes, por serem a umidade e a temperatura os principais fatores responsáveis pela perda de viabilidade das sementes. É recomendado o armazenamento em locais secos e bem arejados. Além do cuidado na manutenção da temperatura e umidade, as sementes devem ser armazenadas em locais construídos para esse fim, evitando o armazenamento de outros materiais (adubos, defensivos agrícolas), que podem agravar os problemas na armazenagem.

A qualidade das sementes não é melhorada no armazenamento, mas pode ser mantida com um mínimo de deterioração possível, através de armazenagem adequada, a fim de manter o vigor e o poder germinativo pelo maior período possível (POPINIGIS, 1985).

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3. Referências

ALBRECHT, L. P.; ÁVILA, M. R. Manejo de glyphosate em soja RR e a qualidade das sementes. Informativo Abrates, v.20, n.2, p.45-54, 2010.

AOSA. ASSOCIATION OF OFFICIAL SEED ANALYSTS. Seed vigour testing handbook. East Lansing: AOSA, p. 344, 2009.

AZEVEDO, M. R. Q.; GOUVEIA, J. P. G.; TROVÃO, D. M. M.; QUEIROGA, V. P. Influência das embalagens e condições de armazenamento no vigor de sementes de gergelim. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 7, n. 3, p. 519-524, 2003.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Regras para análise de sementes. Brasília: Mapa/ACS, p. 399, 2009.

CARDOSO, R. B.; BINOTTI, F. F. S.; CARDOSO, E. D. Potencial fisiológico de sementes de crambe em função de embalagens e armazenamento. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.42, n. 3, p.272-278, 2012.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4. ed. Jaboticabal: Funep, 2000. 588 p.

CONAB. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO.

Acompanhamento da safra brasileira de grãos. v.5, n.5, p. 142, 2018. Disponível em: http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253. Acesso em: 15 fev. 2018.

DELOUCHE, J. C.; BASKIN, C. C. Accelerated aging techniques for predicing the relative storability of seed lots. Seed Science and Technology, v.1, n.2, p.427-452, 1973.

FERNÁNDEZ, A. J. C. Do Cerrado à Amazônia: as estruturas sociais da economia da soja em Mato Grosso. 2007. 262f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Rural) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

FORTI, V. A.; CICERO, S. M.; PINTO, T. L. F. Avaliação da evolução de danos por ‘umidade’ e redução do vigor em sementes de soja, cultivar TMG 113-RR, durante o armazenamento, utilizando imagens de raio X e testes de potencial fisiológico. Revista Brasileira de Sementes, v.32, n.3, p.123-133, 2010.

FRANÇA NETO, J.B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.3.1-3.24.

FRANCA NETO, J. B; KRZYZANOWSKI, F.C. Alta qualidade é, para setor sementeiro, meta e desafio. Visão Agrícola, n.5, p. 42-46, 2006.

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FRANÇA NETO, J. B; KRZYZANOWSKI, F. C; PÁDUA, G. P; COSTA, N. P; HENNING, A. A. Tecnologia da produção de semente de soja de alta qualidade: Série sementes. Londrina: Embrapa Soja, 2007. p. 12 (Circular Técnica, 40).

FRANÇA-NETO, J. B.; KRZYZANOWSKI, F.C.; HENNING, A. A. Sementes de soja de alta qualidade: A base para altas produtividades. In: CONGRESO DE LA SOJA DEL MERCOSUR, 5.; FORO DE LA SOJA ASIA, 1., 2011, Rosário. Un grano: un universo. 4 p. 1 CD-ROM. MERCOSOJA 2011.

FRANÇA-NETO, J. B; KRZYZANOWSKI, F. C.; HENNING, A. A; PÁDUA, G. P; LORINI, I., HENNING, F. A. Tecnologia da produção de semente de soja de alta qualidade. Londrina: Embrapa Soja, p. 82, 2016 (Documentos 380).

HYMWITZ, T. On the domestication of the soybean. Economy Botany, v.24, n. 4, p.408-421, 1970.

IMEA - INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA. 3° Estimativa da Safra de Soja – 2017/18. Fevereiro, 2018. Disponível em: http://www.imea.com.br/imea-site. Acesso em: 15 fev. 2018.

KAGAWA, A. (Ed). Standard table of food composition in Japan. Tokyo: University of Nutrition for Women, p. 104-105, 1995.

KOLCHINSKI, E. M.; SCHUCH, L. O. B.; PESKE, S. T. Vigor de sementes e competição intra-específica em soja. Ciência Rural, v.35, n.6, p.1248-1256, 2005.

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POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: Agiplan, p. 289, 1985.

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SOUZA, D. C. Análise dos danos mecânicos em sementes de algodoeiro e sua relação com a qualidade. 2006, p. 75. Dissertação (Mestrado Agricultura Tropical) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiaba-MT, 2006.

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WWF. WORLD WILDLIFE FUND. The growth of Soy: Impacts and Solutions. (O crescimento da soja: impactos e soluções) WWFInternational (secretariado internacional da Rede WWF), em Gland, na Suíça, 2014. Disponível em: https://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/wwf_relatorio_soja_port.pdf. Acesso em: 02 fev 2018.

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CAPÍTULO 2- Qualidade de sementes de soja armazenadas em diferentes condições

RESUMO - Objetivou-se com este trabalho avaliar a qualidade fisiológica de sementes de soja armazenadas em condições distintas. Foram utilizados três lotes comerciais de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO. As amostras de sementes foram avaliadas a cada 90 dias através de análise de germinação, primeira contagem de germinação, condutividade elétrica, vigor e viabilidade pelo teste de tetrazólio. Através da caracterização inicial dos lotes pode-se observar que o vigor do lote 1 era inferior aos lotes 2 e 3, apesar dessa diferença os três lotes apresentaram comportamento semelhante nas condições propostas no trabalho. O ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar reduziu a qualidade das sementes a partir dos 90 dias de armazenamento. Houve diferença na condutividade elétrica dos lotes armazenados em câmara fria e seca após 90 dias, porém para os outros parâmetros avaliados não houve diferença. Assim a câmara fria e seca se mostrou mais eficiente na manutenção da qualidade das sementes de soja.

Palavras–chave: Armazenamento, Glycine max (L.) Merrill, vigor

QUALITY OF SOYBEAN SEEDS STORED IN DIFFERENT CONDITIONS

ABSTRACT- The goal was to evaluate the physiological quality of the soybean seed storage in different conditions.Three soybean seeds commercial lots, cultivar’s M7739 IPRO were used. The seeds were evaluated every 90 days, for germination test, first germination counting, electrical conductivity, vigor and viability, through the tetrazolium test. With the initial characterization of the lots, it can be observed that the vigor of lot 1 was lower than lots 2 and 3, despite this difference the three lots presented similar behavior in the conditions proposed in the work. The warehouse without temperature and relative humidity control reduced the seeds quality at 90 days in storage. There was difference at electrical conductivity from 90 days, however the other parameters evaluated did not presented difference, so the cold and dry room show to be more efficient in maintaining the quality of soybean seeds.

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1. Introdução

O complexo soja tem sido protagonista da produção de grãos no Brasil, podendo ser considerado um dos atores principais na balança comercial brasileira (CONAB, 2018). Devido ao seu amplo uso e ao aumento da demanda global por alimentos, a área destinada ao cultivo de soja vem aumentando anualmente. Além do aumento na área plantada, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias tem melhorado o rendimento e ajudado a alavancar a produção (MOREIRA, 2012).

De acordo com a CONAB (2017), é necessário que os pesquisadores e produtores atuem em conjunto, de modo a identificar razões que possam colaborar para expressar a produtividade da soja em todo o seu potencial.

Neste contexto, podemos destacar que o uso de sementes de alta qualidade no plantio da cultura, quando aliado a boas práticas de manejo, garantem uma boa produtividade de grãos. De acordo com França Neto et.al. (2016), o uso de sementes de elevada qualidade permite o acesso aos avanços genéticos, com garantias de qualidade e tecnologias de adaptação nas diversas regiões, assegurando maiores produtividades.

No campo, o uso de sementes de alto vigor apresenta, também, um potencial maior de produção, chegando a índices de até 10% de aumento de produtividade (FRANÇA NETO et al., 2012). Ainda segundo França Neto et.al. (2016), a produção de sementes de soja de elevada qualidade é um desafio para o setor sementeiro, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Nessas regiões, a produção desse insumo só é possível, mediante a adoção de técnicas especiais.

O armazenamento é uma etapa da produção de sementes que merece atenção especial, pois, envolve etapas que vão desde a maturidade fisiológica da semente, ainda no campo, até o momento em que ela é semeada e se iniciam os processos de embebição e de germinação. Durante o período de armazenamento das sementes, a qualidade fisiológica pode sofrer redução, sendo esta proporcional às condições que são expostas.

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O armazenamento adequado das sementes é extremamente importante no processo produtivo por contribuir com a manutenção da qualidade das sementes produzidas até a próxima safra.

Assim, objetivou-se avaliar a qualidade fisiológica de sementes armazenadas em condições distintas.

2. Material e Métodos

Foram utilizados três lotes de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO, obtidos de campos de produção da safra 2016/2017, conduzidos na região de Campo Novo do Parecis, no Estado de Mato Grosso, coordenadas geográficas 13°47'26.7"S e 57°20'07.6"W.

As amostras de sementes foram coletadas no armazém da empresa logo após o beneficiamento e foram acondicionadas em sacos de papel multifoliado. Uma amostra de cada lote permaneceu armazenada na empresa, sob condições locais (ambiente) de armazenamento, sem controle de temperatura e umidade relativa do ar (UR) e a outra amostra foi armazenada em câmara fria e seca a 10°C e 40% UR.

As análises foram realizadas no Laboratório de Análise de Sementes da Embrapa Agrossilvipastoril, localizada em Sinop – Mato Grosso, com coleta a cada 90 dias, durante o armazenamento, em 4 intervalos de tempo (0, 90, 180 e 270 dias).

A qualidade inicial das sementes de soja foi avaliada a partir do teor de água, peso de mil sementes, teste de germinação, primeira contagem de germinação, condutividade elétrica, vigor e viabilidade pelo Teste de Tetrazólio. Para o Teor de Água utilizou-se duas repetições de 50 sementes, que foram pesadas e colocadas em estufa à 105 ± 3°C por 24 horas (BRASIL, 2009). Já o Peso de Mil Sementes foi determinado de acordo com recomendações da RAS (Regras para Análise de Sementes), utilizando-se oito repetições de 100 sementes (BRASIL, 2009).

Para determinar a Germinação utilizou-se quatro sub-amostras de 50 sementes. O teste foi realizado em papel toalha para germinação, na forma de

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rolo, umedecido com água destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do papel e colocados para germinar em germinador vertical, do tipo BOD, previamente regulado à temperatura de 25°C. As avaliações foram feitas no quinto e oitavo dia após a semeadura, seguindo as prescrições contidas nas Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 2009), considerando o número de plântulas normais. O conjunto de rolos de papel e sementes foi acondicionado em sacos plásticos conforme metodologia desenvolvida por Coimbra et al. (2007).

A Primeira Contagem de Germinação segue a metodologia do teste de germinação descrita acima, com avaliação considerando plântulas normais no quinto dia após semeadura.

Na Condutividade Elétrica foram pesadas quatro sub-amostras de 50 sementes para cada tratamento, as quais foram colocadas em copos plásticos, onde ficaram submersas em 75 ml de água destilada por um período de 24h. Após a embebição, à temperatura de 25ºC, a condutividade elétrica foi determinada com auxílio de um condutivímetro (Digimed, DM-32) com resultados expressos em μS.cm-1.g-1 de sementes, de acordo com o método descrito por Vieira e Krzyzanowski (1999).

Para o Teste de Tetrazólio as sementes foram pré-umedecidas entre papel toalha para germinação, acondicionadas em germinador do tipo vertical, BOD, à 25°C por 16 horas. Após esse período, as sementes foram imersas em solução de sal cloreto 2,3,5 trifenil tetrazólio, com concentração de 0,075% e acondicionadas em BOD a 41ºC por três horas, onde permaneceram no escuro. Após este período as sementes foram lavadas em água corrente e mantidas submersas até o final da avaliação. Para avaliação, as sementes foram seccionadas longitudinalmente, dividindo-se o eixo embrionário ao meio, para facilitar a avaliação dos danos. A avaliação de viabilidade e vigor foi realizada conforme metodologia proposta por França Neto et al. (1999). Neste teste foram usadas 100 sementes, divididas em duas repetições de 50 sementes.

Foi utilizado delineamento inteiramente ao acaso, com 4 repetições. Os tratamentos corresponderam a um fatorial 2 x 4, (com duas condições de armazenamento e quatro intervalos de tempo). Os dados foram submetidos à

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análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, a 5% de significância.

3. Resultados

Na Figura 1 encontram-se os dados referentes as médias de temperatura e umidade relativa (UR) do ambiente sem controle ao longo do período de armazenamento das sementes de soja analisadas.

Pode-se observar que houve variação de temperatura e UR no ambiente de armazenamento sem controle, com maior temperatura média de 26,57°C, no mês de outubro, menor de 21,83°C, em julho, e uma variação de 4,74°C.

A maior UR registrada foi 79,23% no mês de março, enquanto a menor foi de 55,5%, no mês de setembro, e a variação foi de 23,73%.

Figura 1. Temperatura (T°C) e umidade relativa (UR) média mensal do ambiente sem controle de umidade e temperatura ao longo do tempo de armazenamento das sementes de soja. Março a dezembro. Sinop, MT. 2018.

Na Tabela 1 pode-se observar o teor de água das sementes nos dois ambientes e nos quatro intervalos de tempo.

0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 M A M J J A S O N D Umida de Rel a tiv a T e mpe ra tura T°C UR (%)

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Tabela 1. Teor de água de três lotes comerciais de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO, em 4 intervalos de tempo e 2 ambientes. Sinop, MT, 2018.

Armazenamento Lote

Período de Armazenamento

0 90 180 270

Câmara fria e seca

1 11,98 8,78 6,97 4,69 2 11,73 9,02 6,69 4,89 3 11,86 9,46 7,86 5,09 Sem Controle 1 11,98 9,24 8,49 7,67 2 11,73 7,40 8,58 7,65 3 11,86 9,10 8,39 8,58

Observa-se que o teor de água inicial das sementes de soja foi próximo de 12% e não apresentou variações expressivas entre os lotes, porém ao longo do armazenamento os lotes analisados apresentaram perda gradativa de água, chegando a níveis muito baixos nos dois ambientes de armazenamento.

Na Tabela 2 encontram-se os dados referentes à caracterização inicial dos três lotes de sementes de soja avaliados.

Tabela 2. Peso de mil sementes (PMS), germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), vigor pelo teste de tetrazólio (VTZ), viabilidade (VB) e condutividade elétrica (CE), de três lotes comerciais de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO. Sinop, MT, 2018.

Lote PMS (g) G (%) PC (%) VTZ (%) VB (%) CE (μS.cm1.g1) 1 123 A 93 A 85 A 77 B 100 A 77,8 B 2 164 A 95 A 78 A 88 A 98 A 64,6 A 3 188 A 93 A 84 A 91 A 99 A 62,8 A Média 158 93 82 85 99 68 CV 40,56 3,80 9,05 3,02 0,82 8,26 DMS 81,20 6,99 14,71 10,78 3,41 11,16

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste Tukey a 5%. CV: coeficiente de variação. DMS: diferença mínima significativa.

Não houve diferença para o peso de mil sementes, germinação, primeira contagem de germinação e viabilidade pelo teste de tetrazólio. Observa-se que os lotes possuem alta qualidade fisiológica, apresentando germinação e viabilidade acima de 90% e vigor entre 78 e 85%. Houve diferença para o teste

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de tetrazólio e o teste de condutividade elétrica, sendo que o lote 1 apresentou menor vigor em relação aos lotes 2 e 3 (TABELA 2).

Na Tabela 3 encontra-se a avaliação da qualidade fisiológica das sementes do lote 1, nos quatro intervalos de tempo e nos dois ambientes analisados. Não foi observado diferença nas sementes do lote 1 armazenadas em câmara fria e seca, para as variáveis avaliadas, apenas para condutividade elétrica, que apresentou queda no vigor das sementes a partir do terceiro intervalo de tempo analisado (180 dias).

Já no ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar, houve diferença significativa nos quatro intervalos de tempo analisados. Pode-se destacar o intervalo inicial (0 dias) como o período superior para germinação, primeira contagem de germinação e condutividade elétrica. A germinação caiu a partir do segundo intervalo de tempo (90 dias) de 93 para 68%, fazendo com que a comercialização deste lote ficasse impedida de acordo com a legislação, que é de 80% (Brasil, 2013). A primeira contagem de germinação apresentou um comportamento semelhante ao da germinação, neste caso, demonstrando queda de qualidade já aos 90 dias de armazenamento.

O vigor e a viabilidade pelo teste de tetrazólio não apresentaram diferença significativa nos 3 primeiros intervalos de tempo, destacando-se o último intervalo avaliado como inferior (TABELA 3).

Na germinação, primeira contagem de germinação e na condutividade elétrica, o ambiente sem controle se mostrou inferior para o armazenamento de sementes de soja a partir dos 90 dias, quando comparado a câmara fria e seca. No vigor pelo teste de tetrazólio, o ambiente de câmara fria e seca foi superior ao sem controle apenas aos 270 dias (quarto intervalo). Para a viabilidade do teste de tetrazólio, o ambiente de armazenamento não promoveu diferença em nenhum intervalo avaliado.

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Tabela 3. Germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), vigor (VTZ) e viabilidade (VB) pelo teste de tetrazólio e condutividade elétrica (CE), do lote 1 nos quatro intervalos de tempo e nos dois ambientes de armazenamento, (Câmara Fria e Seca AMB1 - Armazém - AMB2). Sinop, MT, 2018.

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem pelo teste de Tukey a 5%. CV: coeficiente de variação

G (%) PC (%) VTZ (%) VB (%) CE (μS.cm-1.g-1)

Intervalo

(dias) AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2

0 93 Aa 93 Aa 88 Aa 85 Aa 77 Aa 77 Aa 100 Aa 100 Aa 77,8 Aa 77,8 Aa 90 93 Aa 68 Bb 85 Aa 60 Bb 76 Aa 55 Aa 96 Aa 90 Aba 80,2 Aa 133,1 BCb 180 93 Aa 64 Bb 85 Aa 52 BCb 70 Aa 55 Aa 94 Aa 89 Aba 111,2 Ba 152,7 Cb 270 91 Aa 22 Cb 72 Aa 35 Cb 64 Aa 22 Bb 91 Aa 79 Ba 100,9 Ba 127,4 Bb Média 76,68 70,12 62,00 92,37 107,75 CV 11,59 14,92 10,32 3,54 7,94

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Tabela 4. Germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), vigor (VTZ) e viabilidade (VB) pelo teste de tetrazólio e condutividade elétrica (CE), do lote 2 nos quatro intervalos de tempo e nos dois ambientes de armazenamento, (Câmara Fria e Seca - AMB1 e Armazém - AMB2). Sinop, MT, 2018.

G (%) PC (%) VTZ (%) VB (%) CE (μS.cm-1.g-1)

Intervalo

(dias) AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2

0 95 Aa 95 Aa 78 ABa 78 Aa 88 Aa 88 Aa 98 Aa 98 Aa 64,6 Aa 64,6 Aa

90 95 Aa 88 ABa 78 ABa 77 Aa 88 Aa 59 Bb 95 Aa 90 Aa 71,2 ABa 111,2 Bb

180 94 Aa 80 Ba 78 ABa 65 Ab 79 Aa 53 Bb 97 Aa 82 Aa 94,9 Ba 136,0 Cb

270 81 Aa 80 Ba 63 Ba 56 Ba 78 Aa 40 Bb 97 Aa 92 Aa 84,2 Ba 105,0 Ba

Média 87,68 73,06 71,62 93,62 91,49

CV 6,87 12,54 8,91 5,92 9,76

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Tabela 5. Germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), vigor (VTZ) e viabilidade (VB) pelo teste de Tetrazólio e condutividade elétrica (CE), do lote 3 nos quatro intervalos de tempo e nos dois ambientes de armazenamento, (Câmara Fria e Seca –AMB1 e Armazém - AMB2). Sinop, MT, 2018.

G (%) PC (%) VTZ (%) VB (%) CE (μS.cm-1.g-1)

Intervalo

(dias) AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2 AMB1 AMB2

0 93 Aa 93 Aa 84 Aa 84 Aa 91 Aa 91 Aa 99 Aa 99 Aa 62,8 Aa 62,8 Aa 90 93 Aa 92 Aa 84 Aa 77 Aa 75 Aa 63 Ba 97 Aa 92 Aa 84,2 Ba 107,3 Cb 180 93 Aa 75 Bb 86 Aa 59 Bb 73 Aa 50 Ba 99 Aa 86 Aba 89,1 Ba 117,1 Cb 270 91 Aa 71 Bb 69 Aa 51 Bb 72 Aa 38 Bb 96 Aa 85 Ba 80,0 Ba 89,2 Bb Média 87,25 74,12 69,12 94,12 86,59 CV 5,90 10,08 9,51 3,56 5,34

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Na Tabela 4 encontra-se a avaliação da qualidade fisiológica do lote 2, nos 4 intervalos de tempo e nos dois ambientes analisados.

Analisando-se somente os intervalos de tempo, observa-se que as sementes do lote 2 armazenadas em câmara fria e seca não apresentaram diferença ao longo do armazenamento, exceto o vigor de primeira contagem de germinação e a condutividade elétrica, que classificou o intervalo 1 como superior ao intervalo 3 e 4.

No ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar, a germinação inicial foi superior ao encontrado no intervalo 3 e 4. O vigor pelo teste de tetrazólio e a condutividade elétrica apresentaram diferença no segundo intervalo de tempo, sendo este inferior ao intervalo inicial. Já a primeira contagem de germinação apresentou diferença significativa apenas no último período analisado. Para a viabilidade pelo teste de tetrazólio, não houve diferença significativa em nenhum dos intervalos analisados.

Para a germinação e a viabilidade pelo teste de tetrazólio, não houve diferença para os ambientes analisados. Para os demais parâmetros avaliados, a câmara fria e seca foi superior ao ambiente sem controle de temperatura e umidade em pelo menos uma época de avaliação (TABELA 4).

Na Tabela 5, encontra-se a avaliação da qualidade fisiológica do lote 3, nos 4 intervalos de tempo e nos dois ambientes analisados.

Observa-se que as sementes do lote 3, armazenadas em câmara fria e seca não apresentaram diferença ao longo do armazenamento, exceto para a condutividade elétrica, onde houve queda de vigor a partir do segundo intervalo (90 dias).

No ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa, o intervalo inicial foi superior, onde as sementes possuíam melhor qualidade fisiológica em todos os testes realizados. Pela análise da germinação e primeira contagem, pode-se observar uma queda na qualidade das sementes a partir dos 180 dias. Enquanto no vigor determinado pelo teste tetrazólio e na condutividade elétrica, é possível verificar queda aos 90 dias. Na viabilidade o intervalo 1 e 2 (0 e 90 dias) foram superiores ao intervalo 4 (270 dias).

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O ambiente sem controle foi inferior ao da câmara fria e seca a partir de 90 dias para a condutividade elétrica, 180 dias para a germinação e a primeira contagem de germinação e 270 dias para vigor de tetrazólio. Na viabilidade pelo teste de tetrazólio não houve diferença (TABELA 5).

4. Discussão

A temperatura e a umidade relativa do ar estão entre os fatores que mais influenciam a qualidade das sementes durante o armazenamento.

A redução do teor de água das sementes analisadas ao longo do armazenamento provavelmente está relacionada à troca de vapor de água das sementes com o ambiente. Isto é possível devido ao fato das sementes serem higroscópicas e o seu teor de água estar em equilíbrio com a umidade relativa do ambiente e a temperatura do ar. Todo material higroscópico, tem a propriedade de absorver ou ceder água para o ar que o envolve. Quando a umidade relativa do ar do armazém se modifica, as sementes tendem a absorver ou perder umidade para o ambiente, até atingirem o equilíbrio.

Segundo Berbert (2008), o teor de água é o fator de maior significância na prevenção da deterioração da semente durante o armazenamento. Com baixo teor de água e baixa temperatura da semente, o ataque de microrganismos e a respiração terão seus efeitos minimizados.

Estudos mostram que sementes com elevado teor de água podem ser armazenadas por longos períodos de tempo, quando submetidas a baixas temperaturas, enquanto sementes com reduzidos teores de água, quando expostas a temperaturas de armazenamento elevadas, apresentam substancial perda de viabilidade (AFONSO JUNIOR et al., 2000).

A qualidade inicial das sementes é um fator relevante no armazenamento, que influencia o comportamento dos lotes neste período. Diante disso, fez-se a caracterização inicial dos lotes, que apontou homogeneidade entre os três lotes analisados. Houve diferença para a condutividade elétrica e o vigor determinado pelo teste tetrazólio (TABELA 2).

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O vigor determinado pelo teste de tetrazólio e condutividade elétrica apontaram o lote 1 como inferior em relação aos lotes 2 e 3. Apesar de possuir menor vigor entre os lotes avaliados, o lote 1 pode ser considerado um lote de vigor alto pelo teste de tetrazólio, pois de acordo com França Neto et al. (1999), no teste de tetrazólio, lotes com valores acima de 85% são considerados lotes de vigor muito alto; entre 84% e 75%, vigor alto; entre 74 e 60%, vigor médio; entre 59% e 50%, vigor baixo e igual ou inferior a 49%, vigor muito baixo.

A germinação dos três lotes avaliados encontra-se acima do exigido pela legislação para comercialização de sementes de soja no Brasil, que é de 80% (BRASIL, 2013). O fato dos lotes não apresentarem diferença para germinação pode ser considerado um fator relevante, pois um dos objetivos dos testes de vigor é identificar diferenças na qualidade fisiológica de lotes comerciais de

sementes com germinação semelhante (MARCOS FILHO, 1999;

BITTENCOURT; VIEIRA, 2006).

Os lotes de sementes de soja analisados apresentaram comportamento semelhante nos 2 ambientes (câmara fria e seca e armazém sem controle de umidade relativa do ar e temperatura) nos 4 intervalos de tempo (0, 90, 180 e 270 dias).

Os lotes 1 e 3 quando armazenados em câmara fria e seca à 10°C e 40% UR não sofreram queda na qualidade fisiológica durante o período de armazenamento, exceto para o vigor determinado pela condutividade elétrica, que mostrou uma queda a partir de 180 e 90 dias, respectivamente. Para o lote 2 é possível observar diferença para condutividade elétrica e primeira contagem de germinação. Os primeiros sinais de deterioração das sementes no armazenamento podem ser notados pela perda do vigor. De acordo com Marcos Filho (2005), para a melhor conservação das sementes ortodoxas, como as sementes de soja, o ambiente com umidade relativa e temperatura mais baixa tem se mostrado adequado, já que essas condições permitem manutenção de baixo nível de atividade de reações químicas e preservação do poder germinativo e do vigor das sementes.

Em ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar, houve uma queda na qualidade das sementes a partir dos 90 dias de

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armazenamento para os três lotes analisados. Neste período as sementes de soja do lote 1 já não poderiam ser comercializadas no Brasil, pois não possuíam a germinação mínima estabelecida por lei (BRASIL, 2013), o que também aconteceu para o lote 3, a partir dos 180 dias de armazenamento. Estes resultados também foram encontrados por Forti et al. (2010), que estudando sementes de soja observou, por meio de testes de germinação e vigor, que o ambiente de armazenamento não controlado ocasionou maior redução do potencial fisiológico, comparado a câmara seca (50% UR e 20 °C) e câmara fria (90% UR e 10 °C).

Segundo Villela (2009), sementes de soja mantidas em condições convencionais de armazenamento (temperatura ambiente média de 20 a 25°C, e umidade relativa do ar de 65 a 70%), podem manter a sua germinação por um período de 6 a 8 meses. Porém é possível verificar redução do vigor da semente, e, em condições mais drásticas, as quedas de germinação já podem ser observadas em um período menor, de 60 a 90 dias.

A partir dos 90 dias foi possível notar que a câmara fria foi superior ao ambiente sem controle para a condutividade elétrica em todos os lotes analisados.

De acordo com Marcos Filho (2005), a ação conjunta de altas umidades relativas e temperaturas no armazenamento aceleram o processo de deterioração de sementes ortodoxas, reduzindo a longevidade.

5. Conclusão

Conclui-se que o ambiente em câmara fria é capaz de manter a qualidade das sementes de soja por um período superior ao ambiente sem controle de temperatura e umidade relativa do ar.

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6. Referências

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produtos agrícolas. Viçosa: Aprenda Fácil, p.63-107, 2008.

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CONAB.Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. v.5 - Safra 2017/18, n.5. Quinto levantamento, fevereiro 2018. Disponivel em: http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253. Acesso em: 15 fev. 2018.

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FORTI, V. A.; CÍCERO, S. M.; PINTO, T. L. F. Avaliação da evolução de danos por “umidade” e redução do vigor em sementes de soja, cultivar TMG113-RR, durante o armazenamento, utilizando imagens de raios X e testes de potencial fisiológico. Revista Brasileira de Sementes, v. 33, n. 3, p. 123-133, 2010. MARCOS FILHO, J. Teste de Envelhecimento Acelerado. In.: KRYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (Ed.) Vigor de sementes:

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VILLELA, F. A; MENEZES, N. L. O Potencial de Armazenamento de Cada Semente. Seed News, Ano XIII, n 4, 2009.

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CAPÍTULO 3 - Qualidade das sementes de soja ao longo do armazenamento

RESUMO - Objetivou-se com este trabalho monitorar o ambiente de armazenamento e avaliar o comportamento das sementes de soja em relação à qualidade fisiológica mês a mês. O ambiente de armazenamento foi monitorado através da mensuração da temperatura e umidade relativa do ar. Utilizou-se 6 lotes de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO, que foram avaliadas a cada 30 para germinação, primeira contagem de germinação, tetrazólio, viabilidade, condutividade elétrica, teor de água e peso de mil sementes. Pode-se observar que a qualidade fisiológica das sementes dos 6 lotes reduziu ao longo do período de armazenamento em todos os parâmetros avaliados. Conclui-se que a temperatura e umidade relativa do ambiente influenciam o comportamento das sementes ao longo do armazenamento.

Palavras-chave: Glycine max (L.) Merrill, qualidade fisiológica, temperatura

QUALITY OF SOYBEAN SEEDS DURING STORAGE

ABSTRACT: The goal was to monitor the storage environment and evaluate the soybean seeds behavior in relation to physiological quality, month to month. The storage was monitored by measuring temperature and relative humidity. Six soybean seeds lots, cultivar M7739 IPRO, were used, which were evaluated every 30 days for germination, tetrazolium, viability, electrical conductivity, water content and thousand seed weight. It could be observed that the six lots seed’s physiological quality was reduced throughout the storage period for all evaluated parameters. It is concluded that the temperature and relative humidity of the environment influences the behavior of the seeds during storage.

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1. Introdução

A soja, Glycine max (L.) Merrill, é considerada uma cultura de importância mundial que vem sendo amplamente utilizada para a elaboração de rações animais, produção de óleo e outros subprodutos, além do seu consumo in natura, que vem se expandindo nas últimas décadas (ARAÚJO, 2009).

Segundo França Neto (2016), o sucesso da lavoura de soja depende de diversos fatores, mas sem dúvida, o mais importante deles é a utilização de sementes de elevada qualidade, que geram plantas de alto vigor e que terão um desempenho superior no campo. A qualidade fisiológica representa meta prioritária no processo de produção de sementes de qualquer espécie, uma vez que dela depende a germinação adequada e a emergência de plântulas (MARCOS FILHO, 2013).

O armazenamento é uma etapa fundamental no processo de produção, através do qual é possível manter a qualidade das sementes obtida no campo até a semeadura.

São muitos fatores que afetam a eficiência do armazenamento, dentre eles podemos destacar a qualidade inicial das sementes, a temperatura e a umidade relativa do ar.

A temperatura e a umidade relativa do ar são determinantes no processo de perda de viabilidade de sementes e alterações na qualidade do produto durante o armazenamento e (KONG et al., 2008; MALAKER et al., 2008).

Neste contexto, avaliar a qualidade de sementes de soja ao longo do armazenamento assume papel importante na produção de sementes, principalmente em regiões onde as condições climáticas não são adequadas para esse fim.

O objetivo com este trabalho foi monitorar o ambiente de armazenamento das sementes de soja no período de entressafra e avaliar o comportamento das sementes em relação à qualidade fisiológica mês a mês.

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2. Material e Métodos

A rotina de armazenamento de 6 lotes comercias de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO, foram acompanhadas durante a safra 2016/17. O ambiente de armazenamento das sementes foi monitorado a partir da mensuração da temperatura e umidade relativa do ar do local, que foi registrada a cada 1 hora por instrumentos portáteis de coleta e armazenamento de dados.

Os lotes de sementes de soja utilizados no trabalho foram obtidos em campos de produção de sementes, localizados em Campo Novo do Parecis, no Estado de Mato Grosso, coordenadas geográficas 13°47'26.7"S e 57°20'07.6"W. Foram coletadas amostras logo após o beneficiamento para caracterização inicial dos lotes e, a cada 30 dias, entre os meses de março e outubro de 2017, para a realização das análises fisiológicas.

As análises foram realizadas no Laboratório de Análise de Sementes da Embrapa Agrossilvipastoril, localizada em Sinop – MT.

Foram determinados o Peso de Mil Sementes (PMS) de acordo com recomendações da RAS (Regras para Análise de Sementes), utilizando-se oito repetições de 100 sementes. Para o Teor de Àgua, utilizou-se duas repetições de 50 sementes, que foram pesadas e colocadas em estufa à 105 ± 3°C por 24 horas (BRASIL, 2009).

Os parâmetros avaliados foram germinação, primeira contagem de germinação, condutividade elétrica, vigor e viabilidade pelo Teste de Tetrazólio.

No teste de Germinação utilizou-se quatro sub-amostras de 50 sementes. O teste foi realizado em papel toalha para germinação, na forma de rolo, umedecido com água destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do papel e colocados para germinar em germinador vertical, tipo BOD, previamente regulado à temperatura de 25°C. As avaliações foram feitas aos cinco e oito dias após a semeadura, seguindo as prescrições contidas nas Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 2009), considerando o número de plântulas normais. O conjunto de rolos de papel e sementes foi acondicionado em sacos plásticos conforme metodologia desenvolvida por Coimbra et al. (2007).

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A Primeira Contagem de Germinação seguiu a metodologia do teste de germinação descrita acima, com avaliação considerando plântulas normais no quinto dia após semeadura.

Para a Condutividade Elétrica, foram pesadas quatro sub-amostras de 50 sementes para cada tratamento, as quais foram colocadas em copos plásticos, onde ficaram submersas em 75 ml de água destilada por um período de 24h. Após a embebição, à temperatura de 25ºC, a condutividade elétrica foi determinada com auxílio de um condutivímetro (Digimed, DM-32) com resultados expressos em umhos/cm/g de sementes (μS.cm-1.g-1), de acordo com o método descrito por Vieira e Krzyzanowski (1999).

No teste de Tetrazólio, as sementes foram pré-umedecidas entre papel toalha para germinação, acondicionadas em germinador do tipo vertical, BOD, à 25°C por 16 horas. Após esse período as sementes foram imersas em solução de sal cloreto 2,3,5 trifenil tetrazólio, com concentração de 0,075% e acondicionadas em BOD a 41ºC por três horas onde permaneceram no escuro. Após este período as sementes foram lavadas em água corrente e mantidas submersas em água até o final da avaliação. Para avaliação, as sementes foram seccionadas longitudinalmente dividindo-se o eixo embrionário ao meio, para facilitar a avaliação dos danos. A avaliação de viabilidade e vigor foi realizada conforme metodologia proposta por França Neto et al., (1999). Neste teste foram utilizadas 100 sementes, divididas em duas repetições de 50 sementes.

Foi utilizado delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Os tratamentos corresponderam a oito intervalos de tempo de avaliação. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, a 5% de significância.

3. Resultados

Nas Figuras 1 e 2 estão as médias de temperatura (°C) e umidade relativa do ar (UR %) mensais do ambiente de armazenamento, respectivamente. Pode-se obPode-servar uma variação expressiva na temperatura do armazém das Pode-sementes ao longo dos meses de armazenamento. A temperatura média mensal mais

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elevada ocorreu nos meses de março, abril, maio e outubro, onde foram registradas médias mensais em torno de 26°C. A temperatura máxima registrada foi 33,7°C, em outubro, no momento de embarque das sementes, e a mínima foi de 16,6°C, no mês de julho (FIGURA 1).

Figura 1. Temperatura (T°C) máxima, média e mínima mensal do ambiente ao longo do tempo de armazenamento das sementes de soja. M: março; A: abril; M: maio; J: junho; J: julho; A: agosto; S: setembro; O: outubro. Sinop, MT, 2018

É possível observar uma variação expressiva na umidade relativa do ar do armazém, que apresentou comportamento semelhante ao da temperatura, com queda e posterior aumento no final do período de armazenamento (FIGURA 2). 10 15 20 25 30 35 40 M A M J J A S O T° MÁX T° MIN T° MÉDIA

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Figura 2. Umidade relativa (UR %) máxima, média e mínima mensal do ambiente ao longo do tempo de armazenamento das sementes de soja. M: março; A: abril; M: maio; J: junho; J: julho; A: agosto; S: setembro; O: outubro. Sinop, MT, 2018.

Na Tabela 1 encontram-se os dados referentes à caracterização inicial dos 6 lotes de sementes de soja avaliados.

Tabela 1. Peso de mil sementes (PMS), germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), vigor pelo teste de tetrazolio (VTZ), viabilidade (VB) e condutividade elétrica (CE), de seis lotes comerciais de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO. Sinop, MT, 2018.

Lote PMS (g) G (%) PC (%) VTZ (%) VB (%) CE (μS.cm -1.g-1) 1 158 C 93 AB 85 A 77 A 100 A 77,8 B 2 184 B 95 A 78 AB 88 A 98 A 64,6 A 3 213 A 93 AB 84 A 91 A 99 A 62,8 A 4 152 C 96 A 65 BC 80 A 99 A 90,3 C 5 156 C 91 AB 57 C 78 A 99 A 76,9 B 6 180 B 84 B 58 C 78 A 99 A 73,3 AB Média 174,44 91,58 71,00 82,00 99,00 74,30 CV 3,2 4,68 11,06 6,21 1,16 6,29 DMS 8,34 9,63 17,64 20,29 4,59 10,51

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%. CV: coeficiente de variação. DMS: diferença mínima significativa.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 M A M J J A S O UR MÁX UR MÍN UR MÉDIA

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O PMS permitiu separar os lotes em 3 classes de tamanho, sendo o maior o lote 3 e os lotes 1, 4 e 5 de menor tamanho. Pode-se observar que os 6 lotes possuíam uma germinação alta, entre 84 e 96%, havendo diferença entre os lotes, sendo o lote 2 e 4 superiores ao lote 6. O vigor de primeira contagem de germinação permitiu estratificar os lotes em 2 classes de vigor, sendo os lotes 1 e 3 lotes de vigor superior aos lotes 5 e 6. Através da condutividade elétrica foi possível separar os lotes em 3 classes de vigor. Destacam-se o lote 2 e 3 como superiores e o lote 4 como inferior. O vigor e a viabilidade obtidos através do teste de tetrazólio não apresentaram diferença entre os lotes analisados.

Na Tabela 2 encontram-se os dados referentes ao teor de água das sementes ao longo do período de armazenamento.

Tabela 2. Teor de água de seis lotes comerciais de sementes de soja, cultivar M7739 IPRO ao longo do armazenamento. Sinop, MT, 2018.

Teor de Água (%) Lote Período de Armazenamento M A M J J A S O 1 11,98 9,96 11,75 9,24 6,16 6,05 8,49 8,74 2 11,73 9,92 11,86 7,40 6,30 6,23 8,58 9,00 3 11,86 10,13 11,75 9,10 6,24 6,25 8,39 8,86 4 11,70 10,07 11,74 9,37 6,16 6,26 8,25 9,02 5 11,82 10,02 12,00 10,85 5,87 6,06 8,45 9,57 6 11,92 10,84 11,44 9,48 6,21 6,19 8,37 9,21 Média 11,08 10,15 11,75 9,24 6,15 6,17 8,42 9,06

M: março; A: abril; M: maio; J: junho; J: julho; A: agosto; S: setembro; O: outubro

Pode-se observar que os 6 lotes foram armazenados inicialmente com teor de água adequado para sementes de soja, próximo à 12%. Porém, ao longo do armazenamento houve uma queda gradativa no teor de água das sementes, chegando a níveis muito baixos nos meses de julho e agosto, com médias de 6,15 e 6,17%, respectivamente. Nota-se que nos meses de setembro e outubro o teor de água das sementes torna a aumentar, chegando a média de 9,06%.

Na Tabela 3 estão os dados referentes a germinação dos 6 lotes de soja analisados durante o armazenamento.

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