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REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

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PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

SILMARA SILVEIRA ANDRADE

REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Assunção, Paraguay Março 2015

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REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

A aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE) tinha padrões elevados de rendimento entre os alunos, até a década de 1960, muito embora uma minoria tivesse acesso a esse ensino.

Na década seguinte, contudo, o ensino de LE na escola pública passou a uma forma instrumental ligada aos critérios de produtividade e competitividade da globalização. Segundo Bohn (2003), esse fato favoreceu os institutos de línguas, que por sua vez conseguiram notoriedade e fama.

Atualmente, muito, além disso, é imprescindível que o ensino de LE capacite o aluno a compreender e a produzir enunciados corretos na nova língua, como também contribua para sua formação geral enquanto cidadão.

No entanto, foi no final dos anos de 1990 que as línguas estrangeiras modernas conseguiram recuperar a importância que por muito tempo lhes foi negada. Assim, passaram a ser tidas como disciplinas tão relevantes como qualquer outra do currículo. Leffa (2006, p.10) fala da “necessidade de uma política intercultural solidária para o ensino de língua estrangeira”. Assim, o professor deve ter consciência e ensinar a utilizar a língua para promover a solidariedade e a cidadania.

Já Bagno (2002) sobre a formação do professor de língua, fala que

(...) formar cidadãos capazes de se exprimir de modo adequado e competente, oralmente e por escrito, para que possam se inserir de pleno direito na sociedade e ajudar na construção e na transformação dessa sociedade, é oferecer a eles uma verdadeira “educação linguística“ (BAGNO, 2002, p.80).

Conforme (OLIVEIRA, 2009, p.29) é importante destacar que a maioria dos professores de línguas estrangeiras nas escolas públicas do país não fala a língua que leciona ou fala pouco. Esse fato mostra a necessidade de se rever os currículos dos cursos que formam esses profissionais de LE.

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Espera-se que ao menos, esses professores licenciados façam uso das quatro habilidades linguísticas básicas que são: falar, escrever, ouvir e ler em língua estrangeira. Dessa forma, o uso oral será praticado em reais situações de comunicação.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN-Lei n 9394, de 1996) prevê que ,seja ensinada ao menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha fica a cargo da comunidade escolar, observadas às possibilidades da instituição. O art.36 dessa lei determina que o currículo também tenha uma língua estrangeira moderna com disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda língua, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.

Os PCNs (2000) preconizam que “o objetivo primordial do professor de língua estrangeira deve ser o de tornar possível ao seu aluno atribuir e produzir significados, meta última do ato de linguagem”.

Com o advento dos PCNs (2000), houve uma valorização da língua estrangeira moderna ao passar a integrar a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Dessa forma, a LE assume a condição de ser parte inseparável do conhecimento que assegura ao aluno conhecer outras culturas.

A Língua Inglesa figura na maioria dos jornais do mundo, em “trabalhos científicos e nos jargões de muitas profissões, como a informática, a economia e a publicidade.” (PAIVA,2005, p.10).

A globalização da língua inglesa, segundo Kurtz (2013,p.12), é um fenômeno que está nos mais diversos setores da nossa vida.

O ensino da Língua Inglesa justifica-se ao promover a inserção e a integração em variados contextos do mundo atual.

Hoje em dia, não conhecer uma LE pode significar um fator de exclusão no mercado de trabalho tanto local, nacional e internacional.

O domínio das quatro habilidades da Língua Inglesa, compreender, ler, falar, e escrever constitui um dos requisitos para alcançar uma posição social mais confortável.

Segundo Bohn (2003) os professores devem sair da zona de conforto, criando um ambiente mais interativo; currículos e planos de aula devem fugir da uniformização de

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projetos; o trabalho deve contemplar atividades variadas, não se prendendo às quatro paredes da sala de aula. Faz-se necessário valorizar os aspectos multiculturais que envolvem a LE e a língua nativa. Isso pode ser alcançado lançando mão de uma metodologia alicerçada no respeito à diversidade, no qual o aluno é o protagonista do processo ensino-aprendizagem.

As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) devem estar presentes na vida escolar ,assim como livros , revistas e pesquisas sobre hábitos, costumes e crenças dos países onde se fala a LE. Um conhecimento mais amplo do modo de vida de outros povos promove um melhor entendimento e respeito às diferenças culturais.

Uma estratégia eficaz é a comunicação do aprendiz com falantes nativos da LE ou por meio de redes sociais ou por e-mails com estudantes de outros países, respeitando-se é claro a faixa etária e o nível da turma.

As aulas de LE devem ser um momento para dividir o conhecimento, e não servir somente como uma procura de informação.

Os alunos podem criar histórias ou fazer peças teatrais, fazendo uso da linguagem corporal.

Sem sombra de dúvidas, essas estratégias pedagógicas deixam as aulas muito mais instigantes e em consequência a aprendizagem mais prazerosa.

De acordo com Moita Lopes (1996, p.132) no processo de ensino-aprendizagem de uma LE é irreal focar nas chamadas quatro habilidades linguísticas (leitura, escrita, compreensão auditiva e expressão oral) tendo em vista as condições do contexto escolar: carga horária reduzida, grande número de alunos por turma, domínio reduzido das habilidades orais por parte da maioria dos professores, escassez de material didático etc.

Em face disso, Moita defende uma abordagem do ensino de LE enfatizando a leitura, uma vez que é a habilidade que mais se encaixa às reais necessidades dos nossos alunos. Entretanto, esse fato colabora para que a habilidade oral não seja vista como tão importante e essencial.

Vale ressaltar que a LE precisa promover tanto o acesso ao enriquecimento cultural como também à comunicação entre as culturas e à informação, abrindo caminhos para

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que os alunos se aprimorem. É nesse sentido que Rajagopalan (2003, p.70) fala que “o verdadeiro propósito do ensino de línguas estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras culturas e modo de pensar e agir. Significa transformar-se em cidadão do mundo”.

Ademais, é importante mencionar que para que o ensino da LE seja realmente significativo faz-se necessário que o professor domine as leis e os documentos que regulam o ensino, reflita sobre sua prática e invista na sua formação.

É imprescindível também que o professor tenha consciência da importância do aprendizado de uma língua de outro país. E em contrapartida, ter fluência em LE faz com que o aluno interaja com suas ideias e em consequência faça parte do mundo global.

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REFERÊNCIAS:

RAJAGOPALAN, Kanavillil. Por uma linguística crítica. Linguagem, identidade a questão ética. São Paulo: Parábola, 2003.

BAGNO, Marco; STUBBS, Michael; GANÉ, Gilles. Língua materna, letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola, 2002.

BOHN, Hilário I. The educational role and status of English in Brazil. World Englishes, v.22, n. 2, p. 159-172,2003.

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Ensino de língua estrangeira para jovens e adultos na escola pública. In: LIMA, Diógenes Cândido de (Org.). Ensino e aprendizagem de língua inglesa. Conversas com especialistas. São Paulo: Parábola, 2009. P. 21-30. LEFFA, V. J. Língua estrangeira hegemônica e solidariedade internacioanl. In; KARWOSKI, Acir Mário; BONI, Valéria de Fátima Carvalho Vaz (Orgs).Tendências contemporâneas no ensino de inglês. União da Vitória,PR: Kaygangue, 2006. P.10-25. KURTZ, Fabiana Diniz. Ensino de Inglês no Brasil: mitos, crenças e desafios. Revista textual. Sindicato dos professores do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.1, n.17, maio, p. 12-17, 2013.

PAIVA, Vera Lúcia Menezes e, (Org.). Ensino de língua inglesa: reflexões e experiências. São Paulo: Pontes, 2005.

MOITA LOPES, Luiz Paulo da. “Yes, nós temos bananas” ou“ Paraíba não é Chicago não”, um estudo sobre alienação e o ensino de inglês como língua estrangeira no Brasil . In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Oficina de linguística aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino-aprendizagem de línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Educação Média e Tecnológica .PCN + linguagens, códigos e suas tecnologias. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: MEC, 2002. p. 49-138.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais, Códigos e suas Tecnologias. Língua estrangeira moderna. Brasília : MEC, 2002. p. 49-63.

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