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QUADRO GERAL DAS CARACTERÍSTICAS E DOS RISCOS ESSENCIAIS DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS

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Academic year: 2021

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QUADRO GERAL DAS CARACTERÍSTICAS E DOS

RISCOS ESSENCIAIS DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS

I. Riscos de base

1) Risco de conjuntura

As alterações na atividade de uma economia de mercado têm sempre repercussões na evolução da cotação dos valores mobiliários. As cotações flutuam praticamente de acordo com o ritmo das fases de contração ou de crescimento conjuntural da economia. A duração e a extensão dos ciclos económicos de retração e de crescimento variam, tal como variam as repercussões nos diferentes setores da economia. Além disso, o ciclo de conjuntura pode ser diferente em função do país.

A inobservância ou uma análise falseada da evolução da conjuntura aquando de uma decisão de investimento pode conduzir a perdas. Em especial, há que ter em consideração as repercussões do ciclo de conjuntura na evolução das cotações.

2) Risco de inflação

O investidor é suscetível de incorrer em danos patrimoniais na sequência de uma desvalorização da moeda. Neste sentido, deve ter-se em linha de conta o valor efetivo do património existente, bem como o rendimento efetivo que deveria ser obtido através desse património. É necessária uma abordagem orientada pelos juros efetivos, isto é, a diferença entre a taxa de juro e a taxa de inflação.

3) Risco soberano

Embora sendo solvente, é possível que um devedor estrangeiro não possa efetuar os pagamentos dos juros e das suas dívidas à data de vencimento ou até mesmo ficar numa situação de incumprimento total devido a capacidades ou disponibilidades de transferência inexistentes no seu país de origem. Este risco inclui, por um lado, o perigo de uma instabilidade económica e, por outro, o de uma instabilidade política.

Por conseguinte, os pagamentos aos quais o investidor tem direito podem não se materializar em caso de falta de divisas ou de restrições de transferências para o estrangeiro. No atinente aos valores mobiliários emitidos numa moeda estrangeira, é possível que o investidor receba os pagamentos numa moeda que já não seja convertível devido a restrições de câmbio. Em princípio, não existem meios de proteção contra um risco desse tipo.

4) Risco cambial

As taxas de câmbio flutuam uma em relação à outra, existe um risco cambial quando os valores mobiliários são detidos numa moeda estrangeira.

Os elementos essenciais que influenciam as taxas de câmbio de um país são, nomeadamente, a taxa de inflação de um país, as diferenças das taxas de juro relativamente ao estrangeiro, a apreciação da evolução da conjuntura, a situação política mundial e a segurança do investimento. Além disso, os eventos de ordem psicológica, tais como crises de confiança nos

dirigentes políticos, são suscetíveis de enfraquecer a moeda de um país.

5) Risco de liquidez

No caso de liquidez insuficiente do mercado, o investidor arrisca-se a não poder vender os seus valores mobiliários ao preço do mercado. Regra geral, é necessário fazer a distinção entre a iliquidez determinada pelo jogo da oferta e da procura e a iliquidez relacionada com as características inerentes ao valor mobiliário ou às práticas normais do mercado. A iliquidez em função da oferta e da procura existe quando há exclusivamente ou quase exclusivamente oferta (taxa de venda) ou exclusivamente ou quase exclusivamente procura (taxa de compra) para um valor mobiliário com uma determinada cotação. Nestas circunstâncias, a execução de um contrato de compra ou de venda não é imediatamente viável e/ou apenas o é parcialmente (execução parcial) e/ou em condições desfavoráveis. Além disso, existe a possibilidade de serem aplicados custos de transação mais elevados. Uma iliquidez devido às características inerentes ao valor mobiliário ou às práticas normais do mercado ocorre, por exemplo, no caso de um longo processo de transcrição das operações sobre ações nominativas, de prazos de execução longos devido às práticas do mercado ou a outras restrições de comércio, de uma necessidade de liquidez a curto prazo que não pode ser coberta pela venda de valores mobiliários.

6) Riscos psicológicos

Existem fatores irracionais que podem influenciar a evolução geral das cotações, como por exemplo tendências, opiniões ou rumores suscetíveis de causar reduções consideráveis das cotações, apesar de a situação financeira e as perspetivas das empresas não terem evoluído desfavoravelmente.

7) Risco de crédito

As compras de valores mobiliários financiadas através de créditos comportam vários riscos adicionais. Por um lado, podem ser exigidas garantias suplementares em caso de uma superação do crédito devido à evolução da cotação dos bens dados em garantia. Se o investidor não estiver em condições de obter essas garantias, o banco pode ser obrigado a vender os títulos entregues numa altura desfavorável. Por outro lado, a perda incorrida durante uma evolução da cotação desfavorável é suscetível de ser superior ao investimento inicial. As flutuações das cotações dos valores mobiliários dados em garantia podem influenciar negativamente a capacidade de reembolsar os empréstimos.

É necessário estar atento ao facto de o efeito de alavancagem provocado por compras de valores mobiliários a crédito gerar proporcionalmente uma maior sensibilidade às flutuações de cotações e apresentar, portanto, possibilidades de ganhos mais elevados, mas também, simultaneamente, riscos de perdas mais significativas. Os riscos dessas compras

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aumentam com a importância do efeito de alavancagem.

II. Riscos específicos relativos aos investimentos A. As obrigações

As obrigações são títulos negociáveis, nominativos ou ao portador, emitidos por uma sociedade comercial ou uma coletividade pública e destinados aos que lhe emprestam capitais e cujo valor nominal, aquando da emissão, corresponde a uma divisão do montante global do empréstimo. Existem obrigações com juros fixos ou com juros variáveis. A maturidade, assim como o modo de reembolso são predeterminados. O comprador de uma obrigação (o credor) é titular de um direito de crédito em relação ao emitente (o devedor).

Características:

Rendimento: pagamentos de juros, possibilidade de aumentos do valor

Maturidade: a curto prazo (< a 4 anos), a médio prazo (4-8 anos) ou a longo prazo (> a 8 anos)

Pagamento: salvo disposições em contrário, os empréstimos são reembolsados à data de vencimento da obrigação, por anuidades ou em datas diferentes atribuídas por sorteio

Juros: os juros dependem das modalidades do empréstimo; por exemplo, juros fixos para a duração total ou juros variáveis que se orientam amiúde pela taxa dos mercados financeiros (ex.: LIBOR ou FIBOR)

Riscos:

1) Risco de insolvência

O emitente poderá ficar temporária ou definitivamente insolvente, resultando na sua incapacidade de pagar os juros ou de reembolsar o empréstimo. A solvência de um emitente pode alterar-se na sequência da evolução geral da economia ou de alterações relativas à empresa e/ou ao setor de atividade do emitente ao longo da duração do empréstimo. Tal pode dever-se, nomeadamente, a alterações conjunturais, a alterações relacionadas com a empresa, o setor de atividade e/ou o país em causa, bem como a evoluções políticas que acarretam consequências económicas consideráveis.

Uma deterioração da solvência do emitente tem repercussões desfavoráveis na evolução da cotação dos valores mobiliários em causa.

2) Risco de taxa de juro

A incerteza relativamente à evolução das taxas de juro faz com que o comprador de um valor mobiliário com taxa fixa esteja sujeito a um risco de diminuição da cotação, caso as taxas de juro aumentem. A sensibilidade das obrigações a uma evolução das taxas depende, em particular, do período remanescente e do nível nominal dos juros.

3) Risco de reembolso antecipado

O emitente de uma obrigação tem a possibilidade de prever a seu favor um direito de reembolso antecipado ao qual poderá recorrer no caso de diminuição do nível

das taxas de juro no mercado. Esse reembolso antecipado pode conduzir a alterações dos rendimentos previstos.

4) Risco de obrigações com prémio

Os empréstimos amortizáveis por sorteio, cuja duração é dificilmente determinada, podem conduzir a alterações imprevisíveis no rendimento previsto de uma obrigação.

5) Riscos específicos de determinadas obrigações No que diz respeito a determinados tipos de obrigações, podem existir riscos suplementares: por exemplo, Floating Rate Notes, Reverse Floating Rate Notes, Zero Bonds, obrigações em moeda estrangeira, obrigações convertíveis, obrigações sobre índices ou opções, obrigações subordinadas, etc.

No que concerne a este tipo de obrigações, o investidor é convidado a informar-se sobre os riscos enunciados no prospeto de emissão e a não adquirir esses títulos antes de ter avaliado todos os riscos. No caso de obrigações subordinadas, os investidores devem informar-se sobre a posição da obrigação relativamente às demais obrigações do emitente, porque em caso de falência deste último as suas obrigações só poderão ser reembolsadas após o pagamento de todos os credores que beneficiem de uma posição superior.

No caso de obrigações reverse convertible, o investidor corre o risco de não obter o reembolso total do capital, mas uma soma inferior equivalente ao valor dos títulos subjacentes à data de vencimento.

B. Ações

Uma ação é um título emitido ao acionista para comprovar os seus direitos numa sociedade e que pode ser nominativa ou ao portador. A ação apresenta-se como uma fração do capital social de uma sociedade designada de capitais.

Características:

Rendimento: possibilidade de dividendos e aumentos de cotação

Direitos do acionista: direitos patrimoniais e de participação; estes direitos são determinados pela lei e pelos estatutos da sociedade emitente

Cessão de ações: salvo disposição legal em contrário, a cessão das ações ao portador opera-se, normalmente, sem formalidades específicas, ao passo que existem frequentemente restrições no tocante às ações nominativas

Riscos:

1) Risco de empresa

O comprador de ações não é um credor, mas sim um fornecedor de capital e torna-se, assim, coproprietário da sociedade de capitais. Por conseguinte, participa na evolução da sociedade, bem como nas possibilidades e nos riscos inerentes à mesma, o que pode causar desenvolvimentos inesperados de investimento. O caso extremo consiste na falência da sociedade emitente, o que poderá conduzir à perda total das somas investidas.

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As cotações das ações podem estar sujeitas a flutuações imprevisíveis que comportam riscos de perdas. Há uma alternância de aumentos ou reduções das cotações a curto, médio ou longo prazo, sem que seja possível definir a duração desses ciclos.

Normalmente, é necessário fazer a distinção entre o risco geral de mercado e o risco específico associado à própria empresa. Estes dois riscos influenciam a evolução da cotação das ações.

3) Risco de dividendos

O dividendo de uma ação é essencialmente determinado pelo lucro realizado pela sociedade emitente. Por conseguinte, no caso de lucros diminutos ou no caso de perdas, existe a possibilidade de o dividendo ser reduzido ou de não haver lugar à distribuição de qualquer dividendo.

C. Obrigações participativas

As obrigações participativas representam direitos patrimoniais conforme enunciados nas condições destas obrigações. Regra geral, trata-se de créditos com um valor nominal que conferem direito aos lucros. Normalmente, é necessário fazer a distinção entre as obrigações participativas com distribuição fixa ou variável e as obrigações participativas com direito de opção ou de conversão.

Riscos:

1) Risco de não-distribuição ou de redução do reembolso

No caso de perdas incorridas pela sociedade emitente, existe o risco de uma ausência de distribuição de juros quando não tenha sido previsto qualquer juro mínimo, bem como o risco de redução do reembolso do capital. 2) Risco de emitente

Existe o risco de uma perda total da quantia investida em caso de falência da sociedade emitente.

D. Fundos de investimento

Um fundo de investimento é uma sociedade ou uma indivisão organizada que recolhe o dinheiro de um determinado número de investidores com o intuito de o aplicar em diversos bens, seguindo o princípio da repartição dos riscos, e de fazer beneficiar os seus acionistas ou participantes dos resultados da gestão dos seus ativos.

Características:

Fundos abertos: num fundo aberto, o número de unidades de participação e, por conseguinte, de participantes não é, à partida, determinável. O fundo poderá emitir novas unidades de participação ou recomprar unidades de participação já emitidas. Relativamente ao investidor, o fundo é obrigado a recomprar, a expensas do fundo, as unidades de participação ao preço de recompra acordado em conformidade com as disposições contratuais.

Fundos fechados: num fundo fechado, a emissão está limitada a um número determinado de unidades de participação. Ao contrário dos fundos abertos, não existe a obrigação de o fundo recomprar as unidades de participação. As unidades de participação podem

apenas ser vendidas a terceiros ou, se for o caso, à bolsa. O preço obtido é determinado em função do jogo da oferta e da procura.

Riscos:

1) Risco de gestão

Uma vez que o rendimento dos investimentos de um fundo depende, entre outros fatores, das aptidões dos gestores e da qualidade das suas decisões, os erros de apreciação na gestão do fundo podem conduzir a perdas ou menos-valias.

2) Risco de descida do preço das unidades de participação

As unidades de participação dos fundos de investimento estão sujeitas ao risco de descida das respetivas cotações, sendo que essas descidas refletem uma redução do valor correspondente dos títulos ou moedas que compõem os ativos dos fundos, a manterem-se os restantes fatores. Quanto maior for a diversificação dos investimentos, menor será a importância dos riscos de perdas. Pelo contrário, os riscos são mais consideráveis na presença de investimentos mais especializados e menos diversificados do fundo. É pois importante estar atento aos riscos gerais e específicos associados aos valores mobiliários e às moedas contidos nos fundos.

O investidor deve informar-se sobre os riscos específicos de cada fundo através, em particular, da consulta do prospeto conexo.

E. Instrumentos derivados

O derivado é o instrumento financeiro cujo valor evolui em função da evolução de um ativo de base chamado de «subjacente» (underlying); esse ativo pode ser um índice bolsista, uma taxa de juro, uma moeda, o preço de uma matéria-prima ou até outro derivado.

No quadro dos produtos derivados, é possível fazer a distinção entre:

a) as transações sobre opções, que conferem a uma das partes o direito, mas não a obrigação, de realizar uma transação. Uma parte (a que vendeu a opção) assume o compromisso firme, ao passo que a outra (a que adquiriu a opção) dispõe de uma simples capacidade que é livre de exercer ou não. b) as transações a prazo, em que as partes realizam

uma transação que deverá ser executada num prazo fixado no futuro. Numa transação a prazo, ambas as partes assumem o compromisso firme de executar a transação que celebraram no prazo acordado.

a) As transações sobre opções

As opções são instrumentos derivados cujo valor evolui de acordo com a evolução do subjacente. A parte que compra uma opção recebe o direito de adquirir (call) ou de vender (put) o ativo subjacente num determinado prazo de vencimento ou durante um período específico por um preço de base determinado, mediante o pagamento de um prémio à sua contraparte, o vendedor da opção.

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Características:

Duração: a duração da opção é o período compreendido desde o dia da sua subscrição até ao dia do vencimento do direito de opção.

Relação entre a opção e o subjacente: esta relação indica o número de unidades do subjacente que o titular de uma opção pode comprar (Call) ou vender (Put) através do exercício do seu direito de opção.

Preço de base: o preço de base equivale ao preço acordado anteriormente ao qual o titular da opção pode comprar ou vender o valor subjacente aquando do exercício do seu direito de opção.

Efeito de alavancagem: qualquer alteração do preço do valor subjacente resulta, normalmente, numa alteração proporcionalmente superior do preço do direito de opção.

Compra de uma Call ou de uma Put: o comprador de uma opção Call espera que, no decorrer da duração da opção, o preço do valor subjacente aumente, o que resulta num aumento de valor do seu direito de opção, ao passo que o comprador de uma opção Put pode obter lucros quando o preço do valor subjacente diminui.

Venda de uma Call ou de uma Put: o vendedor de uma opção Call antecipa uma redução do valor do subjacente, ao passo que o vendedor de uma Put pode obter lucros em caso de subida do valor do subjacente.

Riscos:

1) Risco de cotação

As opções são processadas na bolsa ou fora da bolsa e encontram-se sujeitas à lei da oferta e da procura. Um papel importante na determinação da cotação da opção consiste na questão de saber se existe um mercado suficientemente líquido para a opção em questão, bem como a evolução real ou prevista da cotação do valor subjacente correspondente. Uma opção Call perde o seu valor quando a cotação do valor subjacente diminui, ao passo que o contrário é válido para a opção Put. A cotação de uma opção não é apenas determinada por alterações de cotação do valor subjacente, mas igualmente por uma série de outros fatores, como por exemplo, a duração da opção ou a frequência e a intensidade das alterações de cotação do valor subjacente (volatilidade). Por conseguinte, o risco de uma perda de valor da opção pode existir ainda que a cotação do valor subjacente se mantenha inalterada.

2) Risco do efeito de alavancagem

O efeito de alavancagem da opção reage, normalmente, de modo proporcionalmente superior às alterações de cotação do valor subjacente e oferece, portanto, no decorrer da sua duração, possibilidades de ganhos mais elevados, mas, simultaneamente, riscos de perdas mais consideráveis. O risco associado à compra de uma opção aumenta com a dimensão do efeito de alavancagem da opção.

3) Compra de uma opção

A compra de uma opção é um investimento altamente volátil e a probabilidade de a opção vencer sem qualquer valor é muito alta. Numa tal situação, o

investidor perderá a totalidade da soma utilizada para a compra do prémio, acrescida das comissões. Na sequência da compra de uma opção, o investidor pode manter a posição até ao vencimento ou efetuar uma operação de oposição, ou então, para as opções do tipo «americano», exercê-la antes do vencimento. O exercício da opção pode implicar o pagamento em numerário de um diferencial ou a compra ou a entrega do ativo subjacente. Se a opção tiver por objeto contratos de Futuros, o seu exercício subentenderá assumir uma posição em Futuros e aceitar as obrigações conexas que consistem numa adaptação às margens de garantia.

4) Venda de uma Opção

A venda de uma opção engloba, regra geral, um risco superior à sua compra.

Efetivamente, mesmo que o preço obtido para a opção seja fixo, as perdas em que o vendedor da Opção pode incorrer são potencialmente ilimitadas.

Se o preço de mercado da atividade subjacente oscilar desfavoravelmente, o vendedor da opção ver-se-á na obrigação de adaptar as margens de garantias, a fim de manter a posição.

Se a opção vendida for do tipo «americano», o vendedor poderá, em qualquer altura, recorrer ao pagamento da operação em numerário ou à compra ou entrega do ativo subjacente. Caso a opção vendida tenha por objeto contratos de Futuros, o vendedor assumirá uma posição em Futuros e estará sujeito às obrigações relativas à adaptação das margens de garantia.

A exposição do vendedor ao risco pode ser reduzida se deter uma posição sobre o subjacente (títulos, índice ou outro) correspondente à da Opção vendida.

b) Outras transações a prazo

Os futuros são contratos geridos em bolsa e normalizados quanto à quantidade do subjacente e ao vencimento da transação. As operações a prazo fora da bolsa (over-the-counter, OTC) ou operações forward são contratos não geridos em bolsa, que comportam especificações normalizadas ou acordadas individualmente entre o comprador e o vendedor. Características:

Margem inicial exigida

:

quer se trate de uma compra ou de uma venda a prazo de um subjacente, é fixada uma margem inicial (initial margin) aquando da celebração do contrato. Esta margem é, normalmente, expressa em percentagem do contravalor do contrato.

Margem complementar: ao longo de toda a vigência do contrato, é periodicamente determinada e exigida ao investidor uma margem complementar (variation margin). A mesma representa o lucro ou a perda contabilística, resultante da modificação do valor contratual ou do subjacente. A margem complementar pode atingir um montante múltiplo do montante da margem inicial. As modalidades de cálculo da margem complementar, ao longo da vigência do contrato ou em caso de liquidação, decorrem das regras

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bolsistas e das especificações contratuais de cada caso.

Liquidação

:

normalmente, o investidor pode em qualquer altura, ao longo da vigência do contrato, resolver ou liquidar este contrato antes da data de vencimento, através da venda do contrato ou da celebração de um contrato que disponha em contrário. A liquidação põe termo às posições de riscos contratadas: os ganhos e as perdas acumulados até à liquidação são concretizados.

Execução: os contratos não resolvidos por ocasião do vencimento devem ser honrados pelas partes em causa. Os contratos que tenham subjacente elementos de património podem, regra geral, ser honrados tanto por entrega efetiva do subjacente como através de uma compensação em numerário, ao passo que os contratos que tenham como subjacente taxas de referência (excetuando moedas) não podem ser honrados através de uma entrega efetiva do subjacente. No caso da entrega efetiva do subjacente, a prestação contratual deverá ser integralmente fornecida, ao passo que no caso da compensação em numerário, apenas tem de ser paga a diferença entre o preço acordado na celebração do contrato e o valor de mercado no momento da execução do contrato. É por este motivo que o investidor necessita de mais liquidez para um contrato que preveja uma entrega efetiva do subjacente do que para um contrato de pagamento em numerário.

Riscos:

1) Modificação do valor do contrato ou do subjacente: Se o valor do contrato ou do subjacente aumentar, o vendedor a prazo deverá, ainda assim, entregar o subjacente ao preço inicialmente acordado, eventualmente bastante inferior ao preço atual. Para o vendedor, o risco equivale à diferença entre o preço acordado aquando da celebração do contrato e o valor de mercado no dia do vencimento. Teoricamente, o valor de mercado pode aumentar de forma ilimitada, pelo que o potencial de perda para o vendedor é ilimitado e pode situar-se muito acima das margens exigidas.

Se o valor do contrato ou do subjacente diminuir, o comprador a prazo deverá, ainda assim, aceitar receber o subjacente ao preço inicialmente acordado, que poderá ser claramente superior ao valor de mercado atual. Para o comprador, o risco equivale à diferença entre o preço acordado na celebração do contrato e o valor de mercado no dia do vencimento. O comprador corre o risco, no máximo, de uma perda correspondente ao preço inicialmente acordado. Esta perda pode ser muito superior às margens exigidas. As transações são avaliadas regularmente (mark-to-market) e o investidor deverá em qualquer altura dispor de uma margem de cobertura suficiente. Caso a margem seja insuficiente no decurso da transação, o investidor deverá fornecer margem complementar dentro de um prazo muito curto, caso contrário a sua transação será liquidada por antecipação, normalmente, com prejuízo.

2) Liquidação difícil ou impossível

A fim de limitar as flutuações de cotação demasiado vincadas, uma bolsa pode fixar limites de preço para determinados contratos. Nesses casos, o investidor deve ter presente que, quando um limite de preço é atingido, poderá revelar-se muito complicado resolver o contrato, ou até mesmo momentaneamente impossível. Assim, qualquer investidor, antes de celebrar um contrato a prazo, deverá informar-se sobre a existência de tais limites de preço.

Nem sempre será possível (dependendo do mercado e dos termos da transação) introduzir operações que permitam afastar ou reduzir os riscos relativos a uma transação em curso.

As transações de limitação de perda (stop-loss), quando possíveis, apenas serão executadas durante o horário de funcionamento do banco. Não permitem limitar a perda no montante indicado, mas serão executadas assim que esse montante limitado for atingido no mercado e passarão então a ser ordens de mercado.

3) Aquisição do subjacente nas vendas a descoberto Vender um subjacente a prazo sem o possuir aquando da celebração do contrato (venda a descoberto) é, além disso, correr o risco de ter de adquirir o subjacente a um preço de mercado muito desfavorável, para poder, por ocasião do vencimento, honrar o compromisso da entrega efetiva do subjacente.

4) Riscos específicos associados às operações a prazo do mercado de balcão (OTC)

Para as operações a prazo OTC normalizadas, o mercado é, em princípio, transparente e líquido. De igual modo, é geralmente possível a liquidação dos contratos. Não existe mercado para as operações a prazo OTC com especificações contratuais de mercado de balcão. É por essa razão que a liquidação apenas é possível com o consentimento da contraparte.

F. Investimentos «alternativos» e fundos offshore

Por «investimento alternativo» entende-se um investimento em fundos de investimento e de participação nacionais e estrangeiros, que se distingue dos investimentos tradicionais em ações e obrigações pelo estilo de investimento.

As formas mais conhecidas de investimento «alternativo» são, por exemplo, os hedge funds, cujo estilo de investimento inclui na maior parte das vezes vendas a descoberto, efeitos de alavancagem ou instrumentos financeiros derivados. Os compromissos em private equity funds (capital de risco, financiamento de recompras de sociedades) entram igualmente nesta categoria. O termo fundo offshore designa fundos de investimento domiciliados em centros offshore. Trata-se, por exemplo, das Baamas, das Bermudas, das ilhas Caimão, do Panamá ou das Antilhas neerlandesas.

Riscos:

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Neste domínio, as estratégias de investimento podem estar associadas a riscos elevados. Por exemplo, ao recorrer aos efeitos de alavancagem, uma evolução com fraca amplitude do mercado pode já conduzir a ganhos significativos ou a perdas substanciais. Em determinados casos, a totalidade do investimento é suscetível de desaparecer.

2) A ausência de transparência

Muitas vezes, o investidor em investimentos «alternativos» dispõe de pouca informação. As estratégias por vezes muito complexas dos fundos de investimento carecem amiúde de transparência para o investidor. As alterações de estratégia, que podem conduzir a um aumento considerável dos riscos, são muitas vezes mal compreendidas ou até mesmo subestimadas pelos investidores.

3) Uma liquidez potencialmente limitada

Os investimentos «alternativos» apresentam graus de liquidez muito diversos. A liquidez pode ser muito limitada. No quadro dos hedge funds, as recompras apenas são possíveis mensalmente, trimestralmente ou anualmente. Para os private equity funds, o período de lock-up pode atingir uma duração superior a dez anos.

4) Uma regulamentação mínima

Muitos fundos neste setor estão domiciliados num centro offshore (fundos offshore). Estão, portanto, sujeitos muitas vezes a uma regulamentação mínima. Podem verificar-se diversos problemas ou atrasos na execução das ordens de compra ou de venda de unidades de participação desses fundos relativamente aos quais o banco não pode assumir nenhuma responsabilidade. A aplicabilidade dos direitos não é sistematicamente garantida.

O investidor interessado em investimentos alternativos e, nomeadamente, nos fundos offshore deve estar consciente destes riscos. É conveniente estudar com prudência os produtos de investimento concretos antes de efetuar qualquer investimento.

O documento não pretende fazer uma descrição exaustiva dos riscos inerentes aos investimentos em instrumentos financeiros. Pretende antes fornecer algumas informações de base e sensibilizar o cliente para a existência de riscos inerentes a todos os investimentos em instrumentos financeiros. Convida-se o cliente a não realizar qualquer investimento antes de ter a certeza de que controla todos os riscos e de adaptar os seus investimentos ao seu património e necessidades.

Data: _____________________ Assinatura do(s) cliente(s): ______________________________________

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Referências

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