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Política Regulatória e
Governança: Melhores Práticas
para o Brasil
Jadir Dias Proença
Coordenador Técnico do PRO-REG
Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais
Casa Civil da Presidência da República
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ROTEIRO
1. Regulação
2. Análise do Impacto Regulatório
3. Governança Regulatória
Evolução conceitual
Desregulação Reforma ou melhoria regulatória Qualidade na Política Regulatória Ciclo da Governança Regulatória Anos 80 e metade dos anos90 Segunda metade dos anos 90 e primeira metade dos anos 2000 Segunda metade
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Gerações de Política Regulatória
Primeira Geração de políticas regulatórias – 3
pilares
1. Regulação como o ultimo instrumento de política a ser recorrido; 2. Estimativa (quantificada) dos efeitos das propostas de regulação; 3. Manutenção do ciclo de vida: entrega e cumprimento da regulação
(obtenção de resultados).
Segunda geração de políticas regulatórias
- Espelha-se na 1ª geração – porém, com menos ideologia;
- Baseada em evidências - no que se refere ao equilíbrio entre custos, benefícios e riscos;
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Tipos de Regulação
• regulação econômica - facilitar, limitar ou intensificar os
mercados pela correção das imperfeições de entrada e lidar
com preço, confiabilidade do serviço, entrada e saída do
mercado, e investimentos na infra-estrutura.
• regulação social - intervém na provisão dos bens públicos
e na proteção do interesse público, define padrões para
saúde, segurança e meio ambiente e os mecanismos de
oferta desses bens.
• regulação administrativa - diz respeito à intervenção nos
procedimentos administrativos e burocráticos, e aos
procedimentos administrativos adotados pelo Poder
Público em sua relação com os administrados; poder
regulamentar.
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Q
UALIDADE DAR
EGULAÇÃO NOB
RASIL A qualidade da regulação, um dos indicadores básicos de governança, é ainda inferior ao encontrado nos países desenvolvidos e mesmo em alguns países da AL Segundo o Banco Mundial, embora seja superior ao encontrado na média da AL, é ainda inferior ao dos países membros da OCDE
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Custos da “burocracia”
A burocracia empurra o Brasil para o 179º lugar
no ranking global com 183 países
• País é o mais lento dos Brics para abertura de empresas
• Apesar de melhora de 20% em cinco anos, abrir negócio leva 120 dias. Estrangeiro precisa dar endereço de companhia, mas que só pode sair após registro do executivo no país.
• O tempo que se leva para abrir uma empresa no Brasil encolheu 20% nos últimos cinco anos, mas segue entre os maiores do mundo, segundo dados do Banco Mundial.
• Os atuais 119 dias de processo já foram 152 em 2007. Apesar da melhora, somente quatro países exigem hoje mais paciência dos futuros empresários: Guiné Equatorial (137 dias), Venezuela (141), República do Congo (160) e Suriname (694 dias).
• A burocracia empurra o Brasil para o 179º lugar no ranking global com 183 países. E em último entre os emergentes chamados Brics, grupo que inclui ainda Índia (29 dias), Rússia (30), China (38) e África do Sul (19 dias).
• (...)
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O Ranking da burocracia
Indicador de dificuldade para a realização do serviço ou procedimentoO indicador varia de 0 a 100. Quanto mais próximo de 100, maior o grau de dificuldade
Resultado
Pedir aposentadoria ou pensão 64
Fechar uma empresa 63
Tratar dos trâmites de um funeral 49 Comprar ou alugar um imóvel 46 Tirar carteira de motorista, licenciar ou transferir um carro 45
Abrir uma empresa 44
Obter empréstimo ou financiamento em banco 43 Fazer procurações, tirar certidões e atestados em cartório 40 Receber Direitos trabalhistas 36 Tirar CPF, identidade e passaporte 35 Tirar autorização de viagem para filhos menores 33 Fazer crediário para comprar bens como TV, geladeira e móveis 33 Registrar um nascimento 29
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Fiesp, 2010 – Relatório “Burocracia: custos
econômicos e propostas de combate”
• Se o Brasil reduzisse em 0,3 pontos seu índice de burocracia, chegando um nível igual à média dos países Selecionados de 0,27, o produto per capita do país passaria a US$ 9.147, ou seja, um aumento de quase 17% na média do período 1990-2008 (equivalente a 1,45% ao ano). Isto corresponde a um custo médio anual da burocracia estimado em R$ 46,3 bilhões, equivalente a 1,47% do PIB (valores de 2009).
• O custo econômico anual da burocracia de R$ 46,3 bilhões representou no Brasil:
– 10,1% do investimento (FBCF) privado (2009) – Quase 300% do gasto privado em P&D (2008) – 2,8% da receita líquida de vendas da indústria de
transformação (2007)
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IMD World Competitive Yearbook
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Doing Business 2013 - Facilidade em se fazer
negócios
TOPICOS DO RANKING DB 2012 Rank DB 2013 Rank
Mudança de posições no
Rank
Abertura de empresas 122 121 + 1
Obtenção de alvarás de construção 130 131 -1
Obtendo eletricidade 61 60 +1
Registro de propriedades 105 109 -4
Obtenção de crédito 97 104 -7
Proteção de investidores 79 82 -3
Pagamento de impostos 154 156 -2
Comércio internacional 123 123 SEM MUDANÇA
Execução de contratos 120 116 +4
Resolução de Insolvência 139 143 -4
Fonte: : www.doingbusiness.org/dqtq/exploreeconomies/brazil. Dados ajustados
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Avaliação geral das agências reguladoras no
Brasil: Pesquisa AMCHAM – VOX POPULI
(2012)
Base: 100% dos entrevistados
1,0% 26,8% 36,1% 34,0% 2,1% NS/NR Satisfeito Nem satisfeito/nem insatisfeito Insatisfeito Muito insatisfeito
V30 - Avaliação geral acerca das agências reguladoras no Brasil
Pensando na regulação no Brasil, você diria que está:
AGREGADO % Insatisfeito 36,1% Nem satisfeito/ nem insatisfeito 36,1% Satisfeito 26,8% NS/NR 1,0% TOTAL 100,0%
www.regulacao.gov.br Principais pontos POSITIVOS da regulação no Brasil
(resposta múltipla e espontânea)
Base: 100% dos entrevistados
Na sua opinião, quais são os principais pontos positivos da regulação no Brasil? (O que isso traz de bom para o país?) (Resposta espontânea)
16,1% 10,9% 10,2% 10,2% 8,8% 7,3% 4,4% 4,4% 3,6% 2,9% 2,2% 6,6% 11,7% 0,7% Promove maior segurança ao consumidor
Maior controle dos produtos/serviços
Garantia de produtos de qualidade
Maior credibilidade das empr/prod. junto ao consumidor
Equilíbrio entre as partes envolvidas (emp/agênc/socied)
Abertura ao merc.externo/país no cen. internac.
Existência de leis/regulamentação
Benefícios (diversos) p/ empresas
Maior credibilidade junto ao governo
Profissionalização na área técnica valoriza a negociação
Cresc.da atuação das agências/boa competição entre agências
Outros
Nenhum aspecto positivo
NR
www.regulacao.gov.br 19,0% 18,1% 15,5% 13,8% 7,8% 6,9% 2,6% 14,7% 1,7% Lentidão/morosidade em processos (diversos)
Excesso de burocracia nos processos (diversos)
Interferência política/governamental
Faltam invest. em capacit.profissional/recursos humanos
Falta clareza/inform/diálogo nos processos e negociações
Falta fiscalização/ cumprim.das leis
Órgãos despreparados/ estrut.ineficiente/pouco atuantes
Outros
Nenhum
V33/V34 - Principais pontos negativos da regulação no Brasil (resposta múltipla e espontânea)
Base: 100% dos entrevistados
Na sua opinião, quais são os principais pontos negativos da regulação no Brasil? (resposta espontânea)
Principais pontos NEGATIVOS da regulação no Brasil
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Avaliação geral da qualidade das agências reguladoras
Base: 100% dos entrevistados
7,2% 29,9% 36,1% 21,6% 5,2% Concorda totalmente Concorda Nem concorda/nem discorda Discorda Discorda totalmente
V35 - Avaliação geral da qualidade das agências reguladoras
Índice: 37,1%
As agências reguladoras atendem às funções para as quais foram criadas de maneira satisfatória
AGREGADO % Discorda 26,8% Nem concorda/ nem discorda 36,1% Concorda 37,1% TOTAL 100,0%
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PEER REVIEW OCDE (2008)
• O peer review discutiu com clareza as práticas correntes de regulação no Brasil, em termos de:
• melhorar a performance do sistema; • alcançar os objetivos políticos
estabelecidos;
• desmistificar o debate ideológico sobre a estrutura regulatória envolvendo
ministérios e agências, e
• obter aprendizado a partir da experiência internacional.
• E enfatizou, entre outras medidas, a
necessidade de adotar:
• a Análise do Impacto Regulatório
(AIR), e
• uma unidade de supervisão da
qualidade regulatória junto ao governo central.
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Problema: excesso de normas
Normas legais e regulatórias adotadas no Brasil entre 1988 e 2012
Source: Ibpt, 2012. Quantidade de normas editadas no Brasil: 24 anos da Constituição Federal
Normas Federais Nº geral de normas Tributárias
Constituição 1 1
Emendas Constitucionais de Revisão 6 - Emendas Constitucionais 70 15 Leis Delegadas 2 - Leis Complementares 83 37 Leis Ordinárias 4,981 1,095 Medidas Provisórias originais 1,196 200,000 Medidas Provisórias reeditadas 5,491 1,674 Decretos Federais 10,812 1,579 Normas complementares 135,165 25,147 Total 157,807 29,748
Normas Estaduais, do DF e Municipais Nº geral de normas Tributárias
Estados e Distrito Federal 1,172,828 89,461 Municípios 3,284,671 171,723 Total de Estados, DF e Municípios 4,457,499 261,184 Total (Incluindo as Normas Federais) 4,615,306 290,932
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Problema: excesso de normas
Normas legais e regulatórias adotadas no Brasil entre 1988 e 2012
• 4.6 milhões de normas editadas;
• Isso significa a edição, em média, de 788 normas por dia
útil;
• 290.932 normas tributárias;
• Cerca de 1,41 norma tributária por hora (dia útil);
• Foram realizadas 14 reformas tributárias em 24 anos;
• Vários tributos foram criados: CPMF, COFINS, CIDE, CIP,
CSLL, PIS Importação, ISS Importação;
• Em média, cada norma tem 3.000 palavras.
• Saúde, Educação, Segurança, Trabalho, Salário e Impostos
são temas que aparecem em 45 % de toda legislação.
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A REGULAÇÃO PODERIA SE TORNAR MUITO MAIS
SIMPLES
- Promover a coordenação interagências governamentais e público afetado pela regulação por intermédio de consulta pública.
- Estabelecer uma cuidadosa consideração sobre os custos e os benefícios da regulação.
ALGUMA COISA PODERIA SER MODIFICADA
- Assegurar maior abertura e transparência no processo de elaboração da regulação.
- Melhorar o processo pelo qual as agências levam em consideração as observações públicas (tecnologia da informação).
- Adotar rigorosa análise para obter informações consistentes para poder decidir com base em evidências.
- Manter baixos os custos com a implementação das normas e altos os seus benefícios líquidos.
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Ferramentas para melhorar a qualidade
regulatória: boas práticas internacionais
• Guilhotina
• Reengenharia do processos • Cláusulas de revisão
• Técnicas legais: codificação, consolidação, etc. • Simplificação administrativa
Regulações
existentes
(stock)
• Análise de Impacto Regulatório (AIR) • Consulta pública • Planejamento • Silêncio administrativo • Outras
Novas
regulações
(flow)
O sistema AIR
• Informação • Análises e metodología • Consulta • Qualidade técnica • Discussão e acordo• Integração à tomada de decisões
AI
R
Fonte: OECD (2008), Building an Institutional Framework for RIA. Guidance for Policy Makers, Paris,
AIR é uma ferramenta sistemática de política pública usada para examinar e medir os possíveis
benefícios, custos e efeitos de novas regulações ou daquelas já existentes (OCDE).
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Profissionalização, Ética, Abertura e
Transparência
• Profissionalização, Ética e Transparência:
– Processos de seleção para dirigentes; – Ampliar meritocracia nas agências;
– Reduzir exposição à captura, corrupção e tráfico de influências, e
– Ampliar mecanismos de prestação de contas.
• Melhorar capacitação técnica e compreensão da
complexidade dos mercados;
• Aderência às diretrizes do Governo Aberto: informação,
transparência ativa e acessibilidade;
• Ampliar uso da AIR e processos de consulta pública;
• Conflito de Interesses e quarentena – uniformidade de
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Governança Inclusiva e Prestação de
Serviços: desafios para as agências
reguladoras
• Assegurar competitividade e qualidade dos serviços prestados aos cidadãos;
• Promover ambiente favorável à ampliação dos mercados e provedores de serviços;
• Intensificar uso da tecnologia (TIC, Governo Eletrônico,
“Mobile Government”) para prestar serviços e orientar atuação – governança centrada no usuário
– OCDE: “Empregar tecnologia da informação e adotar atendimento unificado para as licenças, autorizações e outros requisitos
processuais, tornando a prestação de serviços mais simples e focada no usuário.”
– Reduzir custos de transação.
• Papel mediador, mas sobretudo de agente do Estado – neutralidade é relativa.
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Melhor Regulação: indicadores de
qualidade regulatória
• Esforço de construção de um conceito mais uniforme sobre o
que é “qualidade regulatória”;
• Adoção de critérios comuns que sirvam de referencial para
melhorar os processos das instituições regulatórias;
• Avaliação da evolução das práticas e resultados regulatórios;
• Instrumento que permita comparar as instituições
regulatórias, sem a necessidade de construir um ranking;
• Contar com instrumento flexível, voluntário, de fácil
adaptação, para promover a qualidade regulatória, e
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Rede Latino-Americana e do Caribe de Melhora
Regulatória e competitividade - LATIN-REG
• Parceria estabelecida em outubro de 2011 entre o Brasil, Colômbia, Chile, Costa Rica, México e Peru;
• Intercâmbio, cooperação e troca de experiência sobre reforma e melhoria da qualidade regulatória;
• Benchmarking;
• Treinamento e capacitação;
• I e II Seminário sobre boas práticas em regulação na América-Latina e Caribe;
• Reuniões para fortalecer a Rede: com representantes do Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, México e Peru, e
• Estudo sobre as capacidades para a gestão regulatória no Equador: primeiro projeto-piloto da LATIN-REG.
Presidência da República Casa Civil
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Cooperação e intercâmbio internacional
• “Office of Information and Regulatory Affairs – OIRA/USA”: diálogos regulatórios com servidores das agências reguladoras envolvidas nos projetos-piloto de AIR;
• Embaixada Britânica: Projeto “Better Regulation: Reducing Regulatory Burdens on Business” - Curso avançado em metodologias de AIR, visita técnica à instituições regulatórias da UK; realização de um programa “shadowing” no Comitê de Política Regulatória; estudos sobre custos e benefícios sobre a implementação do Registro Eletrônico em Saúde no Brasil; Avaliação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, utilizando a metodologia de Análise Multicritério.
• Diálogos Setoriais Brasil – União Europeia: visita técnica à União Europeia, realização de workshop e seminário sobre Legística e “Impact Assessment”.
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Perspectivas e Desafios
• Fortalecimento e valorização da regulação como
instrumento a serviço da sociedade;
• Integração com políticas públicas;
• Abordagem sistêmica – governo como um todo;
• Credibilidade e legitimidade dependem da
qualidade da gestão e transparência
- integridade, imparcialidade, probidade, legalidade e
mérito
- eficiência, transparência, diversidade e orientação para
o usuário
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Obrigado!
JADIR DIAS PROENÇA