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JOVEM E CONSUMO CULTURAL EM TEMPOS DE CONVERGÊNCIA NA MÍDIA REGIONAL DO TOCANTINS

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Academic year: 2021

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

JOVEM E CONSUMO CULTURAL EM TEMPOS DE

CONVERGÊNCIA NA MÍDIA REGIONAL DO TOCANTINS

Deborah Sena de Andrade1; Verônica Dantas Meneses2

1

Aluna do Curso de Comunicação Social - Jornalismo; Campus de Palmas; e-mail: deborahsena@uft.edu.br . “PIBIC/CNPq/PIVIC/UFT”

2 Professora do Curso de Comunicação Social - Jornalismo; Campus de Palmas e-mail:

veronica@mail.uft.edu.br

Resumo

O trabalho estuda a regionalização da programação de televisão aberta como espaço de mediação e articulação de culturas, identidades e sociabilidades, como fenômeno midiático, na consolidação identitária do Tocantins, mensurando as relações entre mídia e público jovem. Consideramos a potencialidade dos meios de comunicação, sobretudo televisivos, de interferir sobre uma região contextualizando-a ou descontextualizando-a em sua bagagem histórica e criação representativa, autenticando-a ou fragmentando suas heranças para as novas gerações que constituem a audiência. Nosso objetivo se baseia, então, em entender a cultura comercializada, em especifico, para o público jovem na Tv local, bem como sua apropriação das tendências multimídia na representação de signos regionais na TV local. Para direcionar este estudo mapeamos as grades de programação das emissoras de TVs regionais e analisamos os gêneros, formatos, linguagem e uso da convergência midiática dos programas voltados para o público jovem. Tal discussão é pertinente no Tocantins, que em pouco tempo de emancipação política é desafiado a legitimar seus legados culturais e afirmar valores, símbolos e identidades para as novas gerações.

Palavras Chave: Mídia regional, público jovem, convergência, identidade regional

INTRODUÇÃO

A identidade cultural do Tocantins contrasta a modernidade de Palmas, com a história secular de cidades do interior. A capital é cidade de tempo ausente, criada para centralizar símbolos políticos do Estado, já Natividade, Porto Nacional e outras cidades datam seus surgimentos anteriores à emancipação política do Tocantins. O presente trabalho pretende

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

investigar as contribuições da Televisão regional em convergência com novas mídias, para transmitir essa(s) identidade(s).

Na era da comunicação líquida, em que o dinamismo e renovações ditam o mercado, um grande potencial de consumo está no público jovem e sua conexão com as tecnologias da comunicação. A juventude tem sido objeto de estudo de áreas e atividades distintas, principalmente na chamada sociedade global da informação, a qual propicia uma mobilidade territorial e a oferta de um mundo repleto de repertórios. Tais estudos devem levar em consideração dentre as principais problemáticas a dificuldade de ingresso do jovem no mercado de trabalho e o desemprego, a educação formal, acesso à saúde e problemas como obesidade, doenças sexualmente transmissíveis, dependência de drogas, e, com a difusão das novas tecnologias da informação e da comunicação, a exclusão digital bem como as formas de acesso desses jovens ao mundo digital.

A convergência midiática constitui o outro foco de complexização desses processos, pois além do envolvimento e intercâmbio de novas tecnologias, seu próprio uso e apropriação provocam mudanças culturais e de mentalidades. Eles são lócus de realização e reprodução de sentidos e significações do presente, conformam a vida cotidiana e os processos identitários no mundo globalizado, ou seja, um “entre-lugar” dentro de um tempo histórico que é ao mesmo tempo “presença e substituição” (BHABHA, 1998, p. 221).

Mas nesse campo as perguntas ainda se somam em relação ao jovem como público consumidor e as novas sociabilidades advindas das redes sociais. Os meios de comunicação como instituições que oficializam e demarcam a importância e a hierarquização dos temas do cotidiano também legitimam comportamentos e marcam valores identitários distintos.

Por outro lado, enquanto a TV generalista, em sua expressão nacional/global, restringe a abordagem sobre determinado local, produções regionais podem retratar com profundidade um contexto, gerando reconhecimento do público. Tais considerações permitem enxergar na TV regional um lugar para marcar valores, propagar uma história, conformar ou transformar comportamentos (LIMA, 2010).

Com base nessas análises, pensamos na forma como os conteúdos voltados ao público jovem são regionalizados na televisão local e como se dá a conexão desses conteúdos com as novas mídias (internet) no contexto atual de possibilidades de convergência dessas plataformas. Nesse sentido, evidencia as dinâmicas congruentes nas novas e velhas tecnologias da comunicação e informação e os processos culturais localizados e dinâmicos realizados nesse espaço.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

O objetivo central, portanto, foi contribuir para o conhecimento das realidades regionais no estado do Tocantins no que diz respeito a oferta de programas voltados aos jovens e adolescentes na televisão aberta local. Especificamente, buscou-se discutir as implicações entre meios de comunicação regionais e identidades culturais; relacionar os programas locais produzidos pelas emissoras de TV aberta no Tocantins; relacionar a oferta de conteúdos/programas locais de TV destinados ao público jovem e identificar se há uso das redes sociais por meio da produção destes programas.

MATERIAL E MÉTODOS

Realizamos uma pesquisa exploratória, com análise quantiqualitativa, referenciada por autores que se dedicam ao tema em estudo. O universo de pesquisa foi composto por cinco emissoras de TV abertas no estado do Tocantins totalizando 28 programas locais. Foram relacionados os programas locais produzidos por estas emissoras, e em seguida o recorte apontou os programas dedicados ao público jovem, os quais serão melhor estudados em etapa seguinte desta pesquisa. Os programas foram observados em relação ao tema, formatos e gêneros televisivos e outros dados como horário e tempo de exibição. Também foi importante observar se há na estrutura dos programas voltados ao público jovem a articulação com as redes sociais da internet. São questões importantes para subsidiar a observação do problema de pesquisa apontado, analisar se as identidades do jovem são trabalhadas, por meio das dinâmicas dos gêneros e formatos da televisão, das realidades locais e da articulação com as redes sociais. Estas últimas questões serão observadas melhor na segunda fase da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos programas aponta para a tendência de se estabelecer a lógica de mercado. Dos 28 programas analisados aqueles voltados ao entretenimento (8) e informação (15) prevalecem e dentro do entretenimento o formato revista (4) e o gênero variedades (5), neste se destacando a temática colunismo social. Isso pode ser explicado pelo fato de a visibilidade ser uma das grandes dinâmicas da sociedade atual e os meios de comunicação como a televisão e as redes sociais da internet possibilitarem a cada indivíduo a possibilidade de se ver. A TVE, pela proposta educativa, tem sua grade mais equilibrada entre as categorias prevalecendo Informação e Educação, além de se perceber a intenção de trabalhar com públicos distintos.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

Identificar um programa inteiramente dedicado ao publico Jovem nesse universo não foi tão evidente, mas de acordo com os dados pesquisados pode-se afirmar que a produção voltada a esse público é restrita. Porém, é possível encontrar propostas com linguagem e caracterização específicas que estreitam as relações com determinada faixa etária, o público mais jovem. De 28 programas, apenas cinco podem ser considerados produções destinadas a esse público, ou com proximidade do que seriam os interesses desse grupo.

O conteúdo destes programas, entretanto, é por muitas vezes alheio ao retrato de um ‘’jovem cidadão’’, pertencente a um Estado de cultura tão diversa, ou a idealização de um agente ativo nessa construção, e se atem aos arquétipos do jovem consumidor, universalizado em ideias e comportamentos. As pautas são previsíveis e peculiares à essa faixa etária, o que denota fragilidade na reprodução identitária da TV local (ARAÚJO, 2006).

A ancoragem desses programas sobretudo com a música e a visibilidade desse grupo chama a atenção para o fato de que a juventude na televisão regional está permeada por dois tipos de situações: a) num primeiro momento, é vista como um discurso, que não necessariamente comporta as características biopsicológicas inerentes a essa fase da vida. É o “ser jovem” como fenômeno socialmente construído por meio de alcunhas como atitude e disposição que cria seu mundo particular; b) essa mesma vocação é atrelada à ideia de consumo, como experiência máxima das representações da juventude em muitos programas de televisão, como bem aborda Rocha e Pereira (2010).

A programação de TV local pouco despertou, também, para o uso de convergência com redes sociais e outros meios da web. Ainda que ainda menos da metade da população do Tocantins tenha acesso frequente à internet (IBGE, 2010) é crescente a sua presença em todas as regiões brasileiras. Considerando Palmas o principal centro urbano este número aumenta consideravelmente.

Dos 28 programas analisados nesta pesquisa apenas 12 mantém algum vínculo na internet com site, e-mail ou perfil nas redes sociais como youtube, twitter e facebook. Contudo, estes sites e perfis nas redes sociais nem sempre se prestam à interação mais direta sobre os temas debatidos nos programas. Exceto os telejornais da TV Anhanguera, que disponibilizam as notícias apresentadas nas edições televisivas, inclusive os vídeos, os demais programas ora se apresentam como espaços em que o apresentador busca ampliar sua visibilidade, mais como um diário de suas atividades, ora são espaços generalistas e pouco atualizados sem referências às temáticas do programa.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

Apenas o programa Acertando os ponteiros com o ENEM, exibido pela TVE, há uma possibilidade de interação maior entre o público alvo e a produção do programa, apresentando interação por meio do twitter e destacando links úteis relacionados aos objetivos do programa.

LITERATURA CITADA

BHABHA, H. O local da cultura. Trad. de Myriam Ávila, Eliana Lourenço de L. Reis e Gláucia R. Gonçalves. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 1998.

IBGE. Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=to. Acesso agosto de 2013.

LIMA, Maria Érica de Oliveira. Mídia regional. Indústria, mercado e cultura. Natal/RN: EDUFRN, 2010.

MACHADO, A. A televisão levada a sério. 4. ed. São Paulo, SP: Editora Senac-SP, 2005. ROCHA, E.; PEREIRA, C. Sociabilidade e novas tecnologias: os significados do consumo

entre os jovens. Anais XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da

Comunicação/INTERCOM 2010. Caxias do Sul/RS, 2-6. SET. 2010.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT. Agradeço a Deus por me fazer saber que o temor a ele é o principio da sabedoria, e que o conhecimento é um jornada sem fim, mas agradável para quem tem a humildade de aprender com o próximo. A linda professora Verônica, que tanto fez pela realização desse trabalho. A minha família e pelo companheirismo e apoio nos desafios da jornada acadêmica.

Referências

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