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Introdução Crítica às Sagradas Escrituras

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(1)

Introdução Crítica às

Sagradas Escrituras

ESCOLA DIOCESANA DE

CATEQUESE

(2)

“Toda escritura é inspirada por Deus e

é útil para ensinar

,

para refutar, para corrigir, para

educar na justiça

,

a fim de que

o homem de Deus

seja perfeito,

preparado

para toda boa obra

(II Timóteo 3, 16-17)

(3)

PROGRAMA

• INTRODUÇÃO GERAL: o que é a Bíblia, o texto bíblico, geografia bíblica.

• PALAVRA HUMANA: a formação da Bíblia, comunicação e interpretação, e gênero literário.

• PALAVRA DE DEUS: o cânon, a autoridade bíblica, a inerrância e a inspiração.

(4)

BIBLIOGRAFIA

ARENS, Eduardo. A Bíblia sem mitos: uma Introdução crítica. 3ª Ed. São Paulo: Paulus, 2007.

ARTOLA, Antônio; CARO, José Manuel Sachez. Bíblia e Palavra de Deus. Introdução ao estudo da Bíblia.

FRIES, Heinrich. Dicionário de Teologia: Conceitos fundamentais da teologia atual. Volume I – Adão – Dogma. São Paulo: Loyola, 1970.

BIBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Edições Paulinas, 1986.

RODRIGUES, Maria Paula; RODRIGUES, Elisa; GONÇALVES, Pedro Lima; SILVA, Rafael Rodrigues; LARA, Valter Luiz. Palavra de Deus, Palavra da Gente: As Formas Literárias na Bíblia. São Paulo: Paulus, 2004.

SILVA, Cássio Murilo Dias da. Leia a bíblia como literatura. São Paulo: Loyola, 2007.

(5)

• É preciso que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis. (DV 22)

• O conteúdo da palavra de Deus é palavra da gente que fez uma profunda experiência de fé. (RODRIGUES)

• A bíblia é um conjunto de testemunhos vividos, não de informações; conhecer a bíblia é entrar em seu mundo, é saber como e porque se relatou aquilo que se escreveu, é vibrar com seus autores. (ARENS)

(6)

O que é a Bíblia

A palavra Bíblia significa "livrinhos",

pois é o plural da palavra grega biblíon ("livrinho"),

que por sua vez é o diminutivo da palavra biblos ("livro").

A Bíblia é um conjunto de escritos que são o produto e o testemunho da vida de um povo (Israel – AT) e de uma comunidade (cristianismo – NT) em diálogo com Deus.

A Bíblia é, assim, uma coleção de livros menores,

diferentes entre si, cada qual contendo uma mensagem

e procurando iluminar a vida do povo de Deus de

(7)

• Só se começará a conhecer e a compreender a Sagrada Escritura:

• quando se estiver familiarizado com sua origem e com sua formação;

• quando se souber porque e com que forma

foram escritos os diferentes livros;

• quando se souber algo do mundo daqueles para os quais foram escritos diretamente, sua cultura e circunstancias (Oriente Médio);

• quando se entender que os escritos foram compostos por pessoas concretas, num dado tempo.

(8)

Os livros da Bíblia

Falam da história e da experiência deste povo de Deus, ou povo de Israel. Escravo no Egito, este povo

experimentou Deus como o Deus da vida e da liberdade. Deus e o povo de Israel fizeram juntos uma

Aliança, um pacto, um acordo:

Deus prometeu acompanhar e proteger sempre seu povo, e o povo prometeu caminhar sempre segundo a vontade do seu Deus, vivendo na fraternidade, como irmãos.

(9)

Muitos anos de história e vida

A Bíblia conta acontecimentos que cobrem um período de tempo que vai:

desde a experiência do primeiro pai, Abraão, por volta do ano 1850 a.C., até a experiência de perseguição dos primeiros cristãos, no livro do Apocalipse de João,

100 d.C

Mais de dois mil anos, portanto, estão presentes

(10)

História do Povo de Deus

Jesus

Patriarcas 1850 1250 Êxodo 1030 Reis 587 Exílio da Babilônia 333 Período Grego 63 Período Romano 27 6 a.C. Batismo 30 Paixão Nascimento 538 Período

Persa JerusalémComunid.

34 36 Conversão Paulo Comunid. Antioquia 49 Viagens pastorais 70 Destruição Jersusalém Ev: Mc 80 115 Expansão da Igreja Ev: Mt, Lc, Jo Livro do Apocalipse Origem do Universo: 12 a 20 bilhões de

(11)

Para compreensão correta da bíblia é preciso considerar que se trata de um conjunto de livros

que se originaram e foram compostos há muitos séculos e em um ambiente cultural muito diferente do nosso.

É do verdadeiro Deus que se fala na Bíblia. Nele os profetas e Jesus puseram sua fé e com ele entraram em íntima comunhão, um Deus que se vem manifestando na própria história humana.

(12)

O Hebraico era a língua original do povo de Israel (idioma sonoro, sem muita abstração e generalização: é instrumento)

O Aramaico era falado pelos povos da Mesopotâmia e aparece em alguns trechos do Primeiro Testamento ( trechos de Dn e Esd)

O Grego koiné é a língua do Novo Testamento: é polido, com gramática refinada, para reflexão: é arte. ( Deuterocanônicos: Tb, Jt, 1 Mac, 2 Mc, Eclo, Sb e Br)

(13)

Manuscrito em forma de códice

Papiro enrolado

Os livros antigos

Argila cozida, pedras Cerâmica

Pergaminhos de couro de ovelha Palimpsestos: reutilizados

(14)
(15)

O texto e a sua história

•Os textos originais (autógrafos) da Bíblia – tal como os da literatura clássica antiga – perderam-se, não se conserva nenhum.

•Conservamos alguma fonte documental? Sim, conservam-se manuscritos, cópias dos originais

escritas à mão ainda que fosse mais exato dizer, “cópias de cópias”.

(16)

Um pouco do mundo (GEOGRAFIA)

Américas Asia Oceania Africa Europa Oriente Médio

(17)

Israel Palestina

(18)

Os rios Nilo, e o Tigre e Eufrates

Mesopotâmia

(19)

Rio Jordão

Mar da Galiléia*

Mar Morto

(20)
(21)

A Bíblia foi longamente

preparada e gerada

Como um conjunto de testemunhos multiformes da relação de diálogo entre Deus e os homens, relação histórica e humanamente vivida.

O único personagem que perdura é Deus; os outros aparecem e morrem, e são julgados segundo sua relação com Deus

(22)
(23)

A FORMAÇÃO DA BÍBLIA

1) ACONTECIMENTO OU EXPERIÊNCIA (FATO) 

2) INTERPRETAÇÃO ( Qual o significado? olhar de fé)  3) FORMULACÃO (linguagem acessível para ser contada) 4) TRANSMISSÃO ORAL (A, B,C = X) elaboração do central 5) REINTERPRETAÇÃO (crise + novos fatos = repensar) 

6) ESCRITURA do essencial (autor [retoque] e gênero literário) 7) CÂNON (inspiração bíblica/ normatividade) 

8) TRADUÇÃO (formal e funcional/ interpretação) 

9) LEITURA MULTIFACETADA... (oração, exegese analítica, teologia, catequese, liturgia e pregação, ciências humanas)

(24)

TRADIÇÃO ORAL

• O tecer dos relatos mantinha viva a tradição do povo.

• Tradição é um processo de crescimento no curso do qual se preserva o velho, mas interpretado como novo (alterações).

• O que não tinha relevância era esquecido, por isso na Bíblia encontramos enormes vazios de informação que gostaríamos de conhecer (infância de Jesus)

(25)

O povo já estabelecido,

consciente da identidade própria, preocupa-se por manter viva a tradicão oral, suas histórias e experiências.

A Escritura começa a ganhar

corpo durante o reinado de Davi e Salomão (X-IX séc. a.). Toma força quando os assírios destroem o Reino de Isreal (730) e é frutuosa no período do cativeiro da Babilônia (598) e na reconstrução.

(26)

Para não esquecer o passado

e a história (identidade),

Para transmitir a Revelação

de Deus às gerações futuras (projetar-se no futuro),

Para alimentar a fé,

a

e para ser proclamada nas

celebrações litúrgicas.

3O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram, 4não o

ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações vindouras: as glórias do Senhor e o seu poder, e as maravilhas que Ele fez. (Sl 78,3-4)

(27)

FIXAÇÃO ESCRITA

• Com o passar do tempo, e por razões diversas, as diferentes tradições que circulavam e se preservavam como unidades independentes umas das outras foram reunidas em pequenos “livros”.

• Trabalho editorial do escritor: em alguns casos, a ordem era cronológica; em outros, temática, ou segundo o que o escritor queria comunicar.

• O autor é considerado um autêntico autor literário, passou de receptor para emissor do ato comunicativo.

(28)

• É importante frisar que cada livro foi composto independentemente dos outros.

• Os autores não se propuseram em fixar seus escritos com a intenção de que eles fizessem parte de uma coleção (isso é posterior).

• Os textos escritos foram reinterpretados, retocados, revisados, tendo partes perdidas, outras acrescentadas, de acordo com o enfoque.

• A forma escrita permitia se dirigir ao texto com caráter de norma, o que o rodeava de uma sacralidade que a forma oral não tinha.

(29)

COMUNICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

• Interpretar é perguntar-se pelo significado de tal coisa, pelo seu valor ou importância. Interpretamos conforme os “óculos de nossa realidade cultural”.

• A Bíblia é uma interpretação do autor que a recebeu como tradição oral e depois a escreveu. Toda interpretação é apreciação ou valoração sobre alguém ou algum acontecimento: a morte de Jesus.

• Os textos bíblicos apresentam interpretações primordialmente religiosas, mas não exclusivamente

(30)

• As interpretações na Bíblia sobre os diversos acontecimentos relaciona-se ao nível de conhecimento e ao grau de cultura dos diversos intérpretes (exemplo: epilepsia nos evangelhos).

• Para entender um texto é necessário compreender o significado dos termos no contexto (sócio-político-econômico-geográfico-cultural)

• Autor bíblico: é filho de seu tempo, está condicionado e influenciado pela situação e pela cultura em que vive. Há de se destacar que a importância está na mensagem (salvífica) e não em quem a escreve.

(31)

COMUNICAÇÃO E

INTERPRETAÇÃO

• Os escritos da Bíblia são TESTEMUNHOS DA VIDA DA COMUNIDADE (judaica e cristã) em seu processo de formação, em sua afirmação de identidade – que distingue essa comunidade de outros povos – e na expressão de sua fé – que a distingue de outras religiões.

(32)

• O que entendemos por Gênero Literário? Podemos resumidamente dizer que Gênero Literário designa os vários tipos ou modelos de texto que encontramos na Bíblia.

• Gênero Literário é uma abstração linguística que permite associar na mesma categoria os textos que possuem forma literária semelhante.

• Forma é o conjunto de dos elementos linguísticos que dão fisionomia precisa e única ao texto

(33)

• A Bíblia é um conjunto de pequenos textos, que se caracterizam por suas formas e gêneros literários específicos (vasta biblioteca).

• O autor emprega o gênero literário adequado para expressar seu propósito.

• O gênero literário é produto da necessidade de comunicar-se adequadamente – relação com interpretação

(34)

Diversos géneros literários combinados no interior de cada livro: poesia e lendas, relatos históricos, leis e normas, discursos e meditações, genealogias, evangelhos, cartas, fábulas, parábolas, reflexão histórica, novelas, sagas, chamados vocacionais, apocalipses, profecias…

Diversos gêneros literários

Para falar de uma experiência religiosa : Deus que ama

e faz Aliança com o Seu povo e caminha com ele conduzindo-o da escravidão para a liberdade…

(35)

• Aspectos fundamentais para o estudo dos

gêneros e formas literários:

• compreensão

clara

dos

temas/assuntos

centrais do texto;

• análise da estrutura literária;

• uso da linguagem/forma que em que o texto

se apresenta ou é apresentado;

• e, sobretudo, a identificação do propósito do

texto.

(36)

CONTEXTO

• Compreensão do texto tem estreita relação com o contexto vital em que foi escrito

• Contexto vital (âmbito mais amplo): contexto

histórico, político, econômico, social, religioso, cultural, determinando por um momento e lugar.

• Situação vital (circunstância): circunstâncias que

afetam a vida e ocasionam uma reação imediata (Sitz im Leben).

(37)

• Entender e conhecer a situação vital é essencial porque está estreitamente relacionada a compreensão dos textos, já que respondem a situações concretas.

CONTEXTO CULTURAL

• Destaque para mentalidade semítica x grega

Grego: admira, quer encontrar a essência, comtempla, é lógico e racional.

Semita: aproxima, percebe, sente, é prático e

(38)

• A mentalidade semita é percebida e sentida, prática e relacional; é uma mentalidade movida pela ação, por isso, muitas vezes tende a ser exagerada (exemplo: parábolas).

• Sua linguagem é simples e rústica, porém, cheia de metáforas, imagens e relatos

• O grego analisa, quer definir, entender, sistematizar, aponta para perfeição das formas, busca a harmonia

(39)

O CÂNON

• O conceito cânon se refere à coleção dos escritos bíblicos considerados “inspirados” por Deus, que constituem a regra ou norma para fé e para a vida do crente.

• A origem da canonicidade deu-se por causa de uma crise de identidade tanto no judaísmo quanto no cristianismo. Uma das principais causas foi a circulação de escritos de diversas índoles que ofereciam uma visão equivocada da fé judaica e cristã.

(40)

• Para compreender a decisão de fixar o cânon é necessário ter presente:

1. Dimensão comunitária é importante e ja existia antes de qualquer escrito.

2. Nenhum escrito foi composto com a decisão de fazer parte do cânon: decisão foi bem posterior ao escrito.

3. A comunidade já reconhecia o livro como normativo antes da decisão de compor o cânon

4. A decisão de fixar um cânon surgiu a partir de situações conflitivas (escritos duvidosos e produções diversas)

(41)

• O cânon é um produto de um

processo

histórico

(ganhando consistência até ser

fixado)

e

de

uma

decisão

teológica

(convicções de fé).

• A razão de oficializar o cânon, sobretudo do

NT, estava no fato de assegurar a unidade

em torno de uma mesma confisão de fé

(42)

CRITÉRIOS DE CANONICIDADE

• Regula fidei: identidade entre a fé vivida e o escrito

• Coerência com os demais escritos sagrados

• Antes de fazer parte do cânon já servia de conduta para comunidades e era aceito por outras comunidades (tradição e universalidade).

• Serem escritos de época fundacional, situados num limite cronológico.

(43)

CÂNONE HEBRAICO: TANAK

CRITÉRIOS

1. O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel.

2. O livro não poderia conter passagens ou textos em aramaico ou grego, mas apenas em hebraico.

3. O livro não poderia ter sido redigido após a época de Esdras (458-428 aC).

4. O livro não poderia contradizer a Lei de Moisés (Pentateuco).

(44)

• Septuaginta (Bíblia dos LXX) – cânon Alexandrino – tradução do hebraico para o grego (sec. II a.C.) feita por 70 sábios.

• Bíblia Hebraica (cânon palestinense) – cânon oficial do judaísmo até hoje (não inclui os deuterocanônicos)

• Deuterocanônicos: não são aceitos nem pelo judaísmo e nem pelo protestantismo – retirados no cânon palestinenses por serem escritos em grego (Lutero assumiu a tradução palestinense)

(45)

Livros deuterocanônicos

Deuteros (segundo) +canônico Tobias, Judite, Baruc,

Eclesiástico, Sabedoria, 1 Macabeus e 2 Macabeus, - seções gregas de Ester e

Daniel.

Vaticano I (1870): confirmou a validade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento, baseando-se na

(46)

Primeiro Testamento / Bíblia hebraica

Pentateuco Livros históricos Livros sapienciais Livros proféticos 1. Gênesis-Gn 1. Josué-Js 1. Jó-Jo 1. Isaias-Is

2. Êxodo-Ex 2. Juízes – Jz 2. Salmos-Sl 2. Jeremias-Jr

3. Levítico-Lv 3. Rute-Rt 3. Provérbios-Pr 3. Lamentações-Lm 4. Números-Nm 4. I Samuel-I Sm 4. Eclesiastes-Ecl 4. Baruc-Br

5. Deuteronômio-Dt 5. II Samuel-II Sm 5. Cânt. dos Cânticos-Ct 5. Ezequiel-Ez 6. I Reis-I Rs 6. Sabedoria-Sb 6. Daniel-Dn 7. II Reis-II Rs 7. Eclesiástico-Eclo 7. Oséias-Os 8. I Crônicas-I Cr 8. Joel-Jl 9. II Crônicas-II Cr 9. Amós-Am 10. Esdras-Esd 10. Abdias-Ab 11. Neemias-Ne 11. Jonas-Jn 12. Tobias-Tb 12. Miquéias-Mq 13. Judite-Jt 13. Naum-Na 14. Ester-Est 14. Habacuc-Hab 15. I Macabeus-I Mc 15. Sofonias-Sf 16. II Macabeus-II Mc 16. Ageu-Ag 17. Zacarias-Zc 18. Malaquias 46 livros x 39 livros

(47)

• OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

• A ordem em que se encontram os blocos da Bíblia hebraica, conhecidos como Torah, Profetas e Escritos, não correspondem ao período de sua composição, mas à ordem na qual foram aceitos como normativos.

• A ordem dos proféticos obedece uma classificação por importância e não cronológica

(48)

CÂNONE CRISTÃO

CRITÉRIOS

1.A proximidade do escrito com a missão de Jesus (limite cronológico).

2.Origem apostólica (garantia de tradição).

3.Papel formativo de um determinado texto cristão dentro da comunidade (regula fidei).

4.Coerência do texto com os demais escritos no Primeiro Testamento e voltados para a tradição e para a catolicidade.

5.Os textos só foram considerados como inspirados depois de serem canonizados (diferença com o judaísmo).

(49)

• Vulgata: traduzida para o latim feita por S. Jerônimo (sec. IV), baseada na LXX.

• O Cânon do Novo Testamento ficou definitivamente fixado na segunda metade do século IV

• Concílio de Trento (1546) declarou como canônica a Vulgata com os apocrífos.

(50)

52/13

OS LIVROS APÓCRIFOS

 Chama-se apócrifo a um livro de autor desconhecido

que tem certa afinidade com os livros sagrados no argumento ou no título mas ao qual a Igreja Universal nunca reconheceu autoridade canónica por não ser inspirado.

 Têm um certo valor porque mostram ideias religiosas e morais mais

ou menos difundidas nos tempos próximos de Jesus Cristo e porque recolhem dados da Tradição que não se encontram nos Evangelhos; por exemplo, os nomes dos pais da Santíssima Virgem, a sua apresentação no Templo, etc.

 O termo grego apokrypha, da raiz Kryphein (ocultar),

no seu sentido primitivo significava coisas ocultas, ou mais exactamente livros ocultos ou secretos.

(51)

A AUTORIDADE DA BÍBLIA

• Relação com o cânon e a inspiração

• O cristianismo não pode ser considerado como religião do livro, mas da Revelação. Nossa fé não está na Bíblia (como conjunto de escritos), mas naquele a quem a Bíblia se refere: Deus.

• A autoridade da Bíblia está no fato de que o escrito remete a alguém que está na sua origem: Deus

revelador e inspirador.

• A autoridade tem relação com Revelação, depois fé vivida e em seguida escrita

(52)

• A Bíblia não tem autoridade por si mesma, mas em relação a Deus

• Os escritos da Bílbia tem autoridade porque

contêm testemunhos da REVELAÇÃO que deu origem a indentidade judeu-cristã e contêm testemunhos de FÉ FUNDANTE

• A Bíblia é o conjunto de testemunho de vivências que foram interpretadas como

(53)

• A Bíblia é limitada e condicionada por diversos fatores (do tempo de sua composição), nela encontram-se diversos erros científicos e históricos (NÃO TEM AUTORIDADE SUPREMA).

• A Bíblia mostra sua autoridade em sua capacidade de questionar seriamente as pessoas.

• Sua autoridade está na eficácia e no impacto quem tem na vida das pessoas.

(54)

• A autoridade da Bíblia não reside nos escritos como tais, mas na autoridade de quem se revelou e continua se revelando, de quem

inspirou e continua inspirando: Deus.

• A autoridade da Bíblia continua eficaz, porque mostra o caminho da relação de fé entre Deus e o homem, o caminho de nossa salvação – felicidade e realização em plenitude.

• Sua autoridade se manifesta em seu poder de

dar forma à nossa realidade, de transformá-la

(55)

RESUMINDO:

• Deus é fonte da Revelação e da Interpretação, isso dá a dimensão de autoridade

• A fé está na pessoa (Deus) a quem se refere e não no escrito

• Por detrás da Bíblia há valores humanos (estilo, língua, linguagem, ideologias humanas, contexto, interpretações)

• A Bíblia não é manual de respostas a todos os probleas válidos para todos os tempos

• Autoridade da Bíblia está no fato de ser testemunho de fé fundante.

(56)

A INERRÂNCIA BÍBLICA

• A inerrância (ausência de mentira) é uma qualidade da Bíblia que está estritamente relacionada com a sua autoridade e com a inspiração divina

• A não-verdade acidental é denominada erro, e pode ocorrer devido desconhecimento, distração, informação incorreta; a não-verdade intencional é denominada mentira: na Bíblia há erros e não mentiras.

(57)

• A Bíblia chegou a nós mediante cópias de originais que se perderam: possibilidade de alguns erros involuntários ou introduzidos intencionalmente pelos copistas ou também escritores bíblicos.

• A verdade que Deus quis manifestar na Bíblia é a verdade salvífica; portanto, verdade na Bíblia não é sinônimo de exatidão informativa.

• Na Bíblia encontra-se uma série de erros científicos e históricos. As informações e conhecimentos presentes são marcas do conhecimento que os autores humanos tinham na época, e não Deus: está aí a evidência de que a Bíblia foi escrita por homens.

(58)

• Dentre os muitos erros presentes na Bíblia:

• citações do Antigo Testamento por parte dos escritores do Novo Testamento que não coincidem; • as discrepâncias entre textos ou ainda repetições; • conceitos teológicos divergentes e inconsistências

de ordem moral;

• opiniões pessoais do autor, que não correspondem a revelação divina;

• a Bíblia é livre de erro somente naquilo que

concerne à salvação, a dimensão religiosa, porém, não é um livro que expressa tudo o que diz respeito a essa salvação, mas o indispensável.

(59)

• A Bíblia é filha de seu tempo e torna-se um grande equívoco pensar que os textos foram escritos por uma espécie de ditado sagrado à margem das pessoas e de sua vida histórica real.

• A verdade da Bíblia, portanto, situa-se no âmbito religioso, concretamente no salvífico e os dados históricos e científicos não caem sob a inerrância bíblica

• Deve-se saber, portanto, distinguir entre verdade científica, que responde a perguntas referentes ao como, quando e onde, da verdade teológico-religiosa, que responde o que e para quê.

• A verdade da Bíblia é o encontro do homem com Deus, é verdade salvífica.

(60)

INSPIRAÇÃO BÍBLICA

• Inspiração vem do latim que quer dizer soprar para dentro. No âmbito religioso remete ao sopro divino.

• Aplicado à Bíblia refere-se a comunicação por iniciativa divina a pessoas de algo vital

• A inspiração bíblica é um carisma ou dom de

Deus dado as pessoas envolvidas no processo

desde a tradição oral até a fixação escrita (comunidade)

(61)

• O autor inspirado: eram guiados de tal modo que reconhecessem, compreendessem e interpretassem determinados acontecimentos e vivências em sua

dimensão reveladora, os transmitissem correta e

adequadamente ao seu auditório, para sua edificação e orientação na fé ao longo do tempo, pelo caminho que conduz à salvação (fundacional).

• Deus inspirou, iluminou, capacitou e guiou capacidades mentais para que reconhecessem, nos fatos da vida, sua presença libertadora.

(62)

• Texto inspirado: são entendidos como inspirados somente a medida que seus autores o estiveram (a inspiração dirige a pessoas e não a escritos).

• Deus inspirador: os escritos bíblicos são testemunhos de vivências ou experiências da presença ativa de Deus.

• Os textos bíblicos são produtos de pessoas inspiradas e, por isso mesmo, são capazes de inspirar outras pessoas (leitores atentos).

(63)

• A inspiração, no entanto, não eliminava as limitações naturais dos autores humanos e, portanto, as de suas obras, que se dirigiam a momentos concretos com conceitos próprios daquele tempo.

• A inspiração deu-se muito antes que se escrevesse uma só letra, e é a inspiração divina que move as pessoas e comunidades a compreenderem a mensagem salvífica que a Bíblia comunica.

(64)

• A inspiração divina não pode ter concluído com a composição do último livro da Bíblia: Deus não deixou de guiar seu povo.

• Para compreender o texto é preciso conhecer o sentido pretendido pelo autor (fidelidade à intenção de quem escreve)

• A inspiração bíblica inclui a comunicação humana: o Espírito conduziu a fixação por escrito da revelação histórica, o que faz da Bíblia um livro de identidade

(65)
(66)

BÍBLIA

SAGRADA

HOJE

(67)

Primeiro Testamento

Pentateuco Livros históricos Livros sapienciais Livros proféticos 1. Gênesis-Gn 1. Josué-Js 1. Jó-Jo 1. Isaias-Is

2. Êxodo-Ex 2. Juízes – Jz 2. Salmos-Sl 2. Jeremias-Jr

3. Levítico-Lv 3. Rute-Rt 3. Provérbios-Pr 3. Lamentações-Lm 4. Números-Nm 4. I Samuel-I Sm 4. Eclesiastes-Ecl 4. Baruc-Br

5. Deuteronômio-Dt 5. II Samuel-II Sm 5. Cânt. dos Cânticos-Ct 5. Ezequiel-Ez 6. I Reis-I Rs 6. Sabedoria-Sb 6. Daniel-Dn 7. II Reis-II Rs 7. Eclesiástico-Eclo 7. Oséias-Os 8. I Crônicas-I Cr 8. Joel-Jl 9. II Crônicas-II Cr 9. Amós-Am 10. Esdras-Esd 10. Abdias-Ab 11. Neemias-Ne 11. Jonas-Jn 12. Tobias-Tb 12. Miquéias-Mq 13. Judite-Jt 13. Naum-Na 14. Ester-Est 14. Habacuc-Hab 15. I Macabeus-I Mc 15. Sofonias-Sf 16. II Macabeus-II Mc 16. Ageu-Ag 17. Zacarias-Zc 18. Malaquias-Ma

(68)

Segundo testamento

Evangelhos Escritos de Lucas Cartas de São Paulo Epístolas Católicas 1. Mateus-Mt 1. Atos dos Apóstolos-At 1. Romanos-Rm 1. Tiago-Tg

2. Marcos-Mc 2. I Coríntios-ICor 2. I Pedro-I Pd 3. Lucas-Lc 3. II Coríntios-II Cor 3. II Pedro-II Pd 4. João-Jo 4. Gálatas-Gl 4. I João-I Jo 5. Efésios-Ef 5. II João-II Jo 6. Filipenses-Fl 6. III João-III Jo 7. Colossenses-Cl 7. Judas-Jd 8. I Tessalonicenses-I Ts 9. II Tessalonicenses-II Ts 10. I Timóteo-I Tm 11. II Timóteo-II Tm 12. Tito-Tt 13. Filemôn-Fm 14. Hebreus-Hb Escritos de João 1. Apocalipse-Ap

(69)
(70)

A Bíblia, Palavra de Deus

Quem lê a Bíblia, percebe que ela não se trata antigo tesouro literário ou uma mina de documentação sobre a história das idéias morais e religiosas de um povo.

A Bíblia não é somente um livro no qual se fala de Deus; ela se apresenta como um livro no qual Deus fala ao homem, como atestam os autores bíblicos:

Não se trata de uma palavra sem importância para vós: é vossa vida

(71)

I. A PALAVRA É COMO...

alimento para quem come,

11

assim

também acontece com minha palavra:

El1111111-11).

(72)

10

E como a chuva e a neve que caem do

céu para lá não voltam sem antes molhar

a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim

de produzir semente para quem planta e

alimento para quem come,

11

assim também

acontece com minha palavra: Ela sai da

minha boca e para mim não volta sem

produzir seu resultado, sem fazer aquilo

que planejei, sem cumprir com sucesso a

sua missão (Is 55,10-11)

(73)
(74)

Pensei: “Nunca mais hei de lembrá-lo,

não falo mais em seu nome!” Mas

parecia haver um fogo a queimar-me

por dentro, fechado nos meus ossos (Jr

(75)
(76)

Lâmpada para meus passos é tua

palavra e luz para o meu caminho

(Sl 119,105)

(77)

Pensei: “Nunca mais hei de lembrá-lo, não falo mais em seu nome!” Mas parecia haver um fogo a queimar-me por dentro, fechado nos meus ossos (Jr 20,9).

(78)

Fez de minha língua uma espada

afiada que ao alcance da mão ele

guardou, fez de mim uma seta

pontiaguda e em sua aljava me

escondeu (Is 49,2)

(79)

ATLETA QUE CORRE VELOZ

Manda à terra a sua mensagem, sua

palavra corre veloz (Sl 147,15)

(80)
(81)

2

Eu abri a boca e ele me fez comer o rolo,

3

dizendo: “Filho do homem, alimenta teu ventre

e sacia as entranhas com este rolo que te dou”.

Eu o comi, e era doce como mel em minha boca

(82)
(83)

Enviou sua

palavra para

curá-los e

preservá-los de

descer ao túmulo

(Sl 107,20)

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A PALAVRA ANIMA A VIDA E A PASTORAL

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