ESTRUTURA CRISTALINA
DOS MATERIAIS
CERÂMICOS
PMT5783
Antonio Carlos Vieira Coelho & Samuel M. Toffoli
ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS
Referência Bibliográfica:
Chiang, Y.-M.; Birnie, D.P.; Kingery, W.D. - Physical Ceramics –
Principles for Ceramic Science and Engineering, John Wiley &
Sons, New York, 1997.
Opção simples:
L.H. Van Vlack – Propriedades dos Materiais Cerâmicos – Editora Edgard Blücher Ltda. e EDUSP, São Paulo, 1973 (Original:
Physical Ceramics for Engineers, Addison Wesley Publ. Co.,
Reading, MA, 1964
).
Excelente opção
(menos estruturas, mas mais extensivo):
W.D. Kingery, H.K. Bowen, D.R. Uhlmann – Introduction to
ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS
Considerações Iniciais –
as estruturas encontradas nosmateriais cerâmicos são diferentes daquelas presentes nas outras classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos:
Inorgânicos
Contendo pelo menos dois – e com muita frequência, mais –
elementos químicos
Em aplicações tecnológicas podem ser usadas em uma
variedade de morfologias: monolitos, pós finos, filmes finos ou espessos, fibras longas ou curtas
Cada um desses pode ser um monocristal ou ser policristalino,
ou ainda pode ser amorfo
Podem ainda apresentar uma ou várias fases (pela quantidade de
componentes, o número de fase presentes é geralmente maior do que o n° de fases encontrado em sistemas exclusivamente metálicos)
ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS
Revisão
Sólidos cristalinos e amorfos
Sólidos Cristalinos e Sólidos Amorfos
Segundo a distribuição espacial dos átomos, moléculas ou
íons, os materiais sólidos podem ser classificados em:
Cristalinos: compostos por átomos, moléculas ou íons
arranjados de uma forma periódica nas três dimensões. As
posições ocupadas seguem uma ordenação que se repete
para grandes distâncias atômicas (de longo alcance).
Amorfos: compostos por átomos, moléculas ou íons que
não apresentam uma ordenação de longo alcance. Podem,
no entanto, apresentar ordenação de curto alcance.
Sólidos Cristalinos e Sólidos Amorfos
Estruturas da sílica
Reticulado Cristalino
Um cristal é constituído por “motivos
estruturais” que se repetem regularmente.
Esses motivos podem ser átomos, moléculas,
íons, ou grupos de átomos, de moléculas ou
de íons.
Um
reticulado cristalino
é a figura formada,
no espaço, pelos pontos que definem a
localização desses motivos.
O
reticulado cristalino
é, na realidade,
um
Reticulado Cristalino
Cada ponto do reticulado
determina a localização de um motivo estrutural (um átomo, íon, molécula ou grupo de átomos, íons ou moléculas).
O reticulado é formado
Célula (Cela) Unitária
A
cela unitária
é um
paralelepípedo
imaginário que constitui
uma unidade
fundamental com a qual
se constrói todo o
cristal somente por
deslocamentos de
translação (tal como os
Célula (Cela) Unitária
Célula (Cela) Unitária
Sólido cristalino CFC Célula unitária representada por esferas rígidas Célula unitária de um reticulado cristalino.Qualquer ponto da célula unitária que for transladado de um múltiplo inteiro de parâmetros de rede ocupará uma posição equivalente em outra célula unitária.
• Geometricamente uma célula unitária pode ser representada por um paralelepípedo.
• A geometria da célula unitária é univocamente descrita em termos de seis parâmetros: o
comprimento das três arestas do paralelepípedo (a, b , c) e os três ângulos entre as arestas (
,
,
). Esses parâmetrossão chamados parâmetros de rede.
(c) 2003 Brooks/Cole Publishing / Thomson Learning™
Reticulados
de Bravais
... estruturas cristalinas ...
Por que as espécies preferem
arranjar-se num cristal iônico
ao invés de permanecerem
isoladas umas das outras?
Constante de Madelung
É uma definição precisa da energia de uma dada estrutura
cristalina relativa ao mesmo número de componentes
isolados.
Medida da estabilização eletrostática de um cristal.
A energia de ligação cátion-ânion tem duas componentes:
atração coulombiana e um segundo termo, devido, que é
a repulsão devido ao Princípio de Exclusão de Pauli, a qual
torna-se mais forte para pequenas distâncias de
separação.
CONSTANTE DE MADELUNG
Energia de interação E entre dois íons
onde Z
ie Z
jsão íons. Cargas: Z
ie
e o outro: Z
je
onde
e
= carga do elétron
e
0é a permissividade do vácuo, B
ijé uma constante
empírica, R
ijé a separação interatômica, e o
expoente n tem um valor de aproximadamente 10.
Atração coulombiana
CONSTANTE DE MADELUNG
CONSTANTE DE MADELUNG
Energia de interação E
c- cristal com N íons
Considerando:
ZC = valência do cátion e ZA = valência do ânion;
Rij = xij.R0 , onde R0 = mínima separação entre os íons
(R0 = RC + RA , ou seja, corresponde ao fundo do “poço de potencial”)
Onde
é a constante de Madelung:
i ij j j i iX
Z
Z
Z
Z
/
|
|
/
|
|
Energia eletrostática de um cristal relativa ao mesmo número de
componentes isolados
Medida da estabilização eletrostática de um cristal
Valores muito próximos, mesma composição POLIMORFISMO
TIPO DE ESTRUTURA CONSTANTE DE MADELUNG
“Sal de rocha” (NaCl) 1,748
Cloreto de Césio (CsCl) 1,763 Esfalerita (“
Zincblende
” - ZnS) 1,638 Wurtzita (ZnS) 1,641 Fluorita 2,519 Córindon 4,040CONSTANTE DE MADELUNG
...falando de estruturas cristalinas...
Dado um composto, existe
somente uma estrutura
possível?
Qual é a estrutura mais
estável para um composto?
REGRAS DE PAULING
A constante de Madelung dá a energia eletrostática de um cristal relativa ao mesmo número de componentes isolados, mas sozinha não permite prever estruturas.
Portanto: as 5 Regras de Pauling ( em ordem decrescente de importância)
PREMISSAS
Baseadas na estabilidade geométrica do empacotamento de íons de
diferentes tamanhos + estabilidade eletrostática.
Íons são considerados esferas rígidas (uma simplificação).
Raios iônicos mantêm-se constantes para uma mesma valência e mesmo
REGRA 1
Cada íon se coordenará com um poliedro de íons de carga
oposta.
Esse poliedro possuirá um número de íons determinado pela
relação entre os tamanhos dos íons.
Configurações estáveis são aquelas em que os íons menores
(normalmente os cátions) têm dimensão similar ou
ligeiramente maior do que os interstícios que devem ocupar na estrutura cristalina.
Número de Coordenação
Coordenação Cúbica (NC=8) Coordenação Octaédrica (NC=6)
Número de Coordenação
Coordenação Tetraédrica (NC=4)x 0,225
Coordenação Triangular (NC=3)
Exceções à Regra 1 não são
difíceis de serem
encontradas...
átomos não são esferas rígidas neutralidade local (particularmente no caso
de átomos muito grandes)
tipo de ligação
ligações covalentes e metálicas
tendem a diminuir a distância interatômica
Coordenação Linear (NC=2)
x 0
REGRA 2
Numa estrutura cristalina estável, os poliedros de coordenação
se arranjam nas três dimensões de forma a preservar a neutralidade de carga local.
Contribuição de cada íon (e.v.) e.v. = z / NC
A carga contrária que cada íon “sente” é igual (em módulo) à sua própria
carga. Estrutura da Halita (NaCl) Regra 1: Coordenação Octaédrica rNa = 0,102nm rCl = 0,181nm rNa/rCl = 0,564
REGRAS DE PAULING
Estrutura da Fluorita
(CaF2) Regra 1: Coordenação Cúbica rCa = 0,112nm rF = 0,131nm rCa/rF = 0,855 Para preservar a neutralidade de carga local, como os íons tem valências diferentes, existem duasREGRA 3
Os poliedros de coordenação “preferem”, em ordem de estabilidade, compartilhar vértices a compartilhar arestas, e compartilhararesta a compartilhar faces inteiras.
Razão: aumento da distância
entre cátions!! Coordenação tetraédrica
Coordenação octaédrica
REGRA 4
A Regra 3 torna-se tanto mais importante quanto menor é o
número de coordenação e mais elevada é a valência do íon menor (que geralmente é o cátion).
Em cristais contendo diferentes cátions, aqueles com valência maior e
menor número de coordenação tendem a não compartilhar poliedros com os outros, e, se isso ocorrer, as arestas dos poliedros se contraem (para concentrar carga negativa entre os cátions), e os cátions podem se
deslocar de suas posições no centro dos poliedros na direção contrária à aresta ou face compartilhada (para minimizar a repulsão entre os cátions).
REGRA 5
Estruturas simples são sempre preferidas em relação a
estruturas mais complicadas (...”keep it simple”...) . Por exemplo:
Quando diferentes cátions de dimensões similares e de mesma valência
estão presentes em um cristal, eles freqüentemente ocupam o mesmo tipo de sítio, porém distribuídos de forma aleatória, formando um tipo de “solução sólida”.
No entanto, se esses diferentes cátions forem suficientemente distintos
em dimensões e em valência, eles podem ocupar sítios com
coordenações diferentes, aumentando a complexidade da estrutura.
Aplicação das Regras de Pauling
Quem é o maior
: cátion ou ânion?
Se o ânion é o maior (o que é o mais comum),
supõe-se um arranjo compacto de ânions (HC ou
CFC), com os cátions ocupando sítios intersticiais.
A relação entre os raios iônicos vai indicar quais
serão as posições ocupadas
as mais comuns são
ESTRUTURAS CRISTALINAS MAIS COMUNS
Grande parte dos compostos que formam as cerâmicas
cristalizam-se em estruturas baseadas no empacotamento
compacto de ao menos um dos elementos que os compõem
(com o outro íon ocupando um conjunto específico de sítios intersticiais)
.
Os empacotamentos:
CFC (
em inglês FCC
);
HC (
em inglês HCP
).
OBS: as estruturas de cerâmicas com ligações altamente covalentes
não são determinadas pelas regras de Pauling, mas sim pelas direções das ligações.
Empacotamento HC (
HCP
)
Empacotamento HC (HCP)
Posições C
Posições A
Posições A
Posições B
SAL DE ROCHA (NaCl) :
baseado em CFC
Haletos
Óxidos
Sulfetos
LiF, LiCl, LiBr, LiI, NaF, NaCl, NaBr, NaI, KF, KCl, KBr, KI, RbF, RbCl,
RbBr, RbI
MgO, CaO, SrO, BaO,
NiO, CoO, MnO, PbO MgS, CaS, MnS, PbS, FeS2 ( pirita )
Compostos baseados no
empacotamento CFC
posições octaédricas
ocupadas; posições
SAL DE ROCHA (NaCl):
baseada em CFC
FLUORITA ( MX
2) E ANTI-FLUORITA ( M
2X )
Compostos baseados no empacotamento CFC posições tetraédricas
ocupadas; posições octaédricas vazias
Fluorita (CaF2): ânions nas posições tetraédricas, e cátions formando
empacotamento CFC; Antifluorita: posições dos íons invertidas posições com coordenações diferentes.
COMPOSTOS : Li2O, Na2O, K2O (antifluorita); ZrO2, UO2, CeO2 (fluorita)
Fluorita Antifluorita CÁTION NC = 8 NC = 4 ÂNION NC = 4 NC = 8 vazia ocupada (F) (Ca)
FLUORITA ( MX
2) E ANTI-FLUORITA ( M
2X )
Plano (110) do ZrO2
ESFALERITA (ZnS) –
Zincblende
Esfalerita ou blenda, mineral, é o principal minério de
zinco. Estrutura cúbica
Cátions ocupam apenas a metade das posições
tetraédricas
cátions pequenos têm “maior
estabilidade” em coordenação tetraédrica
Cátions e ânions têm coordenação tetraédrica
Tetraedros compartilham vértices
COMPOSTOS: óxidos e sulfetos (ZnO, ZnS, BaO); SiC;
compostos semicondutores III-V, de forte caráter
covalente (GaAs, CdS, GaP, InSb)
ESFALERITA (
Zincblende
)
ESFALERITA (
Zincblende
)
Estrutura da Esfalerita (Cúbica) Estrutura da Wurtzita (HC) EM AMBAS:
•Metade das posições tetraédricas ocupadas •Coordenação dos íons igual a 4
ocupada
vazia
Também é ZnS (mas pode ser FeS)
POLIMORFOS E POLITIPOS
POLIMORFISMO
: transformações entre as fases podem
ocorrer simplesmente através de deslocamentos de
átomos (=
displacive transformations
).
Fases polimorfas apresentam simetria cristalina
diferente e diferentes distâncias interatômicas e
inter-planares, MAS
fases polimorfas tem sempre a mesma
coordenação de cátions e de ânions.
Os três polimorfos da zircônia (ZrO2): cúbica, tetragonal e
monoclínica
Quartzos “low” e “high”; cristobalitas “low” e “high”.
Obs: outras transformações de fases requerem quebra de ligações e rearranjo e são conhecidas como reconstructive transformations (ver à frente)
POLIMORFISMO
Algumas das características das
Displacives Transformations :
A forma de alta temperatura
(“high”) é sempre a forma com estrutura mais aberta.
A forma “high” tem maior
volume específico
A forma “high” tem maior
capacidade calorífica e maior entropia
A forma “high” tem maior
simetria na verdade, a forma “low” tem sua estrutura derivada da forma “high”
Como existem duas formas de
estrutura “low” (uma imagem de espelho da outra),
transformações no resfriamento podem formar defeitos de
macla (“twins”).
formas “low”
Exemplo: ZrO
2
Três polimorfos da zircônia
Importância da zircônia: entre outros, uso em condutores iônicos de oxigênio para sensores de O2 e células à combustível e
POLIMORFOS E POLITIPOS
“ Transformation toughening “
Transformação de tetragonal a monoclínico envolve expansão
“ Transformation toughening “
Transformação de tetragonal a monoclínico envolve expansão
51
POLITIPISMO
Tipo especial de polimorfismo. Para que possam ocorrer as
transformações entre as fases é necessária quebra de ligações e rearranjos
Reconstructive
Transformation
. Algumas das características das
Reconstrutive Transformations
: Necessidade de energia de
ativação para quebra de ligações.
Transformações lentas.
Estruturas de alta temperatura
podem ser mantidas em baixa temperatura sem que haja a reversão à forma
“Reconstructive transformations”
podem se dar de diversas formas:
Nucleação e crescimento no
estado sólido.
Vaporização – condensação. Precipitação a partir de fase
líquida na qual a fase instável tem maior solubilidade.
Fornecimento de energia
mecânica.
Qualquer estratégia que permita
que a barreira de energia da transformação seja suplantada facilita transformações
EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
Cela unitária do córindon (
-
alumina), mostrando apenas as posições catiônicasA
LUM
INA
–
Al
2O
3EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
A
LUM
INA
–
Al
2O
3 • Existem diversos polimorfos da alumina, sendo a forma alfa a mais comum e a única estável a partir de 1200°C.EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
A
LUM
INA
–
Al
2O
3 • Geralmente, o monocristal de -alumina é chamado de safira, sendo também a base para o rubi (vermelho, porcausa das impurezas de cromo) e para a safira azul (com
impurezas de ferro e titânio). • A dureza é 9, na escala de Mohs (diamante = 10)
EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
Rutilo
(um dos polimorfos doTiO2, ao lado do anatásio e brookita)
Estrutura HC com
metade das posições de cátions preenchida Índice de refração altamente anisotrópico Grande poder de espalhamento de luz na forma de pó micrométrico
Uso como opacificante
em tintas e papéis.
R
UTIL
O,
Ti
O
2EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
E
S
P
INÉ
LI
O
–
AB
2O
4
Quando os cátions A e B são bivalentes e trivalentes
(AO.B
2O
3)
Estrutura CFC com uma fração dos sítios tetraédricos e
octaédricos preenchida
EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
E
S
P
INÉ
LI
O
–
AB
2O
4EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
E
S
P
INÉ
LI
O
–
AB
2O
4
O membro do grupo mais comum e importante
(encontrado em refratários cerâmicos, p.ex.)
: MgAl
2O
4
Além desse, existem outros espinélios de alumínio (ex.,
ganita, ZnAl
2O
4) e também outras famílias:
Espinélios de ferro (ex., magnetita, Fe3O4, ou seja, FeO.Fe2O3 ,
ou ainda, Fe2+Fe3+
2O4)
Espinélios de cromo (ex., cromita, FeCr2O4 , colorante verde
para vidros)
Etc. • Espinélios de magnésio e alumínio
(dureza Mohs = 8) ocorrem na forma de gemas, frequentemente vermelhas, brilhantes, e são muito confundidas com rubis (Al2O3, dureza Mohs = 9), pela coloração e porque frequentemente ocorrem nas
EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
Muitos compostos ternários que têm os cátions A e B
de tamanhos muito diferentes cristalizam nessa
estrutura
Estrutura pode ser considerada como derivada de um
CFC, com o cátion grande (A) e os oxigênios formando
o retículo
O cátion menor B ocupa um sítio octaédrico, rodeado
apenas por oxigênios
Exemplos: BaTiO
3, CaTiO
3, PbTiO
3, PbZrO
3, etc.
Representa também a unidade estrutural parcial de
supercondutores à base de cobre
P
E
R
OV
S
K
ITA
–
A
B
O
3P
E
R
OV
S
K
ITA
–
A
B
O
3EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS
Pb ou Ba (NC=12) Distorção do retículo piezoeletricidade O Ti (NC=6)
CERÂMICAS COVALENTES
Muitas das estruturas mais duras, mais refratárias e
mais tenazes dentre os materiais cerâmicos
Exemplos:
Nitretos
Nitreto de silício (Si3N4)
Oxinitretos: soluções sólidas entre nitretos e óxidos (tais como os “sialons”, compostos do sistema Si-Al-O-N)
Nitreto de boro (BN)
Carbetos
Carbeto de boro (B4C)
Carbeto de silício e seus vários polimorfos (SiC)
CERÂMICAS COVALENTES
NITRETOS
Nitreto de silício (Si
3N
4):
três polimorfos, usado em ferramentas decorte, rolamentos, tubeiras de foguetes, partes de motores a combustão, rotores de turbo, etc. Decompõe a 1900°C. Fase difícil de obter.
trigonal -Si3N4 hexagonal β-Si3N4 cubic γ-Si3N4
CERÂMICAS COVALENTES
NITRETOS
Nitreto de boro (BN):
o polimorfo hexagonal (~grafite) é mole, mas oCBN (
cubic boron nitride
, estrutura da esfalerita) tem dureza próxima à do diamante)CERÂMICAS COVALENTES
CARBETOS
Carbeto de boro (B
4C):
quase tão duro quantoo CBN, usado em veículos militares blindados, coletes à prova de bala, etc. A estrutura é complexa: icosaedros constituídos por 12 átomos de boro formam uma
estrutura romboédrica, o centro da cela unitária
contém um grupo C-B-C (o carbono é a esfera preta, a esfera verde e os icosaedros são boro)
CERÂMICAS COVALENTES
CARBETOS
Carbeto de silício (SiC):
material muito duro (decompõe-se a 2730°C), usado emabrasivos, rebolos e ferramentas de corte há muito tempo: variedade industrial em produção desde 1893 (processo Acheson: areia + carvão em forno de arco), mas variedades mais puras e usadas em coletes à prova de balas, como elementos de aquecimento e, em eletrônica, como semicondutores para aplicações em alta temperatura / alta tensão, bem mais recentes.
Politipo -SiC (~blenda de zinco)
(porém, a variedade mais comum é a alfa, com estrutura hexagonal, ~wurtzita)
ANEXO
-
Características dos reticulados de Bravais
- Densidades atômicas:
▪ Volumétrica
▪ No plano
a = b = c
=
=
= 90
0cúbico simples
cúbico de corpo
centrado (CCC)
centradas (CFC)
cúbico de faces
Sistema Cúbico
Sistema Hexagonal
a = b
c
=
= 90
0e
= 120
0Sistema Tetragonal
a = b
c
=
=
= 90
0tetragonal simples
tetragonal de
corpo centrado
Sistema Romboédrico
a = b = c
=
=
90
0Sistema Ortorrômbico
a
b
c
=
=
= 90
0 ortorrômbico simples ortorrômbico de corpo centrado ortorrômbico de bases centradas ortorrômbico de faces centradas Detalhes de reticulados de BravaisSistema Monoclínico
a
b
c
=
= 90
0
monoclínico
Sistema Triclínico