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MINISTÉRIO DA FAZENDA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 5ª REGIÃO FISCAL

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MINISTÉRIO DA FAZENDA

8 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 5ª REGIÃO FISCAL

PROCESSO Nº

SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/5ª RF/DISIT Nº

5, de 02 de fevereiro de 2005 INTERESSADO CNPJ/CPF DOMICÍLIO FISCAL

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

Ementa: ALIENAÇÃO DE ACERVO.

RESULTADO NÃO-OPERACIONAL.

CÁLCULO DO LUCRO DA EXPLORAÇÃO. É de natureza não operacional o resultado obtido na alienação de acervo líquido, devendo ser excluído esse efeito do lucro líquido do período-base no cálculo do lucro da exploração. Dispositivos Legais: DISPOSITIVOS LEGAIS: Artigo 19, III, do Decreto-Lei n° 1.598, de 26.12.1977, Instrução Normativa SRF n° 22, de 22.02.2001, que aprovou o programa gerador da DIPJ 2001 e respectivo MAJUR.

DOCUMENTO FORNECIDO EM CUMPRIMENTO À LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO. REGISTRE-SE QUE A PUBLICAÇÃO, NA IMPRENSA OFICIAL, DE ATO NORMATIVO SUPERVENIENTE MODIFICA AS CONCLUSÕES EM CONTRÁRIO CONSTANTES EM SOLUÇÕES DE CONSULTA OU EM SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA, INDEPENDENTEMENTE DE COMUNICAÇÃO AO CONSULENTE (arts. 99 e 100 do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011).

RELATÓRIO

1. A consulente informa que, em dezembro de 2000, alienou parte do seu

patrimônio, relativa ao acervo da XXXX, composto das seguintes contas: a) Contas a receber de clientes;

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c) Outras contas a receber; d) Móveis e utensílios; e) Fornecedores;

f) Outras contas a pagar.

2. A consulente apresenta sua dúvida quanto à correta classificação contábil do

resultado obtido na operação, em razão da alegada falta de conceituação, na Lei das Sociedades Anônimas, do que seja resultado não operacional, para atender ao disposto no art. 19, do Decreto-lei n.º 1.598, de 26 de dezembro de 1977, quanto ao cálculo do lucro da exploração.

3. Na sua consulta, a contribuinte compara o disposto no Parecer Normativo CST

n° 114, de 1978 - que conceitua e lista os resultados não operacionais - com a Instrução Normativa SRF n° 22, que aprovou a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ, do ano-calendário de 2001, cujo manual de preenchimento, segundo a consulente, amplia o conceito de resultado não operacional ao determinar o preenchimento da linha destinada à captação de valores de resultados não operacionais com todos os valores que não sejam da atividade principal ou acessória da empresa.

4. Manifesta, por fim, seu entendimento, que pretende ver confirmado, de que o

mencionado resultado tem natureza operacional, em razão da composição do acervo alienado ser de contas do ativo e passivo operacional da empresa e, como tal, compor o cálculo do lucro da exploração.

FUNDAMENTOS LEGAIS

5. O Decreto-Lei n° 1.598, de 26 de dezembro de 1977, no seu art. 19 e respectivos

incisos, atualmente com a redação modificada pela Lei n.º 7.959, de 21 de dezembro de 1989, instituiu o cálculo do lucro da exploração com o objetivo de servir como instrumento de mensuração de incentivo fiscais visando ao estímulo a determinadas atividades econômicas.

Art. 19. Considera-se lucro da exploração o lucro líquido do período-base, ajustado pela exclusão dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 7.959, de 21.12.1989) I - a parte das receitas financeiras que exceder das despesas financeiras, sendo que, no caso de operações prefixadas, considera-se receita ou despesa financeira a parcela que exceder, no mesmo período, à correção monetária dos valores aplicados; (Redação dada pela Lei nº 7.959, de 21.12.1989)

II - os rendimentos e prejuízos das participações societárias; e III - os resultados não operacionais.

6. Encontra-se na própria Exposição de Motivos do mencionado decreto-lei as

razões da novel metodologia aplicada na apuração dos incentivos fiscais, inaugurada em substituição à então vigente Lei n.º 4.239, de 27 de junho de 1963 que, nos seus arts. 13 e 14, estabelecia o sistema de apuração direta do resultado operacional da atividade incentivada, partindo simplesmente dos resultados operacionais decorrentes de empreendimentos industriais

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ou agrícolas que se instalassem, modernizassem, ampliassem ou se diversificassem, nas áreas de atuação da SUDAM ou da SUDENE. Vejamos a Exposição de Motivos do DL 1598, de 1977, no que importa à presente análise.

“11. O artigo 19 define o lucro isento (empreendimentos no Nordeste e na Amazônia), sujeito à alíquotas reduzidas (empreendimentos no Nordeste, Amazônia e hoteleiros), ou que serve de base para o cálculo da dedução correspondente a manufaturados e serviços exportados. Os novos conceitos sobre as parcelas que formam o lucro líquido do exercício exigem essa definição. O lucro da exploração, tal como conceituado no art. 19, exclui dos benefícios fiscais os resultados financeiros e os ganhos de capital.”

7. Como se pode observar, com o advento do Decreto-Lei n.º 1.598, de 1977, as

modificações no mecanismo de apuração dos benefícios fiscais calculados com base no lucro da exploração tiveram por escopo afastar qualquer possibilidade de extensão dos incentivos fiscais a todo o resultado obtido pela empresa.

8. Isso porque a previsão anterior de cálculo do incentivo com base no resultado

operacional da atividade incentivada veio a produzir decisões judiciais que estendiam o gozo dos benefícios fiscais além dos rendimentos industriais e agrícolas do empreendimento, entendimento esse por fim sedimentado na Súmula 164, do extinto Tribunal Federal de Recursos, que sistematizou o assunto nos termos seguintes.

164. O gozo dos benefícios fiscais dos arts. 13 e 14, da Lei n.º 4.239, de 1963, até o advento do Decreto-lei n.º 1.598, de 1977, não se restringia aos rendimentos industriais ou agrícolas do empreendimento.

9. Dava-se, portanto, conforme bem mencionado pelo eminente Noé Winkler nos

seus comentários ao art. 544 do RIR/99 (Imposto de Renda – Doutrinas, Comentários,

Jurisprudência, etc – Editora Forense, 2a. Edição, Rio de Janeiro, 2002, p. 773 e ss), isenção ao

estabelecimento e não à atividade visada para merecer o favor fiscal. Acrescenta o mesmo autor que

“Não tinha sentido, e fugia à lógica, isenção que favorecia resultados de determinado empreendimento agrícola no Norte ou Nordeste, e neste resultado estivessem embutidos polpudos lucros de especulação no mercado financeiro ou de capitais, produzidos com recursos desviados da atividade específica à qual unicamente se destinava o benefício.”

10. O entendimento sumulado pelo TFR demonstra a clareza que a jurisprudência

dos tribunais federais passou a conferir ao tratamento do assunto uma vez que a nova legislação passou a estabelecer critérios que visavam nitidamente impor à concessão do incentivo fiscal o limite da efetiva apuração do resultado da atividade objeto do estímulo fiscal.

11. Para tanto, o DL 1598/77, na sua opção por uma metodologia indireta de

apuração do resultado da atividade, prescreveu a aplicação de determinados ajustes com o propósito de expurgar do lucro contábil aqueles resultados não relacionados com a atividade visada pelo incentivo fiscal.

12. Dentre tais ajustes, consta a determinação de expurgar do lucro contábil os

resultados não operacionais, cuja menção básica encontra-se no art. 187, inciso IV, da Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), sem que tal menção se faça

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acompanhar de qualquer conceituação, situação comum no ordenamento jurídico, mas que por vezes exige a integração de várias normas e de diversas informações para fins de interpretação.

13. No caso específico, impõe-se a integração do art. 187, IV, da Lei n.º 6.404/76

com o subseqüente Decreto-lei n.º 1.598/77, em cuja Seção III encontram-se descritas situações cuja acomodação no grupamento de resultados não operacionais se devia, eminentemente, como podemos ver do teor do art. 31, ao fato de serem decorrentes de resultados de capital, quer ganhos ou perdas, mas sempre decorrentes da gestão de um patrimônio sem envolver o desenvolvimento de uma determinada atividade produtiva.

14. No caso em estudo, a consulente promoveu uma movimentação de capital, sem

que de tal movimentação resultasse qualquer atividade produtiva passível de especial interesse que justificasse o deferimento de benefício fiscal.

15. Tal movimentação de capital se deu mediante a alienação de grupamentos

contábeis inteiros do seu patrimônio, alegadamente relativos a uma divisão do seu empreendimento, denominada XXXX, não se enquadrando tal situação naquela visada pelo legislador como destinatária de favor fiscal.

16. O objetivo de qualquer incentivo fiscal é beneficiar o resultado operacional de

uma determinada atividade incentivada, sendo tal resultado a expressão legítima do rendimento que se pretende favorecer, devendo dele ser excluídas quaisquer parcelas não compatíveis com os objetivos visados, ou seja, receitas não vinculadas às atividades incentivadas (ver obra antes citada, p. 773).

17. Cabe, por oportuno, também observar que o acervo líquido alienado continuará

se beneficiando dos incentivos fiscais que incidam sobre a atividade que venha a ser desenvolvida pelo comprador das carteiras negociadas, naturalmente desde que atendidas as determinações legais. Ou, no caso de o acervo alienado não se constituir, quanto ao alienante, nos elementos patrimoniais de gestão da atividade incentivada, o patrimônio remanescente à cisão efetuada continuará se beneficiando do incentivo fiscal na medida dos resultados operacionais que continue produzindo, residindo, repita-se, o favor fiscal, nos limites da atividade produtiva eleita pela legislação como passível de estímulo especial.

18. Além disso, observe-se, por oportuno, que os itens patrimoniais alienados pela

consulente incluem elementos de ativo permanente – móveis e utensílios - cuja natureza de ganho de capital é indiscutível, haja vista teor do Decreto-lei n.º 1.598/77 e do Parecer Normativo 114/78. A natureza de ganho de capital relativamente a resultado positivo obtido na alienação dos demais grupamentos patrimonias consistentes em contas do ativo e do passivo encontrou seu fundamento nos demais argumentos antes esposados, bem como na IN SRF n.º 22, de 22 de fevereiro de 2001.

19. Também é oportuna a observação de que os itens alienados são patrimoniais -

como de resto não poderia deixar de ser, já que não se pode alienar itens de resultado – portanto já guardando em si a anterior agregação de valor produzida pelos resultados apurados quando da sua formação, agregação de valor essa já contemplada pelos respectivos incentivos fiscais, não se podendo cogitar, portanto, de nova concessão de incentivo fiscal, que se constituiria em verdadeiro bis in idem.

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20. E foi no sentido do reconhecimento da impossibilidade de ser estendido a atividades alheias àquelas visadas pela legislação tributária, o deferimento de benefícios fiscais, que laborou o MAJUR/2001, aprovado pela Instrução Normativa n.º 22, de 22 de fevereiro de 2001, na instrução de preenchimento da linha 43 da ficha 06A, da DIPJ do ano-calendário 2000, determinando que todas as demais receitas decorrentes de operações não incluídas nas atividades principais e acessórias da empresa sejam incluídas nos campos relativos a receitas não operacionais.

21. Visa, portanto, a referida regra, a estabelecer como limite de incentivos fiscais

calculados com base no lucro da exploração, e portanto voltados ao estímulo de determinadas atividades produtivas, conforme prescrito na respectiva legislação concessória, a apuração de resultados oriundos das atividades principais e acessórias da empresa capazes de justificar o deferimento de benefícios tributários.

CONCLUSÃO

22. Em vista do exposto, respondo a presente consulta com a assertiva de que na

alienação de acervo constituído de bens, direitos e obrigações, o resultado apurado possui natureza não operacional, devendo, portanto, ser excluído do lucro contábil para efeito de cálculo do lucro da exploração.

ORDEM DE INTIMAÇÃO

23. À XXXX para ciência ao interessado, mediante cópia desta solução de consulta,

informando-lhe que da mesma não cabe recurso nem pedido de reconsideração, de acordo com o § 2º do art. 10 da IN SRF nº 230, de 2002.

24. No caso de divergência de conclusão de consulta, conforme previsto no Art. 16,

§ § 1º e 3º da IN SRF nº 230/2002, a interessada poderá interpor recurso especial, sem efeito suspensivo, à Coordenação-Geral do Sistema de Tributação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência desta solução, ou da solução divergente, se publicada posteriormente à ciência desta, cabendo-lhe comprovar, mediante juntada da publicação, a existência das soluções divergentes sobre idênticas situações.

Adalto Lacerda da Silva Superintendente

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