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DOM ANTÔNIO MALAN * São Pedro - Itália: São Paulo - SP: anos

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Academic year: 2021

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1 DOM ANTÔNIO MALAN

* São Pedro - Itália: 16-12-1862 † São Paulo - SP: 28-10-1931

69 anos

Dom Antônio Malan nasceu na cidade de São Pedro (Itália), aos 16 de dezembro de 1862. Muito pobre, os pais emigraram para a França. Desde pequeno sentia vocação para ser sacerdote, mas as condições económicas da família não lhe davam de manifestar essa sua intenção. Aos 15 anos, entra a serviço da nobre família Combaud, já cooperadora das obras de Dom Bosco. Atingindo os 20 anos de idade, pensou em ser capuchinho, mas devido aos poucos estudos, não ousou pôr em

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prática o seu desejo, ainda mais que devido às leis anticlericais do governo, esses religiosos foram expulsos da França.

Tendo voltado à sua terra para o serviço militar, levou uma carta da Condessa para Dom Bosco. Durante a viagem leu a biografia de Dom Bosco escrita por um médico francês.

Chegou a Turim no dia 29 de outubro de 1882 e foi logo ao Santuário de Maria Auxiliadora para assistir à Santa Missa. Dom Bosco acabava de celebrar o Santo Sacrifício. Ao descer do altar para ir à sacristia, viu uma luz destacando-se do quadro de Maria Auxiliadora, como uma chama, e foi pousar na cabeça de nossa herói. Impressionado, notou bem o rosto do jovem.

Após uma hora, o encontra no pátio no meio dos meninos que iam beijar as mãos de Dom Bosco. Um "OH"! foi a saudação de Dom Bosco. Segurando-lhe pela mão o levou até seu escritório. O colóquio durou mais de uma hora. Fato está que o jovem Malan pouco tempo depois entrou no noviciado salesiano, e no dia 2 de outubro de 1885 se tornava filho espiritual de Dom Bosco.

Trabalhou alguns anos nos Colégios Salesianos da França e em 1889 parte para as missões da América. Nesse mesmo ano é ordenado sacerdote em Montevideu. Trabalha ao lado do grande Salesiano Dom Luiz Lasagna.

Faz parte da expedição missionária que vai trabalhar nas missões de Mato Grosso. Cabe a ele dar sequência aos projetos de Dom Lasagna, falecido num desastre de trem.

Funda os colégios: de Cuiabá, Corumbá e as missões entre os índios Bororós. A Santa Sé, vendo o florescimento das missões, cria a Prelazia do Registro do Araguai em 1914 e nomeia Pe. Malan, Bispo-Prelado, titular de Amiso.

Foi sagrado no Santuário Coração de Jesus em São Paulo, aos 15 de agosto de 1914, pelo Exmo. Núncio Apostólico.

De volta, se decide a fundar o Instituto Nossa Senhora da Piedade no Registro do Araguaia, hoje Araguaiana.

Em le de janeiro de 1915, é um dos consagrantes do seu ex-aluno Dom Francisco de Aquino Corrêa, auxiliar de Cuiabá. Mas já na Festa do Apóstolo Santo André, 30-11-1923, a cidade de Petrolina (PE), alegra-se com a nomeação do seu primeiro Bispo, Dom Antônio Malan, SDB.

"Muito prudente... mas quando o julga necessário, vai adiante com o auxílio de Deus.

Com os irmãos é ótimo pai. Contudo, sabe exercer a autoridade: re-flete, toma conselho, e faz o que lhe parecer melhor no Senhor, para a glória de Deus e o bem as comunidade." (Pe. Gusmão).

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"Calmo, sereno, numa missão pontilhada de dificuldades, era o homem que caminhava sempre sobre o terreno seguro do previsto e do calculado, depositando sempre sua confiança em Deus. Sacerdote e apóstolo do mais lídimo sentimento da palavra, nunca descuidou dos interesses materiais do Reino de Deus, como ambiente necessário do reino espiritual. A prova de tudo isso é ler as crónicas das missões e da diocese."

Chega à nova Diocese de Petrolina, disposto a cumprir o encargo que o Santo Padre lhe confiou. Praticamente funda a diocese.

Mas seis anos foram o suficiente a Dom Malan para criar "ex novo" a estrutura fundamental da nova Diocese e organizá-la de uma maneira realmente modelar: Seminário Diocesano, Palácio Episcopal, Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e a belíssima Catedral de pedra branca em

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puro estilo gótico... Para isso ele percorre as grandes cidades, vai à Europa, faz palestras, visita benfeitores, máxime na França, e arranja copiosos auxílios. Durou seu episcopado em Petrolina 7 anos. Mas fez várias visitas pastorais para conhecer todos os lugares onde houvesse seus diocesanos. Tinha grandes planos para certos lugares da sua circunscrição eclesiástica.

Em 1930 esteve na Europa. Conversara com o Bem-aventurado Filipe Rinaldi, terceiro sucessor de Dom Bosco.

De volta para o Rio de Janeiro para a inauguração do Monumento a Cristo Redentor. Depois das solenidades seguiu para São Paulo. O tempo úmido provocou-lhe uma pneumonia, agravada em seguida por hefritis.

Transportado para o Hospital do Brás, no dia 24 de outubro, parecia melhorar. Mas um ataque de uremia", que às palavras da Irmã enfermeira: "Excelência se prepare"... Dom Malan respondeu: "Tenho ainda muito o que fazer..." Na noite de 28 de outubro, foi para a Casa do Pai.

Tinha recebido com edificação os últimos sacramentos e conservou até a morte plena lucidez de espírito. Um ano antes, visitando, no mesmo hospital, um irmão doente, tinha dito: Aqui virei para morrer. Mas quem teria dito que tão cedo seria profeta?

As exéquias solenes de corpo presente, se realizaram em São Paulo, oficiando o Arcebispo Dom Duarte, estando presente o Arcebispo de Florianópolis e o Bispo de Barra.

Na capela do Hospital do Brás, rezou missa de corpo presente o Exmo. Dom Alberto Sobral que acompanhou o corpo até o Santuário Coração de Jesus. Depois das exéquias o corpo seguiu para o cemitério do Araçá. Oficiando Dom Alberto, amigo particular do grande apóstolo do sertão.

Os despojos mortais de Dom Malan, seguiram depois para Petrolina, e agora descansam na capela da Catedral.

Foi o instrumento hábil, que a Divina Providência pôs a disposição de Dom Lasagna para iniciar a grande obra de civilização dos indígenas brasileiros. Primeiro diretor do Liceu São Gonçalo, foi por 29 anos inspirador e superior da Missão Salesiana do Mato Grosso e primeiro Prelado do Registro do Araguaia. Foi a mente esclarecida que soube planejar e a mão firme e suave que dirigiu as atividades salesianas em Mato Grosso. Sua obra e suas viagens tornaram conhecido o Mato Grosso, "a invenção salesiana" {Pio XII), e a obra missionária entre os Bororós, angariando no Brasil, na Europa (particularmente na França, onde se familiarizava com famílias nobres), simpatia e recursos generosos.

Em 1924, é promovido para a recém-criada diocese de Petrolina, no sertão pernambucano. Sua passagem rápida por essa diocese, está assina-

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lada pela sua intensa ação apostólica e pela majestosa Catedral, em puro estilo gótico, que emerge "do monótono sertão agreste, como flor que desabrocha no deserto".

De 1914 a 1919, Dom Malan exerce dupla responsabilidade: Prelado do Registro do Araguaia e Inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso. Continuador acérrimo das inspirações de seu ilustre antecessor, Dom Luiz Lasagna, por cinco lustros dirigiu vitoriosamente os destinos da Missão, para a fé, para a civilização, para o progresso verdadeiro.

Pe. Paulo Albera, visitador e depois 2a sucessor de Dom Bosco, deixava escrito: "O espírito dos salesianos é muito bom, graças às virtudes e prudência do Pe. Malan. É dono do campo, graças à sua boa educação e paciência com todos e com tudo."

Exemplo de visita pastoral de Dom Malan em Petrolina: "A primeira semana era empregada na catequese, na visita às famílias, na preparação de batizados e casamentos. Chegava então o Bispo que durante a semana, dedicava-se à instrução religiosa das diversas classes de pessoas: crianças, jovens, adultos. Além disso, pregava por ocasião da Missa, e da reza da noite para toda a comunidade. Atendia a quantos o procurassem, e visitava todas as famílias do povoado, dedicando especial atenção aos velhos e doentes. O último domingo era o grande dia do encerramento da visita, com a Primeira Comunhão de crianças e adultos. Na segunda-feira, antes de partir, ia-se de madrugada, processionalmente, ao cemitério, onde celebrava a Santa Missa pelos defuntos da comunidade. Ninguém era esquecido: era, de fato, o bom pastor de todos: dos vivos e dos mortos!"

Poderemos perguntar: donde lhe vinha a força para tanto trabalho? Quem responde é a Sagrada Escritura: "Toda a força lhe vinha da vida interior". Dom Malan era de uma vida interior admirável! No cumprimento exemplar de todas as práticas de piedade, da vida religiosa salesiana, podendo-se dizer que tinha a pontualidade de um noviço, edificando a comunidade onde estava ou se hospedava. Como era agradável e simples com salesianos e alunos, tomando muitas vezes parte com espontaneidade de educador e de pai, nos momentos de recreio. Era mesmo um salesiano ideal como Dom Bosco.

Com seus bons exemplos, parecia um ímã que atraía a todos: grandes e pequenos, pobres e ricos. Ninguém se afastou dele humilhado. Filho espiritual de Dom Bosco, discípulo de São Francisco de Sales, Dom Malan copiou em si a caridade e a bondade dos dois. Sabia amar a todos e por pso não tinha inimigos. Todos lhe queriam bem. Resumindo: "Passou por esta vida semeando o bem."

+Miguel D’Aversa Bispo emérito de Humaitá (AM) 1999.

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DADOS PARA O NECROLÓGIO

DOM ANTÔNIO MALAN

* São Pedro - Itália: 16-12-1862 † São Paulo - SP: 28-10-1931 com 69 anos de idade e

46 anos de vida religiosa salesiana, 17 anos de episcopado.

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