PATRÍCIA FRAGOSO MARTINS
UNIVERSIDADE CATÓLICA EDITORA LISBOA 2018
ADMINISTRAÇÕES
PÚBLICAS NACIONAIS
E DIREITO
DA UNIÃO EUROPEIA
Questões e Jurisprudência Essenciais
Quando, em 2015, me convidaram para colaborar com o Mestrado em Direito Administrativo da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica, no quadro da diversificação da oferta aca-démica da Escola, pretendida inovadora e diferenciada, surgiu a ideia de criar um curso que, ainda que breve, tratasse da problemática da aplicação descentralizada do direito da União Europeia pelas admi-nistrações públicas nacionais.
Atendendo à natureza e duração do referido curso — um seminário breve com poucas horas semestrais — o mesmo foi pensado não tanto numa perspetiva dita «clássica», dogmática, de direito administra-tivo da União, mas sobretudo numa perspetiva de «caso» procurando tratar o tema com recurso à jurisprudência fundamental do direito da União. Considerando a natureza essencialmente jurisprudencial deste direito, e a incontornável atenção «aos casos» que o mesmo implica, a opção impôs-se com naturalidade.
Os seus objetivos do curso eram claros:
1) Compreender o alcance das obrigações impostas às administra-ções públicas nacionais em virtude da pertença de um Estado à União Europeia;
2) Perceber e discutir em que medida tais obrigações põem em causa o papel tradicionalmente reservado às administrações públicas nacionais num Estado de Direito de matriz europeia; e 3) Identificar em que medida as referidas obrigações se
encon-tram plasmadas ou refletidas no ordenamento jurídico portu-guês, refletindo criticamente sobre as soluções consagradas no plano interno.
A esta luz, planeou-se um conjunto de sessões que obedece a uma sistematização simples das matérias a tratar:
Parte I — Princípios gerais relativos à aplicação do direito da União
Europeia nas ordens jurídicas nacionais (recapitulação)
Parte II — A aplicação descentralizada do direito da União Europeia
pelas administrações públicas nacionais
Parte III — Cooperação leal e autonomia procedimental nacional Parte IV — O direito a uma boa administração
6 administrações públicas nacionais e direito da união europeia
Os materiais e notas que agora se compilam correspondem ao resultado da lecionação do referido seminário nos últimos anos.
À semelhança do nosso Direito Constitucional da União Europeia (UCE, Lisboa, 2017), e considerada a impossibilidade de esgotar a jurisprudência relevante, selecionaram-se apenas os casos mais emblemáticos, essencialmente escolhidos e editados com base em cri-térios pedagógicos. Com a mesma preocupação, recorreu-se à versão oficial em língua portuguesa dos acórdãos, sempre que possível. Onde a versão oficial portuguesa não se encontra disponível, optou-se pela inclusão da versão inglesa das decisões.
Lisboa, janeiro de 2018
NOTA PRÉVIA 5
PARTE I — PRINCÍPIOS GERAIS RELATIVOS À APLICAÇÃO DO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA NAS ORDENS JURÍDICAS
NACIONAIS (RECAPITULAÇÃO) 7
1. Acórdão Van Gend en Loos, Proc. n.º 26/62 16 2. Acórdão Von Colson e Kamann, Proc. n.º 14/83 19 3. Acórdão Pfeiffer, Procs. n.os C-397-403/01 23 4. Acórdão Adeneler, Proc. n.º C-212/04 28 5. Acórdão Kolpinghuis Nijmegen, Proc. n.º 80/86 33 6. Acórdão Costa/ENEL, Proc. n.º 6/64 36 7. Acórdão Internationale Handelsgesellschaft, Proc. n.º 11/70 39 8. Acórdão Simmenthal, Proc. n.º 106/77 41 9. Acórdão CIA Security International, Proc. n.º C-194/94 45 10. Acórdão Francovich, Procs. n.os C-6/90 e C-9/90 53 11. Acórdão Brasserie du pêcheur, Procs. n.os C-46/93 e C-48/93 59 12. Acórdão Rewe, Proc. n.º 33/76 78
PARTE II — A APLICAÇÃO DESCENTRALIZADA DO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA PELAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS
NACIONAIS 81
13. Acórdão Marshall, Proc. n.º 152/84 86 14. Acórdão Foster, Proc. n.º C-188/89 92 15. Acórdão Fratelli Costanzo, Proc. n.º 103/88 96 16. Acórdão Rienks, Proc. n.º 5/83 99
17. Acórdão CIF, Proc. n.º C-198/01 102
18. Acórdão Ciola, Proc. n.º C-224/97 110 19. Acórdão Wells, Proc. n.º C-201/02 115 20. Acórdão Apothekerkammer des Saarlandes, Procs. n.º C-171/07
e C-172/07 120
PARTE III — COOPERAÇÃO LEAL E AUTONOMIA PROCEDIMENTAL
NACIONAL 123
238 administrações públicas nacionais e direito da união europeia
22. Acórdão i-21 Germany e Arcor, Procs. n.os C-392 e C-422/04 136 23. Acórdão Kempter, Proc. n.º C-2/06 145 24. Acórdo Kapferer, Proc. n.º C-234/04 156
PARTE IV — O DIREITO A UMA BOA ADMINISTRAÇÃO 161
25. Acórdão Maurin, Proc. n.º C-144/95 168 26. Acórdão Steffensen, Proc. n.º C-276/01 171 27. Conclusões no Proc. n.º C-392/08, Comissão/Espanha 177 28. Conclusões no Proc. n.º C-277/11, M. M. 180 29. Acórdão Heylens, Proc. n.º 222/86 186 30. Conclusões no Proc. n.º C-75/08, Mellor 191
PARTE V — A RESPONSABILIDADE DO ESTADO ADMINISTRADOR 199
31. Acórdão Hedley Lomas, Proc. n.º C-5/94 204 32. Acórdão Larsy II, Proc. n.º C-118/00 210 33. Acórdão Brinkmann, Proc. n.º C-319/96 219 34. Acórdão Konle, Proc. n.º C-302/97 224 35. Acórdão Haim, Proc. n.º C-424/97 227