Técnicas de Imagiologia
Raios X
Patrícia Figueiredo
Sinopse
•
Produção de raios X
•
Bremsstrahlung e radiação característica
•
Espectro de raios X
•
Tubos de raios X
•
Interacção de raios X com a matéria
•
Efeito fotoeléctrico e efeito de Compton
•
Atenuação dos raios X
•
Mecanismos de contraste
Raios X
Definições:
Um raio X é um fotão de alta energia, com comprimento de onda entre 0.01 to 10 nm.
Raios X são feixes destes fotões utilizados na análise de materiais, como em radiologia ou cristalografia, pelo seu elevado poder de penetração.
Produção de raios X
Os raios X são produzidos por meio da aceleração de um feixe de
electrões, a partir de um cátodo (emissor de electrões) em direcção a
um ânodo onde se encontra um alvo (emissor de raios X).
Aquecimento por passagem de corrente Emissão termiónica de electrões Aceleração dos electrões livres em direcção ao ânodo Emissão de raios X por interacção dos electrões livres com o alvo
Interacção de electrões com a matéria
-Excitação atómica: Radiação de travagem ou bremsstrahlung -Ionização: Radiação de ionização ou característica -Efeito de Joule: calorInteracção de electrões com a matéria
efeito de Joule radiação de travagem radiação característicaColisões inelásticas
Colisões elásticas
Interacção de electrões com a matéria
Excitação atómica: radiação de travagem ou bremsstrahlung
e -e
-E
incE
oE
2 e-E
oE
2 XE
inc-(E
2-E
0)
e-E
oE
1 XE
inc-(E
2-E
0)-E
e-E
e-kVp
Z ,
∝
η
kVp
E
max∝
Interacção de electrões com a matéria
Ionização: radiação de ionização ou característica
e -e
-E
incE
oE
e e-E
oE
2 XE
2-E
0 e-E
oE
1 XE
1-E
0Interacção de electrões com a matéria
Ionização: radiação de ionização ou característica
e
-E
oE
2 XE
2-E
0 e-E
oE
1 XE
1-E
0 E=69-2.3=66.7 eV E=20-0.39=19.61 eV E=69-11=58 eV E=20-2.6=17.4 eVEspectro de raios X
Bremsstrahlung [keV] Maximum energy R el at iv e n b p h o to n s Photon energykVp
E
max∝
Espectro de raios X
Bremsstrahlung Characteristic radiation [keV] Maximum energykVp
E
max∝
Bremsstrahlung Characteristic radiation [keV] Internal filtering Maximum energy
Espectro de raios X
kVp
E
max∝
Espectro de raios X
Filtragem: Interna Externa
É utilizado um material que atenua os raios X numa curta distância.
Efeito da filtragem [mm de Alumínio]
Tubos de raios X
Target 2623 °C 42 Mo 3370 °C 74 W Melting point ZF
θθθθ
e
-f
RangeD
Tubos de raios X
Tubos de raios X
Effective focal spot size:
f = F sin
θθθθ
Range = 2 D tan
θθθθ
(
θ
~ 5-20°⇒ f ~ 0.3-1.2 mm)
F fθθθθ
Ra n g e DFocal spot size
Tubos de raios X
Heel effect:
Increased attenuation of X rays in the
sloping target towards the anode side.
Tubos de raios X de ânodo fixo…
Tubos de raios X de ânodo rotativo (~3000 rpm)
Tubos de raios X de ânodo fixo…
Tubos de raios X de ânodo rotativo (~3000 rpm)
Tubos de raios X
1B2YA High Voltage Rectifier Tubes. Tube on left is manufactured by Sylvania, the right tube is General Electric manufactured. Tubes show glass discoloration (browning) from X-ray production.
C Cathode (and heating-coil)
E Tube envelope (evacuated, metal and ceramic) H Tube housing (lead shield)
O Cooling dielectric oil
W Tube window (Aluminium or Beryllium)
A Anode
T Anode target R Rotor
S Induction stator
B Expansion bellows (for oil to expand)
Tubos de raios X
Principais características:
- Potencial de aceleração: kVp
~15 – 150 kV, ~50 kV em mamografia, ~130 kV em radiografia tórax
-Corrente: mA
~50 – 400 mA em radiografia, ~1000 mA em CT, <50 mA em fluoroscopia
-Potência (output): mA ×××× kVp
-Tempo de exposição: s
-Potência máxima numa exposição de 0.1 s: kW
P = 10 kW per 0.1 s: kVp = 80 kV ⇒ mA = 125 mA
-Intensidade do feixe de raios X: I ∝∝∝∝ Zalvo ×××× mA ×××× (kVp)2
-Energia máxima dos raios X: Emax = e kVp ∝∝∝ kVp [keV]∝ -Focal spot size / Effective focal spot size: F / f
Tubos de raios X
Efeito do potencial de aceleração [kVp]:
I ∝∝∝ (kVp)∝ 2
Emax ∝∝∝∝ kVp
Epeak shifted to higher energies Nb characteristic lines ↑↑↑↑
Tubos de raios X
Efeito da corrente [mA]:
I ∝∝∝ mA∝
Emax unchanged Epeak unchanged
Tubos de raios X
Tubos de raios X
Tubos de raios X
Interacção dos raios X com a matéria
Efeito fotoeléctrico: absorção
E0 e -E1<<E0 E2<<E0 E0 e -E1<E0 θθθθ
Efeito de Compton: difusão inelástica
E0 E1<E0 θθθθ E0 e -e+ γγγγanhilation
Interacção dos raios X com a matéria
Interacção dos raios X com a matéria
Interacção dos raios X com a matéria
Efeito de Compton: difusão inelástica
(
1
cos
θ
)
1
, 2 , ,−
+
=
mc
E
E
E
inc X inc X scat X Distribuição de Compton: EX,scat[keV] 94.6 72.1 41.9 23.8 90° 131.0 91.2 47.4 24.4 60° 144.4 97.5 49.4 24.8 30° 150 100 50 25 EX,inc [keV] θθθθInteracção dos raios X com a matéria
0.5 – 5 MeV ∝ N0
-Diminui pouco com E
Difusão de Compton
Dependência da secção eficaz
> 5 MeV
-∝ Z2
Aumenta pouco com E Produção de pares 1 – 100 keV ∝ N0 ∝ Z3 ∝1/E3 Efeito fotoeléctrico 1 – 30 keV -∝ Z2 ∝1/E Difusão elástica Energias para que domina N0 Z E Mecanismo
Região de operação dos raios X para diagnóstico de tecidos humanos
Atenuação dos raios X
Atenuação: ∆
∆
∆
∆I = - I
0σ
σ
σ
σ N
v∆
∆
∆
∆x ⇒
⇒ I = I
⇒
⇒
0exp{-σ
σ
σ
σ N
vx} ⇒
⇒ I = I
⇒
⇒
0exp{- µ
µµ
µ
lx}
σ
σ
σ
σ,N
v,
µµµµl I0 ∆ ∆ ∆ ∆xI0exp{-µµµµl∆∆∆∆x} Half Value Layer (HVL): espessura de material
necessária para reduzir a intensidade do feixe de raios X para metade:
HVL = ln 2 / µµµµl
I0 = intensidade dos raios X incidentes σ [cm-2] = secção eficaz de interacção
Nv [cm-3] = no. partículas difusoras por
unidade de volume da matéria µl [cm-1] = coeficiente de atenuação linear
Atenuação dos raios X
µ µµ µ66 µ µµ µ65 µ µµ µ64 µ µµ µ63 µ µµ µ62 µ µµ µ61 µ µµ µ56 µ µµ µ55 µ µµ µ54 µ µµ µ53 µ µµ µ52 µ µµ µ51 µ µµ µ46 µ µµ µ45 µ µµ µ44 µ µµ µ43 µ µµ µ42 µ µµ µ41 µ µµ µ36 µ µµ µ35 µ µµ µ34 µ µµ µ33 µ µµ µ32 µ µµ µ31 µ µµ µ26 µ µµ µ25 µ µµ µ24 µ µµ µ23 µ µµ µ22 µ µµ µ21 µ µµ µ16 µ µµ µ15 µ µµ µ14 µ µµ µ13 µ µµ µ12 µ µµ µ11 I0(y) x y I(y)( )
⇒
( )
=
( )
{
−
∫
( )
}
=
lx
y
I
y
I
y
lx
y
dx
lµ
,
0exp
µ
,
µ
Num objecto heterogéneo:
Coeficientes utilizados na reconstrução de imagem em CT.
Atenuação dos raios X
µ µµ µ66 µ µµ µ65 µ µµ µ64 µ µµ µ63 µ µµ µ62 µ µµ µ61 µ µµ µ56 µ µµ µ55 µ µµ µ54 µ µµ µ53 µ µµ µ52 µ µµ µ51 µ µµ µ46 µ µµ µ45 µ µµ µ44 µ µµ µ43 µ µµ µ42 µ µµ µ41 µ µµ µ36 µ µµ µ35 µ µµ µ34 µ µµ µ33 µ µµ µ32 µ µµ µ31 µ µµ µ26 µ µµ µ25 µ µµ µ24 µ µµ µ23 µ µµ µ22 µ µµ µ21 µ µµ µ16 µ µµ µ15 µ µµ µ14 µ µµ µ13 µ µµ µ12 µ µµ µ11 I0(y,E) x y I(y) Para um feixe de raios X policromático:( )
⇒
( )
=
∫
(
)
{
−
∫
( )
}
=
max 0 0 0 0,
exp
,
E lx
y
dx
dE
y
E
I
y
I
E
I
I
µ
Na prática, assume-se um feixe monocromático…Coeficiente de atenuação linear:
µµµµl = µµµµl (ρρρρ, N0, Z , E) [cm-1]Coeficiente de atenuação de massa:
µµµ = µµ µµµl / ρρρρ ⇒⇒ µ⇒⇒ µµµ = µµµµ (N0, Z , E) [cm2/g]Coeficiente de atenuação linear: µ
µµ
µ
l= σ
σ
σ
σ N
vSecção eficaz de interacção: σ
σ
σ
σ = σ
σ
σ
σ
Fotoeléctrico+ σ
σ
σ
σ
Compton+ σ
σ
σ
σ
Rayleigh+ σ
σ
σ
σ
ProdParesAtenuação dos raios X
0.5 – 5 MeV ∝ N0
-Diminui pouco com E
Difusão de Compton
Dependência da secção eficaz
> 5 MeV
-∝ Z2
Aumenta pouco com E Produção de pares 1 – 100 keV ∝ N0 ∝ Z3 ∝1/E3 Efeito fotoeléctrico 1 – 30 keV -∝ Z2 ∝1/E Difusão elástica Energias para que domina N0 Z E Mecanismo
In water
Atenuação dos raios X
Dependência da energia:
The optimum X ray energy is ~ 30 keV (kVp ~ 80-100 kV) where the photoelectric effect dominates.
Atenuação dos raios X
Dependência da energia:
When the photoelectric effect dominates, the attenuation coefficient changes abruptly at the binding energy of the electrons at each shell: K, L or M edge.
Atenuação dos raios X
Dependência da energia:
∆
∆
∆
∆x [mm]
Beam hardening: os raios X de menor energia sofrem maioratenuação, pelo que a energia média do feixe de raios X aumenta durante a sua passagem pela matéria.
- Afecta o HVL - Artefactos de imagem em CT
Mecanismos de contraste
Z 1 6 7 8 11 12 15 16 19 20Mecanismos de contraste
Ex: Water (H2O) m i m i i effZ
Z
1
=
∑
α
Número atómico efectivo:
m = 3.8
αi = fracção de electrões do elemento i Zi = número atómico do elemento i
Mecanismos de contraste
Dependência do material (número atómico efectivo e densidade electrónica):
good contrast PE effect dominates (Zeff dependence)
Compton effect dominates (ρN0 dependence)
bad contrast
Mecanismos de contraste
Dependência do material: agentes de contraste
K-edge better contrast ZI = 53 k-edge: 33.2 keV ZBa = 56 k-edge: 37.4 keV ZPb = 82
Mecanismos de contraste
As diferenças de coeficiente de atenuação entre tecidos resultam essencialmente de:
-Número atómico efectivo:
na região de baixas energias onde o efeito fotoeléctrico é dominante; O coeficiente de atenuação depende fortemente da energia dos raios X.
-Densidade electrónica:
na região das altas energias onde o efeito de Compton é dominante; O coeficiente de atenuação varia pouco com a energia dos raios X.
Mecanismos de contraste
Exposição e dose de raios X
2.8 2.3 1.2 0.4 BoneX-ray energy [keV] Material 4.5 3.9 3.0 1.8 Muscle 150 100 50 30
Half-Value Layer for Muscle and Bone [cm] Tecidos biológicos
Materiais do tubo de raios X
Exposição e dose de raios X
Medidas dosimétricas:
Exposição X: [1 R = 3.33 × 10-10 C/cm3 = 2.58 × 10-4 C/Kg ]
Dose D: [1 Gy = 1 J/Kg ou 1 rad = 100 erg/g ]
Factor f: f=D/X
Dose equivalente: [Sv ou rem]
Índice de dose CT:
∫
+ − = T T zdz D T CTDI 7 7 1∑
= i i i E D QF H ωReferências
• Webb, “Introduction to Biomedical Imaging”, Wiley 2003. • Cho, “Foundations of Medical Imaging”, Wiley 1993. • Hendee, “Medical Imaging Physics”, Wiley 2002.