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FORMAÇAO E ATUAÇAO DO PSICÓLOGO NA ESCOLA: VELHOS DILEMAS, NOVOS ENCAMINHAMENTOS?

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Academic year: 2021

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FORMAÇAO E ATUAÇAO DO PSICÓLOGO NA ESCOLA: VELHOS DILEMAS, NOVOS ENCAMINHAMENTOS?

Maria de Apresentação Barreto* ( Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN - Brasil, bolsista CAPES/PNPD e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá, Maringá – PR); Marilda Gonçalves Dias Facci (UEM – Maringá – PR, Brasil - Orientadora); Ana Paula Alves Vieira (Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil); Glaucia Rodrigues da Silva (Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil); Jacsiane Pieniak (Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil); Clarice Regina Catelan Ferreira (Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá/ Universidade Paranaense - Cascável-PR, Brasil)

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Contato: apresentacao1@hotmail.com

Palavras-chave: Psicologia escolar. Formação em psicologia. Práticas em psicologia

Trata-se de um simpósio que apresentará pesquisas que vem sendo desenvolvidas no âmbito da pós-graduação em psicologia na Universidade Estadual de Maringá. Todas investigam aspectos da formação e atuação dos psicólogos nos contextos escolares, bem como discutem alguns dilemas que na contemporaneidade constitui o universo de intervenções neste campo.

Na contemporaneidade as queixa associadas ao fracasso escolar têm desafiado pesquisadores dos mais diversos campos do conhecimento e isso tem contribuído para uma variedade de produções e visões sobre a temática, incluindo aí o campo da formação e atuação na psicologia escolar/educacional. Essas queixas nos desafiam a construir alternativas de enfrentamento e diversos caminhos podem ser adotados: participação na elaboração de políticas públicas, avaliação de como essas queixas estão sendo construídas e encaminhamentos de superação, pesquisas para explicar como tem acontecido a formação para atuar no campo da psicologia escolar/educacional, dentre outros. Aqui traremos alguns desses projetos que investem na construção de encaminhamentos para alguns desses dilemas que são, ao mesmo tempo, antigos e contemporâneos e que continuam se apresentando como demandas para a atuação do psicólogo.

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O resgate histórico sobre a chegada da psicologia no Brasil indica que o modelo clínico foi adotado como referência para lidar com os assuntos educacionais. As práticas tradicionais tinham como meta aplicar testes, elaborar diagnósticos e tratar os comportamentos dos que não se enquadravam nos moldes da normalidade. De acordo com Firbida (2012) essa forma de atuação foi amplamente difundida no Brasil, durante muito tempo, sem sofrer questionamentos ou qualquer tipo de confronto mais crítico. De forma mais explícita, após a publicação da obra de Patto (1984) é que se dispara uma discussão acerca da constituição da psicologia científica e seu comprometimento com uma demanda ideologicamente determinada.

Posteriormente, essa mesma autora, já na década de 1990, como resultado de sua tese de doutorado, nos apresenta uma obra em que analisa as diversas concepções que buscam explicar o fracasso escolar desvelando as questões históricas e sociais que se entrelaçam na produção dessas explicações. Patto (1991) elucidou que as respostas construídas possuíam ligação direta como o modo de produção capitalista e que os discursos explicativos culpabilizavam os alunos, as famílias e sua situação de pobreza, bem como naturalizavam o não aprender como uma consequência das privações ou carência cultural. O fracasso escolar passou a ser discutido como um fenômeno decorrente de múltiplas determinações.

Pesquisas atuais continuam revelando demandas no campo da psicologia escolar ainda atreladas às que já foram criticadas na década de 1980. Nesse sentido, é propositivo o posicionamento de Lessa e Facci (2008) que, resgatando as contribuições da psicologia histórico-cultural para a atuação no campo da escola se posicionam sobre a necessidade de utilizarmos um método histórico, que capte as contradições da sociedade capitalista. Nesta mesma perspectiva, Facci (2004) destaca que os psicólogos escolares, por vezes, não desenvolvem uma percepção sobre as contribuições da psicologia para a manutenção ou rompimento da ideologia dominante, consequentemente suas práticas terminam por naturalizar o fracasso escolar.

Considerando o exposto, temos que a area da psicologia escolar/educacional tem revelado avanços, mas ainda estamos em processo. Tomando como referência o aporte teórico da psicologia histórico-cultural nos propomos no formato de simpósio, a compartilhar alguns estudos em curso no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá. Todos sob a orientação da Professora Marilda Gonçalves Dias Facci.

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A pesquisa desenvolvida por Ana Paula Alves Vieira e colaboradores está intitulada: A avaliação psicológica a partir da psicologia histórico-cultural: contribuições para a atuação do psicólogo escolar e educacional. Constitui-se como investigação que se propõe a ampliar a compreensão das dificuldades no processo de escolarização. Embasada na psicologia histórico-cultural adota uma sistemática de avaliação psicológica que se contrapõe ao modelo clínico que culmina com a elaboração de diagnósticos. Almeja ir além, fazer da avaliação um instrumento de reconstrução da queixa escolar, identificando a relação da criança com as atividades de estudo e como essas atividades podem impulsionar as neoformações psicológicas. Leontiev (2014) preconiza que a atividade, chamada de atividade-guia orienta o desenvolvimento e organiza os processos psíquicos. Assim, tomando por base essa ideia defende que a avaliação psicológica, para além do diagnóstico, pode favorecer a compreensão de como os processos de aprendizagem poderão alavancar o desenvolvimento intelectual das crianças.

Clarice Catelan Ferreira apresenta resultados de um levantamento bibliográfico no qual desenvolve uma reflexão sobre a atuação da psicologia em contextos de pobreza. Destaca a importância das práticas estarem ancoradas num referencial teórico que contribua com o processo de humanização conforme proposto pela psicologia histórico-cultural.

O estudo desenvolvido por Jacsiane Pieniak: Atuação docente nos serviços-escola de psicologia na área escolar: em busca da universalização, investiga sobre a formação de psicólogos a partir das práticas orientadas pelos professores no serviço-escola. A autora defende uma formação profissional comprometida com a universalidade associada aos processos de humanização.

Também tomando a formação como objeto de estudo, Maria da Apresentação Barreto, numa tentativa de reconstrução da história da psicologia no Estado do Rio Grande do Norte desenvolve uma pesquisa na qual faz um mapeamento de todos os cursos que formam psicólogos no RN e as ênfases curriculares adotadas. Discute como a concentração de estudos em alguns campos impacta na formação e atuação profissional dos formados. Embora historicamente a psicologia, como apresenta Saviani (2004) tenha lidado com o homem abstrato e não como o homem concreto – síntese das relações sociais. Sob as lentes da psicologia histórico-cultural defende que a formação de psicólogos não acontece desvinculada do contexto social ou material, mas que também, não pode ser explicada como simples reprodução. As relações produzidas

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nesse processo, contraditoriamente, também podem forjar outros modos de relações e práticas contrárias ao estabelecido socialmente.

Destacaremos, portanto, a pertinência de estudos que articulem, avaliem as práticas e necessidades emergentes no espaço de atuação dos psicólogos, bem como suas relações com a

formação oferecida nas Instituições de Ensino Superior que formam esses profissionais, pois,

como assinala Vygotsky (1931), a investigação histórica requer estudar o fenômeno em

movimento. Assim, nada mais oportuno do que revisitar formação e atuação no espaço e no

tempo em que acontecem. Ademais, desafiados pelas demandas que os processos formativos ensejam, nos propomos a apontar caminhos possíveis.

REFERÊNCIAS:

Facci, M.G. D. (2004). Teorias educacionais e teorias psicológicas: em busca de uma psicologia marxista da educação. In: DUARTE, Newton (Org.). Crítica ao fetichismo da individualidade. (pp.92-120). Campinas, SP: Autores Associados.

Firbida, F. B. G. (2012). A Formação do Psicólogo no Estado do Paraná para atuar na escola. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR.

Leontiev, A. N. (2014). Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In L.S. Vigotskii, A. R. Luria, & A. N, Leontiev, Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem (13ª ed.) (pp. 59-84). São Paulo: Ícone editora.

Lessa, P.V.; Facci M.G. D. (2008). Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para a Atuação Crítica da Psicologia Escolar. Terra e Cultura, 47 (24) 88-98. Recuperado em 10 abril 2018, de http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/terra_cultura.

Patto, M. H. S.(1984). Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar. São Paulo: T. A. Queiroz.

Patto, M. H. S. (1991) A produção do fracasso escolar: Paulo: T.A. Queiroz.

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Saviani, D. (2004). Perspectiva marxiana do problema da subjetividade -intersubjetividade. In: Duarte, N. Crítica ao fetichismo da individualidade. (pp.21-52). Campinas: Autores Associados.

Vygotsky, L. S. (1931). Obras Escogidas. Tomo III. Historia del desarrollo de las funciones psíquicas superiores. Disponível em: <http://www.taringa.net/perfil/vygotsky>. Acesso em: 20 abr. 2017.

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