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A IMPORTÂNCIA DE INCLUIR A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Academic year: 2021

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A IMPORTÂNCIA DE INCLUIR A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

DIVONETE BITTENCOURT dbittencourt2009@hotmail.com ALINE PAULA MALHERBI CRISTIANE PERSZEL Orientador(ª) Prof(ª) ROSELI VIOLA RODRIGUES Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)

Palavras-chave: INCLUSÃO, DESENVOLVIMENTO, SOCIALIZAÇÃO Área de Conhecimento: Educação

Resumo:

Este estudo pretende avaliar asnecessidades de incluir uma criança com deficiência na educação infantil no ensino regular, Serão analisadas as Leis que regem a educação no Brasil, declarações e obras de autores que discutem a educação especial e a inclusão e ainda as fases de desenvolvimento da criança.

Pretende relacionar as leis atuais com as teorias de forma a mostrar a importância de que a criança seja inclusa

já na educação infantil.

Palavras Chaves: inclusão; desenvolvimento; socialização.

Introdução

Embora muito se comente a respeito da inclusão da pessoa com deficiência no Brasil, ainda se trata de um tema

polêmico, e difícil de chegar a um consenso. Analisando as leis educacionais em nível de Brasil, pode-se ver que prevê a educação especial de alunos com deficiência, preferencialmente no ensino regular, e desde a educação infantil, embora não cite a obrigação da inclusão, mas a preferência deixando margem a dupla interpretação ou não cumprimento.

A educação infantil seria una maneira de ajudar na identificação das necessidades educacionais especiais, segundo Mantoan 1997, inserir a criança com deficiência no ambiente escolar regular pode favorecer a experimentação de uma diversidade maior de atividades. Analisamos obras que tratam das fases de desenvolvimento tanto no aspecto físico como cognitivo, que propõe a socialização como meio de estimular o desenvolvimento de toda criança, mas especialmente da criança com deficiência.

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Metodologia

O método utilizado foi a análise documental e bibliográfica de leis brasileiras, declarações, e obras de autores que estudam os temas educação especial, educação infantil, e inclusão, com objetivo de demonstrar a importância da criança com deficiência ser inclusa no ensino regular já na educação infantil

Resultados

Em analise da Constituição

Federal de 1988, cita no Art. 206. I – “Igualdade de condições para o acesso

e permanência na escola”, e Art. 208. III – “Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Embora não cite especificamente a inclusão como primeiro caminho, ela já esta prevista quando cita igualdade de condições e a preferência do ensino regular.

A partir da Declaração de Jomtien firmada na Tailândia, em 1990, onde ficou definido a universalização da educação para todos, a qual cita “1. A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades.” E em se tratando de redução de desigualdade, nos deparamos com a questão: Porque não incluir a criança com deficiência já na educação infantil, começando a garantir mais cedo a igualdade de condição e essa redução de desigualdade?

Segundo (Vygotsky, in Elias, 1996), as suas reflexões não se encontram limitadas à própria experiência pessoal, mas expande-se e aprofunda-se com apropriação da experiência pessoal que se dá no seio das relações interpessoais na sociedade em que se encontra. Portanto, a educação infantil seria, além de uma forma de educação, um meio de convivência social e de comunicação com indivíduos da mesma idade. Nessa mesma linha Elias 1996 cita que, para Freinet após experiência realizada constatou que: “Somente os indivíduos, democrática e cooperativamente, realizam e avaliam o êxito ou o fracasso de um ato”.

Conforme a Revista Inclusão do Ministério da Educação, para vários estudiosos, a inclusão do ensino

regular é vista como uma garantia de democratização ao acesso à educação. Após a garantia de universalização firmada na declaração de Jomtien e a preferência pela rede regular de ensino cita na CF 88, passamos a analise da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 que dispõe Art. 58º. “§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil” e ainda:

Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades

especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,

para atender às suas necessidades;

(LDB,1996)

Entretanto ainda muitas barreiras políticas e sociais continuam deixando a criança com deficiência fora

da escola, em um período tão importante para o seu desenvolvimento e sua convivência com indivíduos de sua faixa etária, segundo (Vygotsky apud Monteiro, 1989, p.74). O aprendizado é uma das principais fontes da criança em idade escolar, e é também uma poderosa força que direciona o seu desenvolvimento, determinando o destino de todo o seu desenvolvimento mental.

Outro ponto a ser citado é a aceitação e convivência dos demais com a criança com necessidade educacional especial, quanto mais cedo o contato for estabelecido melhor a adaptação:

a interação, mediante a comunicação, a assimilação, pela participação ativa e

reconhecida do excepcional como elemento do grupo de crianças “normais” e,

finalmente, a aceitação, refletida na aprovação da criança excepcional como

elemento participante e aceito no grupo, mediante relações regular e

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espontâneas que fazem com que o excepcional se sinta parte natural do grupo.

(Mazzotta, 1989, PP.43-4, grifos do autor)

Não há como negar que em todos os estudos a respeito do tema a inclusão é vista como

benéfica quando não totalmente necessária, Na Declaração de Salamanca 1994, diz que a escola não

pode se furtar do papel de promover o encontro com o outro, o estranho, o diferente, que isto é

inevitável, e que a questão do encontro com o outro e com a diferença, não pode deixar de ser matéria de

preocupação pedagógica e curricular. Cita ainda que “Existe um consenso emergente de que crianças e jovens com necessidades educacionais especiais devam ser incluídas em arranjos educacionais feitos para a maioria das crianças”

Mais especificamente a respeito da educação infantil, a mesma declaração defende o diagnóstico

precoce e a estimulação integradas aos demais recursos:

O sucesso de escolas inclusivas depende em muito da identificação precoce,

avaliação e estimulação de crianças pré- escolares com necessidades

educacionais especiais. Assistência infantil e programas educacionais para

crianças até a idade de 6 anos deveriam ser desenvolvidos e/ou reorientados no

sentido de promover o desenvolvimento físico, intelectual e social e a prontidão

para a escolarização. Tais programas possuem um grande valor econômico para

o indivíduo, a família e a sociedade na prevenção do agravamento de condições

que inabilitam a criança. Programas neste nível deveriam reconhecer o princípio da

inclusão e ser desenvolvidos de uma maneira abrangente, através da combinação de atividades pré-escolares e saúde infantil.( Declaração de Salamanca 1994)

Ainda sobre a interação social da criança com o meio, WALLON 2007, propõe que, para

satisfazer as necessidades da criança o meio não deve ser o mesmo em todas as idades. O meio é

segundo ele, feito de tudo o que favorece os procedimentos de que a criança dispõe se precisa para

satisfazer as suas necessidades, sendo o conjunto de estímulos sobre os quais exerce e regula sua

atividade. Vale, no entanto ressaltar que não se trata apenas de garantir o acesso e a permanência da

criança com deficiência no ensino regular, mas sim de garantir que este atendimento se de em

condições de qualidade e garantia de igualdade de condições.

A esse respeito Glat e Nogueira, 2002, citam, que a inclusão de indivíduos com necessidades

educacionais especiais na rede regular de ensino, não trata apenas da sua permanência junto aos

demais alunos e nem em negar o serviço especializado, mas em uma reorganização do sistema

educacional, revendo antigas concepções e paradigmas, buscando a possibilidade de

desenvolvimento cognitivo, cultural e social dos alunos, com respeito as suas diferenças e atendendo

as suas necessidades.

Considerações Finais

Após todos os documentos analisados, que prevê a oferta da educação infantil, e a inclusão do aluno

portador de necessidades educacionais especiais, e ainda as declarações realizadas em conferencias e encontros que muito lutam para a garantia desses direitos, podemos observar que se trata realmente de uma luta por melhor infraestrutura, por condições adequadas de trabalho e de formação continuada, por respeito aos direitos, por uma interpretação mais justa e humana das leis e políticas públicas de atendimento educacional.

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Mais que isso se trata de uma mudança de mudar atitudes, conceitos e ideologias presentes até os dias

atuais refletindo toda uma história de exclusão preconceito, e ideais de perfeição onde existe já um protótipo físico, social, cultural e de pensamento a ser seguido. Todas as obras analisadas deixam clara a importância da inclusão da pessoa com deficiência, e ainda a necessidade de convivência para o desenvolvimento da criança, seja ela com ou sem necessidade educacional especial.

Embora os entraves existam, as políticas públicas ainda se utilizem de brechas na lei retardando

assim a mudança, é necessário velar pelos direitos, cobrar e fiscalizar para que se efetivem, e quando efetivados, que ofereçam a qualidade necessária para garantira igualdade de condições, de tratamento, de acesso e de permanência.

Trata-se de uma luta constante, porém necessária, que não pode ser planejada apenas pelos órgãos responsáveis pela criação das leis da educação, ma sim, por quem tem contato direto todos os dias com essas pessoas, cabe a todos cobrar para que vivam com dignidade, respeito e condição de igualdade, deixando-lhes apenas as dificuldades inerentes todo ser humano.

Referencias

BRASIL.Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil.Brasilia: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988.

. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei N° 9394 de 1996. Brasília, DF, 1997.Congresso Na cional.

BRUNO, Marilda Moraes Garcia Educação infantil : saberes e práticas da inclusão : introdução. [4. ed.] / elaboração Marilda Moraes Garcia Bruno. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial,2006.

DECLARAÇÃO DE JOMTIEN. Tailândia, 09 de Março de 1990

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades EducativasEspeciais. em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994

ELIAS, Marisa Del Ciopo (org.) Pedagogia Freinet: Teoria e prática. campinas , SP Papirus, 1996(coleção práxis)

GLAT, ROSANA E NOGUEIRA, MÁRIO LÚCIO DE LIMA. “Políticas educacionais e a formação de professores para a educação inclusiva no Brasil. In Revista Integração. Brasília: Ministério da educação/ secretaria de educação especial, ano 14, n° 24, 2002

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contra pontos/ Maria Tereza Eglér Mantoan, Rosângela Gavioli Prieto ; Valéria Amorin Arantes, organizadora. - São Paulo: Summus, 2006.

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MAZZOTTA, Marcos J. da S- Evolução da educação especial e as tendências da formação de professores de excepcionais no estado de São Paulo. 1989. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

MONTEIRO, Mariângela Silva. Vygotsky um Século Depois. São Paulo: Artes Médicas, 1989.

TRISTÃO, Rosana Maria. Educação infantil : saberes e práticas da inclusão : dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento. [4. ed.] / elaboração profª drª Rosana MariaTristão (do nascimento aos três anos de idade – Universidade de Brasília/UnB, profª IdeBorges dos Santos (quatro a seis anos de idade) – MEC/SEESP (especialista em deficiência mental). – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.

WALLON, Henry. A evolução psicológica da criança/Henry Wallon;com introdução de Émile Jalley;

tradução de Claudia Berliner; revisão técnica de Izabel Galvão.-São Paulo: Martins Fontes, 2007.

(Coleção psicologia e

Referências

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