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Verificação do conforto acústico de edifícios habitacionais pós-ocupados – estudo de caso em Santa Rosa - RS

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GIOVANE DA SILVA

VERIFICAÇÃO DO CONFORTO ACÚSTICO DE EDIFÍCIOS

HABITACIONAIS PÓS-OCUPADOS – ESTUDO DE CASO EM SANTA

ROSA - RS

Santa Rosa 2018

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VERIFICAÇÃO DO CONFORTO ACÚSTICO DE EDIFÍCIOS

HABITACIONAIS PÓS-OCUPADOS – ESTUDO DE CASO EM SANTA

ROSA - RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Ma. Tenile Rieger Piovesan

Santa Rosa 2018

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VERIFICAÇÃO DO CONFORTO ACÚSTICO DE EDIFÍCIOS

HABITACIONAIS PÓS-OCUPADOS – ESTUDO DE CASO EM SANTA

ROSA – RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 03 dedezembro de 2018

Prof. Tenile Rieger Piovesan Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador Prof. Mauro Fonseca Rodrigues Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA Prof. Paula Weber Prediger (UNIJUÍ) Mestre em Engenharia Civil e Ambiental pela UPF

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Dedico esse trabalho a minha família, por acreditar em mim e sempre dar forças para continuar seguindo em frente.

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Primeiramente, quero agradecer a Deus por me proporcionar a oportunidade de poder estudar e alcançar meus objetivos, e sempre estar ao meu lado guiando e orientando pelo caminho certo.

Agradeço a minha mãe, Gládis, que sempre foi uma batalhadora, que mesmo sozinha e com todas as dificuldades que precisou enfrentar conseguiu exercer o papel de mãe e pai ao mesmo tempo, sempre ao meu lado me protegendo e apoiando, sei que se não fosse pelo seu esforço nada disso seria possível.

Ao meu querido pai Cláudio, que mesmo não estando mais entre nós, sempre esteve comigo na minha memória e em meu coração, acompanhando-me e dando força em toda essa jornada, com certeza deve estar muito orgulhoso.

A minha namorada Paula, por toda a compreensão que teve durante o desenvolvimento do meu trabalho, por estar sempre ao meu lado, apoiando, sendo paciente e principalmente incentivando a continuar batalhando pelos meus sonhos.

A minha orientadora, professora Tenile Rieger Piovesan, pelas ideias iniciais, pelo incentivo prestado desde o projeto de trabalho de conclusão de curso, pelas orientações e ensinamentos passados, por toda ajuda necessária. Além de uma ótima pessoa és uma excelente profissional, que motiva a todos ao seu redor.

A todos meus amigos e colegas que de uma forma ou outra, acompanharam e foram compreensíveis durante essa trajetória, o meu muito obrigado!

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O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.

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DA SILVA, G.Verificação de Desempenho Acústico de Edifícios Habitacionais Pós-Ocupados – Estudo de Caso em Santa Rosa – RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

Com o passar dos anos, a população vem aumentando nos grandes centros urbanos em busca de emprego e uma vida melhor, fazendo com que as construtoras inovem na construção de edificações verticalizadas, para um melhor aproveitamento da área urbana. Com o aumento de novas tecnologias, muitas vezes as empresas buscam diminuir custo e aumentar o rendimento para atender toda a demanda rapidamente e acabam não dando prioridade a alguns desempenhos da edificação, o conforto acústico é um deles, o qual só é percebido pelos moradores depois da edificação estar pronta. Junto com o crescimento da população nas grandes cidades, também aumenta a poluição sonora, devido ao aumento significativo de veículos nas ruas, o qual, gera inúmeras reclamações. Sabendo das normas da ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas) sobre conforto acústico a NBR 10151 (ABNT, 2000), NBR 10152 (ABNT, 2017) e ainda a norma de desempenho NBR 15575 (ABNT, 2013) os quais apresentam valores máximos tabelados, que devem ser seguidos, para uma boa qualidade no conforto acústico é que surge o tema deste trabalho. Para este trabalho de conclusão de curso buscou-se então fazer uma avaliação do nível de ruído aéreo transmitido à edificação, por meio de medições in loco, ocasionadas pela poluição sonora do trânsito. As avaliações foram em duas edificações localizadas no centro de Santa Rosa – RS, localidade na qual o ruído de trânsito é considerável, para analisar se as edificações habitacionais cumprem a exigência mínima das normas de conforto acústico, de acordo com seus valores apresentados. Os ensaios foram realizados em dois dias, em horários diferentes, diurno e noturno, onde constatou-se inúmeros problemas no nível de ruído externo, Já as medições internas, só não atenderam os valores da norma nos horários de “pico”, onde o fluxo de veículos é maior, assim constatando-se que devem ser tomadas algumas providências para diminuir o nível de poluição sonora, ocasionado pelos veículos na área urbana.

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Da Silva, G. Verification of acoustic performance of post-occupied housing buildings Case study in the city in Santa Rosa - RS. 2018.Completionofcourseassignment. Bachelor in Civil Engineer, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

Over the years the population has been increasing in the great urban centers, in search of employment and a better life, making the construction companies innovate in the construction of verticalized buildings, for a better utilization of the urban area.With the increase of new technologies companies often seek to reduce cost and increase the yield to meet all demand quickly and do not give priority to some performance of the building, the acoustic comfort is one of them, which is only perceived by the residents after the edification be ready. Along with the growth of the population in the big cities also increases the noise pollution, due to the significant increase of vehicles in the streets, which, generates numerous complaints.Knowing ABNT standards on acoustic comfort to NBR 10151 (ABNT, 2000), NBR 10152 (ABNT, 2017) and also performance standard NBR 15575 (ABNT, 2013) which have tabulated maximum values, which must be followed, for a good quality in the acoustic comfort is that the theme of this work arises. For this work of conclusion of course, he tried to make an evaluation of the level of airborne noise transmitted to the building, through in loco measurements, caused by noise pollution of the traffic.The evaluations were carried out in two buildings located in the center of Santa Rosa - RS, a place where traffic noise is considerable, in order to analyze whether the residential buildings comply with the minimum requirements of acoustic comfort standards, according to their presented values.The tests were performed in two days at different times of day and night, where there were numerous problems in the external noise level, since the internal measurements only did not meet the values of the norm in the "peak" times where the flow of vehicles is greater, thus stating that some measures must be taken to reduce the level of noise pollution caused by vehicles in urban areas.

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Figura 1: Ruído de impacto ... 24

Figura 2: Som incidente, transmitido, refletido e absorvido ... 26

Figura 3: Delineamento da pesquisa ... 35

Figura 4: Edifício residencial “A” ... 37

Figura 5: Edifício residencial “B” ... 38

Figura 6: Medidor de nível de pressão sonora digital ... 40

Figura 7: Termo-Higrômetro digital ... 41

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Tabela 1: Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos em

dB(A)... 29

Tabela 2: Valores de referência para ambientes internos de uma edificação de acordo com suas finalidades de uso ... 30

Tabela 3: Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa, D2m,nT,w para ensaios em campo ... 32

Tabela 4: Medições edifício “A”, externo – Nível da rua ... 42

Tabela 5: Medições edifício “B”, externo – Nível da rua ... 43

Tabela 6: Medições edifício “A”, externo – Sacada ... 45

Tabela 7: Medições edifício “B”, externo – Sacada ... 46

Tabela 8: Medições edifício “A”, interno ... 47

Tabela 9: Medições edifício “B”, interno ... 47

Tabela 10: Diferença padronizada nível ponderada ... 49

Tabela 11: Comparativo entre as normas – edifício “A”... 49

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ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ºC Graus Celsius

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

ISO Organização Internacional de Normalização

M Metros

MNPS Medidor de Nível de Pressão Sonora

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1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONTEXTO ... 15 1.2 PROBLEMA ... 16 1.2.1 Objetivos de Pesquisa ... 16 1.2.1.1 Objetivo Geral ... 16 1.2.1.2 Objetivos específicos ... 17 1.2.2 Delimitação ... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 18

2.1 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS – AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO...18

2.2 TRÁFEGO DE VEÍCULOS EM SANTA ROSA ... 19

2.3 CONFORTO ACÚSTICO NAS EDIFICAÇÕES ... 20

2.4 RUÍDO EM FACHADAS ... 21

2.5 SOM E RUÍDO ... 22

2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS RUÍDOS ... 23

2.6.1 Ruído de impacto ... 24 2.6.2 Ruído aéreo ... 25 2.6.3 Ruído residual ... 26 2.6.4 Ruído rosa ... 27 2.6.5 Ruído branco ... 27 2.7 PRESSÃO SONORA ... 27 2.8 NORMATIZAÇÃO ... 28

2.8.1 Norma de Conforto Acústico – NBR 10151 ... 28

2.8.2 Norma de Conforto Acústico – NBR 10152 ... 29

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3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 34

3.2 DELINEAMENTO ... 35

3.3 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA ... 36

3.3.1 LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .. 36

3.4 MEDIÇÃO IN LOCO ... 39

3.5 EQUIPAMENTOS ... 40

4 RESULTADOS ... 42

4.1 MEDIÇÕES DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EXTERNO – NÍVELDARUA...42

4.2 MEDIÇÕES DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EXTERNO – SACADA...44

4.3 MEDIÇÕES DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA INTERNA DA EDIFICAÇÃO ... 46

4.4 COMPARATIVO COM AS NORMAS ... 48

5 CONCLUSÃO ... 52

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1 INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento e crescimento da população nos grandes centros, surgiu uma inovação na construção arquitetônica, a verticalização das edificações, para melhorar a qualidade de vida das pessoas e aproveitar melhor o espaço urbano. Junto com essa transformação, criou-se uma condição muito importante nos dias modernos, com a redução das paredes e partições de ambiente, diminuíram-se os custos das construções. A maior passagem sonora entre os ambientes é causada através das paredes, fachadas, divisórias e lajes menos espessas. O conforto da população está sendo prejudicado quando considerado o lado da qualidade acústica das residências (QUEIROZ; VIVEIROS, 2008).

Em compensação nas grandes cidades teve um enorme aumento no nível do ruído ambiental, no decorrer dos anos, em que as estruturas foram tornando-se mais leves (DUARTE, 2005). Este aumento deve-se ao grande fluxo de veículos, que com o passar dos anos vem aumentando nas cidades, e também do rápido crescimento populacional nos grandes centros, que a partir dos anos 60, obteve níveis inesperados. Devido a essas condições são encontradas todas as formas de degradação ambiental nas grandes cidades, tendo em destaque a poluição sonora (NARDI, 2008). Ainda segundo a autora, pesquisadores estão trabalhando para a prática de mapeamentos sonoros, que ajudam na organização e no planejamento de recursos para diminuição dos níveis de ruído, pois o ruído ambiental tem sido razão de preocupação.

A arquitetura moderna trouxe uma série de novos equipamentos, que apresentam uma melhor qualidade de vida para a população, porém tem um aumento significativo na geração do ruído interno das edificações. Lamentavelmente, junto com a modernidade veio o aumento dos níveis de ruído nas edificações, alguns, decorrente de equipamentos e materiais usados em atividades domésticas as quais geram maior número de reclamações em edifícios residenciais (GERRETSEN, 2008 apud CORNACCHIA, 2009).

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Há uma grande insatisfação da população com a poluição sonora, a necessidade de ambientes com um melhor conforto acústico nas edificações está aumentando rapidamente devido ao desenvolvimento populacional e o aumento das diferentes causas de transtorno e preocupação da vida diária. Talvez grande parte da população não saiba como analisar esse incômodo causado pelo desconforto acústico, mas a ausência deste conforto é notada, então é cada vez mais comum, a exigência de viver em um ambiente confortável acusticamente (NETO; BERTOLI, 2008).

As consequências do ruído sonoro são muito prejudiciais à saúde humana, além da perda da audição, pode gerar mais problemas como: aumento da pressão sanguínea, aceleração dos batimentos, estresse, irritação, entre outros danos (BISTAFA, 2011).

No país existem normas e legislação características para poder avaliar o desempenho do ruído urbano. Considerando que a poluição sonora vem aumentando, nos grandes centros urbanos, com o passar dos anos, assim, afetando a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar de grande parte da população, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), criou um programa nacional, Educação e Controle da Poluição Sonora – chamado Silêncio. Além do programa Silêncio a resolução ainda segue as normas da ABNT NBR 10151 (CONAMA, 1990).

A pedido da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), realizou a revisão das normas de desempenho e elaborou a ABNT NBR 15575 “Edificações Habitacionais – Desempenho” (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014). A norma NBR 15575 é uma grande conquista na área da construção brasileira, além, de ser necessária para modernização da construção civil, pois, qualquer desenvolvimento que procure a perfeição, precisa apresentar-se dentro das normas para uma análise de qualidade (CBIC, 2013).

A qualidade acústica foi aos poucos desvalorizando devido às condições econômicas, a necessidade de conseguir entregar as construções o mais rápido possível e buscando um custo menor, que deixou a qualidade acústica de lado, não

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sendo atendidas as normas nem mesmo em grandes construções de alto padrão (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

Com o aumento da população e de veículos nas grandes cidades, diminuíram-se as distâncias, aumentando o problema de ruído ambiental, precisando cada vez mais do isolamento sonoro. Em necessidade de melhorar a qualidade do isolamento sonoro, foram estabelecidos critérios mínimos de desempenho acústico. Cabe a construtora atender e garantir o conforto de seus clientes, e não garantir apenas rapidez e um melhor custo econômico, melhorando a qualidade acústica e mostrando que o isolamento sonoro é indispensável nas edificações habitacionais (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

Para se obter bons resultados na área da construção civil no país, deve-se entender e considerar novos equipamentos e recursos, para garantir conforto acústico nas edificações, e assim, melhorar a qualidade de vida dos clientes (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

1.1 CONTEXTO

As paredes externas de uma edificação são consideradas verticalmente o limite entre o ambiente externo e o ambiente interno. Tendo a obrigação de promover privacidade entre seus moradores e também garantir aos seus proprietários uma melhor qualidade de vida e o melhor conforto acústico possível (JÚNIOR; SILVA, 2013).

Com a criação e aplicação de novas tecnologias na área da construção civil, e a utilização de materiais cada vez mais esbeltos acabou colaborando de forma negativa em relação ao conforto acústico nas edificações. As vedações verticais externas são formadas principalmente por paredes e esquadrias, as quais devem atender o mínimo exigido em norma, para uma melhor qualidade de conforto acústico em fachadas (JÚNIOR; SILVA, 2013).

Para garantir uma boa qualidade de vida aos moradores das edificações habitacionais, criou-se NBR 15575 “Edificações Habitacionais - Desempenho” qual teve

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sua primeira publicação em 2008, logo após, foi revisada e atualizada tendo validade a partir de julho de 2013 (JÚNIOR; SILVA, 2013).

Sabendo da cobrança dos moradores em relação ao conforto acústico, e tendo as normas NBR 10151 (ABNT, 2000), NBR 10152 (ABNT, 2017) e a NBR 15575-4 (ABNT, 2013) em vigência, buscou-se neste trabalho fazer a verificação do conforto acústico, do ruído aéreo em fachadas em edificações habitacionais pós-ocupadas, localizadas na cidade de Santa Rosa - RS.

1.2 PROBLEMA

O conforto acústico está cada vez mais ameaçado, com o aumento das fontes sonoras, e com o descaso das indústrias da construção civil com o isolamento das vedações, em comparação com uma melhor qualidade de vida em casa e no trabalho (QUEIROZ, 2007).

Há reclamações de muitos moradores, inquietos com o tamanho desconforto, estão querendo soluções para uma melhor qualidade de vida, que aos poucos vem sofrendo modificações com os estudos e desenvolvimentos de tecnologias (PEDROSO, 2007). Desta forma, as edificações habitacionais analisadas em Santa Rosa cumprem as exigências mínimas às normas de conforto acústico? As construtoras atendem a necessidade dos moradores? Tendo em consideração as propriedades de desempenho?

1.2.1 Objetivos de Pesquisa 1.2.1.1 Objetivo Geral

Realizar a verificação in loco do ruído aéreo em edificações habitacionais pós-ocupadas na cidade de Santa Rosa/RS, para verificar se estão sendo atendidos os quesitos básicos tabelados nas normas NBR 10151 – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento, e a NBR 10152 – Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações e verificar se

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os valores são coerentes com a NBR 15575-4 – Sistemas de vedações verticais internas e externas.

1.2.1.2 Objetivos específicos

• Revisar a bibliografia de som, ruído, conforto acústico nas habitações, ruído em Fachadas; trânsito de Santa Rosa;

• Revisar a bibliografia em Edificações Habitacionais; • Estudar as normatizações acústicas existentes no país;

• Medir o nível de pressão sonora nos prédios estudo, em fachada;

• Comparar os resultados das medições com as normatizações e bibliografia revisada.

1.2.2 Delimitação

Realizar medições inloco de ruído aéreo em fachadas de dois prédios no município de Santa Rosa, sendo um deles o Edifício“A” localizado na esquina da Rua Santos Dumont e Travessa Brasil tendo o total de 12 pavimentos com estrutura de pilares e lajes nervuradas e paredes de tijolos vazados 12 furos e o outro o edifício “B” localizado na Rua Borges sendo ele de alvenaria estrutural de bloco cerâmico, com 10 pavimentos. Fazendo assim um comparativo com a NBR 10151 (ABNT, 2000) e NBR 10152 (ABNT, 2017) e verificando se os resultados são coerentes com a norma de desempenho NBR 15575-4 – Sistemas de vedações verticais internas e externas (SVVIE).

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo será apresentada e abordada uma revisão bibliográfica que apresenta uma análise do conhecimento estudado para o embasamento deste trabalho, abordando aspectos sobre conforto acústico e edificações habitacionais multifamiliares. 2.1 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS – AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

O desenvolvimento de urbanização do povo brasileiro é considerado relativamente novo, se comparado aos anos de existência do país. Com início nos anos 1930, em que a população se mudava do campo para as cidades, estimulado pela industrialização ocorrida no país, apenas em 1970 a população urbana ultrapassou a rural (WHITAKER, 2005).

Devido à enorme procura por habitações nos centros urbanos, em torno do século XX, para atender toda a demanda, disparou um grande mercado imobiliário para a venda de habitações, tornando-se assim, o acesso à moradia o desejo da população (LEMOS, 1989).

Em respeito às questões qualitativas na construção de edifícios habitacionais na época de influência do Banco Nacional da Habitação (BNH), eram inexistentes tanto em conjuntos habitacionais populares, quanto para a classe média. A baixa qualidade de mão de obra e a busca de menor preço na execução, foram determinantes para a péssima qualidade da construção habitacional daqueles anos (GALVÃO; ORNSTEIN; ONO, 2013).

A produção habitacional começou a ter uma importante mudança em seu cenário no ano de 1990 com a criação do Código de Defesa do Consumidor, conduzindo as relações de consumo. Além de ser um ótimo auxílio aos compradores para adquirir seu imóvel, obrigou as empresas a melhorar a qualidade de seus produtos (GALVÃO; ORNSTEIN; ONO, 2013).

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Com o passar dos anos notou-se um grande avanço da Avaliação Pós-Ocupação (APO) no país, especialmente nas universidades, públicas e privadas, utilizando métodos e técnicas nos ambientes em uso, com intuito de avaliar a qualidade habitacional (GALVÃO; ORNSTEIN; ONO, 2013).

No Brasil, diversas regiões já formaram e estabeleceram grupos de pesquisas focados na Avaliação Pós-Ocupação, e normalmente são realizados encontros e seminários científicos para mostrar as diversas aplicações na área da construção civil. Sendo utilizadas em diversos estudos de caso com o intuito de melhorar a qualidade da edificação habitacional (GALVÃO; ORNSTEIN; ONO, 2013).

2.2 TRÁFEGO DE VEÍCULOS EM SANTA ROSA

Segundo Noroeste Notícias (s.d.), nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de carros nos municípios do país. O aumento de pessoas empregadas e a facilidade de conseguir financiamentos para a compra de automóveis foram indispensáveis para esse aumento da frota de veículos nas ruas.

Ainda conforme a matéria do Noroeste Notícias (s.d.), Santa Rosa conta com aproximadamente 70.000 habitantes, e apresenta inúmeros problemas de trânsito comparado aos grandes centros urbanos, principalmente na hora de “pico” aonde são registrados vários congestionamentos no centro da cidade, mesmo com várias rotatórias para saída do trânsito, nem sempre suficientes. Com um aumento de 60% no número de carros entre o ano de 2004 e 2012, o município conta com uma frota de quase 40.000 veículos, tendo em média, um carro para cada 1,7 habitantes.

De acordo com informações obtidas no site da Prefeitura de Santa Rosa (2015), junto com o aumento do trânsito vem a poluição sonora, a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável reforçou a fiscalização e criou normas e fiscalização que regulamentam os horários e a intensidade do som utilizado na área urbana e em lugares públicos.

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de utilização do som é de 80 decibéis (80 dB) medido a 7 metros da fonte, e que em atividade de trabalho não poderá ficar parado com o som ligado por mais de 15 minutos ou percorrer menos de 100 metros nesse tempo. O município ficará responsável pela aplicação de punição se não houver o cumprimento da lei.

2.3 CONFORTO ACÚSTICO NAS EDIFICAÇÕES

A acústica analisa o modo como o som, durante o estado de energia sonora se apresenta por meio de propagação. Qualquer atividade mecânica, dependendo da gama de frequências, pode ser captada através do sistema auditivo e transformar-se em som audível (PATRÍCIO, 2010 apud SILVA, 2014).

De acordo com Pedroso (2007) o conforto acústico de qualquer ponto de vista deve fornecer a sensação de bem-estar, tanto em casa quanto no trabalho. Para isso, as emissões desses ruídos nunca deverão ultrapassar o limite.

A relevância do conforto acústico nas edificações é muito grande, pois proporciona no interior das habitações, uma melhor qualidade e proteção de ruídos para seus ocupantes, podendo assim, caracterizar o desempenho acústico referente ao isolamento de sons aéreos, de impacto e ao ruído de equipamentos (SILVA, 2014).

O conforto acústico lembra uma boa qualidade de vida, de sossego emocional em momentos de trabalho e lazer. Muitas vezes, o mesmo não é percebido pelas pessoas, mas a falta dele, causa incômodo e logo gera reclamações (ORAL et al, 2004 apud CORNACCHIA, 2009).

O conceito de conforto acústico pode ser definido pelo controle total do barulho excessivo e também por atividades que não geram desconforto acústico aos vizinhos. O ruído em excesso pode causar incômodo ao vizinho, como também pode ser incomodativo saber que suas atividades ou conversas podem ser ouvidas em outros ambientes, deixando os moradores muitas vezes constrangidos dentro do seu próprio apartamento (RASMUSSEN, 2004).

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Cada vez mais, a população requer comodidade, procura habitações no centro de grandes cidades, geralmente, apartamento com enorme aérea de lazer, com garagem, churrasqueira e com bastante espaço em seus condomínios. A população em busca de todo esse lazer e comodidade que as construtoras têm a oferecer, na maioria das vezes, acabam esquecendo-se do conforto acústico que só é lembrado depois que a obra está pronta e que as pessoas começam a escutar as conversas e os ruídos dos vizinhos, prejudicando a sua qualidade de vida (NETO; BERTOLI, 2008).

Há uma grande insatisfação da população em relação ao conforto acústico, pesquisa realizada em alguns apartamentos na região de Goiânia mostram resultados insatisfatórios, 73,40% classificaram como regular, ruim ou péssimo, 26,60% consideraram bom e ninguém considerou ótimo (MARTINS et al, 2004).

O Brasil no ano entre 2004 e 2013, de acordo com pesquisas realizadas pelo Sindicato da Indústria da Construção de Minas Gerais, teve maior índice de desenvolvimento na área da construção civil (AMORIM, 2014). Criaram-se novas técnicas construtivas com o intuito de atender a demanda da época. Então foi necessária à criação de normas para determinar o desempenho das edificações desde projeto até a sua construção (CBIC, 2013).

2.4 RUÍDO EM FACHADAS

Nas cidades, deve-se utilizar um melhor planejamento na hora de fazer o projeto arquitetônico, pensar mais sobre o planejamento urbano e ao mapeamento das cidades. A maioria dos problemas acústicos ocorridos nas edificações habitacionais vem desde a escolha do terreno, o projeto estrutural, e muitas vezes estão relacionadas as escolhas das aberturas e das fachadas. E quase sempre os ruídos nas edificações são percebidos depois da mesma pronta (OITICICA, 2010).

Nas edificações, a fachada pode ser classificada como o último obstáculo para evitar que o ruído externo chegue dentro do ambiente habitacional. As edificações são formadas de paredes e aberturas (janelas e portas), podendo muitas vezes serem

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totalmente abertas, totalmente fechadas ou parcialmente abertas, dependendo do projeto (OITICICA, 2010).

Em grande parte das regiões de clima quente e úmido, o vento é muito importante, pensando na qualidade bioclimática das construções, os projetistas desenham as fachadas das edificações com intuito de uma melhor qualidade no desempenho térmico e acústico, utilizando diversos elementos arquitetônicos como varandas, janelas especiais, peitoris ventilados entre outros. Deve-se ter muito cuidado com a estratégia de ventilação natural em áreas urbanas, pois poderá trazer ruídos externos indesejáveis (OITICICA, 2010).

De acordo com Allard (1998), alguns países onde a população tem aumentado significativamente, deve-se ter um cuidado especial com o ruído de tráfego nos espaços urbanos, algumas normas criadas exigem o conforto acústico das fachadas da edificação. As construções com fachadas ventiladas naturalmente devem ser mais silenciosas que as tradicionais de ventilação mecânica.

Segundo Araújo e Bistafa (2009), os elementos vazados de uma edificação proporcionam melhor desempenho térmico, mas em compensação o desempenho acústico nos elementos vazados é desfavorável, apesar das mais diversas pesquisas realizadas para buscar soluções que não gerassem impactos na arquitetura.

2.5 SOM E RUÍDO

Segundo Bistafa (2011, p.17) “o som é a sensação produzida no sistema auditivo; e ruído é um som indesejável, em geral de conotação negativa.” Através de estruturas vibrantes são gerados os sons por vibrações das partículas do ar, mas não são todas que geram som. Quando alguém que não é músico toca algum instrumento, surgem sons, mas sem harmonia, determinando o ruído como um som sem harmonia. (BISTAFA, 2011).

O ruído pode causar incômodo a algumas pessoas e a outras não, dependendo da situação, na hora do descanso esse som pode ser perturbador, em outros casos

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ruído, desde que seja audível, alguém terá alguma reclamação por um motivo ou outro. Estão sendo feitos vários estudos para definir quais são os efeitos que o tráfego veicular e aéreo causa nas pessoas. (BISTAFA, 2011).

Para tentar diminuir o incômodo gerado pelo ruído muito elevado, alguns locais, utilizam um ruído menos impactante para encobrir o ruído indesejável, método chamado de mascaramento sonoro (BISTAFA, 2011).

O ruído não deve ser totalmente eliminado, pois, além de ter um custo elevado o silêncio total também pode ser prejudicial à saúde, depois de algum tempo em um lugar completamente sem ruído, a audição começa a ficar mais frágil, sendo capaz de escutar o funcionamento dos órgãos, podendo ser algo perturbador. Por isso deve-se ter o controle do ruído e não sua total eliminação (BISTAFA, 2011).

O ouvido humano tem a eficiência de perceber de uma forma quase perfeita a frequência, a intensidade e o timbre de um som, sendo a audibilidade com bastante limitações. Os sons audíveis são entre 16 Hz a 20 Hz, até 20.000 Hz (Hertz), dependendo da circunstância do órgão auditivo (COSTA, 2003).

2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS RUÍDOS

A percepção de qualquer som que possa interferir e gerar incômodo em alguma atividade pode ser determinada como ruído. O que para alguns são sons agradáveis para outros não são, dependendo muito do sistema auditivo, também o ambiente que for analisado e para que objetivos o ambiente foi determinado (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

Já de acordo com Bistafa (2011), o ruído é um som indesejável, geralmente de conotação negativa. Os ruídos podem ser classificados em aéreos e de impacto. Na sequência são apresentados diferentes tipos de ruídos: ruído de impacto, ruído aéreo, ruído residual, ruído rosa e ruído branco.

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2.6.1 Ruído de impacto

Alguns exemplos de ruídos de impacto, como quedas de objetos e materiais e pisadas sobre as lajes, geram um enorme desconforto em edifícios de apartamentos por ser ouvido em outros ambientes (BISTAFA, 2011). Segundo a NBR 15575-3 (ABNT, 2013, p. 7) o ruído de impacto é o “som produzido pela percussão sobre um corpo sólido e transmitido através do ar.” Trata-se de excitação por contato, na qual a laje transforma-se em um transmissor de energia sonora em grande faixa de frequências, devido à movimentação vibratória induzida pela excitação localizada (BISTAFA, 2011).

É necessário salientar que um impacto ocasionado em uma laje de piso proporcionará, além do ruído resultante da sua vibração, fontes secundárias de ruído. Devido à excitação que será gerada em toda edificação (CARVALHO, 2010).

O impacto são vibrações de enorme quantia de energia, distribuindo-se sobre os sólidos com pouca redução. A ação de um martelo, por exemplo (Figura 1) que faz com que a estrutura vibre e faz com que o ruído seja transmitido para o ambiente vizinho, ocasionando a vibração do ar (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012).

Figura 1: Ruído de Impacto

Fonte: Manual pro-acústica, 2013, p. 13.

Os ruídos sonoros que mais causam irritação e incômodo, para o povo Brasileiro, é o barulho de pessoas caminhando de sapato, a queda de objetos e mudanças dos

(27)

móveis de lugar, sendo o que mais geram reclamações dos moradores (MARTINS et al, 2004).

2.6.2 Ruído aéreo

É o som originado por excitação direta do ar, nos edifícios pertence aos elementos de fachada, paredes ou compartimentos internos, proporcionar o isolamento a sons aéreos. Os sons aéreos significativos para o conforto acústico podem ser de origem exterior e interior (PATRÍCIO, 2010 apud SILVA, 2014).

Os ruídos aéreos podem ser produzidos por diferentes fontes, sendo essas: equipamentos de construção, trem, avião, veículos, buzinas, equipamentos musicais, sons de animais, barulho de pessoas, entre outros, podendo ser externos e internos. Depois da origem do som, ele se transmite pelo ar e na estrutura da edificação. (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014)

Quando o som é transmitido pelo ar, cria-se uma variação de pressão sonora, fazendo com que a estrutura seja forçada a vibrar. A vibração dessa estrutura é correspondente a sua massa, isto é, quanto menor a massa da estrutura, mais ele vibrará, passando um maior ruído (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

De acordo com Souza (2012), a importância da massa no isolamento de ruídos vai depender em que frequência o ruído encontra-se. Quanto maior as frequências, o aumento da massa do material tem maior impacto no isolamento sonoro do que quando aplicadas frequências menores (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014). A grande parte dos elementos das edificações que são responsáveis pela passagem de ruídos aéreos para o interior de uma edificação são portas, janelas, paredes, frestas, entre outros (SOUZA, 2012).

Segundo a NBR 15575-3 (ABNT, 2013, p. 7) é o “som produzido e transmitido através do ar.” A pressão sonora propaga-se pelo ar e ao chegar na estrutura da edificação, as paredes vibraram e transmitiram o ruído aéreo, o qual produzirá mais uma onda sonora no local adjacente, de acordo com a Figura 2 (PEDROSO, 2007).

(28)

Figura 2: Som incidente, transmitido, refletido e absorvido.

Fonte: Arch-tecapud Pedroso, 2007 p. 24.

Apesar da NBR 15575 oferecer um bom desempenho acústico com materiais e sistema construtivo de qualidade, deve-se ter uma boa execução desses métodos usados (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

2.6.3 Ruído residual

Os ruídos residuais, também são chamados de ruídos de fundo, são necessariamente ruídos que ocorrem dentro de uma sala ou ambiente, são decorrentes das próprias atividades realizadas (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

Os ruídos residuais não devem ser totalmente eliminados, tendo em vista o conforto acústico apropriado a cada ambiente. Ainda que alguns ambientes necessitam de silêncio quase total para seus objetivos, alguns espaços mais comuns necessitam apenas da redução dos ruídos. Isso porque, devido a redução da percepção de outros ruídos de menor intensidade, causado pela existência do ruído residual, ajudam também a reduzir o desconforto causado por eles (SOUZA, 2012).

(29)

2.6.4 Ruído rosa

Ruído rosa mostra que o nível cai 3dB (Decibéis) por oitava, exemplo: ruído da televisão fora de sintonia. Segundo Bistafa (2011, p. 104) “O ruído rosa foi especialmente concebido para fornecer um nível sonoro constante através de todas as bandas de porcentagem constante”. Enquanto aumenta a largura de banda de porcentagem constante, a frequência cai de forma a compensar o aumento (BISTAFA, 2011).

Segundo Paixão (2002, p. 4) ruído rosa é “aquele cuja densidade espectral de potência é proporcional ao inverso da frequência”.

2.6.5 Ruído branco

De acordo com Paixão (2002, p. 4) ruído branco “é aquele que tem a sua potência distribuída uniformemente no espectro de frequências, ou seja, sua potência média é constante se as medidas são feitas com largura de banda constante”.

Segundo Bistafa (2011, p. 104) “o espectro do ruído branco apresenta um nível constante para todas as frequências do espectro”. Cada vez que a frequência é duplicada o ruído branco aumenta 3dB (Decibéis), sendo que a largura da banda também dobra (BISTAFA, 2011).

2.7 PRESSÃO SONORA

A pressão sonora é a intensidade em que se ouve determinados sons. Para poder avaliar melhor o transtorno causado pelo ruído, a pressão sonora é a mais indicada, pois pode ser medida diretamente com o aparelho de medições e indicar o quão intenso é o som ouvido pelo sistema auditivo humano (BISTAFA, 2011).

De acordo com a NBR 10151 (ABNT, 2000), quando o cálculo do nível de pressão sonora não dispor dessa função, nesse caso, deve ser calculado pela Equação1:

(30)

𝐿𝐴𝑒𝑞 = 10 log1 𝑛∑ 𝑛 𝑖 = 1 10 𝐿𝑖 10 (𝑑𝐵)

Equação 1: Cálculo do nível de pressão sonora equivalente (Leq). Onde:

• Li é o nível de pressão sonora, lido em resposta rápida a cada 5 segundos.

• n é o número total de leituras.

O nível de pressão sonora é dado por valores entre duas grandezas, por isso o seu resultado é dado em decibels (dB) (ALMEIDA, 2009).

2.8 NORMATIZAÇÃO

Com objetivo de melhorar o bem-estar e o conforto acústico, ocasionados pelo nível exagerado de ruídos, os governos de diversos países têm determinado normas para controlar os níveis de ruídos intensos nos diferentes tipos de ambientes. As medidas usadas são diversas, como a definição de um limite do nível de pressão acústica, podendo ser considerada como de conforto ou aceitável, dependendo do horário e duração, com objetivo de não prejudicar à a saúde humana(COSTA, 2003). 2.8.1 Norma de Conforto Acústico – NBR 10151

De acordo com a Norma Brasileira NBR 10151 (ABNT, 2000) – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – procedimento, que, determina exigências mínimas de nível de ruído em comunidades, apresenta a maneira como devem ser feitas as medições internas e externas de ruído, mostra as correções se apresentar casos de ruídos especiais e expõe o método de avaliação do ruído com conhecimento no nível de pressão sonora corrigido (Lc) e o nível de critério de avaliação (NCA). Para áreas externas à edificação o NCA respeita os limites de horários exigidos pela sociedade em períodos diurnos e noturnos (Tabela 1), sendo que o período noturno deve iniciar depois das 22 horas e não deve terminar antes das 7 horas.

(31)

Tabela1: Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A)

Fonte: NBR 10151 (ABNT, 2000).

Conhecida como “Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade”, a norma determina os níveis de ruído permitidos em seis tipos de áreas entre urbanas e rurais, para uma melhor qualidade de vida. A tabela baseia-se em ambientes externos, para manter a igualdade dos ambientes internos deve-se fazer a correção de isolamentos de fachadas de -10 dB(A) para ambientes com as janelas abertas e -15 dB(A) para as janelas fechadas (ABNT; 2000).

2.8.2 Norma de Conforto Acústico – NBR 10152

Da mesma maneira que a norma anterior, a NBR 10152 (ABNT, 2017) Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações, mostra uma tabela com os níveis de ruídos internos que propõe o conforto acústico, sendo esses para diferentes finalidades de uso em ambientes internos, conforme a Tabela 2.

(32)

Tabela 2: Valores de referência para ambientes internos de uma edificação de acordo com suas finalidades de uso.

Fonte: Adaptado de NBR 10152 (ABNT, 2017).

Segundo a NBR 10152 (ABNT, 2017), existe dois métodos para avaliação sonora de um ambiente interno, o método simplificado e o método detalhado, quando for realizado o método simplificado, é feita a comparação entre equivalente (LAeq) e máxima (LASmax), quando for realizado pelo método detalhado a avaliação deve ser pela comparação de nível de pressão sonora equivalente ponderada em A (LAeq), do nível máximo de pressão sonora (LASmax) e do nível NC (LNC), podendo ter uma tolerância para cada de até 5 dB. Os valores de LASmax são considerados apenas quando a fonte sonora fizer parte da edificação onde será avaliado, o qual não foi utilizado.

Se as medições externas dos níveis de pressão sonora equivalente ponderada em A, atenderem os valores descrito na Tabela 1, Níveis de critério de avaliação, da NBR 10151 (ABNT, 2000), os valores de RLAeq mostrados na Tabela 2 são compreensíveis com os valores da diferença padronizada de nível ponderada descritos na NBR 15575-4 (ABNT, 2013).

Quando o resultado dos ensaios de níveis de pressão sonora do ambiente externo estiver maior que os valores tabelados na NBR 10151, pode ser que o valores

Finalidade de uso

Residências

RLAeq

RLASmax

RL NC

Dormitórios

35

40

30

Salas de estar

40

45

35

Salas de cinema em casa

40

45

35

Outros

Auditórios grandes (>600 m³)

30

35

25

Auditórios pequenos (≤600m³)

35

40

30

Cozinhas e Lavanderias

50

55

45

Tribunais

40

45

35

Valores de Referência

(33)

de referência para ambientes internos desta norma não sejam atendidos, embora o isolamento de fachada encontra-se de acordo com a NBR 15575-4 (ABNT,2017).

2.8.3 Norma de Desempenho – NBR 15575

O rápido desgaste das construções e diminuição do desempenho, na maioria das vezes, são ocasionados pela baixa qualidade dos materiais, a falta de manutenção e falhas de projeto e execução. Ações que acabam sendo prejudiciais a vida útil das edificações (SALGUEIRO, 2016).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), devido aos problemas supracitados, normatizou a NBR 15575/2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. As normas são para atender as condições de seus usuários, a norma refere-se aos sistemas que integra edificações habitacionais independente de seus materiais e do sistema construtivo usado (ABNT, 2013).

A norma brasileira NBR 15575:2013, é constituída por seis partes, a primeira parte mostra os requisitos gerais da edificação habitacional, segunda parte sobre sistemas estruturais, terceira parte sobre sistemas de pisos, quarta parte sobre sistemas de vedações verticais internas e externas, quinta parte sobre sistemas de coberturas e sexta parte sobre sistemas hidrosanitários. (SALGUEIRO, 2016).

De acordo com a NBR 15575-1 (ABNT, 2013), as edificações têm que apresentar isolamento acústico adequado das vedações verticais e coberturas, devido aos ruídos externos, como também em áreas privativas. As vedações verticais precisam atender dois critérios para um desempenho acústico de qualidade, em laboratório o (RW) índice de redução sonora ponderado e o segundo o (D2m,nT,W) diferença padronizada de nível ponderado a 2 m da fachada.

A diferença padronizada de nível ponderada é dada em um valor único, da diferença padronizada de nível entre os ambientes, derivados dos valores, em bandas de oitava ou terços de oitava, aferida com equipamento especializado e medições especificas (ABNT, 2013).

(34)

Para adequação das construtoras, a Norma Brasileira NBR 15575-4 classificou o desempenho em: mínimo, intermediário e superior, conforme a Tabela 3.

Tabela 3: Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa, D2m,nT,w, para ensaios de campo.

Fonte: NBR 15575 – 4 (ABNT, 2013).

Segundo a NBR 15575-4 (ABNT, 2013) os níveis mínimos (M), intermediários (I) e superior (S), são para mostrar o desempenho de cada requisito, que devem ser atendidos para uma melhor qualidade da edificação. Quando ultrapassar o nível mínimo, o construtor deverá sempre informar qual o nível de desempenho da edificação.

As construtoras que estiverem obedecendo a essa classificação serão recompensadas com um símbolo de marketing. Já as construtoras que não atenderem a norma poderão responder judicialmente (REZENDE; MORAIS FILHO; NASCIMENTO, 2014).

2.9 MÉTODOS DE AFERIÇÃO IN LOCO E EQUIPAMENTOS

O ensaio em campo para ruído aéreo externo as edificações são caracterizadas pela NBR 10151 (ABNT, 2000), a qual específica que as medições devem ser realizadas a 1,20 m do piso e a 2 m da fachada, muros, paredes e outros. Quando não puder atender os quesitos da norma, deve-se citar as descrições da situação utilizada no relatório (ABNT, 2000).

Classe de Ruído

Localização da Habitação

D2m,nT,W (dB) Nível de Desempenho

≥ 20

M

≥ 25

I

≥ 30

S

≥ 25

M

≥ 30

I

≥ 35

S

≥ 30

M

≥ 35

I

≥ 40

S

I

II

III

Habitação localizada distante de fontes de

ruído intenso de quaisquer naturezas

Habitação localizada em áreas sujeitas a

situações de ruído não enquadraveis nas

classes I e II

Habitação sujeita a ruído intenso de meios

de transporte e de outras naturezas, desde

(35)

Já as medições internas devem ser realizadas de acordo com a NBR 10152 (ABNT, 2017), o qual apresenta dois métodos para as realização das medições, o método simplificado e o método detalhado, ambos devem seguir alguns procedimentos para medição, como, ajuste em campo do “sonômetro” ou Medidor de Nível Sonoro, as condições ambientais, a distribuição e posição dos pontos de medição, sendo no mínimo 3 pontos, situados a 1 m das paredes, piso e superfícies que possam atrapalhar, sendo afastado 0,7 m um do outro, o tempo de medição, que não deve ser inferior a 30 segundos (ABNT, 2017).

Quando for utilizado o método simplificado deve ser feita medição do nível de pressão sonora contínuo equivalente ponderada em A (LAeq) e o nível Máximo de pressão sonora ponderada em A e S (LASmax), as quais serão comparadas de acordo com a norma (ABNT, 2017).

Já o método detalhado além das medições do nível de pressão sonora contínuo equivalente ponderada em A (LAeq) e o nível Máximo de pressão sonora ponderada em A e S (LASmax), deve também determinar o nível NC (LNC) (ABNT,2017).

As medições devem seguir as normas, as quais serão realizadas com o auxílio do ruído ambiental. Existem muitos equipamentos no mercado com capacidade para medições de “som” ou vibrações, para medições do nível de pressão sonora é utilizado o “sonômetro” ou Medidor de Nível Sonoro (MATEUS, 2008).

(36)

3 MÉTODO DE PESQUISA

Este capítulo tem como finalidade apresentar os métodos empregados para a evolução do presente trabalho, com ideia de atender os propósitos apresentados. Contendo nele a estratégia de pesquisa e o delineamento das tarefas relevantes deste trabalho.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A metodologia é o campo onde serão apresentados os métodos e instrumentos utilizados para a composição do estudo científico. Em se tratando de conceito de metodologia, Demo afirma que esta significa o “[...] estudo dos caminhos e dos instrumentos usados para se fazer ciência.” (DEMO, 1985, p. 122). Nesta seção serão expostas questões referentes à categorização da pesquisa e ao plano de coleta, análise e interpretação de dados.

Sendo assim, o método adotado para o progresso do presente trabalho foi primeiramente composto de uma revisão bibliográfica, e composta por um estudo de caso de abordagem qualitativa com medições realizadas in loco, com o intuito de realizar medições a fim de compará-las com a normativa existente.

A pesquisa foi desenvolvida de forma exploratória. De acordo com Lokatos (2003) o conceito de pesquisa é um procedimento formal, com técnicas e ideologias reflexivas, com tratamento científico para que se encontrem verdades parciais ou a realidade. Dessa forma, a pesquisa exploratória é eficiente para aprimorar o conhecimento do pesquisador em relação ao tema estudado, ampliando ideias e contribuindo para estudos futuros.

De acordo com Gil (2002), o estudo de caso é o mais adequado para investigar situações da realidade cujos, ainda não estão estabelecidos, e mostrar o cenário que está sendo investigado, é um estudo profundo e cansativo que busca aprimorar amplamente o conhecimento, sendo uma pesquisa muito utilizada.

(37)

3.2 DELINEAMENTO

O trabalho de conclusão de curso foi dividido em três etapas. 1ª etapa: Revisão bibliográfica; 2ª etapa: Desenvolvimento; e 3ª etapa: Reflexão. Sendo os procedimentos ilustrados na Figura 3.

Figura 3: Delineamento de pesquisa

Fonte: Autoria própria, 2018.

A 1ª etapa: revisão bibliográfica: tem o intuito de familiarizar o autor com o texto, através de uma pesquisa teórica com análises em livros, artigos e normas.

A 2ª etapa: Desenvolvimento: Na parte do desenvolvimento com auxílio das normas foi realizado o estudo de caso, com medições in loco.

(38)

(ABNT,2000) e NBR 10152 (ABNT, 2017) e após feito a verificação se os resultados são coerentes com os valores da diferença padronizada de nível ponderadanaNBR 15575-4 (ABNT, 2013) e por fim feita a conclusão.

3.3 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA

Os métodos utilizados na pesquisa foram basicamente pesquisas bibliográficas, através das análises de livros, artigos e normas com a finalidade de acrescentar conhecimento às pesquisas e poder realizar as medições e fazer o comparativo de acordo com as NBR’s. Além de toda pesquisa bibliográfica realizada, foram pesquisados empreendimentos disponíveis localizados em lugares com bastante fluxo de veículos, e também foi verificado a disponibilidade dos equipamentos para realização das medições.

Para a realização das medições contou-se com o apoio da empresa X e da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do sul - Unijui, ambas localizadas na cidade de Santa Rosa, a primeira permitindo e disponibilizando as unidades do empreendimento e a segunda com o fornecimento dos equipamentos para execução das medições.

Na segunda etapa, teve início o estudo de caso, em que ocorreram as medições in loco das unidades da edificação. Sendo assim, para as medições de ruído aéreo de fachada foram usadas as normas de medição de campo prevista na NBR 10151 (ABNT, 2000) para medições externas e a NBR 10152 (ABNT, 2017) para as medições internas.

3.3.1 LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Foram analisadas duas edificações, ambas localizadas no município de Santa Rosa - RS, a primeira edificação é o edifício residencial “A”, localizado no centro, na esquina da rua SantosDumont e Travessa Brasil tendo o total de 12 pavimentos com estrutura de pilares e lajes nervuradas e paredes de tijolos vazados 12 furos.

(39)

Essa edificação está localizada em uma área com grande fluxo de veículos leves e pesados, devido estar em uma área central, tendo ao seu lado, um supermercado, restaurante e algumas edificações comerciais.

O edifício “A” foi construído de tijolos vazados 12 furos rebocados, a parte externa foi revestida com pastilhas cerâmicas, as janelas de material PVC e vidro liso de 3 mm, as portas internas de madeira semi-oca e a porta da sacada de vidro liso 4 mm, conforme a Figura 4.

Figura 4: Edifício residencial “A”

Fonte: Autoria própria, 2018.

A segunda edificação a ser analisada foi o edifício residencial “B”, localizado no centro de Santa Rosa - RS, na rua Borges. O edifício “B” também se localiza em uma área de grande fluxo de veículos e pedestres, tendo ao seu redor edificações com várias salas comerciais.

O edifício “B” tem uma estrutura diferente da primeira edificação analisada, sendo ele de alvenaria estrutural de bloco cerâmico, contendo 10 pavimentos, as paredes com revestimento de pastilhas cerâmicas, janelas de PVC e vidro liso 3 mm, as

(40)

portas internas de madeira semi-oca, e a porta da sacada de vidro liso4 mm, conforme a Figura 5.

Figura 5: Edifício residencial “B”

Fonte: Autoria própria, 2018.

Após os empreendimentos serem apresentados e localizados, foram identificados respectivamente as unidades a serem medidas, pois devido ser apartamentos já ocupados necessitava do consentimento dos moradores. As medições foram realizadas em vários horários durante o dia e uma parte da noite,de acordo com a disponibilidade dos moradores,pois devido à falta de equipamento para gerar o ruído, foi utilizado o ruído do ambiente externo, por isso a escolha de empreendimentos em áreas com maior fluxo de veículos no centro de Santa Rosa, RS.

Enfim chegou-se na terceira etapa, onde depois de todos os valores das medições obtidos, foram analisadas as medições in loco e assim feito os comparativos com as normas, para saber realmente se as edificações estavam atendendo ao conforto acústico mínimo estabelecido pelas normas NBR 10151 (ABNT, 2000) e NBR 10152 (ABNT, 2017) e se a empresa x estava atendo as necessidades dos moradores e aos quesitos básicos de conforto acústico, chegando assim ao resultado final.

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3.4 MEDIÇÃO IN LOCO

As medições foram feitas durante 1 dia em cada local, com horários pré-definidosas 9:00, 12:00, 15:00, 18:00 e 20:00 horas para parte diurna e as 22:00 e 00:00 para parte noturna, devido os ensaios serem em apartamentos ocupados não foi possível fazer medições em mais horários noturnos. As medições foram realizadas em 30segundos em cada ponto definido, foram realizadas medições na parte externa da edificação no nível da rua e a outra foi no apartamento do lado externo, as medições internas foram realizadas nos dormitórios e salas dos apartamentos analisados. O ruído aéreo em fachadas, externo, foi realizado de acordo com a NBR 10151 – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade e para medições internas de acordo com a NBR 10152 – Acústica – Níveis de pressão sonora em ambiente internos a edificações.

Para as medições no exterior das edificações, térreo, foram tomados os devidos cuidados com o posicionamento do sonômetro, colocado a 2 metros da fachada e quaisquer outras superfícies e a 1,2 metros do piso, de acordo com a NBR 10151 (ABNT, 2000). Somente para as medições realizadas no lado externo da sacada dos apartamentos, o sonômetro não pode ser afastado a 2 metros da fachada, devido ambas ser edificações muito altas, o que dificultou muito o posicionamento do sonômetro, impossibilitando de seguir a norma.

As medições internas foram realizadas pelo método simplificado de acordo com a norma NBR 10152 (ABNT, 2017), o sonômetro foi posicionado a mais de 1 metro da parede, teto e piso em alturas diferentes em cada ponto e a 0,70 metros entre eles.

Todas as medições foram realizadas de acordo com os critérios exigidos nas normas, exceto as medições realizadas no lado externo da sacada,as escolhas dos dias para as medições in loco foram feitas aleatórias, buscando um dia de sol característico de verão para não ocorrer intempéries como, chuva, vento e trovoadaque pudesse atrapalhar ou interferir nos resultados obtidos.

(42)

3.5 EQUIPAMENTOS

Os dados coletados através das medições realizadas, foram feitas com o sonômetro (MNPS) digital, modelo DEC-490 – Instrutherm, em conformidade com a norma IEC 61672-1 display (LCD) com 4 dígitos, classe 2, com função máximo (MAX), que mostra um novo valor, toda vez que um valor máximo for atingido e mínimo (MIN) com o menor valor registrado, com resposta rápida (FAST) e devagar (SLOW), com precisão +/- 1.4 dB, com ponderação em A para nível de som ambiente e C para ambiente acústico, com níveis de 30 dB a 130 dB.

Figura 6: Medidor de nível de pressão sonora digital.

Fonte: Autoria própria, 2018.

Para a realização das medições do nível de pressão sonora, o sonômetro ou medidor de nível de pressão sonora digital foi adaptado para níveis de 30 dB a 130 dB com ponderação em A, em resposta devagar (SLOW) com a função máxima (MAX) a qual capta o maior valor obtido.

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Também foi medida a temperatura(ºC) e a umidade relativa do ar (%), para isso foi utilizado o equipamento Termo-Higrômetro digital modelo HT-270 - Instrutherm,ideal para uso de áreas da engenharia e uso profissional, Figura 7.

Figura 7: Termo-Higrômetro digital

Fonte: Autoria própria, 2018.

Para a verificação da temperatura (ºC) e da umidade do ar (%) o Termo-Higrômetro digital foi ligado 2 horas antes para fazer a estabilização do aparelho e logo após realizada a leitura, a qual, marcou uma temperatura de 28ºC e umidade relativa do ar de 56,67%, estando assim em perfeitas condições ambientais para a realização das medições do nível de pressão sonora, as quais devem ser realizadas em temperaturas de 0ºC até 40ºC.

Para realização das medições em campo foi utilizado o medidor de nível de pressão sonora digital (MNPS) e o termo-higrômetro digital, ambos os equipamentos foram cedidos pelo laboratório de engenharia civil da Unijui.

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4 RESULTADOS

Esse capítulo apresenta as análises e resultados das medições do nível de pressão sonora, realizadas in loco,que os habitantes das edificações analisadas estão expostos, com os valores tabelados nas normas da ABNT.

4.1 MEDIÇÕES DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EXTERNO – NÍVEL DA RUA As medições do nível de pressão sonora, em dB(A) foram no lado externo da edificação com o nível da rua, os procedimentos foram realizados a 1,2 metros do chão e afastado 2 metros da fachada, de acordo com a norma NBR 10151 (ABNT, 2000).

Os resultados obtidos encontram-se nas Tabelas 4 e 5, a norma NBR 10151 (ABNT, 2000), propõe valores estabelecidos diurno e noturno, sendo assim, as medições foram feitas pela parte da manhã, tarde e noite, sendo que o período noturno deve começar depois das 22:00 horas e não pode terminar antes das 7 horas do dia seguinte.

Tabela 4 – Medições Edifício “A”, Externo – Nível da rua

Fonte: Autoria própria, 2018.

Edifício "A"

Hora

Diurno - dB(A)

Noturno - dB(A)

09:00

64,4

60

-12:00

73,8

60

-15:00

63,2

60

-18:00

71,0

60

-20:00

66,2

60

-22:00

61,5

-

55

00:00

53,2

-

55

Medições externas

Nível da rua

(45)

De acordo com a NBR 10151 (ABNT, 2000) o nível de critério de avaliação de ambientes externos é dividido em seis tipos de áreas, o edifício “A” que está sendo analisado localiza-se em uma área mista, com vocação comercial e administrativa com o limite diurno de 60 dB(A) e noturno de 55 dB(A) para conforto dos moradores.

Nota-se na Tabela 4 apenas um horário noturno atendeu a norma, os demais resultados encontrados do nível de ruído aéreo são superiores aos valores do limite apresentados pela norma, principalmente as 12:00 e 18:00 hora que são considerados horários de “pico”, com maior fluxo de veículos.

Tabela 5 – Medições Edifício “B”, Externo – Nível da rua

Fonte: Autoria própria, 2018.

O limite dos níveis de pressão sonora equivalente são impostos pela norma de acordo com a localização da edificação, o edifício “B” de acordo com a NBR 10151 (ABNT, 2000), localiza-se também em uma área mista, com vocação comercial e administrativa com o limite diurno de 60 dB(A) e o noturno 55 dB(A) para um melhor conforto acústico de seus habitantes.

Como se pode perceber na Tabela 5, os valores medidos são bem semelhantes com o primeiro edifício analisado, quase todos os valores medidos são bem superiores ao recomendado pela norma, principalmente nos horários de “pico”, sendo atendido apenas o horário da 00:00 horas.

Edifício "B"

Hora

Diurno - dB(A) Noturno - dB(A)

09:00

66,7

60

-12:00

74,7

60

-15:00

69,1

60

-18:00

72,5

60

-20:00

62,8

60

-22:00

61,6

-

55

00:00

49,8

-

55

Medições externas

Nível da rua

(46)

4.2 MEDIÇÕES DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EXTERNO – SACADA

As medições do nível de pressão sonora equivalente realizados no lado externo da sacada encontram-se nas Tabelas 6 e 7, junto com o limite diurno e noturno permitido pela norma NBR 10151 (ABNT,2000) para o conforto acústico dos habitantes.

O sonômetro não pode ser afastado a exatamente 2 metros de distância nas avaliações realizadas no lado externo da sacada, devido ser um edifício multifamiliar muito alto, o que dificultou no seu posicionamento de acordo com a Figura 8.

Figura 8: Medição sacada, edifício “A”

Fonte: Autoria própria, 2018.

Estas medições foram realizadas com o objetivo de avaliar o nível de ruído que chega as esquadrias da edificação analisada.

(47)

Tabela 6 – Medições Edifício “A”, Externo – Sacada

Fonte: Autoria própria, 2018.

Como citado anteriormente, de acordo com a NBR 10151 (ABNT, 2000) o nível de critério de avaliação de ambientes externos é dividido em seis tipos de áreas, o edifício “A” que está sendo analisado localiza-se em uma área mista, com vocação comercial e administrativa com o limite diurno de 60 dB(A) e noturno de 55 dB(A) para conforto dos moradores.

As medições externas na sacada, assim como, do nível da rua, obtiveram um resultado eficaz apenas no horário noturno de acordo com o nível de critério de avaliação solicitado pela norma, os demais horários não atenderam, sendo muito superior, principalmente as 12:00 e 18:00 horas que são considerados horários de “pico”. Apesar da diferença de altura da sacada, aproximadamente 12 metros, os valores encontrados foram bem parecidos com os valores encontrados no nível da rua.

Edifício "A"

Hora Diurno - dB(A) Noturno - dB(A)

09:00 61,1 60 -12:00 71,5 60 -15:00 62,1 60 -18:00 70,1 60 -20:00 63,1 60 -22:00 60,2 - 55 00:00 54,4 - 55 Medições externas Sacada

(48)

Tabela 7 – Medições Edifício “B”, Externo – Sacada

Fonte: Autoria própria, 2018.

A avaliação na sacada no edifício “B”, assim como na edificação anterior, também não pode ser realizado a 2 metros da fachada como diz a norma NBR 10151 (ABNT, 2000), devido à altura, o que dificultou o posicionamento do medidor de nível de pressão sonora a tamanha distância.

Pode-se perceber na Tabela 7 que os resultados obtidos foram superiores ao nível da área avaliada, uma área mista, com vocação comercial e administrativa, sendo que apenas o horário noturno da 00:00 horas está de acordo com o nível de conforto acústico exigido pela norma.

4.3 MEDIÇÕES DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA INTERNA DA EDIFICAÇÃO As avaliações do nível de pressão sonora equivalente do lado interno foram realizadas de acordo com a NBR 10152 (ABNT, 2017), a 1 metro do piso, parede, teto ou qualquer outra superfície que pudesse interferir nas medições, também foram usadas alturas diferentes para cada medição e com todas as aberturas fechadas, os resultados encontram-se na Tabela 8 e 9.

Edifício "B"

Hora

Diurno - dB(A) Noturno - dB(A)

09:00

66,3

60

-12:00

71,0

60

-15:00

61,6

60

-18:00

72,0

60

-20:00

60,9

60

-22:00

58,4

-

55

00:00

47,7

-

55

Medições externas

Nível da rua

(49)

Tabela 8– Medições Edifício “A”, interno

Fonte: Autoria própria, 2018.

No edifício “A” teve-se acesso ao apartamento 604, onde os objetos de estudo foram o dormitório do casal (1), dormitório do filho (2), dormitório de visita (3) e a sala de estar. De acordo com a NBR 10152 (ABNT,2017), os níveis de pressão sonora equivalente aceitável para ambientes interno, dormitórios, é de 35 dB, e para a sala é de 40 dB tendo uma tolerância de 5 dB.

Como se pode verificar na Tabela 8, levando em consideração os 5 dB de tolerância permitido pela norma, quase todos horários atenderam a norma tanto nos dormitórios quanto na sala, exceto as 12:00 e 18:00 horas onde os níveis de conforto acústico não foram aceitáveis, os quais são os horários de maior acúmulo e movimento de veículos.

Tabela 9 – Medições Edifício “B”, interno

Edifício "A"

Hora Dormitório 1 Dormitório 2 Dormitório 3 Sala Dormitório Sala

09:00 37,4 37,5 38,3 39,1 35 40 12:00 42,1 41,3 40,9 46,7 35 40 15:00 39,3 38,1 38,5 39,7 35 40 18:00 40,4 41,4 43,5 47,5 35 40 20:00 35,3 37,7 36,1 37,3 35 40 22:00 34,5 35,2 33,7 36,3 35 40 00:00 30,8 31,3 30,1 33,4 35 40

Medições internas Valores de referência - RLAeq

Edifício "A"

Hora Dormitório 1 Dormitório 2 Sala Dormitório Sala

09:00 39,5 38,4 42,3 35 40 12:00 44,8 46,3 47,1 35 40 15:00 40,0 39,1 43,6 35 40 18:00 44,1 47,1 48,2 35 40 20:00 37,2 36,8 41,4 35 40 22:00 35,4 34,7 37,8 35 40 00:00 33,0 32,4 32,3 35 40

Valores de referência - RLAeq Medições internas

Referências

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