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Karine, Apresentação- A dicotomia entre pensamento tipológico e populacional 10.06.2014

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(1)

A DICOTOMIA ENTRE O

PENSAMENTO

TIPOLÓGICO E O

PENSAMENTO

POPULACIONAL

(2)

Pensamento tipológico

Anterior a Darwin.

Possui raízes na filosofia de Platão.

Ideia de tipo: conjunto de características básicas comum a

um grupo de indivíduos.

(3)

Pensamento populacional

Surgiu com Darwin, mas o termo “pensamento

populacional” é cunhado por Mayr.

A publicação de A origem das espécies foi um marco e

trouxe três contribuições:

-

Evidências da ocorrência da evolução.

-

Seleção natural.

-

Substituição do pensamento tipológico.

Singularidade dos indivíduos.

As espécies são formadas a partir de médias aritméticas das

semelhanças dos indivíduos.

(4)

“O populacionista enfatiza a singularidade de tudo no

mundo orgânico. O que vale para espécie humana – a

ideia de que não há dois indivíduos iguais – também

vale para as outras espécies de animais e plantas.

Inclusive, o mesmo indivíduo muda continuamente

durante sua vida quando é colocado em ambientes

diferentes. Todos os organismos e fenômenos

orgânicos são compostos de características únicas e

só podem ser descritas coletivamente em termos

estatísticos. Os indivíduos, ou qualquer tipo de

entidade orgânica, formam populações das quais se

podem determinar a média aritmética e a estatística

das variações. As médias são simplesmente

abstrações estatísticas, e apenas os indivíduos que

compõem as populações tem realidade.” (Mayr, 2006,

p. 326-327)

(5)

Oposição entre o pensamento tipológico e o

pensamento populacional

Enquanto para o tipologista o tipo (forma, ideia,

essência, conjunto de características comum a todos

os indivíduos) é real, a variação é uma ilusão.

Diferentemente para o populacionista a variação é real

e o tipo (abstrações aritméticas das semelhanças entre

os indivíduos) é uma ilusão.

(6)

Espécie

Pensamento tipológico

Os membros de uma espécie possuem características

típicas da espécie.

Pensamento populacional

Indivíduos de espécies diferentes não podem se

reproduzir.

(7)
(8)

Seleção Natural

Pensamento tipológico

Um tipo é selecionado se for superior e rejeitado se for inferior.

1. Seleção natural não funciona.

2. Algumas outras forças devem estar em funcionamento para assegurar o

processo evolutivos.

Pensamento populacional

 Cada indivíduo possui dezenas de milhares de traços, os quais podem estar sob um dado conjunto de condições seletivamente superiores ou inferiores se comparados a média da população. Quanto maior o número de

características superiores um indivíduo tiver, é maior a probabilidade que ele não só sobreviva, mas também se reproduza. No entanto isso é apenas uma probabilidade, pois esse indivíduo se encontra sob determinadas

condições ambientais e circunstâncias temporais. Esse ponto de vista estatístico da seleção natural permite uma definição operacional de

“superioridade seletiva”, em termos de contribuição para a carga genética da próxima geração.

(9)

Pensamento tipológico

Tipos.

Tipologistas não ignoravam a noção de variabilidade.

Vincula o pensamento tipológico á tradição Aristotélica

:

-

Modelo de estado natural: tendência do organismo de ser de tal

modelo.

-

Forças de interferências: interferências do meio ambiente

.

(10)

Pensamento populacional

Indivíduos singulares.

A ideia de evolução minou com o modelo de variação do

essencialista e também com a necessidade de encontrar

uma essência para cada espécie.

aspecto inovador do caráter populacionista: a seleção

natural explicaria a persistência, a difusão e a

porcentagem particular dos indivíduos e seus traços em

uma população, não sua origem.

(11)

Mayr ao cunhar o termo, pensamento

populacional, não pretendia tratar como algo

novo, mas sim capturar como esse foi tratado

ao longo da metade do século XX na

sistemática (ciência que tem o dever de

descrever a biodiversidade e as relações

filogenéticas, isto é, relações evolutivas, entre

os organismos) e na biologia evolutiva.

(12)

Pensamento tipológico

Vê a variação como um erro.

“há, na natureza, um protótipo geral em cada espécie em que cada indivíduo é modelado, mas que parece, ser alterado ou

aperfeiçoado conforme as circunstâncias. De modo que, parentes por certas características, existe uma variação que é incomum nos indivíduos em cada espécie, e ao mesmo tempo uma

constância na espécie como um todo que parece notável. O primeiro animal, o primeiro cavalo, por exemplo, tem sido o

modelo externo e o modelo interno sobre o qual todos os cavalos que já nasceram, todos aqueles que agora existem, e que

existirão, tem sido formados. Mas este modelo, que conhecemos apenas por suas copias, tem sido capaz de ser alterado ou

aperfeiçoado na comunicação ou multiplicação de suas formas. A impressão original subsiste, na sua totalidade, em cada

indivíduo, mas embora possa haver milhões desses, nenhum indivíduo, é semelhante, em conjunto, com qualquer outro, nem o modelo de um conjunto de indivíduos é semelhante com o modelo de outro conjunto” Buffon (1753 apud O'HARA, 1998, p. 2)

(13)

Pensamento populacional

Rejeita a ideia de tipos ou estados naturais.

A variação individual dentro de uma espécie é

resultado de um processo contínuo de mutação e

recombinação, a produção dos fenótipos

(características observáveis de um organismo) nos

ambientes disponíveis, e em seguida uma seleção

desses fenótipos de geração em geração.

(14)

Características primárias (estruturais).

Características secundárias (adaptativa).

Lamarck

Características primárias obedecem a um plano da natureza

que é modificado a partir de progressão ascendente ou

aumento da complexidade.

Características secundárias são suscetíveis a modificação

através da influência do meio ambiente.

Aceita que haja transformação em uma espécie, pois não

seria mais do que uma modificação secundária que deixaria

intacto o tipo original, esse que seria gerado conforme uma

determinação imposta pelas leis físicas em um processo

(15)

Darwin

Não há um plano natural que orientasse a variação de uma

espécie para o seu aumento de complexidade.

Dessa forma, para Darwin, as características secundárias, que

são produzidas pelo hábito, podiam chegar a se transformar em

características primárias, ou parte do Blaupan (plano corporal).

Darwin não eliminou o pensamento tipológico, mas sim o

colocou em uma perspectiva histórica, pois as modificações

secundárias, as variações, poderiam ser retidas em um ancestral

e posteriormente apareceriam no Blaupan de um filo.

Podemos explicar o Blaupan, como o estado embrionário em

que as classes ou espécies de um filo(reino) possuem a

aparência muito semelhante, ou seja, nesse estado embrionário,

que também é conhecido como estado filotípico, as

características dos embriões de todas espécies do reino dos

vertebrados são muito semelhantes. O Blaupan retém as

características de um ancestral comum que foram retidas a

partir da adaptação ao ambiente.

(16)

 Darwin ao estudar as leis do desenvolvimento, em Von Baer, percebeu que no estágio precoce da ontogenia, isto é, do desenvolvimento do indivíduo desde sua fase embrionária até a sua fase adulta, ocorria a construção do Blaupan ou plano corporal dos filos, e a partir desse plano corporal

diferenciavam as ontogenias de cada classe pertencente a um phyla, isto é, o desenvolvimento de cada uma das espécies que pertencem a um filo. No entanto Darwin, ao observar isso, concluiu que essa estrutura era a

reminiscência, isto é, era a memória de alguma característica de um ancestral que deveria ter existido em vida livre, e essa característica foi

memorizada, ou melhor, retida, pela adaptação desse ancestral às condições locais existentes nas quais viveu. Mas para que tais características pudessem ser para que as características secundárias pudessem ser adicionadas ao

plano corporal ou Blaupan, era necessário que essas seguissem o princípio de Haeckel, que afirma que um ancestral x na vida adulta teve uma

característica y retida através da adaptação ao meio, essa característica y aparecera uma fase mais cedo no seu descendente w, aparecerá na infância, esse descendente w que gerou tal característica x na infância, gerara outro descendente z que terá a característica x anexada ao plano corporal.

(17)
(18)
(19)

“Para poder fazer depender a variabilidade evolutiva de mínimas variações secundárias é necessário aceitar o princípio da

recapitulação, que, para Haeckel, iria adquiria, posteriormente, o caráter de lei. A distinção entre propriedades primárias e

secundárias é superada completamente quando se transforma na distinção entre etapas precoces e tardias na ontogenia. A

recapitulação haeckeliana supõe a possibilidade de acrescentar etapas ou passos de maior diferenciação e, ao mesmo, uma atividade compressora, que faz com que as características na descendência apareçam em uma etapa anterior à que apareceram pela primeira vez no ancestral. Dessa maneira, a adição de

etapas não implica um alongamento excessivo das ontogenias; ela traz como consequência a diluição da distinção entre

características primárias e secundárias. De acordo com a recapitulação, as formas ancestrais de vida em suas etapas

juvenis determinaram tendências evolutivas mediante mudança de hábito e comportamento diante das exigências do ambiente e, na medida em que algumas dessas modificações foram

aparecendo em estágios de desenvolvimento mais precoces, transformaram-se em parte do plano corporal das espécies

(20)

Bibliografia

MAYR, E. Typological versus population thinking. In:

SOBER, E. (Ed.). Conceptual issues in evolutionary biology.

London: The MIT press, 2006. p. 325-328.

SOBER, E. Evolution, population thinking, and essencialism.

In: SOBER, E. (Ed.). Conceptual issues in evolutionary

biology. London: The MIT press, 2006. p. 329-359.

MARTÍNEZ, M. A contingência dos padrões de organização

biológica: superando a dicotomia entre pensamento tipológico

e populacional. In: ABRANTES, P. C. Filosofia da biologia.

Porto Alegre: Artmed, 2011.

O'HARA, R. J. Population thinking and tree thinking in

systematics. Zoologica scripta, v. 26, n. 4, p. 323-329, fev.

1998.

Referências

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