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A gestão municipal da educação na região da AMVAPA : estudo filosófico e político das contradições estruturais da prática institucional, dos limites burocráticos formais e da cultura autoritária hegeônica

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Academic year: 2021

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MARA SUZANY ROMANO BÉRGAMO

A GESTÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO DA AMVAPA: Estudo Filosófico e Político das Contradições Estruturais da Prática

Institucional, dos Limites Burocráticos-Formais e da Cultura Autoritária Hegemônica

CAMPINAS 2016

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

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MARA SUZANY ROMANO BÉRGAMO

A GESTÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO DA AMVAPA: Estudo Filosófico e Político das Contradições Estruturais da Prática Institucional,

dos Limites Burocráticos-Formais e da Cultura Autoritária Hegemônica

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação

da Universidade Estadual de

Campinas para obtenção do título de Mestra em Educação, na área de concentração de Filosofia e História da Educação.

.

Supervisor/Orientador: Roberto Akyra Goto

Co-Supervisor/Coorientador: Cesar Apareciddo Nunes

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO MARA SUZANY ROMANO BÉRGAMO, E ORIENTADA PELO PROF. DR. ROBERTO AKYRA GOTO.

CAMPINAS 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

A GESTÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO DA AMVAPA: Estudo Filosófico e Político das Contradições Estruturais da Prática Institucional,

dos Limites Burocráticos-Formais e da Cultura Autoritária Hegemônica

Autora: Mara Suzany Romano Bérgamo

COMISSÃO JULGADORA: Prof. Dr. Cesar Apareciddo Nunes Prof. Dr. Luiz Enrique Aguilar Prof. Dr. Reginaldo Arthus

A Ata da Defesa assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica do aluno.

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Faculdade de Educação

Rosemary Passos - CRB 8/5751

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: The municipal management of the education in AMVAPA region : Philosophical and political study of the structural contradictions of institutional pratice, of the bureaucratic-formal limits and hegemonic authoritarian culture

Palavras-chave em inglês: Education

Education - municipal management Educacional management

Área de concentração: Filosofia e História da Educação Titulação: Mestra em Educação

Banca examinadora:

Roberto Akira Goto [Orientador] Cesar Apareciddo Nunes

Luiz Enrique Aguilar Reginaldo Arthus

Data de defesa: 18-01-2016

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Dedicatória

Dedico este trabalho a todos os colegas educadores, que de alguma forma, mesmo que silenciosamente, no anonimato de suas salas de aula, trabalham por dias melhores na educação brasileira.

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AGRADECIMENTOS

Para expressar meus sinceros agradecimentos, cito José Saramago que expressa muito bem meus sentimentos quando diz que “há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo que se não fossem essas já teria eu desistido da vida”.

Assim, agradeço a DEUS pela vida e pela oportunidade de estar onde estou e ser quem sou.

Agradeço ao Professor Dr. CESAR NUNES que me abriu as janelas para o mundo.

Agradeço aos meus filhos, Jonata e Jorge Neto, pelo carinho e compreensão nas ausências dos difíceis momentos da conciliação entre os estudos e o trabalho.

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RESUMO

A pesquisa empreende uma análise das condições estruturais dos pequenos municípios brasileiros, analisando o pacto federativo no Brasil e a organização política e administrativa municipal, no campo da Educação. Estabelece um referencial teórico para a análise das transformações ocorridas no âmbito da gestão pública, contextualizando a gestão educacional municipal, a identidade dos Dirigentes Municipais de Educação, como agentes políticos e responsáveis diretos na efetivação do ensino de qualidade, capaz de garantir o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, como determina nossa Constituição Federal. O campo investigado circunscreve-se aos municípios da região da Amvapa (Associação dos Municípios do Vale do Paranapanema), configurado no perfil padronizado do pequeno município brasileiro, marcado por um baixo IDH e uma gestão pública considerada retrógrada. A gestão da educação municipal ocupa lugar de destaque no cenário educacional, uma vez que os municípios são responsáveis pela base da educação no país, decorrente da recente ordenação legal e política sobre esse serviço público e direito subjetivo e social. O Plano Nacional da Educação (PNE), homologado como Lei 13.005/2014, traz o desafio de estabelecer novas possibilidades políticas e administrativas, através da proposição legal de efetivação de um regime de colaboração entre os entes federados que garanta as condições econômicas para o cumprimento das metas educacionais. Apresenta possibilidades de superação dos condicionantes históricos e das premissas filosóficas autoritárias na gestão e reconhecimento da Educação.

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ABSTRACT

This Project purposes an analysis of structural conditions in smalls cities of Brazil considering the Brazilian’s Federal Pact, the Political Organization, Municipal Management, its philosophical and political presuppositions related to legal responsibilities, economic, cultural settings on Educational contexts provided by thelaw. Aiming to build a theoretical background for the analysis of the transformations occurred within the public administration, contextualized in theMunicipal Educational Administration, the Municipal Education Directors’ identity, as a political mediator and directly responsible for comprehending a quality education, capable to ensure the "complete development of people,its training for citizenship, as well as the preparation for labor market", according to Brazilian’s Federal Constitution. This research was made based on the Amvapa’sDistrict, contributing to set up a profile from Brazilians’ small towns, which mostly have a lowHuman Development Index (HDI), and a retrograde public management. The management of the Municipal Education stands out in the educational setting because the cities are responsible for the foundationsof the education in the country,which takes more than a speech, but a political commitment on this educational role for the development of Brazilian’s nation. Therefore new fronts in order toguarantee Right to Educationfor everybody, should be thought in the light of an emancipating and liberating philosophy of the burdens of the past. The new National Educational Plan challenges the establishment of new Political and Administrative possibilities, from the collaboration between the federal entities to ensure economic conditions to meet the goals.

Keywords: Education, Development, Municipal Management and Educational Management

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 10

2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E APROXIMAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS E POLÍTICAS DA PESQUISA: A REGIÃO DA AMVAPA E A GESTÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO COMO OBJETO DE ESTUDO. 14 2.1 A Região da Amvapa ... 15

2.2 Análise Preliminar das Dimensões Educacionais da Região da Amvapa ... 27

2.3 A Questão da Gestão Municipal da Educação como um Problema Investigativo: conceitos, Categorias e Contradições ... 32

3. CONSTRUINDO UM CAMINHO TEÓRICO - POLÍTICO PARA A ANÁLISE DA EDUCAÇÃO NO CONTEXTO MUNICIPAL ... 40

3.1 A questão da Educação como Política Pública e a Consideração Sobre as Desigualdades Sociais ... 41

3.2 A Educação e os Dispositivos Institucionais e Políticos de Gestão Municipal: O Elo Perdido ou o “Pomo” da Discórdia. ... 50

3.3 Aproximação Teórica- Metodológicas para a Proposição de uma Plataforma de Gestão Pública Municipal de Educação Centrada na Busca pela Qualidade Social... 72

4. EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E GESTÃO MUNICIPAL: CENÁRIOS POSSIVEIS E CONTRADIÇÕES ESTRUTURAIS A PARTIR DO PNE (2014 – 2024) ... 88

4.1 Sociedade, Educação e Direitos ... 95

4.2 O PNE; Contextos e Projeções ... 101

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 112

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 116

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo discutir a temática da educação no âmbito municipal, criando situações para reflexões acerca das condições estruturais dos municípios brasileiros, com enfoque voltado para os pequenos municípios, debatendo sua herança cultural e suas dificuldades de acesso ao conhecimento produzido pelas Universidades e centros de pesquisas, devido aos precários meios de produção, que se constituem como entrave financeiro, fator que alimenta o círculo da restritas trocas, contribuindo para a inércia do desenvolvimento cultural e econômico desses municípios.

As reflexões se devem as contradições vivenciadas no dia a dia da educação brasileira, quando defendemos que a educação deve ser humanitária e emancipatória, mas nos deparamos com as regras ditadas pela gestão pública, concebida por ideais e conceitos neoliberais, onde impera, nas políticas educacionais, o denominado gerencialismo, acirrando a busca pela eficiência, da eficácia, da produtividade e dos resultados, como supostas formas cabais de sucesso na gestão educacional.

O conteúdo exposto foi obtido através de três caminhos metodológicos, sendo, em primeiro lugar, a observação das posturas e a socialização das dúvidas e opiniões do Dirigentes Municipais de Educação durante a participação em curso de formação organizado e

ministrado pela Oficina Municipal1, em parceria com a Fundação Itaú Social 2 para as equipe

gestoras da educação nos municípios da região da Amvapa3. Em segundo lugar, foram

elaborados questionários e colhidos depoimentos durante os encontros de formação e das visitas nas secretarias de educação, para uma maior familiaridade com os temas em questão. Concomitante, leituras de diversas ordens foram realizadas como fundamentação teórica, sobre o processo de responsabilização dos municípios pela Educação Infantil e pelo Ensino

1 A Oficina Municipal é uma Escola de Cidadania e Gestão Pública que realiza atividades de formação

humana e capacitação técnica voltadas às pessoas que se dedicam à gestão de políticas públicas municipais. Numa aliança estratégica com a Fundação Konrad Adenauer, tem como objetivo de fundo promover a Democracia e a Justiça no contexto do Estado de Direito.

2 Criada especificamente para estruturar e implementar os investimentos sociais do Itaú, a Fundação

Itaú Social, com atuação em todo o território brasileiro, tem como foco o apoio, elaboração e fortalecimento de programas que visam o progresso das políticas públicas de educação, a potencialização do engajamento de seus colaboradores – e da sociedade em geral – por meio da cultura de voluntariado, e a avaliação sistematizada de projetos sociais. Assim, vem formulando, implantando e disseminando metodologias voltadas à melhoria de políticas públicas na área educacional, sempre em conjunto com governos, empresas e organizações não-governamentais.

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Fundamental, após a promulgação da Constituição de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e, em tempos de implantação do novos modelos de gestão pública, pautados no gerencialismo e nas concepções neoliberais, no qual o conceito de mercado tende a invadir as salas de aula pela ação dos próprios gestores educacionais.

No decorrer dos trabalhos quanto à observação, tomamos o rumo da metodologia dialética, sem menosprezar o caráter quantitativo, respeitando a dinâmica da relação existente entre o quantitativo para justificar o qualitativo, nos amparando nas poucas oportunidades e nos espaços restritos para uma sistematização quantitativa de largo alcance.

Durante o processo de participação do curso do Programa Melhoria4, acabamos por

valorizar a experiência participativa, como forma de desenvolvermos instrumentos de interpretação das diferentes vivências dos Dirigentes Municipais de Educação, suas patentes contradições entre as teorias, os discursos e relatos de práticas gestionárias.

No primeiro capítulo tomaremos os municípios da região da Amvapa (Associação dos Municípios do Vale do Paranapanema), como referência geográfica e política para uma análise dos seus índices populacionais, econômicos, sociais e educacionais, como forma de desenhar uma prospectiva dos municípios brasileiros, uma vez que, segundo pesquisas de Pissaia (2001), o total de 70,7% são considerados de pequenos porte, com população de até 20 mil habitantes, situação semelhante aos municípios do recorte geográfico analisado neste trabalho.

No segundo capítulo buscaremos analisar a educação no contexto teórico da gestão pública, em especial na gestão municipal, considerando as influências internacionais no cenário político nacional e as condições postas para a gestão municipal, pelas estruturas existentes e as contradições vivenciadas nos processos de centralização e descentralização das políticas públicas.

Dado o padrão desigual das condições de trabalhos existentes nos municípios brasileiros e a igualdade das responsabilidades por eles divididas, no que tange à educação e à escolarização, faz se necessário uma reflexão histórica sobre os fundamentos dos novos modelos de gestão pública que se instalam nos municípios, pelas mãos dos próprios gestores educacionais que, de um lado, idealizam uma educação emancipatória e, por outro lado, concretizam ações que inviabilizam essa prática.

4O programa tem como foco a formação continuada dos gestores municipais para uma gestão mais

efetiva na promoção da qualidade da educação. A metodologia utilizada prevê que, ao longo de dois anos, os gestores sejam preparados para fazer um diagnóstico da situação local a partir da análise de indicadores sociais, com o objetivo de desenvolver e implementar Planos Municipais de Educação (PME)

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Sob um primeiro olhar, pode parecer que os municípios fiquem com uma pequena parcela da responsabilidade da qualidade em educação, o que de fato não é verdade. Podemos afirmar que a qualidade da educação e o futuro científico do país passa pelos municípios, quando consideramos que a LDB atribui ao município a responsabilidade com a Educação Infantil e que, após o processo de municipalização, esses entes jurídicos são responsáveis pelos anos iniciais do Ensino Fundamental, períodos escolares que constroem o alicerce da capacidade cognitiva, definindo a capacidade de aprendizagens futuras.

No terceiro capítulo abordamos a participação social como condição de políticas mais eficazes, sendo considerada as diversas vozes da sociedade, através das representações e dos movimentos organizados, envolvidos no processo de elaboração, implementação e avaliação das políticas públicas educacionais.

Destacamos a realização da CONAE (2010) como marco histórico da participação social, e a produção participativa do Plano Nacional de Educação como uma agenda construída coletivamente, que merece todo empenho da sociedade no processo de avaliação da implementação que ocorrerá pela efetivação de suas metas, através de estratégias previstas. O PNE apresenta 14 artigos, 20 metas e 254 estratégias como caminhos possíveis para a estruturação e desencadeamento das mudanças esperadas e das soluções para os problemas no cenário educacional, gerando as contradições até aqui aventadas e outras que não serão tratadas neste texto.

Para cumprir seu papel, nesse cenário de mudanças, o município precisa, entre muitas outras coisas, assumir uma política educacional que contribua com a formação de profissionais instrumentalizados com os novos conhecimentos sobre a complexidade das ações que se exige no ato de ensinar. Entretanto, isso depende da ideologia e da compreensão dos agentes políticos sobre a educação, sobre a importância atribuída no plano de governo às ações educacionais, ao planejamento financeiro, entre outros fatores. A frágil formação dos gestores políticos educacionais das redes municipais contribui para a estagnação dos trabalhos pedagógicos e administrativos. Falsarella e Carvalho (2009) afirmam que, através de estudos recentes sobre gestão pública, sabe-se que a cultura política dominante nas regiões afeta fortemente o desempenho em educação, quando consideram que a: “(...) Cultura Política é formada pelo

conjunto de valores, atitudes, crenças e sentimentos partilhados pelos sujeitos que interagem em dada situação e, mediada pela avaliação subjetiva desses sujeitos, dá sentido e significado às decisões tomadas”.

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A região da Amvapa começa a esboçar suas primeiras reações concretas voltadas ao desenvolvimento sustentável de seus municípios, considerando suas potencialidades e suas fragilidades, buscando articulações para inovar e transformar. Assim, surge como preocupação a definição de políticas públicas específicas para sua realidade, nas quais a educação precisa conquistar seu espaço dentre as prioridades dos governos locais. A escola, como o ponto de equilíbrio na relação dialógica, política e social da região, terá sua identidade institucional fragilizada, frente aos avanços sociais, ocasionados pelos métodos de produção de um sistema capitalista moderno, numa sociedade ainda com métodos educacionais tradicionais, baseadas no senso comum, nas práticas notadamente reacionárias, ou então em práticas modernas, sem uma fundamentação teórica que promovam uma práxis significativa.

A região vive hoje um processo de desenvolvimento industrial e tecnológico que poderá ser beneficiado pela pesquisa para conjugá-lo ao desenvolvimento moral e ético, sustentado por uma educação voltada para a formação plena e omnilateral de seus alunos.

Muitas causas e proporções poderiam ser aventadas. Uma delas seria o fato desses municípios não contarem com espaços de formação continuada, restringindo assim a prática pedagógica aos conteúdos dos cursos de graduação. Um outro ponto determinante para entender a natureza das dificuldades de organização desses municípios, frente aos avanços das políticas públicas em educação, é o fato que todas as decisões são pensadas pelo prefeito municipal, quase sempre um líder local, com acentos populistas e assistencialistas, para não retomar a identidade do coronelismo tradicional, e seus poucos colaboradores são originários de um círculo político restrito, no qual a formação acadêmica não é relevante para as tomadas de decisão. A falta de especialistas na área educacional prejudica o papel da escola perante a sociedade, pois não conta com conhecimento sistematizado que perpasse a realidade escolar e produza os impactos sociais da educação no município. Faltam equipes de trabalho ,especialistas em educação, para selecionar temas e contextos geradores de ações inovadoras que estejam em conformidade com as leis e as diretrizes maiores, mas contextualizadas pela realidade local, fundamentadas por uma filosofia que contribua para uma educação que realize uma relação profícua entre escola e sociedade.

Estas são nossas premissas, alinhavadas na presente investigação, que ora passamos a relatar e analisar, como forma de crítica e de proposição de superação, tanto das condições políticas existentes, quanto das disposições filosóficas e ideológicas para sua superação.

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2. PRIMEIRA PARTE - CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E APROXIMAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS E POLÍTICAS DA PESQUISA: A REGIÃO DA AMVAPA E A GESTÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO COMO OBJETO DE ESTUDO.

O primeiro capítulo dessa dissertação pretende realizar um recorte geográfico para analisar a gestão municipal da educação dos pequenos municípios brasileiros, como elemento facilitador da compreensão das contradições estruturais concretas entre o “locus” da educação e, mais especificamente, da educação escolar e das novas diretrizes para a educação nacional, que apontam caminhos de emancipação humana, como forma de garantir direitos sociais e contribuir para uma sociedade mais justa, na promoção do desenvolvimento econômico.

Não propomos um estudo sobre a gestão municipal de educação, mas uma ande hipóteses sobre os conceitos e as contradições da gestão municipal, como ferramenta de reflexão sobre os caminhos oferecidos. Mesmo porque, nos lembra Nagel apud Gramsci (2011, p. 73) que “(...) apenas se pode estudar e analisar concretamente um fase estrutural depois de

esta ter terminado todo seu processo de desenvolvimento e não durante o próprio processo, a não ser como hipótese e, ainda, declarando explicitamente que se trata de uma hipótese.”

O que precisa ser considerado é que, nos dias atuais, vivemos intensamente as conseqüências da partilha das responsabilidades do Estado, quanto à regulação, elaboração e execução de políticas públicas, transformados pelo processo de descentralização, cenário no qual o município assume papel central na implementação de serviços sociais públicos básicos, que devem garantir os direitos inerentes à cidadania, ampliando o protagonismo municipal no compromisso de construir um novo Brasil.

É preciso cuidar para que esse momento não seja apenas mais uma discussão sobre os “poderes de transformação” da educação e que, conforme Nagel (2011, p. 60)

Transformam-se, pois, em chavões, expressando e reforçando apenas, alterações fenomênicas. Neste trânsito, as palavras, já com seu campo reduzido, passam a ter função não só de engrandecer apenas a quem utiliza ideologicamente, mas a de modernizar o já dado para ser admirado como novo. Essa parece ser a sina de termos como educação e transformação no sistema educacional como um todo, principalmente a partir dos anos de 1990.

Esta visão ampla de uma educação capaz de atribuir elementos inovadores a uma geração, criando instrumentos para romper com a inércia de uma história, na qual poucos

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privilegiados tinham condições intelectuais para viver plenamente seus direitos de cidadãos livres e capazes de colaborar intencionalmente para uma melhoria significativa na qualidade de vida, deve se aliar a visão de que o município é o locus, no qual as relações sociais se estabelecem e a educação escolar acontece dentro de um vínculo estreito com a cultura e os costumes da comunidade a que o aluno pertence.

Considerar o contexto socioeconômico e cultural no qual a educação escolar acontece é essencial para a proposição de ações, seja no âmbito político ou pedagógico, adequadas à realidade do aluno, porém, com perspectivas de ampliações que ofereçam condições de mudanças à altura das expectativas das suas necessidades, assim, refletindo na sua consciência, para que este estabeleça relações sociais profícuas na dinâmica das inovações históricas. Para Marx (1973, p.37) “(...) não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a

consciência”.

Nesse sentido, a educação escolar precisa contribuir para que a qualidade de vida almejada proporcione uma melhoria em todas as dimensões da vida humana, não focando apenas o econômico. Para acompanhar todas as propostas de mudanças na educação, seja para atender as políticas públicas educacionais nacionais ou para as normas ditadas pelo mercado, é preciso que o os agentes políticos envolvidos neste processo estejam sempre em atualização, quanto às novas idéias que surgem no cenário educacional, exigindo um trabalho cada vez mais complexo nos campos políticos e técnicos da sua área.

O êxito deste trabalho implica diretamente nas dimensões financeiras dos municípios e, fundamentalmente, na formação dos recursos humanos, capazes de interferir nas estruturas pouco inovadoras dos pequenos municípios brasileiros. Neste aspecto, há dois requisitos fundamentais a serem analisados: a capacidade financeira e a capacidade técnica administrativa destes municípios.

2.1 A Região da Amvapa

Pouco se sabe sobre os primeiros habitantes dessa região que, ocupada pelos índios da tribo tupi-guarani e dos caiuás, foi aos poucos sendo explorada como conseqüência dos movimentos das bandeiras paulistas em direção ao sul do país que, segundo Paim (2012), tinham como objetivo a conquista do Paraguai. Quando em sua tradução da obra de Afonso

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D’Escragnolle Taunay, descreve a utilização dos rios Tietê e Paranapanema como meio para as disputas políticas da época:

(...)acrescentando que com a maior arrogância lhe haviam anunciado a próxima partida de grande expedição de novecentos brancos e três mil tupis destinada a arrasar as reduções jesuíticas do Sul do Paranapanema... Ao Rei aconselhou longa e vivamente consolidar e fortificar a situação da província do Guairá dando toda a assistência aos jesuítas evangelizadores da considerável população guaranítica vivendo ao sul do Paranapanema (...) Já então atravessara o Paranapanema o exército paulista que marchava sobre as reduções. Em princípios de fevereiro deixava Céspedes ou Guairá rumo de Assunción, onde chegou a 10 de abril recebendo a mais festiva acolhida. Foi o lugar-tenente de Manuel Preto e certamente a alma da expedição que talvez haja deixado São Paulo em agosto de 1628, rumo ao Sul. Desconhece-se o itinerário da bandeira. Mais provável é que haja seguido o caminho primitivo, a via indígena chamada Piabiú pelos índios e caminho de São Tomé pelos jesuítas, vereda que, em duzentas léguas, no rumo do sudoeste, ligava São Vicente e São Paulo à margem do Paraná, cortando o Paranapanema, o Tibagi, o Ivaí e o Pequiri.... Em 1661, afirma Pedro Taques, realizou Fernão Dias Paes grande jornada ao Sul do Paranapanema, à serra da Apucarana. PAIM (2012, p. 47, 48, 50, 73)

Começa assim os primeiros contatos da região com a civilização branca, que por volta do ano de 1.600, chegava para dominar essas terras, iniciando uma história de colonização e crueldade. O primeiro município da Amvapa que começa a construir sua história foi Águas de Santa Bárbara, em 1858, seguido de Piraju e Avaré, cujo início está nos marcos de 1860 e 1861,

respectivamente. Tais marcos são obtidos por dados do IBGE5, que são referentes à sua

organização política, porém, sabemos através de relatos informais dos mais velhos, que seu início data de bem mais longo tempo passado. A região foi colonizada por europeus, quase na sua totalidade italianos, que chegaram para trabalhar nas lavouras de café no final do século XIX e início do século XX, aos poucos foram conquistando independência, ganhando suas terras e formando novos povoados nos quais hoje se encontram nossos municípios. Essa herança histórica e cultural das colônias italianas, centradas na figura masculina, ainda permanece viva em cada município da região.

A região se organizou recentemente, através de consórcio intermunicipal6,

denominado Amvapa, formado por dezenove municípios localizados no Vale do Alto

5 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.

6Consórcios intermunicipais são parcerias entre municípios para a realização de ações conjuntas

incrementando a qualidade dos serviços públicos prestados à população. Surgiram como forma de superar a atomização de municípios e recobrar escalas produtiva e financeiras adequadas. Destacam-se os consórcios intermunicipais em ações de saneamento, instalação de infra-estrutura de energia elétrica, construção de estradas e atividades relacionadas à promoção de saúde pública. Disponível em <http://www.brasil-economia-governo.org.br>

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Paranapanema, ocupando uma área territorial de 10.389,58 Km2, somando uma população de 322.777 habitantes, de acordo com dados do IBGE. Localiza-se na região sudoeste do estado de São Paulo e compõe-se pelos municípios de Águas de Santa Bárbara, Avaré, Angatuba, Barão de Antonina, Coronel Macedo, Cerqueira Cesar, Fartura, Iaras, Itaberá, Itaí, Itaporanga, Manduri, Paranapanema, Piraju, Riversul, Sarutaiá, Taguaí, Taquarituba e Tejupá.

No ano de 2011, a soma do PIB dos municípios foi de 3.978,05 bilhões. A média do seu PIB per capita é de R$ 18.914,45. Configura-se como a segunda maior região geográfica do estado de São Paulo que ostenta uma concentração de renda para poucos. Os municípios apresentam os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo a primeira região do Vale do Ribeira.

Os municípios da região da Amvapa estão situados a sudoeste do estado de São Paulo, representados pela cor cinza no mapa abaixo, definido por regiões do estado:

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Fonte: Amvapa

Esses municípios configuram, nesta pesquisa, um recorte dos mais de 5 mil municípios brasileiros, dos quais, segundo Pissaia (2001) 70,7%, são considerados de pequeno porte. O estado de São Paulo conta com 645 municípios, dos quais 61% podem ser chamados de

municípios de pequeno porte, e conforme dados da Fundação Seade 7(2013), soma uma

população de 42.304.694 habitantes.

Para melhor compreensão e delineamento do perfil e identidade sócio-econômica dos municípios que integram esta microrregião administrativa apresentaremos alguns dados que

7O Seade, é uma fundação vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo,

centro de referência nacional na produção e disseminação de análises e estatísticas socioeconômicas e demográficas. Realiza pesquisas diretas e levantamentos de informações produzidas por outras fontes, compondo um amplo acervo, disponibilizado gratuitamente, que permite a caracterização de diferentes aspectos da realidade socioeconômica do estado, de suas regiões e municípios e de sua evolução histórica. Disponível em <http://www.sead.gov.br>

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retratam seu perfil. Segue agora um quadro que busca expor os dados gerais dos municípios que compõem a região da Amvapa:

Municípios População 2010 População Estimada 2013 Área em Km2 2014 Grau de urbanização 2010 PIB (em milhões de reais correntes) 2011 PIB per capita (Em

reais correntes) 2011 Totais do estado de São Paulo 42.304.64 248.223,21 95,94 1.349.465,14 32.454,91 Angatuba 22.883 1.207,98 71,83 562,01 25.073,97 Ág.StªBarb. 5.700 404,94 76,05 140,32 24.915,25 Avaré 84.372 1.213,06 95,73 1.352.20 16.218,70 Bar.Antonina 3.193 153,14 61,39 46,43 14.717,86 Cerq. Cesar 18.034 404,94 89,64 140,32 24.915,25 Cel.Macedo 4.939 303,93 77,29 89,12 17.881,17 Fartura 15.404 429,17 79,89 224,86 14.652,56 Iaras 6.507 401,31 44,50 105,24 16.459,21 Itaberá 17.754 1.110,50 67,97 310,14 17.395,06 Itaí 24.741 1.082,78 78,53 484,70 20.001,78 Itaporanga 14.579 507,71 75,83 165,86 11.392,92 Manduri 9.161 229,05 86.50 113,69 12.571,12 Paranapanema 18.430 1.018,72 81,83 404,81 22,490,96 Piraju 28.528 504,50 89.92 452,02 15.866,46 Riversul 6.003 386,20 72,89 58,01 9.486,89 Sarutaiá 3.626 141,61 81,65 43,75 12.072,74 Taguaí 11.582 145,33 71,64 204,36 18.492,11 Taquarituba 22.584 448,43 87,83 356,51 15.924,93 Tejupá 4.757 296,28 64,89 75,90 15.828,19

Total região 322.777 10.389,58 75,78/ média 3.978,05 14.611,89

Fonte: Fundação SEADE / Oficina Municipal

Dos dezenove municípios, apenas Avaré apresenta uma população maior, sendo 84.372 habitantes, seguido de Piraju com 28.558 habitantes, Itaí com 24.741 habitantes, Angatuba com 22.883 e Taquarituba com 22.584 habitantes. A soma da população desta região representa uma pequena parcela perante o estado, sendo menos de 1% da população do estado de São Paulo, ocupando pouco mais de 3% da área do estado, com uma média de urbanização de 75,78, sendo Avaré o município com maior grau de urbanização 95,73, seguido por Piraju com 89,92 e Cerqueira Cesar com 89,64.

Segundo dados do PNUD8 o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal)

do Brasil no ano de 2010 é de 0,730. O estado de São Paulo configura-se no segundo lugar do

8O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a rede de desenvolvimento global

da Organização das Nações Unidas. O PNUD faz parcerias com pessoas em todas as instâncias da sociedade para ajudar na construção de nações que possam resistir a crises, sustentando e conduzindo um crescimento capaz de

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país com 0,783, estando depois do Distrito Federal. Nesse contexto dos dezessetes municípios da região da Amvapa, onze deles estão abaixo do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil (0,730) e todos abaixo dos Índices de Desenvolvimento Humano Municipal do estado de São Paulo (0,783)

Municípios IDHM 2010 IDHM Longevidade 2010 IDHM Educação 2010 IDHM Renda 2010 IRPS 2010 Por grupo

Estado de São Paulo 0,783 -

Angatuba 0,719 3 Águas de Santa Bárbara 0,757 0,840 0,695 0,744 1 Avaré 0,767 0,866 0,695 0,751 4 Barão de Antonina 0,711 0,82 0,649 0,676 4 Cerqueira Cesar 0,757 0,821 0,666 0,710 1 Coronel Macedo 0,690 0,811 0,619 0,653 4 Fartura 0,732 0,867 0,648 0,699 3 Iaras 0,674 0,848 0,543 0,664 4 Itaberá 0,693 0,803 0,636 0,652 4 Itaí 0,713 0,830 0,630 0,692 2 Itaporanga 0,719 0,835 0,653 0,681 4 Manduri 0,739 0,818 0,675 0,730 4 Paranapanema 0,717 2 Piraju 0,758 0,843 0,699 0,740 3 Riversul 0,664 0,799 0,577 0,634 5 Sarutaiá 0,688 0,794 0,603 0,679 5 Taguaí 0,709 0,818 0,631 0,690 3 Taquarituba 0,701 0,811 0,811 0,606 3 Tejupá 0,668 0,794 0,563 0,668 4 Total da região 0,71795 Fonte SEADE (2010)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado como uma forma de confrontar os índices per capita do Produto Interno Bruto (PIB) que, ao mensurar o desenvolvimento, considerava apenas sua dimensão econômica. Criado em 1990 pelo economista paquistanês Mahbu dul Haq, introduz um novo conceito nos debates econômicos, políticos e jurídicos, voltado para pessoas, levando em consideração a dimensão humana do desenvolvimento, como pressuposto para influenciar ações governamentais nas políticas de desenvolvimento, centradas em pessoas e não apenas em capital, na forma de renda.

O conceito de desenvolvimento humano é muito mais amplo que apenas a dimensão econômica, porém, não anula essa dimensão, considerando que a satisfação das necessidades

melhorar a qualidade de vida para todos. Presente em mais de 170 países e territórios, o PNUD oferece uma perspectiva global aliada à visão local do desenvolvimento humano para contribuir com o empoderamento de vidas e com a construção de nações mais fortes e resilientes. Disponível em <http://pnud.org.br>

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básicas dos seres humanos estão vinculadas ao poder do capital e do dinheiro, resultado das relações de trabalho e da luta pela sobrevivência nas sociedades capitalistas contemporâneas.

O conceito de desenvolvimento humano nasceu definido como um processo de ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser. Diferentemente da perspectiva do crescimento econômico, que vê o bem-estar de uma sociedade apenas pelos recursos ou pela renda que ela pode gerar, a abordagem de desenvolvimento humano procura olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades e capacidades. A renda é importante, mas como um dos meios do desenvolvimento e não como seu fim. É uma mudança de perspectiva: com o desenvolvimento humano, o foco é transferido do crescimento econômico, ou da renda, para o ser humano. O conceito de Desenvolvimento Humano também parte do pressuposto de que para aferir o avanço na qualidade de vida de uma população é preciso ir além do viés puramente econômico e considerar outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. Disponível em http://pnud.org.br, acesso em 12/2104

Se torna oportuno trazer para a apresentação de uma região de uma determinada sociedade a definição do conceito de desenvolvimento humano, como subsídio para inserirmos nesse contexto uma discussão sobre educação, que define as capacidades de desenvolvimento das relações de trabalho, fonte geradora das condições de vida. A história essa problemática sempre está ligada às teorias sociais sobre o papel da educação e de sua implicação nas relações do trabalho, do capital e do poder. A educação é um elo entre o trabalho e as condições de vida do ser humano, mais que um elo, uma condição imprescindível para a garantia de um desenvolvimento humano pleno, que leve em consideração as questões humanas, suas reais necessidades, materiais e espirituais.

(...) o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, a identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilador pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo. (SAVIANI, 2003, p. 13)

Podemos considerar que, conforme definição do PNUD (2010), o desenvolvimento humano deva ser um processo que amplie as escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser. Neste sentido, conhecer quais condições de vida uma população é submetida, pode se configurar na possibilidade de emancipação que se evidencie no desenvolvimento humano que venha a trazer uma evolução com impactos sociais importantes para mudanças significativas na história. Isto não significa negarmos todas as conquistas da humanidade nas questões do trabalho, ou levantar uma

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bandeira nova contra as mazelas do capitalismo, mas contribuirmos através das mesmas ideologias já conhecidas da filosofia, para gerar possibilidades de olhar cada realidade. Com esse objetivo, passamos a analisar o desenvolvimento humano, no recorte geográfico que delimitamos para pesquisa, baseados nos estudos da Fundação Seade, sobre a realidade do estado de São Paulo, para subsidiar o poder público com dados precisos e confiáveis para elaboração de políticas públicas específicas diante de cada necessidade local e regional, como o IPRS (Indice Paulista de Responsabilidade Social) e IPVS (Indice Paulista de Vulnerabilidade Social)

O IPRS e o IPVS são dois índices importantes quando nos referimos ao perfil de município, uma vez que, de acordo com a fundação Seade, são ferramentas para os agentes públicos municipais que auxiliam na formulação e na implementação de políticas públicas municipais, coerentes com a realidade de uma população específica, o que oportuniza ações específicas, em locais estratégicos, sem generalizar as políticas para toda a populção do município. Segundo a Fundação Seade, o IPRS é

(...) um sistema de indicadores consistentes e atualizados de todos os 645 municípios paulistas que nos permite pensar o desenvolvimento do Estado de São Paulo, levando em consideração o que mais importa: os dados sobre o desenvolvimento humano dos municípios – as condições de vida da população. Isto porque, para a população, não é suficiente que a cidade onde vive esteja bem posicionada quanto ao nível de riqueza; a melhoria da qualidade de vida das pessoas é o objetivo final e prioritário da ação pública. <http://www.sead.gov.br>

Já o IPVS “é um indicador resultante da combinação entre duas dimensões –

socioeconômica e demográfica –, que classifica cada setor censitário9 em grupos de

vulnerabilidade social.” (SEADE, 2010). Sua finalidade, assim como o IPRS, é subsidiar o gestor público, na elaboração e implantação de políticas públicas considerando uma visão mais detalhada sobre as condições de vida da população do município, identificando as áreas nas quais se concentram as populações mais propensas à vulnerabilidade e à pobreza.

O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) é composto por três dimensões:

riqueza, escolaridade e longevidade, enquanto que o IDH analisa o desenvolvimento humano

9setor é a menor unidade territorial, formada por área contínua, integralmente contida em área urbana ou rural,

com dimensão adequada à realização da coleta de dados por um pesquisador que vai a campo por ocasião do censo. O setor constitui um conjunto de quadras, no caso de área urbana, ou uma área do município, no caso de uma área não urbanizada. Disponível em <http://gestaocompartilhada.pbh.gov.br>

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sob três pilares: saúde, educação e renda que, de acordo com o PNUD, são mensurados da seguinte forma:

 Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida;

 O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de

adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança;

 E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita

expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência. Disponível em <http://www.pnud.org.br>

O IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social) classifica os municípios em grupos de 1 a 5, de acordo com indicadores sociais (educação e longevidade) e iguais indicadores econômicos (riqueza), de acordo com o quadro abaixo:

Quadro descritivo dos grupos do IRPS

Grupos Descrição

1 Municípios que se caracterizam por um nível elevado de riqueza com bons níveis nos

indicadores sociais;

2 Municípios que, embora com níveis de riqueza elevados, não são capazes de atingir bons

indicadores sociais;

3 Municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores sociais;

4 Municípios que apresentam baixos níveis de riqueza e níveis intermediários de

longevidade e/ou escolaridade;

5 Municípios mais desfavorecidos do Estado, tanto em riqueza quanto nos indicadores

sociais.

Disponível em <http:/seade.gov.br>

O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) nasceu devido à necessidade de quantificar as questões da equidade e da vulnerabilidade à pobreza no estado, configurando um instrumento de gestão pública que permite uma visão mais detalhada sobre as múltiplas dimensões da pobreza, situação encontrada dentro de todos os grupos, inclusive daquele que apresenta melhores índices de riquezas.

O indicador resultante consiste em uma tipologia derivada da combinação entre duas dimensões – socioeconômica e demográfica, que classifica o setor censitário em seis grupos de vulnerabilidade social, denominada Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS). A dimensão socioeconômica compõe-se da renda apropriada pelas famílias e do poder de geração da mesma por seus membros. Já a demográfica está relacionada ao ciclo de vida familiar. Disponível em <http:/seade.gov.br>

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Quadro I

Grupos Descrição

Grupo 1 – Nenhuma Vulnerabilidade

Engloba os setores censitários em melhor situação socioeconômica (muito alta), com os responsáveis pelo domicílio possuindo os mais elevados níveis de renda e escolaridade. Apesar de o estágio das famílias no ciclo de vida não ser um definidor do grupo, seus responsáveis tendem a ser mais velhos, com menor presença de crianças pequenas e de moradores nos domicílios, quando comparados com o conjunto do Estado de São Paulo.

Grupo 2 – Vulnerabilidade Muito Baixa:

Abrange os setores censitários que se classificam em segundo lugar, no Estado, em termos da dimensão socioeconômica (média ou alta). Nessas áreas concentram-se, em média, as famílias mais velhas

Grupo 3 – Vulnerabilidade Baixa

Formado pelos setores censitários que se classificam nos níveis altos ou médios da dimensão socioeconômica e seu perfil demográfico caracteriza-se pela predominância de famílias jovens e adultos.

Grupo 4 – Vulnerabilidade Média:

Composto pelos setores que apresentam níveis médios na dimensão socioeconômica, estando em quarto lugar na escala em termos de renda e escolaridade do responsável pelo domicílio. Nesses setores concentram-se famílias jovens, isto é, com forte presença de chefes jovens (com menos de 30 anos) e de crianças pequenas

Grupo 5 – Vulnerabilidade Alta:

Engloba os setores censitários que possuem as piores condições na dimensão socioeconômica (baixa), estando entre os dois grupos em que os chefes de domicílios apresentam, em média, os níveis mais baixos de renda e escolaridade. Concentra famílias mais velhas, com menor presença de crianças pequenas Grupo 6 –

Vulnerabilidade Muito Alta

O segundo dos dois piores grupos em termos da dimensão socioeconômica (baixa), com grande concentração de famílias jovens. A combinação entre chefes jovens, com baixos níveis de renda e de escolaridade e presença significativa de crianças pequenas permite inferir ser este o grupo de maior vulnerabilidade à pobreza

Disponível em <http:/seade.gov.br>

Quadro II

Índice Paulista de Vulnerabilidade Social - IPVS

Grupo Dimensões IPVS

Sócio-econômica

Ciclo de Vida Familiar

1 Muito Alta Famílias Jovens, Adultas ou

Idosas

Nenhuma Vulnerabilidade

2 Média ou Alta Famílias Idosas Vulnerabilidade Muito Baixa

3 Alta e Média Famílias Jovens e Adultas

Famílias Adultas

Vulnerabilidade Baixa

4 Média Famílias Jovens Vulnerabilidade Média

5 Baixa Famílias Adultas idosas Vulnerabilidade Alta

6 Baixa Famílias Jovens Vulnerabilidade Muito Alta

Disponível em <http:/seade.gov.br>

De acordo com os conceitos formulados pela Fundação Seade sobre o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), podemos dimensionar os municípios da região da Amvapa

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quanto à situação de pobreza, uma vez que esses municípios são considerados pobres em relação aos índices gerais estaduais. O diferencial de analisar um município ou região pelo IPRS ou IPVS, é que esses índices não os classificam em rankings, mas possibilita-se uma mensuração da qualidade de vida da população considerando outras variáveis, que não seja somente a questão da renda, evidenciando o processo de desenvolvimento dos municípios, considerando parâmetros importantes, como a questão da escolaridade, que é o foco do nosso trabalho.

Para Ferreira, Dini e Ferreira apud Katzman (2006, p. 7) “(...) a vulnerabilidade de

um indivíduo, família ou grupos sociais refere-se a sua maior ou menor capacidade de controlar as forças que afetam seu bem-estar, isto é, a posse ou o controle dos recursos requeridos (ativos) para o aproveitamento das oportunidades propiciadas pelo Estado, mercado ou sociedade”. Para os autores (2006), as diferentes condições de saúde e o grau de

instruções das pessoas lhes colocam em diferentes situações para sair da linha da pobreza. Nesse sentido, colocamos o desafio do desenvolvimento de uma região em consonância com as condições educacionais por ela oferecidas. Para Piaget (1973, p. 39) a educação é “condição formadora necessária ao próprio desenvolvimento natural”. Quanto maiores forem as condições intelectuais da pessoa, maiores serão suas oportunidades de mobilidade social e de qualidade de vida, dentro desta dinâmica das relações entre indivíduo e trabalho em tempos de mudanças aceleradas e instáveis. De acordo com Gamboa (2009, pág. 79) “(...) nesse universo de contradições a educação parece sobreviver às quedas e às

destruições, entretanto é pressionada a assumir novos papéis.”.

O processo de escolarização se coloca como instrumento para sustentar as outras dimensões de um processo de desenvolvimento. Olhar esses municípios sob a ótica das oportunidades conquistadas por investimentos na educação, torna-se o desafio deste trabalho, no sentido de evidenciar a importância desta política pública, inserindo-a nas pautas dos interesses do próprio consórcio intermunicipal, quando reúne os prefeitos e autoridades políticas da região, do estado e até mesmo de nível federal, para socializar os problemas, discutir possíveis soluções.

As notícias, divulgadas pela mídia regional, demonstram que as pautas de tais reuniões estão sempre elaboradas sobre as questões do que falta, e de quais contatos políticos poderão fazer a diferença, colaborando nas ações pontuais para os problemas já instalados, sempre relacionados às questões de infra-estrutura. Nada se fala sobre a realidade sócio-econômica da região, a não ser de maneira genérica, enfatizando as dificuldades das prefeituras para executar

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políticas públicas no contexto social, devido às suas poucas arrecadações municipais. As prefeituras da região têm em comum o fato de seus orçamentos serem sustentados quase na sua totalidade pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM), considerando que não há indústrias de médio ou de grande porte na região e a economia é basicamente agrícola. A participação da região no PIB do estado de São Paulo é muito pequena, somando 3.978,05( em milhões de reais correntes), totalizando 0,29% do PIB paulista, enquanto que a média do seu PIB per capita é de R$ 14.611,89 em relação aos R$ 32.454,91 do estado.

Isso não significa que defendemos a desvinculação da economia e suas implicações na sociedade, mas um alerta para os pontos positivos que a vida nos pequenos municípios apresentam, que não podem se perder durante um processo que vise desenvolvimento. A ausência de grandes símbolos do capitalismo, como exemplo, as multinacionais, conhecidas por gerar empregos com altos salários e grandes retornos econômicos para os municípios, não podem ser entraves para uma vida digna. Esse fato último também não significa retorno social satisfatório, de maneira que tenha reflexo de equidade na sociedade, sempre voltada a lógica do capitalismo e na manutenção do “status quo” das classes dominantes, alimentando o círculo vicioso da economia capitalista.

Nesse sentido o IPVS é um indicador, que (...)"com origem no paradigma do desenvolvimento humano, compartilha com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) a perspectiva de que o desenvolvimento é um processo que, além dos aspectos econômicos, deve considerar dimensões da vida social e da qualidade de vida dos indivíduos.” Disponível em <http://www.seade.gov.br>

Nesse sentido, quando ouvimos os discursos das autoridades políticas locais, é patente a necessidade de propiciar desenvolvimento aos municípios e à região, fica a pergunta de como este desenvolvimento está se desenhando e determinando os novos cenários sociais, evitando problemas futuros, como os enfrentados hoje por grandes centros urbanos, que dentro de um mesmo território demográfico, abriga os extremos da desigualdade social.

Segundo Ferreira, Dini Ferreira (2006) nos municípios pequenos, mesmo considerando a presença da pobreza, em especial nas áreas rurais, são menos expressivos do que aqueles verificados nos grandes centros urbanos. O conhecimento das características da população, aliada as potencialidades econômicas, se constituem como o caminho mais seguro para a formulação de políticas públicas, que garantam um desenvolvimento sustentável, situações que são melhores evidenciadas quando analisados os IPRS e os IPVS.

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2.2 Análise Preliminar das Dimensões Educacionais da Região da Amvapa

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), com base no censo escolar de 2013, o conjunto dos dezenove municípios da região conta com 77.426 alunos da Educação Básica e suas modalidades, distribuídos na seguinte forma:

Deste total 37.432 alunos estão matriculados nas redes municipais de ensino, sendo 15.395 (19,88%) da Educação Infantil e 22.037 (28,46%) dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dentre os municípios que compõem a Amvapa, somente 04 deles são responsáveis pelos anos finais do Ensino Fundamental sendo Angatuba, Iaras, Paranapanema, e Tejupá, lembrando que no município de Tejupá somente 01 escola que atende os anos finais do Ensino Fundamental encontra-se sob responsabilidade do município, contando em 2013 com 92 alunos matriculados nesta etapa da Educação Básica. O Ensino Médio conta com 14.507

2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013

ANGATUBA 312 617 1.645 1.473 880 232 96 5.255

ÁGUAS DE STA BARBARA155 157 423 337 240 100 0 1.412

AVARÉ 1.850 2.142 6.033 5.330 3.769 1.170 216 20.510 BARÃO DE ANTONINA 44 90 227 212 159 5 0 737 CERQUEIRA CESAR 404 467 1.283 1.472 1.012 108 92 4.838 CORONEL MACEDO 97 112 309 337 337 23 0 1.215 FARTURA 368 461 1.094 1.100 655 5 113 3.796 IARAS 129 163 465 601 393 207 0 1.958 ITABERÁ 247 407 1.195 1.215 872 129 44 4.109 ITAÍ 277 613 1.699 1.575 854 463 0 5.481 ITAPORANGA 260 420 1.089 1.034 578 34 49 3.464 MANDURI 106 227 597 487 310 75 0 1.802 PARANAPANEMA 375 458 1.382 1.290 834 100 56 4.495 PIRAJU 826 715 1.820 1.852 1.314 114 121 6.762 RIVERSUL 81 142 426 386 273 0 39 1.347 SARUTAIÁ 94 82 286 216 159 0 0 837 TAGUAÍ 516 349 784 677 407 51 0 2.784 TAQUARITUBA 718 583 1.459 1.551 1.247 196 111 5.865 TEJUPÁ 152 179 421 393 214 0 0 1.359 TOTAL 7.011 8.384 22.637 21.538 14.507 3.012 937 78.026

EJA Ed. Especial

Totais CIDADES

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(18,73%) matrículas, todas sob a responsabilidades da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O município de Itaberá atende apenas a Educação Infantil na rede municipal.

Para as modalidades da Educação Básica, a região totaliza 3.949 (5,10%) matrículas para a EJA e Educação Especial. Na Educação de Jovens e Adultos o percentual de matricula é de 3,8%, com o total de 3.012 matriculas. Já a Educação Especial o total é de 937 (1,2%) dos alunos.

O percentual de crianças atendidas na Educação Básica, divulgado pelo site do MEC, como subsídio para elaboração do Plano Municipal de Educação, se difere daquele apresentado pelos Dirigentes Municipais de Educação que, pelo fato dos municípios serem pequenos, não há conhecimento de crianças em idade escolar fora da escola.

Mesmo se tratando da 2ª região mais pobre do estado de São Paulo, o índice de cobertura de crianças assistidas pelas escolas é de 98%, superior a média do estado de São Paulo e do Brasil.

Município

Total de crianças atendidas (%) em 2010

0 a 3 4 e 5 6 a 14

ANGATUBA 15,1 92,9 98,3

ÁGUAS DE STA BARBARA 30 91,7 98,2

AVARÉ 32,7 88,6 97,9 BARÃO DE ANTONINA 23,2 83 100 CERQUEIRA CESAR 18,1 79,6 98,2 CORONEL MACEDO 28,3 77,8 99,1 FARTURA 29 84,8 97,4 IARAS 17,7 82 98,5 ITABERÁ 15,9 81 98 ITAÍ 9,3 81,7 97,9 ITAPORANGA 18,9 87,4 97,9 MANDURI 12,5 86,5 98,9 PARANAPANEMA 13,2 71,3 98,1 PIRAJU 45,9 90,5 98,3 RIVERSUL 17,1 63,4 95,9 SARUTAIÁ 35,1 83,1 98,7 TAGUAÍ 34,3 95,3 97,3 TAQUARITUBA 21,3 72,3 97,8 TEJUPÁ 31,4 83,5 98,3 http://pne.mec.gov.br/construindo-as-metas

No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, a grande maioria está abaixo da média do estado de São Paulo para os anos iniciais, porém, apresentam melhores índices do que

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as redes estaduais que atendem os anos finais, que também se apresentam abaixo da média do estado. Destacam-se nesse cenário os municípios de Angatuba, Fartura e Taguaí nos anos iniciais do ensino fundamental.

País / Estado / Município

5º ano 9º ano / estadual 9º ano / municipal 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 BRASIL 4.2 4.6 5.0 5.2 3.8 4.0 4.1 4.2 * * * * SÃO PAULO 5.0 5.5 5.6 6.1 4.3 4.5 4.7 4.7 * * * * ANGATUBA 5.2 6.4 6.7 6.9 4.0 4.4 4.6 4.9 5.3 5.6 5.5 5.6 ÁGUAS ST BARB 5.6 6.1 6.1 6.1 4.1 5.0 4.2 4.3 * * * * AVARÉ 4.9 5.5 5.6 5.9 4.0 4.4 4.6 4.7 * * * * BARÃO ANT. 5.1 6.4 5.5 5.9 4.2 4.6 4.8 4.9 * * * * CERQ. CESAR 5.1 5.3 5.3 5.3 4.4 4.6 4.7 4.8 * * * * CEL MACEDO 4.1 5.0 5.1 5.4 3.8 4.5 4.4 4.7 * * * * FARTURA 6.1 6.3 6.6 7.2 5.5 5.4 5.1 5.4 * * * * IARAS 4.7 4.5 5.3 4.7 * * * * 4.8 4.2 5.0 4.4 ITABERÁ 4.6 5.7 6.0 6.2 4.0 4.2 4.3 4.9 * * * * ITAÍ 5.0 5.2 5.2 5.3 3.9 4.4 4.6 4.0 * * * * ITAPORANGA 5.1 5.2 5.2 5.1 4.3 4.5 4.5 4.2 * * * * MANDURI 4.5 5.6 4.9 5.4 3.8 4.2 4.3 4.5 * * * * PARANAPANEMA 4.7 5.1 5.3 5.6 * * * * 4.2 4.3 4.2 4.5 PIRAJU 5.1 5.5 5.8 5.8 4.8 5.1 4.9 5.1 * * * * RIVERSUL 4.3 5.5 5.1 5.3 4.0 4.8 4.7 4.7 * * * * SARUTAIÁ 4.3 5.5 5.1 5.3 4.0 4.8 4.7 4.7 * * * * TAGUAÍ 5.3 6.7 6.6 7.0 4.5 5.4 5.3 5.7 * * * * TAQUARITUBA 4.7 5.6 5.9 6.1 4.1 4.7 4.8 4.8 * * * * TEJUPÁ 3.9 5.8 5.6 5.9 4.2 4.8 4.6 4.7 3.7 * * 5.4 Média 4,8 5,6 5,6 5,8 4,2 4,7 4,7 4,8 4,5 4,7 4,9 5,0 Fonte INEP

A proporção de alunos com aprendizado adequado à etapa escolar nos municípios do consórcio, com base nos resultados da Prova Brasil, demonstra que a rede municipal de educação está muito mais próxima à média brasileira e àquela do estado de São Paulo, em comparação com a rede estadual. Próximo ou acima da referência estabelecida para o ano de 2022, pelo movimento Todos pela Educação, temos apenas 3 municípios, novamente Angatuba, Fartura e Taguaí.

A evolução dos municípios da região nos índices do IDEB de 2007 a 2013 é 1,0 ponto do 5º ano e 0,5 ponto para o 9º ano. Uma evolução proporcional a evolução do estado que foi 1,1 ponto para o 5º ano e 0,4 para o 9º ano, enquanto que a média nacional foi de 1,0 ponto para o 5º ano e 0,4 ponto.

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País / Estado / Município Português (%) Matemática (%) Referência 2022 5º ANO 9º ANO 5º ANO 9º ANO

BRASIL 40 35 11 70

SÃO PAULO 52 27 49 13 70

ANGATUBA 68 46 72 24

70

70

ÁGUAS DE STA BARBARA 61 25 63 18

AVARÉ 55 30 52 16 BARÃO DE ANTONINA 47 28 50 23 CERQUEIRA CESAR 42 33 35 20 CORONEL MACEDO 42 31 48 19 FARTURA 70 33 87 22 IARAS 28 22 27 15 ITABERÁ 56 29 58 16 ITAÍ 43 20 43 9 ITAPORANGA 35 22 36 14 MANDURI 41 28 45 17 PARANAPANEMA 42 21 55 14 PIRAJU 55 40 52 25 RIVERSUL 48 30 40 23 SARUTAIÁ 61 12 58 11 TAGUAÍ 73 49 82 29 TAQUARITUBA 58 26 57 16 TEJUPÁ 53 29 66 19

Fonte: Censo Escolar/INEP 2011/2012/2013 Organizado por Meritt. Notas técnicas: http://www.qedu.org.br

O percentual de professores com nível superior é de 64,02% nas creches, 84,81% na pré escola e 83,71% nos anos iniciais do ensino fundamental. Quanto a situação econômica dos municípios, percebe se que todos possuem alta dependência do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), em contrapartida, com baixo percentual das receitas próprias, para composição da sua receita orçamentária. De acordo com MEC, “A dependência em relação ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) diminuiu no município, passando de 29,74% da receita orçamentária em 2005 para 26,77% em 2011. Essa dependência foi superior àquela registrada para todos os municípios do estado, ficou em 8,16% em 2011.” Disponível em <http://www.http://pne.mec.gov.br/construindo-as-metas>

A – Receita total do município em 2013 (R$)

B – Despesas Empenhadas em Educação em 2013 (R$)

C - (%) gasto com Educação entre as cinco maiores despesas do município em 2011

D – (%) atividades econômicas do município, em relação à receita orçamentária total em 2011 E - (%) A dependência em relação ao Fundo de Participação dos Municípios em 2011

(31)

Município

A B C D E F

ANGATUBA 58.000.000,00 18.422.710,,86 33 6,59 26,77 777

ÁGUAS DE STA BARBARA 15.297.582,42 6.697.311,02 35 28,18 27,63 311

AVARÉ 288.000.000.,00 65.423.828,08 32 23,76 16,07 2.635 BARÃO DE ANTONINA 12.722.980,41 2.761.107,20 22 4,11 51,38 219 CERQUEIRA CESAR 52.810.180,00 13.555.560,40 25 22,36 24,27 670 CORONEL MACEDO 15.769.000,00 3.643.564,19 20% 12,75 44,90 316 FARTURA 45.880.000,00 9.291.131,96 N/C 8,21 31,66 470 IARAS 18.905.600,00 15.555.498,18 44 13,04 38,86 290 ITABERÁ 41.230.600,00 11.375.651,69 23 9,37 35,83 530 ITAÍ 69.983.135,00 16.858.910.08 26 21,82 26,40 2.950 ITAPORANGA 28.000.000,00 9.302.801,84 27 12,56 37,03 600 MANDURI 19.455.000,00 4.758.295,13 27 13,26 36,21 279 PARANAPANEMA 64.425.927,00 19.412.475,62 N/C 14,02 22,47 952 PIRAJU 65.934.000,00 19.501.566,54 32 14,07 22,64 1.077 RIVERSUL 27.501.380,00 3.922.830,70 31 4,23 45,18 284 SARUTAIÁ 12.835,700,00 2.829.574,89 N/C N/C N/C 239 TAGUAÍ 27.525.000,00 10.151.614,78 36 7,67 40,74 419 TAQUARITUBA 56.507.738,48 15.555.498,18 N/C 18,75 26,28 657 TEJUPÁ 15.186.000,00 4.984.615,87 30 6,24 41,89 328 635.134.123,31 218.722.926,27 http://pne.mec.gov.br/construindo-as-metas

Para a pesquisa ou coleta de dados sobre os Dirigentes Municipais da Educação foi utilizado o método survey, realizada durante um curso de formação oferecido pela Oficina Municipal em pareceria com o Itaú social, denominado como Programa Melhoria da Educação Municipal. O processo de formação se subdividia entre as atividades de formação específica e de socialização das experiências na vida e no cargo. As atividades de formação abordaram temas de extrema importância para a gestão municipal da educação, como o correta aplicação dos recursos, bem como suas origens, formação da equipe gestora, delegação de funções, processos de políticas públicas e formas de organização dos processos de gestão no âmbito da secretaria de educação, dentro outros.

Dos dezenove (19) municípios, quinze (15) Dirigentes Municipais que responderam o questionário sobre formação, tempo de serviço na educação, assunto considerado importante para o cargo de Dirigente, e ainda solicitava para que o Dirigente expressasse qual atividade que considerava mais importante para o seu cargo.Por este questionário do perfil do Dirigente Municipal de Educação dos municípios da região da Amvapa, constatamos que 87% deles são do sexo feminino; 100% são professores com habilitação em Pedagogia; 40% deles possuem outra habilitação como Letras, Matemática e História; possuem em média 15 anos de experiência na educação como professores; 53% possuem pós graduação nas áreas pedagógicas, apenas 01 dirigente possui pós-graduação em gestão educacional e políticas

(32)

públicas, e nenhum deles mencionou como importante para o cargo os conhecimentos sobre a gestão financeira e os conceitos de organização do Estado, ou mesmo o papel social da educação. Todas as preocupações estão relacionadas às dimensões pedagógicas do processo ensino-aprendizagem.

Quando questionados sobre qual atividade mais ocupa seu tempo, a resposta foi referente às atividades relacionadas ao atendimento a pais, professores, funcionários e alunos, seguida das reuniões e atividades burocráticas. Nenhum deles demonstrou conhecimento pleno sobre os recursos recebidos pela educação do município e ainda afirmaram não conhecer o conteúdo dos documentos que assinavam. Demonstraram saber apenas o trivial, como os percentuais dos recursos próprios e os repasses do Fundeb.

Todos afirmaram não possuírem nenhum tipo de planejamento para as atividades da secretaria de educação, fator que se agrava pela falta de pessoal técnico para exercê-las. Não apresentaram conhecimento quanto a convênios, obras, licitações. Alguns demonstraram conhecimento sobre os processos relacionados aos Recursos Humanos. Quando questionados sobre o apoio dos prefeitos aos trabalhos da secretaria, foi unânime o desabafo que a educação

não é prioridade para as atuais administrações dos municípios presentes. Quanto ao

relacionamento com demais setores da prefeitura, a maior reclamação foi sobre a área de contabilidade e finanças, pela ingerência nos trabalhos da secretaria.

Nas atividades sobre as condições psicológicas dos participantes, fica muito evidente o despreparo para exercer essa importante função. Palavras como medo, agonia, ansiedade,

insegurança, foram repetidas incessantemente. A necessidade de uma assessoria externa foi

unanimidade para as ações cotidianas das secretarias de educação.

2.3 A Questão da Gestão Municipal da Educação como um Problema Investigativo: conceitos, Categorias e Contradições.

Brasil, gigante pela própria natureza, possuidor de riquezas naturais imensuráveis,

distribuídas numa extensão territorial de 8.515.767,049 km2, das quais se orgulham seus

199.242.462 habitantes, responsáveis por um PIB de 2.254.109 US$. Conquistou a posição de sexta maior economia do mundo, porém, investe apenas 5.7% do seu PIB em educação pública,conforme dados do IBGE 2012. Esse percentual é considerado baixo devido a dívida histórica do país com o sistema educacional e a renda per capita do brasileiro.

(33)

De acordo com o INEP (2012) ocupa a 58º colocação entre os 65 países comparados

pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)10, fato que contribui para a

sua 85ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvido Humano (IDH), que em 2012 registrou o índice 0,730, ainda entre os países que apresentam status de IDH alto, apresenta uma das maiores desigualdade na distribuição de rendas.

O foco deste trabalho são as questões educacionais, porém, não nos é possível abordar questões sobre qualidade de educação desvinculada de questões econômicas e em especial de qualidade de vida, que reflete no desenvolvimento humano. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o conceito de desenvolvimento humano implica na capacidade de escolhas das pessoas que lhes dê oportunidades e capacidades para serem aquilo que quiserem ser. Nesse sentido a renda passa a ser um meio e não um fim, mudando o foco do econômico para o humano.

Na perspectiva da associação entre educação e desenvolvimento socioeconômico, analisamos fatores como a média de anos de escolaridade, expectativa de escolaridade e índices de evasão escolar no ensino fundamental, que possuem papel determinante na melhoria das condições de vida e assim melhores posições nos rankings mundiais. Num recorte geográfico comparamos dados da média de anos de escolaridade no Brasil em relação aos países da América do Sul que, conforme quadro abaixo, demonstram que Brasil e Suriname dividem a última colocação.

Quadro comparativo da média de anos de escolaridade, expectativa de anos de escolaridade e Evasão Escolar, dos países da América latina

País Média de anos de Escolaridade

Expectativa de anos de escolaridade

Evasão escolar no ens. Fund.

Chile 9,7 14,7 2,60% Argentina 9,3 16,1 6,20% Bolívia 9,2 13,5 5,90% Uruguai 8,5 15,5 4,80% Paraguai 7,7 12,1 21,90% Equador 7,6 14,4 19,40% Venezuela 7,6 14,4 7,90% Colômbia 7,3 13,6 1,50% Suriname 7,2 12,4 9,70% Brasil 7,2 12,4 24,30% Disponível em <http:/pnud.org.br>

10O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês: Programme for International Student

Assessment - PISA), é uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, realizado pela primeira vez em 2000 e repetido a cada três anos. É coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais. Disponível em <http://www. wikipedia.org.>

Referências

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