INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA
Semeion: Sintomas \ Sinais Logos: Ciência \ Estudo
Walderson Zuza Barbosa
INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA
A semiologia é a parte da medicina que estuda os
métodos de exame clínico,
Pesquisa os sintomas e os interpreta;
Diagnóstico e presumir a evolução da enfermidade.
SUBDIVISÃO DA SEMIOLOGIA
SEMIOTÉCNICA;
CLÍNICA PROPEDÊUTICA;
SEMIOGÊNESE
SUBDIVISÃO DA SEMIOLOGIA
Semiotécnica:
É a utilização, por parte do examinador, de todos os recursos disponíveis para se examinar o paciente enfermo, desde a simples observação do animal até a realização de exames modernos e complexos.
É a arte de examinar o paciente
SUBDIVISÃO DA SEMIOLOGIA
Clínica Propedêutica:
Reúne e interpreta o grupo de dados obtidos através
do exame do paciente. É um elemento de raciocínio
e análise fundamental, na clínica médica, para o estabelecimento do diagnóstico.
Semiogênese:
Busca explicar os mecanismos pelos quais os
sintomas aparecem e se desenvolvem.
CONCEITOS GERAIS
SINAIS SINTOMAS
SINTOMA
sintein = acontecimento É todo o fenómeno anormal, orgânico ou funcional,
pelo qual as doenças se revelam no animal (tosse, claudicação, dispneia)
Pode ser evidenciado por aparelhos, podem ser
específicos ou não de uma doença.
SINAIS
É a avaliação e a conclusão que o clínico retira do(s)
sintoma(s) observado(s) e/ou por métodos físicos de exame
É um elemento de raciocínio!
ENTENDENDO MELHOR...
Quando se palpa uma determinada região com aumento de volume e onde se forma uma depressão que se mantém mesmo quando a pressão é retirada, é sugestivo de edema
Sinal de godet positivo.
O sintoma, nesse caso, é o aumento de volume (Duvidas.. Abscesso\Hematoma);
O examinador, utilizando um método físico de exame
(palpação), obtém uma resposta (SINAL) e utiliza o raciocínio para concluir que se trata de um edema.
SINAL DE GODET
SINTOMAS
Locais Gerais Principais Patognomônicos 15SINTOMAS LOCAIS
Manifestações patológicas aparecem claramente
circunscritas e em estreita relação com o órgão envolvido
Ex: Claudicação, Hiperemia da conjuntiva palpebral, Alopecia em determinado local.
SINTOMAS LOCAIS
SINTOMAS GERAIS
Manifestações patológicas resultantes do
comprometimento orgânico como um todo
Ex: Endotoxemia, Alopecia no corpo todo.
Ou por envolvimento de um órgão ou de um
determinado sistema, levando, consequentemente, a prejuízos de outras funções do organismo
Ex: Neoplasia mamária com posterior metástase para pulmões.
SINTOMAS GERAIS
SINTOMAS PRINCIPAIS
Fornecem subsídios sobre o provável sistema
orgânico envolvido
Ex: Dispnéia nas afecções pulmonares, Alterações comportamentais por envolvimento do sistema nervoso.
SINTOMAS PATOGNOMÔNICOS
“Únicos”, só pertencem ou só representam uma
determinada enfermidade. ESPECÍFICOS.
O encontro deste sintoma identifica a doença.
Ex: protusão da terceira pálpebra em equinos, nos casos de...
TÉTANO...
BOM SABER....
Sintomas plurívocos:Comuns a várias doenças: Febre, perda de apetite, anorexia, POUCO esclarecedor quanto a etiologia.
CLASSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS
Quanto a Evolução Quanto ao mecanismo de Produção
QUANTO A EVOLUÇÃO
Iniciais:São os primeiros sintomas observados.
Ex: Secreção ocular (Cinomose)
Tardios:
Quando aparecem no período de plena estabilização ou declínio da enfermidade.
“A doença esta progredindo”
Ex: Ataxia locomotora (Cinomose)
Residuais:
Aparente recuperação do animal, Sequelas
Ex: Mioclonias (Cinomose) 28
QUANTO AO MECANISMO DE PRODUÇÃO
Anatômicos:
Dizem respeito à alteração da forma de um órgão ou tecido
Ex: Esplenomegalia, Hepatomegalia.
Funcionais:
Alteração na função dos órgãos
Ex: Claudicação
Reflexos:
Originados longe da área que o principal sintoma aparece
Ex: Sudorese em casos de cólicas, Icterícia nas hepatites
SÍNDROME
Conjunto de sintomas clínicos que afetam diversos
sistemas.
Caracterizam uma determinada enfermidade ou lesão. Entretanto em algumas situações não revelam a causa.
Ex: Sindrome de Shift-Sherington Sindrome Cólica
Sindrome Febre
Diagnóstico
Diagnóstico Clínico ou Nosológico Diagnóstico Terapêutico Diagnóstico Anatômico Diagnóstico Etiológico Diagnóstico Anatomopatológico Diagnóstico Laboratorial 31ERROS DE DIAGNÓSTICO
Anamnese incompleta ou preenchida erroneamente Exame físico superficial (Pressa)
Avaliação e interpretação errônea dos achados clínicos Conhecimento insuficiente dos métodos de exames
físicos
Tratar antes de diagnosticar (Impulso)
Para chegar no diagnóstico...
HIPÓTESE - AVALIAÇÃO DAS HIPÓTESES
Adivinhações ou Intuições
Obtendo dados e avaliando Hipóteses
Principios de Hutchinson
1. Não seja demasiadamente sagaz 2. Não tenha pressa
3. Não tenha predileções
4. Não diagnostique raridades. Pense nas hipóteses mais simples 5. Não tome um rótulo por diagnóstico
6. Não tenha prevenções
7. Não seja demasiado seguro de si
8. Não hesite em rever seu diagnóstico, de tempo em tempo nos casos crônicos.
DIAGNÓSTICO
ANAMNSE 50% EXAME FÍSICO35% EXAMES COMPLEMENTARES 15% 35Diagnóstico
“A maioria dos erros médicos não se devem a falhas
de raciocínio sobre fatos bem avaliados, mas a raciocínio bem conduzido sobre fatos mal
observados". (Pascal, século XVII)
ANAMNESE E EXAME FÍSICO BEM FEITOS!!
PROGNÓSTICO
Evolução da doença, consequências Perspectiva de salvar a vida, Sobrevivencia (Raiva...) Perspectiva de recuperar a saúde ou curar o paciente
Perspectiva de manter a capacidade funcional dos
órgãos acometidos (Viabilidade $$)
PROGNÓSTICO
PROGNÓSTICO FAVORÁVEL Ex: Dermatite PROGNÓSTICO RESERVADO Ex: Lipidose Hepática
PROGNÓSTICO DESFAVORÁVEL Ex: Leucemia
TRATAMENTO
Combate a doença!!!
Causal: Combater a causa
Ex: Hipocalcemia – Cálcio
Sintomático: Combater sintomas
Ex: Dor – Analgésicos
Patogênico: Modificar o mecanismo de desenvolvimento da doença no organismo
Ex: Picada de cobras - Soro antiofídico
Vital: Evitar o aparecimento de complicações que possam fazer o animal correr risco de morte
Ex: Transfusão sanguinea em pacientes anêmicos
Importância da matéria!!
“No diagnóstico, o clínico alcança a afirmação de seus conhecimentos; no prognóstico, prevendo corretamente a evolução da doença, o clínico terá a contraprova do seu acerto e, no sucesso da terapia recomendada, a confirmação da sua competência.”
Prof. Dr. Eduardo Harry Birgel
MÉTODOS GERAIS DE EXPLORAÇÃO
CLÍNICA
Inspeção Palpação Auscultação Percussão Olfação 41Inspeção
Visão!! Superficie corporal e partes acessiveis das cavidades em contato com o
exterior;
Iluminação adequada
Indivíduo\ Rebanho (Doentes com sadios) Não se precipite
Descreva o que esta vendo – Não se preocupe nesse momento com a
interpretação e conclusão do caso.
Ensinar o olho a ver
Inspeção pode ser:
Panorâmica: Condição corporal Localizada: Região do corpo
Informações através da Inspeção:
Estado mental
Postura e Marcha
Condição física ou corporal
Estado dos pêlos e pele
Exame das mucosas aparentes: conjuntiva, nariz,
boca, etc..
Forma abdominal Ectoparasitas
Secreções
Alterações no movimento respiratório....
Inspeção direta:
Olho nu sem aparelhos.
Inspeção indireta:
Auxilio de aparelhos
Otoscópio, Rx, USS, ECG...
PALPAÇÃO
Sentido táctil ou da força muscular, mãos, ponta dos
dedos, punho e até instrumentos.
Palpação Direta:
Utiliza-se somente mãos ou dedos, para avaliar uma determinada área.
Ex: Oleosidade da pele em felinos
Palpação Indireta:
Utilizando aparelhos
Ex: Corpo estranho esofágico – Sonda esofágica 47
PALPAÇÃO OBJETIVOS
Verificar alterações de Temperatura (Reg. Chifres,
Inguinal com o dorso da mão)
Modificações de superfície (Textura, volume) Tamanho
Anormalidade da forma Sensibilidade de regiões
Vibrações da respiração (prenhez)
PALPAÇÃO - CONSISTÊNCIA
Mole (Tec. Adiposo) Firme (Musculo, Fígado)
Dura (Ossos e alguns tecidos tumorais)
Pastosa (Edema – Sinal de Godet positivo) Flutuante (Cistos)
Crepitante (Enfisema subcutâneo) “Plástico bolha”
AUSCULTAÇÃO
Avaliação dos ruídos de diferentes órgãos;
Dica: Percussão os sons são produzidos pelo
examinador.
Pulmões, Coração e Cavidade abdominal
AUSCULTAÇÃO
Direta ou Imediata:Ouvido diretamente na área examinada
(Fezes, secreções cutâneas, sons do meio externo)
Indireta ou Mediata:
Aparelhos de auscultação (Estetoscópio, Fonendoscópio, Doppler).
TIPOS DE RUIDOS DETECTADOS NA
AUSCULTAÇÃO
Aéreos (Passagem de ar pelas vias aéreas)
Hidroaéreos (Movimentação de Massas gasosas em
um meio liquido) Borburigmo intestinal
Líquidos (Movimentação de massas líquidas em uma
estrutura) Sopro anêmico
Sólidos (Deve-se ao atrito de duas superficies sólidas
rugosas, como o esfregar de duas folhas de papel)
Roce pericárdico nas pericardites
PERCUSSÃO
Efeito de percurtir Pequenos golpes ou batidas se obtem informações dos
tecidos adjacentes e porções mais profundas.
O valor do método consiste na percepção das vibrações
no ponto de impacto produzindo sons audíveis com intensidade variáveis quando refletidos de volta (diferença da densidade dos tecidos)
Percussão acustica – 7cm de profundidade e lesões até
5cm
Porque utilizar a percussão????
Fazer observações com relação a delimitação
topográfica dos órgãos
Fazer comparações entre as mais variadas respostas
sonoras obtidas.
Percussão direta ou imediata:
Diretamente com os dedos de uma das mãos
Técnica: Dedo permanece fletido na tentativa de imitar a forma de um martelo Percussão digital
Percussão indireta ou mediata:
Técnica: Quando se interpõe o dedo (médio) ou Plessímetro entre o objeto percurtor (Martelo ou dedo) “Digito-Digital” e “Martelo-plessimétrica”
DIGITO-DIGITAL
DIGITO-DIGITAL
DIGITO-DIGITAL
Golpear a 2ª falange do dedo médio com a porção
ungueal (extremidade) do dedo médio da outra mão encurvado....
Vamos tentar...
MARTELO-PLESSIMÉTRICA
Golpeamos com martelo o plessímetro colocado na
área a ser examinada. (Percussão mais profunda – Grandes animais)
Segundo FEITOSA(2008) podemos utilizar o
martelo ou o punho para provocar uma resposta dolora em bovinos, martelo apropriado ou mão fechada – RETÍCULITES
Cuidado costelas ou grandes veias subcutâneas
Modelos Martelo - plessimetros
Maneira correta segurar martelo
Pequenos: Digito-digital
Grandes: Martelo-plessimétrica (tamanho dos
órgãos – limitado)
Gordura subcutânea no Suíno
Revestimento lanoso nos Ovinos
TIPOS DE SONS
Claro: ar que possa se movimentar – Pulmão sadio
Gases e paredes distendidas
Timpânico: órgãos ocos com cavidades repletas de ar
ou gás e com as paredes semidistendidas, som de maior intensidade “Tambor” – Abdome
Maciço: Regiões compactadas sem ar, Pouca
ressonância – Musculatura da coxa, Região hepática e Cardíaca
Entre o som Claro e o som Timpânico tem-se o Som
Hipersonoro:
Observado, em pneumotórax, fases iniciais de timpanismo gasoso.
Entre o som claro e o som maciço tem-se o som
Submaciço:
Onda percurtora atinge área com ar no seu interior, sobrepondo uma região sólida, nos limites entre visceras maciças: Porção do fígado, onde o rebordo pulmonar “repousa”.
OLFAÇÃO
Olfato do clínico Transpirações cutaneas, Ar expirado e excreções Vacas com Acetonemia: odor Acetona
Hálito urêmico: doentes em uremia
Halitose: Tártaros, Afecções periodontais, corpos estranhos cavidade oral e
esôfago, alterações metabólicas, afecções do sistema digestório
Cães com gastrenterite Hemorrágica Hipertrofia da glândula Ad Anal
Técnica: Aproximação razoável da área do animal a
ser avaliada
Ar expirado: mão em forma de concha, nas fossas
nasais do animal e desvia-se o ar expirado para o nariz do examinador.
Muito Obrigado pela Atenção...
Dúvidas????
walderson.barbosa@aedu.com