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(1)UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE GABRIEL KUBIK GRAZIANO. A IMPORTÂNCIA DA OMC PARA O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO NUMA ECONOMIA GLOBALIZADA. São Paulo 2018.

(2) UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE GABRIEL KUBIK GRAZIANO. A IMPORTÂNCIA DA OMC PARA O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO NUMA ECONOMIA GLOBALIZADA. Dissertação de Mestrado apresentada ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do grau de Mestre em Economia.. Orientador: Prof. Dr. Joaquim Racy. São Paulo 2018.

(3) G785i. Graziano, Gabriel Kubik. A importância da OMC para o desenvolvimento do comércio numa economia globalizada. / Gabriel Kubik Graziano. 111 f. : il. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Economia e Mercados) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2018. Orientador: Joaquim Racy Bibliografia: f. 107-109. 1. Globalização. 2. Liberalização do comércio. 3. OMC. 4. Terras raras. I. Racy, Joaquim, orientador. II. Título. CDD 382.92. Bibliotecário Responsável: Silvania W. Martins – CRB 8/ 7282.

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(5) “Não temos de ter medo da globalização. Temos de ter competência para nos inserir. Ser realista. também. significa. reconhecer. o. inexplicável. O que surge. O de repente. É preciso saber se adaptar a isso” (HENRIQUE, Fernando. C, 2012)..

(6) DEDICATÓRIA. Aos meus pais e irmã por me incentivarem e aos professores que me transmitiram o conhecimento nessa jornada acadêmica para que esse momento se tornasse possível..

(7) RESUMO. Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender a partir dos anos 90, momento considerado o boom da globalização em detrimento dos acontecimentos históricos que ocorreram nesse período, de que maneira a liberalização do comércio se intensificou impulsionada pelas consequências da globalização e, como a maior instituição voltada ao comércio, a Organização Mundial do Comércio vem atuando com o objetivo de apoiar e defender práticas comerciais legais. A OMC deve agir nesse sentido, na redução das fronteiras e no desenvolvimento de uma maior capacidade de cooperação entre diferentes governos. A pesquisa busca mostrar as diretrizes da organização para a consecução dos elementos que regem o processo de globalização, a OMC como agente e a liberalização do comércio como fruto oriundo dessa relação. O processo de globalização possui pontos positivos e negativos que serão levantados com o intuito de justificar que o mesmo é um aliado da OMC no sistema internacional de comércio. Um dos novos temas de discussão na OM|C, a questão ambiental que pode ser observado no assunto da mineração envolvendo as Terras Raras e seus minerais de alto valor agregado que culminou num entrave comercial envolvendo diferentes países no qual a OMC atuou de maneira eficiente.. Palavras-chave: Globalização, liberalização do comércio, OMC, Terras Raras..

(8) ABSTRACT. This paper aims to analyze and understand the beginning of the process of trade liberalization that started in the 1990s which was considered the boom of globalization into the historical events that occurred in that period. Understand how the trade liberalization was intensified by the consequences of globalization and how the World Trade Organization has been working to support and defend legal trade practices. The WTO must act in this direction, reducing borders and developing greater capacity for cooperation between different governments. The research seeks to show the organization's guidelines for achieving the elements that govern the globalization process, the WTO as an agent and the trade liberalization as a result of this relationship. The globalization process has its positive and negative points that will be raised in order to justify that globalization is a partner of the WTO in the international trading system. The Rare Earth question is better observed in mining sector, those minerals have a high price and ended up in comercial problem involving different countries where the OMC act efficiently. Keywords: Globalization. trade liberalization, WTO, rare earths..

(9) LISTA DE FIGURAS Pág 23: Figura 1: Países e Membros da OMC Pág 27: Figura 2: Temas Contenciosos Envolvendo os EUA Pág: 34: Figura 3: Estrutura e Composição da OMC Pág 39: Figura 4: A Quantidade de Setores com Compromissos do GATS por Países Pág 40: Figura 5: Reforma das Taxas que Incidem em Serviços e Produtos que Cruzam a Fronteira dos EUA Pág 43: Figura 6: Cultivar o Protecionismo Prejudica o Crescimento das Trocas Pág 46: Figura 7: Estimativa de Redução dos Custos no Comércio Mundial Pág 48: Figura 8: Temas Debatidos pela OMC e seus Possíveis Resultados Pág 62: Figura 9: Nível de Globalização dos Países em 2010 Pág 63: Figura 10: Mapa Indicativo do Grau de Liberdade Econômica dos Países em 2018 Pág 66: Figura 11: As Trocas Comerciais entre Países Membros da OMC Pág 67: Figura 12: Número de Medidas Restritivas ao Comércio Pág 67: Figura 13: Número de Medidas de Facilitação ao Comércio Pág 87: Figura 14: Cadeia Produtiva da Economia Mundial Pág 92: Figura 15: Regiões do Brasil e a Quantidade de Empresas Envolvidas na Mineração Pág 96: Figura 16: Países Membros do Environmental Goods Agreement (EGA) Pág 98: Figura 17: Taxa de Crescimento Real (%) – Produto Interno Bruto Chinês Pág 100: Figura 18: Produção de Compostos de Terras Raras por Países (em toneladas).

(10) LISTA DE QUADROS Pág 18: Quadro 1: Objetivos e Funções da OMC Pág 21: Quadro 2: Constituição de Acontecimentos e Prazos do MSC (Mecanismo de Solução de Controvérsias) Pág 26: Quadro 3: As Rodadas de Negociação GATT/OMC Pág 31: Quadro 4: As Quatro Principais Funções da OMC Pág 53: Quadro 5: KOF Index of Globalization Pág 56-57: Quadro 6: Ordem Cronológica da Globalização Pág 83: Quadro 7: Globalização: Pontos Positivos x Pontos Negativos Pág 89: Quadro 8: Os Seis Minerais mais Importantes das Terras Raras e sua Aplicabilidade Pág 90: Quadro 9: As Maiores Mineradoras do Mundo Pág 91: Quadro 10: Regulamentação da Economia Mineral em Determinados Países.

(11) ABREVIATURAS E SIGLAS BM – BANCO MUNDIAL EUA – ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA GATS – GENERAL AGREEMENT ON TRADE AND SERVICES GATT – GENERAL AGREEMENT ON TARIFFS AND TRADE IED – INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO IUPAC – UNIÃO INTERNACIONAL DE QUÍMICA PURA MSC – MECANIMSO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS OIC – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO COMÉRCIO OMC – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE ONG – ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL PCC – PARTIDO COMUNISTA CHINÊS PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO TFA – TRADE FACILITATION AGREEMENT URSS – UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS.

(12) Sumário INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................13 Cap 1: A OMC e as perspectivas do comércio mundial................................................................................14 1.1 GATT-OMC: A transição na Organização.................................................................................................14 1.2 A soberania da Organização.......................................................................................................................19 1.3 Rodadas de Negociação..............................................................................................................................24 1.4 Leis, regras e procedimentos......................................................................................................................31 1.5 Barreiras ao comércio.................................................................................................................................34 1.6 Subsídios.....................................................................................................................................................41 1.7 A redução das fronteiras como um objetivo...............................................................................................42 Cap 2: Globalização Prós e Contras...............................................................................................................50 2.1 Surgimento da Globalização......................................................................................................................50 2.2 Globalização - OMC - Liberalização do Comércio...................................................................................59 2.3 Os Benefícios da Globalização..................................................................................................................64 2.4 A Trilogia dos Descontentes......................................................................................................................73 2.5 A OMC e a Globalização...........................................................................................................................80 Cap 3: Mineração: O caso das Terras Raras................................................................................................86 3.1 As Terras Raras no Brasil e no Mundo......................................................................................................86 3.2 A OMC e as Terras Raras...........................................................................................................................94 Conclusão.........................................................................................................................................................105 Bibliografia.......................................................................................................................................................109.

(13) INTRODUÇÃO Este trabalho está estruturado em três capítulos os quais testam a aplicabilidade e eficiência da Organização Mundial do Comércio no sistema internacional de comércio supostamente administrado através de leis, regras e procedimentos divididos em uma ampla estrutura comandada pela própria organização baseada em princípios semelhantes às consequências que foram posteriormente geradas pela globalização, a redução das barreiras comerciais e o estímulo ao livre comércio. O contexto histórico de criação, em 1945 no pós 2ª Guerra Mundial, e de transição GATT-OMC, em 1995, da organização nos introduz ao processo de globalização e uma de suas principais características que será explorada ao longo do trabalho. Um processo que muitas vezes foi criticado por conta de viés político e econômico antagônico e pertencente à vertente antiglobalização que via o principal elemento da globalização, a liberalização do comércio e a redução das fronteiras, como algo inviável. Um conceito que surgiu com uma proposta diferente de tudo que já havia sido vivenciado num sistema comercial até então pouco integrado, num mundo regido pelo término da Guerra Fria, a crise dos Tigres Asiáticos, moratórias, queda do muro de Berlim, contexto em que se deu a ascensão da globalização, nos leva a crer que a cooperação, a redução das fronteiras e formação de novas alianças comerciais surgem como a principal alternativa para lutar pela eliminação das barreiras comerciais distorcivas e alcançar a melhoria da qualidade de vida de todos através da liberalização da economia. A globalização intensificou a liberalização do comércio e isso fez com que surgissem novos temas nas rodadas de negociação, como por exemplo a questão ambiental, que fez com que a OMC tivesse que ampliar seu campo de atuação e direcionar suas ações para os problemas comerciais que nasceram atrelados a essa questão. As demandas existentes na organização se multiplicaram ao longo do tempo, tanto pela adesão de novos membros como pela multiplicidade dos temas que são tratados, dificultando o trabalho da organização. A ocorrência de problemas comerciais vinculados a um determinado assunto faz com que algumas temáticas estejam de maneira mais presente, como poderá ser observado através do caso das Terras Raras que mostra a eficiência da OMC na resolução de questões comerciais através do MSC que envolveu diversas nações, cujo. fato gerador do painel foram a imposição de barreiras à. exportação e o meio ambiente sendo danificado pela exploração chinesa desses minerais. 13.

(14) Cap 1: A OMC e as perspectivas do comércio mundial 1.1 GATT-OMC: A transição na Organização A Organização Mundial do Comércio, no atual cenário de surgimento de uma economia globalizada, tornou-se um dos principais atores no sistema internacional que, após a globalização, se deparou com uma multiplicidade de atores e temas controversos, tornando a questão da liberalização do comércio um ponto em questão para a possível sobrevivência das economias e do comércio mundial. A questão da liberalização do comércio nos remete à teoria liberal originalmente desenvolvida por John Locke em meados de 1690 com a publicação de Segundo Tratado sobre o Governo, que acreditava na existência de uma vida pacífica através das liberdades individuais, de igualdade e paz, em que os indivíduos teriam seu direito à vida e sua liberdade respeitados, sua propriedade e resistência à tirania como um mecanismo de defesa. Observa-se que a OMC na sua essência defende os mesmos pontos, a busca pela liberdade econômica e do indivíduo no sistema internacional de comércio e no momento em que houver a imposição de alguma medida que for danosa ao comércio, caberá ao prejudicado uma reclamação na organização. Deve-se salientar que a liberalização do comércio acaba tendo um lado positivo e outro negativo, tudo depende do momento econômico de cada nação. Haverá momentos em que fechar o mercado pode resultar em ganhos maiores e vice-versa. Nessa perspectiva e do ponto de vista do pensamento econômico, destaca-se a figura de Adam Smith que, com sua obra An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (1776), procura demonstrar que a liberalização aconteceria num determinado momento em que velhas identidades protecionistas fossem deixadas de lado. Não que o estado não tivesse importância nas questões econômicas, porém os objetivos de liberalização e cooperação poderiam ser alcançados com a instauração de uma ordem global no sistema internacional. Esse novo reordenamento em que existe uma maior interação de atores em prol da liberalização deve ser observado de perto pela OMC, organização responsável pelo aumento do fluxo de comércio. Para que seja possível desenvolver o tema estudado, então, é fundamental que se faça uma análise sobre a estrutura da OMC e o momento de seu surgimento em 1995, após aproximadamente 50 anos do início da organização, antes denominada GATT. Não apenas uma análise de estrutura se torna importante para entender tal questão, mas principalmente abordar os principais pontos debatidos pela organização ao longo desse 14.

(15) processo e de que maneira a OMC em seus moldes atuais atua como um possível arquiteto do comércio mundial impactado pela globalização. Neste processo complexo envolvendo globalização que acaba trazendo como consequência a liberalização do comércio, um dos objetivos será identificar de que forma a OMC é impactada pela globalização e como a questão da liberalização se desenvolve. Para isso, será traçado um contexto histórico para observar e analisar quais as principais questões e os entraves nos debates da OMC e, nessa medida, entender quais as perspectivas futuras da organização. Para desenvolver tal projeto, será necessário estabelecer um horizonte cronológico entre a transição do GATT para a OMC em 1995 e posteriormente os anos 1990 e 2000 como o momento do boom da globalização, buscando, assim, relacionar os principais acontecimentos nesse período de tempo e de que forma os mesmos culminaram na atuação da OMC. A primeira ideia de uma instituição voltada para discussão dos interesses comerciais surgiu no pós 2ª Guerra Mundial, no estabelecimento de Bretton Woods nos EUA em 1944, cujo objetivo maior era a criação de um ambiente que fosse favorável e próspero para aumentar a cooperação na área de economia internacional (THORSTENSEN, V. 2ªed, 2001, p.29). Os pilares de tal instituição na época seriam o FMI, o Banco Mundial e a Organização Internacional do Comércio. Com a rejeição da criação da OIC, houve a negociação de criação de um acordo provisório que abrangeria apenas um ponto da Carta de Havana que norteava a OIC, o referente às negociações de tarifas e regras sobre o comércio que ficou conhecido como General Agreement on Tariffs and Trade (GATT). Tal instituição começou suas operações em 1945 com sede em Genebra, num mundo ainda recém devastado pela 2ª Guerra Mundial e que buscava uma reconstrução econômica, social e comercial. Dada a importância de tal reconstrução, o surgimento de uma instituição voltada para amparar e auxiliar em tal questão e momento frágil deveria acabar sendo de grande valia aos países envolvidos. A OMC adquire um caráter tão importante quanto as demais organizações que estão atuando no sistema internacional, seja o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional, no qual a organização voltada para ser o grande tribunal para resolução das controvérsias envolvendo o comércio internacional acaba possuindo o mesmo status jurídico e poder político das outras instituições listadas acima.. 15.

(16) Apesar de ser uma entidade voltada para a resolução de controvérsias comerciais, a OMC precisa dispor de um leque de mecanismos que a amparem juridicamente para que suas decisões sejam de fato respeitadas. A OMC segue o mesmo princípio do GATT, no qual o processo decisório será na prática do consenso e o veto não será utilizado. Em casos em que não seja possível a obtenção de consenso a decisão será tomada por votação. Nas reuniões da Conferência Ministerial e do Conselho Geral, cada País-Membro terá direito a um voto. A União Europeia terá direito a um número de votos igual ao número de seus Estados-Membros, desde que esses países sejam membros da OMC. As decisões nesses dois órgãos serão tomadas por maioria dos votos, salvo disposição em contrário. A Conferência Ministerial e o Conselho Geral serão os únicos órgãos com poderes para interpretar o Acordo da OMC e os Acordos Multilaterais de Comércio. A adoção de qualquer interpretação, porém, será tomada por maioria de ¾ dos Membros da OMC (COSTA, Ligia Maura. 1996, p.15). Pode-se dizer que a OMC representa, na história das relações comerciais entre diferentes parceiros internacionais uma espécie de marco único, é a primeira organização internacional a ser criada no pós Guerra Fria. A organização é norteada por princípios do comércio internacional que foram desenvolvidos ao longo dos anos via tentativa de erro e acerto, em aproximadamente oito rodadas de negociações em âmbito multilateral ainda no antigo GATT. A atuação da organização visa alcançar uma maior amplitude dos processos de negociação em temas pertinentes ao meio ambiente, serviços, investimentos, concorrência, comércio eletrônico, dentre outras áreas que impactam o fluxo comercial ao redor do mundo, assuntos esses que foram incorporados na pauta de negociações após o surgimento da globalização. A OMC foi criada em janeiro de 1995, período pós Guerra Fria, pós queda do muro de Berlim e fim da antiga URSS e surge na intenção de ser uma coluna mestra desse recém instaurado sistema internacional do comércio. Ao observarmos todos os acontecimentos externos à criação da OMC, pode-se identificar a formação de um novo sistema internacional que passou a ser direcionado para uma posição de cooperação ao invés do isolacionismo que havia sido praticado na Guerra Fria. A OMC, por possuir um caráter mais amplo, acaba englobando o GATT, o Acordo Geral de Tarifas e de Comércio,. os. resultados. obtidos. de. todas. as. rodadas. de. negociação. 16.

(17) multilaterais de liberalização do comércio até então realizadas, além do que foi acordado na Rodada do Uruguai (THORSTENSEN, V. 1998, p.29). Com o término da Guerra Fria, ocorreu o surgimento de novos Estados no sistema multilateral de comércio, além disso, acredita-se que nos anos 90 esse foi o momento em que o sistema de governo capitalista se consolidou de fato, em virtude da queda de alguns governos socialistas. Após a adesão desses governos ao capitalismo, os mesmos passaram a fazer parte do mesmo ambiente de comércio, aumentando, assim, o volume de comércio internacional e gerando uma maior conectividade entre as nações. Logo, destaca-se a importância da assertividade da OMC no que tange à regulamentação do sistema de comércio, a fim de proporcionar todo o equilíbrio e condições necessárias para que as nações possam adentrar nesse sistema. A OMC não é apenas um GATT ampliado conforme se disse, este era um acordo multilateral de caráter provisório e sem uma base institucional, que surgiu em 1947 a partir de uma tentativa fracassada de formação da OIC (Organização Internacional de Comércio). Desde o momento de sua criação, pode-se dizer que o GATT vinha contribuindo para a remoção das barreiras comerciais mundiais, entretanto, sempre enfrentou dificuldades com o cumprimento dos acordos estabelecidos nas rodadas de negociação, permitindo que os países não os cumprissem da forma correta. Supõe-se que tal desvio se deve à fragilidade dos mecanismos de solução de controvérsias e sua lentidão, um dos motivos pelo qual a OMC veio a surgir. A organização foi criada e vem desenvolvendo um estilo único de instituição e de trabalho que a singularizam no universo dos organismos internacionais, isso tudo faz parte do discurso que justifica a OMC e o que ela pensa ser um comércio justo. Existe uma perspectiva elevada quanto ao sucesso da OMC no referente ao manuseio das práticas comerciais, das regras, e que a mesma possa enquadrar-se nesse novo sistema internacional globalizado de maneira eficiente, auxiliando, assim, as nações em desenvolvimento, para que todos aqueles que cooperam em prol do desenvolvimento sustentável possam alcançar seus objetivos em um menor espaço de tempo possível. Tal organização para muitos países tornou-se uma esperança de que suas economias possam ter acesso ao mundo globalizado e, assim, sendo possível ampliar sua rede de parceiros comerciais, o que se tornou fundamental nesse novo ambiente de comércio globalizado.. 17.

(18) No próprio Preâmbulo do Acordo Constitutivo da OMC, os objetivos e intenções são direcionados em prol da melhoria das condições humanitárias no geral, não esquecendo de alcançar também um desenvolvimento sustentável protegendo o meio ambiente e visando uma maior liberalização da economia. Quadro 1: Objetivos e Funções da OMC. Objetivos e Funções da OMC . Aumentar o padrão de vida. . Assegurar o pleno emprego e um crescente volume de receitas reais e demanda Efetiva. . Expandir a produção e o comércio de bens e de serviços. . Facilitar a implementação, administração e operação do Acordo Constitutivo da OMC e dos Acordos Multilaterais e Plurilaterais. . Tornar-se o foro para negociações referentes a todos os assuntos de seus vários Anexos, como também o foro de negociação entre seus membros em outras áreas. . Administrar o Entendimento sobre Solução de Controvérsias. . Administrar o Mecanismo e Exame das Políticas Comerciais e Cooperar com o Fundo Monetário Internacional. Elaborado mediante informações. Fonte: COSTA, Ligia Maura. OMC: manual prático da rodada Uruguai. São Paulo: Saraiva, p.12. 1996.. As Partes reconhecem que as suas relações na área do comércio e atividades econômicas devem ser conduzidas com vistas à melhoria dos padrões de vida, assegurando o pleno emprego e um crescimento amplo e estável do volume de renda real e demanda efetiva, e expandindo a produção e o comércio de bens e serviços, ao mesmo tempo permitindo o uso ótimo dos recursos naturais de acordo com os objetivos do desenvolvimento sustentável, procurando proteger e preservar o ambiente e reforçar os meios de fazê-lo, de maneira compatível com as suas necessidades nos diversos níveis de desenvolvimento econômico (GATT, 1994).. 18.

(19) 1.2 A soberania da Organização No momento em que ocorre a transição do GATT para a OMC, em 1995, surgem muitos questionamentos em relação ao posicionamento da OMC na maneira como os temas tratados serão encarados pela organização. Até o presente momento, não temos e não existe uma perspectiva no curto e nem no longo prazo da existência de uma única nação ou organização que seja o responsável por controlar o fluxo do comércio mundial. Acredita-se que o custo para exercer essa função seja um empecilho, além de que a OMC surge com o princípio de cooperação, logo, estabelecer um único agente como guia desse processo ecoa de maneira contraditória. A complexidade dos temas e a diversidade de atores que interagem internamente na OMC levantam uma questão sobre a eficiência da organização nesse sistema internacional que passou a ser impactado pela liberalização do comércio e pela globalização, dois acontecimentos exógenos que trouxeram algumas preocupações para a organização. Ao abordar a inserção da globalização nesse sistema multilateral de comércio no qual a OMC possui um papel de regulador e articulador, existem algumas perguntas que são atropeladas pela maneira como o modelo se impôs. Deve-se salientar que globalização e OMC são distintas, mas que acabam se interligando. A primeira em si é um processo que gera transformações, enquanto a OMC é uma organização, isto é, é uma criação dentro de um processo. Supõe, portanto, a agência de uma série de atores num processo histórico. Assim, o processo acontece e a ação sobre ele se realiza com a atuação da Organização. A globalização é um processo que acontece de maneira livre e sem restrição, perguntando-se se existem autoridades capazes de restringi-la e se são governamentais ou não, se a transparência na conduta dos países que a adotam deve ou não ser levada em consideração, se existem padrões técnicos ou exigências de comportamento nesse sistema no qual não existe uma única nação líder e se as barreiras impostas aos países são de fato uma maneira de barrar a globalização ou se são criadas em virtude da ameaça das nações em desenvolvimento alcançarem o patamar das nações desenvolvidas. Por se tratar de uma organização que aborda assuntos complexos e de interesse mundial, é preciso ter estabelecida toda uma estrutura interna que funcione de forma ativa através de uma divisão em oito partes que trabalham conectadas entre si para solucionar da melhor maneira possível todos os entraves comerciais e criar. novos. 19.

(20) mecanismos de solução de controvérsias nos moldes daquilo fixado em seu preâmbulo de criação (THORSTENSEN, V. 2ªed, 2001, p.45-46). A globalização se desenvolve em prol de uma maior integração econômica entre as nações, assim como a atuação da OMC, não impedindo o acesso de membros ao livre mercado e opção pela liberalização, facilitando o comércio sem criar barreiras para dificultar o progresso do mesmo. Para isso, supõe-se que a OMC deveria observar a maneira como a globalização se desenvolve e criar ou adaptar suas leis, regras e procedimentos para encontrar um ponto de equilíbrio entre as nações que fazem parte do sistema internacional de comércio. Deve-se entender por ponto de equilíbrio um ambiente no qual os países possam interagir em prol de atividades comerciais de forma fluída e não discriminatória, evitando, assim, o estabelecimento de barreiras comerciais que acabam sendo um empecilho no alcance de uma ampla estrutura de comércio liberalizado. A prática não funciona tão adequadamente como a teoria. O sistema multilateral de comércio e serviços é extremamente competitivo, fazendo com que os países que desejam fazer parte do mesmo tenham que se adaptar às mudanças de maneira ágil, ainda que os benefícios de adentrar a tal liberalização só sejam absorvidos num longo prazo em detrimento da complexidade e burocracia desse processo que impacta a economia. Entretanto, os países devem entender que nem sempre os objetivos da política nacional irão de acordo com o pregado pela OMC ou pelos desdobramentos da globalização. Deve haver um consenso entre o que pode ser deixado de lado ou não, para que o objetivo maior de cooperação e redução de barreiras comerciais possa ser alcançado. Assim como o sistema multilateral de comércio deve passar por algumas mudanças, a OMC também deve se reajustar nessa nova ordem. A simplificação de sua complexa estrutura operacional pode ser um meio de iniciar tais mudanças para que sua imagem seja respeitada. O tempo demandado e a burocracia existente para a resolução das controvérsias fazem da organização o último meio para a solução das mesmas, quando na realidade a entidade deveria ser o principal mecanismo de assistência na tratativa dos problemas comerciais mediante o mecanismo de solução de controvérsias aos países que enfrentam problemas que afetam suas economias quando os mesmos forem temas que são abordados pela OMC. Entende-se que apesar da diversidade de temas debatidos pela Organização, existe uma saturação no campo de atuação da OMC, portanto, essa atuação deve ter um escopo e atender apenas os temas que são designados pela OMC nas rodadas 20.

(21) de negociação. Na tabela abaixo, pode-se observar como é constituído um painel do mecanismo de solução de controvérsias e suas respectivas denominações e prazos para a resolução de cada etapa. Quadro 2: Constituição de acontecimentos e prazos do MSC (Mecanismo de Solução de Controvérsias). Acontecimentos. Prazos. . Recebimento das argumentações da parte reclamante . Recebimento das argumentações escritas da parte demandante . Data, hora e local da primeira reunião das partes . Recebimento das réplicas. 3 a 6 semanas. . Data, hora e local da primeira reunião das partes . Distribuição da parte expositiva do relatório . Recebimento dos comentários das partes sobre a parte expositiva . Distribuição do relatório provisório às partes . Prazo final para as partes solicitarem exame do relatório . Revisão pelo painel . Distribuição do relatório definitivo às partes . Distribuição do relatório definitivo aos Membros. 1 a 2 semanas. 2 a 3 semanas 1 a 2 semanas 2 a 3 semanas. 2 a 4 semanas 2 semanas 2 a 4 semanas 1 semana 2 semanas 2 semanas 3 semanas. Quadro elaborado com informações obtidas. Fonte: Costa, Ligia Maura. OMC: manual prático da Rodada Uruguai. São Paulo: Saraiva, 1996. 21.

(22) A organização possui o Mecanismo de Solução de Controvérsias que entrou em ação já no GATT em 1947, baseado em princípio nas consultas entre as partes envolvidas como um primeiro passo para a resolução do entrave. Posteriormente, se o assunto não fosse resolvido mediante consultas, o segundo passo era a instauração de um painel (ou grupo especial). Em geral, o painel era formado por três experts, que reportariam suas recomendações ao Conselho do GATT. A realidade quotidiana, porém, não é tão simples. A prática demonstrou que muitos problemas podem aparecer. O maior deles era o tempo dispendido no estabelecimento de um painel e, consequentemente, na escolha das pessoas que vão compô-lo e nos seus termos (COSTA, Ligia Maura.1996, p.141). De maneira simplificada, um Painel é aberto quando alguma parte faz uma reclamação por um abuso por parte de outra nação em questões comerciais, porém o mesmo envolve uma série de etapas que podem ser observadas na tabela acima, o que faz com que esse processo seja estendido de tal forma que inibe a abertura de outros painéis. O sistema de poder de uma organização como a OMC também acaba sendo afetado pela maneira como seus membros a conduzem. Apesar de na organização as decisões serem mediante consenso e os votos não possuírem poder de veto, deve-se salientar que, supostamente, na OMC existe algum tipo de prevalecimento e imposição de alguns temas e uma soberania exacerbada de nações mais poderosas. Se interesses financeiros dominaram o pensamento no Fundo Monetário Internacional, interesses comerciais tiveram um papel igualmente dominante na Organização Mundial do Comércio. Sabe-se que o custo operacional da organização é elevado, cerca de 197 milhões de francos suíços de acordo com o Secretariat and Budget 2017. Logo, os países que mais contribuem podem acabar obtendo um caminho mais fácil dentro da organização. Subentende-se que as nações que mais colaboram financeiramente podem obter determinadas vantagens. Dentre os que mais contribuíram em 2017 estão os EUA com cerca de 11% da renda total obtida com as doações, a China com 9% e a Alemanha com 7% (Secretariat and Budget-Annual Repport. WTO. 2017, p.175). Abaixo pode-se tomar conhecimento dos 164 países que fazem parte da maior organização de comércio do mundo e entender que, para que o objetivo de se impor na questão soberania seja alcançado, uma das alternativas existentes é a implementação de negociações bilaterais, plurilaterais ou até mesmo a continuação pelo viés multilateral, que, por mais burocráticas que possam ser, acabam sendo o melhor instrumento de 22.

(23) interação entre as nações e a OMC. A imposição de um país ou organização pode fazer com que os demais agentes do sistema internacional voltem-se contra esse princípio de estabelecimento de um único agente superior nas questões comerciais. Após a transição para a OMC o sistema pautou-se numa visão em prol da cooperação para que os objetivos em comum possam ser alcançados, sejam eles através de alianças comerciais ou qualquer outro meio que leve a esses objetivos e respeite a questão comercial. Figura 1: Países membros e observadores da OMC. Fonte: OMC, 2018. No mapa acima os países em verde são aqueles que fazem parte da OMC e os em amarelo são aqueles que estão em processo de negociação para conseguirem seu ingresso na organização. São eles: Argélia, Líbia, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, Somália, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Bielorússia, Síria, Iraque, Irã, Uzbequistão, Azerbaijão e Butão. Pode-se observar que são países que possuem problemas internos crônicos, como guerras e pobreza, que os colocam em situação econômica complicada e estão localizados em regiões também pobres e que possuem os mesmos problemas.. 23.

(24) Faz-se necessário que os países que são membros da OMC possam negociar de maneira transparente as questões comerciais mais complexas a fim de gerar um crescimento mais amplo do sistema internacional de comércio, tendo em vista que a liberalização das economias torna-se um dos caminhos para que isso aconteça nessa nova estrutura de economia globalizada que vem sendo moldada.. 1.3 Rodadas de Negociação Das rodadas de negociação do antigo GATT, a que possui maior importância é a Rodada do Uruguai que, além de ser a segunda mais longa da história da instituição até 2017, também foi a mais complexa pelos temas abordados, e as necessidades dos países aumentavam à medida em que alguns assuntos foram sendo resolvidos e os demais em pendência tomando a pauta de discussões. A Rodada do Uruguai trouxe consigo ainda o objetivo de reduzir as tarifas e anexar em suas discussões os assuntos pertinentes à agricultura e têxteis, também incluindo novos procedimentos e regras ao setor de serviços, medidas de investimento e de propriedade intelectual. As questões pertinentes à agricultura e têxteis sempre foram de interesse dos países em desenvolvimento que, ainda sem acesso a muitos recursos, precisavam proteger e desenvolver suas economias para que posteriormente pudessem desenvolver outros setores em seu território. A agricultura e têxteis são setores de extrema importância não apenas para os países em desenvolvimento, porém possuem baixo valor agregado quando confrontados ao setor de serviços e de tecnologia que vem sendo aprimorado pelos países desenvolvidos. Os países não necessitam ser autossuficientes até pelo alto custo que isso demandaria e, pelo princípio da OMC e da globalização, em prol da cooperação, no entanto, cada economia deveria ter poder financeiro suficiente para desenvolver diferentes setores da economia a fim de não se tornar dependente de apenas um. A Rodada do Uruguai teve início em 1986 em Punta del Este e terminou de fato em 1993, com sua assinatura apenas em 1994 em Marraqueche (THORSTENSEN, V. 2001, 2ªed, p.31). Nota-se como a questão do comércio se faz importante ao observarmos os locais de início e término da rodada; mais de 19 horas de viagem de avião separam os dois locais, supostamente isso pode não dizer nada, porém, nos mostra que há uma interligação mundial enorme entre aqueles que almejam a integração e simplificação do comércio internacional em busca de ganhos e de uma maior cooperação. O comércio é. 24.

(25) uma questão vital para as economias e acaba presente em todos os cantos do mundo, seja na forma mais primitiva da palavra, na prática do escambo como nos primórdios do comércio, na questão de sobrevivência para alguns países ou como motor da economia e gerador de renda para as nações em condições mais equilibradas. A distinção entre desenvolvidos e em desenvolvimento e os setores que os mesmos defendem a priori torna-se benéfico, pois os mesmos ao defenderem essas atividades passam a buscar meios de desenvolvê-las, o que consequentemente os tornaria melhores. No momento em que há a liberalização do comércio impulsionada pela globalização, existirá um período em que deverá ocorrer o compartilhamento dessas áreas para que os agentes do ambiente comercial que não são autossuficientes possam usufruir dos bens e serviços das outras nações, o protecionismo é como um modo antigo de governança que está definhando e supostamente está com os dias contados em alguns locais através da evolução das relações comerciais. Ao tomar conhecimento da estrutura da OMC e os temas por ela debatidos, conclui-se que: assim como a multiplicidade de atores dificulta a tomada de decisões nas rodadas de negociação, os diversos temas, cada qual com suas peculiaridades, tornam penoso o decorrer dos fatos na organização. Existe um excesso de demanda por parte dos países e demais atores em relação à OMC para a criação de regras, normas e procedimentos que regulem o comércio internacional através da redução das barreiras em determinados momentos ao buscarem auxílio do mecanismo de solução de controvérsias para que seja possível um direcionamento ao livre comércio e à cooperação. Para se ter uma noção da complexidade de extensão dos temas, basta observar o quadro abaixo e analisar a quantidade de rodadas de negociação, sua duração e repetição dos temas debatidos, ainda sem a inclusão das atuais rodadas.. 25.

(26) Quadro 3: As rodadas de negociação do GATT/OMC Ano. Local/Nome. Assuntos Cobertos. Países. 1947. Genebra. Tarifas. 23. 1949. Annecy. Tarifas. 13. 1951. Torquay. Tarifas. 38. 1956. Genebra. Tarifas. 26. 1960-1961. Genebra / Rodada. Tarifas. 26. Genebra / Rodada. Tarifas e medidas. 62. Kennedy. antidumping. Genebra / Rodada. Tarifas, medidas não. Tóquio. tarifárias e acordos. Dillon 1964-1967. 1973-1979. 102. jurídicos 1986-1994. Genebra / Rodada. Tarifas, medidas não. Uruguai. tarifárias, normas,. 123. serviços, propriedade intelectual, têxteis, agricultura, solução de controvérsias e criação da OMC 2001 (ainda sem. Rodada Doha. término). Tarifas, agricultura,. 149. serviços, facilitação do comércio e solução de controvérsias. Quadro das rodadas de negociações do GATT/OMC elaborada com dados retirados do site da OMC.. Deve-se levar em consideração que, nas primeiras sete rodadas de negociações, o comércio internacional ainda não possuía as complexas interações hoje existentes, parte pela ausência de tecnologia e sem a pressão efetiva da globalização e da liberalização do comércio. A partir da Rodada do Uruguai quando temos de fato a transição GATT – OMC, e acontecimentos como a queda do muro de Berlim, a queda da antiga URSS, identifica-se uma convergência de certo modo natural para questões como a liberalização do comércio e a globalização e seus desdobramentos. O mundo do comércio ganhou outro sentido em prol de novos objetivos e a possibilidade de uma melhor inserção da OMC após a transição da organização.. 26.

(27) Os temas que são abordados nas rodadas de negociação acabam possuindo muitas peculiaridades e em alguns casos as mesmas tornam-se difíceis para que determinados países possam respeitá-las, o que acaba culminando na abertura de painéis de disputas entre as nações. Destaca-se no mapa abaixo os EUA, por ser o principal parceiro comercial de muitas economias e a maior potência mundial no referente à quantidade de casos em que o mesmo recorreu à OMC por alguma irregularidade nas práticas comerciais pelos demais países, ou em momentos em que os mesmos se consideraram prejudicados ou casos em que estes foram os desrespeitosos. Além das informações acima citadas, pode-se verificar que a maioria dos temas contenciosos foi aberta contra a China, sua principal rival na manutenção do posto de potência mundial com cerca de 21 reclamações, que se dividem nas mais variadas categorias. As setas em vermelho indicam reclamações americanas à OMC, enquanto as azuis são contra os americanos. Figura 2: Temas contenciosos envolvendo os EUA. Fonte: WTO, Annual Report 2018. As rodadas de negociação precisam modificar a estrutura comercial já existente concentrada em poucos países, como a questão da tríade que foi levantada, no qual 75% do estoque total acumulado e 60% do fluxo de investimento externo direto estavam localizados em simplesmente três atores, no início da década de 90. A América do Norte,. 27.

(28) a Europa e o Japão dominam tanto as origens quanto os destinos dos investimentos internacionais (HIRST; THOMPSON, 1998). Essa concentração ainda continua em tais países, um pouco mais abrangente em relação aos países asiáticos, porém os investimentos acabam sendo feitos em decorrência daqueles países que mostram ser superiores através de projetos econômicos e sociais, de políticas fiscais e econômicas, mediante o reconhecimento do governo tanto interna como externamente. Um dos cenários criados pela globalização, em parte pela existência de inúmeras rodadas de negociação e no seu insucesso, fez com que os mercados globais se tornassem ingovernáveis, não existe uma só nação ou organização com capacidade e eficiência para regular as questões comerciais no sistema internacional e assim deveria continuar o mercado, tendo em vista que tanto a OMC na sua essência preza pela cooperação e não pelo isolacionismo, e a globalização, apesar de aumentar as disparidades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, em alguns momentos, também defende a cooperação pelo seu próprio efeito de redução das fronteiras. Assim como a globalização gerou essa multiplicidade de atores que atuam em prol da cooperação e do desenvolvimento, também se faz necessário que países e organizações atuem em diferentes níveis para alcançar o crescimento de forma sustentável, reduzindo, assim, as disparidades já existentes. As diferenças existentes entre as nações servem como meio de impulsionar o crescimento dos países que ainda possuem desvantagens comerciais, vislumbra-se um horizonte no qual o espelho é o país desenvolvido e sua ampla rede de comércio que os demais almejam alcançar. A OMC nas rodadas de negociação ainda busca a eliminação do tratamento discriminatório que se tornou um ponto debatido na organização. Um dos pilares da organização é que não haja diferença na tratativa dos temas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, no entantopercebe-se que existe uma certa soberania dos países desenvolvidos. Os temas trazidos pelos países desenvolvidos envolvem setores da economia que possuem um alto valor agregado e que representam um alto percentual de suas balanças comerciais, enquanto os países em desenvolvimento ainda desenvolvem commodities que possuem baixo valor agregado. Uma suposição é conectar tal existência de sobreposição dos temas em virtude do alto custo operacional para a manutenção das atividades da OMC, cerca de US$200 milhões de francos suíços de acordo com o WTO Budget 2017. Logo, alguns assuntos que podem ter um peso maior na pauta comercial dos maiores doadores de recursos como os EUA que contribuem com cerca de US$21 28.

(29) milhões de dólares e a China com US$18 milhões podem ter certa preferência na condução dos seus interesses nas rodadas de negociação. Supõe-se que exista uma espécie de trade-off para os administradores da OMC. A organização ao contar com um alto custo operacional se tornou dependente dos aportes financeiros que as nações mais influentes realizam. Em decorrência disso, a organização nem sempre prioriza os assuntos mais importantes, mas sim aqueles que são mais onerosos para a organização, resultando assim numa espécie de “perda” do cumprimento da peculiaridade envolvendo nações menos favorecidas para que o budget anual seja alcançado. Como um braço auxiliar da OMC nesse crescimento, destaca-se a importância dos acordos regionais de comércio, visando a uma maior amplitude da liberalização em países que ainda não efetivaram tal procedimento. Os acordos regionais são de extrema importância para o desenvolvimento dos países e que os mesmos possam adentrar nesse sistema internacional de comércio globalizado. Salienta-se que os acordos regionais possuem certas vantagens em relação ao sistema multilateral imposto pela OMC, pois os mesmos acabam gerando uma exclusividade no acesso a determinados mercados, enquanto no sistema multilateral é algo para todos. A OMC, apesar de defender esse multilateralismo comercial, poderia ajudar em alguns acordos regionais para que as nações de determinado bloco comercial possam se desenvolver e consequentemente mais fortes possam impactar de maneira mais substancial esse multilateralismo. A maior e tão importante como a Rodada do Uruguai, a Rodada de Doha assume um papel extremamente importante antes mesmo do seu início, a primeira rodada de negociação sob o comando da OMC após sua fundação e da tentativa frustrada de Seattle. Os temas tratados por tal conferência abordam ainda os desdobramentos e itens não finalizados da rodada anterior. A complexidade dos temas faz com que a OMC seja pressionada pelos países que almejam a liberalização do comércio com o intuito de que o mesmo possa fluir de maneira contínua e, por outro lado, por aqueles que são contra tal abertura. Além disso, a maneira como a globalização vem se expandindo torna a rodada de negociação um momento para o estabelecimento de novas regras, normas e procedimentos que possam guiar a um caminho menos tortuoso e burocrático os membros da organização. As diferenças são necessárias para que possam ocorrer mudanças 29.

(30) positivas para aqueles que não estão de acordo com os mecanismos implantados pela organização. A hipótese deste trabalho começa a ser demonstrada a partir desse momento, após o estabelecimento da estreita relação entre Globalização – OMC – Liberalização do Comércio que mencionada acima, contribuirá para testar a maneira pela qual a globalização redirecionou a forma de atuação da OMC em busca da liberalização do comércio para o desenvolvimento de uma economia global. Para isso, pode-se citar como ponto de análise da negociação esse pensamento composto por Globalização – OMC – Liberalização, as declarações dos ministros com relação ao papel da OMC impulsionada pela globalização e pela liberalização que se tornam dois agentes nesse processo, além da necessidade emergencial de se combater o protecionismo e alcançar a estabilidade econômica para os países que ainda têm desvantagens sob essa ótica. Assim como o mundo presencia novos acontecimentos, a globalização impulsionada pela liberalização do comércio acabou resultando na introdução de mais temas na agenda da OMC, questões como o meio ambiente, o desenvolvimento sustentável, padrões trabalhistas, comércio eletrônico e facilitação do comércio fazem parte dessa nova pauta de assuntos abordados pelos países membros. Mas o comércio internacional se expande de forma dinâmica, o que vem exigindo também a expansão das atividades da OMC e a elaboração de novas regras para o fadado sistema multilateral, obrigando a organização a enfrentar grandes desafios. Os agora chamados “novos temas” estão se convertendo em pontos de sérios conflitos no comércio internacional e exigindo a atenção da OMC, que passou a analisá-los nos seus diversos conselhos e comitês, além de criar vários grupos de trabalho para examiná-los. São eles: investimentos, concorrência, transparência das compras governamentais, facilitação do comércio, comércio eletrônico, medidas ambientais que afetam o comércio, e padrões trabalhistas que afetam o comércio (THORSTENSEN, V. 2001, 2ªed, p.499). Talvez o grande objetivo não só da OMC, como uma das consequências impostas pela globalização, seria o de eliminar os efeitos nocivos à ampliação da rede de comércio e sobretudo aquilo que impede o avanço das rodadas de negociação. Além disso, atingir o objetivo maior de liberalização do comércio mundial não de maneira rápida, resultando em distorções no mercado como citado no caso do FMI, mas lentamente, galgando esse caminho de maneira firme e reparando algumas das imperfeições que surgirem. Para que seja possível tal desenvolvimento, é preciso derrubar as fronteiras internacionais 30.

(31) existentes, para que o fluxo de investimentos possa transcorrer o caminho necessário e adentrar as economias para que as mesmas possam colaborar produtivamente neste processo. 1.4 Leis, regras e procedimentos Assim como toda e qualquer organização de caráter mundial que atue com temas de alto grau de complexidade e num sistema entrelaçado por diversos atores, faz-se necessária a existência de mecanismos que os auxiliem na tomada de decisão e na maneira como conduzem as rodadas de negociação, momento em que as nações se reúnem para o estabelecimento de acordos, de parcerias e pontuação de objetivos em comuns. As leis, regras e procedimentos funcionam como um manual prático que deve ser cumprido para que o sucesso da organização possa ser alcançado, sempre prezando pelo cumprimento do que for tratado nas negociações, de acordo com o preâmbulo da organização, sempre visando à cooperação e à redução das barreiras comerciais. A OMC tem basicamente quatro funções que se estendem desde o GATT e que podem ser observadas no quadro abaixo: Quadro 4: As quatro principais funções da OMC NÚMERO DA FUNÇÃO:. OBJETIVO DA FUNÇÃO:. 1-. Facilitar a implantação, a administração, a operação e os objetivos dos acordos da Rodada Uruguai que incluem: setores diversos como agricultura, produtos industriais e serviços; regras de comércio como valoração, licenças, regras de origem, antidumping, subsídios e salvaguardas, barreiras técnicas, e empresas estatais; supervisão dos acordos regionais e sua compatibilidade com as regras do GATT; propriedade intelectual; e novos temas como meio ambiente, investimento e concorrência.. 2-. Constituir um foro para as negociações das relações comerciais entre os estados membros, com objetivo de criar ou modificar acordos multilaterais de comércio.. 3-. Administrar o Entendimento (Understanding) sobre Regras e Procedimentos relativos às Soluções de Controvérsias, isto é, administrar o “tribunal” da OMC.. 4-. Administrar o Mecanismo de Revisão de Políticas Comerciais (Trade Policy Review Mechanism) que realiza revisões periódicas das Políticas de Comércio Externo de todos os membros da OMC, acompanhando a evolução das políticas e apontando os temas que estão em desacordo com as regras negociadas.. Quadro montado com base nos dados obtidos: THORSTENSEN, V. Artigo: A OMC e as negociações sobre comércio, meio ambiente e padrões sociais. 1998, p.29.. 31.

(32) A OMC pode ser estruturalmente desenhada da seguinte forma: como órgão máximo da organização, existe a Conferência Ministerial composta por representantes de todos os seus membros que se reúnem a cada dois anos. Tal divisão pode tomar decisões sobre tudo aquilo que julgar necessário dentro de qualquer um dos Acordos Multilaterais já estabelecidos. A Conferência é composta pelos Ministros de Relações Exteriores dos países membros. Na direção da OMC existe um Conselho Geral, na sua essência formado por todos os seus membros, que se reunem de acordo com a necessidade e problemática dos temas envolvidos. Os embaixadores são os responsáveis por integrarem o corpo diretivo da organização de maneira permanente em Genebra. Para que os problemas comerciais fossem tratados em maior grau de especificidade, foi criado um órgão responsável para tal, o Órgão de Solução de Controvérsias, amparado por todo um arcabouço de regras e procedimentos legais nos quais os problemas podem ser solucionados de maneira eficiente e o menos prejudicial possível aos países envolvidos. Na mesma linha de raciocínio, existe o Órgão de Revisão de Política Comercial que, como função básica, deve examinar e identificar as políticas comerciais de todos os membros componentes da OMC, à procura de irregularidades no cumprimento do que foi previamente estabelecido. O órgão é formado por delegados das missões dos membros em Genebra ou pelos integrantes dos governos dos membros. Na da Rodada do Uruguai, foram tratados assuntos pertinentes a serviços e propriedade intelectual e, a partir deste momento, visando à importância futura de tais temas, foi criado um conselho individual que tem diretrizes e regras especificas para Bens, Serviços e Propriedade Intelectual relacionados ao comércio. Nesta divisão, os representantes em sua grande maioria são os delegados dos membros residentes em Genebra. Para que existam as discussões na OMC, faz-se necessário o estabelecimento de Comitês ou grupos de trabalho, são mais de 30 e todos subordinados aos Conselhos que são dirigidos por delegados dos membros ou de técnicos dos ministérios. A Conferência Ministerial, quando tal achar necessário, a mesma pode criar entidades subordinadas ou outros órgãos ou comitês para ajudar na solução de novos problemas ou dos previamente existentes, como por exemplo na Rodada do Uruguai em que foram criados três comitês, um deles voltado para o comércio e desenvolvimento, outro para discutir restrições criadas em virtude de desajustes no balanço de pagamentos e o último para guiar o orçamento, finanças e administração dos países.. 32.

(33) Como último componente dessa estrutura extremamente complexa e burocrática, existe um secretariado na OMC que é delegado a um Diretor Geral escolhido mediante votação pela qual cada país escolhe o Diretor de sua preferência. Na função de Diretor Geral atualmente está Roberto Azevêdo, que está em seu segundo mandato, o mesmo exerce funções semelhantes às de um presidente, não devendo ser influenciado por opiniões externas ou internas e visando ao cumprimento das normas e acordos estabelecidos nas rodadas de negociação em prol da obtenção da liberalização do comércio e enfrentando os impactos da globalização. Abaixo pode-se observar toda a estrutura de organização dos comitês e seus respectivos desmembramentos que compõem a OMC e acabam sendo interligados, de forma que as decisões que são tomadas em um desses comitês acabam impactando toda essa ampla estrutura. Internamente a cada comitê suas repartições acabam discutindo diferentes temas, conferindo à OMC uma alta responsabilidade no sistema internacional de comércio. A organização atua num ambiente de relações comerciais cada vez mais intensas em detrimento das modificações que a globalização impôs. Supõe-se que uma organização voltada para administração do comércio e que atue no sistema internacional de comércio deve estar sempre atualizada quanto aos temas que são pertinentes e que impactam o comércio em geral.. 33.

(34) Figura 3: Estrutura e composição da OMC. Fonte: WTO, 2017 (How the WTO is structured. Secretariat and Budget). 1.5 Barreiras ao comércio Para que o comércio internacional possa fluir de maneira consistente, é preciso que certas regras e instrumentos de controle sejam criados para estabelecer meios de agir. Nesse sistema multilateral de comércio, as regras de origem tornam-se um aliado da globalização, pois as mesmas definem critérios para determinar a procedência do que for produzido ao redor do mundo. Fica estabelecido que o Acordo é o de assegurar que leis, regulamentos e práticas relativas às regras de origem não criem obstáculos desnecessários ao comércio, e que sua aplicação facilite o fluxo de comércio internacional (GATT, 1994). O contido no acordo de regras de comércio encaixa-se perfeitamente no atual cenário econômico, no qual a liberalização se faz presente e a criação de obstáculos tornase cada vez mais prejudicial ao estabelecimento de novas relações comerciais. Resta saber. 34.

(35) se um acordo criado antes do boom da globalização consegue ser aplicado ao mundo contemporâneo, tendo em vista que diversas modificações foram implementadas no comércio, assim como mudanças internas na estrutura da atual OMC, como a amplificação dos temas debatidos pela organização. A priori a inserção de mais temas na pauta das rodadas de negociação pode parecer algo simples, mas a realidade e a complexidade dos novos temas mostra que a tarefa da OMC com a globalização e a diversificação dos assuntos não é simples. No momento em que se visualiza um mundo com uma cadeia de produção cada vez mais globalizada, é preciso que um padrão de regras uniformes seja criado, para que não haja prevalecimento de um país sobre o outro no cenário internacional e a questão mencionada de prevalecimentos possa deixar de ser um problema. Antes do estabelecimento da Rodada do Uruguai, os países adotavam regras diferentes uns dos outros, o que tornava o comércio oneroso para alguns e benéfico para outros. A OMC, no seu papel de organizador desse multilateralismo comercial, atua a partir de quotas tarifárias, direitos anti-dumping, direitos compensatórios, salvaguarda, aquisições públicas, entre outros meios com o intuito de gerar uma continuidade no desenvolvimento comercial (THORSTENSEN, V. 2ªed, 2001, p.161) No entanto, as regras de origem não devem em hipótese alguma criar efeitos restritivos ou distorcivos ao comércio internacional e, assim como em qualquer instituição que vise à obtenção da cooperação, deve haver uma administração de acordo com a realidade e de maneira imparcial. Com as chamadas global chains ou cadeias globais de produção, as regras de origem acabam se perdendo, pois a competitividade gerada pela liberalização se resume em selecionar partes do mundo inteiro e agregar num produto. O que de fato acaba sendo valorizado nesse âmbito global de produção é quem fornece a garantia e qual a marca do produto e não mais a origem do bem. A globalização conectou as diferentes cadeias produtivas para o desenvolvimento de certos produtos. Na mesma linha de pensamento que as regras de origem, as barreiras técnicas são um dos maiores responsáveis por criar restrições ao comércio internacional. Com o aumento dos problemas climáticos e um maior rigor dos consumidores sobre o produto por eles utilizado, o padrão de qualidade, a segurança e o comprometimento com a questão ambiental, tornaram-se fundamentais para que a aceitação de determinados produtos seja viável.. 35.

(36) As barreiras ao comércio e a questão do protecionismo são pontos que levantam pautas importantes nas rodadas de negociação. A globalização e a liberalização do comércio fizeram com que a OMC buscasse da melhor maneira possível reduzir as barreiras comerciais sem afetar o fluxo internacional de comércio e não minimizar o potencial de crescimento das indústrias das nações em desenvolvimento em detrimento da abolição desse protecionismo exacerbado. Acredita-se que a liberalização do comércio nem sempre será benéfica aos países, pois as barreiras comerciais acabam sendo utilizadas como um mecanismo de protecionismo para as economias em momentos de oscilação e crises econômicas, podendo ser utilizadas para a manutenção de determinados setores da economia que, ainda incipientes, lutam para sobreviver frente às grandes multinacionais dos países desenvolvidos. A liberalização aponta como o melhor caminho, ponto que a OMC defende em seus discursos e acaba sendo um dos pilares da globalização. Para que se tenha uma ideia da complexidade que envolve o setor de serviços, o GATS (General Agreement on Trade in Services) surgiu com o objetivo de ser uma referência multilateral, que através da transparência e progressiva liberalização atingiria seu objetivo de crescimento econômico de todos os seus parceiros comerciais (THORSTENSEN, V. 2ªed, 2001, p.197). O GATS possui uma estrutura densa, com 12 setores e 155 subsetores dos mais diversos possíveis. O setor de serviços também sofre com a imposição de barreiras ao seu desenvolvimento e a existência de vários subsetores compromete a eficiência do GATS, que, além de se tornar um órgão burocrático, acaba sendo lento na tomada de decisões por abranger uma gama de setores que trazem consigo problemas de diferentes níveis de resolução. Por um lado, pode-se dizer que existe todo um custo operacional e de produção que se torna mais elevado em virtude de diversas adaptações que precisam ser feitas, adequação a certificações, melhoria nas condições do trabalho, busca por matérias-primas alternativas ao invés de utilizarem produtos em escassez, e toda uma nova política endereçada para a divulgação do mesmo. Em contrapartida, todos esses custos acabam sendo relevantes se analisarmos que do outro lado da moeda existem organizações como o Greenpeace, a Organização Mundial da Saúde e a própria OMC que lutam pela implementação de melhores práticas no comércio, mesmo que tais possam elevar os custos de operação. A atuação em conjunto das diferentes organizações no sistema internacional. se faz. necessário,. pois, ainda que não. possuam. o. mesmo 36.

Referências

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