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Os efeitos do programa de ginástica laboral para os funcionários do setor operacional da distribuidora de combustível Bajuí no município de Ijuí-RS

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CEZAR LUIS IVO BACK

OS EFEITOS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL PARA OS FUNCIONÁRIOS DO SETOR OPERACIONAL DA DISTRIBUIDORA DE

COMBUSTÍVEL BAJUÍ NO MUNICÍPIO DE IJUÍ-RS

IJUÍ RS 2012

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CEZAR LUIS IVO BACK

OS EFEITOS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL PARA OS FUNCIONÁRIOS DO SETOR OPERACIONAL DA DISTRIBUIDORA DE

COMBUSTÍVEL BAJUÍ NO MUNICÍPIO DE IJUÍ-RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial à obtenção de Grau de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física.

Orientadora: Profª. Ms. Stela Maris Stefanello Stefanello

IJUÍ RS 2012

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Dedico este trabalho de conclusão de curso aos meus pais, Loreci e José Back , que sempre me apoiaram e incentivaram, ajudando a formar meu caráter e fazendo de mim uma pessoa cada vez melhor e por estarem sempre presentes na minha vida de uma forma indispensável.

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3

AGRADECIMENTOS

Aos meus professores que me orientaram durante esta jornada, mas principalmente a professora Orientadora, Stela, pelo desprendimento ao aceitar me dar apoio.

Aos meus pais, pelo incentivo e por todo apoio em ajudar a vencer mais esta etapa da minha vida.

A minha querida namorada Angélica Helena Schwarz, que esteve comigo nas horas mais difíceis.

A Empresa BAJUÍ, Petrobras, Distribuidora S.A. - RS, pela oportunidade em realizar esta pesquisa em seu espaço, em especial, a todos os funcionários participantes do Programa de Ginástica laboral.

A todos meus amigos que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização deste trabalho.

Ao meu cachorro, fiel companheiro PRETO, que também me inspirou ao vê-lo se alongar todas as manhãs quando levantava de seu ninho de descanso.

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“Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre...”

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da Ginástica Laboral nos desconfortos osteomusculares e a análise ergonômica dos funcionários da BAJUÍ nos setores de trabalho. Para tanto, foi feito um levantamento sobre as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), assim como sobre Ginástica Laboral, analisando-se os aspectos relacionados às LER/DORT. A pesquisa caracterizou-se como sendo uma pesquisa-ação, com caráter qualitativo que teve inicio em 02 de agosto de 2012 e término dia 30 de outubro de 2012. Participaram da pesquisa os funcionários do setor operacional, trabalhadores que realizam o carregamento de caminhões-tanque e a descarga de vagões-tanque, sendo todos do gênero masculino, faixa etária entre 25 a 55 anos, destes, nove são funcionários terceirizados e quatro são efetivados da distribuidora de combustível BAJUI, Petrobras, Distribuidora de Ijuí S.A. – RS. Das evidências apresentadas por diferentes autores, ressalta-se a importância da Ginástica Laboral no alívio dos desconfortos osteomusculares e na diminuição dos casos de LER/DORT, no aumento da produtividade e no maior retorno financeiro para a empresa. Além disso, foi feita a análise ergonômica dos setores de trabalho, para que com todas essas informações, haja uma melhora na saúde e na condição física destes trabalhadores, principalmente na região das costas superior e inferior, diminuindo também os desconfortos no ombro direito, o qual se ouvia muita reclamação por quase todos os funcionários. A pesquisa teve 100% de aceitação por parte dos funcionários, como também o reconhecimento da empresa que apoiou o pesquisador para a concretização da pesquisa reconhecendo que o trabalho beneficiou a todos.

Palavras Chave: Ginástica laboral, Desconfortos Osteomusculares, Hábitos Posturais, Ergonomia.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Plataforma de carregamento, 2012... 22

Figura02 - Caminhões nos box sendo carregados, 2012. ... 22

Figura 03 - Caminhão tanque no Box para ser carregado, 2012. ... 23

Figura 04 - Bicos, 2012. ... 23

Figura 05 - Molas e contrapesos dos bicos, 2012. ... 24

Figura06 - Operador inserindo o bico no compartimento do caminhão tanque.2012. ... 24

Figura 07 - Operador predigitando, 2012... 25

Figura 08 - Operador inserindo a OR no medidor, 2012. ... 25

Figura 09 - Operador abrindo o braço de fecho rápido, 2012... 25

Figura 10 - Operador erguendo o bico Cheio, 2012. ... 25

Figura 11 - Operador trocando o bico de compartimento, 2012. ... 26

Figura 12 - Operador trocando o bico de compartimento, 2012. ... 26

Figura 13 - Operador puxando a escada da maneira incorreta, 2012... 26

Figura14 - Operador puxando a escada da maneira correta, 2012. ... 26

Figura 15 - Operador virando o bico vazio para a baia ao lado, 2012... 27

Figura 16 - Operador virando o bico Vazio para baia ao lado, 2012. ... 27

Figura 17 - Bombas de aditivo, 2012. ... 27

Figura 18 - Tonéis de aditivo, 2012 ... 27

Figura 19 - Operador enchendo os baldes com aditivo, 2012. ... 28

Figura 20 - Operador levando os baldes com aditivo até o CT, 2012. ... 28

Figura 21 - Operador subindo a escada levando o aditivo, 2012. ... 28

Figura 22 - Operador levando aditivo pela passarela até os outros Box, 2012. ... 28

Figura 23 - Operador diluindo o aditivo, 2012. ... 29

Figura 24 - Operador despejando o aditivo no compartimento já carregado, 2012. ... 29

Figura 25 - Operador fechando a tampa do compartimento, 2012... 29

Figura 26 - Operador lacrando a tampa do compartimento, 2012. ... 29

Figura 27 - Operador verificando a temperatura do produto carregado, 2012. ... 30

Figura 28 - Operador retirando uma amostra do produto, 2012. ... 30

Figura 29 - Operador abrindo a tampa da carreta a ser descarregada, 2012. ... 30

Figura 30 - Setas da carreta a ser descarregada, 2012. ... 30

(8)

Figura 32 - Operador retirando o termômetro do produto, 2012. ... 31

Figura 33 - Operador despejando a amostra de produto na proveta, 2012... 31

Figura 34 - Operador analisando a temperatura e densidade do produto, 2012. ... 31

Figura 35 - Tabela com produtos e suas respectivas densidades, 2012. ... 32

Figura 36 - Operador passando os dados para (OR) e planilha, 2012. ... 32

Figura 37 - Operador inserindo o bico para completar a carreta, 2012... 32

Figura 38 - Operador completando a carreta deixando do o produto na seta, 2012. ... 32

Figura 39 - Plataforma para descarga de caminhões tanque (CT), 2012. ... 33

Figura 40 - Operador subindo as escadas da carreta, 2012. ... 33

Figura 41 - Operador conectando o mangote nas instalações de descarga 2012. ... 33

Figura 42 - Operador conectando o mangote na carreta, 2012. ... 33

Figura 43 - Operador abrindo a válvula de bandeja, 2012. ... 34

Figura 44 - Operador abrindo válvula que faz o alinhamento, com o tanque 2012. ... 34

Figura 45 - Operador fazendo o Alinhamento com o tanque, 2012. ... 34

Figura 46 - Operador ligando a bomba , 2012. ... 34

Figura 47 - Operador utilizando a empilhadeira para carregar os tonéis, 2012. ... 35

Figura 48 - Tonel de aditivo peso bruto de 200 Kg, 2012. ... 35

Figura 49 - Operador colocando o tonel de aditivo no carrinho (zorra), 2012... 35

Figura 50 - Operador ajeitando os tonéis de aditivo no carrinho (zorra), 2012. ... 35

Figura 51 - Operadores organizando tonel vazio por um cheio, 2012. ... 35

Figura 52 - Operador troando os tonéis, 2012. ... 35

Figura 53 - Plataforma para descarga de vagões do lado esquerdo, 2012. ... 36

Figura- 54 - Plataforma para descarga de vagões do lado direito, 2012. ... 36

Figura 55 - Operador subindo as escadas até o setor ferroviário, 2012... 37

Figura 56 - Vagões-tanque posicionados para descarga, 2012. ... 37

Figura 57 - Operador conectando o cabo terra no vagão tanque, 2012. ... 37

Figura 58 - Operador colocando o latão em baixo do vagão-tanque, 2012. ... 37

Figura 59 - Operador abrindo a tampa com a chave, 2012. ... 38

Figura 60 - Operador abrindo a tampa com a chave, 2012. ... 38

Figura 61 - Operador abrindo a tampa manualmente, 2012... 38

Figura 62 -. Operador conectando manualmente a peça ao vagão-tanque, 2012. ... 38

Figura 63 - Operador erguendo o mangote, 2012... 39

Figura 64 - Operador arrastando o mangote para baixo do vagão-tanque, 2012. ... 39

(9)

Figura 66- Operador conectando o mangote ao vagão, 2012. ... 39

Figura 67 - Operador abrindo os parafusos com chave, 2012. ... 40

Figura 68- Operador abrindo a tampa de cima do vagão, 2012. ... 40

Figura 69 -. Volante de abertura da válvula interna do vagão tanque, 2012... 40

Figura 70- Operador verificando a temperatura do produto, 2012. ... 40

Figura 71 - Operador passando a pasta na régua “T”, 2012... 41

Figura 72- Operador medindo o espaço vaio com a régua “T”, 2012. ... 41

Figura 73 -. Operador abrindo o volante da válvula interna do vagão, 2012... 41

Figura 74- Operador abrindo o volante da válvula interna do vagão, 2012. ... 41

Figura 75 -. Operador descendo do vagão, 2012. ... 41

Figura 76 - Operador descendo do vagão, 2012. ... 41

Figura 77 -. Operador abrindo a válvula para decida de produto do vagão, 2012. ...42

Figura 78-. Válvulas e saídas de cada produto para descarga do vagão, 2012. ... 42

Figura 79 - Tubulações e instalações da plataforma de descarga de vagões, 2012... 43

Figura 80- Operador abrindo a válvula do suspiro retirada do ar da tubulação, 2012... 43

Figura 80 - Operador abrindo a válvula de bandeja, 2012. ... 43

Figura 81-. Tubulações que levam o produto ao tanque, 2012. ... 43

Figura 82 - Operador retirando ao laboratório, 2012... 44

Figura 83- Operador levando amostra pelo suspiro da bomba, 2012. ... 44

Figura 84 -. Operador colocando amostra no tubo de ensaio, 2012... 44

Figura 85- Operador verificando a temperatura e densidade do produto, 2012. ... 44

Figura 86 - Operador colocando amostra nos frascos, 2012... 44

Figura 87- Prateleira para armazenar amostras, 2012. ... 44

Figura 88 - Operador esvaziando os Frascos no balde, 2012. ... 45

Figura 89-. Operador levando os baldes até a parte das bombas, 2012. ... 45

Figura 90 - Operador abrindo a válvula de saída do tanque, 2012. ... 45

Figura 91- Operador abrindo a válvula de entrada do tanque, 2012. ... 45

Figura 91 - Operador enrolando o cabo terra, 2012. ... 46

Figura 92- Operador colocando os cones nos box, 2012. ... 46

Figura 93 - Operador fechando a válvula de Saída de produto no tanque, 2012. ... 46

Figura 94 -. Operador fechando a válvula de entrada de produto no tanque, 2012. ... 46

Figura 95 - Operador subindo a escada do tanque 92, 2012. ... 47

Figura 96- Trena utilizada para medir os tanques, 2012. ... 47

(10)

Figura 98- Operador utilizando a trena para medir o nível do tanque, 2012. ... 48

Figura 99 - Operador verificando a temperatura do produto no tanque, 2012... 48

Figura 100 - Operador retirando amostra de produto do tanque, 2012. ... 48

Figura 101 - Operador caminhando pela passarela dos tanques 92 e 93, 2012... 48

Figura 102 - Passarela entre os tanques 92 e 93 2012... 48

Figura 103 - Operador descendo a escada do tanque 92. ... 49

Figura 104 - Exercícios realizados nas sessões de Ginástica Laboral, 2012... 71

Figura 105 - Balança de vara, utilizada para pesagem dos objetos pesquisados, 2012... 74

Figura 106 - Bico de carregamento sendo pesado, 2012... 74

Figura 107 - Operador pesando o mangote de descarga de vagões-tanque, 2012... 74

Figura 108 - Operador pesando a tampa superior do vagão-tanque, 2012... 74

Figura 109 - Pesquisador instruindo realizando exercícios para membros inferiores, 2012. 74 Figura 110 - Participantes do projeto participante do projeto de ginástica laboral, 2012... 74

Figura 111 - Exercício utilizando um pedaço de corda, 2012... 75

Figura 112 - Exercício utilizando o cordão da calçada, 2012... 75

Figura 113 - Exercício para amenizar a dor ciática, 2012... 75

Figura 114 - Exercício para membros inferiores, 2012... 75

Figura 115 -Exercícios para a região das costas e membros inferiores, 2012... 75

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Sentido dor ou desconforto atualmente... 52

Quadro 02 – Região do corpo em que sente dor... 52

Quadro 03 – Momento em que a dor se manifesta e quantas vezes na semana... 53

Quadro 04 – Intensidade do desconforto... 54

Quadro 05 – Classificação da postura corporal na execução das suas atividades diárias no trabalho... 55

Quadro 06 - Diagrama de Corllet (Corllet e Manica 1980)... 56

Quadro 07 – Possui algum desconforto osteomuscular antes da prática da Ginástica Laboral... 57

Quadro 08 – Melhora no desempenho funcional dos participantes durante o Programa de Ginástica Laboral...58

Quadro 09 - A saúde melhorou com a prática da GL... 59

Quadro 10 – Resultado da GL na postura corporal e na prevenção de desconfortos osteomusculares durante o expediente... 60 Quadro 11 – Diagrama de Corllet após os três meses do Programa de Ginástica Laboral. 61

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 13 1 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 1.1 Ginástica Laboral... 15 1.2 Ergonomia... 16 1.3 Sedentarismo e LER/DORT... 18 2 ANÁLISE ERGONÔMICA...21

2.1 Diagnóstico e análise ergonômica do setor rodoviário... 22

2.2 Diagnóstico e análise ergonômica do setor ferroviário...36

2.3 Diagnóstico e análise das atividades de início e final da jornada de trabalho...45

3 ANÁLISE DOS DADOS ... 50

3.1 Análise do Instrumento de Pesquisa ... 50

3.2 Análise da Ficha de Avaliação ... 50

3.3 Resultados após as sessões de Ginástica Laboral ... 57

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 63

REFERÊNCIAS ... 65

(13)

INTRODUÇÃO

Conforme Guérin; Laville; Daniellou; Duraffourg; Kerguelen (2001);

[...] estado de saúde de um trabalhador não é independente de sua atividade profissional, mas as relações entre o trabalho e a saúde são complexas. As agressões à saúde ligadas ao trabalho não são somente as doenças profissionais reconhecidas ou os acidentes no trabalho.

A falta de condicionamento físico ocasiona sérios prejuízos ao ser humano, tanto no que diz respeito à saúde, quanto a suas atividades profissionais. É fundamental, portanto, eleger uma atividade física como uma das prioridades na prevenção de doenças e, conseqüentemente, de um bom rendimento no trabalho.

As alternativas para a melhora na saúde física e psicológica que hoje estão disponíveis para as empresas gerarem para seus funcionários são muito maiores e melhores do que eram, dentre elas, esta a Ginástica Laboral. Segundo Martins & Barreto, 2007; Mendes & Leite, 2004; Polito & Bergamaschi, 2002; Hoffman & Harris, 2002 (et al., PEREIRA, 2009, p. 12) a literatura apresenta a ginástica laboral (GL) como um programa de atividades físicas sistematizadas aplicadas no ambiente de trabalho que se propõe dentre outros objetivos a minimizar a incidência e a prevalência de dor e fadiga. A escolha pelas empresas de implantação deste programa se fundamenta em uma necessidade crescente devido à existência de modelos de trabalhos que desencadeiam doenças ocupacionais.

Este trabalho caracterizou-se como sendo uma pesquisa-ação com caráter qualitativo. A pesquisa-ação de acordo com (Franco, 2005, p. 485) “quando a busca de transformação é solicitada pelo grupo de referência à equipe de pesquisadores, a pesquisa tem sido conceituada como pesquisa-ação colaborativa, em que a função do pesquisador será a de fazer parte e cientificar um processo de mudança anteriormente desencadeado pelos sujeitos do grupo”.

Maanen (1979 apud NEVES, 1996, p. 01) afirma que a pesquisa qualitativa assume diferentes significados no campo das ciências visuais. Compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social: trata-se de reduzir a distância de indicador e indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação.

(14)

Os sujeitos que participaram desta pesquisa foram os funcionários do setor operacional, trabalhadores que realizam o carregamento de caminhões-tanque e a descarga de vagões-tanque, sendo todos do gênero masculino, faixa etária entre 25 a 55 anos, destes, nove são funcionários terceirizados e quatro são efetivados da distribuidora de combustível BAJUÍ, Petrobras, Distribuídora de Ijuí S.A. - RS.

A inclusão dos indivíduos na pesquisa teve como critério: ser trabalhador da área operacional, passando horas realizando trabalho de esforço repetitivo, concordando em assinar o TCLM (Termo de Consentimento Livre e esclarecido), conforme, (anexo D).

As sessões de ginástica laboral eram realizadas duas vezes na semana e em dois horários, nas terças e quintas feiras, das 6h45min às 7 horas e das 11 horas às 11h15min, sempre no início da jornada de trabalho, isto no primeiro mês do programa. Já no segundo e terceiro mês, as sessões duravam 30 minutos.

A equipe de funcionários é dividida em 3 horários diferentes, 5 iniciam às 7 horas e terminam às 16 horas, um funcionário inicia às 9 horas e termina às 18 horas e 3 iniciam às 11h30min e terminam 20h30min, com uma hora e quinze minutos de intervalo para o almoço. Na virada do mês acontece a troca de horários e rodízio de setores entre os funcionários.

A empresa que foi realizada a pesquisa, nunca teve nenhum programa de incentivo a prática de exercícios físicos e implantação de programas de Ginástica Laboral. A Petrobras, Distribuidora de Ijuí, S.A., (BAJUÍ), atende toda a região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, sendo assim, a empresa possui o setor de carregamento de caminhões-tanque, setor de descarga de vagões-tanque e o setor administrativo. Fizeram parte da pesquisa os funcionários do setor de carregamento e do setor de descarga de vagões-tanque.

Neste trabalho de conclusão de curso, pretende-se analisar os efeitos da Ginástica Laboral nos desconfortos osteomusculares e a análise ergonômica dos funcionários da BAJUÍ nos setores de trabalho. A pesquisa dividiu-se em três capítulos, o primeiro cápitulo aborda o referencial teórico, caracterizando a Ginástica Laboral (GL), a Ergonomia, o Sedentarismo e as LER/DORT.

No segundo capítulo, abordamos a metodologia utilizada na realização da pesquisa, sua caracterização e as características e a análise ergonômica dos funcionários nos setores de trabalho.

No terceiro e último capítulo foram analisados os dados, mostrando os resultados alcançados com a pesquisa, e depois a finalização, apontando as considerações finais.

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Sendo assim, com este estudo, apresento a importância da Ginástica Laboral (GL), para a melhoria do desempenho funcional, da qualidade para o atendimento aos funcionários, e melhoria na saúde e no bem estar dos mesmos, aumentando a produtividade da empresa e reduzindo o estresse dos seus funcionários, proporcionando uma melhoria no ambiente de trabalho e qualidade de vida.

(16)

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 Ginástica Laboral

“A ginástica laboral é praticada desde 1925 na Polônia, onde foi chamada de Ginástica de Pausa” (POLITO, 2002, p. 112). Estudos comprovam que a partir de 1928, esta atividade física teve um desenvolvimento maior no Japão, cuidando dos funcionários das agências de correios para o fortalecimento muscular e o cultivo da saúde.

No Brasil a Ginástica Laboral teve sua primeira tentativa de implantação em 1969, segundo (LIMA, 2007). Foi trazida pelos executivos do Estaleiro Ishikavajima, no Rio de Janeiro. Alguns anos depois, em 1973 se espalhou pelo sul do país, iniciando suas atividades na cidade de Novo Hamburgo, com um projeto da FEEVALE (Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior de Novo Hamburgo), envolvendo cinco empresas do Vale dos Sinos.

Encontra-se no mundo todo, documentos e o uso de programas de exercícios no local de trabalho como um instrumento para proporcionar aos trabalhadores uma melhor condição física para a execução de todas as suas tarefas diárias. A ginástica laboral pode ser implantada em qualquer empresa, sendo bem planejada para garantir o sucesso do seu desenvolvimento.

Rodrigues (2009 apud PEREIRA, 2009, p.40) ressalta que entre todas as formas de prática de exercícios físicos que são utilizadas pelas empresas em seus projetos para uma melhora na qualidade de vida, destaca-se a Ginástica Laboral, facilitando o reencontro do processo de reeducação para a saúde.

A GL é uma ginástica total que trabalha o cérebro, a mente, o corpo e estimula o autoconhecimento, visto que amplia a consciência e a auto-estima e proporciona um melhor relacionamento consigo mesmo, com os outros e com o meio, levando a uma verdadeira mudança interna e externa das pessoas” (LIETE; MENDES, 2004, p. 3). Conforme afirmam Leite e Mendes (2004), a GL contribui de maneira significativa para a promoção da saúde e da qualidade de vida porque o exercício físico prescrito corretamente é considerado o maior promotor não-medicamentoso e isolado de saúde.

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Essa ginástica busca criar um espaço, no qual os trabalhadores, por livre e espontânea vontade, exercem varias atividades e exercícios físicos, que são muito mais do que um condicionamento mecânico, repetitivo e autônomo. A GL deve ser muito bem planejada e variada, já que é uma pausa ativa no trabalho e serve para quebrar o ritmo da tarefa que o trabalhador desempenha, funcionando como uma ruptura da monotonia (LEITE; MENDES, 2004, p.2).

De acordo com Realce (2001, p. 28) “a ginástica laboral é um conjunto de exercícios diários que visam normalizar capacidade e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimento da integridade do corpo”.

Segundo Pereira (2009 apud LIMA, 2007, p.40) a ginástica laboral é um conjunto de práticas físicas elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente de trabalho, que visa compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho, com duração aproximada de 10 minutos, realizadas no local de trabalho.

Guerra (1995) complementa, afirmando, que é um programa de prevenção e compensação, cujo objetivo é a promoção da saúde dos trabalhadores, através de uma preparação biopsicossocial.

Em síntese, a ginástica laboral proporciona uma melhor condição física e mental aos funcionários, prevenindo e reabilitando as doenças que o trabalho repetitivo e monótono pode acarretar aos trabalhadores.

Os principais objetivos para os trabalhadores são: melhorar a postura e os movimentos executados durante o trabalho, aumentar a resistência à fadiga central e periférica, promover o bem estar geral, melhorar a qualidade de vida, combater o sedentarismo e diminuir o estresse ocupacional (LEITE; MENDES, 2004, p. 14).

A ginástica laboral pode ser classificada em três tipos distintos, Ginástica Laboral preparatória, exercício físico realizado antes de iniciar a jornada de trabalho; Ginástica Laboral compensatória, executada durante o trabalho com a execução da sua função; e por fim a Ginástica Laboral de relaxamento, feita após o término do expediente.

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1.2 Ergonomia

Em Agosto de 2000 a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), adotou a definição para Ergonomia: “A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho global do sistema”.

Para Pereira (2003) o termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez em 1857 pelo polaco Wojciech Jastrzebowski, quando publicou o artigo “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho baseado nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”. Segundo (Iida, 1995 apud PEREIRA, 2003, p. 08) quase cem anos depois em 12 de julho de 1949, data oficial, um grupo de cientistas e pesquisadores se reuniram na Inglaterra, pela primeira vez para discutirem e formalizarem a existência de um novo rumo de aplicação de caráter interdisciplinar da ciência.

Segundo Wisner (1972 apud PEREIRA, 2003, p. 07), “o termo ergonomia deriva de origem grega – ergo (trabalho) e nomos (regras) e o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia”.

O conceito de ergonomia segundo Leite e Mendes (2004) surgiu em 1948 por causa do projeto da cápsula espacial norte-americana, quando o homem tentou adaptar qualquer tipo de máquina ou situação às características humanas. Em decorrência do desconforto pelo qual passaram os astronautas no primeiro protótipo da cápsula espacial, houve a necessidade de re-planejar o tempo e os meios para a viagem ao espaço. Conseqüentemente iniciou-se, a avaliação antropométrica baseada na concepção de que o fundamental não é adaptar o homem ao trabalho, mas, ao contrário, procurar adaptar as condições de trabalho ao ser humano. Com isso nasceu o conceito moderno de ergonomia.

Para Wisner (1987 apud PEREIRA, 2003, p. 09) a ergonomia tem duas finalidades: o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores, e a concepção e o funcionamento satisfatório do sistema técnico do ponto de vista da produção e da segurança.

Os estudos ergonômicos visam adaptar o trabalho ao homem, através da análise da tarefa, da postura e dos movimentos do trabalhador, assim como de suas exigências físicas e psicológicas, a fim de reduzir a fadiga e o estresse, proporcionando um posto de trabalho

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seguro e confortável. Com isso, pode-se reduzir o cansaço mental e físico dos operadores e, conseqüentemente, aumentar a eficiência no trabalho.

“Em ergonomia, as relações do conforto com a produtividade estão cada vez mais próximas. Não é possível pensar em produtividade sem o conforto e no conforto sem a produtividade. Além disso, a ergonomia deve garantir a segurança durante a execução das tarefas para evitar os acidentes de trabalho” (LEITE; MENDES, 2004, p. 91).

Stefanello (2004) ressalta que a maioria das definições de ergonomia coloca em questão dois objetivos mais abrangentes: de um lado, o conforto e a saúde dos trabalhadores: eles se inquietam ao evitar os riscos (acidentais e ocupacionais) e de minimizar a fadiga (ligada ao metabolismo do organismo, ao trabalho dos músculos e das articulações, ao tratamento da informação e à vigilância) e do outro lado, a eficácia: através da qual a organização mede suas diferentes dimensões (produtividade e qualidade). Esta eficácia é dependente da eficiência humana – em conseqüência, a ergonomia visa conceber sistemas adaptados à lógica de utilização dos trabalhadores.

Ainda, podemos ressaltar os fatores ambientais de natureza física e química, que podem afetar a saúde, a segurança e o conforto das pessoas. Tais fatores como, ruídos, vibrações, iluminação, substâncias químicas, o clima, entre outros.

De acordo com Weerdmeester (2000) “um ruído que ultrapassa a média de 80 decibéis (dB (A)) em oito horas de exposição, pode provocar surdez. Se o ruído tiver uma intensidade constante de 80 dB (A), o tempo de exposição máximo permitido é de oito horas”. É indicado nesses casos o uso de protetores auriculares, como uma forma de prevenção.

As substâncias químicas podem ser em forma de gases, líquidos, poeira, sólidos ou vapores. Essas substâncias podem ser cancerígenas e provocar mutações genéticas e o nascimento de pessoas com deficiência.

Weerdmeester (2000, p. 103) ressalta que, “existem limites internacionais de tolerância de substâncias químicas, sendo que o limite de tolerância é a concentração média de uma substância encontrada no ar, durante oito horas, e que não pode ser ultrapassada em nenhum dia”.

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1.3 Sedentarismo e LER/DORT

O sedentarismo é a falta de atividade física suficiente para o corpo e que também afeta a saúde e os músculos do corpo. De acordo com a Revista Saúde Pública (1990), o sedentarismo está presente em um número maior da população brasileira do que, o tabagismo, a hipertensão, o alcoolismo e a obesidade.

Existem variadas formas de se evitar o sedentarismo, como: praticar exercícios físicos, correr, nadar, pedalar, caminhar. São atividades que complementam o dia a dia das pessoas e ajudam a diminuir o estresse e assim o não surgimento das LER/DORT (Lesões por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).

As LER/DORT vem crescendo nos últimos anos no mundo todo, é uma síndrome polêmica de dimensões sociais e econômicas, que reflete no trabalhador por exercer suas atividades e o sofrimento decorrente disso.

Segundo Millander, Louise e Simmons (1992, apud PEREIRA, 2009, p. 16) o precursor e considerado pai da Medicina Ocupacional, foi o médico italiano, Bernardino Ramazzini, que descreveu em 1717 em um tratado médico intitulado “De Morbis Artificum Diatriba”, (As Doenças dos Trabalhadores), um quadro clínico de DORT (tenossinovite), denominando-a doença dos escribas, cuja causa ele relacionou com os movimentos repetitivos, posturas forçadas e estresse mental geral.

Em 1987, o primeiro termo a surgir no Brasil para designar as formas clínicas adquiridas ou desencadeadas na atividade ocupacional, foi LER (Lesões por Esforços Repetitivos, por meio de uma tradução do inglês da sigla RSI (Repetitive Strain Injury) de origem na Austrália, Bammer (1987 e 1992 apud PEREIRA 2009, p. 16).

No Brasil, “até a década de 1980, a LER era conhecida como “doença dos digitadores”, devido aos primeiros casos de tenossinovite terem sido diagnosticados em digitadores” (SATO, 1993 et al., Pereira, 2009, p. 17).

De acordo com artigo apresentado na Revista Brasil (1998, p.27 apud PEREIRA, 2009, p. 17) a última revisão feita pelo INSS em 1998, DORT é uma “síndrome clínica, caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho.

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Hoje a LER é considerada um problema de saúde pública. Desta forma, não somente os digitadores são considerados categorias profissionais com risco de desenvolver a doença, como também, as formas clínicas da LER abrangem mais patologias do que a tenossinovite.

As LERS são consideradas como acidentes de trabalho, pois de acordo com o 2º art. 132 do Decreto n.2.172 de 05/06/97, “constatando-se que a doença resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a previdência social deve equipará-la a acidente de trabalho”. Sendo assim a empresa ou o órgão competente, ficam obrigados a emitir a CAT (comunicação de acidente de trabalho), quando o funcionário sofre um acidente de trabalho, no caso as LERS, conforme art. 134 do Decreto n. 2172 e3 05/06/97 (DOU, 06/03/97).

“Diversos autores mencionam que as DORTS prevalecem mais em mulheres e na faixa etária menor que 40 anos com baixo grau de escolaridade” (LACAZ, 1999; QUINTER, 1991 et al., PEREIRA, 2009, p. 18).

Oliveira (2002 apud, PEREIRA, 2009, p.18) ressalta que as LER/DORT já são consideradas doenças epidêmicas no Brasil, devido ao registro de uma média de 30 mil casos/ano.

O quadro clínico das LER/DORT pode ser definido por estágios segundo Brasil (2001), peso e desconforto, uma dor leve durante a jornada de trabalho. Dor mais intensa e persistente, intermitente durante a jornada de trabalho, podendo ocorrer fora do trabalho, podendo haver formigamento, redução da produtividade, recuperação mais lenta. Dor intensa, onde acontece a irradiação e não alivia completamente com repouso; perda de força muscular; limitação de atividade fora do ambiente de trabalho. Dor intensa e constante, piora com o movimento, perda da força e coordenação e alterações psicológicas.

A fadiga muscular ou desconforto osteomuscular possui os mesmos sintomas que as LER/DORT, sendo o trabalho repetitivo a principal causa. Porém, ela é o início das alterações músculo-esqueléticas causando sintomas como dor, sensação de cansaço, peso e formigamento nos membros superiores, acarretando assim as LER/DORT.

Segundo (Hagberg, 1994, apud Rocha, Glina, Viana e Glasso, 2006, p. 52) os Distúrbios Osteomusculares podem ocorrer em qualquer estrutura do aparelho locomotor, mas os membros superiores são os locais mais freqüentemente comprometidos.

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Esses distúrbios têm seu crescimento anual nas estatísticas oficiais a partir de 1987, representando atualmente a doença do trabalho mais registrada junto à previdência social.

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2 ANÁLISE ERGÔNOMICA

2.1 Diagnóstico e análise ergonômica do setor rodoviário

A empresa que foi realizada a pesquisa chama-se Petrobras, Distribuidora de Ijuí S.A. (BAJUÍ), localizada na Av. José Gabriel, n. 578, Bairro Tiaraju, no município de Ijuí-RS. O Programa de GL foi implantando pelo pesquisador durante três meses.

A plataforma de carregamento é onde os operadores da distribuidora passam a maior parte do tempo realizando suas tarefas diárias. Os operadores que iniciam sua jornada de trabalho na plataforma, (figura 01), que é dividida em 5 box de carregamento, onde é possível carregar 5 caminhões tanques (CT) por vez.

Figura 01 - BACK, Cezar. Plataforma de carrega- Figura 02 - BACK, Cezar. Caminhões nos box mento, 2012. sendo carregados, 2012.

Logo que um caminhão tanque (CT) estaciona em um dos box sob o bico de carregamento, (figura 2), para carregar, o operador pega as ordens de carregamento (OR), confere se o motorista esta usando os equipamentos de segurança (EPIs), que muitas vezes é motivo de discussões entre o operador e o motorista que se recusa a usá-los, ocasionando estresse.

A seguir, confere se o motorista fez o aterramento do caminhão-tanque (CT), conectando o cabo terra a ele, permitindo a continuidade elétrica, para o escoamento da energia estática, eliminando o risco de explosões, sobe na plataforma 14 degraus, coloca as ORs nos medidores, desse a escada pantográfica, sobe no caminhão-tanque (CT), introduz o bico de carregamento no interior do compartimento do caminhão-tanque (CT), (figura 06), de

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tal forma que o bico toque o fundo e a borda do bocal do caminhão-tanque (CT). O objetivo é permitir o escoamento da energia estática gerada durante o carregamento, e diminuir as perdas por evaporação. O operador vai até os medidores, onde é zerado e pré-digitado no medidor, a quantidade indicada para o compartimento do caminhão-tanque (CT), a seguir é acionada a válvula de autorização do medidor volumétrico. Então o operador abre a válvula de fecho rápido do bico de carregamento. Neste momento, o produto já estará escoando para o interior do caminhão-tanque (CT), e o operador sobe novamente no caminhão e fica na posição em pé prestando atenção nos medidores e na seta do caminhão para que não haja derrame, motivo de muita atenção e preocupação dos carregadores, pelo risco de explosão e também de perda de combustível, prejuízo para empresa.

Quando é feito todo o carregamento do caminhão-tanque (CT) o carregador recolhe o bico, retira as ORs dos medidores, confere fazendo o cálculo das mesmas, confirmando as quantias carregadas, assina e desse os 14 degraus da plataforma para devolvê-las ao motorista, espera o caminhão-tanque (CT) seguinte e recomeça todo o procedimento.

Figura 03 - BACK, Cezar. Caminhão tanque Figura 04 - BACK, Cezar. Bicos, 2012. no Box para ser carregado, 2012.

Existem vários tipos de caminhões-tanque, por exemplo, toco, truque, bi-truque, carreta, bi-trem e tri-mião, as suas capacidades vão de 5 mil até 60 mil litros. A (figura 03), mostra um caminhão-tanque (CT) de 6 compartimentos (6 bocas), mas eles podem conter somente um compartimento ou até 8 bocas. Isso significa que o operador terá de levantar 8 vezes o bico de carregamento para encher todas as 8 bocas. Na (figura 04) podemos ver os bicos que são estruturas de alumínio com molas, articulações e contrapesos, (figura 05), para que os operadores possam inserí-los com mais facilidade dentro dos compartimentos.

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O tempo que cada caminhão-tanque (CT) leva para ser carregado depende da quantia, total, do numero de compartimentos, e de quantos produtos carregará. Um caminhão-tanque (CT) de 15 mil litros, carregando somente óleo diesel, leva uma média de 15 a 20 min. Já uma carreta com 30 mil litros leva uma média de 40 a 50min

Figura 05 - BACK, Cezar. Molas e contrapesos Figura06 - BACK, Cezar. Operador inserindo o bico dos bicos, 2012. no compartimento do caminhão tanque.2012.

Antes de iniciar o carregamento do caminhão-tanque (CT) o operador insere a ordem de carregamento (OR) nos medidores, pré-digita as quantias a serem carregadas de cada produto. Para o carregamento da gasolina comum (gasolina C) são dois medidores, um para a gasolina A, outro para o álcool anidro, pois na gasolina C deve conter um percentual de 80 % de gasolina A e 20 % de álcool anidro. Na (figura 07), o operador está agachado predigitando de maneira correta, flexionando o quadril e joelhos, já na (figura 08) o operador esta inserindo as ORs curvando o corpo sobrecarregando a região lombar, podendo ocasionar desconfortos osteomusculares.

Figura 07 - BACK, Cezar. Operador predigitando, Figura 08 - BACK, Cezar. Operador inserindo a OR 2012. no medidor, 2012.

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No óleo diesel vai um percentual de 5 % de biodiesel, há um medidor para diesel puro e outro para o biodiesel puro. Quando acionamos os gatilhos dos medidores os produtos se misturam durante o carregamento como no procedimento do carregamento da (Gasolina C). Para o carregamento do álcool hidratado utilizamos somente um medidor, nele não vai mistura. Para cada tancagem é uma quantia e percentual diferente, esta é a grande preocupação do operador em não predigitar quantias erradas, ocasionando assim o transbordamento do caminhão-tanque (CT).

O carregador não realiza somente um trabalho braçal, mas também um trabalho onde ele deve ter muita atenção ao realizar os cálculos matemáticos, não deixando ocorrer erros.

Figura 09 - BACK, Cezar. Operador abrindo o Figura 10 - BACK, Cezar. Operador erguendo o bico o braço de fecho rápido, 2012. cheio, 2012.

O braço de fecho rápido do bico de carregamento na (figura 09), quando aberto, libera os produtos para o carregamento do caminhão-tanque (CT), na (figura 10), o operador esta levantando o bico para o escoamento, o peso de um bico totalmente cheio de produto durante o carregamento é de 40 Kg, e o peso dele após o término do carregamento, para fazer o escoamento é de 25 Kg. O levantamento dos bicos se tornam movimentos repetitivos que ocasionam lesões por esforço repetitivo (LERs) que podem ocasionar desconfortos osteosmusculares (DORT) na parte superior do corpo, braços, ombros e costas.

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Figura 11 - BACK, Cezar. Operador trocando o bico Figura 12 - BACK, Cezar. Operador trocando o bico de compartimento, 2012. bico de compartimento, 2012.

Nas (figuras 11 e 12), mais um procedimento em que o operador aparece trocando o bico de carregamento de compartimento.

O operador ao trocar o bico de compartimento tem a ajuda das molas e contrapesos, (figura 05), que ajudam a diminuir o peso, deixando com que o bico fique pesando 10 kg quando vazio. Este também é um procedimento que se torna um esforço repetitivo, ainda mais quando os caminhões contem vários compartimentos.

Figura 13 - BACK, Cezar. Operador puxando a Figura14 - BACK, Cezar. Operador puxando a escada da maneira incorreta, 2012. escada da maneira correta, 2012.

Na (figura 13), o operador logo após realizar o carregamento do caminhão-tanque (CT), recolhe a escada pantográfica da maneira incorreta, fazendo com que a puxada se torne mais pesada, na (figura 14), ele puxa da maneira correta, nos seus degraus, flexionando os membros inferiores, tornando essa puxada mais leve.

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Figura 15 - BACK, Cezar. Operador virando o bico Figura 16 - BACK, Cezar. Operador virando o bico vazio para a baia ao lado, 2012. vazio para baia ao lado, 2012.

Nas (figuras 15 e 16), o operador faz um movimento com o bico, que é de virá-lo de um box para o outro, isso por que há somente um bico de gasolina em cada plataforma, este movimento é realizado seguidamente, pelos operadores sempre que um caminhão tenha gasolina em sua programação.

Figura 17 - BACK, Cezar. Bombas de aditivo, 2012. Figura 18 - BACK, Cezar. tonéis de aditivo, 2012

Um dos procedimentos é aditivar o caminhão-tanque (CT), quando ele carregar gasolina supra ou extra diesel. Na (figura 17) observa-se os baldes com capacidade de 10 litros, a bomba para o aditivo da gasolina supra e a bomba para o aditivo do extra diesel.

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Figura 19 - BACK, Cezar. Operador enchendo os Figura 20 - BACK, Cezar. Operador levando os baldes com aditivo, 2012. baldes com aditivo até o CT, 2012.

No procedimento da (figura 19), o operador está enchendo os baldes com aditivo de maneira incorreta por estar curvando a coluna, não flexionando os joelhos, podendo assim, ocasionar o desconforto osteomuscular na região lombar,

No processo de aditivar um caminhão-tanque (CT), o operador deve ter muito cuidado para não entrar em contato com a pele e jamais com os olhos, pois o aditivo é um produto cancerígeno e pode ocasionar a cegueira.

Figura 21 - BACK, Cezar. Operador subindo a esca- Figura 22 - BACK, Cezar. Operador levando aditivo da levando o aditivo, 2012. pela passarela até os outros Box, 2012.

Quando um dos operadores não está carregando o caminhão, fica encarregado de levar aditivo para seu colega quando solicitado. Nas (figuras 21 e 22) o carregador sobe 09 degraus, deslocando-se pela passarela, descendo outros 09 degraus até os outros box.

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Figura 23 - BACK, Cezar. Operador diluindo o Figura 24 - BACK, Cezar. Operador despejando o aditivo, 2012. aditivo no compartimento já carregado, 2012.

Na (figura 23) o operador está diluindo o aditivo com o produto já carregado. Para isso mergulha o balde com aditivo dentro do compartimento com uma postura que pode provocar desconforto na região lombar. Indica-se flexionar sempre os joelhos mantendo a coluna ereta.

Na (figura 24), na mesma posição ele despeja o aditivo já diluído.

Figura 25 - BACK, Cezar. Operador fechando a Figura 26 - BACK, Cezar. Operador lacrando a tampa do compartimento, 2012. tampa do compartimento, 2012.

No final do carregamento o carregador deve fechar as tampas e lacrar, nas (figuras 25 e 26), mais flagrante de uma má postura, em que ele não flexiona os membros inferiores.

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Figura 27 - BACK, Cezar. Operador verificando a Figura 28 - BACK, Cezar. Operador retirando uma temperatura do produto carregado, 2012. amostra do produto, 2012.

O procedimento realizado nas (figuras 27 e 28) é feito de hora em hora, verificando a temperatura e a densidade do produto tendo que passar essas informações para o setor administrativo que as coloca no sistema para sair nas notas fiscais.

Figura 29 - BACK, Cezar. Operador abrindo a tam- Figura 30 - BACK, Cezar. Setas da carreta a ser pa da carreta a ser descarregada, 2012. descarregada, 2012.

Os procedimentos a seguir são sobre a descarga de caminhões-tanque. Por ocasião das descargas, o operador observa se os lacres estão sem indícios de violação, se a há vazamentos, se o nível do produto encontra-se na seta, (figura 30), caso contrário deve completar na mesma.

Na (figura 29), o operador está abrindo um dos compartimentos do bi-trem a ser descarregado. Este bi-trem está carregado com álcool hidratado, vindo das usinas, para ser distribuído aos clientes. Esta tampa não é pesada por ser de alumínio, mas observa-se que ele esta flexionando membros inferiores da maneira correta. Na (figura 30), ele confere se o produto esta na seta (chapa de metal que indica o nível do produto),

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Figura 31 - BACK, Cezar. Operador retirando uma Figura 32 - BACK, Cezar. Operador retirando o amostra de produto da carregada, 2012. termômetro do produto, 2012.

A seguir na (figura 31), ele retira uma amostra do produto com saca amostra. Na (figura 32), ele retira o termômetro que verifica a temperatura do produto, de uma maneira inadequada curvando sua coluna, podendo ocasionar o desconforto osteomuscular na parte inferior das costas. Recomenda-se flexionar os membros inferiores como na (figura 31).

Figura 33 - BACK, Cezar. Operador despejando a Figura 34 - BACK, Cezar. Operador analisando a amostra de produto na proveta, 2012. temperatura e densidade do produto, 2012.

Ao retirar a amostra e temperatura ele se desloca até a casinha onde ficam os decímetros e termômetros de submersão.

Na (figura 34), observa se o produto a ser descarregado está de acordo com a nota fiscal e se o mesmo reúne as especificações mínimas exigidas pelo DCN (densidade, aspecto visual, isenção de matérias em suspensão, etc.).

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Figura 35 - BACK, Cezar. Tabela com produtos e Figura 36 - BACK, Cezar. Operador passando os e suas respectivas densidades, 2012. os dados para (OR) e planilha, 2012.

A (figura 35), mostra uma tabela com as densidades de cada produto para que o operador saiba qual decímetro usar, na (figura 36), ele anota dados na (OR) e na planilha.

Figura 37 - BACK, Cezar. Operador inserindo o Figura 38 - BACK, Cezar. Operador completando a bico para completar a carreta, 2012. a carreta deixando do o produto na seta, 2012.

Na (figura 38), o operador está completando o caminhão-tanque (CT), até a seta, para que fique no nível certo para descarregar. Observa-se na (figura 37), que a carreta é mais alta que a plataforma e para o operador ficar cuidando a seta, curva suas costas e fica o tempo de 5 minutos nesta posição, podendo ocasionar desconforto na região lombar, não se recomenda flexionar os membros inferiores para não ficar muito perto do produto, evitando inalar gases e vapores que são prejudiciais a saúde.

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Figura 39 - BACK, Cezar. Plataforma para descarga Figura 40 - BACK, Cezar. Operador subindo as de caminhões tanque (CT), 2012. escadas da carreta, 2012.

A plataforma para descarga de caminhões-tanque (CT), (figura 39), tem capacidade para descarregar três carretas ao mesmo tempo, sendo um box somente para o biodiesel e dois box para todos os produtos. Para se proceder a descarga, executa-se as seguintes tarefas, ligar o cabo terra, subir na carreta, como na (figura 40), isso para abrir as tampas em cima para entrada de ar, casso contrário o produto não escoa.

Esse procedimento é realizado por um operador da Distribuidora Petrobras e às vezes pelos próprios motoristas das carretas.

Figura 41 - BACK, Cezar. Operador conectando o Figura 42 - BACK, Cezar. Operador conectando o mangote nas instalações de descarga 2012. mangote na carreta, 2012.

Deve-se conectar o mangote na entrada da tubulação do produto que irá descarregar (figura 41), e na carreta (figura 42), indica-se sempre flexionar os joelhos para que não haja o desconforto nas costas.

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Figura 43 - BACK, Cezar. Operador abrindo a Figura 44 - BACK, Cezar. Operador abrindo válvula válvula de bandeja, 2012. que faz o alinhamento, com o tanque 2012.

Depois de conectar o mangote e cabo terra, abrem-se as válvulas de bandeja (figuras 43, 44 e 45).

Figura 45 - BACK, Cezar. Operador fazendo o Figura 46 - BACK, Cezar. Operador ligando a alinhamento com o tanque, 2012. bomba , 2012.

O operador na (figuras 44 e 45), faz o alinhamento das tubulações com os tanques, para que o produto vá para o tanque certo. Estas válvulas são pesadas e o operador dá um total de 10 voltas para abri-las e fechá-las. Na (figura 46), ele liga a bomba respectiva ao produto, pois cada produto possui uma bomba que faz com que o produto seja bombeado, descarregando o produto da carreta direto para o seu respectivo tanque.

Depois de concluir, o operador sobe novamente na carreta. Para inspecionar, certifica-se de que o caminhão-tanque está completamente vazio, desconecta mangotes e o cabo-terra, desfaz os procedimentos de alinhamento e libera o motorista para sair.

Os cálculos comparativos que permitem mensurar o volume descarregado é feito no setor administrativo.

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Figura 47 - BACK, Cezar. Operador utilizando a Figura 48 - BACK, Cezar. Tonel de aditivo peso empilhadeira para carregar os tonéis, 2012. bruto de 200 Kg, 2012.

Quando acaba o aditivo nos tonéis, fica a cargo de um operador da BR, trocá-lo, para isso ele utiliza uma empilhadeira, (figura 47). O peso bruto desses tonéis é de 200 Kg.

Figura 49 - BACK, Cezar. Operador colocando o Figura 50 - BACK, Cezar. Operador ajeitando os tonel de aditivo no carrinho (zorra), 2012. tonéis de aditivo no carrinho (zorra), 2012.

Com a ajuda de um dos terceirizados o operador da Petrobras coloca o tonel para cima do carrinho (zorra). Neste procedimento, pelo tonel ser muito pesado aconselha-se ter muito cuidado ao manusear para não lesionar os membros superiores e esmagar os dedos.

Figura 51 - BACK, Cezar. Operadores organizando Figura 52 - BACK, Cezar. Operador troando o os tonéis, 2012. tonel vazio por um cheio, 2012.

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Na (figura 51) os operadores organizam os demais tonéis em seus devidos lugares. Com o carrinho (zorra) carregam o tonel de aditivo deslocando-se 100m até a plataforma, descarregam e substituem o vazio pelo cheio (figura 52).

Para ter uma média de quantas vezes os operadores repetem os procedimentos no setor rodoviário, foi acompanhado e contado quantos caminhões um operador carrega em um dia normal de trabalho. A média foi de 12 caminhões, num total de 45 compartimentos carregados, isto quer dizer que o operador ergueu 90 vezes o bico de carregamento, pois em cada compartimento para escoar o bico ele deve ser erguido, abaixado até o fundo e erguido novamente. Quanto ao número de vezes que ele abaixou-se para por as ordens de carregamento (OR) nos medidores, contamos o número de (ORs) que foram utilizadas no carregamento dos 12 caminhões: a média total foi de 52 ordens de carregamento (OR), e as vezes que o operador abaixou-se para predigitar as quantias nos medidores, analisamos os 45 compartimentos e multiplicamos por 2, isto por ser dois medidores para cada produto, pegamos então o numero de vezes que ele aditivou os compartimentos, obtendo uma média de 8 vezes, ou seja, mais 16 (OR), totalizando 106 vezes que o operador se abaixa para predigitar.

Com a análise destes dados podemos perceber como um dia de trabalho de um carregador de caminhão-tanque (CT), se torna monótono e cansativo. Por estes procedimentos de esforço repetitivo que os operadores passam diariamente que as LER/DORT (Lesões por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), podem se manifestar em seus corpos.

2.2 Diagnóstico e análise ergonômica do setor ferroviário

A plataforma para descarga de vagões-tanque nas (figuras 53 e 54), pode descarregar até 16 tanque por vez. Em cada lado dela são manobrados 8 vagões-tanque, carregados, vindos do terminal de Canoas.

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Figura 53 - BACK, Cezar. Plataforma para Figura- 54 BACK, Cezar. Plataforma para descarga descarga de vagões do lado esquerdo, 2012. de vagões do lado direito, 2012.

Para o operador chegar até o setor ferroviário ele sobe um total de 70 degraus, (figura 55). É preciso tomar muito cuidado com a manobra do vagão-tanque. O acesso do pessoal de operação não é permitido antes do posicionamento final dos vagões-tanque.

Figura 55 - BACK, Cezar. Operador subindo as Figura 56 - BACK, Cezar. Vagões-tanque posiciona- escadas até o setor ferroviário, 2012. dos para descarga, 2012.

Figura 57 - BACK, Cezar. Operador conectando Figura 58 - BACK, Cezar. Operador colocando o o cabo terra no vagão tanque, 2012. latão em baixo do vagão-tanque, 2012.

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Assim que os vagões-tanque estiverem posicionados no local de descarga, (figura 56), o operador deve conectar o cabo-terra, (figura 57), de maneira a permitir a continuidade elétrica entre as instalações e os vagões-tanque, desta forma, você evita os riscos de incêndios e explosões. Na (figura 58), antes de abrir a tampa de baixo do vagão, coloca-se um latão, porque muitas vezes as tampas vêm cheias, o latão evita que o produto respingue no uniforme do operador e que também caia no solo contaminando o meio ambiente.

Figura 59 - BACK, Cezar. Operador abrindo a Figura - 60 BACK, Cezar. Operador abrindo a tampa tampa com a chave, 2012. com a chave, 2012.

A seguir, o operador examina, cuidadosamente, se os lacres colocados nas válvulas de saída lateral estão intactos, aí começa o processo de abertura das tampas em baixo do vagão, para isso o operador utiliza uma chave de 3 Kg. Nas (figuras 59 e 60) ele frouxa a tampa e recomenda-se flexionar os joelhos, mas muitas vezes a flexão dos joelhos prejudica seu trabalho, pois as tampas vêm muito apertadas então o operador acaba tendo que fazer o seu trabalho com uma postura inadequada, (figura 59).

Figura 61 - BACK, Cezar. Operador abrindo a Figura 62 - BACK, Cezar. Operador conectando

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Depois de abrir a tampa manualmente, (figura 61), o operador conecta uma peça (figura 62), que permite conectar o mangote ao vagão-tanque.

Figura 63 - BACK, Cezar. Operador erguendo o Figura 64 - BACK, Cezar. Operador arrastando mangote, 2012. o mangote para baixo do vagão-tanque, 2012.

Na (figura 64), o operador arrasta o mangote que pesa 60 Kg, para ser conectado ao vagão-tanque.

Figura 65 - BACK, Cezar. Operador conectando o Figura 66- BACK, Cezar. Operador conectando o

mangote ao vagão, 2012. mangote ao vagão, 2012. Nas (figuras 65 e 66), ele conecta o mangote ao vagão-tanque, esse movimento de

erguer o mangote pesa 20 kg. Nos procedimentos em que os operadores entram embaixo dos vagões-tanque, a preocupação é de não respingar produto em seus olhos, não sujar seu uniforme e também em não bater suas costas nas escadas dos vagões, que ficam bem atrás de onde o mangote é conectado, nas figuras (59 e 60), podemos observar bem.

Todos esses processos continuam no vagão-tanque seguinte, até o operador fazer todas as conexões entre as instalações e os vagões-tanques.

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Podemos constatar aqui o trabalho com esforço repetitivo e monótono que pode ocasionar lesões ou desconfortos nos membros superiores e inferiores.

Figura 67 - BACK, Cezar. Operador abrindo os Figura 68- BACK, Cezar. Operador abrindo a tampa parafusos com chave, 2012. de cima do vagão, 2012.

Na (figura 67), com uma chave que pesa 2 kg o operador abre 08 parafusos grandes, em algumas das tampas fica difícil de abrir, por causa da pressão que o calor faz com que o produto exerça sobre as tampas do vagão. Na (figura 68) ele abre a tampa que pesa 22 Kg, esse processo ele faz em todos os vagões, tornando-se também um trabalho de esforço repetitivo, pois de 16 vagões-tanque ele abrira um total de 128 parafusos. Recomenda-se flexionar os membros inferiores para que não ocorra algum desconforto na região lombar.

Figura 69 - BACK, Cezar. Volante de abertura da Figura 70- BACK, Cezar. Operador verificando a válvula interna do vagão tanque, 2012. temperatura do produto, 2012.

Como nos caminhões-tanque deve-se introduzir o termômetro, (figura 70), no meio da massa líquida de cada vagão-tanque, (figura 69), a seguir, retiram-se as amostras,

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pela ordem de descarga dos vagões-tanque, ou seja, do primeiro, de um intermediário, e do último.

Figura 71 - BACK, Cezar. Operador passando a Figura 72- BACK, Cezar. Operador medindo o pasta na régua “T” , 2012. espaço vaio com a régua “T”, 2012.

Decorrido o prazo estabelecido para imersão do termômetro (5min) o operador faz a leitura da temperatura de cada vagão-tanque.

Na (figura 72), com o auxílio da régua “T” mede-se o espaço vazio, utilizando-se a pasta detectora de produto, (figura 71), verifica-se em seguida, o nível do corte do produto, a diferença entre os espaços vazios medidos que será a altura do produto.

Figura 73 - BACK, Cezar. Operador abrindo o Figura 74- BACK, Cezar. Operador abrindo o volante da válvula interna do vagão, 2012. volante da válvula interna do vagão, 2012.

Nas (figuras 73 e 74), o operador abre uma válvula interna, que permite que o produto escoe através dos mangotes. O procedimento de medir o espaço vazio e abrir o volante fica a cargo de um operador efetivado da Petrobras, e esse procedimento ele faz nos 16 vagões, as vezes fica difícil de abrir, tornando-o um procedimento de esforço repetitivo, que pode lhe causar desconforto nos membros superiores e inferiores.

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Figura 75 - BACK, Cezar. Operador descendo do Figura 76 BACK, Cezar. Operador descendo do do vagão, 2012. vagão, 2012.

Na plataforma do setor ferroviário não há escadas, fazendo com que o operador muitas vezes tenha que saltar da plataforma para o vagão, ou do vagão para plataforma, nas (figuras 75 e 76), observa-se que ele utiliza um cinto trava-quedas para sua maior segurança, que em caso de quedas ele trava como um cinto de segurança de automóveis. Este cinto é muito importante em dias de chuva, pois na plataforma não há cobertura fazendo com que o piso se torne muito escorregadio.

Figura 77 - BACK, Cezar. Operador abrindo a Figura 78- BACK, Cezar. Válvulas e saídas de cada válvula para decida de produto do vagão, 2012. produto para descarga do vagão, 2012.

Na (figura 77), o operador abre a válvula de bandeja, permitindo que o produto escoe do vagão para o tanque, neste procedimento o operador deve ter muita atenção em conectar o mangote na saída certa, pois cada produto tem um tanque para ser armazenado, e se ele conectar na saída errada contaminara todo o tanque. Neste procedimento para abrir as válvulas, fica ruim flexionar os membros inferiores, algumas válvulas são duras, então o operador não tem alternativa a não ser curvar as costas, podendo lhe ocasionar desconforto na região lombar e membros superiores.

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Figura 79 - BACK, Cezar. Tubulações e instalações Figura 80- BACK, Cezar. Operador abrindo a válvula da plataforma de descarga de vagões, 2012. do suspiro para retirada do ar da tubulação, 2012.

Na (figura 80), o operador abre o suspiro para retirada do ar das tubulações, para que através delas (figura 79), passe somente o produto não levando ar para o setor de carregamento de caminhões-tanque.

Figura 81 - BACK, Cezar. Operador abrindo a Figura 82- BACK, Cezar. Tubulações que levam o válvula de bandeja, 2012. produto ao tanque, 2012.

Depois de todo o procedimento no setor ferroviário o operador desse até o parque das bombas onde faz o alinhamento das tubulações com as bombas, na (figura 81), ele abre as válvulas de bandeja que permite o produto ser bombeado através das tubulações para os seus respectivos tanques de armazenamento, (figura 82) ou direto para o setor rodoviário, onde é feito o carregamento de caminhões-tanque.

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Figura 83 - BACK, Cezar. Operador retirando Figura 84- BACK, Cezar. Operador levando amostra pelo suspiro da bomba, 2012. ao laboratório, 2012.

Encerrada a descarga, o operador certifica-se de que todos os vagões encontram-se vazios, finalmente ele fecha todas as tampas, desconecta todos os mangotes e cabos terra, desfaz todos os procedimentos e o comboio de vagões-tanque fica liberado para ser retirado da plataforma ferroviária.

Na (figura 83) o operador retira amostra do produto que esta sendo descarregado, e na (figura 83) ele as leva para análise no laboratório.

Figura 85 - BACK, Cezar. Operador colocando Figura 86- BACK, Cezar. Operador verificando a amostra no tubo de ensaio, 2012. temperatura e densidade do produto, 2012.

Nas (figuras 85 e 86) o operador analisa a densidade e a temperatura das amostras.

Figura 87 - BACK, Cezar. Operador colocando Figura 88- BACK, Cezar. Prateleira para amostra nos frascos, 2012. armazenar amostras, 2012.

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Após o operador analisar as amostras dos produtos, ele as armazena em frascos, etiqueta com os dados e as coloca em ordem na prateleira (figura 87 e 88).

Figura 89 - BACK, Cezar. Operador esvaziando os Figura 90- BACK, Cezar. Operador levando os Frascos no balde, 2012. baldes até a parte das bombas, 2012.

Na (figura 89) o operador esvazia os frascos de amostras antigas em baldes (figura 90), cada balde tem capacidade para 20 litros, que são levados até o parque das bombas, fazendo um percurso de 100m. Esse procedimento é feito sempre que os baldes estão cheios, e assim pode ocasionar desconfortos osteomuscalares nos membros superiores, braços e ombros.

2.3 Diagnóstico e análise ergonômica das atividades de início e final da jornada de trabalho

Figura 91 - BACK, Cezar. Operador abrindo a Figura 92- BACK, Cezar. Operador abrindo a válvula de saída do tanque, 2012. válvula de entrada do tanque, 2012.

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No início da jornada de trabalho fica a cargo de um dos contratados da Petrobras, a abertura dos tanques, o operador retira o cadeado (figura 91) e com a ajuda de uma chave abre as válvulas de bandeja, dando de 15 a 20 voltas em cada válvula (figura 92).

Cada tanque contém uma válvula de entrada de produto e uma de saída de produto, ao todo são 6 tanques, por tanto ele abre 12 válvulas, levando de 15 a 20 min. Este funcionário realiza esse procedimento todos os dias às 6h da manhã há 25 anos.

Algumas válvulas são maiores que as outras sendo mais duras e difíceis de abrir, que exige que o operador aplique uma força razoável, podendo ocasionar o desconforto e lesões dor esforço repetitivo nos membros superiores (braços, e ombros).

Figura 93 - BACK, Cezar. Operador enrolando o Figura 94- BACK, Cezar. Operador colocando os cabo terra, 2012. cones nos box, 2012.

No final do carregamento de caminhões-tanque, quando os últimos estão para sair o operador que não esta carregando fica encarregado de enrolar os cabos terra, (figura 93) um total de 9 cabos, recolher para cima da plataforma os 9 bicos de carregamento e também por os cones fechando os 5 box para a manhã seguinte (figura 94).

Figura 95 - BACK, Cezar. Operador fechando a Figura 96- BACK, Cezar. Operador fechando a válvula de Saída de produto no tanque, 2012. válvula de entrada de produto no tanque, 2012.

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Antes dos operadores que realizam o encerramento do dia estarem liberados para ir para casa, devem fechar os tanques, (figura 95), fechando a válvula de saída de produto do tanque e na (figura 96), ele fecha a válvula de entrada de produto do tanque, colocando as correntes com cadeado, desfazendo todo o procedimento de abertura de tanque feito no início da jornada de trabalho.

Figura 97 - BACK, Cezar. Operador subindo a Figura 98- BACK, Cezar. Trena utilizada para escada do tanque 92, 2012. medir os tanques, 2012.

Depois do fechamento dos tanques fica a cargo de um operador da Petrobras, fazer a medição. A BAJUÍ possui 6 tanques, um para o álcool Hidratado, um para o biodiesel, um para o óleo diesel, um para o álcool anidro, um para a gasolina A, e outro tanque chamado de pulmão que pode armazenar todos os produtos, ele serve assim quando tem manutenção de algum tanque, mas em dias normais ele armazena óleo diesel, pela demanda ser maior deste produto.

Na (figura 97) o operador sobe no tanque 93 que armazena óleo diesel, ao todo são 68 degraus.

Figura 99 - BACK, Cezar. Operador passando a Figura 100- BACK, Cezar. Operador utilizando a pasta na trena, 2012. trena para medir o nível do tanque, 2012.

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Na (figura 99) o operador está em cima do tanque fazendo a medição, para isso ele deve estar atento até mesmo a um milímetro de diferença. Isto também se aplica a quando ele lê a temperatura: meio grau já é importante. Na (figura 100), observamos a trena utilizada, essa trena é de aço e na ponta tem um prumo milimetrado, possui 20 m de comprimento e nela o operador passa uma pasta que indica o nível que esta o produto no tanque, (figura 98), cada litro deve ser medido e controlado com todo cuidado, nos mínimos detalhes.

Figura 101 - BACK, Cezar. Operador verificando Figura 102 - BACK, Cezar. Operador retirando a temperatura do produto no tanque, 2012. amostra de produto do tanque, 2012.

Na (figura 101), o operador faz a leitura da temperatura, em seguida na (figura 100), ele faz a amostragem. Esta operação de coleta de amostra deve ser feita por homens que sabem o que estão fazendo e, por isto, tomam todos os cuidados. As amostras que são colhidas de um produto vão para o laboratório, onde é avaliada sua qualidade para ter certeza de que o cliente receberá um bom produto. Para isto, no laboratório são feitos os testes de especificações e contaminações.

Figura 103 - BACK, Cezar. Operador caminhando Figura 104 - BACK, Cezar. Passarela entre os pela passarela dos tanques 92 e 93, 2012. tanques 92 e 93 2012

Referências

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