• Nenhum resultado encontrado

Direito Empresarial. Aula 05. Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Direito Empresarial. Aula 05. Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Direito Empresarial

Aula 05

(2)

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.

(3)

AULA 5

OBJETIVO

Transmitir ao aluno o conceito de fatos jurídicos, negócios jurídicos e os defeitos que podem ocasionar sua nulidade ou anulação.

FATOS JURÍDICOS

Conceito

Fato é um acontecimento.

Os direitos e as obrigações nascem, modificam-se ou se extinguem em razão de um fato.

Os fatos podem ser comuns1 ou jurídicos2.

Fato

Todos os acontecimentos que, de forma direta ou indireta, ocasionam efeito jurídico são fatos jurídicos.

Quando esses acontecimentos dependem da vontade humana, desde que apresentem consequências jurídicas, equivalem ao ato jurídico3.

1

Glossário: Decorre da ação humana ou de fatos da natureza, sem repercussão no Direito.

2 Glossário: Todo acontecimento dependente ou não da vontade humana que gera efeitos

na esfera do Direito.

3 Glossário: Ato jurídico é todo ato lícito que tem por finalidade adquirir, resguardar,

(4)

Se o ato contém um intuito negocial, recebe a denominação de negócio jurídico.

Classificação dos fatos jurídicos

Os fatos jurídicos podem ser naturais ou humanos.

a) Fatos jurídicos naturais

Ordinários: Ocorrem normalmente, sem interferência. Exemplos: nascimento, morte natural, maioridade.

Extraordinários: São fatos inevitáveis, imprevisíveis, alheios à vontade do homem. Ocorrem por conta da natureza. Exemplos: terremoto, tsunami, inundações etc.

b) Atos jurídicos humanos

São fatos que derivam da conduta humana e dividem-se em:

Ato jurídico em sentido estrito – São decorrentes da vontade humana e geram efeitos previstos em lei. Exemplos: abrir uma empresa, perdoar uma dívida etc.

Negócio jurídico – Ação lícita celebrada com o intuito de regulamentar os interesses e a vontade das partes. Exemplo: contratos.

Ato ilícito – É o ato contrário ao direito, podendo gerar efeitos penais, civis e administrativos.

(5)

Negócio jurídico

Como já vimos, o negócio jurídico tem por finalidade regulamentar os interesses e a vontade das partes, promovendo, assim, uma relação de direito.

Para a validade do negócio jurídico são necessários os seguintes requisitos:

FATO JURÍDICO

FATOS NATURAIS: alheios à vontade humana ATOS HUMANOS Ordinários Ocorrem naturalmente Extraordinários Decorrem da natureza ATOS JURÍDICOS ATO ILÍCITO ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO NEGÓCIO JURÍDICO

Ato contrário ao direito, que gera efeitos penais, civis e administrativos.

(6)

a) Agente capaz

Para que o negócio jurídico ganhe plena eficácia e produza todos os efeitos, é necessário que seja praticado por pessoa capaz de exercer todos os atos da vida civil.

b) Objeto lícito

O objeto do negócio jurídico deve ser lícito, possível e determinado. Isto significa que deve estar fundamentado no Direito, ou seja, não pode desrespeitar as normas jurídicas.

Exemplo: Duas pessoas não podem contratar a realização de um crime. Além da ilicitude penal, por se tratar de ato criminoso, a lei não lhe atribui eficácia, de maneira que, entre as partes e terceiros, ele será considerado nulo, ou seja, como se não tivesse sido feito, não podendo as partes contratantes discutirem tais obrigações em juízo.

c) Forma prescrita em lei

Todo negócio jurídico tem uma forma. Isto significa que o negócio jurídico deve obedecer à forma estabelecida em lei.

Exemplo: o casamento, a compra e venda de imóveis, o testamento, a constituição da sociedade, o registro de nascimento do filho, a adoção e outros.

Vícios (defeitos) do negócio jurídico

O negócio jurídico pode ser desfeito se contiver vícios (defeitos) que provoquem sua ineficácia.

(7)

Vícios de consentimento: abrangem defeitos, como erro, dolo, coação e lesão.

Vícios sociais: abrangem defeitos, como simulação e fraude.

Dependendo do vício verificado no negócio jurídico, este poderá ser nulo4 ou anulável5.

a) Vícios de consentimento

Erro – O erro é a falsa noção que se tem da realidade. É a falsa ideia entre aquilo que se pretendia e aquilo que se realizou.

Exemplo 1:

Uma pessoa adquire um terreno na convicção de que ele fica próximo ao centro da cidade, quando, na verdade, está situado muito longe.

Exemplo 2:

Na montagem, um homem compra um automóvel adulterado e com chassi trocado, na convicção de adquirir um carro de procedência idônea.

O erro pode anular o negócio jurídico. Mas, para tanto, deve ser substancial, isto é, deve ser de tal modo relevante que, se fosse conhecida a verdade, o negócio não se realizaria.

Dolo – Dolo é o engano intencionalmente provocado por uma pessoa para iludir outra. Este engano é provocado pela má-fé, pelo emprego de um artifício malicioso, destinado a induzir alguém à prática de um erro que o prejudique, em benefício do autor do dolo ou de terceiros.

4

Saiba Mais: Ato nulo não produz efeito jurídico. É como se não existisse.

5

Glossário: Para que o negócio jurídico ganhe plena eficácia e produza todos os efeitos, é necessário que seja praticado por pessoa capaz de exercer todos os atos da vida civil.

(8)

Para perfeito entendimento do conceito de dolo, vejamos um exemplo citado pela Revista dos Tribunais, v. 394, p. 150:

Vendedor e comprador, mediante instrumento particular, avençaram-se para a venda e a compra de um sítio. Por ocasião da lavratura da escritura pública, o comprador, com a participação de um delegado, convenceu o vendedor (sitiante) que deveria receber o preço em joias; particularmente o delegado insistia nas vantagens do pagamento em forma de joias, pois se tratava de um emprego de capital mais seguro. Verificou-se, posteriormente, que as joias valiam somente 1/3 do preço pactuado em dinheiro. O vendedor era pessoa simples, residente em um sítio e o comprador lhe havia sido apresentado pelo delegado.

Analisando o caso acima, podemos chegar à seguinte conclusão:

1) Houve erro por parte do vendedor.

2) Esse erro foi “provocado” por intermédio de um processo imoral, posto em prática pela outra parte (comprador) e um terceiro (delegado).

3) Houve emprego de artifício malicioso e premeditado (má-fé), de modo a enganar o vendedor e persuadi-lo a efetuar o negócio.

4) Esse artifício malicioso beneficiou o comprador.

O dolo6 pode anular o negócio jurídico.

Coação – Entende-se por coação, toda pressão física ou moral, que seja injusta e grave exercida sobre alguém para forçá-lo a praticar um ato contrário à sua vontade.

Exemplo:

Imaginemos o caso de uma mãe que, ao saber da acusação que pesa sobre seu filho (de ter dado desfalque no banco em que trabalha), assina uma nota promissória

6 Glossário: Erro provocado por intermédio de malícia ou má-fé, visando o benefício de

(9)

em branco na presença do gerente, do advogado do banco e dos policiais que acompanham seu filho.

Na hipótese acima, verificamos a existência de uma ameaça, de uma intimidação psicológica, que colocou a mãe do rapaz em uma situação tal que, levada pelo temor, assinou uma nota promissória em branco, o que não correspondia à sua vontade real.

- A coação moral se faz com o intuito de extorquir uma declaração de vontade, baseada no temor, anulando, assim, a vontade real da vítima. Neste caso, o ato poderá ser anulado.

- Caso haja coação física (tortura física), verificamos que há completa impossibilidade de se expressar a vontade, o que torna o ato nulo.

Lesão – Ocorre quando uma das partes, em um contrato, por inexperiência, obriga-se a uma prestação desproporcional em relação à contraprestação da outra parte.

Exemplo:

Quando o comprador, sabendo da necessidade do vendedor de alienar determinado bem com urgência, oferece preço nitidamente inferior.

b) Vícios sociais

Nos vícios sociais, observamos a presença de um agente desonesto que declara sua vontade de má-fé com a intenção de prejudicar terceiros.

(10)

Vejamos:

Simulação: é a declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso do indicado.

Exemplo:

As partes realizam um negócio fingido para esconder negócio proibido. Um exemplo bastante comum de simulação é a venda por preço inferior ao efetivamente combinado, para sonegar o pagamento de imposto. Em regra, a simulação torna o ato jurídico inválido.

Fraude contra credores:

É a artimanha utilizada pelo devedor para prejudicar o credor.

Consiste na prática maliciosa de atos que desfalquem o patrimônio do devedor, comprometendo, assim, a garantia que os bens representavam para o pagamento de suas dívidas junto aos credores.

Exemplo:

Sei que corro o risco de ter uma casa penhorada para garantia de uma dívida. Desta forma, vendo este bem para livrá-lo da penhora, prejudicando, pois, meus credores.

A fraude contra credores enseja a anulação do negócio jurídico.

REFERÊNCIAS

CAMPOS, Nelson Renato Palaia Ribeiro de. Noções essenciais de direito. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

(11)

FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de direito comercial (Direito empresarial). São Paulo: Malheiros, 2007.

Referências

Documentos relacionados

• Direito Disponível: indubitavelmente, o ato positivo da aposentação ganha contornos jurídicos da disponibilidade, inserindo-se no patrimônio jurídico do tutelado como de

Conceitualmente, à parte 1 (um) da Norma para Avaliação de Bens da ABNT (NBR – 14653 - 1), define no conceito geral o valor de mercado como: “Quantia mais provável

Para estudar a capacidade financeira das empresas a enfrrentar estes desafios são analisados o retorno do investimento, o retorno do capital do acionista, o

A CH se manteve como tendência entre o seu público durante anos, em 1991 recebeu o título de revista mais vendida de seu segmento (GRUSZYNSKI; CHASSOT, 2006) e não parou

existência de fatos jurídicos em geral, em sentido amplo, que compreendem tanto os fatos naturais, sem interferência do ser humano, como os fatos humanos, relacionados com a vontade

Outra exigência legal que deve ser acrescentada quando se fala em capacidade do agente se refere aos poderes que o mesmo possui para dispor do direito, ou seja, ser ele legítimo

Os conceitos jurídicos, portanto, nos seus atos de expressão, isto é, nos seus termos (note-se que o conceito jurídico, em si mesmo, não é ato de expressão; o que tem

• Narrador (Narrator) (cerca de 40 anos, homem/male) • Tartaruga (Tortoise) (cerca de 20 anos, mulher/female) • Macaco (Monkey) (cerca de 20 anos, homem/male).. •