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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.310.639 - PR (2012/0038542-8)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON

RECORRENTE : UNIÃO

RECORRIDO : MARCOS LENARTOVICZ

ADVOGADO : RICARDO MUSSI PEREIRA PAIVA

EMENTA

RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR TEMPORÁRIO. ACIDENTE EM SERVIÇO. INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO MILITAR. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DO CPC. INOCORRÊNCIA. NEXO DE CAUSALIDADE. SÚMULA 07/STJ. REFORMA NA MESMA GRADUAÇÃO DA ATIVA. PRECEDENTES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 10% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO. POSSIBILIDADE.

1. A Corte de origem dirimiu a controvérsia de forma clara e fundamentada, embora de maneira desfavorável à pretensão do recorrente. Não é possível se falar, assim, em maltrato ao art. 535, II, do Código de Processo Civil.

2. O acórdão recorrido entendeu estar demonstrado o nexo de causalidade entre a incapacidade e o serviço militar com base no laudo pericial. Alterar esse entendimento demandaria reexame de fatos e provas, providência obstada pela incidência da súmula 07/STJ.

3. Nos termos da iterativa jurisprudência desta Corte, o militar temporário que, em virtude de acidente em serviço, se tornou incapaz definitivamente para o serviço castrense faz jus à reforma na mesma graduação que ocupava quando na ativa. Precedentes.

4. De acordo com a regência do § 4º do art. 20 do CPC, o arbitramento dos honorários advocatícios, nas causas em que for vencida a Fazenda Pública e nas execuções, embargadas ou não, não está adstrito aos limites percentuais de 10% e 20% estabelecidos pelo § 3º do mesmo dispositivo. Porém esses limites que podem ser utilizados quando resultarem em valor razoável. Precedente.

5. Recurso especial conhecido em parte e não provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, conheceu em parte do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin, Og Fernandes e Mauro Campbell Marques (Presidente) votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Brasília-DF, 03 de outubro de 2013(Data do Julgamento)

MINISTRA ELIANA CALMON Relatora

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.310.639 - PR (2012/0038542-8)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON

RECORRENTE : UNIÃO

RECORRIDO : MARCOS LENARTOVICZ

ADVOGADO : RICARDO MUSSI PEREIRA PAIVA

RELATÓRIO

A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON: Cuida-se de recurso

especial, com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional, em face de acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado:

ADMINISTRATIVO. MILITAR. ACIDENTE EM SERVIÇO. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O SERVIÇO ATIVO DAS FORÇAS ARMADAS. DIREITO À REFORMA NO GRAU HIERÁRQUICO OCUPADO NA ATIVA. CORREÇÃO MONETÁRIA PELO INPC, DESDE O VENCIMENTO DE CADA PARCELA. DANOS MORAIS. NÃO OCORRÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 10% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO. APELAÇÕES DESPROVIDAS E REEXAME NECESSÁRIO PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Estando o militar incapaz definitivamente para o serviço ativo das Forças Armadas em decorrência de acidente em serviço, correta é a sentença que concede a reforma com remuneração correspondente ao grau hierárquico ocupado na ativa, desde o desligamento.

2. O valor das parcelas vencidas do soldo deve ser acrescido de correção monetária pelo INPC, a partir do vencimento de cada parcela.

3. Descabe a fixação de indenização por danos morais quando inexiste comprovação dos pressupostos que ensejam a responsabilização civil.

4. Verba honorária fixada em 10% sobre o valor da condenação, consoante o padrão da Turma para as ações desta espécie. (fls. 675/676)

Opostos embargos de declaração, restaram parcialmente acolhidos somente para fins de prequestionamento, conforme acórdão de fls. 688/693.

Aponta a recorrente, em suas razões, violação ao art. 535, II, do Código de Processo Civil e aos arts. 5º, XXXV, LIV e LV e 93, IX, da Constituição Federal, por suposta ausência de prestação jurisdicional.

No mérito, indica ofensa aos arts. 12, caput , e § 1º, 94, VII, 106, II, 108, III, IV, V, VI e § 1º, 111, II e 124, caput e parágrafo único, da Lei 6.880/80 e aos arts. 20, §§ 3º e 4º, 128, 131, 333, I, 460, 512 e 515 do CPC.

Afirma ter sido o autor desincorporado devido à constatação da enfermidade, que o tornou incapaz para o Serviço Militar, conforme autoriza o art. 140 do Decreto 57.654/66, não estando presentes os requisitos exigidos pelo art. 108 da Lei 6.880/80 para o deferimento da reforma militar, pois uma das condições é ter a doença relação de causa e efeito com a prestação do serviço militar.

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Ressalta que a incapacidade definitiva pode servir de fundamento tanto para a reforma, quanto para a incorporação. Entende que se houver incapacidade para o serviço castrense o militar será desligado, excluído e desincorporado, mas se houver invalidez total para qualquer atividade remunerada, será o caso de reforma, não sendo, essa, porém, a hipótese em debate.

Diz, de outra parte, que no caso dos autos não restou demonstrada a relação de causa e efeito entre o acidente e a atividade militar, pois foi indeferida a expedição de atestado de origem, estando ausente o requisito previsto no art. 108, III e IV da Lei 6.880/80. Assim, o ex-militar foi desincorporado na forma do art. 31, § 2º, da Lei 4.375/64, não fazendo jus a se ver mantido nas fileiras do Exército.

Além disso, não se desincumbiu o autor de fazer prova do fato constitutivo do seu direito, nos termos do art. 333, I, do CPC, não restando demonstrado pela perícia ser a incapacidade total e permanente para qualquer trabalho.

Esclarece prestar o autor serviço militar temporário, não gozando das prerrogativas devidas aos servidores estáveis.

Afirma deverem os honorários serem fixados com base no art. 20, § 4º, do CPC. Além disso, foram fixados em 10% do valor da condenação, apesar de não haver recurso do autor no tópico. Caso esse valor seja maior que os R$ 3.000,00 (três mil reais) fixados em sentença, restariam violados os princípios da proibição da reformatio in pejus e do tantum devolutum quantum appellatum .

Requer a reforma do julgado.

Não foram apresentadas contrarrazões (fl. 717).

O recurso ascendeu a esta Corte por força de juízo positivo de admissibilidade (fl. 718/720).

A Subprocuradoria-Geral da República opina pelo conhecimento parcial do recurso e, na parte conhecida, pelo não provimento, conforme parecer assim sintetizado:

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. ACIDENTE EM SERVIÇO. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O SERVIÇO ATIVO DAS FORÇAS ARMADAS. DIREITO À REFORMA NO GRAU HIERÁRQUICO OCUPADO NA ATIVA E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AFRONTA A DISPOSITIVOS DAS LEIS Nº 4.375/64 E Nº 6.880/80 E ART. 20 DO CPC. REEXAME DE PROVA. SÚMULA 7/STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS

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ADVOCATÍCIOS. PEDIDO EXPRESSO NA APELAÇÃO DO AUTOR. AUSÊNCIA DE REFORMATIO IN PEJUS. PELO CONHECIMENTO PARCIAL DO RECURSO E, NESSA EXTENSÃO, PELO NÃO PROVIMENTO.

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RECURSO ESPECIAL Nº 1.310.639 - PR (2012/0038542-8)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON

RECORRENTE : UNIÃO

RECORRIDO : MARCOS LENARTOVICZ

ADVOGADO : RICARDO MUSSI PEREIRA PAIVA

VOTO

A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON (RELATOR): Tem-se,

na origem, ação promovida por Marcos Lenartovicz em face da União, requerendo sua reintegração e posterior reforma por ter sofrido acidente em serviço quando estava integrado ao Exército.

O pedido foi julgado procedente para anular o ato administrativo de licenciamento do autor, condenar a ré ao pagamento do benefício de reforma por incapacidade, com proventos equivalentes ao último posto ocupado, retroativamente a 17.11.2006 (sentença às fls. 588/595), decisão parcialmente reformada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que determinou a incidência da correção monetária pelo INPC e fixou os honorários advocatícios em 10% sobre o valor da condenação.

I - Da violação ao art. 535 do CPC e aos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, e 93 da Constituição Federal

Cumpre assinalar, de início, não ter o Superior Tribunal de Justiça competência para analisar violação a dispositivos constitucionais em sede de recurso especial.

De outro lado, a Corte de origem dirimiu a controvérsia de forma clara e fundamentada, embora de maneira desfavorável à pretensão do recorrente. Não é possível se falar, assim, em maltrato ao art. 535, II, do Código de Processo Civil.

No nosso sistema processual, o juiz não está adstrito aos fundamentos legais apontados pelas partes. Exige-se apenas que a decisão seja fundamentada, aplicando o julgador ao caso concreto a solução por ele considerada pertinente, segundo o princípio do livre convencimento fundamentado, positivado no art. 131 do CPC.

II - Da demonstração da existência de causa e efeito entre a incapacidade e a atividade militar.

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O acórdão recorrido entendeu estar demonstrado o nexo de causalidade entre a incapacidade e o serviço militar com base no laudo pericial, consoante se verifica do seguinte trecho, verbis :

"O laudo médico pericial elaborado por determinação do Juízo (fls. 401/404) permite concluir que: o apelado é portador de necrose avascular da cabeça do fêmur direito; só pode exercer atividades que não demandem esforços físicos ou sobrecarga de peso; ´adquiriu a enfermidade que porta após traumatismo sofrido durante atividade física realizada no serviço militar, no final do ano de 2003´(fl. 404); a enfermidade é progressiva e irreversível.

Assim, não procede a assertiva da União no sentido de que "é evidente a inocorrência de acidente em serviço" (fl. 466), porquanto a perícia é categórica ao confirmar a que a enfermidade do autor se deve a traumatismo sofrido durante atividade física realizada durante o serviço militar.

Aliás, o próprio Exército instaurou sindicância para apurar as circunstâncias do acidente, concluindo tratar-se de ´ato de serviço, tendo em vista que o acidente ocorreu durante o horário de expediente e amparada pelos costumes deste aquartelamento´(fl. 38).

Outrossim, a incapacidade definitiva para o serviço ativo das Forças Armadas é evidente, pois, como esclarecido pela perícia, o autor não pode desenvolver atividades que demandem esforços físicos ou sobrecarga de peso.

Na verdade, a própria Administração reconheceu tal fato quando da desincorporação do militar, considerando-o "INCAPAZ, DEFINITIVAMENTE, PARA O SERVIÇO DO EXÉRCITO. (fl. 53)." (fl. 667)

Para acolher a tese do recorrente no sentido de não estar demonstrada a existência de relação de causa e efeito entre a incapacidade e a atividade militar seria necessário o revolvimento de fatos e provas, providência vedada pela súmula 07/STJ.

A propósito:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MILITAR. ACIDENTE. REFORMA. EXAME DO NEXO CAUSAL ENTRE O ACIDENTE E A MOLÉSTIA. NECESSÁRIO REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO. SÚMULA 7/STJ.

1. A análise da existência de nexo de causalidade entre o evento e a moléstia que acometeu o militar e o incapacitou para o serviço militar exige a análise do conjunto fático-probatório, com o intuito de se aferir se o evento que o acometeu decorreu de ato de serviço, o que não é possível em sede de recurso especial por força do óbice da Súmula 7/STJ.

2.Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 301.450/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 13/05/2013)

Como resta demonstrado do trecho acima transcrito, não se há falar que o autor não comprovou o fato constitutivo de seu direito, inexistindo a alegada violação aos arts. 131 e 333, I, do Código de Processo Civil.

III - Do direito à reforma

Nos termos da iterativa jurisprudência desta Corte, o militar temporário que se tornou incapaz definitivamente para o serviço castrense faz jus à reforma na mesma graduação que ocupava quando na ativa.

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Confira-se:

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MILITAR. ACIDENTE EM SERVIÇO. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O SERVIÇO CASTRENSE. REFORMA NA MESMA GRADUAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. "O militar incorporado para o serviço obrigatório é considerado da ativa, para fins do Estatuto dos Militares, conforme o art. 3º da Lei 6.880/1980. Nessa qualidade, quando vítima de acidente de serviço, faz jus à assistência médico-hospitalar até a cura ou, em caso de incapacidade permanente, à reforma. Precedentes do STJ" (REsp 1.265.429/RS, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJe 6/3/12).

2. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 233.332/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 04/06/2013)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MILITAR. REFORMA. ART. 108, VI, DA LEI 6.880/80. INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O SERVIÇO MILITAR. NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE A ECLOSÃO DA DOENÇA INCAPACITANTE E O SERVIÇO MILITAR. DESNECESSIDADE.

1. O militar, temporário ou de carreira, que por motivo de doença ou acidente em serviço se tornou definitivamente incapacitado para o serviço ativo das Forças Armadas, faz jus à reforma, no mesmo grau hierárquico que ocupava enquanto na ativa, independentemente de seu tempo de serviço, sendo despiciendo, em tal situação, que a incapacidade guarde relação de causa e efeito com a atividade exercida. Precedentes: AgRg no REsp 980.270/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 15/2/13; AgRg no REsp 1.257.404/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 3/9/12; AgRg no REsp 1.256.792/RS, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, Segunda Turma, DJe 7/8/12; AgRg no REsp 1.245.319/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 10/5/12; AgRg no REsp 1.218.330/RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 6/9/11.

2. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 138.223/AM, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 12/03/2013, DJe 18/03/2013)

Nesse contexto, não merece reforma o aresto recorrido, pois em consonância com a jurisprudência desta Corte.

IV - Dos honorários advocatícios

Diversamente do afirmado, o recorrido se insurgiu contra o valor fixado a título de honorários nas razões da apelação (fl. 615), não sendo pertinente falar em reformatio in pejus ou em ofensa ao princípio do tantum devolutum quantum appellatum.

De acordo com a regência do § 4º do art. 20 do CPC, o arbitramento dos honorários advocatícios, nas causas em que for vencida a Fazenda Pública e nas execuções, embargadas ou não, não está adstrito aos limites percentuais de 10% e 20% estabelecidos pelo § 3º do mesmo dispositivo. O fato de não estar adstrito a referidos limites não significa que

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não possam ser esses utilizados, mormente quando o Tribunal de origem considera que, o arbitramento dos honorários em 10% sobre o valor condenação é razoável.

A propósito:

ADMINISTRATIVO. MILITAR. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA. LICENCIAMENTO INDEVIDO. REINTEGRAÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO IDENTIFICADA. JUROS, CORREÇÃO E HONORÁRIOS.

1. O Recurso Especial debate o licenciamento ilegal de militar temporário ou de carreira quando a debilidade física surgir durante o exercício de atividades castrenses, o que dá direito à reintegração aos quadros da corporação para tratamento médico-hospitalar.

2. O acórdão foi omisso em relação aos juros, à correção monetária e aos honorários advocatícios, razão pela qual merece ser integrado.

3. Conforme entendimento do STJ, os juros moratórios, em ações indenizatórias: a) incidem à taxa de 6% ao ano, conforme o art. 1.062 do CC/1916, b) com o início da vigência do Novo Código Civil, deverão se submeter à taxa Selic, nos termos da Lei 9.250/95 (art. 406 da Lei 10.406/01), lembrando-se que a Selic engloba juros e correção monetária, e, portanto, é inacumulável com juros de mora, e c) submetem-se à regra do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, incluído pela MP 2.180-35, de 24.8.2001, com a redação alterada pelo art. 5º da Lei 11.960, de 29.6.2009, de natureza processual, regra essa que deve ser aplicada imediatamente aos processos em tramitação, vedada, entretanto, a retroatividade ao período anterior à sua vigência (entendimento firmado no julgamento do REsp 1.205.946/SP, na sistemática do art. 543-C do CPC).

4. Correta a fixação de correção monetária a partir de cada vencimento. 5. Se é fato que, vencida a Fazenda Pública, o cálculo dos honorários não

está adstrito aos limites percentuais de 10% e 20%, podendo ser adotado como base de cálculo o valor dado à causa ou à condenação, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC, ou mesmo quantia fixa, segundo o critério de equidade, é igualmente verdade que não há norma que impeça a utilização, a priori, de percentual para arbitrar honorários, ainda que coincidente com os patamares do art. 20, §3º, do CPC (cfr. REsp 1.210.778/SC, Primeira Turma, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe 15.9.2011; Ag 1.424.980, Segunda Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, Dje 5.3.2012).

6. Embargos de Declaração acolhidos para sanar a omissão apontada e prover parcialmente o Recurso Especial em relação aos juros.

(EDcl no REsp 1312992/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/04/2013, DJe 10/05/2013)

Com essas considerações, conheço em parte do recurso especial e lhe nego provimento.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2012/0038542-8 REsp 1.310.639 / PR

Número Origem: 200770000158420

PAUTA: 03/10/2013 JULGADO: 03/10/2013

Relatora

Exma. Sra. Ministra ELIANA CALMON Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS Secretária

Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : UNIÃO

RECORRIDO : MARCOS LENARTOVICZ

ADVOGADO : RICARDO MUSSI PEREIRA PAIVA

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Militar - Sistema Remuneratório e Benefícios - Reforma

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, conheceu em parte do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."

Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin, Og Fernandes e Mauro Campbell Marques (Presidente) votaram com a Sra. Ministra Relatora.

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