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NEGOCIANTES REGIONAIS E MERCADO NTERNO: UMA ANÁLISE DA PRAÇA COMERCIAL DE OURO PRETO NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DA INDEPENDÊNCIA

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Academic year: 2021

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NEGOCIANTES REGIONAIS E MERCADO NTERNO: UMA

ANÁLISE DA PRAÇA COMERCIAL DE OURO PRETO NAS

PRIMEIRAS DÉCADAS DA INDEPENDÊNCIA

Leandro Braga de Andrade∗ Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

O objetivo aqui é compreender a conformação dos agentes da praça comercial de Ouro Preto, capital da província de Minas Gerais, como parte da elite local. Passado o auge da mineração aurífera, as antigas vilas ou centros urbanos, fundadas em torno dessa atividade, continuaram funcionando como centros comerciais de dimensão regional, recebendo importados da Corte, da Europa e escravos da África, mas também escoando a produção regional. Esta realidade está situada no âmbito de consolidação do mercado interno, com a circulação de mercadorias e pessoas gerando configurações locais. Neste passo da pesquisa mapeamos os grandes comerciantes locais, suas casas de negócio e posição social na cidade. A partir da atuação de um negociante e líder político local, um universo maior surgiu ao nosso alcance: a localização da casa comercial, o domicílio familiar, as conexões mercantis, o crédito, a dívida, a demografia e o perfil social do grupo de comerciantes, a propriedade de escravos e cargos políticos.

Palavras-chave: comércio regional; mercado interno; Minas Gerais

Introdução

No período de consolidação da independência política do Brasil, no segundo quarto do século XIX, outro processo estava em andamento, o da crescente integração mercantil interna, iniciada em tempos coloniais. Nessas condições, os agentes políticos e econômicos se confundem, assim como sobrevivem aspectos da vida colonial na formação do nascente país. Aumentando a potência da lente de observação, é possível enxergar realidades micro-regionais e sujeitos que ao mesmo tempo formam e representam estes processos.

Em Minas Gerais, desde o final do século XVIII, um verdadeiro mosaico de características sub-regionais se formou quanto à produção de gêneros voltados para o mercado interno, mineração e gêneros exportadores. No alvorecer do século seguinte, essas realidades locais foram capazes de produzir acumulação por partes da elite local. Porém, a já consolidada proposição de capacidade de acumulação e exercício de poder por parte de

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proprietários dedicados à atividades de abastecimento, ainda não contemplou o papel dos negociantes locais. Estamos diante de um grupo fundamental no entendimento da integração do mercado interno, na conexão de vilas, cidades e arraiais aos grandes centros econômicos do país e, também, de uma fração dessa nova elite que se formava.

Portanto, em um trabalho inicial de desbravamento de fontes e metodologias, proponho abordagem sobre o comércio e os comerciantes que aprofunde em um grupo, em um espaço definido e busque as conexões estabelecidas com processos maiores. Neste caso, os negociantes de Ouro Preto, a capital da província. O objetivo é oferecer uma possibilidade de análise da economia e da sociedade de Minas Gerais no pós-independência, a partir de uma realidade específica. Assim, as características econômicas, o perfil dos comerciantes locais e a integração mercantil, poderão ser visualizados.

Este entrelaçamento que revela a vida social, não está dissociado dos negócios e da realidade econômica e pode ser identificado de forma menos impressionista quando alcançamos alguns atores. Neles visualizaremos alguns aspectos da economia, da política e do universo dos grandes negociantes locais. Assim, aos poucos, processos mais amplos serão revelados, como as hierarquias sociais, economia regional e integração mercantil, no bojo da afirmação da independência política do Brasil. 1

Os vínculos com grandes comerciantes do Rio de Janeiro poderiam significar dependência e endividamento, por um lado, mas também a porta de entrada para grandes circuitos mercantis, e ser bem sucedido dependeria da forma como o agente administrava suas relações sociais e os negócios em sua própria cidade. O fato é que o negociante, pela natureza de suas atividades, conectava a realidade local com o universo maior, podendo fazer deste contato e privilégio de informações, um elemento para se fazer elite.

As conexões mercantis da economia de Minas Gerais, no período em que a mineração não correspondia ao principal ramo de enriquecimento, atendiam a uma demanda interna (crescimento da população livre e escrava), mas, também se ligavam a um contexto maior de dinamização do mercado interno. A chegada de D. João VI e toda a comitiva portuguesa, em 1808, provocou uma série de mudanças que possibilitaram o aquecimento e uma maior integração do mercado interno. Medidas administrativas, abertura de caminhos e a demanda criada com o inchaço populacional do Rio de Janeiro

1 Por aqui podemos seguir a proposição da micro-história italiana que, inspirada em Karl Polany, para o estudo de sociedades pré-industriais, entende que as relações sociais, políticas e institucionais não estão dissociadas do trato econômico.Ver: LEVI, 2000.

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abriram espaço para a inserção dos mineiros dos negócios de grande monta, incluindo um filão gerador de lucros que foi o comércio de escravos (CHAVES, 2001).

A consolidação do mercado interno, em fins do período colonial e primeiros anos do Império, pode ser atestada pelos estudos de João Fragoso para a praça comercial do Rio de Janeiro. A pesquisa indica a integração então estabelecida entre as capitanias, depois províncias, do Centro-sul do Brasil. Regiões como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e o interior fluminense comporiam este complexo mercantil estabelecendo trocas da produção local, principalmente de alimentos, que tinham o Rio de Janeiro como centro unificador. O capital acumulado por grandes negociantes da praça carioca também tivera como alvo de seus investimentos o tráfico de escravos, sendo um dos vetores do financiamento da produção agrícola, assim como o crédito (FRAGOSO, 1992).

Ao perceber a integração mercantil e as potencialidades de acumulação que ela oferecia é necessário reconhecer a capilaridade de seu alcance e a diversidade de sua formação. Por conseguinte torna-se imperioso o reconhecimento e atenção às dimensões mais elementares dessa teia: a propriedade, a casa comercial, os agentes mercantis e suas relações políticas, familiares, pessoais etc.

Dessa forma, compreendemos porque a identificação dos agentes mercantis é tão reveladora. Ela nos conduz do local ao nacional, das relações pessoais, familiares e políticas às transações econômicas, seja na cidade de Ouro Preto, até aos mais complexos tratos mercantis na Corte. Podemos visualizá-lo nos tráfico de escravo, numa cadeia de endividamento que circula entre a capital do Império e o interior, em seu estabelecimento comercial e também no contexto de rearticulação econômica da antiga região mineradora.2

Uma praça comercial e seus agentes

No alvorecer do século XIX, as antigas áreas mineradoras na região central de Minas Gerais sofreram com a falta de oportunidades econômicas e com o despovoamento. Os distritos sedes das cidades de Mariana e Ouro Preto3, por exemplo, de fato tiveram estagnação econômica e perda populacional para as áreas rurais de suas respectivas jurisdições. 4

2 Podemos recorrer à variação da escala de análise, na concepção de Jaques Revel, abordagem privilegiada por revelar dimensões e níveis variáveis, do mais local ao mais global e por se inscrever em contextos diferentes. REVEL, 1998. p. 28.

3 Na verdade, Vila Rica foi alçada à condição de cidade de Ouro Preto, somente em 1823.

4 Faço referência aos centros marcadamente mineradores, não à decadência geral da capitania, afirmativa já relativizada pela historiografia.

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Na segunda década do XIX, o cenário de decadência de Vila Rica parece ter se alterado, de acordo com os dados demográficos levantados por Miriam Lott e Iraci Costa (LOTT, 2008 B. e COSTA, 1979). Conforme a tabela a baixo percebe-se uma retomada do crescimento da população, sobretudo de livres, a partir de 1815, em se tratando dos distritos urbanos da cidade. Isto é significativo por que parece ter sido na capacidade de consumo da produção interna e de importados que as antigas áreas mineradoras se apegaram para a recuperação econômica nas décadas seguintes.

Tabela 2

População do distrito urbano de Vila Rica

Ano Nº de livres % Nº de escravos % TOTAL 1804 6.045 68,8 2.740 31.2 8785

1815 4.796 72,3 1.841 27.7 6637

1818 4.978 72,5 1.892 27.5 6870

1823 5791 76,2 1.808 23.8 7599

Fonte: LOTT, 2008. p.08

Segundo Miriam Lott, foi também em meados da década de 1810 que houve retomada do crescimento do batismo de escravos adultos na cidade, conforme os dados da paróquia de Nossa Senhora do Pilar. Isto seria um indicativo de maior entrada de escravos via tráfico, outro sinal de recuperação econômica (LOTT, 2008). Por outro lado, é importante lembrar que é natural que vejamos uma maior vazão da mão-de-obra cativa para áreas produtoras, mas a dinamização da agropecuária, também trazia conseqüências para as sedes urbanas.

Identificada a localidade, onde encontraremos nossos comerciantes, basta agora identificá-la no contexto econômico de Minas Gerais, na primeira metade do século XIX.

Mesmo quando o centro dinâmico da economia mineira migrou para a agropecuária, sobretudo a da região sul da capitania/província, a estrutura historicamente montada de uma rede de negócios e caminhos permanece, na área em questão. Essa realidade foi também demonstrada por minuciosa pesquisa de Clotilde Paiva que apresentou proposta de regionalização baseada no desenvolvimento econômico das regiões de Minas Gerais, no segundo quartel do século XIX. A chamada região Mineradora Central Oeste, que inclui os municípios de Queluz, Sabará, Ouro Preto e parcelas do município de Caeté e Mariana, apresentou alto nível de desenvolvimento atestado pela grande circulação de mercadorias,

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produzidas na região ou importadas, e pela concentração de engenhos e casas de negócio, muitas delas bem sofisticadas para os padrões vigentes (PAIVA, 1996. p. 115).

Alguns elementos ajudam a compreender o perfil econômico dessa região. Tanto Mariana quanto Ouro Preto mantiveram antigos papéis fundamentais na estrutura política, administrativa e religiosa de Minas Gerais. Mariana era sede do arcebispado, concentrava a formação de clérigos e eventos. Além disso, sua jurisdição administrativa era gigantesca, alcançando longínquas regiões da Zona da Mata, onde estava em curso uma expansão agrícola. Ouro Preto, com um território mais modesto, era o centro administrativo da capitania e posteriormente da província, além de principal palco da vida política regional. A localização estratégica no caminho que ligava as movimentadas praças de Diamantina, Serro e Sabará, ao Rio de Janeiro, dava à cidade um papel importante na articulação comercial existente dentro e para fora de Minas Gerais.

Utilizando-se de dados como o número e a diversidade de ocupações ligadas a serviços, profissões liberais, comércio e indústria, Mário Rodarte e João Antônio de Paula identificaram Ouro Preto e Serro, em 1831, como as cidades de maior centralidade urbana de Minas Gerais, além de justificar a coincidência entre urbanização e desenvolvimento econômico: Nas regiões mais urbanizadas, as demandas da sociedade são mais satisfeitas

via mercado que nas áreas rurais. Com isto, criam-se mais mercados para bens especializados, concentrados nos lugares centrais (RODARTE e PAULA; 2004. p. 31-34).

De fato, se comparada com outras regiões de Minas, Ouro Preto possuía um enorme número de casas de negócio, pequenas ou grandes. Utilizando os dados de Marcelo Godoy para a chamada Região Mineradora central e toda a província, temos a seguinte comparação, somente com a face urbana da cidade e sua população:

Tabela 3

Comparação proporcional do número de casas de negócio e da população de Ouro Preto em relação à sub-região e toda província. 1836/1838.

Localidade N. de casas Negocio % População 1823 % Ouro Preto* 157 10,1 7599 4,5

Minerador Central Oeste 1.485 100 170.218 100

Ouro Preto** 157 3,1 7599 1,4

Minerador Central Oeste 1.485 23,3 170.218 29,4

Minas Gerais 5.049 100 730.343 100

Fontes: Arquivo Púbico Mineiro. Câmara Municipal de Ouro Preto. Licenças para casas de negocio. 1838. APM. CMOP 3/4. e GODOY, 2004.

*Proporção em relação à região mineradora central **Proporção em relação a toda província

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Enquanto a população de Ouro Preto representava 4,5% da população da região Mineradora Central, apenas seus estabelecimentos da face nitidamente urbana perfaziam 10,1%. A própria região Mineradora Central, em relação à toda a província, também apresenta tal desproporção. Verificando a participação dos estabelecimentos ouropretanos para toda a província, também vemos descompasso. Enquanto representava somente 1,4% da população, chegava a 3,1% a proporção de casas de negócio. A razão para isso já vem sendo dita ao longo do texto. Um centro administrativo, com alto grau de centralidade urbana, não atende, comercialmente apenas aos moradores do lugar. Pessoas de distritos e cidades vizinhas recorrem a este centro comercial, em busca dos sortimentos para suas casas e vendas. É nele, que se verificavam as novidades, as maiores quantidades e os melhores preços das mercadorias importadas.

Ademais, é preciso relativizar. A tabela acima apenas apresenta um panorama geral, incluindo todo tipo de estabelecimento, da menor venda de aguardente ao grande empório ou loja de fazendas. Por isso é importante tratar o comércio considerando as hierarquias presentes nas descrições coevas e matizá-las. Em uma sociedade, onde o trato pessoal, o prestígio, o poder e a vida material estavam entrelaçados, como ainda era a sociedade brasileira do século XIX, a melhor forma de conhecer os critérios de hierarquização do comércio é chegar aos seus agentes.

Nas licenças de casas de negócio, concedidas pela Câmara Municipal, aparecem as seguintes denominações para os estabelecimentos: “Loja”, “Loja e molhados”, “Molhados”, “Molhados e da terra”, “Gêneros da Terra”. 5 Agrupamos em três segmentos, que acabaram por revelar, uma verdadeira hierarquia entre as casas: “Loja” (de fazendas, mas algumas vendendo molhados); “Armazém de Molhados” (em geral mercadorias importadas, mas também mercadorias da terra); e “Gêneros da Terra” (vendas de aguardente e alimentos locais, como legumes, frutas etc). Vejamos a tabela 4.

Tabela 4

Localização dos estabelecimentos da cidade de Ouro Preto (1836-1838)

São José Direita Rosário Cabeças Praça Sacra

mento Ant. Dias Outros ou s/inf Total Loja (Fazendas) 24 12 1 0 1 0 3 3 44 Armazém 13 2 10 4 3 5 3 18 58

5 Embora Marcelo Godoy e Clotilde Paiva tenham utilizado as Relações de Casas de Negócio do governo provincial para do ano de 1836, usaremos esta, feita pela câmara, mais completa e com maior detalhe de informações.

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(Molhados) Venda (G. Terra)

2 2 4 3 3 1 3 17 35

Total 39 16 15 7 7 6 9 38 157

Fontes: Arquivo Púbico Mineiro. Licenças para casas de negocio. 1838. Livro de Receitas e Despesas da Câmara Municipal de Ouro Preto. 1838. APM. CMOP 3/4.

Dos 157 proprietários encontrados, 44, ou 28%, eram donos de lojas. Se considerarmos estes, como os grandes estabelecimentos, temos que, os outros 72% representavam a pequena, talvez média casa comercial. Num universo tão grande, indicaria uma realidade concentradora.

A hierarquia das casas de negócio ajuda entender a própria configuração espacial da cidade, ao passo que o inverso também. A Rua São José era o maior centro comercial. Com certeza, era ali que o maior burburinho do movimento de compradores e vendedores aconteeia. Era onde se concentravam os grandes estabelecimentos, tanto as lojas quanto os armazéns de molhados. Isto explica, por exemplo, porque poucas vendas de gêneros da terra foram identificadas nesta área. Nem tanto, pelo tipo de mercadoria que comercializavam, mas pelo tamanho dos seus empreendimentos e, como veremos, a posição social dos proprietários.

Possuir um imóvel na Rua São José ou na Rua Direita, outra área onde se concentravam estabelecimentos mais sofisticados, era para poucos. Era ali que viviam as famílias de maior posse. Outro centro comercial da cidade era o Largo do Rosário, onde havia vários armazéns de molhados, e apenas 1 estabelecimento considerado “loja”. O Rosário estava próximo do centro mais movimentado da cidade, mas já no caminho para áreas periféricas. Cabeças, Sacramento e Lages são áreas mais residenciais, porém nas saídas da cidade. É curioso o pequeno número de casas comerciais de maior porte em Antônio Dias, o que indica que a extensão urbana da paróquia era diminuta, diferente da paróquia do Pilar que incluía todas as outras localidades. 6

Aos poucos vamos revelando o universo em que viviam e mercanciavam os grandes negociantes da cidade. Por hora sabemos onde estavam localizados. Mas o que vendiam ali? Em 1809, Jonh Mawe visitou a cidade e parece ter sido sobre o perímetro entre as ruas Direita e São José que ele se ele referia:

Poucos habitantes, excetuando os lojistas, tem ocupação, mas estes são muito numerosos. Os tecidos de lã inglesa não eram caros; o melhor pano custava 30s. a 35s a jarda; casacos etc. eram quase tão baratos quanto na

6 Ouro Preto era dividida em duas paróquias: Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto e Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias.

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Inglaterra. Os tecidos de algodão comum, estampados, de 1s. 6d. a 2s. a jarda; chapéus, lenços, casimiras e peças de Manchester, muito comuns. Esse lugar parece ser depósito de mercadorias e artigos ingleses de toda as espécies, com exceção da louça, dos fiambres e da manteiga, muito caros por causa dos perigos do transporte. O vinho comum das figueiras custava 3 s. 6d. a garrafa. As lojas em se vendiam os produtos do país, eram pouco numerosas e pobres; existiam muitos alfaiates, sapateiros, latoeiros, ferrageiros, alguns ferreiros e muitos seleiros (MAWE, 1978. p. 65).

É claro que o viajante falava em um tempo diferente, onde a falta de oportunidades pela estagnação econômica dificultava a vida de pequenos comerciantes. Porém sua descrição das mercadorias importadas informa o tipo de consumo que os lojistas das ruas São José e Direita procuravam atender. Uma sofisticação presente somente nas maiores cidades mineiras. Mas se os lojistas tinham tal capacidade de oferecer o melhor das fazendas importadas e da Corte às “boas famílias”, fariam eles também parte dessa elite? Falemos um pouco sobre os agentes comerciais de Ouro Preto.

Através do nome foi possível rastrear na lista nominal de habitantes de 1838, parte dos comerciantes que cadastraram sua licença. De 157, 79 foram rastreados e com estes dados tentamos caracterizar demograficamente o grupo, seguindo sempre a distinção entre os três segmentos, para efeito de análise. Vejamos a tabela 5.

Tabela 5

Perfil demográfico do grupo de comerciantes selecionados. Ouro Preto 1838 H* M* Branco Pardo Casado Solteiro Viúvo Total Loja (Fazendas) 29 0 25 4 18 8 2 29 Armazém (Molhados) 28 1 21 8 14 13 2 29 Venda (G. Terra) 12 9 6 15 07 8 3 21 Total 69 10 52 27 39 29 7 79

Fontes: Arquivo Púbico Mineiro. Licenças para casas de negocio. 1838. Livro de Receitas e Despesas da Câmara Municipal de Ouro Preto. 1838. APM. CMOP 3/4. APM. Lista de habitantes, Ouro Preto, 1838. Banco de dados Cedeplar/UFMG.

A primeira impressão que salta aos olhos é o fato de que 65% dos comerciantes selecionados serem brancos, enquanto a população branca da cidade era de apenas 25%. Um sinal de que estamos tratando de parcela diferenciada da sociedade ouropretana. No caso dos lojistas, isto fica ainda mais nítido. Somente 4 deles não eram brancos. É possível que os donos de vendas de gêneros da terra estivessem entre a parcela mais humilde da

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população, o que mostraria a inversão para maioria de pardos, em relação aos outros dois segmentos.

O comércio fixo era praticamente dominado por homens e os estabelecimentos em que encontramos proprietárias mulheres são as pequenas vendas de gêneros da terra. Talvez a tradição da presença de mulheres no comércio volante explique essa diferença. Quanto ao estado conjugal dos comerciantes, chama a atenção o fato do número de casados ser maior. Chegar a ser proprietário de loja era um estágio da vida que dependia de acúmulo de capital, de experiência ou de herança familiar, o que se alcançaria com certa maturidade. Outro dado que contribui para a compreensão da estratificação social no universo dos comerciantes de Ouro Preto é o da população livre e escrava presente em seus domicílios, conforme a tabela 5.

Tabela 6

População livre e escrava nos domicílios dos donos de casas de negócio de acordo com o tipo de estabelecimento Loja (29) (Fazendas) Armazém Molhados (29) Venda G. Terra (21) Total Livres brancos 120 54 20 194

Livres não brancos 42 53 65 160

Escravos africanos 104 23 8 135

Escravos crioulos/mestiços 70 13 7 90

Média de escravos/domic 6,0 1,2 0,7 2,8

Fontes: Licenças para casas de negocio. 1838. Livro de Receitas e Despesas da Câmara Municipal de Ouro Preto. 1838. APM.CMOP 3/4. APM. Lista de habitantes, Ouro Preto , 1838. Banco de dados Cedeplar/UFMG.

Entre os domicílios chefiados por lojistas havia presença majoritária de indivíduos brancos. Se considerarmos que dos 42 moradores pardos e crioulos, 21 são agregados da casa, temos que quase toda a população desses fogos era formada por brancos. A diferença é marcante em relação aos domicílios de armazeneiros e vendeiros. Nesses últimos só havia 20 brancos.

Entre os 21 domicílios de vendas de gêneros da terra, havia somente 15 escravos e entre os donos de armazéns havia 33. Já nos domicílios chefiados por lojistas, a média era de 6 escravos por fogo. Mais de 77% dos escravos de nossa amostra pertencia aos lojistas. Evidente que estamos tratando de um universo em que o tamanho da posse de escravos (diferente da agricultura) não é o melhor indicador de riqueza. Comerciantes direcionavam a maior parte de seus investimentos em mercadorias, imóveis e, principalmente, dívidas

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ativas. Porém, a presença do elemento cativo, com alto valor comercial neste período,7 pode sim ser um indicador de capacidade de acumulação e, portanto, de posição social. No perímetro urbano de Ouro Preto havia somente 14 proprietários com mais 10 escravos, destes, pelo menos 9 eram negociantes (LOTT, 2008).

A predominância de escravos africanos, como no domicílio de Nicolau Soares do Couto, teria duas razões possíveis: em propriedades urbanas, plantéis pequenos dificultariam o enlace entre cativos para formação de família, indicador de reprodução natural; o fato da cidade ser um entreposto comercial facilitaria a aquisição de africanos via tráfico atlântico; ou mesmo, em alguns casos, nossos lojistas poderiam ser também traficantes de escravos.

Todos os quesitos analisados até agora indicaram a presença de uma verdadeira hierarquia entre os tipos de denominação dos estabelecimentos comerciais. As pequenas vendas de “gêneros da terra” estavam localizadas nas regiões periféricas da cidade, eram propriedades de gente humilde (a maioria pardos) e é neste campo que as mulheres conseguiam atuar. Poucos tinham acesso ao trabalho escravo. O grupo dos donos de armazém de “molhados” tinha perfil mais heterogêneo. Provavelmente alguns estabelecimentos eram grandes, principalmente os das áreas centrais da cidade. O próprio perfil demográfico e da propriedade de escravos indica ser um grupo intermediários entre os pequenos vendeiros e grandes lojistas. Esses últimos eram de fato os donos dos maiores estabelecimentos, de grande número de escravos, e eram, em sua maioria quase absoluta, brancos e homens. Praticamente todas essas casas estavam localizadas na rua direita, como a da família Soares do Couto, ou na rua São José, o grande centro comercial da cidade.

Negociantes Polivalentes

Aos poucos estamos delineando o grupo que parece figurar como a elite econômica da capital de Minas Gerais na primeira metade do século XIX. Tudo indica que, no passo da diminuição das atividades mineradoras, a elite local era mesmo composta por negociantes. É claro que não estamos falando de uma elite da província, mas daquele grupo que, pelo menos economicamente, tinha forte influência na capital.

Localizamos os mais importantes negociantes da cidade, por volta da década de 1830. Com a superposição das licenças de casas de negócio com as lista nominal de habitante, formação da câmara de vereadores e Junta do Comércio Agricultura e fábricas

7 Após 1830 em todas as regiões de Minas Gerais há uma forte elevação do preço de escravos por conta da proibição legal do tráfico. BERGAD, 2004.

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do Rio de Janeiro foi possível formar um quadro com algumas das diversas relações sociais vividas por esses agentes mercantis. Portanto, uma tentativa de dissecar os dados agregados nas tabelas anteriores, buscando uma ênfase mais horizontal e qualitativa de análise do que a busca de uma representatividade numérica. O quadro 1 apresenta o panorama resultado dos cruzamentos nominais.

Quadro 1

Perfil dos maiores negociantes lojista de Ouro Preto

Comerciantes/Localização Cor Idade* Patente Vereança Escravos Observação

José Peixoto de Souza (Rua São José)

Branco 39 Capitão 21

Francisco de Paula Santos (Rua São José)

Branco 50 7 Junta do

comércio (1843) Francisco Guilherme de

Carvalho (Rua São José)

Branco 50 Capitão-Mor 1820-1836 (5) 10 Manoel J. F. de Oliveira

Cata Preta (Rua São José)

Branco 40 11 Sedição de 1833

José Bento Soares (Rua São José)

Branco 64 Capitão 1812-1823

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10 Junta do

comércio (1818)

Anacleto Antônio do Carmo Branco 50 24 Junta do

comércio (1840). José Batista Figueiredo

(Rua Direita)

Branco 37 10

Joaquim Antônio Ribeiro (Rua São José)

Branco 48 11

Nicolau Soares do Couto (Rua Direita)

Branco 77 Coronel 1813-1828

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19 Manuel Soares do Couto

(Rua Direita) Branco 36 Coronel 1829-1840 (4) No fogo do pai Junta do comércio (1840) Antônio José Peixoto

(Rua São José)

Branco s/inf Coronel s/inf Junta do

comércio (1819) Antônio Ribeiro Fernandes

Forbes (Rua São José)

Branco s/inf Tenente

Cel

1822-1836 (5)

s/inf

Carlos de Assis de

Figueiredo (Rua Direita)

Branco s/inf 1818-1836

(4)

s/inf Junta do

comércio (1819) Francisco de Magalhães

Gomes (Rua São José)

Branco s/inf Tenente 1821,

1837-1840

s/inf Sedição de 1833

João de Deus Magalhães Gomes (Ant. Dias)

Branco s/inf Sargento

- Mor

1818-1836 (4)

s/inf Junta do

comércio (1819) Francisco Xavier de Moura

Leitão (Rua São José)

Branco 34 1853-1856

(1)

5 Sedição de 1833

Tristão Francisco Pereira de Andrade (Rua São José)

Branco 44 1837-1848

(3)

5 Silvério Pereira da Silva

Lagoa (Rua São José)

Branco 40 Sargento

Mor

1841-1848 (2)

5

Fontes: Licenças para casas de negócio. APM.CMOP 3/4 . 1838. APM. Lista de habitantes, Ouro Preto, 1838. Banco de dados Cedeplar/UFMG. Memorial Histórico e Político da Câmara Muncipal de Ouro Preto. Arquivo Nacional. Junta do comércio agricultura e fábricas. Códice 170, 171. *Idade em 1838

Estas são informações ainda incipientes sobre o grupo de maiores comerciantes da cidade, porém algumas sugestões podemos retirar daí. São 18 donos de lojas, algumas

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comercializando molhados também. Todos eram brancos, homens de meia idade, proprietários de escravos e mantinham estabelecimento nas ruas São José ou Direita, com exceção de João de Deus Magalhães Gomes que vivia em Antônio Dias,

O reconhecimento por terem um estabelecimento comercial na região central da cidade, a rede de favores e amizades construída pela venda a prazo ou empréstimo em espécie e ainda, as possíveis relações familiares, podem ter conferido certo prestígio e confiança aos maiores comerciantes junto à população da cidade. Isto está sugerido pela identificação de altas patentes da guarda e de eleições para vereadores, alguns por vários mandatos. A despeito da ausência de algumas fontes, e conseqüente lacuna de informações, é possível verificar certa coincidência entre propriedade de loja/patente militar/vereança. Considerando que, como já adiantamos, o lojista era o comerciante com maior contato com uma rede social e mercantil mais ampla, estar ligado ao mundo exterior era condição fundamental para ser “elite” no universo local.

Para negociar fazendas e outros importados era necessário recorrer aos fornecedores do Rio de Janeiro, para não depender de um concorrente local. Por isso, alguns se matricularam na Junta do Comércio Agricultura e Fábricas da capital do Império, o que provavelmente facilitaria o trânsito e o crédito, como vimos no caso de Manuel Soares do Couto. Dessa maneira, é forçoso crer que a ligação entre o respeito local e trânsito externo andavam lado a lado nos interesses dos negociantes.

Vejamos Francisco de Paula Santos que, desde a década de 1820, mercanciava fazendo o caminho Minas/Rio. Em 1828 passou pela Polícia da Corte para registrar a compra de 27 escravos. Dois anos mais tarde, registrou 30 escravos. É bom lembrar que uma compra tão numerosa era rara, o que mostra que o capital despendido pelo negociante ouropretano não era pequeno. Dono de uma loja na Rua São José, matriculou-se na Junta do comércio em 1843. Entre 1840 e 1847 foi eleito para três mandatos como deputado da Assembléia Provincial. Paula Santos, futuro comendador, também era o principal acionista da Caixa Econômica Particular de Ouro Preto, fundada em 1838, por iniciativa local. O seu escritório comercial intermediava a compra de apólices da dívida pública das províncias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, principal investimento da Caixa.

Como vimos adiantando, mais do que outra atividade, o comércio exigia a construção de “nome” e reputação, tanto na comunidade quanto nos centros fornecedores. Por isso, é possível notar, em alguns casos, proximidade tão forte com a carreira política, mas também com o caráter familiar de alguns empreendimentos.

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Os irmãos João de Deus Magalhães Gomes e Francisco de Magalhães Gomes possuíam loja de fazendas na cidade, em 1838. A tradição mercantil vinha de quase duas décadas atrás, quando João de Deus já era matriculado na Junta do Comércio. Em 1833, lá estavam os irmãos, oficiais da guarda, envolvidos na sedição que levara Manuel Soares do Couto à presidência temporária da província. Francisco era o redator do jornal O Tareco

Militar, restauracionista e crítico ácido dos liberais-moderados, vitimados com o

movimento. João de Deus aparecia sempre como testemunha das cobranças de dívidas movidas por Francisco. Ambos também foram eleitos para a vereança nas décadas de 1820 e 1830. Já na década de 1840, o filho de Francisco, Carlos Magalhães Gomes assumiu os negócios.

A família Figueiredo também trazia tradição no comércio. Desde 1804 foi possível identificar Carlos de Assis como comerciante na cidade, matriculado na Junta do Comércio em 1819 e eleito vereador por 4 mandatos. O seu filho, José Batista (comendador, ministro da ordem terceira de São Francisco de Assis), fora outro lojista dos mais prósperos da cidade e sócio de seu irmão, o segundo Carlos de Assis Figueiredo. Joaquim Carlos de Figueiredo, irmão mais moço da família, também seguiu a tradição. Na década de 1840 era de dono de Loja na Rua São José e operava empréstimos com juros, na cidade.

Esses indícios revelados pelas fontes sugerem pesquisas mais profundas que busquem entender a natureza dessas relações. Por hora alguns dados já revelarem a verdadeira teia que pode ser reconstruída para o estudo de uma praça mercantil e seus agentes. A família, a política e o trato mercantil se entrelaçam.

Conclusão

O nível de acumulação, a inserção e ascensão sócio-política dos grandes comerciantes locais ainda merecem pesquisas mais detalhadas. Porém, os indícios já coletados sinalizam para a importância da presença desses agentes, no abastecimento regional, na conexão com o universo mercantil mais amplo e por conseqüência na constituição de uma elite. Ao ganhar fôlego pelo desenvolvimento do comércio e da agropecuária, a antiga região mineradora, se inscreve no crescimento do mercado interno, gerando oportunidades de acumulação e ascensão de novos agentes, mas, sobretudo abarcando famílias enraizadas na vida urbana.

Assim ocorreu com os famosos negociantes grossistas de São João Del Rey, financiadores da economia regional e com presença garantida na praça comercial da capital do Império. A pujança de suas fortunas teve origem na circulação da produção abastecedora

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regional e nacional (GRAÇA FILHO, 2008). Situada na Comarca do Rio das Mortes, Barbacena também foi identificada por Edna Resende como um importante entreposto comercial com a Corte. Ao fazer uma análise prosopográfica de famílias proeminentes da cidade e sua inserção na vida política da província e do país, a autora identifica que o consórcio entre produção agropecuária, tráfico negreiro, casa comercial, o crédito e alianças familiares, era gerador de fortuna, prestígio e influência política (RESENDE, 2008). Exemplos não faltariam de pequenos e médios centros mercantis, formados na sociedade do ouro, e que no XIX, abastecem, administram e dão tom político da província com a maior população livre e escrava do Brasil. Este processo é bem representado pela atuação dos negociantes como interlocutores da economia local com o centro de desenvolvimento do mercado interno.

Verificar as mudanças e continuidades desse comércio e seus atores são os desafios que se apresentam a diante. Ou seja, como que, no processo de formação do Estado Nacional, se comportou seu mercado interno e os agentes interiorizados? Essa questão envolve não apenas a constituição de novas formas de investimento, operações comerciais, mas também na conformação da elite, em seus diversos níveis e matizes.

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Referências

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