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Iyami as Duas Faces de Osun

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Academic year: 2021

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O poder do Ebo

Um dos grandes presentes de Ifa encontra-se em sua habilidade de oferecer o remédio para toda a situação àqueles que estão dispostos a procurá-lo e a ouvirem aquilo que ele tem a dizer. Assim prescrever o Ebo é uma habilidade que deve ser cultivada e refinada, porque toda a arte requer do Ebo além da oferta que estamos dispostos a fazer, um comprometimento sincero com a oferenda para que possamos experimentar de forma sincera as transformações que irão ocorrer.

Muitas vezes presenciei em minha vida de sacerdote, pessoas desesperadas afirmarem que sua vida não tem mais solução. Melhor que reconhecer a responsabilidade pessoal que acompanha o Ebo, seria reconhecer as responsabilidades de nossas ações, pois muitas vezes agimos como que esperando que a repercussão dos meses, dos anos, ou mesmo das décadas de acumulo de energias negativas, possam ser milagrosamente transformados em um instante. E quando os resultados da vida se alteram e não são vistos imediatamente, o Ebo e freqüentemente a divinação são tachados como errôneos. Isto infelizmente e uma prática comum ao mundo moderno, uma espécie de fuga ou de relutância em relação às responsabilidades com nossa própria vida.

A mudança tem que ser vista como um processo interativo e requer que nossos compromissos pessoais estejam sempre em desenvolvimento, aliados sempre a uma boa postura e a um forte Iwa(caráter). A verdade é que o ètùtù promove mudanças de fato em nossa vida de uma maneira muito prática e tangível, injetando energia em nossa essência e no universo à nossa volta criando novas possibilidades, que precisam ser bem administradas para que profundas e verdadeiras mudanças possam ocorrer. Externar o desejo e o verdadeiro comprometimento com esta intenção é a maneira mais correta de promover essas transformações, este é um ponto simples e importante de recordar, pois cria a possibilidade de algo novo e diferente. Porém e necessário compreender que a fim de conseguir retificar nosso destino, devemos usar nossos olhos para perceber as mudanças que o Ebo criou, e nossa determinação para agirmos em cima dela, caso contrário, se não agirmos para podermos colocar essas transformações em prática, continuaremos presos aos mesmos problemas, sem conseguir fazer com que nossas novas perspectivas interajam com o potencial de transformação criado pelo Ebo, caindo fatalmente em um período de estagnação criado simplesmente por falta de postura em relação a nossa própria vida.

Para aquelas que reconhecem a função verdadeira do ebo, as responsabilidades pessoais que vêm junto com ela realizam-se tão claramente quanto o dia. Compreender os benefícios do Ebo, experimentando assim a totalidade de nossos potenciais, assimilarem que a direção de nossos destinos repousa em nosso Orí e a primeira etapa para podermos explorar a totalidade de nossa capacidade, assim não apenas reivindicando e sim contribuindo para que possamos vivenciar a felicidade que temos por direito, assim como a paz e o próprio bem estar.

Enquanto observado para pessoas alheias ao seu potencial de transformação o Ebo é muitas vezes comparado a uma simples prescrição.

É necessário entendermos que cura e totalmente diferente de transformação, a cura e estabelecida após o mal já estar instalado, já a transformação além de explorar o potencial da cura busca também agir na origem do problema, procurando identificar o que gerou o mal. Se nosso próprio medo, relutância, negação são a causa de eventos infelizes em nossas vidas, o Ebo explorando o seu poder de transformação e agindo no foco do problema torna-se eficaz impedindo que uma progressão negativa permita a instalação de males portanto verdadeiro processo de cura encontra-se na prevenção, isto requer esforço e foco contínuo na origem de nossos problemas.

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O Ebo prescrito durante a divinação ajudará temporariamente ao indivíduo, porém volto a frisar que se não houver uma mudança de postura a mudança será apenas temporária, ou seja, não é o bastante oferecer uma vela para sairmos da escuridão; nós devemos abrir nossos olhos para perceber e mover-se ativamente até a luz.

É imperativo ao nosso crescimento que nós consigamos assimilar e agir dentro da energia explosiva que está sendo evocada ao realizarmos o Ebo, seguindo-a completamente.

Finalmente, somente o esforço de um indivíduo pode sustentar um resultado alterno e digno. Uma parte de minha própria viagem em Ifá foi destinada a poder observar e a assimilar o mundo natural ao meu redor, podendo assim compreender como as energias naturais interagem entre si e principalmente ao entender os seus conceitos compreender a necessidade de manipulá-las para a solução dos problemas chegando ao bem estar.

Nós podemos ver como o vento e as águas se movem através das gargantas e as fendas, encontrando penhascos e outros obstáculos, no entanto fazendo os ajustes necessários eles sempre alcançam seu destino.

Assim nós, como seres humanos, não devemos ver nosso próprio crescimento como impossível como algo miraculoso ou como algo além de nosso próprio poder, muitas vezes impedido por obstáculos imaginários, embora muitas vezes tivesse dificuldades em crer é fácil para todo o organismo evoluir e se aprimorar desde que realmente desejemos isso e ao invés de ficarmos aguardando, contribuirmos para que as transformações ocorram em nossa vida.

Os princípios básicos de Ebo operam dentro desta lei natural, e esta é talvez a coisa mais importante que meus Anciões me ensinaram.

É simples plantar uma semente, o difícil e fazê-la germinar, a divinação e o Ebo dão-nos as ferramentas para crescer, basta apenas percebermos como usá-las.

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AS DUAS FACES DE OSUN

Poderoso Orixá, é considerada como a mais enigmática das Iyás (mães). Símbolo do “feminino”, cujo culto praticado no Brasil tem origem em Ijèsà (África). Seu templo principal encontra-se em Osogbo – Nigéria (ver fotos). Domina a água e a terra que, segundo a teologia Yorubá, são os agentes naturais do AXÉ GENITOR (procriador). É o Orixá do Rio de mesmo nome, e no Brasil, não está vinculada a nenhum rio específico, mas à todos os córregos, cascatas, cachoeiras e até mesmo ao mar. As águas predominantemente lodosas, são destinadas ao Orixá Nanan. Nas cachoeiras, costuma-se entregar a Oxun, as comidas rituais votivas e presentes de seus Filhos-de-Santo. Alguns dizem que o Rio Osun não é navegável. Outros, por superstição, afirmam que só é possível atravessá-lo de uma margem para outra e nunca subi-lo ou descê-lo. Crocodilos que neste rio vivem, são considerados seus mensageiros. Oxun é representada, em algumas narrações como “Peixe Mítico”. Há uma lenda em que Larô, o primeiro rei, de uma região na qual o Rio Oxun passa e suas águas são sempre abundantes, lá se instalou e fez um pacto de aliança com o Orixá. Na época em que chegou, uma de suas filhas foi se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que Oxun a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio lhe trazer

oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, e Larô a recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida, ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em yorubá: Atewo gba ejá, o que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar.

Ataojá declarou então: “Oxun gbô!” – “Oxun está em estado de maturidade; suas águas são abundantes”, dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, grandes festas no local, em comemoração a todos esses acontecimentos. Iyalodê é o título mais honorífico que uma mulher pode receber. Oxun possui este título: A Senhora Suprema de todas as Mulheres. Árbitra das diferenças entre elas.

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Mãe Ancestral

Iyami Akókó

Nas escrituras yorubás, Oxun é citada como chefe suprema do poder ancestral feminino, o que a faz, “o cabeça” da sociedade das Iyámis, também chamadas de Iyá –Àgbà (as Mães Anciãs). Tem associações com os pássaros, como todas as Iyámis. Da mesma forma que os peixes, os pássaros são seus filhos. As escamas e as penas fazem parte de seu poder. Oxun pode apresentar-se como um enorme peixe ou pássaro. Desta preposição, nasceu o preceito de que Oxun não deve receber pombos em suas obrigações. É respeitada como Ajé, isto é, bruxa e feiticeira. Segundo lenda, “No tempo da criação, quando Oxun estava vindo das profundezas do Orun (Céu), Olodunmare confiou-lhe o poder de zelar por cada uma das crianças criadas por Orixá que iriam nascer na Terra. Oxun seria a provedora de crianças. Ela deveria fazer com que as crianças permanecessem no ventre de suas mães, assegurando-lhes,

medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e contratempos antes do nascimento; mesmo depois de nascida a criança, até ela não estar dotada de razão e não estar falando alguma língua, o desenvolvimento e a obtenção de sua inteligência estariam sob o cuidado de Oxun. Ela não deveria encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um inimigo e dar a gravidez a um amigo. E foi a primeira Iyami, encarregada de ser a Olùtójú awon omo ( aquela que vela por todas as crianças) e a Álàwòyè omo (aquela que cura as crianças). Oxun não deve vir a ser inimigo de ninguém”.

Arquétipo

Oxun é a genitora por excelência, ligada à procriação e associada à descendência no AIYÊ (TERRA). É a patrona da gravidez ou gestação. Todo embrião ou feto é colocado sob sua responsabilidade e proteção, até o momento em que o bebê começa a falar. Por analogia, ela é responsável pela iniciação de neófitos (yawôs), que são considerados “embriões”, até o momento da cerimônia de “Dar o Nome”. Assim, toda a iniciação deve ter o cuidado de “louvar” Oxun durante o período de reclusão. A demonstração e comprovação de que Oxun é a “Mãe das Iniciações”, é o uso dos ekodidés, nos oris escanhoados dos iniciandos. Leia a seguir a lenda: “Uma sacerdotisa cujo nome era Omo Òsun (filha ou descendente de Oxun) servia a Òrísànlá e estava encarregada de zelar por seus paramentos e particularmente por sua coroa. Alguns dias antes do festival anual, umas seguidoras de Òrísànlá, invejosas da posição de Omo Òsun, decidiram roubar a cora e joga-la nas

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águas. Quando Omo Òsun descobriu o furto, seu desespero foi profundo. Uma menina que ela criava aconselhou-a a comprar, no dia seguinte de manhã, o primeiro peixe que encontrasse no mercado. No dia seguinte, Omo Òsun não conseguiu encontrar nenhum peixe e foi somente na sua volta que encontrou um rapaz que trazia um grande peixe à cabeça. Chegando à sua casa, Omo Òsun não conseguia abrir o peixe. A garota apanhou um pedaço de faca muito usado – cacumbu – e facilmente conseguiu fender a barriga do peixe no interior da qual luzia a coroa. Chegando o dia da grande cerimônia, as invejosas sabendo que Omo Òsun havia miraculosamente encontrado a coroa, decidiram recorrer a trabalho mágico para desprestigiar Omo Òsun em frente a Òrísàlá. Elas colocaram um preparado na cadeira de Omo Òsun , situada ao lado do trono de Òrísàlá.

Todo mundo estava reunido e esperava em pé a chegada do grande Oba. Quando chegou, sentou-se e fez sentar-se todos os presentes. Em seguida pediu a Omo Òsun que lhe desse os paramentos. Quando ela quis levantar, foi incapaz de fazê-lo. Tentou veementemente várias vezes a te conseguir, enfim, mas o preço do grande esforço foi desgarrar as partes baixas de seu corpo que começaram a sangrar copiosamente, manchando tudo de vermelho. Òsàlá, cujo tabu é o vermelho,levantou-se inquieto, e Omo Òsun, aturdida e envergonhada, fugiu. Segue-se uma longa odisséia durante a qual Omo Òsun foi bater à porta de todos os Orixás e nenhum deles quis recebê-la. Enfim, ela foi implorar ajuda de Oxun, que a recebeu afetuosamente e transformou o corrimento sangüíneo em penas vermelhas do pássaro odide, chamadas ekódidé ou ikóóde, que iam caindo dentro de uma cabaça, colocada para recebê-las. Diante desse mistério – awo – a transformação do corrimento de sangue em ekódidé, todos regozijaram-se, começando os tambores a rufar e a correrem de todas as partes para assistir ao acontecimento: Yèyè sawo: Mãe fez mistério (Mãe conhece segredo, é mistério). A festa se organizou e todas as noites Oxun abria as portas para receber os visitantes que, entrando, apanhavam um ekódidé e colocavam cauris (dinheiro) na cuia colocada ao lado. Todos os Orixás vieram tomar parte no acontecimento. Finalmente, o próprio Òsàlá foi atraído pelas festividades. Apresentou-se em casa de Oxun e, como os outros, saudou-a fazendo o dòdòbálè, apanhou um ekódidé e o prendeu em seus cabelos. Um cântico relembra para sempre essa circunstância: Òdòfin dòdòbálè k’obinrin – Òdòfin (Òrinsàlà) saúda prostrando-se frente à mulher. Mesmo o grande Orixá Funfun faz o dòdòbálè – alongando-se no solo, tocando-o com o peito em sinal de respeito e de submissão – diante do poder de gestação”.

Por estar comprometida e vinculada à “gestação “, também tem relações com o ciclo menstrual. E devido a seu simbolismo com a maternidade, é saudada como Ye ye, uma forma de dizer “Mãe”. É a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua, a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar. Dentro desta perspectiva, Iemanjá e Oxum dividem a maternidade. Mas há também outra forma de análise: a por faixas etárias. Nanan é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá, é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica. Para Oxun, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, maliciosa, ao mesmo tempo que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, na própria fecundação, mas não no seu desenvolvimento como adulto. O arquétipo de Oxun é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras; das mulheres que são símbolos do charme e da beleza; voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Yansan. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social. Oxun também tem como um de

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seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas, uma das figuras físicas mais belas do Panteão Mítico Yorubano. Existem 16 tipos diferentes de Oxun, desde as quase adolescentes, até as mais velhas. Diz a lenda, que as mais velhas, moram nos trechos mais profundos dos rios, enquanto as mais novas nos trechos mais superficiais. Entre essas 16, três são marcadas como guerreiras (Apara, a mais violenta, Iê Iê Kerê, que usa arco e flecha, e Ié Ié Iponda, que usa espada), mas a maior parte delas é mais pacífica, não gostando de lutas e guerras. Oxun é dos poucos Orixás yorubas, que absolutamente não gosta da guerra. A cor de Oxun é o pupa ou pon, que pode ser interpretado tanto como vermelho – o poder da criação humana e animal; o sangue menstrual ou o amarelo – um vermelho mais claro, mais leve e benéfico que pode ser interpretado como “está maduro”. O amarelo-ouro ou pon ròrò é a cor oficial que representa Oxun. Uma outra maneira de dizer vermelho em Nagô, é pupa eyin, literalmente “gema de ovo”. O ovo, além de representar o “óvulo” que dá origem à vida, é o preferido de Oxun em suas comidas, mas também é o símbolo e representação das Iyás-àgbás, ancestrais femininos representados por pássaros. Todos os metais amarelos pertencem a Oxun: Ouro e Bronze.

Outras lendas sobre Oxun

1) Oxun era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos Yorubás. Oxun era cliente dos comerciantes de cobre. Oxun lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Ela foi a segunda mulher de Xangô, sendo a primeira Yansan e a terceira Obá. Tem humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas. Deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxun não toleraria tal ousadia! Quando em fúria, ela leva para longe as canoas que tentam atravessar o rio e as destrói.

2) Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a guerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou: “Se você baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você ‘nkan rere’,” isto é, boas coisas. Oxun compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxun com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. Oxun, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: “É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!”. As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: “Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio, que eu a dei em casamento a Olowu!” Ele guerreou com o genro e o expulsou do país.

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TEMPLO DE ÒSÚN – OSOGBO – NIGÉRIA - ÁFRICA

Bibliografia:

Orixás - Pierre Verger

Lendas Africanas dos Orixás - Pierre Verger Os Nagô e a Morte – Juana E. Santos

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ÌYÀMIS

Ìyàmì é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras. Pelo seu grande valor no equilíbrio, na manifestação da justiça.

No desempenho que a elas são atribuídas pela hierarquia, conhecimento e manifestação que influência de certa forma as demais entidades, já que nelas estão contidas o conhecimento dos primeiros, aqui as coloco junto com informações dos orixás.

As Ìyàmìs representam o aspecto sombrio do próprio ser humano: a inveja, o ciúme, o poder a qualquer preço, desmedido, a ambição, a fome, o caos, o descontrole.

Mas como tudo tem sua polaridade não poderia ser diferente com as Ìyàmìs, pois elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas.

A crendice popular atribui as mulheres velhas o poder das Ìyàmìs, o que não é verdade, pois as mulheres por si só pelo fato da maternidade estão todas vinculadas desde o nascimento com as Ìyàmìs independente da idade.

As Ìyàmìs são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.

As Ìyàmìs são frequentemente denominadas Eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder das Ìyàmìs, pois é

recebendo-o que elas se tornam ajé. Neles elas se materializam, se manifestam.

É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos maléficos.

Bruxa e pássaro.

Estes espíritos são impessoais, nunca tiveRam corpo humano nem o terão, fazem parte do homem e da natureza ao mesmo tempo, espécie de parasitas que aparecem junto com o homem no mundo por causa de sua existência, não têm consciência, são alimentados pelo pensamento humano, pelas ideias malignas e os temores, por isso se tornam consideravelmente perigosas no plano astral.

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Podem ter sexo masculino ou feminino e sempre vem em casal, representando o equilíbrio, a dualidade existente em todos os planos.

Durante as expedições do pássaro, o corpo da bruxa permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da ave.

Para combater uma ajé (feiticeira), bastaria, esfregar ataree (pimenta da costa ou pimenta da sorte) no corpo deitado e indefeso.

Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu interdito.

A palavra Ìyàmìs por si só, em realidade não identifica à mulher com o lado escuro de seu poder, como uma bruxa, muito pelo contrário é um modo de exaltar e homenagear sua capacidade de engendrar apelando a seu lado protetor maternal, pois significa: Minha mãe!!!

Esta forma de referir-se a qualquer mulher expressa um sentido de reverência àquela que serve de ponte entre os antepassados e os vivos, bem como também reflete seu importante papel maternal. Desse modo todas as divindades femininas são chamadas também ìyàmìs, mais não no sentido de bruxas, senão por tratar-se de uma homenagem verbal às grandes mães espirituais.

As Ìyàmìs possuem uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus pássaros.

A pena da coruja é utilizada em ritos das Ìyàmì, na finalidade de obter proteção contra os perversos espíritos da noite, ameaças e inveja.

É este pássaro quem leva os feitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, nos galhos das árvores, e é silencioso.

Se as Ìyàmìs dizem que é pra matar, eles matam, se elas dizem pra levarem os intestinos de alguém, levarão.

Elas enviam pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dão dores de cabeça e febre, não deixam que as mulheres engravidem e não deixam as grávidas darem à luz.

As Ìyàmìs costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas.

Toda Ìyàmìs deve levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma Ìyàmìs não pode atacar os protegidos de outra Ìyàmìs.

As Ìyàmìs são muito astuciosas e para justificarem suas cóleras, elas institui proibições.

Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas.

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junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo.

É preciso muito cuidado com elas. E só Orunmilá Consegue acalmá-la.

O Culto dos Eguns no Candomblé do sexo feminino recebem o nome de Ìyàmìs Agbá, minha mãe anciã, mas não são cultuados individualmente.

Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyàmìs Oxorongá chamada também de Ìyá Niá, a grande mãe.

Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas sociedades Gëlèdé, compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder.

O medo da ira de Ìyàmìs nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino.

O mito da bruxa que voa na vassoura acompanhada por pássaros macabros é quase mundial, com pequenas diferenças dependendo da cultura e folclore local. As Ìyàmìs são executoras da lei num sentido inverso, isto é, procurar o bem a partir do mau.

Toda pessoa que tenha certa inclinação às características negativas

para os demais está alimentando estas forças e com isso fortalecendo Ìyàmìs que a seu tempo a própria energia negativa da pessoa se converta em seu próprio juiz.

Ìyàmì Oxorongá posará suas patas em cima de sua cabeça.

Não há nenhum ebó capaz de vencer o trabalho destas entidades, o que se pode no máximo é apaziguar-lhes e isso é porque interagem em nossas entranhas, em estado latente.

Sua função se torna importante, pois tendem a regular o comportamento do ser humano através de seus medos.

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Quem deseja que Ìyàmìs Oxorongá não se torne um obstáculo em sua vida deve frear os sentimentos de inveja, ciúmes, rancor, bem como qualquer pensamento negativo para seus semelhantes.

Fundem-se a ideia que as Ìyàmìs se reúnem em assembleia numa mesa presidida por Oso, onde se conspiraria e especularia sobre as maldades a realizar enviando os Ajogun após o questionamento se foi feito ou não os ebós marcados por babalaos através de Ifá, deste modo servem de reguladores do comportamento frente às dívidas geradas ante as divindades, por causa de ter rompido o equilíbrio existente de alguma mAneira seja numa vida anterior ou na presente.

A Ìyàmì Aye pertence todo sangue derramado na terra e também quem controla o sangue menstrual a que quando aparece revela a presença próxima destas criaturas, o que explicaria as dores típicas e o que costuma ter as mulheres nessa etapa.

Isto também é outra razão pela qual nos sacrifícios para Orixá o sangue não deve tocar a terra, existindo um método ritual que evita isso, e também explica por que as mulheres em período menstrual, com sua regra, devem manter-se afastadas do culto.

Ao suceder qualquer das duas coisas ou ambas, seria um tabu e a cerimônia estaria quebrada, devendo conferir no oráculo alguma alternativa.

Costuma-se oferecer-lhes preferencialmente as vísceras, pois se considera que é sua comida favorita, as que se preparam sempre depois de qualquer sacrifício para os Orixá de um modo especial e são apresentadas em pratos de barro forrados com ewe(folha) Lara (Ewé Lárà Funfun = Mamona branca).

Os agrados para Ìyàmìs são conhecidos como Iyala e significa na melhor e sugestiva interpretação ... que o mal desapareça.

Se lhes oferece também, durante qualquer sacrifício, um eko(com educação) que serve para proteção, pois as acalma quando é despejado na terra, este representa o poder feminino, pois entre outros ingredientes leva: plumas que simboliza muitos filhos e proteção e o sangue, que representa a menstruação e a vida.

Presume-se que a palavra Aje utilizada como bruxa prove da contração de Iya +Je, a mãe que come, aludindo a seu voraz apetite, sempre atraída pelo cheiro do sangue e vísceras.

Ela pode vir sob a forma de mosca, pássaro, gracioso ou inclusive outros animais.

Em síntese, todo ser humano deve a vida a uma mulher. Se todas as mulheres juntas decidissem não mais engravidar, a humanidade estaria fadada a desaparecer.

Esse é o poder de Iyá Mi, mostrar que todas as mulheres juntas decidem sobre o destino dos homens.

Mãe poderosa, mãe do pássaro da noite. Grande mãe com quem não ousamos coabitar, Grande mãe cujo corpo não ouso olhar. Mãe de belezas secretas que esvazia a taça.

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Que fala grosso como homem, grande, muito grande, no topo da árvore Iroko, Mãe que sobe alto e olha para a terra Mãe que mata o marido, mas dele tem pena.

Iyá Mi é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus.

As denominações de Ìyàmì expressam suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão seus nomes nunca devem ser pronunciados.

Quando se disser um de seus nomes, todos devem fazer reverencias especial para aplacar a ira das grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte.

As feiticeiras mais temidas entre os yorubás e nos candomblés do Brasil são as Àjé e,

para

referir-se à elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleyé, Dona do

Pássaro.

O

aspecto mais aterrador das Ìyàmìs e o seu principal nome, com o qual se

tornou conhecida nos terreiros, é Oxorongá

, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro de mesmo nome e rompe a escuridão da noite com seu grito assustador.

As Ìyàmìs são as senhoras da vida, mas fundamental da vida é a morte.

Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas em seu aspecto benfazejo.

Não podem, porém, ser esquecidas, nesse caso lançam todo tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte.

O lado bom de Ìyàmìs é expresso em divindades de grande fundamento, como Apàöká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Odé Oxossí.

Dizem que o deus caçador encontrou mel aos pés da jaqueira e em torno dessa árvore formou-se a cidade de Kêtu.

Os assentamentos de Ìyàmìs ficam juntos as grandes árvores como a jaqueira e geralmente são enterrados, mostrando a sua relação com os ancestrais, sendo também uma nítida representação do ventre.

As Ìyàmìs, juntamente com Exú e os Eguns são evocados nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do poder feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem à vida, integrarão o corpo das Ìyàmìs, que são as mulheres ancestrais.

À meia-noite ninguém deve estar na rua, principalmente em encruzilhada, mas se isso acontecer deve-se entrar em algum lugar e esperar passar os primeiros minutos. Também o vento, afefe12 de que Iansã é a dona, pode ser bom ou mau, através dele se enviam as coisas boas e

ruins, sobretudo o vento ruim, que provoca a doença que o povo chama de ar do vento.

1 Qualidade de Yansã = AFEFE: comanda os ventos. Tem caminhos com Obaluaiê e Egun. Veste vermelho e branco, usa o coral e o chorão de seu adé é alaranjado

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Ofurufu, o firmamento, o ar também desempenha o seu papel importante, sobretudo á noite, quando todo seu espaço pertence a Eleiye3, que são as Ajés (feiticeiras), transformadas em pássaros do mal,

como Agbibgó, Elùlú, Atioro, Oxorongá, dentre outros, nos quais se transforma a Ajé-mãe, mais conhecida por Ìyàmì Osoronga.

mitologia

Bruxa e pássaro.

Trazidas ao mundo pelo odu Osa Meji, as Ajés, juntamente com o odu Oyeku Meji, formam o grande perigo da noite.

Eleiye voa espalmada de um lado para o outro da cidade, emitindo um eco que rasga o silêncio da noite e enche de pavor os que a ouvem ou vêem. Todas as precauções são tomadas. Se não se sabe como aplacar sua fúria ou conduzi-la dentro do que se quer, a única coisa a se fazer é afugentá-la ou esconjurá-la, ao ouvir o seu eco, dizendo:

“Oya obe l’ori”

que a espada de Iansã corte seu pescoço ou então:

“Fo, fo, fo” voe, voe, voe.

Em caso contrário, tem-se que agradá-la, porque sua fúria é fatal.

Se é num momento em que se está voando, totalmente espalmada, ou após o seu eco aterrorizador, dizemos respeitosamente A fo fagun wo’lu, saúdo a que voa espalmada dentro da cidade,

ou se após gritar resolver pousar em qualquer ponto alto ou numa de suas árvores prediletas, dizemos, para agradá-la Atioro bale sege sege, Atioro que pousa elegantemente, e assim uma série de procedimentos diante dos donos do firmamento à noite.

Nos primórdios da criação, Olodumaré, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao aiyé(mundo), universo material três divindades: Ogun, senhor do ferro, Obarixá senhor da criação dos homens e Odu, a única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê.

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Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça igbá eleiye e ela se tornou então, através do poder emanado de Olodumarê, Ìyáwon, nossa mãe para eternidade, também chamada de Ìyámi Oxorongá, minha mãe Oxorongá.

Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.

Mas ela abusou do poder do pássaro.

Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orumilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e astúcia.

Obarixá e Odu foram viver juntos.

Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que adorava Egun.

Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não tinha corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egun.

Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egun.

Com um bastão na mão, Obarixá foi à cidade, o fato de Egun carregar um bastão revela toda a sua ira e falou com todas as pessoas.

Quando Odu viu Egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenAgem a Egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota.

Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e lhe outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá.

Odu retirou-se para sempre do culto de Egungun.

O conjunto homem-mulher dá vida a Egun, a ancestralidade, mas restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam homenAgem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos abusos de Odu. Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto a Egun.

A posição das feiticeiras, Iyami Oxorongá no sistema planetário, são atribuídos como os espíritos do mal que operam durante a noite para trazer sofrimentos e padecimentos aos seres humanos.

Assim como ao demônio, é esperado de nós que tenhamos medo das feiticeiras e nos mantenhamos à distância delas.

Elas podem frustrar os esforços de todas as outras divindades que falharam em lhes dar o reconhecimento adequado.

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Elas administram o mais justo sistema de justiça. Elas não condenam sem um julgaMento apropriado e imparcial. Se alguém se aproxima delas com uma acusação contra alguém, elas considerarão todos os lados antes de chegar a uma decisão.

Orunmilá nos conta porque e como elas não destroem ninguém a não ser que a pessoa tenha atravessado o juramento feito entre Orinxalá, Orumilá e as feiticeiras. As feiticeiras não matam e lhes presta homenagem.

Orunmilá revelou que as feiticeiras foram a princípio mais atenciosas que os meros mortais. Foram os seres humanos que as ofenderam primeiro, matando seu único filho.

Acontece deste modo que a feiticeira e a mortal vieram como irmãs ao mundo ao mesmo tempo. A mortal teve dez filhos enquanto a feiticeira teve apenas um.

Um dia a mortal estava indo ao único mercado disponível naquele tempo. Estava situado na fronteira entre o céu e a terra.

Os habitantes do céu e da terra o usavam para comércio comum, de modo que a leiga indo ao mercado, pediu à feiticeira que cuidasse dos seus dez filhos durante sua ausência.

A feiticeira tomou conta muito bem dos dez filhos da mortal e nada aconteceu a nenhum deles. Então foi a vez da feiticeira ir ao mercado.

Seu nome então era Iyami Osoronga em Yorùbá e Iyenoroho em Bini.

Tendo ela partido para o mercado, também pediu para sua irmã, para cuidar de seu único filho durante sua ausência.

Enquanto ela estava fora, as dez crianças da mortal sentiram vontade de matar um passarinho para comerem.

OgbOrí falou a suas crianças que se eles quisessem a carne de um passarinho, ela iria ao mato buscar um para comerem, mas que eles não deveriam tocar no único filho da feiticeira.

Enquanto a mãe foi ao mato, suas dez crianças juntaram-se e mataram o único filho da feiticeira e assaram sua carne para comer.

À medida que as dez crianças de OgbOrí assassinavam o filho da feiticeira, o poder sobrenatural deu a ela um sinal de que nada estava bem em casa.

Ela rapidamente abandonou as compras no mercado e retornou para casa apenas para descobrir que seu filho tinha sido assassinado.

Ela não conseguia compreender nada, porque sua irmã foi ao mercado e ela foi bem sucedida cuidando das dez crianças sem nenhum transtorno, mas quando foi sua vez de ir ao mercado, sua irmã negligenciou seu único filho.

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Ela chorou amargamente e decidiu abandonAr a casa aonde viveu com sua irmã.

Elas tinham um irmão com o qual elas vieRam ao mundo ao mesmo tempo, mas que preferiu morar no meio da floresta, porque ele não desejava ser incomodado por ninguém.

Quando Irókò ouviu a feiticeira chorando, ele a convenceu a revelar o que estava acontecendo, e ela lhe contou como os filhos de sua irmã OgbOrí assassinaram o seu único filho, sem sua mãe ser capaz de impedi-los.

Irókò consolou-a e lhe garantiu que a partir daí ele se alimentariam dos filhos de OgbOrí. Foi a partir daí que, com o auxílio de Irókò, a feiticeira começou a picar as crianças de OgbOrí uma após as outras.

Ọrúnmìlá interferiu para impedir a feiticeira de destruir todas as crianças.

Foi Ọrúnmìlá que apelou a Irókò e a feiticeira e pediu-lhes que aceitassem, a fim de parar o assassinato dos filhos dos mortais.

É deste modo que Ọrúnmìlá introduziu o sacrifício, Ètutu de oferendas às senhorAs da noite, o qual envolvia um coelho, ovos, fartura de óleo e outros itens comestíveis.

Da mesma maneira como Bará nós não podemos nos opor as feiticeiras sem o suporte principal adequado.

Nós apenas tentamos descobrir por meio do oráculo o que nós podemos lhes dar para angariar seu apoio e no instante em que o fizermos lhes dar o que mais elas pedirem, elas com frequência descem novamente sobre alguém que não entendeu este aspecto da existência humana, eles são os que caem com facilidade vítimas de bruxaria.

Ọrúnmìlá foi o único capaz de cativar a mulher.

Assim que ele foi abordado para a tarefa, fez os sacrifícios necessários e ao invés de ir ao Ìlú Omuo, com um exército, ele foi com um cortejo dançante o qual adentrou reto para dentro da cidade. Quando as mulheres viram o longo cortejo de homens maravilhosamente vestidos e mulheres dançando na cidade com melodiosa música, elas perceberam que era momento de voltar para a casa de Ifé.

Antes de elas compreenderem o que estava acontecendo, eles já estavam todos de volta a Ifé e havia reconciliação e júbilo geral.

Este incidente ilustra que não é fácil derrotar as forças das feiticeiras por meio de agressão sem apelar para uma autoridade superior. A maneira mais fácil de proceder para com elas é por meio da persuasão.

Ọrúnmìlá não resolve nenhum problema através de confronto a menos que todos os meios possíveis de conciliação tenham falhado.

Até mesmo nesse caso, ele frequentemente solicita o auxílio das divindades mais agressivas para fazer o serviço para ele.

E ele é uma divindade muito paciente.

Ele diz que só pode reagir depois de ter sido ofendido trinta vezes e até neste momento, levar no mínimo três anos para se sentir ofendido, depois ainda dando ao ofensor ampla oportunidade de

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arrepender-se.

A única força capaz de sobrepujar o poder das feiticeiras é a terra.

Em Ose-Osa, Osemolura, temos a informação de como o próprio Deus proclamou que o solo, Oto ou Ale, seria a única força que destruiria qualquer feiticeira ou divindade que transgredisse algumas das leis naturais. Isto foi proclamado na época quando um Curandeiro do Céu chamado Eye to yu Oke to Yoi Orun tinha se comprometido na destruição das divindades terrestres devido à suas condutas perversas na terra.

Osemolura, quem transportou a mãe das feiticeiras para o mundo, porque nenhum outro tentou fazê-lo, o juramento que Oríşá N’lá fez a feiticeira submeterem-se ao solo.

O juramento foi submetido em oposição a injustificável destruição de vidas humanas. Conta-nos porque as feiticeiras não têm poderes para destruírem o filho sincero de Deus, ambos são seguidores de votos de Ọrúnmìlá.

O enorme poder manuseado pelas anciãs da noite, lhes foi dado na époKa em que Deus vivia livre e fisicamente com as divindades.

Foi dado a feiticeiras o poder exclusivo de manter vigia sempre que Deus estivesse tomando seu banho pouco antes do galo cantar.

Era proibido ver Deus despido.

As feiticeiras divinas eram as únicas a quem foi dada esta autoridade.

Elas frequentemente davam sinal ao galo que Deus já tinha tomado seu banho, depois disso o galo cantava pela primeira vez na manhã.

Deus não abandona o restante da sua criação à mercê das anciãs da noite.

Por meio de Osa-Ose, Ọrúnmìlá revelará como Deus conta conosco para nos proteger contra os poderes das feiticeiras.

Havia uma linda moça no palácio de Deus que estava pronta para casar.

Ogun, Ossaim e Ọrúnmìlá estavam interessados na garota. Deus consentiu em dar a mão da moça em casAmento ao admirador que provasse ser merecedor de sua mão.

A tarefa a ser cumprida como prova para a mão da moça, era colher um tubérculo de Inhame da fazenda divina sem quebrá-lo.

Ogun foi o primeiro voluntário a realizar a tarefa. Ele foi à fazenda e desenraizou o tubérculo.

Tão logo ele o puxou, quebrou-se, o que logicamente descartava a sua candidatura. Ossaim foi o próximo a tentar sua sorte e também passou pela mesma experiência.

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Foi à vez de Ọrúnmìlá ir até a fazenda.

Mas ele não se direcionou diretamente para a fazenda. Ele decidiu descobrir porque aqueles que tentAram antes dele falharam e o que fazer para ser bem sucedido.

Ele consultou o oráculo e durante a consulta foi informado do que era desconhecido a todos, Deus tinha nomeado as anciãs da noite para zelar pela fazenda.

Eram elas portanto, as responsáveis pelos inhames mágicos arrancados quebrarem.

Ele foi recomendado a fazer um banquete para elas com àkarà, ẹkọ e todos os itens de coisas comestíveis, e um grande coelho, e taMbém para servir o banquete na fazenda à noite.

De acordo, ele executou o sacrifício de noite.

Naquela noite todas as guardiãs da fazenda divina banquetearam-se com a comida.

Na mesma noite, Ọrúnmìlá teve um sonho no qual as feiticeiras enviaram alguém para lhe dizer para não ir a fazenda no dia seguinte. Ele deveria ir um dia depois.

No dia seguinte elas fizeram a chuva cair pesadamente sobre o solo a fim de amolecê-lo.

Depois disto todas as feiticeiras fizeram um juramento solene de não encantar o inhame de Ọrúnmìlá a quebrar.

O terceiro dia, Ọrúnmìlá foi à fazenda e arrancou o inhame com sucesso e o entregou a Deus, que instantaneamente cedeu a garota para ele em casamento.

Apenas Ọrúnmìlá, que nunca se lança em algo sem pensar e bem antes de agir, ele sabia que era apenas acalmando e conquistando a confiança das feiticeiras que ele poderia pegAr o que ele queria. A força energética contida no ovo, esta associada à energia vital Bará, motivo pelo qual, tanto o ovo como Bará, são responsável direto pela ligação, principalmente no culto de Iami Oxorongá, mas também em muitos dos Orixás, principalmente Oxum, Iemanjá, Euá, Oia...

direcionada não apenas a fertilidade, mas a arte curativa, quer purificando ou quebrando as forças negativas.

A gema, sangue germinal unido-se à clara, transformam-se em um único ser vivo, individual no interior do ovo, da mesma forma que o processo do interior do útero, não diferente dos rituais, na mesma ideia de união do casal cósmico: Òbátálà e Iyémowo.

O poder contido no ovo, criado por Olodumarê, surgindo dele a vida, simbologia importante e representante do poder de Ìyàmi-Oxorongá, a mãe universal.

O ovo depois de manipulado energeticamente pode ser usado para neutralizar larvas e fluidos negativos.

A limpeza utilizando o ovo com cor de casca e "sexo" adequado pode purificar a pessoa dando mais amplitude a seu Ori.

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Abrindo caminho, desobstruindo e determinando rumos, tirando maus espíritos, doenças e até mesmo Ikú do caminho.

Induzindo para obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nos negócios e apaziguamento quando utilizado em ebós.

O ovo quando cozido é utilizado inteiro sobre as oferendas das divindades, tendo somente a função de neutralizar doenças negativas.

Já quando cozido e esfarinhado mistura-se ao ekuru, também esfarinhado, é utilizado com a finalidade de engambelar, dar de comer a terra, oferecendo as Iami-Oxorongá, Bará e a familia de Nanã, com a finalidade de abundância e paz.

O ovo cru quando utilizado inteiro em oferenda tem a função de tranquilizar e refrescar.

Quando os ovos crus são quebrados e, ou passados diretamente na cabeça, eles têm a função poderosa de purificar e livrar qualquer negatividade que esteja sobre o Orí da pessoa.

Quando passados simbolicamente o ovo cru no corpo de uma pessoa e atirados no chão para quebrar, tem por finalidade desobstruir os caminhos, tirando as dificuldades da vida, macumba ou qualquer força contrária que esteja no perispirito, como também eliminar obsessores.

O ovo de galinha cru, tem a finalidade de purificar e tranquilizar. O ovo de galinha cozido, tem a finalidade de tirar doenças.

O ovo de galinha esfarinhado, tem a finalidade de neutralizar a negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundância.

O ovo de pata cru, tem a finalidade de enfraquecer a força da morte, doenças graves e perdas. O ovo de codorna, tem a finalidade de neutralizar feitiços,mandingas e olho grosso.

O ovo de galinha d’Angola, tem a finalidade de abrir caminhos financeiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios.

O ovo de pombo, tem a finalidade de propiciar calma e fertilidade.

TÍTULOS DE ÌYÀMÌ

Agba: Poderosa Mãe ancestral associada ao poder feminino.

Ajé : Poderosa Mãe administradora do Poder Sobrenatural. Este devido ao seu culto que é realizado na lua nova e utiliza de poderes sobrenaturais para combater à agressividade,feitiço.Por ser o ciclo mais escuro da lua.

Iyá Mi Ajé = minha mãe feiticeira também conhecida por Ìyàmìs Oxorongá, é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus. Seu grande poder se deve ao fato de guardar o segredo da criação. Identificada no jogo do merindilogun pelo odu Ôxê .

Iyami Ajé na forma de pássaro, Coruja Rasga-Mortalha ou coruja rasgadeira, pousa nas árvores favoritas durante a noite, principalmente na jaqueira, Artocarpus heterophyllus. Contam os antigos africanos que quando a coruja rasgadeira sobrevoa fazendo seu ruído característico ou aproxima-se de uma casa é porque alguém vai morrer.

Ako: Poderosa Mãe que é o pássaro Ako. Título referente ao 3o dia da lua cheia e a seu culto exatamente na sociedade das Geledes. Título de quem assume o posto de primeira dama desta sociedade.

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Apaki: Poderosa Mãe que mata. Uma referência ao fato que ao decorrer da vida acontece a morte. Araiye: Poderosa Mãe que controla todos os espíritos da Terra, encarnados e desencarnados.

Arajado: Poderosa Mãe que olha para o Céu. Uma referencia ao fato da Terra esta coberta pelo Céu.

Asiwòró: Poderosa Mãe canalizadora das energias nos ritos tradicionais.

Ayala: Poderosa Mãe esposa daquele que é o Céu. Uma referencia ao fato da Terra ser coberta pelo Céu o próprio Orixalá.

Buruku: Poderosa Mãe Antiga. Uma referência ao planeta na sua antiguidade existencial. Egeleju: Poderosa Mãe dos olhos delicados.

Ekunlaiye: Poderosa Mãe que inunda a Terra com Água. Eleje: Poderosa Mãe proprietária do fluxo da vida o sangue.

Elesenu: Poderosa Mãe Proprietária de todos os órgãos internos, vísceras. Eleye: Poderosa Mãe Proprietária dos Pássaros.

Ilunjó: Poderosa Mãe que dança o ritmo da morte. Uma referência ao ritmo tocado para Ogun aquele que dança o ritmo da morte.

Iya-Ori: Poderosa Mãe das Cabeças,uma alusão ao fato de está relacionada aos rituais de sacrifício animal sobre uma cabeça. Titulo que é também cultuada nos ritos de bori.

Iyelala: Poderosa Mãe senhora dos sonhos,relacionada a revelação de situações através de sonhos. Iyemonja: Poderosa Mãe senhora que possui muitos filhos como cardumes de Peixes, uma alusão à sua qualidade anfíbia e à quantidade de seres humanos existentes na terra comparada à quantidade de peixes existentes no Mar. Titulo relacionado a Egun.

Iyemowo: Poderosa Mãe que é o próprio dinheiro de suas filhas, uma alusão a grande quantidade de búzios que utiliza em suas roupas este titulo é cultuada no culto de Orixalá.

Kekere: Poderosa Mãe pequena do universo. Uma referência ao fato de Iyami ser a administradora da vida na auxiliando Olodunmare.

Koko: Poderosa Mãe Anciã, uma referência à antiguidade do planeta. Logboje: Cabaça Existencial no Universo, uma referencia ao planeta Terra.

Malè: Poderosa mãe que não permite o mal chegar na noite, uma alusão as noites que sobrevoa na sua forma de pássaro nos lugares em que é invocada e reverenciada com louvores e saudações. Título este muito reverenciada nas rodas de Xangô, Egungun, quando e enquanto dançam em volta da fogueira ao Ar livre, fato memorável ao poder sobrenatural que possibilita Xangô como o grande Egungun ancestral voltar à Terra possuindo seus Eleguns durante as festividades.

Naré: Poderosa como o próprio ventre.

N'la: Poderosa grande Mãe, uma referência à grandeza do planeta Terra e seu culto elementar. Oduwà: Poderosa Mãe proprietária do recipiente da existência, o mundo.

Oga Igi: Poderosa Mãe que faz o alto das árvores de trono. Uma referência ao fato dos Pássaros pousarem no cume das grandes árvores.

Oloriyàmi: Poderosa Mãe proprietária das águas, referência aos mares e a água do útero.

Olotojú: Poderosa Mãe que espia do alto ao fato dos pássaros pairarem no ar e observarem tudo de cima.

Omolu: Poderosa Mãe, a filha sagrada de Deus. Título que é cultuada ao lado de Obaluaiê.

Omolulu: Poderosa Mãe rainha das formigas, ao fato de estar associada ao subsolo, título este em que é também cultuada no culto de Obaluaiê.

Onilé: Poderosa Mãe proprietária da Terra, referente a reverencia e aos rituais realizados dentro da terra. Outra referencia é ao fato de ser o lugar mais próprio de se cultuar toda classe de espíritos, na qual Ela é a grande apaziguadora desses espíritos ou forças rebeldes. Numa única função de tranquilizar, apaziguar ou neutralizar qualquer tipo de força oculta agressiva.

Oru-Alé: Poderosa Mãe da madrugada e da noite. Osupa: Poderosa Mãe que controla as forças da lua.

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humanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Ìyàmì se sinta ofendida.

Tudo que é redondo remete ao ventre e, por consequência, as Ìyàmìs.

O poder das grandes mães é expresso entre os Orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Ìyàmìs é manifesto em toda mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.

Petekun: Poderosa Mãe que é povoada, uma referência a relação com Bará4.

ORIKI

Ìyá kéré gbo ìyámi o

Pequeninas mães, ó idosas mães Ìyá kéré gbohùn mi

Pequeninas mães, ouçam minha voz Ìyá kéré gbo ìyámi o

Pequeninas mães, ó idosas mães Ìyá kéré gbohùn mi

Pequeninas mães, ouçam minha voz Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí

Todas as senhoras dos pássaros quando eu Ìgbàmú ile

Cumprimo a terra Ìyá kéré gbohùn mi

Pequeninas mães, ouçam minha voz Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí

Todas as senhoras dos pássaros da noite Ìgbàmú ilê

Todas as vezes que comprimo a terra Ìyá kéré gbohùn mi

Pequeninas mães, ouçam minha voz PRECE

Mãe destruidora, hoje te glorifico: O velho pássaro não se aqueceu no fogo. O velho pássaro doente não se aqueceu ao sol.

4 Bará é orixá que faz o movimento e Interligação entre os orixás e os humanos, abre e fecha os caminhos e a roda da vida. Portanto é o mensageiro dos orixás. Ele é o dono das chaves dos portais, cruzeiros e caminhos.

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Algo secreto foi escondido na casa da Mãe ... Honras à minha Mãe!

Mãe cuja vagina atemoriza a todos.

Mãe cujos pêlos púbicos se enroscam em nós. Mãe que arma uma cilada, arma uma cilada. Mãe que tem potes de comida em casa.

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ODU Ìyáàmi OSORONGA

Interpretação do Ifá Odu relacionado com o Espírito Elemental dos pássaros por Awo Falokun Fatunmbi

Introdução

O tema do papel e da função de Ìyáàmi dentro da tradição de Ifá /Orisa abrange um amplo aspecto de opiniões e interpretações. Muitas dessas opiniões caracteriza como Ìyáàmi força negativa no Universo freqüentemente associada a “bruxaria”e da utilização de mulheres e o poder para prejudicar os outros. Este ponto de vista particular,parece-me estar em contradição com a Escritura Ifa e a prática do ritual de Ifá.

Oferendas para Ìyáàmi são um componente de quase todas as ofertas feitas como um resultado de consulta com Adivinhação Ifa. Isto em si não tem nem uma conotação positiva ou negativa. No entanto, a utilização do representação simbólica das aves (Eleiye) sobre as coroas do Oba parece sugerir que a

bênção de Ìyáàmi é um elemento essencial na santificação da monarquia.

As referências a Ìyáàmi foram eliminados a partir de muitas das versões de Odu Ifa disponíveis em Inglês fazendo uma avaliação com base as escritura difícil. Os versos que estão disponíveis em Inglês são muitas vezes enigmática e obscura fazendo uma interpretação desafio. Eu submeto esses versos como uma base para uma análise mais aprofundada do que eu acreditoé um conceito importante e fundamental na prática da nossa fé.

Pierre Verger foi um fotógrafo francês que se mudou para o Brasil e tornou-se alguns relatos de Orisa e suas comunidades. Ele fez várias viagens à África, onde recebeu Ifa e foi dado o nome Awo Fatunmbi. Ele escreveu uma série de livros em Português, incluindo um estudo bem documentado de ervas associados com Odu IFA. Além disso, ele fez um estudo de Odu relacionado com Ìyáàmi Osoranga

e imprimiu um volume de versos que ele coletou sobre este importante assunto. Este livro é minha interpretação do Odu que ele coletou. Iba sé Baba Fatunmbi.

Awo Falokun Fatunmbi Egbe Ifa Ogunti Ode Remo

OSA MEJI

II II I I I I I I

Ìyáàmi e a Criação do Pano Egun ( ABAIXO DESTE TEXTO EM YORUBA TEMOS A TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS )

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Obu yankan yankan. Ariwo ajija ni d’Orun. A d’ifa fun Odu n’ijo to n

nti’kole Orun bo wa ile aiye. A d’ifa fun Obarisa, n’ijo ti o nti’kole Orun bo wa ile aiye. A d’ifa fun Ogun, n’ijo ti o nti’kole Orun bo wa ile aiye. Olodumare. O ni, ile aiye l’awon nlo yii. O ni, nigbati awon ba de ohun nko? Olodumare ni ki nwon o lo maa se ile aiye, ki ile aiye o dara. O ni gbogbo ohun ti nwon yio ba si maa se, o ni on o fun won l’ase ti nwon o maa fi se e, ti yio si fi maa dara. Ni nwon ni ki Ogun o siwaju. Nigbati Ogun siwaju, Obarisa tele e. Nigbati Obarisa tele e, Odu nlo kehin. Nigbati Odu wa kehin, ni Odu wa pada sehin. O ni, iwo Olodumare. O ni, ile aiye t’awon nlo yii, o ni, Ogun, o ni, o l’agbara Ogun jija, o ni, os si ni ida, o l’o mo ibon, o ni, o ni gbogbo nkan ti nwon fi jagun. O ni, Obarisa, o ni, on naa l’ase. O ni, ase re t’o ni ni fi ise gbogbo ohun t’ oba fese, O ni, on je obirin ninu nwon, ni on Odu. O ni kini agbara ti on? Olodumare ni agbara tire? O ni, iwo l’o maa je iya won lo lailai, o ni, nitori nigbati enyin meteta nl o, o ni, iwo, obirin nikan ni o pada. O ni, iwo obirin naa ni on fun l’agbara, ti o o fi maa je iya nwon. O ni, iwo ni o o si mu ile aiye ro. Olodumare l’o ba fun un l’agbara. Nigbati o fun un l’agbara, o fun un l’agbara eiye, o gbe eleiye fun un. Nigbati o gbe eleiye fun un tan Olodumare ni too. O ni, igba eleiye ni on gbe fun o yii o, o ni, nje o mo lilo re l’aiye? O ni ki o mo bi o ti se maa lo o l’aiye. Odu ni on o mo. O gba eiye l’odo Olodumare. O si gba agbara ti yio tun maa lo l’ori re. L’o ba nlo. Orin sa a. Olodumare tun pe e pada. O ni o dara. O ni, pada wa. O ni, iwo Odu. O ni, pada wa. O ni, nigbati o ba de ile aiye, o ni, bawo ni o o tie ti maa lo awon eiye re? Ati awon agbara ti on fun e? O ni bawo ni o o ti se maa lo nwon? Odu ni, gbogbo eni ti ko ba ti gbo t’on, o ni, on o fi maa ba won je ni. O ni, eni, ti ko ba ya si alaye ti on, ti on ba se fun un, ti ko si gbo gbogbo ohun ti on ba so, o ni ni on o maa fi ba ja. O ni, eni ti o ba wa dimo on, ti o ba pe on o l’owo, o ni, on o maa fun un. O ni, eni ti o ba si pe on o bimo, oni, on o maa fun un. O ni ti on ba si fun enia l’owo naa tan, ti o ba tun yaju si on. O ni, on o gba a. O ni ti on ba si fun enia l’ omo tan, ti o ba tun yaju si on, o ni on o gba a. O ni gbogbo ohun ti on ba se fun enia, ti o ba ti yaju si on, o ni, on o si maa gba a lowo re. Olodumare ni o dara. O ni ko buru. O ni sugbon maa rora lo ree lo agbara ti on fun o. Ti o ba lo o tipatipa on o ma gba a o, ati pe gbogbo awon okunrin t’ o tele, iwo l’on o fi se iya won, ti o je pe gbogbo ohun yio wu nwon ba ni se, a fi bi nwon ba fi lo iwo Odu ni nkan un yio to se ise. Lati igba naa ni Olodumare ti fun obirin l’ase, lat’ori eni ti o si fun l’ase naa ni oruko re ne Odu. Ni o gbe gun obirin l’ase wipe, gbogbo ohun yio wu. Okunrin ko gbodo le da nkankan s e lehin obirin. Ni Odu mbo d’ ode isalaiye, Nigbati nwon jo de ode isalaiye, gbogbo igbo ti nwon ri (ti won npe ni igbo Esgun) obirin ni o nwo o. Eyii ti nwon npe ni igboro, obinrin ni o nwo o. Ko si ewo kankan fun obinrin nigba naa, pe igbo kan wa ti obirin ko gbodo wo, tabi ika kan wa ti obirin ko gbodo wo. Bi nwon o bo Eegun, bi enia o bo Oro, bi enia o bo gbogbo orisa, obinrin ni bo o nigba naa, nigbati nwon wa mbo o bee. Ha! Agba ti o ba se aseju ti te nite. A d’ifa fun Odu, nigbati Odu de’ le aiye. Ha! Nwon ni, iwo Odu, nwon i, oba le so ra re. Ki o se s e suuru, ki o ma yaju. Odu ni et iri? Nwon ni nitori agbara re, ti Olodumare fun un, nwon ni nitori ki aiye ma ba r’idi re. Odu ni howu! O ni, ko si nkankan. O ni nwon ko ni le r’i di re. O ni on nika l’o lo odo Olodumare. Lo ree gba agbara ti ko se oju gbogbo awon ti nwon jo mbo w’aiye, ko se oju won rara! Nigbati nwon wa so bee fun Odu tan, nwon, ni k’o rubo. Odu ni, rara! O ni, on ko ni rubo. Ebo ki obirin o ri agbara gba bo lati odo Olodumare, l’oru. Sugbon on ma le yo ayopere. Ki on o si le lo kini yii titi. Ki aiye o ma fi ba a je mo on lowo. Ki aiye o ma fi ri’ di re. Ko rubo re. L’o ba nlo. O mu Eegun jade. O mu Oro jade. Gbogbo nkan, ko si ohun ti ki se nigba naa. Ni Obaisa wa ni, hen! On ti o je pe on ni Olodumare ko aiye le lowo. Ko je pe obirinbirin yii ni yio gba aiye naa, ati ika Eegun ni, ati ika Oro ni, ati ika gbogbo Orisa ni. On ko gbodo wo okankan ninu re. Ha! obirin yii ni yio wa gba gbogbo aiye naa, ni Obaisa ba lo ree ke si babalawo. Babalawo ti o

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loke si nijo naa, Orunmila l’o lo ke si nijo naa, Orunmila ga an l’o pe. O ni ki Orunmila o ye on lowo kan ibo wo? Ise ti Olodumare ran on yii: Ati ile aiye ti o ko le on lowo yii? On jise naa lajeyi. Enikankan ko si le gba ile aiye naa lowo on. Ile aiye naa ko baje. On ti se le segun? Nlo da’ fa si. Nwon ni ebo ni ki Orisa oru. Nwon ni ki o se se suuru.

Orunmila yan an l’ebo igbin nigba naa. O yan an ni pasan. Osi yan an ni egbaajo owo. Orisa rubo. Nigbati Orisa rubo tan, Orunmila se’fa fun Orisa. O ni, ile aiye yii o, o mbo wa di ti e o, o ni, sugbon, suuru ni ki o se o. O ni, ti o ba ti se suuru, o ni, mbo wa di ti e. O ni, eni ti nwon gbe agbara fun l’obirin. O ni, yio fi as eju bo o. Nigbati o ba f’ase ju bo o, o ni, yio wa di omo lehin iwo Ori sa, yio maa wa teriba fun o, Orisa si gbo, ose suuru. Gbogbo iwa eyii t’o dara, eyii ti ko dara, ti Odu nhu nile aiye, ti nfi agbara ti Olodumare fun hu: Ti o ba ni enikan ko maa wo on l’ofu, eni ti o ba wo o, oju re yio fo. Ti o ba ni enikan wo on ni iwo ti ko dara, ti o ba pe ori o maa fo o yio maa fo o naa, ti o ba pe inu o maa run un, inu yio maa run un. Gbogbo ohun ti Odun ba so nigba naa ni maa se. Nigbati o wa ya ni Odu ni, iwo Ori sa, o ni, nigbati ose pe awon dijo waiye naa ni, o ni, je ki on re o wa ni ibi kan naa. O ni, ti awon ba wa ni’bi kan naa. O ni, gbogbo ohun ti on ba fe se, o ni, on o maa r’aaye je ke iwo Ori sa, ki o maa ri gbogbo ohun ti on ba nse. O ni nitoripe awon pelu re. Ni awon jo ro lati ode Orun w’aiye ati Ogun. O ni, sugbon ologun ni nwon yan fun Ogun wipe, eniti o ba fe ba won jagun, ki Ogun o ba won segun re. O ni, ni won yan Ogun fun awon si. Ni Odu pelu Obaraisa, ni won ba jo ngbe oju kannaa. Nibi ti nwon gbe jo ngbe ojukannaa, igbin ti Orisa fi rubo, Orisa mu u, o fi nbo ori re. Nibi ti Orisa ngbe fi igbin bo ori re. Nigba Orisa bo’ri tan, o si mu omi igbin yii. Nigbati o mu omi igbin, o ni, iwo Odu, abi iwo naa o mu bi o? Odu naa ni ko se nkankan. Odu naa gba omi igbin, o mu u. Nigbati Odu mu omi igbin tan, inu Odu nro diedie. Nibi ti inu re gba nro, o ni ha! O ni, iwo Obarisa, o ni, o ma tie mo nkan t’o dun je. O ni ase omi igbin dun bayi ati igbin naa ase o dun bayi? Nigbati oje tan, o ni o dara naa. O ni, lailai nwon ko gbodo fun on naa ni nkan miran ju igbin lo. O ni, igbin naa ni ki won o si maa fun on. O ni, igbin ti iwo Orisa yii naa nje gan an, o ni, nwon o maa fun on. Orisa ni on ko pe ki nwon ma fun o nigbin, o ni, sugbon agbara tie ti o o fi han, o ni nikan ni o ndun on. O ni, gbogbo ohun yio ku ti on ba ti ni, o ni, on gbodo fi han iwo Odu. Orisa wi bee. Nigbati Orisa so bee tan, Odu ni nigbati o ti di pe on wa joko tio ti on pelu re ngbe loju kannaa, o ni, t’ o si j e pe gbogbo nkan ti iwo ba nse ti o o fi kankan pamo fun on. O ni, gbogbo ohun ti on naa ba maa nse poo on ko ni fi kokan pamo. O ni, ki o le baa maa ri gbogbo ise ti on o maa se ati gbogbo iwa ti on o maa hu.O ni, no on se wa joko pelu r e nibi kannaa. Obarisa, o ni, ko buru. Nigbati Orisa ni ko buru tan nwon jo ngbe. Ti nwon njo gbe nwon fe bo Eegun. Odu un gbe nkan ti nwon o fi bo Eegun, gbe e lo s’ika Eegun. O ni, k’Obarisa o kalo. Ha! Obarisa ni eru mba on. O ni ki o kalo. Obarisa tele e. Nigbati Obarisa tele e wo igbo Eegun tan. Nwon ba bo Eegun. Nigbati won bo Eegun, Odu o mo aso da bori. Sugbon ko mo bi nwon ti se dun’ gun, bi nwon ti se f’ohun ara Ourn. O kan mo aso da bori, o si le s’adura gegebi enia. Sugbon ko mo gegebi nwon ti se nf’ohun ara Orun. Nigbati ose’bi ti nwon bo Eegun tan, Odu si mu aso, o da a bori, o nse adura fun eni jti o gbe onje wa. Nigbati o nse adura fun un tan, o jade. Nigbati o jade tan on (ati) Obarisa, o wa di igba ti nwon wole. Ni Obarisa wa lo si’bi aso. Aso Eegun ki iti l’awon tele tele ri. Orisa l’o fi awon kun un. Awon ti Eegun maa fi riran un. Aso lasan ni eegun wa nigba naa. Nigbati obirin fi nse Eegun, aso lasan ni, nwon yio si lu oju r e pe ki awon maa fi riran diedie. Ko si awon lu lu niwon lu Eegun loju nigba naa. Sugbon nigba ti Obarisa wa de ibe. Obarisa wa fi awon kun un, lehin ti nwon de ile tan, l’Obarisa wa tun lo si ika Eegun. O gbe Eegun, o re oju re, o f’awon si i. Nigbati o f’awon si tan lo ba da Eegun bori. Nigbati o da aso Eegun bori tan, o mu ore l’owo, mimu ti o mu ore l’owo, ko da gbere fun Odu, wipe o los’ ika Eegun n’ibi ti o gbe jade. Ni Obarisa ba f’ohun Eegun. O f’ohun Eegun, nwon ko da ohun re mo mo. Ose adura, nwon ko da ohun re mo mo. Eni ti

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o bo Eegun o ni hen! o ni ha! O ni Eegun ti on maa bo maa gba o. O ni ara Orun l’o w’aiye yii. O si mu ore l’owo. Ore ti o mu l’owo un, o nfi or eyen wo’le. O si nf’ohun Eegun. N’ibi ti o gbe nf’ohun Eegun. O tun di nkan ti nab Odu naa leru. Ha! Ha! Nigbati on nda aso bori on ko mo iru eleyi wi! Ha! Ha! Tani o ti yara bo sinu aso yii? Ti o si ti yara nfo iru ohun bayii? Ogbon ni okunrin fi gba agbara. Ati gbogbo ogbon ti obirin gbon, ogbon ni okunrin fi gba l’owo awon obirin. Ni Olodumare koko ko ogbon ati agbara eleiye ti obirin. Sugbon ogbon ati etan ni okunrin fi gba ogbon l’awon obirin. Nigbati Odu ti ri i pe Eegun yii mu ore l’owo, on naa nsa fun un, o tun di ohun ti eru nba. Obarisa o gbe Eegun yii kaakiri gbogbo ilu. Odu si ti ri wipe aso on ni. Nigbati o ri i aso on ni. O ni ta wa ni eleyii? Ko si ri Obarisa nile. O ni abi Obarisa naa ni? Ni Odu ba duro nile. L’o ba ran eiye re O ni ki o lo bale e ni ejika. Ni nwon ba jo nlo. Gbogbo nkan ti Eegun ba ti wi, ni nse ni agbara eiye, ti o bale e ni ejika. Nigbati gbogbo ohun ti o wi wa nse tan, ti o wa dari de’le. O dari di ika Egun. O bo’ra sile. O fi or e sile. O mu ewu re wo. O jade. Eleiye o ti lo si odo eni t’o ni i. Nigbati o wa wole, Odu si ki i. O ni kaabo. O ni nibo l’o wa lo? Obarisa ni, on lo si ode ni. Odu ni, ko buru. O ni kaabo. Obarisa si da gbogbo nkan ti o gba bo sile. Nigbati o da a sil e tan, Odu ni o dara naa. O ni se aso Eegun on naa l’o gbe lo si ode? Obarisa ni on naa ni. Odu ni nigbati iwo bo sinu Eegun un. O ni, oye o ju to on gan an ti on maa nse e lo. O ni, gbogbo enia, o ni, nwon npe Eegun ree, Eegun ree! O ni, nwon nkigbe mo. O ni, nfi ore wo’le. O ni, o tie niyii. O ni, lati oni lo. O ni, on yoda r e fun okunrin. O ni, lati ori ti on, o ni, obirin kankan ko gbodo wo nu Eegun mo. O ni, l at’ori Orisala, o ni, on yoda Eegun fun okunrin. O ni, sugbon ti on naa nlo ode, o ni, on ni on o maa ni agbara ti maa lo. Idi re niyii Eegun pelu eleiye nwon fi tun ni irepo. Nibi ti Eegun ba wa, nibe ni awon eleiye wa. Gbogbo agbara ti Eegun si nlo, agbara eleiye ni. Ni Odu ba ni on ko gbo do ri ki obirin kankan ko bo sinu Eegun mo, sugbon bi Eegun o be maa lo ree se alajoko, Ti o je wipe ti Eegun ba lo sode, ti o maa je niwaju re. Ti yio maa jo ko Eegun lona. O ni, eyun un nikan ni ki obirin o maa se. O ni obirin ko tun gbodo wo ika mo. O ni lati oni lo okunrin naa ni k’o maa gbe Eegun ki o si maa mu Eegun jade. O ni, sugbon gbogbo, ati omode, ati agba, enikookan ko wa gbodo fi obirin sere, o ni, obirin nl o ni agbara julo lorile aiye. O ni, obirin si tun ni o bi wa. O ni, gbogbo enia, obirin ni o bi nwon. O ni, gbogbo ohun ti enia ba nse. Ti ko ba fiti obirin kun un, o ni, ko le sese. Idi re ni i okunrin ko fi le da nkankan se laiye, bi ko se pe o l’owo obinrin. Ni nwon ba nkorin. Ni Obarisa naa ba nkorin. Nigbati o ba di Orun ti nwon o ba se ose. O ni, gbogbo orin ti nwon o maa ko yii o, lati inu Osa meji. O ni, ki nwon o maa fi iba fun obirin, o ni, ti nwon ba ti nfi iba fun obirin, ile aiye yio maa toro. Ni nwon ba nkorin bayii wi pe; E kunle o, e kunle f’obirin o. E obirin l’o bi wa. k’a

t’obirin ni, e kunle

f’obirin o. E obirin l’o bi wa o, k’awa to d’enia.

Osa Meji é rico, poderoso grito cósmico. Sinos tocando chegar a partir das abóbadas do céu. Ifa foi consultado para Odu no dia Odu foi fazer a viagem do Céu à Terra no companhia de Ogun e Obarisa. Odu foi a única mulher entre eles.Ela perguntou Olodumare o que aconteceria quando chegamos no mundo? Olodumare disse que o mundo seria bom. Ele disse tudo o que vai querer fazer seria feito, porque ele lhes dará a de alimentação. Vai ser bom. (Esta é uma referência à crença de Ifá que a vida é projetado para trabalhar e pessoas na terra nascem com o potencial para uma vida boa)

Ogun andou na frente. Quando Ogun entrou Obarisa frente seguido e atrás Obarisa veio

Odu. Ela perguntou Olodumare sobre o mundo. Ela disse Ogum tem o poder de lutar. Ele tem a arma que ele tem as armas necessárias para a vitória. Ela disse Obarisa tem poder, o poder de Obarisa faz o que quiser se manifestar. Ela disse que é a única mulher entre eles e

Referências

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