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DIREITO CONSTITUCIONAL II Prof. Raul 2 o BIMESTRE - EXERCÍCIO EM GRUPO E COM CONSULTA 2015 RESPOSTAS

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DIREITO CONSTITUCIONAL II – Prof. Raul

2

o

BIMESTRE - EXERCÍCIO EM GRUPO E COM CONSULTA – 2015

RESPOSTAS

PARTE I

1) O deputado Rupert, ao ser ouvido na Comissão de Ética, dentro do

Congresso Nacional, ofendeu um colega, usando palavras duras e

grosserias desnecessárias. A sua manifestação foi transcrita, na íntegra,

pelo jornalista Boris, e publicada em jornal de grande circulação.

Pergunta-se: a) o deputado pode ser responsabilizado civil ou

criminalmente pelo que disse publicamente na comissão? b) a atitude do

deputado pode ter algum reflexo no âmbito interno, disciplinar, da

Câmara? c) o jornalista Boris pode ser responsabilizado civil ou

criminalmente pelo que divulgou? Explique. d) a situação seria diferente

se Rupert fosse vereador e tivesse feito as suas declarações na Comissão

de Ética da Casa a que pertence?

a) O deputado está amparado pela imunidade parlamentar material e não pode ser responsabilizado civil ou criminalmente pelo que disse (cf. Art. 53, caput, CF). Destaca-se o fato de que o discurso ofensivo foi proferido dentro da Casa, perante uma Comissão Parlamentar. O STF tem entendido que, nestas circunstâncias, não importa se há nexo entre as palavras e a atividade parlamentar (vide jurisprudência sobre o tema, neste site);

b) O abuso de prerrogativa pode caracterizar quebra de decoro parlamentar (art. 55, inc. II e parágrafo 1º, CF). Tal situação possibilita a instauração de processo interno, visando à cassação do deputado (ver artigos citados e parágrafo 2º do mesmo art. 55, CF).

c) A imunidade material protege não só o parlamentar como também a publicidade de seu discurso. Por conseguinte, não é possível responsabilizar o jornalista que nada mais fez do que noticiar um fato.

d) Se Rupert fosse vereador a situação seria a mesma, haja vista que a Constituição também garante imunidade

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material em favor dos vereadores, por atos praticados na circunscrição do Município.

2) Genofredo, líder sindical, vinha sendo processado criminalmente pela

prática de calúnia contra Afrânio, prefeito de sua cidade. O crime

ocorreu em São Carlos (SP). Antes que o processo fosse julgado,

Genofredo foi eleito deputado estadual em São Paulo. Pergunta-se: a)

Genofredo estará coberto por algum tipo de imunidade parlamentar

quanto ao processo que vinha respondendo (possibilidade de suspensão

ou impossibilidade de prisão)? Qual? Explique. b) O processo por

calúnia terá continuidade? Em caso positivo, qual órgão do Poder

Judiciário será competente para dar andamento a este processo?

Explique. Responda agora às mesmas perguntas supondo que

Genofredo foi eleito vereador em São Carlos, e não deputado estadual.

GENOFREDO como deputado estadual

a) Não se aplica ao caso a imunidade parlamentar formal, quanto ao processo. Esta só pode surtir efeito quanto a fatos praticados a partir da diplomação. Mas vale observar que o deputado estará protegido contra eventual decretação de sua prisão.

b) Terá aplicação à hipótese a prerrogativa de foro (que, a rigor, em sentido estrito, não se denomina imunidade). Isto significa que o processo deve ser remetido ao Tribunal de Justiça do Estado, sem prejuízo dos atos processuais praticados até a diplomação.

GENOFREDO como vereador

a) os vereadores não contam com imunidade parlamentar formal, seja quanto ao processo, seja quanto à prisão.

b) o processo terá continuidade no mesmo Juízo onde vinha tramitando. A eleição e a diplomação do vereador não alteram esta competência, haja vista que os vereadores não contam com prerrogativa de foro.

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3) Hermenegildo, deputado estadual, deve pensão alimentícia à sua filha

menor, moradora de Sorocaba (SP). Pergunta-se: a) a filha, assistida pela

mãe, pode ajuizar ação civil (execução de pensão) contra o pai? Em que

Juízo? b) quanto ao processo civil de execução (apenas quanto ao

processo!) há alguma prerrogativa parlamentar, integrante do chamado

“Estatuto dos Congressistas”, que proteja o deputado? c) se nesta ação

for decretada a prisão civil de Hermenegildo, esta ordem pode ser

cumprida de imediato? Explique. Agora responda às mesmas questões

supondo que Hermenegildo não foi eleito deputado estadual, mas

vereador de Sorocaba (SP).

HERMENEGILDO como deputado estadual

a) Não há qualquer impedimento para o ajuizamento de ação civil (execução de alimentos) contra HERMENEGILDO. A ação deve ser proposta perante a Justiça Comum Estadual, em Sorocaba.

b) Não se aplica ao caso a prerrogativa de foro, nem tampouco a imunidade parlamentar material. Também não tem aplicação a imunidade formal quanto ao processo (impossibilidade de suspensão de ação civil movida contra parlamentar). A única prerrogativa que pode beneficiar o deputado, no caso, é a referida no próximo item;

c) O parlamentar não está sujeito a qualquer tipo de prisão, exceto a prisão em flagrante por crime inafiançável. Logo, também não se sujeita à prisão civil. Se decretada a sua prisão, a ordem não pode ser cumprida enquanto durar o mandato.

HERMENEGILDO como vereador

a) Não há qualquer impedimento para o ajuizamento de ação civil (execução de alimentos) contra o vereador. A Justiça Comum Estadual de Sorocaba é a competente para esta ação.

b) Não há qualquer prerrogativa que proteja o vereador na hipótese de ação de natureza civil.

c) O vereador não conta com imunidade formal, seja quanto à prisão, seja quanto ao processo. Deste modo, se decretada a

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sua prisão civil, a ordem judicial pode ser imediatamente cumprida.

4) O senador Kelvin Troiano, no terceiro ano de seu mandato, em férias

no litoral alagoano (Maceió), após ingerir grande quantidade de bebida

alcoólica, teve uma acirrada discussão com um garçom, a quem injuriou

moralmente. Na mesma oportunidade, sacando uma arma de fogo que

trazia na cintura, efetuou dois disparos para o alto, no interior do salão

de um clube onde estavam diversas pessoas. Ninguém foi atingido.

Pergunta-se: a) Kelvin pode ser processado pelo crime de injúria contra o

garçom? b) o ofendido pode ingressar na Justiça com ação civil de

reparação de dano moral contra o senador? c) quanto aos processos

referidos nas questões anteriores, Kelvin estará amparado por algum

tipo de imunidade (material ou formal)? d) Kelvin poderia, no caso, ter

sido preso em flagrante pela prática do crime de “disparo de arma de

fogo” (art. 15 da lei 10.826/2003 - crime afiançável, segundo

entendimento do STF)? e) Kelvin pode ser processado por este crime de

“disparo de arma de fogo”? Em caso positivo, que Juízo seria competente

para este processo? f) Kelvin poderia se valer, quanto a este processo, de

alguma prerrogativa parlamentar? Fundamente todas as respostas.

a) O senador praticou os fatos fora do exercício de suas funções. Logo, conforme orientação do STF, não estava protegido pela imunidade parlamentar material e pode responder pelo crime de injúria;

b) Pelos motivos da resposta anterior, o senador também não possuía proteção quanto a ilícito civil;

c) Quanto à ação penal (item “a”), o senador continua com a proteção da imunidade formal. Isto significa que não pode ser preso (prisão preventiva, temporária etc.) e o processo pode, nos moldes do art. 53, parágrafos 3º a 5º, CF, ser suspenso enquanto durar o mandato. Não há imunidade aplicável à ação civil referida no item “b”;

d) Tratando-se de crime afiançável, não era possível a prisão em flagrante do senador;

e) É possível a instauração de ação penal contra o senador, pelo disparo de arma de fogo em local aberto ao público. O Juízo competente para este processo é o STF.

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f) É aplicável ao caso a imunidade parlamentar formal, seja quanto à prisão, seja quanto ao processo (como no item “c”).

PARTE III

5) No primeiro ano do exercício de seu mandato, Regis Bornel, deputado

federal, praticou um crime de homicídio culposo (dirigia seu automóvel,

em alta velocidade, quando veio a atropelar e matar uma pessoa).

Pergunta-se: a) Regis poderá ser processado criminalmente por este

fato? b) é possível que, por deliberação da Casa a que pertence, Regis

fique definitivamente livre de responder a este processo? c) para que os

familiares da vítima ingressem com ação civil contra Bornel, para fins de

indenização, precisarão comunicar a Câmara? d) se a Câmara tomar

conhecimento deste processo de natureza civil, referido no item “c”,

poderá, de alguma forma, suspendê-lo? Explique. Responda agora às

mesmas questões supondo que Regis Bornel não é deputado federal, mas

vereador de Curitiba.

REGIS como deputado federal

a) O deputado pode ser processado pelo crime comum que praticou;

b) Como o fato foi praticado durante o mandato, é possível a aplicação da imunidade formal quanto ao processo. Isto significa que, em tese, é possível que, por decisão da maioria da Câmara, seja determinada a suspensão do processo contra REGIS. Isto, porém, não significa “ficar definitivamente livre” do processo, considerando que a suspensão vale somente enquanto durar o mandato (o processo volta a correr após o término do mandato);

c) O ajuizamento de ação civil, indenizatória, não depende e nem pode ser impedido por qualquer deliberação da Casa. Por este motivo, não se faz necessária qualquer comunicação por parte dos familiares da vítima;

d) A imunidade formal quanto ao processo, que permite a suspensão de ações contra deputados ou senadores, só se refere ao âmbito criminal. Não é possível, por qualquer

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instrumento do estatuto dos congressistas, a suspensão de ações civis movidas contra parlamentares.

REGIS como vereador de Curitiba

a) O vereador pode ser processado pelo crime comum que praticou;

b) Não há imunidade que garanta ao vereador desonerar-se do processo. Nem mesmo faz ele jus à imunidade formal que permita a suspensão do processo;

c) O ajuizamento de ação civil, indenizatória, não depende e nem pode ser impedido por qualquer deliberação da Casa. Por este motivo, não se faz necessária qualquer comunicação por parte dos familiares da vítima;

d) Não é possível, por qualquer instrumento do estatuto dos congressistas, a suspensão de ações civis movidas contra parlamentares, inclusive vereadores.

6) Hermes Corleone, vereador de Mauá, foi procurado por certo

comerciante que enfrentava dificuldades na aprovação, pelo Município,

do projeto arquitetônico de um grande prédio comercial. O vereador,

então, pediu que o comerciante lhe entregasse a quantia de R$ 50.000,00,

em dinheiro, como forma de conseguir, em três dias, o pretendido

documento (alvará de construção). Dois dias depois, em local combinado,

o comerciante levou uma mala com o dinheiro. No momento em que

Corleone recebeu a quantia, ouviu voz de prisão por parte de policiais

previamente avisados pela vítima. Levado à delegacia, o delegado

entendeu que estava caracterizado o crime de corrupção passiva (art.

317, do CP), delito afiançável. O fato foi amplamente noticiado.

Pergunta-se: a) Hermes pode ser preso em flagrante? b) Pode ser

processado criminalmente por esse fato? Qual seria o Juízo competente

para este processo? c) é possível, pelo voto da maioria absoluta de seus

pares, sustar o processo criminal iniciado contra Hermes? Explique. d) O

fato pode acarretar consequências disciplinares contra o vereador?

Quais? Responda às mesmas questões supondo, agora, que Hermes

Corleone não é vereador, mas sim deputado federal e que o fato ocorreu

na cidade de São Paulo.

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HERMES como vereador:

a) Não há impedimento legal para a prisão em flagrante de qualquer vereador, ainda que se trate de crime afiançável. Efetuada a prisão, o autuado somente não será conduzido ao cárcere se prestar a fiança fixada pela autoridade, considerando que o crime cometido é afiançável.

b) Não há impedimento legal para que o vereador seja processado criminalmente. Será competente para o processo um dos juízes criminais da Comarca de Mauá, local onde o fato ocorreu (vereador paulista não tem prerrogativa de foro assegurada na Constituição Estadual); c) Não há possibilidade de suspensão do processo criminal (se

instaurado). O vereador não possui imunidade formal.

d) O fato também implica em quebra de decoro parlamentar (percepção de vantagem indevida), o que pode gerar, na própria Câmara, um processo de cassação de mandato contra o vereador.

HERMES como deputado federal:

a) Hermes não pode ser preso em flagrante, considerando o fato de se tratar de delito afiançável;

b) O deputado pode ser processado perante o Supremo Tribunal Federal (não importa, pois, que o fato tenha ocorrido na cidade de São Paulo);

c) A sustação do processo é possível, pois o deputado conta com a imunidade parlamentar formal. A suspensão do processo (e da prescrição) dependerá da observância do disposto nos parágrafos 3º a 5º do art. 53 da CF. Qualquer partido político com representação na Câmara poderá dirigir à Mesa um pedido de suspensão do processo. Em 45 dias os membros da Câmara deverão decidir sobre o pedido. Pelo voto da maioria absoluta poderão acolher o pedido de suspensão, hipótese em que o STF será comunicado. O

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processo e o prazo prescricional permanecerão suspensos enquanto durar o mandato de Hermes.

d) O fato também implica em quebra de decoro parlamentar (percepção de vantagem indevida), o que pode gerar, na própria Casa, um processo de cassação de mandato contra o Deputado. Para a hipótese, há que se observar o disposto no art. 55, parágrafo 2º, da CF.

Referências

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