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A ludicidade como recurso didático para aprensão do conhecimento sobre enteroparasitoses

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Academic year: 2021

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A ludicidade como recurso didático para aprensão do conhecimento

sobre enteroparasitoses

Luciana Aquiles Sleutjes (Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Melo) lucianaaquiles@hotmail.com Rosilda Aparecida Kovaliczn (UEPG,) rosildak@uol.com.br

Resumo

Observa-se que no ensino de Ciências as aulas expositivas, pautadas na transmissão de informações pelo professor ainda sofrem a influência da abordagem tradicional do processo educativo no qual prevalece a dissociação entre conteúdo e realidade. A incorporação de jogos na prática pedagógica desenvolve diferentes capacidades que contribuem com a aprendizagem, aproxima o aluno do conhecimento e também possibilita que o mesmo seja capaz de construir o seu próprio conhecimento científico de modo a torná-lo mais próximo de sua vida. Dessa forma, este artigo ressalta a importância do ”Lúdico e das atividades lúdicas” e como eles podem modificar o ensino de Ciências em sala de aula, um incentivo ao professor a buscar maneiras inovadoras de fazer com que o aluno se interesse pelo conteúdo transmitido. Este trabalho foi desenvolvido com alunos da 6ª série do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Mello, na cidade de Castro – PR, com o objetivo de avaliar o processo de ensino e aprendizagem em Ciências por meio de jogos educativos e atividades lúdicas adotados na abordagem do conteúdo “Enteroparasitoses”. O jogo didático aplicado preencheu lacunas deixadas pelo processo de ensino aprendizagem sobre o tema, após reconhecimento das dificuldades enfrentadas tanto pelo professor quanto pelos alunos e que o uso de uma abordagem lúdica no ato de ensinar e aprender se faz necessária, para que barreiras sejam superadas e o aluno seja capaz de assimilar conhecimentos significativos, da sua realidade, de forma menos constrangedora.

Palavras-chave: Jogos didáticos, Parasitos intestinais, Construção do conhecimento.

The playfulness as a teaching resource for knowledge about aprensão

enteroparasitoses

Abstract

It is observed that in the teaching of science lectures, guided by the transmission of information by the teacher who seeks to ensure the storage of content, are still very common in elementary school. The science education still suffers the influence of the traditional approach of the educational process, in which prevails the transmission of knowledge, the dissociation between content and reality. The incorporation of games in teaching practice develops different skills that contribute to learning, approaches the student's knowledge and also enables it to be able to build their own scientific knowledge in order to make it closer to your life. In this sense, the play and recreational activities make an ideal space as a tool of learning, in that it proposes to stimulate student interest, develop different levels of personal and social experience, helps to build new discoveries, develops and enriches your personality, and symbolizes an educational tool that takes the teacher to the condition of driver learning. Thus, the preparation of this article intends to highlight the importance of "Playful and fun activities" and how they can modify the teaching of science in the classroom, to seek through this innovative pedagogical ways to make the student is interested in streamed content. This study was conducted with students from 6th grade of elementary school, the State College Major Vespasian Carneiro de Mello, the city of Castro - PR, with the objective of evaluating the teaching and learning in science through educational games and fun activities adopted in the content "Enteroparasitosis."

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1- Introdução

Dentre as propostas alternativas de ensino para ampliar as formas de aprender dos educados destacam-se as atividades lúdicas, caracterizadas pelos aspectos de diversão, maior participação em grupo, e, muitas vezes, temas constrangedores e difícil abordagem, tornam-se mais prazerosos. As parasitotornam-ses intestinais ou enteroparasitotornam-ses ainda constituem-tornam-se num grave problema de saúde pública, sobretudo nos países do terceiro mundo e países em desenvolvimento, como o Brasil, sendo um dos principais fatores debilitantes da população, comprometendo, como conseqüência, o desenvolvimento físico e intelectual, particularmente das faixas etárias mais jovens da população (LUDWIG, 1999).

O impacto do ensino de ciências sobre as questões sociais que envolvem nossos alunos deve proporcionar uma visão mais critica da realidade na qual está inserido, a qualidade da educação se deve ao raciocínio e como ele pode construir o seu conhecimento de maneira que seu espírito criativo se desenvolva para a aplicação na sua vida, do que aprende em sala de aula. Por isso, se o educado se identifica com os conteúdos apresentados na disciplina de ciências desde cedo, mais chances ele tem de se desenvolver, tornando-se parte de um processo educativo que viabiliza a incorporação desse estudante numa sociedade mais crítica e participativa. Costuma-se dizer que, no mundo contemporâneo, o capital mais importante de um país é o conhecimento. O conhecimento, contudo, depende da formação de pessoas capazes de produzi-lo. E num país com as características do Brasil, com um numeroso contingente de crianças e jovens em idade escolar, não é exagerado dizer que este é o bem mais valioso que se tem à disposição, o qual pode se converter em vantagem competitiva se esse potencial for bem aproveitado por meio de uma educação de qualidade. Através de atividades lúdicas podemos incentivar o aluno a explorar e refletir sobre a realidade, a cultura na qual vivemos, incorporando e, ao mesmo tempo, questionando regras e papéis sociais. “A incorporação de jogos na prática pedagógica desenvolve diferentes capacidades que contribuem com a aprendizagem, ampliando a rede de significados construtivos tanto para as crianças, como para os jovens” (MALUF, 2006, p.37).

Ainda segundo Campos (2008)

O lúdico pode ser utilizado como promotor da aprendizagem nas práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao conhecimento científico. Neste sentido, ele se constitui em um importante recurso para o professor desenvolver a habilidade de resolução de problemas, favorecem a apropriação de conceitos, e a atender as características da adolescência (CAMPOS, 2008, p. 84).

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A finalidade deste trabalho é apontar a importância do lúdico no ensino das parasitoses intestinais como proposta pedagógica tomando a abordagem desse conteúdo mais prazerosa e menos constrangedora frente a alunos expostos a essa patologia. Como método de ensino optou-se pela construção de um jogo didático e aplicação de exercícios lúdicos como recursos para fixação do conteúdo trabalhado.

2- A ludicidade e enteroparasitose como proposta pedagógica

O jogo pedagógico ou didático e as atividades lúdicas são aqueles fabricados com o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material pedagógico, por conter o aspecto lúdico (CUNHA, 1988), e utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, sendo uma alternativa para se melhorar o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem (GOMES et al., 2001).

Nesta perspectiva, o jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações (KISHIMOTO, 1996).

Vygotski (1988) indica a

relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação da situação imaginária. Revela que o imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se reorganizam. Dispor de tais imagens é fundamental para instrumentalizar a criança para a construção do conhecimento e sua socialização. Ao brincar a criança movimenta-se em busca de parceria e na exploração de objetos; comunica-se com seus pares; se expressa através de múltiplas linguagens; descobre regras e toma decisões.

(VYGOTSKI, 1988, p.66).

Este artigo propõe ao professor deixar de ser um mero transmissor de conhecimentos e agir como investigador, das ideias e experiências de seus alunos usando para isso a ludicidade. Ele precisa reconhecer seus alunos como construtores de seus saberes, a partir de atividades propostas que devem ser coerentes com o conteúdo trabalhado, pois para eles não tem sentido os modelos baseados somente na explicação do professor e na realização de exercícios de fixação, mas sim no que se relaciona com a sua vida, de tal modo que possa contribuir para que a qualidade de vida esperada seja melhorada diante das informações recebidas. Sendo assim o conteúdo Enteroparasitoses, ou doenças causadas por parasitos no

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trato digestório, que representam um problema de saúde e estão associados às precárias condições de saneamento e higiene, embora desperte interesse nos alunos, não tem sido transmitido de forma apropriada, sendo comum a ideia de que as doenças parasitárias fazem parte de um mundo subdesenvolvido distante da realidade da qual todos nós fazemos parte. (REY, 2001; NEVES, 2003).

No Paraná, as principais enteroparasitoses que comprometem a saúde dos escolares são: ascaridíase uma doença parasitária causada por um helminto, causada pelo Ascaris lumbricoides, lombriga ou “bichas”, e sua fonte de infecção é a matéria fecal do próprio homem, uma vez que o verme tem como habitat o intestino delgado do ser humano. A tricurose é outra enteroparasitose causada por um geohelminto, o Trichuris trichiura e que na maioria dos casos está associada com a ascaridíase, devido a semelhança nos processos de transmissão. A oxiurose ou enterobiose é uma doença cujo agente etiológico é o Enterobius vermicularis, pequeno nematóide, mais conhecido como oxiúro. A infecção costuma ser benigna, mas incômoda, pelo intenso prurido anal. A ancilostomose ou amarelão é adquirida geralmente pelo contato dos pés descalços com o solo contaminado. Em uma hiperinfecção pode causar anemia. A teníase é uma doença causada pela Taenia solium ou pela Taenia saginata, popularmente denominada “solitária”. São vermes platelmintos e o ser humano é o único hospedeiro da fase adulta do parasito. Embora a prevalência não seja em crianças, a teníase é uma enteroparasitose prevalente no Paraná, e significativa devido ao risco da cisticercose humana causada pela larva da Taenia solium, o Cysticercus cellulosae, conhecido por pipoca, quirera ou canjiquinha e pode desenvolver-se no ser humano em órgãos como: sistema nervoso central (cérebro e anexos), olhos, pele (subcutâneo). A Himenolepsiose causada por um pequeno verme achatado, o Hymenolepis nana é denominada “tênia anã” devido o seu tamanho reduzido (3 a 5 cm). Já a giardose, é uma parasitose intestinal causada por um protozoário flagelado, a Giardia lamblia prevalente entre escolares no Estado do Paraná, uma vez que é encontrada principalmente em regiões de clima temperado. O homem é um dos principais reservatórios da parasitose, que atualmente é considerada uma zoonose, devido a contaminação do solo com fezes de cães e gatos. (KOVALICZN, 2000; REY, 2001; NEVES, 2003).

Entre as amebas é importante destacar que a Entamoeba coli, um protozoário bastante comum na população, incluindo escolares, não é uma ameba patogênica porque se alimenta de bactérias, grãos de amido, fungos, ou seja, é uma comensal e não um parasito. Porém, significa a ingestão alimentos, água, contaminados com matéria fecal.

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Considerando que as crianças representam um grupo de maior suceptibilidade às infecções parasitárias, esse conteúdo se for trabalhado de forma lúdica vem a aproximar teoria e prática de modo a contribuir de maneira significativa na melhoria da qualidade de vida.

Acreditamos, assim como Kishimoto (1996), que o professor deve rever a utilização de propostas pedagógicas passando a adotar em sua prática aquelas que atuem nos componentes internos da aprendizagem, já que estes não podem ser ignorados quando o objetivo é a apropriação de conhecimentos por parte do aluno.

Neste sentido, consideramos como uma alternativa viável e interessante a utilização do jogo didático como recurso para fixação do conteúdo apresentado – as enteroparasitoses. É preciso oferecer várias ferramentas para que o aluno possa escolher, entre muitos caminhos, aquele que for compatível com sua visão de mundo, diante disso foi ofertada aos alunos uma diversidade de atividades lúdicas como interpretar desenhos, gráficos, pesquisa de campo, construção de questionários para debates em sala de aula sobre o conteúdo enteroparasitoses, e assim foi possível criar um ambiente diferente de aprendizagem.

Para tanto, elaborou-se um material didático lúdico como ferramenta para apreensão do conhecimento sobre enteroparasitoses. A escolha do conteúdo enteroparasitoses justifica a metodologia lúdica adotada, pois se trata de um assunto importante, mas que na maioria das vezes é trabalhado de forma desvinculada da realidade de nossos educados, esse recurso favoreceu a aproximação, onde pudemos falar sobre tudo sem preconceito, de tal modo que os alunos foram capazes de construir o seu processo de aprendizagem sem perceber que isso ocorria, o que foi muito gratificante. Como é sabida nossa clientela escolar sofre mudanças aceleradas, precisamos adquirir competências novas, para que não passemos a ser vistos como algo fora do contexto, aulas antigas sem interesse, sem nada a contribuir para a formação social, cultural de nossos alunos, que eles sejam capazes de interferir na sociedade de maneira critica e produtiva, pois é o individuo “aluno” a unidade básica de mudança que nós, professores, temos nas mãos. A escola existe para isso aproximar o aluno da realidade científica, utilizando para isso os mais diferentes recursos, nesta perspectiva a ludicidade contribui de maneira significativa, torna o que antes era uma teoria “chata” na concepção do aluno, em um conteúdo apresentado de forma diferente.

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3- Material e Métodos

A aplicação dessa proposta ocorreu na Escola Básica, junto a alunos de 6ª série (7º ano) do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Mello, no município de Castro – PR, em 2011.

A aula expositiva sobre enteroparasitoses foi apresentada de forma lúdica, onde todo o conteúdo foi abordado inicialmente na forma de perguntas e respostas, e os alunos puderam participar contribuindo com suas experiências, esclarecendo seus mitos, tabus, vivenciando as experiências dos colegas, dando opiniões, construindo seus conceitos, os quais, conforme as respostas, apreendidos, realmente incorporados enquanto conhecimento científico.

Inicialmente foi apresentado aos alunos um painel com as características principais da proposta desse trabalho lúdico e as principais enteroparasitoses caudadas por Nematodas (grupo 1 - ascaridíase, tricurose, oxiurose e ancilostomose), platelmintos Cestodas – (grupo 2 - teniose/cisticercose humana e himenolepsiose) e protozoários (grupo 3 - amebíase e giardose). Nesta etapa, o tema sobre as parasitoses intestinais foi abordado na forma de perguntas: O que é? Como é o parasito? Quais os sintomas? Como se transmite e o que fazer para evitar? A exposição oral do conteúdo foi realizada utilizando-se slides e projetor multimídia, e também, quadro de giz. As atividades lúdicas para cada grupo de doenças (grupos 1, 2 e 3) reforçaram a teoria.

Para as parasitoses do grupo 1 (ascaridíase, tricurose, oxiurose e ancilostomose) os alunos realizaram os seguintes exercícios: pesquisa de campo através de questionário específico aplicados junto a laboratórios de análises clínicas e Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de Castro. Assim, os alunos puderam descobrir os principais parasitos intestinais que ocorreram em crianças (05/14 anos) nos últimos dois anos (2009/2010). O exercício seguinte, para esse mesmo grupo, foi uma atividade lúdica sobre o Ascaris lumbricoides: ciclo biológico, diferenças entre macho e fêmea, dimensões, trabalhando com ilustrações.

Para o segundo grupo de doenças (grupo 2 - teniose/cisticercose humana e himenolepsiose) as atividades lúdicas foram as seguintes: utilizando o link do “diaadiaeducação” como fonte de pesquisa, diferenciar teníase de cisticercose, e ainda, a interpretação de uma figura “as fezes contaminam o solo”.

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Finalizando, com o terceiro grupo de doenças (grupo 3 - amebíase e giardose) as atividades programadas para os alunos foram: pesquisa junto a Secretaria do Meio Ambiente sobre as condições de saneamento básico do município de Castro (rede pública de esgoto, coleta de lixo, tratamento da água e do esgoto). Orientou-se também a pesquisa sobre os arredores das moradias dos alunos: se há poço, bica ou riacho, se há coleta de lixo, rede de esgoto ou fossa, se alguma pessoa da família entrevistada já contraiu alguma verminose ou protozoose e qual o tratamento utilizado.

Para verificar a apreensão dos conteúdos utilizou-se como recurso um jogo de dado, no qual constava todos os enteroparasitos trabalhados na aula expositiva, para melhor entendimento e fixação do conteúdo pesquisado e dos trabalhos realizados pelos alunos, foi aplicado o “Jogo Parasitológico”, composto de 2 dados, um com as ilustrações dos parasitos e o outro com as perguntas (o que é, o que causa, como transmite o que fazer para evitar). As perguntas coringas foram ser sorteadas por qualquer uma das equipes que quiseram aumentar a sua pontuação.

REGRAS DO JOGO PARASITOLÓGICO  A turma foi dividida em A e B;

 Sorteou-se qual lado daria inicio ao jogo;

 Lançaram-se os dados tanto das imagens quanto o das perguntas;

Obs.: as respostas para as perguntas foram fornecidas de acordo com o parasito selecionado no lançamento do dado das imagens.

 As perguntas coringas foram usadas em caso de empate.

 O critério de pontuação foi de 1 ponto para cada resposta correta.

PERGUNTAS CORINGAS UTILIZADAS NO JOGO

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2- Cite a parasitose intestinal que poderá ser evitada, em cada um dos casos: a) se não comermos carne crua de porco; b) se não andarmos descalços.

3- Em relação ao amarelão responda: a) Que vermes provocam essa doença?

b) Porque as pessoas contaminadas pelo verme podem ficar anêmicas? 4- Onde vivem as lombrigas adultas?

5- Essa afirmação está correta: “Para ajudar a prevenir a cisticercose é importante tomar água tratada e não comer verduras e frutas mal lavadas”. Justifique:

4- Resultados e discussão

No desenvolvimento do tema enteroparasitoses constaram atividades diversificadas e o "jogo parasitológico" como instrumento de fixação do conteúdo apreendido. Foi aplicado com alunos da 6ª série, entre os meses de agosto e novembro de 2011, onde o assunto estava de acordo com a proposta curricular da escola.

A proposta de trabalho foi bem aceita pelos alunos, pois mostrou diferentes estratégias de aprendizagem, mais divertida e enriquecedora que contribuiu não só com o aprendizado, mas também com a socialização dos envolvidos no processo.

Percebeu-se ao longo no desenvolvimento dos trabalhos que a mudança se faz necessária, e que utilizar-se de outros recursos pedagógicos faz com que o nosso aluno realmente incorpore o saber de maneira significativa, de modo a modificar seu modo de pensar e de viver. Conforme Rizzi e Haydt (1986), é através de atividades lúdicas que o jovem põe em prática atitudes sociais muito importantes para a vida em sociedade como respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, responsabilidade, iniciativa pessoal e

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grupal. É jogando que a criança aprende o valor do grupo como força integradora e da colaboração consciente e espontânea.

É preciso inovar e ousar para permitir que o aluno construa seus saberes, com alegria e prazer, possibilitando a criatividade, o relacionamento e o pensar criticamente no que faz. Esse trabalho possibilitou aos alunos conhecer uma nova maneira de ensinar e aprender, onde puderam participar ativamente na construção de seus conhecimentos, usando para isso uma metodologia capaz de reconhecer no aluno o que ele traz como experiência de vida, transformando esse conteúdo primário em um conteúdo científico e elaborado.

O jogo didático preencheu possiveis lacunas deixadas pelo processo de ensino aprendizagem sobre o conteúdo enteroparasitoses, reconhecendo as dificuldades enfrentadas tanto pelo professor quanto pelos alunos e que o uso de uma abordagem lúdica no ato de ensinar e aprender se faz necessária, para que barreiras sejam superadas e que o foco principal de nosso trabalho, que é o aluno ser capaz de construir o seu conhecimento aconteça.

Observou-se que foi fundamental trabalhar a ludicidade com os educandos, pois aprenderam o conteúdo de uma forma gostosa e prazerosa, sendo que o jogo de dado apresentou vários desafios, como estar atento a respostas dos colegas e intervir quando necessário, dar auxílio quando solicitado estimulando a atenção e a concentração dos alunos.

Foi uma proposta de ensino relevante, porque veio de encontro a uma participação ativa dos alunos, que foram capazes de construir o seu conhecimento diante de uma atividade enriquecedora da qual nenhum ou poucos deles tinham conhecimento. Os testemunhos relatados por eles foram gratificantes e comprovam a apreensão do conteúdo:

“Nossa, professora eu realmente aprendi, não apenas decorei para a prova”. G.S - aluno da 6ª série.

“Essa nova forma de ensinar e aprender, é muito mais divertida, nunca tinha pensado nessas doenças dessa forma”. E.V.C - aluno da 6ª série.

“Professora trabalhe todos os outros conteúdos assim é mais divertido”. K.A.A - aluno da 6ª série.

“A parte que eu mais gostei foram as atividades, não foi só questionários, isso é muito cansativo”. R. P.F - aluno da 6ª série.

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“Adorei as pesquisas, pude ser dona do meu conhecimento, elaborei as respostas de maneira que me ajudaram a compreender mais o conteúdo, foi muito legal”. S. M.S - aluno da 6ª série.

Esses foram alguns de muitos outros depoimentos que deixam claro que, quando se diversifica os recursos didáticos, desperta o interesse dos alunos de maneira a facilitar a compreensão do conteúdo trabalhado.

5- Conclusão

A função educativa das atividades desenvolvidas e do jogo didático como recurso de fixação foi facilmente observada durante sua aplicação, onde se percebeu que elas favoreceram a aquisição e retenção dos conhecimentos pelos alunos, em clima de alegria e prazer de aprender, de um modo menos enfadonho, saindo da aprendizagem tradicional, de uma simples aula expositiva sobre parasitos intestinais.

Porém, há que se observar que a ludicidade deve ser utilizada como mais um recurso para facilitar o ensino de Ciências, porém não deve ser apenas a única ferramenta utilizada. O presente trabalho teve por finalidade apresentar o lúdico e instrumentalizar o professor para tornar o ensino de Ciências mais atraente e prazeroso para os alunos, através da apresentação de alguns exemplos de atividades que podem contribuir para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem de conteúdos que possam constranger ou causarem repulsa aos alunos, como é o caso dos parasitos intestinais ou enteroparasitos.

Assim, por aliar os aspectos lúdicos aos cognitivos, entende-se que as atividades lúdicas e o jogo são uma importante estratégia para o ensino e fixação da aprendizagem de conceitos abstratos e complexos, favorecendo a motivação, o raciocínio, a argumentação. Além do aspecto cognitivo, o jogo didático auxiliou na interação dos alunos e deles com a vida real, onde puderam verificar que a teoria estudada em sala de aula contribuiu para a percepção mais concreta do município em que vivem.

Referências

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