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ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS

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(473C) NÍVEL DE DISCLOSURE DO CPC 29 – ATIVOS BIOLÓGICOS: UMA

ANÁLISE DOS FATORES DETERMINANTES NAS COMPANHIAS BRASILEIRAS

NO PERÍODO DE 2010 A 2013

DANIEL RAMOS NOGUEIRA

Universidade Estadual de Londrina (UEL) danielrnog@hotmail.com

PAULO ALEXANDRE DA SILVA PIRES Universidade Estadual de Londrina (UEL) paulo.alexandre.pires@hotmail.com

RESUMO

A questão de pesquisa que norteia esta investigação é “Quais os Fatores Determinantes do Disclosure do CPC 29 nas companhias brasileiras?”. Neste aspecto, o objetivo geral visa determinar se os fatores Tama-nho, Representatividade dos Ativos Biológicos, Empresa de Auditoria e Nível de Governança Corporativa impactam no índice de divulgação do CPC 29. Para a coleta dos dados selecionou-se as Companhias brasi-leiras de capital aberto que tinham saldo de Ativos biológicos em 31/12/2013 segundo a Economática®. A

partir da lista procedeu-se a coleta das demonstrações contábeis (BP, DRE e DFC), notas explicativas, nível de governança corporativa e empresa de auditoria independente para os 4 anos (2010 a 2013). Da amostra inicial foram excluídas as empresas que não apresentaram disclosure ou saldo de ativos biológicos e os outliers, com isso, a quantidade final analisada foi de 70 observações. A partir das informações coletadas procedeu-se a verificação da variável dependente, que era o nível de disclosure do CPC 29. Para isso, foi realizada a Análise de Conteúdo das Notas Explicativas verificando o nível de Divulgação da Companhia em relação ao exigido pelo CPC 29. Após a análise do disclosure coletou-se as variáveis independentes de cada ano (empresa de auditoria; nível de governança corporativa; total do ativo; e representatividade dos ativos biológicos). Ao final procedeu-se a análise dos dados utilizando-se a Regressão Linear Múltipla com uso do Software SPSS®. Inicialmente, ao proceder a análise descritiva do nível de disclosure pode-se verificar um ligeiro aumento com o passar dos anos, visto que a média evolui de 74,9% em 2010 para 83,5% em 2013. Contudo, ao realizar o teste da ANOVA, buscando confirmar se houve diferença na divulgação entre os anos, pode-se verificar que o resultado não foi significativo (sig. > 0,05), não permitindo concluir que houve uma diferença estatisticamente significativa entre os níveis de divulgação ao longo dos 4 anos analisados. Na se-quência, procedeu-se ao teste de regressão, que apresentou poder explicativo de 16,6% da variância do Per-centual de Disclosure das companhias. Ao analisar os resultados pode-se verificar que apenas duas variá-veis (Tamanho da Empresa e Representatividade dos Ativos Biológicos) demonstraram serem significativas. As demais variáveis (Auditoria e Nível de Governança) foram excluídas pela análise por não apresentarem significância de 5%. Assim, companhias maiores tendem a apresentar um número maior de informações. Da mesma forma, entidades onde os ativos biológicos sejam mais relevantes perante o ativo total tendem a apresentar mais dados aos usuários da informação contábil. Algumas limitações devem ser observadas em relação as conclusões, sendo elas: período de coleta relativamente curto, de 2010 a 2013; amostra apenas com companhias brasileiras de capital aberto entre outros.

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1. INTRODUÇÃO

Recentemente, o Brasil passou pelo processo de adoção das normas Internacionais de Contabilidade, tornando obrigatório às companhias brasileiras a utilização dos Pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Esse órgão emite seus normativos correlacionados com os documentos publicados pelo International Accounting Standard Board (IASB), que é o órgão responsável pelo debate e emissão de standards para harmonização da contabilidade em todos os países.

Dentre os pronunciamentos emitidos no Brasil foi publicado o ‘CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrí-cola’, que é responsável por balizar o reconhecimento, a mensuração e evidenciação de ativos biológicos nas companhias brasileiras que detêm recursos aplicados nesses ativos.

Ativos Biológicos podem ser animais (carneiros, gado etc.) e plantas vivas (árvores frutíferas) que são uti-lizados na atividade agrícola e geram produtos (lã, carne, frutas etc.). Como o pronunciamento foi lançado em 2009 e passou a vigorar obrigatoriamente a partir de 2010 há ainda algumas dúvidas em relação a suas aplica-ções e exceaplica-ções de acordo com as atividades desenvolvidas pelas companhias, sendo que algumas companhias muitas vezes do mesmo setor tendem a mensurar seus ativos biológicos por métodos diferentes (método de custo e método do valor justo) e apresentam níveis de disclosure diferentes (SCHERCH et al, 2013).

Ao observar o disclosure das companhias será possível identificar quais as principais práticas adotadas pelas entidades no que tange os ativos biológicos, os efeitos na comparabilidade com outras companhias do mesmo segmento (visto que haverá diferença nas práticas e nas demonstrações contábeis), além de verifi-car a relação entre o disclosure e algumas verifi-características das companhias, como tamanho, representativi-dade dos ativos, empresa responsável pela auditoria (Big Four ou não) e níveis de governança corporativa. Ciente deste contexto, a questão de pesquisa que norteia esta investigação é “Quais os Fatores Deter-minantes do Disclosure do CPC 29 nas companhias brasileiras?”. Neste aspecto, o objetivo geral visa deter-minar se os fatores Tamanho, Representatividade dos Ativos Biológicos, Empresa de Auditoria e Nível de Governança Corporativa impactam no índice de divulgação do CPC 29.

A pesquisa torna-se relevante do ponto de vista teórico e prático, uma vez que traz à tona a realidade nacional sob a abordagem dos ativos biológicos. Este tipo de ativo vem suscitando discussões em todo o mundo, onde questiona-se sob seu potencial informativo e limitações de uso quando da adoção do valor justo para mensuração das plantações temporárias, permanentes e animais que não tem valor de mercado cotado em mercado aberto. O problema que decorre dessa mensuração resultará em diferentes resultados (ganhos ou perdas com a variação do valor justo) e também diferenças na mensuração dos valores registra-dos a título de ativos biológicos no Ativo das Companhias. Nesse aspecto, diferentes métoregistra-dos de mensuração (custo ou valor justo) sendo empregados para mensuração dos ativos biológicos gerarão informações contá-beis diferentes, exigindo, portanto, maior cautela por parte do analista que irá recorrer às notas explicativas buscando maiores detalhes. Assim, o trabalho investigará a qualidade dessa evidenciação em notas expli-cativas das companhias, verificando se estão cumprindo rigorosamente o exigido pelo CPC 29 e os fatores determinantes deste nível de divulgação.

O presente artigo é dividido em cinco partes, sendo esta primeira a introdução a pesquisa, seguido do referencial teórico, onde serão abordados o arcabouço teórico sobre os Ativos Biológicos e as pesquisas recentes realizadas no Brasil. Na sequência o tópico de Aspectos Metodológicos apresenta as informações necessárias para a compreensão das técnicas e métodos utilizados na execução da investigação. Por fim, a análise dos dados procede a interpretação dos resultados e as considerações finais apontam os resultados, limitações e sugestões para futuras pesquisas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Ativos biológicos

2.1.1 Ativos biológicos: reconhecimento

Nos últimos anos, pode-se verificar no Brasil uma mudança significativa nos procedimentos de reco-nhecimento, mensuração e evidenciação contábil. Com todas estas alterações, a contabilidade aplicada ao setor rural não se isentou de modificações. Nesse processo, uma das alterações mais significativas, foi que a contabilização dos ativos biológicos passou a ser regulada pelo pronunciamento CPC 29 de Ativo Biológico

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e Produto Agrícola. Este pronunciamento foi emitido em 2009 sendo aplicado pelas companhias brasileiras pela primeira vez em 2010.

Este referido pronunciamento explicita qual o tratamento deve ser dado a contabilização aplicada aos ativos biológicos e produtos agrícolas. Entre as informações apresentadas no CPC, ele inicialmente define que “Ativo biológico é um animal e/ou uma planta, vivos” (CPC-29, 2009, p. 3). Dessa forma, as entidades que possuam em sua composição patrimonial, ativos que atendam a essa definição devem seguir as normatiza-ções desse CPC para balizar seu reconhecimento, mensuração e evidenciação.

O pronunciamento destaca que para que a entidade possa reconhecer um ativo biológico em seu balan-ço patrimonial, ela deve atender os seguintes requisitos (CPC 29, 2009):

a. Controla o ativo como resultado de eventos passados;

b. For provável que benefícios econômicos futuros associados com o ativo fluirão para a entidade; e c. O valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado confiavelmente.

Atendido estes requisitos a empresa poderá registrar o ativo, na falta de qualquer um deles, o ativo biológico não poderá ser reconhecido. Se realizar uma análise cuidadosa, pode-se verificar que na verdade estes requisitos derivam dos requisitos básicos de qualquer ativo, sendo assim, se a empresa não tiver o controle do ativo e não ter claro um fato passado do qual resultou o controle do ativo, então a entidade não poderá reconhecer este ativo biológico. Da mesma forma se o ativo não gerar benefício futuro então não será um ativo, e se não puder ser mensurado confiavelmente também não poderá ser evidenciado nas demons-trações. Neste sentido, o CPC 29 ainda complementa que:

[...] o controle pode ser evidenciado, por exemplo, pela propriedade legal do gado e a sua marcação no mo-mento da aquisição, nascimo-mento ou época de desmama. Os benefícios econômicos futuros são, normalmente, determinados pela mensuração dos atributos físicos significativos. (CPC 29, 2009, p. 5).

Rech e Oliveira (2011) citam também como exemplo das condições de controle o caso de uma floresta nativa, que na essência é um ativo biológico, mas pode não ser reconhecido como tal nas demonstrações contábeis da companhia caso ela não possua o direito de exploração. Os mesmos autores ainda ilustram um exemplo sobre a ausência de benefício futuro no caso de uma empresa que tem a propriedade de uma flores-ta planflores-tada em uma ilha, contudo, por motivos legais a empresa é proibida de extrair a madeira, tornando-se assim nulo o benefício futuro desse ativo.

Assim, nessas duas situações exemplificadas por Rech e Oliveira (2011), mesmo que a empresa tenha duas das três características necessárias para o reconhecimento (controle e mensuração ou benefício futuro e mensuração), caso ainda falte uma das características a empresa não poderá reconhecer o ativo.

2.1.2 Ativos biológicos: mensuração

Após determinado o momento do reconhecimento (no tópico anterior), o CPC determina que a mensu-ração deve ser realizada pelo “valor justo menos a despesa de venda no momento inicial e no final de cada período de competência” (CPC 29, 2009, p. 5).

O Valor Justo é definido pelo CPC como sendo “[...] o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.” (CPC 29, 2009, p. 4).

Desta forma, o valor justo é aquele valor obtido em um mercado onde há um preço pelo qual a entidade aceita vender o seu ativo e outra entidade concorda em comprar o referido recurso por este preço. Se existir um mercado ativo, considerando a localização da entidade e as suas condições atuais, o preço cotado neste mercado é a base para determinar o valor justo.

No entanto, caso a entidade tenha acesso a mais de um mercado (duas regiões onde ela pode negociar os ativos biológicos), então ela deve usar o valor adotado na região onde ela pretende negociá-lo.

Contudo, o CPC esclarece também o tratamento que deverá ser adotado caso o valor justo não possa ser mensurado de forma confiável. Para retratar de forma fidedigna o estabelecido pelo referido órgão contábil, será citado a seguir os parágrafos de nº30 a 33 do Pronunciamento 29, onde o CPC esclarece como atuar quando não se pode mensurar o valor justo de forma confiável.

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30 - Há uma premissa de que o valor justo dos ativos biológicos pode ser mensurado de forma confiável. Contudo, tal premissa pode ser rejeitada no caso de ativo biológico cujo valor deveria ser cotado pelo mer-cado, porém, este não o tem disponível e as alternativas para mensurá-los não são, claramente, confiáveis. Em tais situações, o ativo biológico deve ser mensurado ao custo, menos qualquer depreciação e perda por irrecuperabilidade acumuladas. Quando o valor justo de tal ativo biológico se tornar mensurável de forma confiável, a entidade deve mensurá-lo ao seu valor justo menos as despesas de venda. Quando o ativo biológi-co classificado no ativo não circulante satisfizer aos critérios para ser classificado biológi-como mantido para venda (ou incluído em grupo de ativo mantido para essa finalidade), de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada, presume-se que o valor justo possa ser mensurado de forma confiável.

31 - A presunção do item 30 pode ser rejeitada somente no reconhecimento inicial. A entidade que tenha mensurado previamente o ativo biológico ao seu valor justo, menos a despesa de venda, continuará a mensu-rá-lo assim até a sua venda.

32 - Em todos os casos, a entidade deve mensurar o produto agrícola no momento da colheita ao seu valor justo, menos a despesa de venda. Este Pronunciamento assume a premissa de que o valor justo do produto agrícola no momento da colheita pode ser sempre mensurado de forma confiável.

33 - Na determinação do custo, da depreciação e da perda por irrecuperabilidade acumuladas, a entidade deve considerar os Pronunciamentos Técnicos CPC 16 – Estoques, CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 01 – Re-dução ao Valor Recuperável de Ativos. (CPC-29, 2009, p. 8-9)

Depois de determinado o reconhecimento e mensuração do ativo biológico, o CPC 29 explicita que “O ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a despesa de venda de ativo biológico reco-nhecido no momento inicial até o final de cada período deve ser incluído no resultado do exercício em que tiver origem.” (CPC 29, 2009, p. 8). Desta forma, cabe reconhecer em cada período as receitas, as despesas e a variação do valor justo ocorridas no período.

O Pronunciamento CPC 29 (2009) reforça que a princípio deve ser utilizado o Valor Justo como método de mensuração, e caso não consiga mensurá-lo com confiança então deve-se adotar o Custo Histórico. Como visto, o Brasil começou a adotar o CPC em 2010, até então a força do aparato fiscal-tributário influenciava a adoção do custo histórico como base de mensuração, o que acabou por impactar na modificação dos crité-rios de mensuração.

Apesar dos dois métodos apresentarem diferenças significativas, Argilés, Garcia-Blandon e Monllau (2011) ao pesquisarem produtores rurais na Espanha não encontraram diferenças significativas entre os dois métodos quanto a avaliação dos fluxos de caixa futuros. Os pesquisadores evidenciam que não havia diferença relevante na informação contábil que impactasse no poder de previsão das demonstrações contábeis.

Em complemento, Argilés-Bosch, Aliberch e Garcia-Blandon (2012) pesquisaram produtores rurais e contadores na Espanha e identificaram que a maioria dos contadores opta pela mensuração pelo valor justo, que segundo eles é mais fácil de se obter do que a mensuração pelo custo histórico, visto que nem todos os agricultores fornecem todas as informações relevantes para uma adequada mensuração a custo. De forma semelhante, Brito e Ambrozini (2013) verificaram que não houve diferença estatisticamente significativa na maioria dos indicadores contábeis extraídos das demonstrações contábeis das doze empresas de capital aberto pesquisadas.

2.1.3 Ativos biológicos: evidenciação

Por fim, após a empresa reconhecer o Ativo Biológico em sua demonstração contábil, mensurá-lo pelo valor justo ou pelo custo histórico cabe a ela ainda fornecer informações sobre os Ativos Biológicos para que os usuários da informação contábil possam tomar suas decisões.

Quanto a evidenciação da informação contábil sobre Ativo Biológico que deve ser publicada em notas explicativas o CPC 29 (2009) requisita, em seus itens 40 a 57, que sejam divulgadas informações como: o ganho ou perda decorrente da mudança no valor justo, a descrição de cada grupo de ativo biológico, divul-gações sobre a forma de mensuração dos ativos, subvenções governamentais entre outros itens.

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No contexto nacional, Barros et al (2012) investigaram o impacto da mensuração a valor justo nas em-presas brasileiras de capital aberto e encontraram forte impacto na evidenciação, contudo, alertam que nos anos pesquisados (2008 a 2010) as informações divulgadas em notas explicativas ainda eram superficiais.

Scherch et al (2013) ao investigarem o nível de conformidade das companhias brasileiras em 2010, encontraram que as empresas ainda não atendem por completo as exigências do CPC, visto que a média de disclosure encontrada era de 57%. Em complemento, os pesquisadores encontraram uma correlação média positiva entre o nível de disclosure e a representatividade dos ativos biológicos sobre o ativo total da compa-nhia. Assim, há indícios que em empresas onde o ativo biológico tenha maior relevância haverá uma maior evidenciação de informações sobre esse ativo.

A ausência de informações sobre ativos biológicos ou informações incompletas podem comprometer a análise dos usuários externos, uma vez que estes não poderão analisar com critério e tomar as decisões com segurança. Assim, é importante a realização da presente pesquisa, visando analisar o nível de divulgação das companhias brasileiras, identificando onde estão as principais falhas, visando assim uma melhoria na evidenciação das informações nos relatórios contábeis.

2.2 Pesquisas recentes sobre fatores determinantes do disclosure

do CPC 29

Brizolla et al. (2014) investigaram a influência dos indicadores financeiros (Tamanho, ROA, ROE e Per-centual dos Ativos biológicos em relação ao ativo total) sobre o índice de divulgação da empresa de acordo com o CPC 29. Os autores investigaram 16 companhias brasileiras listadas na BMF&Bovespa no período de 2009 a 2012. Como proxy para tamanho os autores utilizaram o logaritmo natural (ln) do Total do Ativo da companhia. Os resultados da pesquisa indicaram que as variáveis independentes significativas foram Tama-nho e ROA. Contudo, as variáveis influenciam em sentidos diferentes, visto que o tamaTama-nho tem uma relação positiva, quanto maior o tamanho maior o índice de divulgação. Já o ROA demonstrou uma relação negativa, ou seja, conforme o ROA aumenta diminui o índice de divulgação.

Scherer, Munhoz e Roth (2014) também investigaram os fatores determinantes do disclosure do ativo biológico. Os autores analisaram uma amostra composta por 44 empresas, sendo 21 de capital aberto e 23 de capital fechado, todas com saldo em ativos biológicos no ano de 2012. As variáveis analisadas foram Capital Aberto/Fechado (Dummy), Tamanho (ln do total do ativo) e representatividade do ativo biológico em relação ao ativo total, sendo que todas se mostraram significativas (p<0,05). Os resultados da regres-são indicaram que as três variáveis independentes regres-são capazes de explicar 20% da variância no indicador de divulgação. A relação com a variável Capital Aberto/Fechado foi negativa, demonstrando que empresas fechadas tem um indicador de divulgação superior as de capital aberto. Já as variáveis tamanho e represen-tatividade dos ativos biológicos evidenciaram uma relação positiva com a variável dependente. Reforçando os resultados, Macedo, Campagnoni e Rover (2015) investigaram também companhias abertas e fechadas e no ano de 2010 e encontraram relação entre o tamanho da empresa (total do ativo) e o nível de divulgação.

Oliveira, Nardi e Nakao (2015) analisaram se a empresa de auditoria (ser Big Four ou não) influencia no nível de divulgação do Ativo Biológico. Foram analisadas 33 empresas que tinham saldo de ativos biológicos nos anos de 2010 e 2011. Os pesquisadores utilizaram o teste de Mann Whitney para análise de diferença de médias entre dois grupos (auditadas por Big Four e não). Os resultados demonstram que independente da empresa de auditoria nenhuma das companhias apresentou divulgação plena do exigido pelo CPC. Contudo, ao analisar as divulgações pelos itens (exigidos pelo CPC) pode-se verificar que as empresas auditadas por Big Four tem uma maior aderência às exigências de divulgação do CPC 29.

Como se pode notar, o arcabouço teórico demonstra que algumas variáveis apresentaram-se relevantes, sendo elas: Tamanho (ln do total do ativo), empresa de auditoria (Big Four ou não), ser companhia aberta ou fechada, ROA e Representatividade dos Ativos Biológicos. Ciente deste contexto, procurou-se nesta pesquisa realizar uma investigação utilizando algumas destas variáveis (Tamanho; Representatividade e Auditoria) em um período de tempo maior, 2010 a 2013 e incluir novas variáveis (Nível de Governança Corporativa), visando assim contribuir com o conhecimento acumulado sobre o tema. No próximo tópico de Aspectos Metodológicos busca-se esclarecer o proceder científico utilizado na resolução da questão de pesquisa.

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3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

A referida pesquisa classifica-se como descritiva, pois segundo Sampieri, Collado e Lucio (2013) este tipo de pesquisa tem como enfoque especificar propriedades, características e traços importantes de um de-terminado fenômeno, sendo neste caso os fatores determinantes do Disclosure do CPC 29 nas companhias brasileiras. Conforme Cooper e Schindler (2003) pode-se classifica-la também como Longitudinal, uma vez que o período pesquisado é de 2010 a 2013, além de ser um estudo estatístico, ex post facto e quantitativo.

Para a coleta dos dados selecionou-se as Companhias brasileiras de capital aberto que tinham saldo de Ativos biológicos em 31/12/2013 segundo a Economática®. A partir da lista procedeu-se a coleta das

demonstrações contábeis (BP, DRE e DFC), notas explicativas, nível de governança corporativa e empresa de auditoria independente para os 4 anos (2010 a 2013). Da amostra inicial foram excluídas as empresas que não apresentaram disclosure ou saldo de ativos biológicos e os outliers, com isso, a quantidade final analisa-da foi de 70 observações (Tabela 1).

TABELA 1 – EMPRESAS E ANOS QUE COMPÕE A AMOSTRA

Empresas Anos Analisados

2010 2011 2012 2013 BIOSEV 2012 2013 BRASILAGRO 2011 2012 2013 BRF 2010 2011 2012 2013 CEEED* 2010 2011 2012 CELULOSE IRANI SA 2010 2011 2012 2013 FERBASA 2010 2011 2012 2013 FIBRIA 2010 2011 2012 2013 ITAUSA 2010 2011 2012 2013 JBS 2010 2011 2012 2013 KLABIN 2010 2011 2012 2013 MARFRIG 2010 2011 2012 2013 MINERVA 2010 2011 2012 2013 RASIP-AGRO* 2010 2011 2012 SÃO MARTINHO 2011 2012 2013 SLC AGRÍCOLA 2010 2011 2012 2013 SUZANO HOLDING 2010 2011 2012 2013 TERREOS 2010 2011 2012 2013 TREVISA 2010 2011 2012 2013 V-AGRO 2010 2011 2012 2013 TOTAL (n=70) 16 18 19 17

* Obs: Quando consultadas as demonstrações contábeis não se encontrou saldo de ativos biológicos ou não foram encontradas as demonstrações contábeis de 2013.

Fonte: Os Autores.

A partir das informações coletadas procedeu-se a verificação da variável dependente, que era o nível de diclosure do CPC 29. Para isso, foi realizada a Análise de Conteúdo das Notas Explicativas verificando o nível de Divulgação da Companhia em relação ao exigido pelo CPC 29 (Quadro 1).

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QUADRO 1 – ITENS DO CPC 29 ANALISADOS NA PESQUISA

40 Divulgou ganho ou perda do período corrente em relação ao valor inicial do ativo biológico e do produto agrícola e também decorrentes da mudança no valor justo, menos a despesa de venda dos ativos biológicos? 41 A entidade forneceu uma descrição de cada grupo de ativos biológicos?

42.1 Dissertativa? 42.2 Quantitativa?

43.1 A entidade forneceu uma descrição da quantidade de cada grupo de ativos biológicos, distinguindo entre consumíveis e de produção ou entre maduros e imaturos? 43.2 A entidade divulgou a base para realizar tais distinções?

46 Foram divulgadas nas demonstrações contábeis caso isso não tenha sido feito de outra forma: 46.1 A natureza das atividades envolvendo cada grupo de ativos biológicos?

46.2 Mensurações ou estimativas não financeiras de quantidades físicas de cada grupo de ativos biológicos no final do período e/ou da produção agrícola durante o período? 49 A entidade divulgou:

49.1 A inexistência e o total de ativos biológicos cuja titularidade legal seja restrita, e o montante deles dado como garantia de exigibilidade? 49.2 O montante de compromissos relacionados com o desenvolvimento ou aquisição de ativos biológicos? 49.3 As estratégias de administração de riscos financeiros relacionadas com a atividade agrícola?

50 A entidade apresentou a conciliação das mudanças no valor contábil de ativos biológicos entre o início e o fim do período corrente? 50.1 Ganho ou perda decorrente da mudança no valor justo menos a despesa de venda;

50.2 Aumentos devido às compras;

50.3 Reduções atribuíveis às vendas e aos ativos biológicos classificados como mantidos para venda ou incluídos em grupo de ativos mantidos para essa finalidade, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada;

50.4 Reduções devidas às colheitas;

50.5 Aumento resultante de combinação de negócios;

50.6 Diferenças cambiais líquidas decorrentes de conversão das demonstrações contábeis para outra moeda de apresentação e, também, de conversão de operações em moeda estrangeira para a moeda de apresentação das demonstrações da entidade;

50.7 Outras mudanças.

51 A entidade divulgou separadamente as mudanças físicas e de preços no mercado que alteraram o valor justo, menos a despesa de venda de um ativo biológico?

53 A entidade divulgou se ocorreu um item material de receita ou despesas decorrentes de eventos climáticos, de doenças e outros riscos naturais dos quais a atividade agrícola está frequentemente exposta? 54 Caso a entidade tenha mensurado seu custo menos depreciação e perda no valor recuperável acumulada, no final do período divulgou: 54.1 Uma descrição dos ativos biológicos?

54.2 Uma explicação da razão pela qual o valor justo não pode ser mensurado de forma confiável?

54.3 Uma faixa de estimativas dentro da qual existe alta probabilidade de se encontrar o valor justo (se possível)? 54.4 O método de depreciação utilizado?

54.5 A vida útil ou a taxa de depreciação utilizada?

54.6 O total bruto e a depreciação acumulada (adicionada da perda por irrecuperabilidade acumulada) no início e no final do período?

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Caso o valor justo dos ativos biológicos, previamente mensurados ao custo, menos qualquer depreciação e perda no valor recuperável acumulada se tornar mensurável de forma confiável durante o período corrente, a entidade divulgou uma descrição dos ativos biológicos, uma explicação da razão pela qual a mensuração do valor justo se tornou mensurável de forma confiável, e o efeito da mudança?

57 A entidade divulgou a natureza e a extensão das subvenções governamentais reconhecidas nas demonstrações contábeis, condições não atendidas e outras contingências associadas à subvenção governamental, e as reduções significativas esperadas no nível de subvenções governamentais?

57.1 A entidade divulgou a natureza e a extensão das subvenções governamentais reconhecidas nas demonstrações contábeis? 57.2 Condições não atendidas e outras contingências associadas à subvenção governamental

57.3 E as reduções significativas esperadas no nível de subvenções governamentais? Fonte: Adaptado de CPC 29 (2009).

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Para cada item analisado (do Quadro 1) a empresa recebia 1 caso tivesse atendido o item, 0 caso não tivesse atendido ou ‘não se aplica’ (NA) caso aquele item não fosse aplicado àquela organização.

Após a análise do disclosure coletou-se as variáveis independentes de cada ano (empresa de auditoria; nível de governança corporativa; total do ativo; e representatividade dos ativos biológicos).

Ao final procedeu-se a análise dos dados utilizando-se a Regressão Linear Múltipla com uso do Softwa-re SPSS®. O modelo a ser testado na análise de Softwa-regSoftwa-ressão será:

Div_AB = β0 + β1 ∙ TAM + β2 ∙ RepAB + β3 ∙ DAud_B4 + β4 ∙ D_Gov_corp + ε

Sendo que:

· Div_AB = é a variável dependente que representa o percentual de divulgação de cada companhia de acordo com o CPC 29.

· TAM = Logaritmo Natural (ln) do Total do Ativo como proxy para o tamanho da Companhia. Utilizado também nas pesquisas de Rover et al. (2012), Scherer, Munhoz e Roth (2014) e Brizolla et al. (2014). · RepAB = Variável independente que evidencia a representatividade do saldo de ativo biológico em

rela-ção ao ativo total (ativo biológico ÷ ativo total). Também utilizado na pesquisa de Scherer, Munhoz e Roth (2014) e Scherch et al. (2013).

· DAud_B4= Variável Dummy para auditoria realizada por empresa Big Four ou não Big Four.

· D_Gov_Corp: Dummy para os níveis diferenciados de Governança Corporativa. Sendo atribuído 1 para as companhias listadas nos níveis de Governança da Bovespa (Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2) e 0 para as empresas que não participam destes níveis. Variável presente também nas pesquisas de disclosure de Murcia e Santos (2009) e Rover et al. (2012).

4. ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados optou-se por segrega-la em duas partes, sendo a primeira uma análise descri-tiva dos dados e na sequência a Regressão linear.

4.1 Análise descritiva dos dados

Inicialmente, procedeu-se a análise descritiva dos níveis de disclosure por ano, verificando a Normali-dade na distribuição dos dados e possíveis diferenças de médias de divulgação entre os anos. Como se pode verificar, os dados apresentaram normalidade nos 4 anos analisados (Tabela 2), sendo que o Sig. > 0,05, conforme Field (2009).

TABELA 2 – TESTE DE NORMALIDADE DO ÍNDICE DE DISCLOSURE DO CPC 29

ano

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Estatística df Sig. Estatística df Sig.

perc_conform 2010 ,106 16 ,200* ,979 16 ,959

2011 ,166 18 ,200* ,931 18 ,201

2012 ,147 19 ,200* ,926 19 ,148

2013 ,123 17 ,200* ,928 17 ,200

Fonte: Os Autores.

A seguir, analisando o nível de disclosure em cada um dos anos, pode-se verificar um ligeiro aumento com o passar dos anos (Tabela 3), visto que a média evolui de 74,9% em 2010 para 83,5% em 2013. Contu-do, ao analisar o teste da ANOVA (Tabela 4), buscando confirmar se houve diferença na divulgação entre os anos, pode-se verificar que o resultado foi não significativo (sig. > 0,05), não permitindo concluir que houve uma diferença estatisticamente significativa entre os níveis de divulgação ao longo dos 4 anos analisados.

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TABELA 3 – ANÁLISE DESCRITIVA DO ÍNDICE DE DISCLOSURE POR ANO

N Média PadrãoDesvio PadrãoErro

Intervalo de confiança de 95% para média

Mínimo Máximo

Limite

inferior superiorLimite

2010 16 ,7490 ,11261 ,02815 ,6890 ,8090 ,52 ,93 2011 18 ,7845 ,09710 ,02289 ,7363 ,8328 ,62 ,93 2012 19 ,8223 ,09940 ,02280 ,7744 ,8702 ,62 ,95 2013 17 ,8353 ,09202 ,02232 ,7880 ,8826 ,64 ,95 Total 70 ,7990 ,10358 ,01238 ,7743 ,8237 ,52 ,95 Fonte: Os Autores.

TABELA 4 – ANOVA DIFERENÇA DE MÉDIA DE DISCLOSURE ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2013

Soma dos

Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos ,076 3 ,025 2,535 ,064

Nos grupos ,664 66 ,010

Total ,740 69

Fonte: Os Autores.

Ao realizar a análise de regressão optou-se por utilizar o método Backward, onde o próprio software analisa todas as variáveis independentes e promove a exclusão daquelas que não forem significativas (p < 0,05) demonstrando ao final o modelo apenas com os parâmetros significantes a 5%.

Esse aumento nos índices de divulgação também foi obtido em uma análise realizada por Figueira e Ri-beiro (2015) quando analisaram o disclosure no período de 2008 a 2012, segundo as autoras “após avaliar o comportamento da informação evidenciada sobre mensuração dos ativos biológicos, pode-se verificar o aumento substancial da quantidade e do detalhamento de informações, [...] todas elas são produzidas por imposição do CPC 29” (FIGUEIRA; RIBEIRO, 2015, p. 92).

4.2 Regressão linear

Ao realizar a análise de regressão optou-se por utilizar o método Backward, onde o próprio software analisa inicialmente todas as variáveis independentes (Tamanho; Representatividade dos Ativos Biológicos; Governança Corporativa e Auditoria por Big Four) e promove a exclusão daquelas que não forem significati-vas (p < 0,05) demonstrando ao final o modelo apenas com os parâmetros significantes a 5% (FIELD, 2009).

Como se pode observar na Tabela 5, o modelo final (Modelo 3) tem poder de explicar 16,6% da va-riância do Percentual de Conformidade das companhias. Ao analisar a tabela 6 verifica-se que apenas duas variáveis (Tamanho da Empresa e Representatividade dos Ativos Biológicos) demonstraram serem signifi-cativas. As demais variáveis (Auditoria e Nível de Governança) foram excluídas pela análise backward em etapas (por não apresentarem significância de 5%).

TABELA 5 – RESUMO DO MODELO

Modelo R R quadrado R quadrado ajustado Erro padrão da estimativa Durbin-Watson

1 ,461a ,213 ,164 ,09470

2 ,455b ,207 ,171 ,09433

3 ,437c ,191 ,166 ,09457 ,956

Fonte: Os Autores.

a. Preditores: (Constante), dummy_niv_dif_ou_trad, big_four, Log_Nat_total_ativo, perc_at_biol b. Preditores: (Constante), dummy_niv_dif_ou_trad, Log_Nat_total_ativo, perc_at_biol c. Preditores: (Constante), Log_Nat_total_ativo, perc_at_biol

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TABELA 6 – COEFICIENTES DA REGRESSÃO

Modelo

Coeficientes não

padronizados padronizadosCoeficientes t Sig. Estatísticas de colinearidade

B Erro Padrão Beta Tolerância VIF

1 (Constante) ,253 ,136 1,867 ,066 Representatividade_AB ,712 ,201 ,617 3,540 ,001 ,399 2,505 Tamanho ,029 ,008 ,523 3,615 ,001 ,578 1,731 Auditoria_Big_Four -,020 ,029 -,081 -,699 ,487 ,896 1,116 Governança_Corporativa ,046 ,037 ,185 1,239 ,220 ,546 1,831 2 (Constante) ,261 ,135 1,940 ,057 Representatividade_AB ,667 ,190 ,578 3,514 ,001 ,445 2,248 Tamanho ,028 ,008 ,505 3,560 ,001 ,598 1,671 Governança_Corporativa ,042 ,037 ,170 1,155 ,252 ,558 1,793 3 (Constante) ,289 ,133 2,173 ,033 Representatividade_AB ,554 ,163 ,479 3,401 ,001 ,608 1,644 Tamanho ,029 ,008 ,526 3,730 ,000 ,608 1,644 Fonte: Os Autores.

a. Variável Dependente: perc_conform

Analisando as estatísticas de Colinearidade (Tolerância e VIF) pode-se verificar (no modelo 3) que as variáveis não apresentam multicolinearidade, considerando o VIF abaixo de 5,0 (FAVERO et al., 2009).

Com isso, pode-se afirmar que parte da explicação dos índices de disclosure decorrem de dois itens, sendo eles:

· Representatividade dos Ativos biológicos: sendo que empresas com valores relevantes investidos em Ativos biológicos tendem a trazer mais informações aos stakeholders; e

· Tamanho da empresa: empresas maiores tendem a apresentar mais informações ao mercado. · O resultado de relação positiva entre o disclosure e o tamanho da empresa está em concordância

com os obtidos em outras pesquisas nacionais (BRIZOLLA et al., 2014; SCHERER; MUNHOZ; ROTH, 2014; MACEDO; CAMPAGNONI; ROVER 2015). Quanto a representatividade dos Ativos Biológicos este também foi condizente com o obtido nas pesquisas de Scherer, Munhoz e Roth (2014).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral da pesquisa era verificar quais os fatores determinantes do Disclosure do CPC 29 nas Companhias Brasileiras. Para isso foram selecionadas quatro variáveis independentes, sendo elas: Tamanho da Empresa, Representatividade dos Ativos Biológicos em relação ao Ativo Total; Nível de Governança Cor-porativa; e se a empresa era auditada por Big Four ou não.

Os resultados da regressão demonstraram que apenas duas variáveis foram significativas para explicar a variância do índice de Disclosure, sendo elas: Tamanho e Representatividade dos Ativos Biológicos, sendo que ambas apresentaram relação positiva com a variável dependente (índice de disclosure). Assim, compa-nhias maiores tendem a apresentar um número maior de informações. Da mesma forma, entidades onde os ativos biológicos sejam mais relevantes perante o ativo total tendem a apresentar mais dados aos usuários da informação contábil.

Algumas limitações devem ser observadas em relação às conclusões, sendo elas: período de coleta rela-tivamente curto, de 2010 a 2013; amostra apenas com companhias brasileiras de capital aberto entre outros.

Sugere que futuras pesquisas busquem uma amostra maior de anos e a inserção de novas variáveis que podem apresentar significância, como ser de capital aberto ou fechado (SCHERER; MUNHOZ; ROTH, 2014).

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