• Nenhum resultado encontrado

Variedades Instáveis e Centrais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Variedades Instáveis e Centrais"

Copied!
59
0
0

Texto

(1)

Curso de P´os-Graduac¸˜ao em Matem´atica Dissertac¸˜ao de Mestrado

Variedades Inst´

aveis e Centrais

Kleyber Mota da Cunha

Orientador: Prof. Dr. Vilton Pinheiro

Salvador-Bahia Dezembro 2006

(2)

Variedades Inst´

aveis e Centrais

Kleyber Mota da Cunha

Disserta¸c˜ao apresentada ao co-legiado do curso de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para ob-ten¸c˜ao do T´ıtulo de Mestre em Matem´atica.

Banca examinadora:

Prof. Dr. Vilton Pinheiro (Orientador)

Prof. Dr. Jos´e Ferreira Alves

(3)

Orientador: Dr. Vilton Pinheiro (UFBA).

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao curso de P´os-graduac˜ao em Ma-tem´atica da UFBA, ?? p´aginas.

(4)

Resumo

Neste trabalho, mostraremos que dada uma aplica¸c˜ao Lipschitz f : D ⊂ E → E, onde E ´e espa¸co de Banach, bem pr´oxima, na topologia Cr, de uma automorfismo linear

hiperb´olico, T : E → E, a variedade inst´avel de f ´e bem pr´oxima da variedade inst´avel de

T.

´

E mostrado tamb´em que a variedade inst´avel de f possui algumas propriedades em comum com a variedade inst´avel de T , como ser f -invariante, e ser constitu´ıda dos pontos cujo os iterados para tr´as tende ao ponto fixo de f, neste conjunto. Em particular, mostraremos tamb´em que a variedade inst´avel de f ´e lipschitz e t˜ao diferenci´avel quanto f . Em seguida estenderemos este resultado para um caso mais geral, que ´e a variedade central.

(5)

In this work, we will show that given an Lipschitz map f : D ⊂ E → E, where E is a Banach space, well close, in the Cr topology, of a hyperbolic automorphism linear map,

T : E → E, the unstable manifold of f it is very close of the unstable manifold of T.

It is also shown that the unstable manifold of f has some properties in common with the unstable manifold of T, how to be f-invariante, and to be constituted of the points whose backwards iterates tends to the fixed point of f, in this set. In particular we will also show that the unstable variety of f is lipschitz and so differentiable as f .

Soon after we will extend this result for a more general case, that it is the central manifold.

(6)

Sum´

ario

Resumo iv

Abstract v

Introdu¸c˜ao 1

1 Preliminares 3

2 Variedade Inst´avel 8

3 O caso f diferenci´avel 22

4 Variedades Centrais 34

4.1 A n˜ao unicidade da Variedade Central . . . 41

Referˆencias 53

(7)

Dada uma aplica¸c˜ao f : E → E, onde E espa¸co de Banach, n´os definimos o conjunto inst´avel de um ponto p ∈ E, em rela¸c˜ao a f, sendo o conjunto dos pontos q ∈ E que s˜ao assint´oticos a p no passado. Sob certas condi¸c˜oes, n´os mostraremos que esse conjunto possui certas propriedades interessantes.

Esta disserta¸c˜ao est´a estruturada em quatro cap´ıtulos.

No primeiro cap´ıtulo, apresentamos algumas defini¸c˜oes e alguns resultados de An´alise, que ser˜ao utilizados no decorrer da disserta¸c˜ao. Omitiremos algumas demonstra¸c˜oes por se tratarem de resultados conhecidos.

No segundo e terceiro cap´ıtulo, n´os provamos, respectivamente, o Teorema da Va-riedade Inst´avel na vers˜ao lipschitz, bem como sua vers˜ao diferenci´avel. Este teorema ´e mais geral que o teorema de Grobman-Hartman, pois este nos diz que se uma aplica¸c˜ao

f : Rn → Rn ´e bem pr´oxima de uma aplica¸c˜ao linear hiperb´olica A : Rn → Rn, ent˜ao f

´e localmente topologicamente conjugada a aplica¸c˜ao A. Este teorema mostra ainda que a variedade inst´avel(est´avel) de f ´e um disco topol´ogico tangente a variedade inst´avel(est´avel) de A na origem. Mas, o mesmo, n˜ao mostra que a variedade inst´avel(est´avel) ´e diferenci´avel. O Teorema da Variedade Inst´avel(Est´avel) prova que a variedade inst´avel(est´avel) ´e uma variedade mergulhada Ck que pode ser representada por um gr´afico.

Para provar este teorema, existem basicamente dois tipos de provas: o m´etodo da transforma¸c˜ao do gr´afico de Hadamard(1901) e o m´etodo da varia¸c˜ao de parˆametros de Perron(1929). N´os seguiremos, na prova do teorema, a id´eia de Hadamard.

Em seguida, no quarto cap´ıtulo, n´os provamos o Teorema da Variedade Central, que

(8)

Introdu¸c˜ao 2

´e uma modifica¸c˜ao do Teorema da Variedade Inst´avel, visto que, neste teorema a aplica¸c˜ao linear possui autovalores sobre o c´ırculo unit´ario. A vers˜ao diferenci´avel tamb´em ´e provada. Ainda neste cap´ıtulo, mostraremos atrav´es de um exemplo simples, que ao contr´ario da variedade inst´avel(est´avel), a variedade central n˜ao ´e ´unica.

No apˆendice mostramos o Teorema da se¸c˜ao Cr, no qual diz que existe uma ´unica

se¸c˜ao invariante diferenci´avel para uma determinada aplica¸c˜ao que tem contra¸c˜ao nas fibras. Este teorema ´e utilizado para provar a vers˜ao diferenci´avel do Teorema da Variedade Central.

(9)

Preliminares

Neste cap´ıtulo, apresentaremos algumas defini¸c˜oes, proposi¸c˜oes, bem como alguns teoremas que ser˜ao de grande utilidade para o desenvolvimento deste trabalho.

1.1 Definic¸˜ao. Seja E e F espa¸cos de Banach. Dizemos que uma aplica¸c˜ao f : E → F ´e Lipschitziana se existe k > 0 tal que, para quaisquer x, y ∈ E, tem-se k f (x) − f (y) k≤ k k x − y k. O menor valor de k para que a desigualdade anterior seja v´alida ´e chamada constante de Lipschitz, e denotada por Lip(f ). Quando Lip(f ) < 1, f ´e dita uma contra¸c˜ao. 1.2 Observa¸c˜ao. A continuidade de uma aplica¸c˜ao pode ser definida da seguinte maneira: Uma aplica¸c˜ao f : U ⊂ E → F ´e cont´ınua em p ∈ U se dado ε > 0, existe δ > 0 tal que

f (Bδ(p)) ⊂ Bε(f (p)).

1.3 Observa¸c˜ao. Note que toda aplica¸c˜ao Lipschitziana ´e cont´ınua, pois dado ε > 0, basta tomar δ = ε

k. Ent˜ao k x − y k< δ ⇒k f (x) − f (y) k≤ k k x − y k< k · ε k = ε.

1.4 Teorema. Seja f : E → F uma aplica¸c˜ao, onde E e F s˜ao espa¸cos vetorias sobre um corpo F. Se o graf(f ) for um subespa¸co vetorial de E × F ent˜ao f ´e linear.

Prova: Seja (x1, y1), (x2, y2) ∈ graf (f ) e λ ∈ F, ou seja, y1 = f (x1) e y2 =

f (x2). Como graf (f ) ´e subespa¸co linear, temos que (x1, y1) + λ(x2, y2) ∈ graf (f ), ou seja,

∃(x3, y3) ∈ graf (f ), tal que y3 = f (x3) e (x1, y1) + λ(x2, y2) = (x3, y3). Assim x3 = x1+ λx2

e y3 = y1+ λy2. Logo

y3 = f (x3) = f (x1+ λx2) = y1+ λy2 = f (x1) + λf (x2).

(10)

Preliminares 4

¥

1.5 Observa¸c˜ao.A rec´ıproca deste Teorema n˜ao ´e verdadeira. Basta considerarmos o seguinte contra-exemplo:

f : R2 −→ R2

v 7→ |v|2· v.

Vemos que f leva subespa¸cos lineares do R2 em subespa¸cos lineares do R2, mas f n˜ao ´e

linear.

1.6 Definic¸˜ao (Ponto Fixo). Seja M um conjunto. Um ponto fixo de uma aplica¸c˜ao f : M → M ´e um elemento x ∈ M satisfazendo f (x) = x.

1.7 Teorema (Ponto Fixo de Banach).Seja F um subconjunto fechado do espa¸co m´etrico completo (X, d). Se a aplica¸c˜ao f : F → F ´e uma contra¸c˜ao ent˜ao f possui um, e somente um, ponto fixo.

Prova: Ver em [6].

1.8 Teorema (Pertuba¸c˜ao da Identidade). Seja ϕ : U ⊂ F → F contra¸c˜ao, U ⊂ F aberto, F espa¸co de Banach. A aplica¸c˜ao f : U → F dada por f (x) = x + ϕ(x) ´e um homeomorfismo de U sobre o conjunto aberto f (U) ⊂ F . Al´em disso, se U = F , tˆem se f (U) = F

Prova: Ver em [5].

1.9 Lema. Sejam F um espa¸co de Banach, X um espa¸co m´etrico e f, g duas fun¸c˜oes cont´ınuas de X em F . Suponha que f seja injetiva e f−1 seja Lipschitz. Se g satisfaz

a condi¸c˜ao Lip(f − g) < [Lip(f−1)]−1, ent˜ao g tamb´em ´e injetiva e

Lip(g−1) ≤ {[Lip(f−1)]−1− Lip(f − g)}−1

= Lip(f

−1)

1 − Lip(g − f )Lip(f−1)

Prova: Como f ´e injetiva e f−1´e Lipschitz, obtemos para x = f−1(z) e y = f−1(w):

k f−1(z) − f−1(w) k ≤ Lip(f−1)d(z, w) =⇒

k f−1(z) − f−1(w) k−1 ≥ Lip(f−1)−1d(z, w)−1 =⇒

d(x, y)−1 ≥ Lip(f−1)−1 k f (x) − f (y) k−1=⇒

(11)

k g(x) − g(y) k = k g(x) − g(y) + f (x) − f (x) + f (y) − f (y) k

≥ k f (x) − f (y) k − k (g − f )(x) − (g − f )(y) k e por (1.1) ≥ [Lip(f−1)]−1d(x, y) − Lip(f − g)d(x, y)

= {[Lip(f−1)]−1− Lip(f − g)}d(x, y)

A ´ultima desigualdade nos d´a que g ´e injetiva, pois se g(x) = g(y) ⇒k g(x) − g(y) k= 0 e usando o fato de que [Lip(f−1)]−1− Lip(f − g) > 0, por hip´otese, temos d(x, y) = 0 ⇒ x = y.

Agora, sendo x = g−1(z) e g = f−1(w), obtemos novamente da ´ultima desigualdade

d(z, w) ≥ {[Lip(f−1)]−1− Lip(f − g)} k g−1(z) − g−1(w) k⇒

d(z, w)−1 ≤ {[Lip(f−1)]−1− Lip(f − g)}−1 k g−1(z) − g−1(w) k−1⇒ k g−1(z) − g−1(w) k ≤ {[Lip(f−1)]−1− Lip(f − g)}−1d(z, w). (1.2)

Assim de (1.2), obtemos o resultado.

¥

1.10 Teorema. Seja f um homeomorfismo de um subconjunto aberto U de um espa¸co de Banach E sobre um aberto V de um espa¸co de Banach F , cuja a inversa ´e Lipschitz. Seja h uma aplica¸c˜ao cont´ınua, Lipschitz de U em F satisfazendo Lip(h)Lip(f−1) < 1. Seja

g = f + h. Ent˜ao g ´e um homeomorfismo de U sobre um subconjunto aberto de F , com inversa Lipschitz.

Prova: Seja ϕ = g ◦ f−1 = (f + h) ◦ f−1 = id + hf−1. Como h e f−1 s˜ao Lipschitz

temos que hf−1 ´e Lipschitz e

λ = Lip(hf−1) ≤ Lip(h)Lip(f−1) < 1

Assim hf−1 ´e uma contra¸c˜ao. Logo pelo Teorema 1.8 (note que ϕ : f (U) ⊂ F → F )

temos que ϕ ´e um homeomorfismo de f (U) sobre o conjunto aberto ϕ(f (U)). Obtemos assim que g ´e um homeomorfismo de U sobre g(U), pois composta de homeomorfismos ´e um homeomorfismo, e

(12)

Preliminares 6

Resta agora mostrarmos que g−1 ´e Lipschitz. Para isto basta observamos que

k ϕ(x) − ϕ(y) k = k x + hf−1(x) − y − hf−1(y) k

≥ k x − y k − k hf−1(x) − hf−1(y) k

≥ k x − y k −λ k x − y k

= (1 − λ) k x − y k

Da ´ultima desigualdade temos que ϕ ´e injetiva. Logo fazendo ϕ(x) = w e ϕ(y) = z temos: 1 k w − z k 1 1 − λ · 1 k ϕ−1(w) − ϕ−1(z) k =⇒ k ϕ−1(w) − ϕ−1(z) k ≤ 1 1 − λ k w − z k =⇒ ϕ −1 ´e Lipschitz.

Mas ϕ−1 = f ◦ g−1 ⇒ g−1 = f−1 ◦ ϕ−1. Como ϕ−1 e f−1 s˜ao Lipschitz, temos que g−1 ´e

Lipschitz.

¥

1.11 Proposi¸c˜ao. Seja U um subconjunto aberto de um espa¸co de Banach E e g um home-omorfismo de U sobre um subconjunto aberto de um espa¸co de Banach F . Se g−1 ´e Lipschitz

com Lip(g−1) < λ, ent˜ao Br

λ(g(x)) ⊂ g(Br(x)).

Prova: Como g−1 ´e Lipschitz, temos que g−1 ´e cont´ınua bastando tomar δ =

ε

Lip(g−1), pela Observa¸c˜ao 1.3. Usando agora o fato de que g−1 ´e cont´ınua em g(x), pela

Observa¸c˜ao 1.2 temos que:

g−1(Br

λ(g(x))) ⊂ Br(x) ⇒ B r

λ(g(x)) ⊂ g(Br(x)) Passando agora o fecho, obtemos:

Br

λ(g(x)) ⊂ g(Br(x)).

Agora resta-nos mostrar que g(Br(x)) ⊂ g(Br(x)). De fato, seja

y ∈ g(Br(x)) ⇒ ∃yn ∈ g(Br(x)), tal que yn → y.

Agora

(13)

Usando agora o fato de que g−1 ´e cont´ınua, temos:

yn→ y ⇒ xn = g−1(yn) → g−1(y) ⇒ g−1(y) ∈ Br(x) ⇒ y ∈ g(Br(x)) ⇒

g(Br(x)) ⊂ g(Br(x))

(14)

Cap´ıtulo 2

Variedade Inst´

avel

Neste cap´ıtulo iremos provar o Teorema da Variedade Inst´avel Local para um ponto.

2.1 Definic¸˜ao. Seja T : E → E um endomorfismo linear, E um espa¸co de Banach. Dizemos que T ´e hiperb´olico se e somente se existe uma decomposi¸c˜ao em soma direta E = E1⊕ E2, onde E1 e E2 s˜ao invariantes por T e constantes c > 0 e λ < 1 tal que:

(1) A restri¸c˜ao T1 de T a E1 ´e uma expans˜ao, ou seja:

∀n ≤ 0, k Tn

1 k≤ cλ−n.

(2) A restri¸c˜ao T2 de T a E2 ´e uma contra¸c˜ao, ou seja:

∀n ≥ 0, k T2nk≤ cλn.

2.2 Proposi¸c˜ao (Norma adaptada). Seja T como acima. Ent˜ao existe uma m´etrica C∞

em E e uma constante η, 0 < η < 1 tal que

k T |E2k < η e k T

−1 |

E1k < η.

Prova: Ver em [8].

De agora em diante, denota-se por Ei(r), i = 1, 2 a bola fechada de raio r e centro

na origem em Ei.

(15)

2.3 Teorema (Teorema da Variedade Inst´avel Local para um Ponto). Seja T : E → E um automorfismo hiperb´olico de um espa¸co de Banach E com decomposi¸c˜ao E = E1⊕E2 =

E1× E2 e suponha que a norma ´e adaptada, isto ´e, n´os podemos encontrar 0 < λ < 1, tal

que

k T |E2k < λ e k T

−1 |

E1k < λ.

Ent˜ao existe um ε > 0, que depende somente de λ, e constante δ = δ(λ, ε, r) tal que para toda aplica¸c˜ao Lipschitz f : E1(r) × E2(r) → E, com k f (0) k < δ e Lip(f − T ) < ε, existe

uma aplica¸c˜ao g : E1(r) → E2(r) cujo o gr´afico nos d´a uma variedade inst´avel para f .

Al´em disso g e seu gr´afico tem as seguintes propriedades:

(1) g ´e Lipschitz, com Lip(g) ≤ 1. Al´em disto, a restri¸c˜ao de f−1 ao gr´afico de g ´e

contra¸c˜ao e deste modo tem um ponto fixo p sobre o gr´afico de g.

(2) O gr´afico de g ´e igual a Tn=0fn(E

1(r), E2(r)). (Esta intersec¸c˜ao ´e o conjunto est´avel

local de p, Wu loc(p).)

(3) Se f ´e Ck ent˜ao g ´e Ck.

(4) Se f ´e C1 com f (0) = 0, Df (0) = T , ent˜ao o gr´afico de g ´e tangente a E

1 em 0.

(5) Se f (0) = 0 e f ´e invert´ıvel, o gr´afico de g consiste dos pontos em E1(r) × E2(r) cujo

os iterados para tr´as tende a 0.

(6) Se f (0) = 0, um ponto x pertence ao gr´afico de g se e somente se existe uma seq¨uencia xn, n ≥ 0, em E1(r) × E2(r), tendendo a 0 tal que fn(xn) = x.

N´os obtemos a variedade est´avel local trocando T por T−1, E

1 por E2.

Antes de come¸carmos a demonstrar o Teorema, iremos fixar algumas nota¸c˜oes:

Ti = T |Ei, pi = proje¸c˜ao de E sobre Ei, fi = pi◦ f, i = 1, 2.

N´os usaremos, por conveniˆencia, a norma box k kbox= sup(k kE1, k kE2), isto ´e,

(16)

Variedade Inst´avel 10

2.4 Observa¸c˜ao. Usando o fato de que E = E1 ⊕ E2 = E1 × E2 e essa decomposi¸c˜ao ´e

invariante por T, para x ∈ E1 e y ∈ E2, temos que:

T (x, y) = T (x ⊕ y) = T (x) ⊕ T (y) = T1(x) ⊕ T2(y) = (T1(x), T2(y)).

Iremos a partir de agora, estabelecer alguns resultados que utilizaremos para a demonstra¸c˜ao do Teorema 2.3.

2.5 Definic¸˜ao (Transformac¸˜ao de Gr´afico). Suponhamos que n´os temos uma σ : E1(r) → E2(r) para o qual f1 ◦ (id, σ) ´e injetiva e E1(r) ⊂ f1◦ (id, σ)(E1(r)). Definimos a

fun¸c˜ao Γf(σ) por:

Γf(σ) = f2◦ (id, σ) ◦ [f1◦ (id, σ)]−1 |E1(r) .

Isto ´e ilustrado na Figura 2.1.

E1 E2 -r r graf(g) f(graf(g)) x (x,g(x)) f(x,g(x)) p f(x,g(x))1

Figura 2.1: Transforma¸c˜ao de Gr´afico

Podemos notar que o gr´afico de Γf(σ) ´e a intersec¸c˜ao de f (graf de σ) com E1(r) ×

E2(r), por isso Γf ´e chamada Transforma¸c˜ao de Gr´afico. Note que a variedade inst´avel de T

´e E1 que ´e o ´unico gr´afico invariante sobre ΓT, assim existe uma esperan¸ca de encontrarmos

uma variedade inst´avel de f, pois f ´e bem pr´oxima de T no sentido Lip(f − T ) < ε, bem como um ponto fixo de Γf.

Seja Lip1(E1(r), E2(r)) o conjunto das fun¸c˜oes Lipschitz cuja constante ´e menor ou

(17)

mostraremos que Γf ´e uma contra¸c˜ao de Lip1(E1(r), E2(r)) na m´etrica C0 e usaremos o

Teorema da Contra¸c˜ao para garantir que Γf tem um ´unico ponto fixo g.

2.6 Lema. Se σ ∈ Lip1(E1(r), E2(r)) temos a seguinte estimativa:

Lip(f1◦ (id, σ) − T1) ≤ Lip(f − T ).

Prova: Note que f1◦ (id, σ) − T1 = p1 ◦ (f − T ) ◦ (id, σ). De fato,

p1◦ (f − T ) ◦ (id, σ)(x) = p1◦ (f − T ) ◦ (x, σ(x))

= p1◦ (f (x, σ(x)) − T (x, σ(x)))

= f1(x, σ(x)) − T1(x)

= [f1◦ (id, σ) − T1](x)

Assim,

Lip[f1◦ (id, σ) − T1] = Lip[p1◦ (f − T ) ◦ (id, σ)]

≤ Lip(p1)Lip(f − T )Lip(id, σ)

≤ Lip(f − T )

¥

2.7 Lema. Se ε > 0 ´e menor que 1

λ e Lip(f −T ) < ε, ent˜ao para todo σ ∈ Lip1(E1(r), E2(r)),

a aplica¸c˜ao f1◦ (id, σ) ´e um homeomorfismo. Al´em disso, a inversa ´e uma fun¸c˜ao Lipschitz

cuja constante Lipschitz satisfaz

Lip([f1◦ (id, σ)]−1) ≤

1

1

λ − ε

.

Prova: Pelo Lema 2.6 temos que Lip(f1◦ (id, σ) − T1) ≤ Lip(f − T ) ≤ ε < 1λ <

k T−1

1 k−1.

Fazendo g = f1◦ (id, σ) e f = T1, podemos aplicar o Teorema 1.10 onde h = g − f ,

sendo assim conclu´ımos que g = f1 ◦ (id, σ) ´e um homeomorfismo. Agora pelo Lema 1.9,

pois Lip(f − g) < [Lip(T1−1)]−1 = 1

λ, obtemos: Lip[f1◦ (id, σ)]−1) ≤ 1 1 Lip(f−1)− Lip(f − g) 1 k T−1 1 k−1 −Lip(f1◦ (id, σ) − T1) 1 1 λ − ε .

(18)

Variedade Inst´avel 12

¥

2.8 Lema. Seja 0 < 2ε < 1

λ − 1. Suponha que Lip(f − T ) < ε e k f (0) k< r(λ1 − 1 − 2ε),

ent˜ao para todo σ ∈ Lip1(E1(r), E2(r)), E1(r) ⊂ f1◦ (id, σ)(E1(r))

Prova: Pelo Lema 2.7 temos que Lip([f1◦ (id, σ)]−1) ≤

1

1

λ − ε

.

Fazendo agora g = f1 ◦ (id, σ) na Proposi¸c˜ao 1.11 e usando o fato de que Br(0) =

E1(r) obtemos:

Br(1

λ−ε)(f1◦ (id, σ)(0)) ⊂ f1◦ (id, σ)(E1(r)) ⇒

Br(1

λ−ε)(f1(0, σ(0))) ⊂ f1◦ (id, σ)(E1(r)). Mostraremos agora que Br(1

λ−ε)−kf1(0,σ(0))k(0) ⊂ Br(λ1−ε)(f1(0, σ(0))). Seja x ∈ Br(1 λ−ε)−kf1(0,σ(0))k(0), logo k x k< r(1 λ − ε)− k f1(0, σ(0)) k⇒k x k + k f1(0, σ(0)) k< r( 1 λ − ε), mas k x − f1(0, σ(0)) k≤k x k + k f1(0, σ(0)) k< r( 1 λ − ε) ⇒ x ∈ Br(1λ−ε)(f1(0, σ(0))). Seja ρ = r(1

λ − ε)− k f1(0, σ(0)) k. Resta-nos mostrar que ρ ≥ r, pois assim

E1(r) = Br(0) ⊂ Bρ(0) ⊂ Br(1 λ−ε)(f1(0, σ(0))) ⊂ f1◦ (id, σ)(E1(r)). k f1(0, σ(0)) k ≤ k f1(0, 0) k + k f1(0, σ(0)) − f1(0, 0) k ≤ k f1(0, 0) k + k f1(0, σ(0)) − p1T (0, σ(0)) + p1T (0, σ(0)) −f1(0, 0) + p1T (0, 0) − p1T (0, 0) k ≤ k f1(0, 0) k + k (f1− p1T )(0, σ(0)) + p1T (0, σ(0)) − (f1 − p1T )(0, 0) −p1T (0, 0) k ≤ k f1(0, 0) k + k (f1− p1T )(0, σ(0)) − (f1− p1T )(0, 0) k . Como k (f1− p1T )(0, σ(0)) − (f1− p1T )(0, 0) k≤k (f − T )(0, σ(0)) − (f − T )(0, 0) k

(19)

e k f1(0, 0) k<k f (0, 0) k, pois estamos utilizando a norma do sup, temos: k f1(0, σ(0)) k ≤ k f (0, 0) k + k (f − T )(0, σ(0)) − (f − T )(0, 0) k ≤ k f (0, 0) k +Lip(f − T ) k (0, σ(0)) − (0, 0) k ≤ k f (0, 0) k +εr ≤ r(1 λ − 1 − 2ε) + εr = r(1 λ − 1 − ε) ⇒ 0 ≤ r(1 λ − ε)− k f1(0, σ(0)) k | {z } ρ −r ⇒ r ≤ ρ. ¥

2.9 Lema. Seja 0 < 2ε < 1−λ e δ < r min{1

λ−1−2ε, 1−ε−λ}. Se f satisfaz Lip(f −T ) < ε

e k f (0) k< δ, ent˜ao para todo σ ∈ Lip1(E1(r), E2(r)) a aplica¸c˜ao Γf(σ) est´a bem definida

sobre E1(r) e Γf(σ) ∈ Lip1(E1(r), E2(r)).

Prova: Primeiro mostraremos que Lip([f1◦ (id, σ)]−1) ≤

1

1

λ − ε

< 1. Para isto note

que 1

λ − 1 > 1 − λ, pois 1λ > 1 e 0 < λ < 1. Agora, por hip´otese

2ε < 1 − λ ⇒ ε < 1 − λ 2 < 1 λ − 1 ⇒ 1 λ − ε > 1, como quer´ıamos.

Agora como Γf(σ) = f2◦ (id, σ) ◦ [f1◦ (id, σ)]−1 |E1(r), temos:

Lip(Γf(σ)) ≤ Lip(f2◦ (id, σ)) · Lip([f1◦ (id, σ)]−1)

≤ Lip(f2◦ (id, σ)) ≤ Lip(f2) · Lip(id, σ) ≤ Lip(f2) = Lip(T2+ p2(f − T )) ≤ Lip(T2) + Lip(p2(f − T )) ≤ Lip(T2) + Lip((f − T )) ≤ λ + ε ≤ 1, pois como 2ε < 1 − λ ⇒ ε < 1 − λ ⇒ ε + λ < 1.

Para mostrar que Γf(σ) ∈ Lip(E1(r), E2(r)), resta mostrar que Γf(σ)(E1(r)) ⊂

(20)

Variedade Inst´avel 14

J´a sabemos pelo Lema 2.8 que E1(r) ⊂ f1◦ (id, σ)(E1(r)) ⇒ [f1◦ (id, σ)]−1(E1(r)) ⊂

E1(r), ent˜ao basta mostrar que f2 ◦ (id, σ)(E1(r)) ⊂ E2(r). Para isto seja x ∈ E1(r), ent˜ao:

k f2(x, σ(x)) k ≤ k f2(x, σ(x)) − p2T (x, σ(x)) + p2T (x, σ(x)) k ≤ k f2(x, σ(x)) − p2T (x, σ(x)) k + k p2T (x, σ(x)) k ≤ k f2(x, σ(x)) − p2T (x, σ(x)) k + k T2 kk σ(x) k ≤ k (f − T )(x, σ(x)) k +λr ≤ k (f − T )(x, σ(x)) − (f − T )(0, 0) k + k (f − T )(0, 0) k λr ≤ Lip(f − T ) k (x, σ(x)) k + k f (0) k +λr ≤ εr + δ + λr ≤ εr + r(1 − ε − λ) + λr ≤ r. Assim como f2(x, σ(x)) ∈ E2 e k f2(x, σ(x)) k< r ⇒ f2(x, σ(x)) ∈ E2(r). ¥

2.10 Lema. Seja (x, y) um ponto de E1(r) × E2(r) tal que f1(x, y) esteja em E1(r). Para

todo σ ∈ Lip(E1(r), E2(r)) a seguinte desigualdade vale:

k f2(x, y) − Γfσ(f1(x, y)) k≤ (λ + 2ε) k y − σ(x) k .

Este lema est´a ilustrado na Figura 2.2. Prova:

k f2(x, y) − Γfσ(f1(x, y)) k = k f2(x, y) − f2(x, σ(x)) + f2(x, σ(x)) − Γfσ(f1(x, y)) k

≤ k f2(x, σ(x)) − Γfσ(f1(x, y)) k + k f2(x, y) − f2(x, σ(x)) k

= k Γfσ(f1(x, σ(x))) − Γfσ(f1(x, y)) k

+ k f2(x, y) − f2(x, σ(x)) k,

pois Γf(σ) = f2◦(id, σ)◦[f1◦(id, σ)]−1 ⇒ Γf(σ)◦[f1◦(id, σ)] = f2◦(id, σ) ⇒ Γf(σ)(f1(x, σ(x))) =

f2(x, σ(x)).

Como p2 e f s˜ao Lipschitz, temos que f2 = p2◦ f tamb´em ´e Lipschitz. Logo

k f2(x, y) − Γfσ(f1(x, y)) k ≤ Lip(f2) k (x, y) − (x, σ(x)) k

(21)

Pelo Lema 2.9 temos que Lip(Γfσ) ≤ 1. Observe tamb´em que Lip(f2) = Lip(f2− p2T + p2T ) = Lip(T2) + Lip(p2(f − T )) ≤ Lip(T2) + Lip(f − T ) ≤ λ + ε. Ent˜ao k f2(x, y) − Γfσ(f1(x, y)) k ≤ (λ + ε) k y − σ(x) k + k f1(x, σ(x)) − f1(x, y) k ≤ (λ + ε) k y − σ(x) k + k f1(x, σ(x)) − p1T (x, σ(x)) +p1T (x, σ(x)) + p1T (x, y) − p1T (x, y) − f1(x, y) k ≤ (λ + ε) k y − σ(x) k + k (f1− p1T )(x, σ(x)) −(f1− p1T )(x, y) k + k p1T (x, σ(x)) − p1T (x, y) k ≤ (λ + ε) k y − σ(x) k +Lip(f1− p1T ) k (x, σ(x)) − (x, y) k + k T1(x) − T1(x) k ≤ {(λ + ε) + Lip(f − T )} k y − σ(x) k ≤ (λ + ε + ε) k y − σ(x) k ≤ (λ + 2ε) k y − σ(x) k . ¥ x (x,y) ä(x) f(x,y) f (x,y)1 f (x,1 ä(x)) (f (x,y),1 Gfäf (x,y))1 f(x,ä(x)) f (x,y)2 Figura 2.2: Lema 2.10.

2.11 Lema. Na situa¸c˜ao anterior Γf contrai na distˆancia C0 por um fator no m´aximo λ+2ε.

Prova: Seja σ1, σ2 ∈ Lip1(E1(r), E2(r)), z ∈ E1(r) e (x, y) = ([f1◦(id, σ1)]−1(z), σ1([f1

(22)

Variedade Inst´avel 16

Aplicando o Lema 2.10 para σ = σ2 em (x, y) temos:

k f2(x, y) − Γfσ2(f1(x, y)) k≤ (λ + 2ε) k y − σ2(x) k .

Mas note que

Γ1(z) = f2◦ (id, σ1) ◦ [f|1◦ (id, σ{z1)]−1(z)}

x

= f2◦ (id, σ1)(x)

= f2(x, σ1(x)) = f2(x, y)

e que

x = [f1◦ (id, σ1)]−1(z) ⇒ [f1◦ (id, σ1)](x) = z ⇒ z = f1(x, σ1(x)) = f1(x, y).

Ent˜ao k Γfσ1− Γfσ2 k = sup z∈E1(r) k Γfσ1(z) − Γfσ2(z) k ≤ (λ + 2ε) sup z∈E1(r) k σ1([f1◦ (id, σ1)]−1(z)) − σ2([f1◦ (id, σ1)]−1(z)) k ≤ (λ + 2ε) sup z∈E1(r) k σ1(z) − σ2(z) k = (λ + 2ε) k σ1− σ2 k,

onde na pen´ultima desigualdade utilizamos o fato de que [f1◦ (id, σ1)]−1(E1(r)) ⊂ E1(r) ⇒

sup z∈E1(r) k σ1([f1◦ (id, σ1)]−1(z)) k≤ sup z∈E1(r) k σ1(z) k. ¥

2.12 Proposi¸c˜ao. Se Lip(f − T ) < ε < 1 − λ

2 e k f (0) k≤ δ < r min ½ 1 λ − 1 − 2ε, 1 − ε − λ ¾

ent˜ao a transforma¸c˜ao de gr´afico Γf tem um ´unico ponto fixo g ∈ Lip1(E1(r), E2(r)).

Prova: Pelo Lema 2.11 temos que Lip(Γf) ≤ λ + 2ε < λ + 2 ·

1 − λ

2 = 1 ⇒ Γf ´e uma contra¸c˜ao.

(23)

De fato, utilizando a norma da convergˆencia uniforme, seja fn∈ Lip1(E1(r), E2(r)),

tal que fn → f . Assimu

k f (x) − f (y) k ≤ k f (x) − fn(x) k + k fn(x) − fn(y) k + k fn(y) − f (y) k

< ε

2+ k x − y k +2ε

< ε+ k x − y k .

Fazendo ε tender a zero, obtemos que

k f (x) − f (y) k≤k x − y k⇒ f ∈ Lip1(E1(r), E2(r)).

Assim pelo Teorema do Ponto Fixo de Banach (Teorema 1.7) existe um ´unico ponto fixo de Γf em Lip1(E1(r), E2(r)). Chamemos de g este ponto fixo.

¥ Agora provaremos o resultado principal, que ´e o Teorema 2.3.

Prova: Por constru¸c˜ao sabemos que Lip(g) ≤ 1. Para ver que f−1|

graf(g) ´e uma contra¸c˜ao, note que quando (x, g(x)) = f (y, g(y)) ⇒

x = f1(x, g(y)) = f1◦ (id, g)(y) = p1◦ f (y, g(y)) temos o seguinte:

(p1|graf(g))−1(x) = (p1|graf(g))−1(x) ◦ p1◦ f (y, g(y)) =⇒

(p1|graf(g))−1(x) = f (y, g(y)) = (x, g(x)) =⇒

f |graf(g)◦ (p1|graf(g))−1(x) = f (x, g(x)) =⇒

p1◦ f |graf(g)◦ (p1|graf(g))−1(x) = p1◦ f (x, g(x))

Pelo Lema 2.7 temos que f1◦ (id, g) ´e homeomorfismo, logo invert´ıvel, ent˜ao

(p1|graf(g))−1◦ p1◦ f |graf(g)◦ (p1|graf(g))−1(x) = (p1|graf(g))−1◦ f1(x, g(x)) =⇒

f |graf(g)◦ (p1|graf(g))−1(x) = (p1|graf(g))−1◦ f1(x, g(x))

Assim f |graf(g) ´e conjugado a p1◦ f (x, g(x)) via (p1|graf(g))−1.

Como p1◦ f (x, g(x)) ´e invert´ıvel ent˜ao f |graf(g) ´e invert´ıvel.

Usando o fato de que p1|graf(g) ´e uma isometria com respeito a norma do sup (veja

Proposi¸c˜ao 2.14) e isometria preserva a constante de Lipschitz, conclu´ımos que Lip(f−1|

graf(g)) <

(24)

Variedade Inst´avel 18

Assim f−1|

graf(g) : graf(g) → graf(g) ´e uma contra¸c˜ao.

Afirmamos que o graf(g) ⊂ E ´e fechado. De fato, considere a aplica¸c˜ao ϕ(x, y) =

y − g(x), que ´e cont´ınua, pois g ´e cont´ınua (g ∈ Lip1()E1(r), E2(r)). Observe agora que

graf(g) = ϕ−1(0). Como ϕ ´e cont´ınua e 0 ´e fechado conclu´ımos que graf(g) ´e fechado, j´a que

a pr´e-imagem de fechado por uma aplica¸c˜ao cont´ınua ´e fechado.

Ent˜ao temos que existe um ´unico ponto fixo, que denotamos por p, de f−1|

graf(g).

Logo (1) est´a provado.

Para provar (2) considere (x0, y0) ∈ E

1(r) × E2(r) tal que f (x0, y0) ∈ E1(r) × E2(r),

para que possamos considerar os iterado de f . Pelo Lema 2.10, temos

k f2(x0, y0) − Γf(g)(f1(x0, y0)) k≤ (λ + 2ε) k y0 − g(x0) k .

Como g ´e ponto fixo de Γf, temos que Γf(g) = g, logo

k f2(x0, y0) − g(f1(x0, y0)) k≤ (λ + 2ε) k y0− g(x0) k . (2.1)

Repetindo-se o processo para os primeiros n iterados de f , (x0, y0), f (x0, y0), . . . , fn(x0, y0) =

(x, y), temos: k y − g(x) k = k p2◦ fn(x0, y0) − g ◦ p1◦ fn(x0, y0) k = k p2◦ f (fn−1(x0, y0)) − g ◦ p1◦ f (fn−1(x0, y0)) k = k f2(fn−1(x0, y0)) − g ◦ f1(fn−1(x0, y0)) k ≤ (λ + 2ε) k p2◦ fn−1(x0, y0) − g ◦ p1◦ fn−1(x0, y0) k por (2.1) ≤ (λ + 2ε) k p2◦ f (fn−2(x0, y0)) − g ◦ p1◦ f (fn−2(x0, y0)) k ≤ (λ + 2ε) k f2(fn−2(x0, y0)) − g ◦ f1(fn−2(x0, y0)) k ≤ (λ + 2ε)2 k p 2◦ fn−2(x0, y0) − g ◦ p1◦ fn−2(x0, y0) k por (2.1) ≤ (λ + 2ε)n k y0− g(x0) k ≤ (λ + 2ε)n(k y0 k + k g(x0) k) ≤ (λ + 2ε)n2r Mas ε < 1 − λ

2 , pelo Lema 2.9, assim

(25)

\

n=0

fn(E

1(r) × E2(r)) ⊂ graf(g).

Resta-nos mostrar que graf(g) ⊂

\

n=0

fn(E

1(r)×E2(r)). Sabemos que graf(Γf(g)) = f (graf(g))∩

(E1(r) × E2(r)). Mas como g ´e o ponto fixo de Γf, temos que

graf(g) = f (graf(g)) ∩ (E1(r) × E2(r)) ⊂ E1(r) × E2(r) (2.2)

Da equa¸c˜ao (2.2), obtemos que

graf(g) ⊂ f (graf(g)) ⊂ E1(r) × E2(r). (2.3)

Aplicando f na equa¸c˜ao (2.3) temos que graf(g) ⊂ f2(E

1(r) × E2(r)).

Repetindo-se o mesmo processo n vezes, temos que graf(g) ⊂ fn(E

1(r) × E2(r)) ∀n.

Logo graf(g) ⊂Tn=0fn(E

1(r) × E2(r)).

E assim fica demonstrado o ´ıtem (2).

Para demonstrar o ´ıtem (5), note que como f |−1

graf(g) ´e uma contra¸c˜ao e f−1(0) = 0,

ent˜ao 0 ´e o ´unico ponto fixo de f |−1

graf(g). Seja (x, y) ∈ graf(g), ent˜ao:

k f−n(x, y) − f−n(0) | {z } 0 k = k f−1(f−n+1(x, y)) − f−1(f−n+1(0)) k ≤ α k f−n+1(x, y) − f−n+1(0) k (2.4) ≤ αnk x k ≤ αnr,

onde α = Lip(f |−1graf(g)) < 1. Logo

k f−n(x, y) k≤ αnr n→∞−→ 0 ⇒ f−n(x, y)n→∞−→ 0.

2.13 Observa¸c˜ao. Note que como g ´e o ponto fixo de Γf, temos que graf(g) = f (graf(g)) ∩

(E1(r) × E2(r)). Como f ´e invert´ıvel por hip´otese, temos que f−1(graf(g)) ⊂ graf(g). Assim

(26)

Variedade Inst´avel 20

Agora seja (x, y) ∈ E1(r) × E2(r) com f−n(x, y) → 0. Seja (xn, yn) = f−n(x, y), ou

seja fn(x

n, yn) = (x, y). Assim x = p1◦ fn(xn, yn) e y = p2◦ fn(xn, yn). Logo, por (2.1)

k y − g(x) k = k p2◦ fn(xn, yn) − g(p1◦ fn(xn, yn)) k

≤ (λ + 2ε)nk y

n− g(xn) k

Como (xn, yn) → 0, temos que xn→ 0 e yn → 0. Usando o fato de g ser cont´ınua temos que

g(xn) → g(0) = 0. Assim

k y − g(x) kn→∞−→ 0 ⇒ (x, y) ∈ graf(g),

e (5) est´a provado.

Agora para demonstrar (6), tomemos (x, y) ∈ graf(g), logo por (5), f−n(x, y) → 0.

Fazendo (xn, yn) = f−n(x, y), temos que, fn(xn, yn) = (x, y), e (xn, yn) → 0. Por outro lado,

quando (xn, yn) ∈ E1(r) × E2(r), tal que (xn, yn) → 0 e fn(xn, yn) = (x, y), o resultado segue

diretamente por (5).

2.14 Proposi¸c˜ao. p1|Graf (g) : Graf (g) → E1 ´e uma isometria com a norma do sup.

Prova:

k p1(x, g(x)) − p1(y, g(y)) ksup=k x − y ksup= sup(k p1(x − y) kE1, k p2(x − y) kE2) =

sup(k x − y kE1, 0) =k x − y kE1

.

Resta mostrar que k (x, g(x)) − (y, g(y)) ksup=k x − y kE1. Mas

k (x, g(x)) − (y, g(y)) ksup = k (x − y, g(x) − g(y)) ksup

= sup(k p1(x − y) kE1, k p2(g(x) − g(y)) kE2)

= sup(k x − y kE1, k g(x) − g(y) kE2)

= k x − y kE1,

pois g ∈ Lip1(E1(r), E2(r)), ou seja, k g(x) − g(y) k≤k x − y k.

(27)

Os ´ıtens (3) e (4) s˜ao conhecidos como a vers˜ao diferenci´avel do Teorema da Varie-dade Inst´avel, pois o leitor pode notar que nestes ´ıtens estamos supondo que f ´e diferenci´avel. ´

E necess´ario ent˜ao ver alguns resultados sob esta hip´otese para demonstr´a-los. E isto ´e tarefa para o pr´oximo cap´ıtulo.

(28)

Cap´ıtulo 3

O caso f diferenci´

avel

Neste cap´ıtulo mostraremos a vers˜ao diferenci´avel do Teorema da Variedade Inst´avel. Ou seja, mostraremos que:

(3) Se f ´e Ck ent˜ao g ´e Ck.

(4) Se f ´e C1 com f (0) = 0, Df (0) = T , ent˜ao o gr´afico de g ´e tangente a E

1 em 0.

A id´eia da prova ´e a seguinte: Se existe uma fun¸c˜ao g ∈ C1cujo gr´afico ´e f invariante,

ent˜ao a derivada de f aplica o espa¸co tangente do gr´afico no espa¸co tangente do gr´afico, isto ´e:

f (x, g(x)) = (y, g(y)) ⇒ Df(x,g(x))(T(x,g(x))graf(g)) = T(y,g(y))graf(g) = Tf (x,g(x))graf(g)

ou

Df(x,g(x))· (id, Dgx) = (id, Dgy) = (id, Dgf1(x,g(x))) ⇒

Df(x,g(x))(graf(Dgx)) = graf(Dgf1(x,g(x))),

pois (id, Dgx) · v = (v, Dgx(v)) = graf(Dgx). Ver Figura 3.1.

Depois consideraremos uma nova transforma¸c˜ao de gr´afico (global e linear), em seguida usaremos o Teorema do Ponto Fixo de Banach (Teorema (1.7)) para encontrar uma

(29)

x g(x) f (x,g1 (x)) f (x,g2 (x)) graf Dgx graf Dgf1(x,g(x)) graf g Figura 3.1: Derivada de f .

fun¸c˜ao σ : E1(r) → L1(E1, E2), onde L1(E1, E2) ´e o espa¸co das aplica¸c˜oes lineares cont´ınuas

de E1 para E2 cuja norma ´e menor ou igual a 1, que tem a seguinte propriedade:

ΓDfσ(x) = σ(f1(x, g(x))).

E finalmente mostraremos que σ ´e a derivada de g.

Aqui e no que se segue, para simplificar a nota¸c˜ao n´os escreveremos Df para

Df(x,g(x)).

3.1 Lema. Existe um ε > 0, tal que quando k S − T k< ε, a transforma¸c˜ao de gr´afico

ΓS : L1(E1, E2) → L1(E1, E2) ´e bem definida. Al´em disso, ΓS ´e Lipschitz em L1(E1, E2) com

constante de Lipschitz menor ou igual a λ + 2ε.

Prova: Primeiro note que toda aplica¸c˜ao linear ´e Lipschitz, com constante de Lips-chitz igual a sua norma, ou seja, L1(E1, E2) ⊂ Lip1(E1(r), E2(r)) ∀r. Assim escolhendo ε

igual ao do Lema 2.9, n´os temos que ΓS est´a bem definida em Lip1(E1(r), E2(r)) para todo

r, logo em L1(E1, E2).

Sabemos que graf(ΓSσ) = S(graf(σ)). Como σ ´e uma aplica¸c˜ao linear ent˜ao graf(σ)

´e um subespa¸co linear. Sendo S linear, S leva subespa¸co linear em subespa¸co linear, logo

S(graf(σ)) ´e um subespa¸co linear. Conclu´ımos ent˜ao que graf(ΓSσ) ´e subespa¸co linear.

Assim pelo Teorema 1.4 temos que ΓS ´e linear.

Finalmente, a constante de Lipschitz de ΓS ´e estimada pelo Lema 2.11.

(30)

O caso f diferenci´avel 24

3.2 Lema. Seja Uε uma vizinhan¸ca de T em L1(E1, E2). A aplica¸c˜ao Γ : Uε× L1(E1, E2) →

L1(E1, E2) dada por Γ(S, K) = ΓS(K) ´e cont´ınua.

Prova: Seja Si = pi◦ S. Sabemos que ΓS(K) = S2◦ (id, K) ◦ [S1◦ (id, K)]−1. Como

invers˜ao e composi¸c˜ao de aplica¸c˜oes cont´ınuas s˜ao cont´ınuas sobre o espa¸co das aplica¸c˜oes lineares, Γ ´e cont´ınua.

¥

Suponha agora que f ´e C1 bem pr´oxima de T , na topologia C1 em E

1(r) × E2(r),

ou seja, Lip(f − T ) < ε e k Df − T k< ε para todo z ∈ E1(r) × E2(r). Seja g a aplica¸c˜ao

de E1(r) para E2(r) cujo o gr´afico ´e a variedade inst´avel de f . N´os examinaremos o gr´afico

da derivada de g, supondo que esta ´e diferenci´avel.

Seja h = f1 ◦ (id, g) : E1(r) → E1. O dois lemas precedentes nos permite definir

uma aplica¸c˜ao cont´ınua

F : E1(r) × L1(E1, E2) → E1× L1(E1, E2)

F : (x, L) 7→ (h(x), ΓDfL).

Al´em disso, F faz o seguinte diagrama de aplica¸c˜oes cont´ınuas comutar:

E1(r) × L1(E1, E2) F //

²²

E1× L1(E1, E2)

²²

E1(r) h //E1,

onde as aplica¸c˜oes verticais s˜ao proje¸c˜oes, sobre o primeiro fator.

3.3 Lema. k F (x, L) − F (x, K) k≤ (λ + 2ε) k L − K k, uniformemente sobre E1(r) e, al´em

disso, E1(r) ⊂ h(E1(r)), Lip(h−1) < 1.

Prova: k F (x, L) − F (x, K) k=k (h(x), ΓDfL) − (h(x), ΓDfK) k=

k ΓDfL − ΓDfK k≤k L − K k, pelo Lema 3.1. E pelos Lemas 2.7 e 2.8, conclu´ımos a

demonstra¸c˜ao.

(31)

Seja Γ0(E

1(r), E1(r) × L1(E1, E2)) o espa¸co das se¸c˜oes cont´ınuas do fibrado trivial

E1(r) × L1(E1, E2) → E1(r), ou seja, Γ0(E1(r), E1(r) × L1(E1, E2)) = {σ : E1(r) → E1(r) ×

L1(E1, E2) \ σ(x) = (x, Π2σ(x))}, com a m´etrica uniforme, ou seja para se¸c˜oes σ1 e σ2:

d(σ1, σ2) = sup

x∈E1(r)

k Π2σ1(x) − Π2σ2(x) k,

onde Π2 ´e a proje¸c˜ao sobre o segundo fator de E1(r) × L1(E1, E2). Note que o espa¸co das

se¸c˜oes cont´ınuas ´e isom´etrico, via composi¸c˜ao com Π2, com o espa¸co completo das aplica¸c˜oes

cont´ınuas de E1(r) para L1(E1, E2) e as imagens da se¸c˜oes correspondem aos gr´aficos. Assim

n´os definimos uma nova transforma¸c˜ao de gr´afico ΓF sendo um automorfismo ΓF : τ 7→

F ◦ τ ◦ h−1 de Γ0(E

1(r), E1(r) × L1(E1, E2)); isto ´e, ΓFτ ´e uma se¸c˜ao cuja a imagem ´e a

intersec¸c˜ao de F (imagem τ ) com E1(r) × L1(E1, E2).

3.4 Lema. ΓF tem um ´unico ponto fixo σ que satisfaz

ΓDf(Π2σ(x)) = Π2σh(x) = Π2σf1(x, g(x)).

Prova: Sejam τ1, τ2 se¸c˜oes. Logo

k ΓFτ1− ΓFτ2 k = sup z∈E1(r) k ΓFτ1(z) − ΓFτ2(z) k = sup z∈E1(r) k F ◦ τ1◦ h−1(z) − F ◦ τ2◦ h−1(z) k = sup z∈E1(r) k F (h−1(z), Π2τ1(h−1(z))) − F (h−1(z), Π2τ2(h−1(z))) k ≤ (λ + 2ε) sup z∈E1(r) k Π2τ1(h−1(z) − Π2τ2(h−1(z) k ≤ (λ + 2ε)d(τ1, τ2).

Como λ + 2ε < 1 ⇒ ΓF ´e contra¸c˜ao.

Seja σ a se¸c˜ao que ´e o ´unico ponto fixo de ΓF. Ent˜ao

ΓFσ = σ ⇒ F σh−1 = σ ⇒ F σ = σh.

Assim

F σ(x) = F (x, Π2σ(x)) = σ(h(x)) = (h(x), Π2σh(x)).

Mas F (x, Π2σ(x)) = (h(x), ΓDfΠ2σ(x)), pela defini¸c˜ao da F . Logo

(32)

O caso f diferenci´avel 26

¥

Como um dos nossos objetivo ´e provar que o gr´afico de g ´e tangente a E1 em zero,

iremos agora definir quando duas fun¸c˜oes s˜ao tangentes em um ponto.

3.5 Definic¸˜ao. Seja Y e Z dois espa¸cos m´etricos. Suponha que h1 e h2 s˜ao duas fun¸c˜oes

de uma vizinhan¸ca de x em Y para Z, com h1(x) = h2(x). N´os dizemos que h1 e h2 s˜ao

tangentes em x se, e somente se,

Lipx(h1, h2) = lim sup

y→x

d(h1(y), h2(y))

d(x, y) = 0. Isto ´e, a distˆancia Lipschitz h1 para h2 em x ´e 0.

1 Exemplo. Se E1 e E2 s˜ao espa¸cos vetoriais normados e L1 e L2 s˜ao duas aplica¸c˜oes

lineares cont´ınuas de E1 para E2, ent˜ao independente de x,

Lipx(L1, L2) =k L1 − L2 k .

De fato,

Lipx(L1, L2) = lim sup

y→x k L1(y) − L2(y) k k x − y k = lim sup y→x k L1(y) − L1(x) + L2(x) − L2(y) k k x − y k , pois L1(x) = L2(x) = lim sup y→x k L1(y − x) − L2(y − x) k k y − x k = lim sup y→x k (L1− L2)(y − x) k k y − x k = k L1− L2 k .

2 Exemplo. Se f : U ⊂ E1 → E2, onde U ⊂ E1 ´e aberto, E1 e E2 s˜ao espa¸cos de Banach

e L : E1 → E2 uma aplica¸c˜ao linear cont´ınua. L ´e a derivada de f em x se, e somente se

f (x + y) e f (x) + L(y) s˜ao tangentes em y = 0, isto ´e

lim

y→0

k f (x) − f (x + y) − L(y) k

k y k = 0.

Iremos provar agora uma proposi¸c˜ao, na qual temos como conseq¨uˆencia o ´ıtem (3) do Teorema da Variedade Inst´avel (Teorema 2.3).

3.6 Proposi¸c˜ao. Quando f ´e C1, o ponto fixo g de Γ

f ´e C1 com derivada Π2σ, onde σ ´e o

(33)

Prova: Observemos que

fg)(h(x) + y) − g(h(x)) − ΓDf[Π2σ(x)](y) =

fg)(h(x)+y)−g(h(x))−ΓDf[g◦(id+x)−g(x)](y)+ΓDf[g◦(id+x)−g(x)](y)−ΓDf[Π2σ(x)](y).

Assim

Lip0[(Γfg)(h(x) + y), g(h(x)) − ΓDf[Π2σ(x)](y)] = (3.1)

lim sup y→0 k (Γfg)(h(x) + y) − g(h(x)) − ΓDf[Π2σ(x)](y) k k y − 0 k lim sup y→0 k (Γfg)(h(x) + y) − g(h(x)) − ΓDf[g ◦ (id + x) − g(x)](y) k k y k + lim sup y→0

k ΓDf[g ◦ (id + x) − g(x)](y) − ΓDf[Π2σ(x)](y) k

k y k =

Lip0[(Γfg)(h(x) + y) − g(h(x)), ΓDf[g ◦ (id + x) − g(x)](y)] +

Lip0Df[g ◦ (id + x) − g(x)](y), ΓDf[Π2σ(x)](y)] =

(I) + (II).

Primeiro iremos trabalhar com a equa¸c˜ao (II). Seja k = p1Df (id, g ◦(id+x)−g(x)).

Utilizando o Lema 2.7, substituindo f por Df e σ por g ◦ (id + x) − g(x), temos que k−1 ´e

uma contra¸c˜ao e k ´e sobrejetiva. Isto ´e poss´ıvel, pois k Df − T k< ε e g ◦ (id + x) − g(x) ∈ Lip1(E1(r), E2(r)), visto que

k g(y + x) − g(x) − (g(w + x) − g(x)) k=k g(y + x) − g(w + x) k≤k y + x − w − x k=k y − w k .

Agora, note que

k(0) = p1Df (0, g(x) − g(x)) = p1Df (0, 0) = 0.

Considere w0 tal que k(w0) = y, isto ´e poss´ıvel pela sobrejetividade de k. Ent˜ao

k y k=k k(w0) − k(0) k≥ [Lip(k−1)]−1 k w0− 0 k>k w0 k,

(34)

O caso f diferenci´avel 28

Aplicando o Lema 2.11, trocando f, σ1, σ2 por Df, g ◦ (id + x) − g(x), Π2σ(x),

res-pectivamente, observando que k = p1Df (id, g ◦ (id + x) − g(x)) = Df1(id, σ) e (x0, y0) =

(k−1(y), σ

1(k−1)(y)) = (w0, σ1(w0)), temos

k ΓDf[g(id + x) − g(x)](y) − ΓDf[Π2σ(x)](y) k ≤ (λ + 2ε) k σ1(k−1(y)) − σ2(k−1(y)) k

= (λ + 2ε) k σ1(w0) − σ2(w0) k

= (λ + 2ε) k g(w0+ x) − g(x) − Π

2σ(x)(w0) k .

Usando o fato de que k w0 k<k y k, temos

k ΓDf[g(id + x) − g(x)](y) − ΓDf[Π2σ(x)](y) k

k y k ≤ (λ+2ε)

k g(w0+ x) − g(x) − Π

2σ(x)(w0) k

k w0 k .

Assim,

(II) = Lip0Df[g ◦ (id + x) − g(x)](y), ΓDf[Π2σ(x)](y)]

= lim sup

y→0

k ΓDf[g(id + x) − g(x)](y) − ΓDf[Π2σ(x)](y) k

k y k ≤ (λ + 2ε) lim sup w0→0 k g(w0 + x) − g(x) − Π 2σ(x)(w0) k k w0 k = (λ + 2ε)Lip0[g(w0+ x) − g(x), Π 2σ(x)w0] = (λ + 2ε)Lip0[g(w0+ x), g(x) + Π 2σ(x)w0], isto ´e

(II) ≤ Lip0[Π2σ(x), g(x + id) − g(x)]. (3.2)

Agora iremos mostrar que (I) = 0. Para isto, seja w, tal que h(x + w) = h(x) + y, isto ´e poss´ıvel, pois h ´e homeomorfismo. Observe que

k y k=k h(x + w) − h(x) k≥ [Lip(h−1)]−1 k (x + w) − x k≥k w k,

e que

fg)(h(x) + y) = (Γfg)(h(x + w)) = (Γfg)(f1(x + w, g(x + w))) = f2(x + w, g(x + w)),

Pela escolha de w0, temos

ΓDf[g(x + id) − g(x)](y) = p2Df (id, g(x + id) − g(x)) ◦ [p1Df (id, g(x + id) − g(x))]−1(y)

= p2Df (id, g(x + id) − g(x)) ◦ k−1(y)

= p2Df (id, g(x + id) − g(x))(w0)

(35)

Deste modo, n´os podemos expressar

(III) = k (Γfg)(h(x) + y) − g(h(x)) − ΓDf[g(id + x) − g(x)](y) k

= k p2◦ f (x + w, g(x + w)) − p2◦ f (x, g(x)) − p2Df (w0, g(x + w0) − g(x)) k

= k p2◦ Df (w, g(x + w) − g(x)) + p2◦ R[w, g(x + w) − g(x)]

−p2◦ Df (w0, g(x + w0) − g(x)) k

= k p2◦ Df (w − w0, g(x + w) − g(x + w0)) + p2◦ R[w, g(x + w) − g(x)] k,

onde, na pen´ultima igualdade, usamos o fato de que f (a + v) − f (a) = Df (a)v + R(v), onde

a = (x, g(x)) e v = (w, g(x + w) − g(x)).

Como k v k=k (w, g(x + w) − g(x)) k=k w k, pois como Lip(g) ≤ 1, k g(x + w) −

g(x) k≤k x + w − x k=k w k, pelo Teorema de Taylor

lim v→0 R(v) k v k = limw→0 R[w, g(x + w) − g(x)] k w k = 0. Assim (IV ) = (III) k y k ≤k p2Df k k w − w0 k k y k + R[w, g(x + w) − g(x)] k y k .

Agora observe que (I) = lim sup

y→0

k [(Γfg)(h(x) + y) − g(h(x)) − ΓDf[g ◦ (id + x) − g(x)](y)] k

k y k

= lim sup

y→0 (IV ).

Note que lim

kyk→0 R[w, g(x + w) − g(x)] k y k ≤ limkwk→0 R[w, g(x + w) − g(x)] k w k = 0, pois k w k≤k y k e assim k y k→ 0 ⇒k w k→ 0.

Iremos agora mostrar que lim

kyk→0

k w − w0 k

k y k = 0. Para isto, observe que y = h(x + w) − h(x) e h(x + w0) − h(x) = p 1f (x + w0, g(x + w0)) − p1f (x, g(x)) = p1Df (w0, g(x + w0) − g(x)) + p1R(w0, g(x + w0) − g(x)), assim p1R(w0, g(x + w0) − g(x)) = h(x + w0) − h(x) − y = h(x + w0) − h(x) − h(x + w) + h(x) = h(x + w0) − h(x + w), mas k h(x + w0) − h(x + w) k≥ [Lip(h−1)]−1 k x + w0− x − w k=k w − w0 k,

(36)

O caso f diferenci´avel 30 logo k w − w0 k≤k p 1R(w0, g(x + w0) − g(x)) k . Ent˜ao lim kyk→0 k w − w0 k k y k ≤ limkyk→0 k p1R(w0, g(x + w0) − g(x)) k k y k = 0 ⇒ limkyk→0 k w − w0 k k y k = 0,

o que nos d´a (I) = 0.

Assim, por (3.1) e (3.2), temos

Lip0[(Γfg)(h(x) + y), g(h(x)) − ΓDf[Π2σ(x)](y)]

≤ (λ + 2ε)Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)]. (3.3)

Agora, usando o fato de que Γfg ≡ g e que ΓDf[Π2σ(x)] = Π2σh(x) (Lema 3.4),

temos

Lip0[g(h(x) + y), gh(x) + Π2σh(x)(y)]

≤ (λ + 2ε)Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)]. (3.4)

Como h−1(E

1(r)) ⊂ E1(r) e x ∈ E1(r), vemos que h−n(x) ∈ E1(r) e ent˜ao por (3.4),

temos Lip0[g(h−n(x) + y), gh−n(x) + Π 2σh−n(x)(y)] 1 λ + 2εLip0[g(h −n+1(x) + y), gh−n+1(x) + Π 2σh−n+1(x)(y)] 1 λ + 2ε· 1 λ + 2εLip0[g(h −n+2(x) + y), gh−n+2(x) + Π 2σh−n+2(x)(y)].

Repetindo-se esse processo n vezes, obtemos a seguinte estimativa: Lip0[g(h−n(x) + y), gh−n(x) + Π 2σh−n(x)(y)] µ 1 λ + 2εn

Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)]. (3.5)

Queremos mostrar que Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)] = 0. Suponhamos que n˜ao,

ent˜ao existe x ∈ E1(r) tal que Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)] = δ > 0, ou seja

lim sup

y→0

k g(x + y) − g(x) − Π2σ(x)(y) k

(37)

Logo existe seq¨uˆencia xn ∈ E1(r), tal que Lip0[g(xn+ y), g(xn) + Π2σ(xn)(y)] → ∞, ou seja

lim sup

y→0

k g(xn+ y) − g(xn) − Π2σ(xn)(y) k

k y k = ∞,

pois pela equa¸c˜ao (3.5) temos que seu segundo membro ´e infinito, visto que estamos supondo Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)] = δ > 0 e

¡ 1

λ+2ε

¢n

→ ∞, pois 1

λ+2ε > 1.

Mas Lip(g) ≤ 1 e σ ∈ L1(E1, E2), ou seja, k σ k≤ 1, logo temos que k Π2σ(xn) k≤ 1.

Assim

Lip0[g(xn+ y), g(xn) + Π2σ(xn)(y)] = lim sup y→0 k g(xn+ y) − g(xn) − Π2σ(xn)(y) k k y k ≤ lim sup y→0 k g(xn+ y) − g(xn) k

k y k + lim supy→0

k Π2σ(xn)(y) k

k y k ≤ lim sup

y→0

k xn+ y − xn k

k y k + lim supy→0 k Π2σ(xn) k

≤ 1 + 1 = 2,

o que contradiz o fato de que Lip0[g(xn + y), g(xn) + Π2σ(xn)(y)] → ∞, logo n˜ao existe

x ∈ E1(r), tal que Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)] = δ > 0, ent˜ao

Lip0[g(x + y), g(x) + Π2σ(x)(y)] = 0 ∀x ∈ E1(r).

Assim, como Π2σ(x) ´e linear, temos que Dg(x) = Π2σ(x).

¥

Para provar o ´ıtem (4) do Teorema 2.3, temos que f (0) = 0 e Df (0) = T . Pelo Lema 3.4, temos que ΓDf[Π2σ(x)] = Π2σf1(x, g(x)). Fazendo x = 0 temos que ΓT[Π2σ(0)] =

Π2σf1(0, g(0)) = Π2σ(0), ou seja, o gr´afico de Π2σ(0) ´e invariante por T . Mas sabemos que

o gr´afico de E1 ´e o ´unico invariante por ΓT. Assim

graf(Π2σ(0)) = graf(Dg(0)) = (E1, 0).

Portanto o gr´afico de g ´e tangente a E1 em zero.

(38)

O caso f diferenci´avel 32

De agora em diante, E(r) denota E1(r) × E2(r) e T E(r) = T E1(r) × T E2(r), o

fibrado tangente de E(r), ou seja, o conjunto {(x, v)/x ∈ E(r) e v ∈ TxE(r)}.

Definamos agora a fun¸c˜ao Tf : T E(r) → T E dada por, Tf(x, v) = (f (x), Df (x)v).

Note que:

(i) k Tf(0) k=k (f (0), Df (0)0) k=k f (0) k< δ.

(ii) Tf ´e Lipschitz.

Logo, pelo Teorema da Variedade Inst´avel, aplicado a Tf, existe uma aplica¸c˜ao

g : T E1(r) → T E2(r) cujo o gr´afico ´e a variedade inst´avel para Tf, ou seja, g ´e o ponto fixo

para a aplica¸c˜ao ΓTf : Lip1(T E1(r), T E2(r)) → Lip1(T E1(r), T E2(r)) que ´e uma contra¸c˜ao, pelo Lema 2.11.

Queremos encontrar quem ´e esse ponto fixo. E isto ´e feito pela seguinte proposi¸c˜ao:

3.7 Proposi¸c˜ao. A fun¸c˜ao g : T E1(r) → T E2(r) dada por g(x, v) = (g(x), Dg(x)v) ´e o

ponto fixo de ΓTf.

Prova: Suponhamos que isto seja v´alido, logo

ΓTf(g)(x, v) = Tf2 ◦ (id, g) ◦ [Tf1 ◦ (id, g)]

−1(x, v).

Seja [Tf1 ◦ (id, g)]−1(x, v) = (y, w). Assim

(g(x), Dg(x)v) = Tf2 ◦ (id, g)(y, w)

= Tf2 ◦ (y, w, g(y), Dg(y)w)

= Tf2((y, g(y)), (w, Dg(y)w))

= p2 ◦ Tf((y, g(y)), (w, Dg(y)w))

= p2(f (y, g(y)), Df (y, g(y)) · (w, Dg(y)w))

(39)

Mas

(x, v) = Tf1 ◦ (id, g)(y, w)

= Tf1 ◦ (y, w, g(y), Dg(y)w)

= p1◦ Tf((y, g(y)), (w, Dg(y)w))

= p1(f (y, g(y)), Df (y, g(y)) · (w, Dg(y)w))

= f (y, g(y)),

obtendo-se que x = f1(y, g(y)) e v = f2(y, g(y)). Substituindo estes valores na equa¸c˜ao (3.6)

temos

(g(f1(y, g(y))), Dg(f1(y, g(y))) · f2(y, g(y))) = Df (y, g(y)) · (w, Dg(y)w) ⇒

(f2(y, g(y)), Dg(f1(y, g(y))) · f2(y, g(y))) = Df (y, g(y)) · (w, Dg(y)w), (3.7)

pois no nosso caso f (y, g(y)) = (x, g(x)), visto que x = f1(y, g(y)).

Assim temos

Df (y, g(y)) · (grafDg(y)) = graf(Dg(f1(y, g(y)))),

como vimos no inicio do cap´ıtulo. Assim a equa¸c˜ao (3.7) ´e satisfeita e nosso ponto fixo, ´e de fato, g(x, v) = (g(x), Dg(x)v).

¥ Note que

graf(g) = (x, v, g(x), Dg(x)v) = (graf(g), graf(Dg(x))) = (W0u, T W0u).

J´a sabemos que se f ´e C1 ent˜ao g ´e C1. Suponhamos que o resultado seja v´alido

para k − 1. Logo aplicando a hip´otese de indu¸c˜ao para Tf, temos que se Tf ´e Ck−1 ent˜ao g

´e Ck−1. Sendo assim

f ´e Ck⇒ T

f ´e Ck−1 ⇒ g ´e Ck−1 ⇒ Dg ´e Ck−1⇒ g ´e Ck.

Isto prova o ´ıtem (4) e, por sua vez, o Teorema 2.3 est´a provado.

3.8 Observa¸c˜ao. O ´ıtem (4) do Teorema 2.3 tamb´em pode ser provado usando o Teorema

(40)

Cap´ıtulo 4

Variedades Centrais

Neste cap´ıtulo n´os provaremos o Teorema da Variedade central que ´e uma genera-liza¸c˜ao do Teorema da Variedade Inst´avel.

4.1 Definic¸˜ao. Seja T : E → E uma aplica¸c˜ao linear cont´ınua de um espa¸co de Banach E. T ´e ρ-pseudohiperb´olico se existe uma decomposi¸c˜ao em soma direta E = E1 ⊕ E2

T -invariante e constantes 0 < λ1 < ρ < µ1, e C1, C2 > 0 tal que:

(1) a restri¸c˜ao T1 de T a E1 ´e um isomorfismo e ∀n ≥ 0 e ∀v ∈ E1

k Tn

1(v) k≥ C1µn1 k v k;

(2) ∀n ≥ 0 e ∀v ∈ E2 e T2 a restri¸c˜ao de T a E2

k Tn

2(v) k≤ C2λn1 k v k .

Vemos claramente que uma aplica¸c˜ao linear pseudohiperb´olica ´e hiperb´olica quando

ρ = 1. Se assumimos que a norma em E ´e adaptada para T , ent˜ao para 0 < λ < ρ < µ

temos:

(1) k T1(v) k> µ k v k para todo v 6= 0 em E1,

(2) k T2(v) k< λ k v k para todo v 6= 0 em E2.

(41)

4.2 Teorema. Seja T : E → E uma aplica¸c˜ao linear cont´ınua ρ-pseudohiperb´olica de um espa¸co de Banach E, com decomposi¸c˜ao E = E1 ⊕ E2, m´etrica adaptada k k e constantes

0 < λ < ρ < µ tais que

k T1(v) k> µ k v k para todo v 6= 0 em E1,

k T2(v) k< λ k v k para todo v 6= 0 em E2.

Seja ε > 0 um n´umero real tal que f : E → E ´e uma aplica¸c˜ao lipschitz com f (0) = 0 e

Lip(f − T ) < ε, ent˜ao

(1) O conjunto W1 =

T

n≥0fnS1, onde S1 = {(x, y) ∈ E1× E2; k x k≥k y k} ´e o gr´afico de

uma fun¸c˜ao Lipschitz g : E1 → E2 com Lip(g) ≤ 1 e f (graf(g)) = graf(g).

(2) z ∈ W1 se, e somente se, existe a imagem inversa f−nz tal que k f−nz k /ρn → 0

quando n → ∞ ou quando k f−nz k /ρn → 0 est´a limitado quando n → ∞.

(3) Se f ´e Cr e µ−jλ < 1 para 1 ≤ j ≤ r ent˜ao g ´e Cr. Se f ´e diferenci´avel em 0 e se

Df (0) = T ent˜ao o gr´afico de g ´e tangente a E1 em 0.

Para µ < 1, o gr´afico de g ´e chamado de variendade inst´avel central e denotado por

Wcu ou Wcu

f (0). Se λ > 1 o gr´afico de g ´e chamado variendade inst´avel forte e denotado por

Wuu ou Wuu f (0).

Se f ´e invert´ıvel ent˜ao considerando f−1 existe uma variedade invariante tangente

a E2 em 0, que ´e a interse¸c˜ao

T

n≥0f−nS2, onde S2 = {(x, y) ∈ E1× E2; k x k≤k y k}. Essa

variedade ´e chamada de variedade centro est´avel se λ > 1 e variedade est´avel forte se µ < 1, e s˜ao denotadas por Wcs e Wss respectivamente.

Considere fun¸c˜oes g : E1 → E2 tais que g(0) = 0 e Lip(g) ≤ 1. Considere Df =

A B

C K

, com E = E1 × E2, α = sup k A−1 k, k = sup k K k, b = sup k B k,

c = sup k C k . Quando k > 1, a transforma¸c˜ao de gr´afico, Γf, n˜ao ´e necessariamente uma

contra¸c˜ao na norma do sup, pois Γf(Lip1(E1, E2)) 6⊂ Lip1(E1, E2), como mostra o exemplo

abaixo.

3 Exemplo. Considere as seguintes fun¸c˜oes: f : R×R → R×R dada por f (x, y) = (4x, 10y), que ´e Lipschitz, e g : R → R dada por g(x) = 1

(42)

Variedades Centrais 36

menor do que um. Note que

h(x) = f1◦ (id, g)(x) = 4x ⇒ h−1(x) = 1 4x. Logo Γf(g)(x) = f2 ◦ (id, g)( 1 4x) = p2◦ f ( 1 4x, 1 8x) = 5 4x 6∈ Lip1(R, R). Ent˜ao definimos a seguinte m´etrica

k g1− g2 k∗= sup x6=0

k g1(x) − g2(x) k

k x k , x ∈ E1.

De acordo com o Lema 2.7 temos que h−1 ´e Lipschitz com Lip(h−1) ≤ 1

µ−ε, onde

h = f1◦ (id, g).

4.3 Lema. Com a norma k k∗ o espa¸co G = {g : E1 → E2|g(0) = 0 e k g k∗< ∞} ´e um

espa¸co de Banach e G(1) = {g ∈ G|Lip(g) ≤ 1} ´e um subconjunto fechado.

Prova: Seja gnuma sequˆencia de Cauchy em G. Ent˜ao gnconverge uniformemente

sobre os conjuntos limitados, logo pontualmente para uma fun¸c˜ao g. Assim para cada n, escolha m = m(x, n) ≥ n tal que kgm(x)−g(x)k

kxk < n1. Ent˜ao sup x6=0 k gn(x) − g(x) k k x k ≤ supx6=0 k gn(x) − gm(x) k k x k + k gm(x) − g(x) k k x k ≤ εn+ 1 n,

onde εn= supm≥n k gm−gn k∗ . Assim k gn−g k∗→ 0, quando n → ∞ e ent˜ao G ´e completo.

Mostraremos agora que G(1) ´e fechado. Para isto basta mostrarmos que quando

gn→ g, na nova m´etrica definida acima, e Lip(gn) ≤ 1 ent˜ao Lip(g) ≤ 1.

sup x6=0 k gn(x) − g(x) k k x k =k gn− g k∗< ε =⇒k gn(x) − g(x) k< ε k x k . Logo k g(x) k = k g(x) − g(0) k ≤ k gn(x) − g(x) k + k gn(x) k ≤ ε k x k + k x k = (ε + 1) k x k . Fazendo ε → 0 temos o resultado.

(43)

¥

4.4 Lema. Γf est´a bem definida e Γf : G(1) → G(1).

Prova: Para toda g ∈ G(1), Γf(g) est´a definida e

Lip(Γf(g)) ≤ Lip(f2)Lip(id, g)Lip(h−1)

≤ [Lip(T2) + Lip(p2◦ (f − T ))]

1

µ − ε λ + ε

µ − ε < 1,

para ε bastante pequeno.

¥ 4.5 Lema. Se k x k≥k y k e g ∈ G(1) ent˜ao k f2(x, y) − Γf(g)(f1(x, y)) k k f1(x, y) k < λ + 2ε µ − ε k y − g(x) k x k . Ver Figura 4.1. E1 E2 (x,y) g(x) x f (x,y)1 Gf(g)f (x,y)1 Figura 4.1: Lema 4.5.

Prova: Primeiro, note que

k f1(x, g(x)) − f1(x, y) k ≤ k f1(x, g(x)) − T1(x, g(x)) + T1(x, g(x)) −T1(x, y) + T1(x, y) − f1(x, y) k ≤ k (f1 − T1)(x, g(x)) − (f1− T1)(x, y) k + k T| 1(x, g(x)) − T{z 1(x, y) k} =0 ≤ ε k y − g(x) k, e que

(44)

Variedades Centrais 38 k f1(x, y) k = k T1(x, y) + f1(x, y) − T1(x, y) k ≥ k T1(x, y) k − k (f1− T1)(x, y) k ≥ µ k x k −ε k (x, y) k = (µ − ε) k x k, (4.1) pois k x k>k y k. Logo k f2(x, y) − Γf(g)(f1(x, y)) k ≤ k f2(x, y) − f2(x, g(x)) + f2(x, g(x)) − Γf(g)(f1(x, y)) k ≤ k f2(x, y) − f2(x, g(x)) k + k f2(x, g(x)) − Γf(g)(f1(x, y)) k ≤ Lip(f2) k y − g(x) k + k Γf(g)(f1(x, g(x))) − Γf(g)(f1(x, y)) k ≤ (λ + ε) k y − g(x) k +Lip(Γf(g)) k f1(x, g(x)) − f1(x, y) k ≤ (λ + ε) k y − g(x) k +ε k y − g(x) k ≤ (λ + 2ε) k y − g(x) k . (4.2)

Das equa¸c˜oes (4.1) e (4.2) temos

k f2(x, y) − Γf(g)(f1(x, y)) k k f1(x, y) k < λ + 2ε µ − ε k y − g(x) k k x k . ¥ 4.6 Lema. Para g, g0 ∈ G(1) k Γf(g) − Γf(g0) k∗≤ λ + 2ε µ − ε k g − g 0 k . Prova: Seja (x, y) = (h−1(z), g0(h−1(z))), z ∈ E

1, ou seja, (x, y) ∈ graf(g0). Note

que

Γfg0(z) = f2◦ (id, g0) ◦ [f1◦ (id, g0)]−1(z)

= f2◦ (h−1(z), g0(h−1(z)))

Referências

Documentos relacionados

In order to achieve the mission of providing automated solutions for the production of distilled spirits following the Industry 4.0 concept for digitalization, automation,

correspondente a 1% (Hum por cento), do salário reajustado de todos os empregados sindicalizados e 2% (dois por cento) dos empregados não sindicalizados, a titulo de taxa

Como benefícios, o PETI acrescenta à organização um conjunto de vantagens, tais como: i integridade, provendo um processo compreensivo para a execução de todas as tarefas referentes

Por isso, este trabalho teve como objetivo analisar da qualidade do carvão vegetal, voltado para o consumo doméstico, comercializado nos municípios do Estado do

Caso a aplicação não consiga efetuar a alteração de morada será mostrada uma mensagem de erro, que deverá anotar e posteriormente contactar a Linha Cartão de

L 2 ESTRUTURA DO ESTACIONAMENTO OESTE ESTRUTURA DO ESTACIONAMENTO NORTE ESTACIONAMENTO ESTACIONAMENTO ES TA CIONAMENT O ESTRUTURA DO ESTACIONAMENTO SUL PLAZA TOWER PARK

Revista da Cátedra Padre Antônio Vieira de Estudos Portugueses, n° 3, 1999.. Rio de Janeiro: Instituto

Para a obtenção dos resultados deste trabalho, o pesquisador em conjunto com os professores das disciplinas de Relações Interpessoais do curso de Vistoria de