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As disposições comunitárias de segurança social

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(1)

As disposições comunitárias

de segurança social

Os seus direitos quando se desloca

no interior da União Europeia

Segurança social e integração social

Comissão Europeia

Direcção-Geral «Emprego e Assuntos Sociais» Unidade E.3

Conclusão do manuscrito: 1 de Setembro de 1999

Emprego

assuntos sociais

(2)

O conteúdo da presente publicação não reflecte necessariamente a opi-nião ou a posição da Comissão Europeia, Direcção-Geral «Emprego e Assuntos Sociais».

Se estiver interessado em receber a newsletter «Esmail» da Direcção--Geral «Emprego e Assuntos Sociais», envie um e-mail para empl-esmail@cec.eu.int. A newsletter é publicada regularmente em alemão, francês e inglês.

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu.int)

Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2000 ISBN 92-828-8300-0

© Comunidades Europeias, 2000

Reprodução autorizada mediante indicação da fonte Printed in Belgium

(3)

Porquê este guia?

O objectivo do presente guia é fornecer-lhe informações facilmente compreensíveis sobre os seus direitos e obrigações no domínio da segu-rança social sempre que dever lidar com os sistemas de segusegu-rança social de dois ou mais Estados-Membros da União Europeia.

Pode ser esse o caso, por exemplo, quando exerce uma actividade pro-fissional no estrangeiro, quando transfere a sua residência para outro país da União Europeia ou simplesmente durante uma estada temporá-ria noutro Estado-Membro.

Os regimes nacionais de segurança social variam substancialmente de país para país e as disposições comunitárias de segurança social apesar de estarem em permanente evolução não pretendem harmonizá-los. O objectivo dessas disposições é simplesmente impedir que, quando se desloca de um Estado-Membro para outro, perca parcial ou totalmente os seus direitos de segurança social.

A sua situação em matéria de segurança social pode alterar-se quando se desloca para outro Estado-Membro. Consequentemente, recomenda-mos vivamente que, antes de se deslocar para outro país da União Europeia, leia cuidadosamente os respectivos capítulos do presente guia e, se necessário, contacte a instituição de segurança social do seu Estado de residência para obter mais informações.

Por favor tenha em conta que o presente guia não contém informações sobre os regimes de segurança social dos Estados-Membros. Encontrará um resumo pormenorizado desses regimes num guia publicado em 1997 pelo Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. O títu-lo desse guia é «Os Seus Direitos de Segurança Social Quando se Destítu-loca na União Europeia — Guia Prático»; pode ser obtido no endereço men-cionado no final do presente guia.

(4)
(5)

Índice

1.

Para que são necessárias disposições comunitárias de

segurança social?

7

2.

Essas disposições são-lhe aplicáveis?

9

3.

Em que países pode invocar essas disposições?

10

4.

Quais as matérias cobertas?

11

5.

Qual é o conteúdo das disposições comunitárias de

segurança social?

13

5.1. Em que país está seguro? 15

5.2. Quais são os seus direitos e obrigações no país onde

está seguro? 17

5.3. O que deve saber em caso de doença ou de

maternidade 18

5.4. Acidentes de trabalho e doenças profissionais 23

5.5. Invalidez — Ainda um problema 24

5.6. Quem paga a minha pensão de velhice? 28

5.7. Prestações de sobrevivência e subsídios por morte 31

5.8. O que fazer em caso de desemprego? 33

5.9. E as prestações familiares? 36

6.

Resumidamente — Os seus direitos como:

37

6.1. Trabalhador fronteiriço 37 6.2. Trabalhador sazonal 38 6.3. Trabalhador destacado 38 6.4. Pensionista 39 6.5. Estudante 40 6.6. Turista 41

6.7. Pessoa não activa 41

(6)

7.

Na prática, como se aplicam as disposições

comunitárias?

43

7.1. As normas comunitárias têm prioridade: não se preocupe

com legislação nacional contrária 43

7.2. Formulários e formalidades 44

7.3. Países estrangeiros, línguas estrangeiras: não é

necessariamente um problema! 46

7.4. As instituições de segurança social dos Estados-Membros: um dos seus pontos de contacto caso surjam problemas 47

7.5. Levar um caso a tribunal: tem direito! 48

7.6. O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias:

guardião legal dos cidadãos europeus 49

(7)

1. Para que são necessárias disposições

comunitárias de segurança social?

Sem disposições comunitárias de segurança social, milhões de cidadãos europeus não estariam suficientemente protegidos.

Os trabalhadores assalariados e não assalariados, os funcionários públi-cos, os pensionistas, os estudantes, os turistas e outras categorias de pessoas que exercem o seu direito de circular e permanecer livremente na União Europeia são confrontados com várias questões e problemas relativos à sua segurança social. Por exemplo:

— Quem paga a conta do hospital em caso de acidente ou de doença durante uma estada no estrangeiro?

— Quais são os direitos à pensão de um trabalhador que esteve empre-gado durante vários anos noutro país?

— Qual o país que deve pagar subsídios de desemprego a um trabalha-dor fronteiriço?

— Qual o país que deve pagar prestações familiares quando os filhos residem noutro Estado-Membro?

— Onde devem ser pagas as cotizações de segurança social, em que lín-gua devem ser redigidos os pedidos de prestações e quais são os pra-zos a respeitar?

Não é evidente que as legislações nacionais de segurança social sejam sempre capazes de responder a estas perguntas de forma completa ou mesmo incompleta: muitos trabalhadores correm o risco de ser conside-rados como seguros em dois países ou em nenhum, podendo alguns direitos de segurança social adquiridos ser perdidos e outros direitos não serem sequer adquiridos. É por esta razão que são necessárias disposições europeias em toda a União para garantir uma protecção efi-caz e completa.

Só se for garantido que os cidadãos europeus que se deslocam no inte-rior da União não serão prejudicados em matéria de segurança social estes não terão receio de exercer o seu direito de circulação e de estada. Essas disposições existem há mais de 30 anos. Têm sido adaptadas, melhoradas e alargadas várias vezes. Actualmente, estão contidas nos

(8)

Regulamentos n.ºs1408/71 e 574/72, que foram alterados pela última

vez em 1999 (1). Os regulamentos oferecem soluções práticas e

satisfató-rias para a maior parte dos problemas transfronteiriços no domínio da segurança social. Como verá, ainda existem problemas para os quais ain-da não se encontraram soluções. Por isso, os serviços ain-da Comissão Europeia continuarão a ter como objectivo não só melhorar como sim-plificar as disposições comunitárias no sentido de as tornarem de leitura mais acessível e de colmatar as lacunas que ainda existem.

Como as disposições nacionais de segurança social, as disposições comu-nitárias parecem, à primeira vista, difíceis, técnicas e complexas. No entanto, não desanime: os princípios básicos são fáceis de perceber, mesmo para não especialistas.

Com a explicação que se segue, esperamos poder dar-lhe uma visão glo-bal. No entanto, em cada caso concreto, deve consultar as autoridades competentes, as instituições de seguro ou os organismos ou associações de tutela que se ocupam dos problemas dos trabalhadores que se deslo-cam nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu antes de tomar decisões relativas ao seu futuro profissional ou privado com base no presente guia.

(1) Pode encontrar uma versão actualizada dos regulamentos, com todas as alterações

introduzidas até ao final de 1995, no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 28 de 30 de Janeiro de 1997.

(9)

2. Essas disposições são-lhe aplicáveis?

Actualmente, as disposições comunitárias de segurança social ainda não se aplicam a todas as pessoas que circulam ou têm estada na União Europeia ou no Espaço Económico Europeu. Assim, é importante que saiba se está pessoalmente abrangido e protegido por essas disposições: só nesse caso as pode invocar perante os tribunais e instituições nacio-nais.

Considerando que é necessário possuir a nacionalidade de um Estado--Membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, as seguintes pessoas estão protegidas pelas disposições comunitárias: — trabalhadores assalariados e não assalariados que estão ou

estive-ram seguros nos termos da legislação de um desses Estados; — funcionários públicos (2);

— estudantes (3);

— pensionistas, mesmo se já possuíam esta qualidade antes de o respectivo país ter aderido à União Europeia ou ao Espaço Económico Europeu;

— membros da família e sobrevivos das pessoas acima referidas, inde-pendentemente da sua nacionalidade. Em regra, a legislação do Estado de residência define quem é considerado membro da família.

Não estão protegidas pelas disposições comunitárias todas as pessoas que não se incluem numa das categorias acima referidas. Trata-se, nomeadamente, de:

— pessoas que não são ou já não são abrangidas por um regime geral de segurança social que não são ou já não são considerados mem-bros da família de um trabalhador assalariado ou não assalariado ou de um pensionista (pessoas não activas);

— nacionais de países terceiros. São os nacionais de Estados que não pertencem à União Europeia ou ao Espaço Económico Europeu (para mais informações, ver o capítulo 6.8.).

(2) Regulamento CEE n.º 1606/98 do Conselho de 29.6.1998, publicado no JO L 209 de

25.7.1998.

(10)

3. Em que países pode invocar essas

disposições?

Pode invocar as disposições comunitárias de segurança social em todos os países que pertencem à União Europeia ou ao Espaço Económico Europeu. Trata-se dos países seguintes:

Alemanha França Luxemburgo

Áustria Grécia Noruega

Bélgica Islândia Países Baixos

Dinamarca Irlanda Portugal

Espanha Itália Reino Unido

Finlândia Listenstaine Suécia

Nota:

Quando são utilizados no presente guia os termos «País», «Estado» ou «Estado-Membro», referem-se sempre ao países acima mencionados. Todos os outros Estados são designados por «países terceiros».

Se puder justificar a existência de períodos de seguro num Estado--Membro e num Estado terceiro, não beneficiará das disposições comu-nitárias em matéria de segurança social no que diz respeito à relação com o referido Estado terceiro. Todavia, muitas vezes, estão em vigor acordos bilaterais de segurança social que oferecem uma protecção equivalente entre o mencionado Estado-Membro e aquele Estado ter-ceiro ou entre a União Europeia e um Estado terter-ceiro. Pode obter infor-mações mais detalhadas nas instituições de segurança social (do seu país).

(11)

4. Quais as matérias cobertas?

As disposições comunitárias de segurança social aplicam-se a todas as legislações nacionais relativas a:

— doença e maternidade, — acidentes de trabalho, — doenças profissionais, — prestações de invalidez, — pensões de velhice, — prestações de sobrevivência, — subsídios por morte,

— subsídios de desemprego, e — prestações familiares.

O que significa que pode sempre invocar as disposições comunitárias quando estas são necessárias para o seu direito às prestações.

Todavia, as disposições comunitárias não se aplicam às seguintes maté-rias:

— assistência social e médica. Trata-se de prestações que normalmente são atribuídas em função dos rendimentos e não pertencem a uma das categorias acima referidas;

— prestações concedidas às vítimas da guerra ou das suas consequên-cias;

— prestações que decorrem dos regimes de reforma antecipada exis-tentes; em relação a estas prestações podem ser aplicadas outras disposições comunitárias.

Em relação às prestações dos regimes de reforma profissional, o respec-tivo direito foi salvaguardado recentemente por uma directiva do Conselho (4).

(12)

Nalguns casos, pode ser difícil determinar se uma certa prestação está ou não abrangida pelas disposições comunitárias. Não hesite em contac-tar a instituição competente para se certificar.

Importante:

As disposições comunitárias aplicam-se em matéria de segurança social mas não em matéria fiscal, que é disciplinada por acordos bilaterais. Dirija-se aos serviços fiscais do seu país para obter infor-mações sobre o seu caso.

(13)

5. Qual é o conteúdo das disposições

comunitárias de segurança social?

As disposições comunitárias de segurança social não substituem os dife-rentes sistemas nacionais de segurança social por um único sistema europeu. Semelhante harmonização não seria possível, devido à grande divergência dos níveis de vida entre os 17 Estados que pertencem à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu. Além disso, mesmo os Estados onde o nível de vida é semelhante têm sistemas de segurança social diferentes, que são o resultado de longas tradições profundamen-te enraízadas nas preferências e cultura nacionais.

Não é necessário substituir os sistemas nacionais, que são largamente aceites e apreciados pela população dos vários Estados-Membros, por um sistema comum, se a protecção necessária puder ser garantida efi-cazmente por outros meios.

Em vez de harmonizar os sistemas nacionais de segurança social, as disposições comunitárias de segurança social procedem a uma simples coordenação desses sistemas.

Por outras palavras, cada Estado-Membro pode decidir livremente quem está seguro nos termos da sua legislação; quais as prestações concedidas e em que condições; como são calculadas essas prestações e quantas cotizações devem ser pagas. As disposições comunitárias estabelecem regras e princípios comuns que todas as autoridades, instituições de segurança social e tribunais nacionais devem respeitar quando aplicam a legislação nacional. Ao fazê-lo, garantem que a aplicação das diferen-tes legislações nacionais não prejudica as pessoas que exercem o seu direito de circular e permanecer no interior da União Europeia e do Espaço Económico Europeu.

Em termos simples, uma pessoa que exerceu o seu direito de circular e de permanecer não pode ser colocada numa situação pior que uma pes-soa que sempre residiu e trabalhou num só Estado-Membro. Isso exige soluções para, nomeadamente, os seguintes problemas:

• nalguns Estados-Membros, a segurança social baseia-se na residên-cia, enquanto que noutros só estão seguras as pessoas que exercem uma actividade profissional (e os membros da sua família). Para evi-tar uma situação em que os trabalhadores migrantes estão seguros em doís países ou em nenhum, as disposições comunitárias de segu-rança social determinam qual a legislação nacional aplicável a um trabalhador migrante em cada caso concreto;

(14)

• nos termos da legislação nacional, o direito às prestações está fre-quentemente condicionado ao cumprimento de determinados perío-dos de seguro, de emprego ou de residência (conforme o país e o tipo de prestação: 6 meses, 1 ano, 5 anos, 10 anos, ou até 15 anos nalguns casos).

Por exemplo:

O que acontece a um trabalhador migrante que se torne inválido e que esteve seguro em primeiro lugar durante 4 anos num Estado-Membro onde o período mínimo para aquisição do direito às prestações de invalidez é de 5 anos e depois, durante 14 anos, num Estado-Membro onde são exigidos 15 anos de seguro?

Se os regulamentos não estivessem em vigor, este trabalhador apenas nos termos das legislações nacionais não teria direito a prestações de invalidez em nenhum destes Estados, apesar de ter estado seguro durante um total de 18 anos.

As disposições comunitárias preveêm a chamada «totalização de perío-dos», que significa que os períodos de seguro, de emprego ou de residência cumpridos ao abrigo da legislação de um Estado-Membro são tidos em conta, se isso for necessário para a aquisição do direito às pres-tações nos termos da legislação de outro Estado-Membro.

• De acordo com a legislação nacional, em muitos casos as prestações só são pagas a pessoas que residem no território do Estado em ques-tão; noutros casos, o montante da prestação é reduzido (por exem-plo, 70% em vez de 100%) se o interessado transferir a sua residên-cia para o estrangeiro. Isto prejudicaria esperesidên-cialmente os trabalhado-res fronteiriços, os trabalhadotrabalhado-res sazonais e os membros da família de trabalhadores migrantes que ainda residem no Estado de origem, bem como os pensionistas que trabalharam em vários Estados--Membros ou simplesmente decidiram mudar-se para outro país depois de atingirem a idade da pensão. As disposições comunitárias de segurança social oferecem soluções adequadas para este proble-ma relativamente a todas as categorias de prestações.

• Sempre que estão envolvidas as legislações de vários países, são as disposições comunitárias de segurança social que devem determinar qual o país que deve pagar prestações.

É este o papel das disposições comunitárias em matéria de segurança social. Estas não criam novos tipos de prestações nem suprimem as legis-lações nacionais. O seu único objectivo é proteger os cidadãos europeus que trabalham, residem ou têm estada noutro Estado-Membro.

(15)

5.1. Em que país está seguro?

Antes de iniciar uma actividade profissional no estrangeiro, deve saber em que país estará seguro. Por outras palavras, qual a legislação nacio-nal de segurança social que lhe será aplicável? Isto é extremamente importante não só para o pagamento de cotizações de segurança social mas também para o seu direito a prestações e para a aquisição de futu-ros direitos à pensão.

As disposições comunitárias de segurança social contêm normas detalhadas que determinarão, em cada caso concreto, qual a legislação nacional aplicável. Os princípios básicos são simples e são explicados seguidamente:

A)

Só está sujeito à legislação de um Estado-Membro

de cada vez

Este princípio aplica-se a todos os trabalhadores assalariados e não assa-lariados abrangidos pelas disposições comunitárias, independentemen-te do número de Estados onde é exercida uma actividade profissional: mesmo as pessoas que estão empregadas em quatro ou cinco Estados--Membros só estão sujeitas à legislação de um Estado-Membro.

Existe apenas uma pequena excepção a este princípio básico: uma pes-soa que exerça simultaneamente uma actividade assalariada num Membro e uma actividade não assalariada noutro Estado--Membro pode — em casos excepcionais — estar segura em ambos os Estados.

B)

Está seguro no país onde exerce a sua actividade

profissional

Este princípio aplica-se igualmente aos trabalhadores assalariados e não assalariados, mesmo nos casos em que residem no território de outro país ou quando as suas empresas ou entidades patronais se situam nou-tro Estado-Membro.

Por outras palavras, se deixar de trabalhar num Estado-Membro para exercer uma actividade profissional noutro Estado-Membro, passará a estar sujeito à legislação do «novo» país de emprego. Consequentemente, deixará de adquirir direitos no «antigo» país e começará a adquiri-los no «novo» país. Não interessa se transfere ou não a sua residência para o «novo» país de emprego. Mesmo como

(16)

tra-balhador fronteiriço que continua a residir no «antigo» país de empre-go, estará seguro nos termos da legislação do país onde trabalha.

C)

Excepção temporária: destacamento para o

estrangeiro

Pode acontecer que a empresa que o emprega num país o envie tempo-rariamente para outro país para aí trabalhar (um destacamento). Se o período previsível do trabalho no estrangeiro não exceder 12 meses (e não for enviado para substituir outra pessoa que tenha terminado o seu período de destacamento) a legislação aplicável não mudará. Por outras palavras, continuará seguro nos termos da legislação do «antigo» país, mesmo enquanto estiver destacado num «novo» país. Esta solução é razoável, visto que não seria conveniente alterar a legislação aplicável por curtos períodos de emprego no estrangeiro.

Antes de ir para o país para onde foi destacado, deve obter um formu-lário E101, que atesta que continua abrangido pela legislação anterior. O formulário pode ser obtido, por si ou pela sua entidade patronal, na instituição do Estado-Membro cuja legislação continua a ser aplicável. Se o período do trabalho a efectuar no estrangeiro exceder 12 meses devido a circunstâncias imprevisíveis, pode pedir uma prorrogação do período de destacamento durante um período máximo de mais 12 meses, neste caso, o formulário que deve possuir é o formulário E102. As disposições relativas ao destacamento aplicam-se não apenas aos tra-balhadores assalariados mas também aos tratra-balhadores não assalaria-dos que trabalham temporariamente noutro país.

D)

Categorias especiais

• Marítimos: se é marítimo e trabalha a bordo de um navio com pavilhão de um Estado-Membro, está seguro nesse Estado, mesmo que viva noutro país.

• Trabalhadores dos transportes internacionais (excluindo os maríti-mos): se trabalha para uma empresa que efectua transportes interna-cionais por caminho-de-ferro, por estrada, por via aérea ou por via navegável, está seguro no Estado-Membro onde essa empresa tem sede (aplicam-se excepções se trabalhar numa sucursal ou numa agência dessa empresa noutro Estado-Membro ou se trabalhou ante-riormente no país onde vive).

• Funcionários públicos: como funcionário público (ou equiparado), está seguro no país cuja administração o emprega.

(17)

• Pessoas chamadas para o serviço militar: está sujeito à legislação do Estado-Membro em cujas forças armadas serve. O mesmo se aplica às pessoas chamadas para o serviço civil.

• Pessoas em serviço nas missões diplomáticas ou postos consulares: em regra, está seguro no Estado de emprego (isto é, no Estado onde se situa a missão diplomática ou o posto consular); todavia, se for nacional do Estado acreditante ou do Estado que o envia, pode optar pela aplicação da legislação deste Estado.

E)

Casos especiais

Nalguns casos excepcionais, as normas acima referidas não serão suficien-tes para determinar em que país está seguro o trabalhador assalariado ou não assalariado.

• Pessoas que trabalham normalmente em mais de um Estado-Membro: se está normalmente empregado em mais de um Estado-Membro, está seguro no país onde reside, se exercer parte da sua actividade nesse país. O mesmo se aplica aos trabalhadores não assalariados que tra-balham em vários Estados-Membros. Se não reside num dos Estados onde exerce as suas actividades profissionais, está seguro no Estado--Membro onde a sua entidade patronal reside ou onde a empresa que o emprega tem sede (se for trabalhador assalariado). Se for trabalha-dor não assalariado, está seguro no Estado onde exerce a maior parte da sua actividade.

• Pessoas que trabalham como assalariados num Estado-Membro e

como não assalariados noutro Estado-Membro: em regra, está seguro

no país onde trabalha como assalariado. Todavia, como referido acima, em casos excepcionais pode estar seguro em ambos os Estados; portan-to, deve contactar as instituições de segurança social dos Estados--Membros onde trabalha.

5.2. Quais são os seus direitos e obrigações no país

onde está seguro?

Em regra, no que se refere à legislação de segurança social do país onde está seguro, tem os mesmos direitos e obrigações que os nacionais desse país.

Isto significa, em particular, que o seu pedido de prestações não pode ser recusado pela única razão de não ser nacional desse Estado.

(18)

Pode sempre invocar o princípio da igualdade de tratamento.

Como o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias decidiu, este princípio aplica-se não só a formas de discriminação manifesta («direc-ta») mas também a formas de discriminação disfarçada («indirec(«direc-ta»), que ocorre quando uma disposição da legislação nacional se aplica igualmente aos nacionais e aos estrangeiros mas produz efeitos prejudi-ciais especialmente para estes últimos.

Por exemplo:

Um Estado-Membro subordina a abertura do direito a uma prestação à con-dição de se ter residido neste Estado-Membro durante um determinado período, sendo o cumprimento desta condição exigida a todos os trabalha-dores. É mais do que óbvio que os nacionais deste Estado são favorecidos em relação aos trabalhadores migrantes.

Em muitos casos, o princípio da igualdade de tratamento não é suficien-te para prosuficien-teger os trabalhadores migransuficien-tes, se essuficien-tes ou os membros das suas famílias residirem fora do Estado nos termos de cuja legislação estão seguros ou se o trabalhador interessado tiver uma carreira de seguro «repartida», cumprida ao abrigo de legislações de dois ou mais Estados. Existem disposições especiais para casos como estes, que são referidas nos capítulos 5.3. a 5.9.

Segundo as disposições comunitárias de segurança social, tem os mesmos direitos que os nacionais do Estado onde está seguro para ele-ger os membros dos órgãos das instituições de segurança social ou para participar na sua nomeação. No entanto, o facto de poder ou não ser eleito para membro desse órgãos depende da legislação nacional. Finalmente, não deve esquecer as suas obrigações nos termos da legis-lação do Estado onde está seguro. Isto aplica-se em primeiro lugar à obrigação de pagar cotizações de segurança social mas também a todas as outras obrigações que incumbem aos nacionais desse Estado.

5.3. O que deve saber em caso de doença ou de

maternidade

As disposições comunitárias de segurança social incluem um capítulo detalhado sobre as prestações de doença e de maternidade, com regras especiais para trabalhadores, desempregados, pensionistas e membros das suas famílias que residem ou têm estada no estrangeiro. Estas regras oferecem uma protecção importante e eficaz, não só aos trabalhadores

(19)

migrantes e aos membros da sua família mas também a todas as pessoas a quem se aplicam, em particular aos milhões de turistas que passam férias no estrangeiro. As explicações que se seguem destinam-se a dar--lhe uma visão global dos seus direitos a essas prestações, bem como informações práticas sobre o que deve fazer.

A)

Condições exigidas — Totalização

Sempre que seja necessário satisfazer determinadas condições para que possa ter direito a prestações, a instituição competente deve ter em conta os períodos de seguro, de residência ou de emprego cumpridos ao abrigo da legislação de outros países (totalização). Trata-se de uma garantia de que não perderá a sua cobertura de doença-maternidade quando muda de emprego e se desloca para outro Estado.

Por exemplo:

Nalguns países, só tem direito a prestações de doença após 6 meses de segu-ro. As disposições comunitárias garantem que um trabalhador que foi obri-gado a interromper o seu seguro anterior quando se deslocou para esse Estado terá direito a prestações de doença desde o início do seu seguro.

As prestações de doença e de maternidade são diferentes em cada um dos Estados a que se aplicam as disposições comunitárias de segurança social. Todavia, em todos os países que pertencem à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu existem duas categorias principais de prestações: prestações pecuniárias e prestações em espécie.

B)

Prestações pecuniárias de doença

As prestações pecuniárias de doença destinam-se normalmente a substi-tuir rendimentos (remunerações, salários) suspensos devido a doença. As prestações concedidas numa situação específica (dependência) podem ser consideradas como prestações pecuniárias de doença. As prestações pecuniárias de doença são sempre pagas nos termos da legislação do país onde está seguro, independentemente do país onde reside ou tem estada.

Isto aplica-se a todas as categorias de pessoas e a todas as situações: tra-balhadores fronteiriços, tratra-balhadores sazonais, tratra-balhadores destaca-dos, pensionistas ou membros da família. O montante e a duração das prestações dependem inteiramente da legislação do Estado onde está seguro e, em geral, ser-lhe-ão normalmente pagas directamente pela instituição em que está seguro.

(20)

C)

Prestações em espécie de doença

As prestações em espécie incluem cuidados médicos e dentários, medi-camentos e hospitalização, e ainda pagamentos directos destinados a reembolsar os respectivos custos.

Em geral, são concedidas nos termos da legislação do país onde reside ou tem estada, como se estivesse seguro nesse país. Isto pode levar a uma situação mais ou menos favorável do que a que existiria nos termos da legislação do país onde realmente está seguro.

A razão desta regra é fácil de compreender: os médicos e as instituições em questão não podem conhecer os pormenores das legislações de 18 países diferentes; assim, aplicam sempre a legislação do seu próprio país, ainda que o interessado esteja seguro noutro Estado.

No presente guia foi muitas vezes feita referência, e sê-lo-á novamente, à «residência» e à «estada». Antes de continuarmos, é necessário esta-belecer as diferenças entre estes dois conceitos: a residência é o local onde a pessoa vive habitualmente; a estada indica o local onde a pessoa pode habitar temporariamente.

Todavia, o simples facto de as prestações em espécie serem concedidas nos termos da legislação do Estado de residência ou de estada não signi-fica que as pessoas abrangidas pelas disposições comunitárias de segu-rança social podem escolher livremente receber essas prestações em todos os países, sem quaisquer restrições ou limitações. Assim, é impor-tante conhecer as condições concretas que se aplicam às diferentes situações e categorias de pessoas para que estas tenham direito às pres-tações em espécie.

D)

Residência no país onde está seguro

Se reside no país onde está seguro, é evidente que tem direito a todas as prestações em espécie concedidas nos termos da legislação desse país. Essas prestações são concedidas pela instituição de seguro de doença do seu local de residência, nas mesmas condições que para todas as outras pessoas seguras nesse país.

E)

Residência fora do país onde está seguro

Se reside num país diferente daquele onde está seguro, tem direito a todas as prestações em espécie concedidas nos termos da legislação do país onde reside. As prestações são concedidas pela instituição de segu-ro de doença do seu local de residência, como se aí estivesse segusegu-ro. No caso de ser um trabolhador fronteiriço, saiba que esta categoria de tra-balhadores também tem direitos no seu país de trabalho (ver página 34 deste guia).

(21)

Isto aplica-se a todas as categorias de pessoas abrangidas pelas dispo-sições comunitárias de segurança social (trabalhadores assalariados e não assalariados, funcionários públicos, desempregados, pensionistas e respectivos membros da família), independentemente do seu país de residência. Normalmente, a instituição de seguro de doença do local de residência é reembolsada pela instituição de seguro de doença em que está seguro.

F)

Estada temporária fora do país onde está seguro

Se se encontra temporariamente num país diferente daquele onde está seguro, terá direito a todas as prestações em espécie imediatamente necessárias. Não interessa se se encontra no estrangeiro como turista, a visitar familiares ou em viagem de negócios.

«Prestações imediatamente necessárias» significa todos os tratamentos médicos urgentes que são necessários tendo em conta o seu estado de saúde (acidentes, doença súbita, etc.).

Todos os pensionistas, trabalhadores destacados no estrangeiro, desem-pregados e estudantes estão numa situação ligeiramente «melhor»: têm direito a todas as prestações em espécie que se tornem necessárias durante uma estada temporária no estrangeiro.

Por outras palavras, receberá sempre o tratamento realmente necessá-rio, até os tratamentos hospitalares muito caros (por exemplo: cuidados intensivos após um ataque cardíaco). Mas atenção, se o objectivo da sua viagem ao estrangeiro é de aí receber tratamento, são aplicáveis con-dições especiais.

G) Deslocar-se para outro país para obter tratamento

Se se deslocar para outro país para aí receber tratamento, o respectivo custo só será coberto pela sua instituição de seguro de doença se esta lhe tiver dado autorização prévia. Normalmente, compete à instituição de seguro de doença decidir se dará ou não a autorização. Esta só não pode ser recusada nos casos em que o tratamento em questão faz parte das prestações concedidas pela legislação do seu país, mas não pode ser prestado no prazo normalmente necessário. Assim, é necessário que a instituição competente lhe emita o formulário E112. Neste caso, tem direito às prestações previstas no país de acolhimento. Nalguns casos, poderá também solicitar o reembolso no seu país de origem.

(22)

H)

Informações práticas

Residência fora do país onde está seguro

Se reside num país diferente daquele onde está seguro, deve inscrever--se na instituição de seguro de doença do seu local de residência. Precisará dos seguintes formulários, que são emitidos pela instituição de seguro de doença em que está inscrito:

— formulário E106, para trabalhadores assalariados ou não assalaria-dos e para os membros das suas famílias que residem com eles no mesmo país;

— formulário E109, para os membros da família que residem num país diferente daquele onde reside o trabalhador assalariado ou não assalariado;

— formulário E121, para pensionistas e para os membros das suas famí-lias que residem com eles no mesmo país;

— formulário E122, para os membros da família que residem num país diferente daquele onde reside o pensionista (5);

— formulário E127, para cada titular de pensão ou de renda e para cada membro da família.

Nalguns casos, o formulário é enviado directamente à instituição de seguro de doença do seu local de residência; contacte a instituição para obter mais informações.

Estada fora do país onde está seguro

Antes de deixar o país onde está seguro, deve obter os formulários necessários para obter imediatamente o tratamento necessário. De outra forma, deverá pagar o tratamento e ser reembolsado só depois de ter regressado ao país onde está seguro. Precisa dos seguintes formulá-rios:

— formulário E111, para trabalhadores assalariados ou não assalaria-dos (também para trabalhadores destacaassalaria-dos durante o destacamen-to), pensionistas e membros das suas famílias;

(23)

— formulário E110 ou E111, para trabalhadores dos transportes inter-nacionais e pessoas que normalmente trabalham em mais de um Estado;

— formulário E119, para desempregados que procuram emprego nou-tro país;

— formulário E 128, para os trabalhadores assalariados e não assalaria-dos destacaassalaria-dos assim como para os membros das respectivas famílias e para os estudantes com estada temporária noutro Estado--Membro.

Nota:

As explicações dadas neste capítulo aplicam-se também às prestações de maternidade, pecuniárias ou em espécie.

5.4. Acidentes de trabalho e doenças profissionais

As disposições comunitárias sobre as prestações relativas a acidentes de trabalho ou doenças profissionais são relativamente simples e fáceis de compreender. Em muitos aspectos, podem ser comparadas às dispo-sições aplicáveis às prestações de doença.

A)

Prestações em espécie

Se foi vítima de um acidente de trabalho ou de uma doença profissio-nal, tem sempre direito a prestações em espécie nos termos da legis-lação do país onde reside.

Se residir num país diferente daquele onde está seguro, a instituição do Estado de residência concede-lhe prestações em espécie nos termos da legislação desse país, sendo todas essas prestações reembolsadas pela instituição competente do país onde está seguro. Como no caso das pres-tações de doença, esta solução justifica-se devido ao facto de os médi-cos do país onde reside não puderem conhecer pormenorizadamente cada uma das 18 legislações nos termos da qual pode estar seguro.

B)

Prestações pecuniárias

As prestações pecuniárias são sempre concedidas nos termos da legi-slação do Estado onde estava seguro no momento em que ocorreu o acidente de trabalho ou se declarou a doença profissional, independen-temente do seu local de residência ou de estada.

(24)

Normalmente, estas prestações são pagas directamente pela instituição desse Estado; todavia, essa instituição pode acordar com as instituições do Estado de residência ou de estada que as prestações pecuniárias lhe serão pagas por estas últimas (isto não altera de forma alguma o mon-tante da prestação).

Se o cálculo das prestações pecuniárias se basear em salários médios, só serão tidos em conta os salários que recebeu desde que está seguro nos termos da legislação do Estado que lhe concede a prestação. O mesmo se aplica se o cálculo se basear em salários fixos.

Se o montante da prestação pecuniária depender do número de mem-bros da sua família, serão igualmente tidos em conta os memmem-bros da família que residem noutro Estado-Membro.

C)

Acidentes durante uma deslocação

Se, durante uma deslocação, sofrer um acidente fora do território do Estado onde está seguro, isso não o impede de ter direito a prestações, conserva a sua cobertura contra o risco de acidente.

5.5. Invalidez — Ainda um problema

Os regimes de invalidez dos 18 países que pertencem à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu variam consideravelmente. No entanto, podem distinguir-se dois tipos principais:

— em muitos países, as pensões de invalidez são calculadas da mesma forma que as pensões de velhice, isto é, o montante da sua pensão depende da duração dos seus períodos de seguro: quanto mais tem-po esteve seguro antes de ficar inválido mais elevada será a sua pen-são.

Normalmente, ao abrigo desses regimes não é exigido que esteja seguro no momento em que ocorre a invalidez. Por outras palavras, uma pessoa que já tenha deixado de trabalhar alguns anos antes de ficar inválido terá direito a uma pensão de invalidez com base nos seus períodos de seguro anteriores;

— noutros países, o montante da pensão de invalidez é independente da duração dos períodos de seguro. Isto significa que terá direito ao mesmo montante independentemente do facto de ter estado segu-ro durante 5, 10 ou 20 anos antes de ficar inválido.

(25)

Todavia, ao abrigo desses regimes, o direito à pensão depende do seguro no momento em que ocorre a invalidez: se parou de tra-balhar, mesmo pouco tempo antes desse momento, não terá direito a uma pensão de invalidez!

Esta divergência entre os regimes nacionais de seguro de invalidez tor-na difícil e nem sempre fácil de compreender a coordetor-nação europeia nesta matéria. Mas, como para as outras categorias de prestações, o objectivo das disposições comunitárias é simples.

Quando um trabalhador migrante fica inválido, não pode ser colocado numa situação pior que uma pessoa que sempre residiu e trabalhou num só país.

As explicações que se seguem cobrem os problemas mais frequentes que podem surgir quando um trabalhador migrante fica inválido.

A)

Regras gerais

Totalização: a instituição do Estado onde pede uma pensão tem em

con-ta os períodos de seguro ou de residência que cumpriu ao abrigo da legislação de qualquer outro Estado-Membro, se isso for necessário para que tenha direito a prestações.

Residência ou estada no estrangeiro: se tem direito a uma pensão de

invalidez, esta é-lhe paga independentemente do local da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu onde reside ou tem estada.

Exames médicos: se tem direito a uma pensão de invalidez de um

Estado e reside ou tem estada noutro Estado, as verificações administra-tivas e exames médicos necessários serão normalmente efectuados pela instituição situada no seu local de residência ou de estada. Todavia, pode pedir para regressar ao Estado que paga a sua pensão para efec-tuar esses exames, se isso for compatível com o seu estado de saúde.

B)

Pessoas que estiveram seguras num só país

Se esteve seguro num só país, o montante da sua pensão de invalidez será calculado de acordo com a legislação desse país; tem direito ao mesmo tratamento que os nacionais desse país.

C)

Pessoas que estiveram seguras em mais de um país

Se esteve seguro em vários países antes de ficar inválido, existem várias possibilidades.

(26)

• Esteve seguro exclusivamente em países onde o montante da pen-são depende da duração dos períodos de seguro: neste caso, rece-berá uma pensão de cada um desses Estados. O montante de cada pensão corresponderá aos períodos de seguro que cumpriu no respectivo Estado. Para mais informações sobre o método de cálcu-lo, consulte o capítulo 5.6.

• Esteve seguro exclusivamente em países onde o montante da pen-são é independente da duração dos períodos de seguro: receberá uma pensão do Estado onde estava seguro no momento em que ficou inválido. Tem sempre direito ao montante total desta pensão, mesmo que tenha estado seguro nesse país apenas durante um cur-to período (um ano, por exemplo). Por outro lado, não terá direicur-to a pensões dos outros Estados onde esteve seguro. Na prática, isto significa o seguinte:

— se esteve seguro em primeiro lugar num país onde as pensões de invalidez são relativamente «pequenas» e depois num país com pensões de invalidez «elevadas», receberá o montante total da pensão «elevada», mesmo que tenha estado seguro no primeiro Estado durante dez vezes mais tempo;

— se esteve seguro em primeiro lugar num país onde as pensões de invalidez são «elevadas» e depois num país com pensões de inva-lidez «pequenas», receberá apenas a «pequena» pensão do país onde estava seguro quando a invalidez ocorreu.

Isto reflecte verdadeiramente a filosofia dos regimes de ricos em que o montante da pensão não depende da duração dos períodos de seguro: o que importa é o seguro existente no momento em que fica inválido!

• Esteve seguro em primeiro lugar num país onde o montante da pen-são de invalidez depende da duração dos períodos de seguro e depois num país onde a pensão não depende desses períodos: rece-berá duas pensões, uma do primeiro Estado, correspondente aos períodos de seguro cumpridos ao abrigo da sua legislação, e uma pensão do Estado onde estava seguro quando ficou inválido.

Normalmente, o último Estado será obrigado a pagar-lhe uma são completa; todavia, em muitos casos, receberá apenas uma pen-são reduzida, devido ao facto de o Estado onde estava seguro quan-do ficou inváliquan-do ter em conta a pensão que recebe quan-do primeiro Estado. Pode ter a imprressão que isto significa que está a perder direitos à pensão para os quais trabalhou e cotizou, mas essa impressão está errada. Se sempre tivesse estado seguro num dos dois Estados em causa (não interessa qual deles), nunca poderia receber uma pensão mais elevada do que aquela a que tem agora direito: não está nem numa situação pior nem numa situação melhor que uma pessoa que, durante toda a carreira profissional, tenha trabalhado num só país.

(27)

• Esteve seguro em primeiro lugar num país onde o montante da pen-são é independente da duração dos períodos de seguro e depois num país onde a pensão depende desses períodos: receberá duas pensões, cada uma das quais correspondente à duração dos seus períodos de seguro nos respectivos países.

D)

Ainda um problema: decisões sobre o grau de

invalidez

A determinação do grau de invalidez é um problema potencial para as pessoas que estiveram seguras em mais de um país. Essas decisões são tomadas pelas instituições nacionais do Estado em que o interessado está seguro, de acordo com a respectiva legislação nacional. A decisão de uma instituição só é vinculativa para as instituições de todos os outros Estados envolvidos nalguns (poucos) casos especiais.

O facto de os critérios para a determinação do grau de invalidez previs-tos nas legislações nacionais diferirem substancialmente pode ter conse-quências graves dado que, na maior parte dos casos, o montante da pensão depende do grau de invalidez.

Por exemplo:

Uma pessoa esteve segura durante 20 anos no Estado A, depois cinco anos no Estado B e finalmente dois anos no Estado C. Nesses três Estados, o mon-tante da pensão de invalidez depende da duração dos períodos de seguro. Deixa de trabalhar no Estado C, devido ao facto de aí ser considerado que sofre de invalidez a 100%. Todavia, isso confere-lhe direito apenas a uma pequena pensão do Estado C, por só ter estado seguro nesse país durante dois anos. Receberá também uma pequena pensão do Estado B, onde este-ve segura durante cinco anos e é considerada inválida a 70%. No Estado A, onde esteve seguro durante a maior parte da sua carreira profissional (20 anos), não receberá qualquer pensão: nos termos da legislação desse Estado, não lhe é reconhecida qualquer invalidez.

Neste exemplo, o interessado estará numa situação muito melhor se o mon-tante da pensão de invalidez no Estado C for independente da duração dos períodos de seguro; receberá a pensão completa do Estado C, deixando de ser importante o facto de ser ou não considerado inválido nos termos das legislações dos Estados A e B.

As situações acima descritas são a consequência do facto de os sistemas nacionais de segurança social não serem harmonizados mas apenas coordenados pelas disposições comunitárias. No entanto, todos os tra-balhadores migrantes beneficiariam se fossem feitos alguns progressos em matéria de reconhecimento mútuo das decisões sobre o grau de invalidez.

(28)

5.6. Quem paga a minha pensão de velhice?

As pensões de velhice fazem parte das prestações de segurança social mais importantes. Assim, é natural que as pessoas que tencionam exer-cer a sua actividade profissional no estrangeiro queiram ter uma ideia clara das consequências para os seus futuros direitos à pensão antes de tomarem uma decisão definitiva. Especialmente, querem saber:

— o que acontecerá às cotizações já pagas? — qual o Estado que pagará a sua pensão?

— esta será paga em toda a Europa sem redução ou suspensão? Os interessados só estarão dispostos a exercer o seu direito de livre cir-culação em toda a Europa se tiverem a certeza de que as disposições comunitárias em matéria de segurança social respondem satisfatoria-mente a estas perguntas.

São estes os princípios que se aplicam a uma pessoa que deixe de tra-balhar num país e continua a sua actividade noutro:

— Em cada país onde o interessado esteve seguro, o seu registo de seguro é mantido até que atinja a idade da pensão; por outras palavras, quan-do o interessaquan-do deixa de estar seguro nesse país, as cotizações que foram pagas não são tranferidas para outro país nem reembolsadas. — Cada país onde o interessado esteve seguro durante pelo menos um

ano deverá pagar uma pensão de velhice quando este atingir a idade da pensão; por exemplo, se trabalhou em três países, quando atingir a idade da pensão receberá três pensões de velhice diferentes.

— Esta pensão será calculada com base no seu registo de seguro nesse país; se esteve seguro durante um longo período, receberá uma pen-são relativamente «alta»; se esteve seguro durante um curto período, a sua pensão será relativamente «baixa».

Mas o que se passa se tiver estado inscrito no seguro de um país por um período inferior a um ano? Perdem-se as suas cotizações nesse país?

Por exemplo:

Esteve seguro 10 meses na Bélgica, 9 meses na Alemanha, 15 anos em França e concluiu a sua carreira de trabalhador em Itália, onde pode provar 7 anos de cotizações.

Não tenha receio! Os seus meses de seguro belgas e alemães não se per-derão. Será a Itália, país onde teve o último emprego que assegurará os 10 meses belgas e os 9 meses alemães.

(29)

Estas soluções garantem que ninguém será prejudicado pelo facto de ter trabalhado em vários países: nenhumas cotizações serão perdidas, os direitos adquiridos são protegidos, e cada país pagará uma pensão cor-respondente aos períodos de seguro cumpridos no seu território. O resultado é benéfico para os trabalhadores migrantes mas também equilibrado e benéfico para os Estados-Membros, visto que nenhum país paga nem mais nem menos do que a pensão que foi «ganha» pelas cotizações do trabalhador. Os exemplos seguintes mostram-lhe como o cálculo e o pagamento das pensões funcionam na prática.

A)

Regras gerais

Condições exigidas — Totalização: se o período durante o qual esteve

seguro num país não é suficientemente longo para lhe conferir direito a uma pensão nesse país, serão tidos em conta os períodos de seguro que cumpriu noutros países.

Residência ou estada no estrangeiro: a sua pensão de velhice é-lhe paga

independentemente do local da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu onde reside ou tem estada, sem qualquer redução, modificação ou suspensão. Isto aplica-se não só aos antigos «trabalha-dores migrantes» mas também a todos os pensionistas que residem nou-tro Estado.

Importante:

Este princípio não se aplica a algumas prestações especiais que não se baseiam em cotizações. Na maior parte dos casos, essas pres-tações «dependem dos rendimentos» (isto é, são concedidas a pessoas cuja pensão é inferior a uma determinado nível mínimo). Essas prestações só lhe são concedidas enquanto residir no Estado em questão, por exemplo, o rendimento garantido às pessoas ido-sas na Bélgica, o subsídio complementar (allocation

supplémen-taire) do Fonds National de Solidarité em França ou as pensões

não contributivas de velhice na Irlanda e em Portugal.

Por outras palavras, o pagamento dessas prestações será suspenso se transferir a sua residência para outro Estado. Será este Estado que deverá conceder-lhe a prestação correspondente e isto mesmo que nun-ca tenha trabalhado.

Por exemplo:

Se residir em Portugal onde beneficia de uma pensão não contributiva de velhice e aos 65 anos decidir mudar-se para França, o que acontecerá? Portugal suspenderá o pagamento da sua pensão não contributiva de velhi-ce, mas a França deverá conceder-lhe o subsídio complementar (allocation

(30)

B)

Esteve seguro num só país

Neste caso, o montante da sua pensão será calculado nos termos da legislação desse país, exactamente da mesma forma que para os respec-tivos nacionais. Não importa se reside ou não nesse país quando atinge a idade da pensão.

C)

Esteve seguro em mais de um país

Receberá uma pensão de cada Estado onde esteve seguro durante pelo menos um ano. Essas pensões corresponderão aos períodos de seguro que cumpriu em cada um dos Estados em questão.

Por exemplo:

Esteve seguro

— durante 10 anos no Estado-Membro A,

— durante 25 anos no Estado-Membro B e

— durante 5 anos no Estado-Membro C.

Isto significa que esteve seguro durante um total de 40 anos antes de atin-gir a idade da pensão.

O Estado-Membro A calculará o montante da pensão a que teria direito após 40 anos de seguro nesse Estado. Pagar-lhe-á então o montante corres-pondente ao seu período de seguro efectivo, isto é, 10/40 (ou 1/4) do pri-meiro montante.

Da mesma forma, o Estado-Membro B pagar-lhe-á 25/40 (ou 5/8) do mon-tante a que teria direito nesse Estado após 40 anos de seguro.

Finalmente, o Estado-Membro C pagar-lhe-á 5/40 (ou 1/8) do montante a que teria direito no Estado C após 40 anos de seguro.

D)

Problemas práticos

Idade da pensão: como já referido, os sistemas de segurança social dos

Estados-Membros não estão harmonizados. Assim, não é surpreendente que a idade da pensão varie entre os diferentes países. Por exemplo, nalguns Estados tem direito à pensão aos 60 anos, noutros aos 65 anos e noutros aos 67 anos.

Por exemplo:

Uma pessoa esteve segura em primeiro lugar durante 35 anos no Estado A, onde a idade da pensão é 67 anos, e depois durante 10 anos no Estado B, onde a idade da pensão é 60 anos. Quando fizer 60 anos, essa pessoa tem que deixar de trabalhar no Estado B e receberá uma pequena pensão desse Estado, corrrespondente à duração dos períodos de seguro aí cumpridos (10/45). Deve então esperar 7 anos para ter direito à pensão relativamente mais elevada do Estado A (35/45). Nalguns casos, a pensão recebida do Estado B é tão pequena que o interessado tem que recorrer à assistência social.

(31)

A fim de evitar esta situação indesejável, deve informar-se acerca da idade da pensão no país onde tenciona continuar a sua actividade pro-fissional, antes de se deslocar para esse país.

Taxas de câmbio: regra geral, se receber uma pensão de outro país, esta

tem que ser convertida para a moeda do seu país de residência.

No passado esta conversão era feita com taxas de câmbio muitas vezes flutuantes, o que podia funcionar em seu favor mas também o podia prejudicar, dependendo da moeda em questão. Com o euro, as taxas de câmbio são estabelecidas de forma permanente quatro vezes por ano, o que permitiu ultrapassar aquela situação.

Todavia, o problema das flutuações ainda pode ocorrer em relação às pensões provenientes da Dinamarca, Grécia, Reino Unido, Suécia, Islândia, Listenstain e Noruega.

Despesas postais e bancárias: se a sua pensão lhe é paga por outro país,

as despesas postais e bancárias podem ser deduzidas. Em casos excepcio-nais, quando o montante da pensão é muito pequeno (por exemplo, uma pensão correspondente a um ano de seguro no estrangeiro), a dedução dessas despesas pode significar uma redução considerável da sua pensão.

5.7. Prestações de sobrevivência e subsídios por

morte

A)

Pensões de viúvas e viúvos

Em geral, aplicam-se às pensões para cônjuges sobrevivos as mesmas regras que se aplicam às pensões de invalidez e de velhice (ver capítulo 5.6.).

— As pensões têm que ser pagas sem qualquer redução, modificação ou suspensão independentemente do local onde o cônjuge sobrevi-vo reside na União Europeia ou no Espaço Económico Europeu. — Se o falecido ainda era trabalhador assalariado ou não assalariado, a

pensão do cônjuge sobrevivo será calculada segundo os mesmos princípios que seriam aplicáveis ao próprio segurado.

— Se o falecido já era pensionista, a pensão do cônjuge sobrevivo será calculada nos termos da legislação nacional em questão. Se o pen-sionista recebia pensões nos termos das legislações de dois ou mais

(32)

países, o seu cônjuge também terá direito a pensões de viúva ou de viúvo ao abrigo dessas legislações (normalmente, as pensões serão mais pequenas do que a pensão de velhice do falecido).

Por favor tenha em conta que, nos termos da legislação de alguns Estados-Membros em que o seguro de pensões se baseia na residência (por exemplo, os Países Baixos), não existem pensões de sobrevivência concedidas a pessoas que atingiram a idade da pensão: presume-se que essas pessoas adquiriram as suas próprias pensões baseadas na residên-cia durante o tempo em que residiram no país em questão.

B)

Prestações para órfãos

• Se é órfão de uma pessoa que esteve segura nos termos da legis-lação de um só Estado, terá direito a prestações para órfãos de acor-do com a legislação desse Estaacor-do, independentemente acor-do local da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu onde reside. • Se é órfão de uma pessoa que esteve segura nos termos da

legis-lação de dois ou mais Estados-Membros, terá direito, regra geral, a um prorrateio das prestações de pensão concedidas de acordo com a legislação dos Estados-Membros.

Dado que o processo de determinação do montante da prestação a que tem direito é bastante complicado, recomendamos vivamente que con-tacte as instituições nacionais de segurança social para obter infor-mações e orientação.

C)

Subsídios por morte

Como em todas as outras categorias de prestações, as instituições nacio-nais de um Estado-Membro devem ter em conta os períodos de seguro ou de residência cumpridos ao abrigo da legislação de qualquer outro Estado-Membro, se isso for necessário para a aquisição do direito aos subsídios por morte.

Desnecessário será dizer que os subsídios por morte serão pagos pela instituição competente do Estado onde o falecido estava seguro, inde-pendentemente do Estado onde residem as pessoas que têm direito a esta prestação.

(33)

5.8. O que fazer em caso de desemprego?

Numa altura em que as taxas de desemprego são altas, as disposições comunitárias em matéria de seguro de desemprego tornam-se particu-larmente importantes. Comparadas com as disposições relativas a outras categorias de prestações, são relativamente restritivas e menos genero-sas. Assim, por favor leia cuidadosamente as explicações que se seguem: de outra forma, pode defrontar-se com problemas ou até perder o direito a prestações de desemprego.

A)

Regras de base

Condições exigidas — Totalização: se ficar desempregado, a instituição

do país onde pede prestações de desemprego é obrigada a ter em conta os períodos de seguro ou de emprego cumpridos ao abrigo da legi-slação de qualquer outro Estado-Membro, se isso for necessário para a aquisição do direito a prestações de desemprego nesse Estado.

Importante:

Ao contrário do que acontece com outras prestações, isto só se aplica se cumpriu períodos de seguro ou de emprego ao abrigo da legislação do país onde são pedidas as prestações imediata-mente antes de ficar desempregado. Por outras palavras, não é possível pedir prestações de desemprego num país onde não estava seguro imediatamente antes de ficar desempregado salvo no caso dos trabalhadores fronteiriços aos quais são aplicáveis regras especiais.

Se está seguro no país onde reside (por nele trabalhar), tem direito a prestações de desemprego nos termos da respectiva legislação, nas mesmas condições que os nacionais desse Estado.

Se o montante da sua prestação de desemprego aumentar em função do número de membros da sua família, os membros da sua família que residirem noutro Estado-Membro serão tidos em conta como se residis-sem no país que lhe concede a prestação.

Se o cálculo da sua prestação de desemprego se basear no montante das suas remunerações ou salários anteriores, só são tidas em conta as remunerações ou salários que recebeu no Estado onde esteve emprega-do pela última vez (desde que tenha trabalhaemprega-do nesse país durante pelo menos quatro semanas; caso contrário, o cálculo basear-se-á na remune-ração ou salário normal correspondente a um determinado emprego).

(34)

B)

Regras especiais para trabalhadores fronteiriços

Se é trabalhador fronteiriço (ver capítulo 6.1.) e se encontra parcialmen-te desempregado (trabalho com horário reduzido), receberá as pres-tações que são concedidas nos termos da legislação do Estado onde está seguro, como se aí residisse.

Todavia, se estiver em situação de desemprego completo, receberá pres-tações exclusivamente nos termos da legislação do país onde reside, como se tivesse estado seguro nesse país durante o seu último emprego. Por outras palavras, ainda que não tenha pago qualquer cotização à instituição do país de residência, deve inscrever-se nos serviços de emprego desse país, nele recebendo as prestações.

Esta regra foi instituída por se presumir que os trabalhadores frontei-riços mantêm vínculos mais fortes com o seu país de residência, sendo assim mais fácil que encontrem trabalho nesse país. Assim sendo, se pro-var que, na realidade, mantém vínculos mais fortes com o país onde esteve empregado pela última vez (por exemplo, se transferiu a sua residência para outro Estado-Membro mas continuou a trabalhar no seu Estado de origem), pode também pedir prestações de desemprego no país do seu último emprego.

Se, nos termos da legislação do país onde reside, o cálculo do montante da sua prestação de desemprego se basear nas remunerações ou salários anteriores, a remuneração ou salário que recebeu no país onde esteve empregado como trabalhador fronteiriço será tida em conta.

C)

Pessoas que procuram emprego noutro país

Pode acontecer que queira procurar emprego num país diferente daquele onde esteve empregado pela última vez. Nesse caso, precisa de saber se, em que condições e durante quanto tempo manterá o direito a prestações de desemprego.

Ao contrário de outras prestações (por exemplo velhice, invalidez, pen-sões de sobrevivência), as prestações de desemprego não são concedi-das independentemente do país onde reside ou tem estada. Só são con-cedidas enquanto procurar emprego noutro Estado, sob condições rigo-rosas e durante um período de tempo limitado.

• Deve ter estado à disposição dos serviços de emprego do Estado que lhe concede a prestação de desemprego durante pelo menos quatro semanas após ter ficado desempregado. Todavia, este período pode ser reduzido pelo serviço de emprego em questão.

(35)

A ideia subjacente é que deve esgotar todas as possibilidade de encontrar um novo emprego antes de alargar a outros países a pro-cura de emprego.

• No prazo de sete dias após a partida, deve inscrever-se nos serviços de emprego do país onde procura trabalho.

• Deve submeter-se aos processos de controlo organizados pelos ser-viços de emprego desse país.

• Manterá então a prestação de desemprego durante um período máximo de três meses.

• Se não conseguir encontrar emprego durante esse período, só conti-nuará a receber prestações de desemprego no país onde esteve empregado pela última vez se regressar a esse país antes do fim do período de três meses. Se regressar mais tarde sem autorização expressa dos serviços de emprego desse país, perderá qualquer direi-to a prestações.

• Tem direito ao pagamento durante o referido período de três meses uma só vez entre dois períodos de emprego.

Importante:

Muitos desempregados perdem o direito a prestações por desconhecerem as condições acima referidas. Partem do país onde estiveram empregados pela última vez sem se terem inscrito nos respectivos serviços de emprego; inscrevem-se demasiado tarde nos serviços de emprego do Estado onde procuram emprego ou regressam após o fim do período de três meses.

Assim, deve contactar os serviços de emprego do Estado que lhe concede a prestação de desemprego antes de deixar o país. Esta instituição entregar-lhe-á o formulário E303, que deve apresentar aos serviços de emprego do país onde procura emprego a fim de receber a sua prestação num prazo razoável.

(36)

5.9. E as prestações familiares?

As prestações familiares existem na legislação de todos os Estados, mas as suas características e montantes variam consideravelmente de um país para outro. Assim, é importante que saiba de que país pode obter essas prestações e quais as condições para a elas ter direito.

Como para a aquisição do direito a outras prestações, o Estado que deve conceder-lhe prestações familiares é obrigado a ter em conta os períodos de seguro ou de emprego cumpridos ao abrigo da legislação de qual-quer outro Estado-Membro, se isso for necessário para reunir os períodos mínimos para a aquisição do direito à prestação em causa.

Se os membros da sua família residirem no país nos termos de cuja legis-lação está seguro como trabalhador assalariado ou não assalariado, este país será sempre competente para o pagamento das prestações familia-res. Tem direito a exactamente o mesmo montante de prestações que os nacionais desse Estado.

Se os membros da sua família não residirem no país nos termos de cuja legislação está seguro, aplica-se o princípio seguinte: se, nesse caso, exis-tir direito a prestações familiares nos termos da legislação de vários paí-ses, a sua família receberá, em regra, o montante mais elevado previsto pela legislação de um desses Estados. Por outras palavras, a sua família é tratada como se todos os interessados residissem e estivessem seguros no país cuja legislação é mais favorável.

Embora o princípio de base seja claro, a sua aplicação prática depende das circunstâncias de cada caso concreto: não hesite em contactar a sua instituição para obter mais informações.

Os desempregados que recebem prestações de desemprego nos termos da legislação de um Estado-Membro têm direito a prestações familiares de acordo com a legislação desse Estado, também para os membros da sua família que residem noutro Estado-Membro.

Normalmente, os pensionistas recebem prestações familiares do Estado que lhes concede a pensão. No caso de existirem várias pensões são aplicáveis regras especiais.

(37)

6. Resumidamente — Os seus direitos

como:

6.1. Trabalhador fronteiriço

Um trabalhador fronteiriço é um trabalhador assalariado ou não assala-riado que exerce a sua actividade num Estado-Membro diferente daquele onde reside, regressando a este último pelo menos uma vez por semana.

Como trabalhador fronteiriço, está protegido pelas disposições comu-nitárias em matéria de segurança social da mesma forma que todas as outras categorias de pessoas a quem se aplicam estas disposições. Por exemplo:

— está seguro no país onde trabalha;

— tem direito a prestações familiares mesmo para os membros da sua família que residem noutro país;

— receberá uma pensão diferente de cada país onde esteve seguro durante pelo menos um ano.

Todavia, existem determinadas regras especiais relativamente às pres-tações de doença e às prespres-tações de desemprego:

• No que se refere às prestações em espécie em caso de doença e de acidente de trabalho, como trabalhador fronteiriço tem um direito de opção: pode obter essas prestações quer no país onde reside quer no país onde trabalha. Em muitos casos, será mais prático para si receber prestações em espécie de doença no país onde trabalha e onde passa muito tempo. Todavia, quando se tornar pensionista, perderá a qualidade de «trabalhador fronteiriço» e, consequente-mente, deixará de ter direito a prestações em espécie de doença no país onde trabalhava anteriormente.

Importante:

Os membros da família dos trabalhadores fronteiriços só têm o mesmo direito de opção nalguns países. Consulte a sua insti-tuição de seguro de doença para obter mais informações.

(38)

• No que se refere às prestações de desemprego, tem direito a pre-stações — se estiver em situação de desemprego completo — exclu-sivamente no país onde reside, excepto se provar que mantém vín-culos mais fortes com o país onde esteve empregado pela última vez (o cálculo do montante da prestação é explicado no capítulo 5.8.).

6.2. Trabalhador sazonal

Um trabalhador sazonal é uma pessoa que, durante um período que não pode nunca exceder oito meses, efectua um trabalho de natureza sazonal num país diferente daquele onde reside.

Como trabalhador sazonal, as disposições comunitárias em matéria de segurança social conferem-lhe os mesmos direito e obrigações que a todas as outras categorias de trabalhadores. Em especial, está seguro no país onde esteve empregado durante a estação em questão. Só existem regras especiais relativamente às prestações de desemprego.

— Como trabalhador sazonal em situação de desemprego completo, tem um direito de opção: pode obter prestações de desemprego quer no país onde exerceu a sua actividade sazonal quer no país onde reside.

— Um trabalhador sazonal em situação de desemprego completo que recebe prestações de desemprego no país onde exerceu a sua activi-dade sazonal pode — nas mesmas condições que os outros desem-pregados (ver capítulo 5.8.) — deslocar-se para outro país para pro-curar emprego. Todavia, nesse caso o período de 3 meses de manu-tenção do direito às prestações é limitado ao período remanescente até ao fim da estação para a qual foi contratado.

6.3. Trabalhador destacado

Um trabalhador destacado é uma pessoa que normalmente está empre-gada num país mas é enviado temporariamente para outro país para aí trabalhar para a sua empresa. O período máximo de destacamento é de 12 meses; em casos excepcionais, pode ser prorrogado até 24 meses. Como trabalhador destacado, continua, desta forma, seguro no país onde trabalha normalmente, o que significa que continua a pagar coti-zações para o sistema de segurança social desse país.

Referências

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