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O Cerrado brasileiro: geopolítica e economia

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Academic year: 2021

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O Cerrado brasileiro:

geopolítica e economia

Bernardo Campolina

Universidade Federal do Tocantins

Seminário Crise Mundial e Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades para o Brasil

BNDES Rio de Janeiro

(2)

Organização da apresentação

1 – Caracterização da área de estudo

2 – Breve evolução histórica da ocupação do Brasil Central

3 – Condicionantes do desenvolvimento agrícola e da ocupação dos cerrados

4 – Evolução da produção agropecuária e industrial no cerrado

(3)

Delimitação e caracterização da área de

estudo

• A grande região definida pelo Cerrado

• 2 milhões de quilômetros quadrados ou 23% do território nacional.

• Solo – 14 classes distintas.

• Clima – variável com temperaturas variando de 20-26º C durante o ano; precipitação variando entre 1000 e 2000 mm por ano.

• Relevo - variável

• Vegetação – desde de o campo sujo, passando pelo campo cerrado, pelo cerrado até o cerradão.

(4)
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(6)

2 – Breve evolução histórica da

ocupação do Brasil Central

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A Geopolítica brasileira e a ocupação do

Centro-Oeste

• Aspectos teóricos

- A Geopolítica ou Geografia Política – estudo da

relação entre território e poder – a influência alemã – Ratzel (1890).

(8)

A aplicação da teoria do poder terrestre ao

continente sul americano

• Travasso (1935).

• A Bolívia como ponto nefrálgico da América do

Sul.

• “a Marcha para Oeste” – inspirada nas

concepções militares.

• Para além dos militares: a geografia política a

serviço do estado.

(9)

O Plano de Metas e a integração nacional

• Construção de Brasília.

• Abertura de rodovias.

• Marco da transição do padrão rural para o padrão urbano-industrial.

• O papel da agricultura no processo de desenvolvimento.

• O crescimento urbano-industrial e a pressão sobre a agricultura.

(10)

A continuidade do projeto geopolítico

brasileiro

Golbery (1967)

• Sua grande proposta foi a colonização da região Centro-Oeste de forma que a região possa servir de trampolim para o domínio da Amazônia. Em suma:

- integração e valorização espaciais;

- expansionismo para o interior e projeção pacífica exterior;

- contenção ao longo das linhas fronteiriças;

- participação na defesa da civilização ocidental;

- colaboração com o mundo subdesenvolvido de aquém e além-mar;

- segurança ou geoestratégia nacional em face da dinâmica própria dos centros externos de poder.

(11)

• Meira Mattos (1980) e o processo de ocupação e colonização Amazônica.

• domínio e integração da Amazônia com o restante do país e com a América do Sul.

• construção de uma ampla rede de transportes que integre o sistema amazônico ao restante do Brasil, via Cuiabá, e a América do Sul.

A continuidade do projeto geopolítico

brasileiro

(12)

3 - Condicionantes do

desenvolvimento agrícola e da

ocupação dos cerrados

(13)

• A modernização conservadora da agricultura brasileira.

• Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

• Incentivo a pesquisa agrícola.

(14)

A evolução da pesquisa em agricultura no

Brasil

• ACAR – Associação de Crédito e Assistência rural (1948) – criação da ABCAR.

• 1960 – Criação dos Institutos de Pesquisa Agrícola – IPEA.

• 1973 – Criação da EMBRAPA.

• Implementação do sistema EMBRATER e da EMATER nos estados.

(15)

Programas de adaptação tecnológica

• Secretaria de Agricultura de Minas Gerais.

• PADAP – Programa de Desenvolvimento do Alto Paranaíba (MG).

• POLOCENTRO – parte do II PND em 1975.

(16)

Polocentro

• o POLOCENTRO induziu a incorporação de 2,06 milhões de hectares, ou 31,5 % da área adicionada na região do cerrado.

• Permitiu o investimento em pesquisa.

• Forneceu crédito subsidiado para abertura de novas áreas, compra de equipamentos e formação de pastagens.

• Programa foi extinto no final dos anos 1970 com a crise do petróleo.

(17)

Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro

para o Desenvolvimento dos Cerrados

(PRODECER)

• Inspirado nos convênios anteriores.

• Resultado da parceria MAPA/IICA.

• Permitiu a instalação do Centro de Pesquisas Agropecuárias dos Cerrados (CPAC) – atualmente Embrapa/Cerrados (Planaltina).

• Investimentos da ordem de US$ 570 milhões, em 21 projetos distribuídos em 7 estados brasileiros incorporando uma área de 350 mil ha.

(18)

Outros programas e projetos de expansão e

colonização

• Programa de Distribuição de Terras e Desenvolvimento Agroindustrial – PROTERRA.

• Programa de Integração Nacional - PIN (1970).

• Programa de Desenvolvimento do Centro-Oeste – PRODOESTE (1971).

• Projeto de Assentamento Dirigido (INCRA).

• Projeto Integrado de Colonização (INCRA).

• Projetos privados de colonização.

(19)

Políticas agrícolas

• Sistema Nacional de Crédito Rural.

• Preços mínimos e garantia de safra.

• A reformulação dos instrumentos de política agrícola.

• Zoneamento Agroclimático, Pedoclimático.

• PRONAF

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O desenvolvimento da infra-estrutura de transportes • Abertura de BR’s • Eixos Belém-Brasília • Brasília-Cuiabá-Porto Velho (BR-364) • Campo Grande-Cuiabá-Santarém (BR-163) • Cuiabá-Uberlândia (BR-060)

• Belo Horizonte-Campo Grande (BR-262)

• Campo Grande – São Paulo (BR’s e Estradas estaduais) • Ferrovias

(21)

4 – Evolução da produção

(22)

Cerrado, Resto do Brasil e Brasil: produção dos principais grãos, algodão, cana-de-açúcar e rebanho bovino, 1975 e 2006 (mil t)

Cerrado Resto do

Brasil Brasil % Cerrado

Resto do Brasil Brasil % Milho 3.611 12.723 16.335 22 15.219 33.108 48.327 31 Soja 853 9.040 9.893 9 27.986 23.933 51.919 54 Arroz 3.303 4.478 7.782 42 2.796 7.539 10.335 27 Feijão 352 1.930 2.282 15 1.062 2.240 3.302 32 Trigo 129 2.431 2.560 5 356 5.797 6.154 6 Sub-total 8.249 30.603 38.852 21 47.419 72.618 120.037 40 Algodão 362 1.386 1.748 21 1.944 258 2.202 88 Cana 26.548 64.977 91.525 29 183.072 212.941 396.012 46 Total 8.611 31.989 40.600 21 49.362 72.876 122.239 40

Bovino (mil cabeças) 33.960 66.000 99.959 34 85.057 110.495 195.552 43

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da Pesquisa Agropecuária Municipal, 1975 e 2003.

2003 1975

Produto

(23)

Cerrado, Resto do Brasil e Brasil: evolução da produção dos principais grãos, 1975-2003 (1975=100) 0 100 200 300 400 500 600 700 1 9 7 5 1 9 7 7 1 9 7 9 1 9 8 1 1 9 8 3 1 9 8 5 1 9 8 7 1 9 8 9 1 9 9 1 1 9 9 3 1 9 9 5 1 9 9 7 1 9 9 9 2 0 0 1 2 0 0 3 Ano Ín d ic e

Resto do Brasil Cerrado Brasil

(24)

Rebanho bovino no cerrado - 1975

Rebanho bovino no cerrado - 2006

(25)

Produção de grãos no cerrado - 1975

Produção de grãos no cerrado - 2003

(26)

Outros setores agro-industriais

• Frigoríficos

• Setor sucroalcooleiro

• Indústria alimentícia (Perdigão, Sadia,

Bunge, Cargill)

(27)

5 – Crescimento demográfico e

urbanização do cerrado

(28)

Cerrado, Grandes Regiões e Brasil: crescimento relativo da população (1970=100% ) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 1970 1980 1991 2000 Ano %

Cerrado Brasil Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte

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Contribuição do saldo migratório para o estoque populacional em julho de 2000

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(31)

Uma proposta de tipologia da urbanização

do cerrado

• Brasília – capital federal e centro de serviços.

• A urbanização extensiva do circuito agrícola.

(32)

Rede urbana, 1970

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Conclusões

• O crescimento econômico da região do cerrado não é homogêneo como parte do censo comum pressupõe.

• As características físicas (solo, clima, relevo) são determinantes e barreira importante para o desenvolvimento agropecuário.

• A variável política teve e continua tendo um papel fundamental no crescimento da região e territórios.

• O Estado cumpriu um papel fundamental na estruturação da região que é hoje considerada o celeiro do país.

(34)

Conclusões

• A agricultura do cerrado nasceu a luz de um novo paradigma – urbano/industrial – cujo impacto foi a urbanização extensiva

• A parcela do cerrado que atingiu um grau de desenvolvimento agrícola e econômico o fez a partir de uma base eminentemente urbana.

• Há a formação de blocos heterogêneos de regiões ricas e pobres. A região reproduz o padrão desigual de desenvolvimento observado no país. De um lado áreas extremamente pobres (Tocantins) versus áreas em franca expansão e consolidação (Sudoeste de Goiás, Chapada dos Parecis (MT), Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, além de todo o cerrado paulista).

(35)

Questões para reflexão sobre uma nova

política regional

• A divisão regional tradicional brasileira não dá mais conta da diversidade e da pluralidade. É preciso pensar em múltiplas escalas, articulando, nacional, regional e local.

• A política do tipo top down alavancou a região do ponto de vista produtivo mas não é capaz de superar os atrasos criados pela própria política e pelo sistema de geração de desigualdades.

• As políticas do tipo botton up não foram capazes de promover desenvolvimento.

• É preciso pensar uma política que articule nacional, regional e local.

• A questão regional precisa ser definida como uma meta central no âmbito do planejamento. As políticas setoriais muitas vezes se contradizem!

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Questões para reflexão sobre uma nova

política regional

• Reduzir as desigualdades intra-regionais e inter-regionais passa por um processo de fortalecimento do urbano. É preciso frear o crescimento das grandes metrópoles brasileiras.

Referências

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