• Nenhum resultado encontrado

Dicas de Direito Ambiental Prof. Renata Chamma. 1) Súmulas STJ:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Dicas de Direito Ambiental Prof. Renata Chamma. 1) Súmulas STJ:"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Dicas de Direito Ambiental Prof. Renata Chamma

1) Súmulas STJ:

• 613 – impossibilidade de aplicação da Teoria do Fato Consumado em Direito Ambiental; 618 - A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental;

619 - A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias;

623 - As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor;

629 - Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.

2) Unidades de Conservação – São espécies do gênero espaços territoriais especialmente protegidos, divididas em duas modalidades: (a) de proteção integral e (b) uso sustentável. Podem ser criadas por ato do poder público (lei ou decreto), necessitando, em regra, de estudos técnicos e consultas públicas. Essas consultas podem ser dispensadas em casos de estação ecológica e reserva biológica, hipóteses em que se presume o interesse público. Por outro lado, só podem ser suprimidas ou reduzidas por meio de lei específica, motivo pelo qual o STF julgou inconstitucional MP que suprimia esses espaços (ver arts. 7 ao 22, lei 9985/00);

3) Regime Jurídico de Proteção nas APP – Em regra, são criadas “ex lege”, porém, excepcionalmente, podem ser criadas por ato do chefe do executivo, quando declaradas de interesse social, e destinadas as finalidades previstas no art. 6°, lei 12651/12, e podem ser encontradas em propriedade ou posse rural ou urbana. Pelo regime jurídico de proteção, não é possível, pelo menos em regra, supressão de vegetação para fins econômicos.

• Exceção: a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.

• Exceção da Exceção: supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.

• CUIDADO: A legislação municipal não pode reduzir o patamar mínimo de proteção marginal dos cursos d'água, em toda sua extensão, fixado pelo Código Florestal. A norma federal conferiu uma proteção mínima, cabendo à legislação municipal apenas intensificar o grau de proteção às margens dos cursos d'água, ou quando muito, manter o patamar de proteção (jamais reduzir a proteção ambiental). STJ. 2ª Turma. AREsp 1312435-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 07/02/2019 (Info 643).

4) Regime Jurídico da ARL – Percentual mínimo interior a uma propriedade ou posse rural, que deve ser mantido nos termos do art. 12, lei 12651. Excepcionalmente, empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto, áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica,

(2)

2 nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica e áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias não é exigida ARL.

5) 11 Teses sobre a Responsabilidade Civil por danos ambientais:

A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de

responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 681 e 707, letra a)

Causa inequívoco dano ecológico quem desmata, ocupa, explora ou impede a regeneração de Área de Preservação Permanente - APP, fazendo emergir a obrigação propter rem de restaurar plenamente e de indenizar o meio ambiente degradado e terceiros afetados, sob o regime de responsabilidade civil objetiva.

O reconhecimento da responsabilidade objetiva por dano ambiental não dispensa a demonstração do nexo de causalidade entre a conduta e o resultado.

A alegação de culpa exclusiva de terceiro pelo acidente em causa, como excludente de responsabilidade, deve ser afastada, ante a incidência da teoria do risco integral e da

responsabilidade objetiva ínsita ao dano ambiental (art. 225, §3º, da CF e art. 14, §1º, da Lei n.

6.938/1981), responsabilizando o degradador em decorrência do princípio do poluidor-pagador. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 438)

É imprescritível a pretensão reparatória de danos ao meio ambiente.

O termo inicial da incidência dos juros moratórios é a data do evento danoso nas hipóteses de reparação de danos morais e materiais decorrentes de acidente ambiental.

A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental. (Súmula n. 618/STJ) Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. (Súmula n. 613/STJ)

Não há direito adquirido à manutenção de situação que gere prejuízo ao meio ambiente.

O pescador profissional é parte legítima para postular indenização por dano ambiental que acarretou a redução da pesca na área atingida, podendo utilizar-se do registro profissional, ainda que concedido posteriormente ao sinistro, e de outros meios de prova que sejam suficientes ao convencimento do juiz acerca do exercício dessa atividade.

É devida a indenização por dano moral patente o sofrimento intenso do pescador profissional artesanal, causado pela privação das condições de trabalho, em consequência do dano ambiental. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 439)

6) Responsabilidade Administrativa Ambiental – principal discussão, hoje, diz respeito a sua natureza jurídica. Prevalece, no âmbito do STJ que a natureza dessa responsabilidade é subjetiva, fundamentada na teoria da culpabilidade.

(3)

3 7) Responsabilidade Penal Ambiental – destaques para os julgamentos que envolvem a aplicação do princípio da insignificância em matéria ambiental, em especial os mais recentes, do ano de 2018, em que o Pacificou-se neste Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que a aplicação do princípio da insignificância, nos crimes ambientais, requer a conjugação dos seguintes vetores: conduta minimamente ofensiva; ausência de periculosidade do agente; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica inexpressiva.

• E de que forma se posiciona o STF? O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98: Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; Caso concreto: realização de pesca de 7kg de camarão em período de defeso com o uso de método não permitido. STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901). Obs: apesar de a redação utilizada no informativo original ter sido bem incisiva (“O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98”), existem julgados tanto do STF como do STJ aplicando, excepcionalmente, o princípio da insignificância para o delito de pesca ilegal. Deve-se ficar atentar para como isso será cobrado no enunciado da prova.

8) Repartição de Competências em Ambiental – A CF/88 traz 2 tipos de competência: (a) legislativa, cuja regra geral está no art. 24, que estabelece a competência concorrente entre U, E, DF para legislar sobre o meio ambiente e seus recursos. Tecnicamente falando, os M não foram contemplados por essa espécie de competência. Porém, a doutrina e jurisprudência afirmam que os M possuem, sim, competência concorrente, contudo, fundamentada no art. 30, I, II, e (b) administrativa, comum a todos os entes da federação;

• Pontos de destaque:

I. regulamentação do art. 23., § único, pela LC 140/11, que traz as regras de competência em matéria de licenciamento ambiental. CUIDADO com o art. 12, §único da LC, porque ele traz uma exceção à regra de que o ente instituidor da UC é também competente para o licenciamento ambiental a ser realizado na respectiva UC.

E qual seria essa exceção? APA (Área de Proteção Ambiental), UC do grupo de uso sustentável. Nesse caso, não necessariamente se aplica a regra geral, pois devemos olhar para o disposto no art. 12, § único.

II. Atuação SUPLETIVA – ocorre quando há substituição de um ente federativo pelo outro, em casos de inexistência de (a) órgão ambiental capacitado para fins de licenciamento ambiental ou (b) conselho de meio ambiente;

(4)

4 III. Atuação SUBSIDIÁRIA – ocorre quando há auxílio, por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação, a ser solicitado pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar.

IV. Licenças Ambientais – (a) Licença Prévia (LP) – com o prazo máximo de 5 anos, é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; (b) Licença de Instalação (LI) – com prazo máximo de 6 anos, é aquela que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; (c) Licença de Operação (LO) – com prazo que vai de 4 a 10 anos, é aquela que autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

9) Institutos Jurídicos já cobrados:

• Servidão Ambiental – instrumento econômico da Política Nacional do Meio Ambiente, que possui natureza de verdadeira renúncia ao direito de exploração econômica dos recursos ambientais e florestais que se encontram em determinada propriedade, que pode se dá por tempo determinado, sendo este no mínimo de 15 anos, ou, ainda, de forma perpétua.

✓ Tem seu conteúdo mínimo equiparado à Área de Reserva Legal, espaço territorial especialmente protegido, que se encontra na lei 12651/12, e a sua instituição pode ser de forma gratuita ou onerosa;

✓ Importante destacar que se já existirem áreas de preservação permanente ou reserva legal naquele imóvel, não será possível instituir uma servidão ambiental, nos termos do art. 9-A, §2°, lei 6938/81, pois, como se observa, ali já existem espaços territoriais protegidos e o conteúdo mínimo de uma servidão é o percentual a título de área de reserva legal.

• Concessão Florestal – instrumento econômico da PNMA, tem natureza de delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de

(5)

5 licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

• CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança é integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, de instância colegiada multidisciplinar e caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.

Destaque:

I. CTNBio poderá realizar audiências públicas, garantida participação da sociedade civil, na forma do regulamento, e suas decisões de natureza técnica vinculam os demais órgãos e entidades da administração;

II. A CTNBio delibera, em última e definitiva instância, sobre os casos em que a atividade é potencial ou efetivamente causadora de degradação ambiental, bem como sobre a necessidade do licenciamento ambiental.

III. É inconstitucional lei estadual que remete o regramento do cultivo comercial e das atividades com organismos geneticamente modificados à regência da legislação federal. STF. Plenário. ADI 2303/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/9/2018 (Info 914).

Boa Sorte a TODOS.

Qualquer dúvida é só me procurar no instagram @renata.chamma ou periscope Prof. Renata C.

Referências

Documentos relacionados

Faial, que parecia mesmo um lobo, abriu e fechou a boca várias vezes, mas não uivou (19).. No entanto, era evidente (20) que os cães também se

As Marcas rio 2016 pré-aprovadas para o uso não comercial pelos CONs e CPNs estão ilustradas a seguir e ficarão disponíveis para download no rio exchange, após assinatura e envio do

Luminária de embutir em piso completa com uma lâmpada a vapor metálico de 70W, grau de proteção IP 65 (proteção hermética contra poeira e proteção contra jatos d´água), com

LNEC E 473 - Agregados reciclados em camadas não ligadas de pavimentos LNEC E 474 - Materiais reciclados. provenientes de resíduos de construção e demolição em aterro e camada

mostrados ao lado, responda a pergunta a seguir (o círculo em preto representa ativo em nível baixo).. Uma memória RAM armazena 32 palavras. Essa memória nada mais é do que

Assim, partiu-se do pressuposto de que o SEI, proposto pelo PEN, não possibilita o controle efetivo sobre os documentos arquivísticos digi- tais por ele produzidos, pois o mesmo

NÚMERO NOME ÁREA MODALIDADE INSCRIÇÃO JUSTIFICATIVA FASE 1 FASE 2 1.. JOSÉ JANIO GONÇALVES BATISTA FÍSICA

• ORDENAR AS REDES : reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de