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MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

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Academic year: 2019

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE

SÃO PAULO

PUC-SP

Siméia de Mello Araujo

A comunicação eletrônica na Academia:

uma análise de gêneros institucionais

MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP

SIMÉIA DE MELLO ARAUJO

A comunicação eletrônica na Academia: uma análise de gêneros institucionais

MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Língua Portuguesa sob a orientação do Prof. Doutor João Hilton Sayeg de Siqueira

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Banca Examinadora

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AGRADECIMENTOS

Á minha família pelo apoio e amor incondicional que me permitiram chegar até aqui.

Ao meu orientador, Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira, por acreditar nesta pesquisa.

À Profa. Dra. Vanda Maria da Silva Elias, pelas valiosas observações, pelo incentivo e dedicação.

À Profa. Dra. Luci Mendes de M. Bonini, pelas contribuições para o aprimoramento deste trabalho no exame de qualificação.

À minha amiga Mônica da Silva Pereira, pela amizade, pelo incentivo e por dividir as angústias e as alegrias deste desafio.

Ao meu amigo Julio Manuel Pires, pela amizade, pelo apoio e pela participação em cada etapa desta pesquisa.

Ás minhas amigas da Pós-Graduação, pelas conversas e pelas brincadeiras que tornaram esta etapa mais agradável e mais prazerosa.

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RESUMO

Esta dissertação tem por objetivo analisar as características de gêneros institucionais, que são produzidas via e-mail no contexto de universidade. A análise encontra-se respaldada nos estudos sobre gêneros realizados por Bakhtin (1979/2003) e no conceito de que a vida entra na língua por meio de enunciados concretos e únicos que são chamados de gêneros do discurso e a sua relação intrínseca com as esferas de atividade humana. O e-mail nessa pesquisa é entendido como um suporte que permite o gênero circular pela comunidade discursiva a qual está vinculada, respaldados nos estudos de Levy (2000). Para se atingir o objetivo proposto, foi selecionado um corpus composto por oito comunicados constituídos no contexto de universidade. Com os resultados obtidos, pudemos observar que, em virtude das particularidades desse suporte, os gêneros institucionais veiculados por meio dele ganham novas características permitidas pelo ambiente do e-mail.

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ABSTRACT

This dissertation aims to analyze characteristics of institutional genres, which are constructed by e-mail in the academic context. Investigation are found both studies about genre carry out by Bakthin (1979/2003) and in the idea of life goes into the language by means of real and unique propositions, that are named discourse genres and its inherent relationship with the scope of human activity. In this study, e-mail has been understood like a support that makes possible the genre to spread through discursive community to which it was linked, according to Levy’s studies (2000). In order to obtain this objective it was pick and choose a corpus make up by eight communicates utilized in the university. We can observe, grounded in study, that, in the face of particularities of this support, institutional genres transmitted by it obtain new characteristics allowed by e-mail’s environment.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 12

1.1 Os estudos dos gêneros – Breve contextualização... 12

1.2 Os gêneros textuais... 14

1.3 Propósito comunicativo ... 18

1.4 Esfera de atividade humana ou comunidade discursiva... 18

1.5 Gênero institucional ... 20

1.6 A Internet ... 25

1.7 E-mail ... 26

1.71 E-mail: surgimento... 26

1.72 E-mail: características ... 27

1.73 E-mail: suporte ... 27

1.74 E-mail: o contexto institucional ... 29

2 APRESENTAÇÃO DO CORPUS... 31

2.1 Comunicados internos ao setor ... 32

2.2 Comunicados entre setores... 38

2.3 Comunicados de expediente ... 43

2.4 Comunicados de Divulgação ... 47

3 ANÁLISE ... 52

3.1 Conteúdo temático... 52

3.2 Estrutura Composicional ... 55

3.3 Estilo verbal... 61

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 73

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9

INTRODUÇÃO

Quando estudamos as relações sociais e como elas se estabelecem ao longo do tempo, é possível perceber o ser humano organizando-se em comunidades, dividindo-se em áreas de atividade e, dentro delas, estabelecendo interações de forma diversificada.

Segundo Bakhtin (1979/2003) essas comunidades referem-se aos campos de atividade humana que são diversos e por isso permitem o surgimento de incontáveis formas de interação, que são chamadas de gêneros do discurso.

Os gêneros nascem da necessidade do homem de estabelecer novas formas de interação dentro das esferas de atividade em que atua, ou seja, os gêneros surgem com propósitos de atender uma demanda.

Sendo assim, os gêneros se constituem em função das peculiaridades das esferas a que estão vinculados, assim, refletem as relações e formas de organização dessas comunidades.

Como quaisquer gêneros do discurso, aqueles produzidos em esfera institucional projetam as relações da comunidade a que se vinculam e são, geralmente, caracterizados por uma estrutura bastante padronizada e por uma linguagem formal, já que o sujeito institucional fala em nome da organização

Dessa forma, entendemos que os gêneros que circulam nessa comunidade precisam manter o estilo padrão da instituição que eles representam. Entretanto, apesar de se encontrar no domínio da esfera institucional, alguns gêneros, em decorrência do suporte em que circulam, nesse caso, o e-mail, carregam algumas especificidades desse novo ambiente.

Dadas as particularidades deste suporte, alguns gêneros veiculados por meio dele, ganham novas características e, portanto, tornam-se um valioso objeto de estudo.

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10 O objetivo desta pesquisa é, portanto, examinar como o gênero institucional se constitui via e-mail, este entendido como um suporte com peculiaridades próprias da comunicação virtual, que permite a veiculação de inúmeras produções comunicativas de diversas formas para diversas pessoas em diferentes lugares.

Nossa base teórica assenta-se, sobretudo, nos estudos bakhtinianos sobre gêneros do discurso, visto que têm sustentado muitas reflexões teóricas sobre gêneros com foco no discurso e na língua como atividade social. Nesses estudos, os gêneros são enunciados relativamente estáveis, compostos por estrutura composicional, conteúdo temático e estilo.

Além disso, ancoramo-nos nos estudos de Bazerman (2005, 2006) e nos de Marcuschi (2004, 2008, 2010), para quem os gêneros funcionam como categorias sócio-históricas que estão sempre em constante mudança, mesmo no caso de gêneros bastante tipificados, uma vez que tanto os conhecimentos individuais quanto os partilhados vivem renovando-se e adaptando-se aos novos contextos.

Para o estudo de gêneros produzidos no contexto da tecnologia digital, recorremos a Crystal (2005), para quem nesse ambiente há novas formas de comportamento comunicativo caracterizadas pela rapidez da veiculação e flexibilidade no uso da língua.

Respaldamo-nos ainda nos estudos de Bhatia (2001) e Swales (1990), a fim de examinar conceitos que achamos pertinentes para esta pesquisa, como comunidades discursivas e propósitos comunicativos.

O trabalho será organizado da seguinte forma:

No primeiro capítulo, tratamos do estudo de gêneros com base em Bakhtin (1979/2003), Marcuschi (2003, 2005, 2008 e 2010) e Bazerman (2005), destacando a compreensão de gêneros como atos sociais que orientam as nossas práticas comunicativas.

No segundo capítulo, apresentamos o corpus para análise constituído por oito comunicados produzidos por e-mail no contexto de universidade. Trata-se de comunicados internos ao setor; comunicados entre setores; comunicados de expedientes de convocações veiculadas pelo setor aos seus integrantes e os comunicados de divulgação de diversos eventos da área acadêmica.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Os estudos dos gêneros – Breve contextualização

Embora pareça novo e atual, os estudos sobre gêneros remontam à Antiguidade. De acordo com Marcuschi (2008), a expressão “gênero”, no Ocidente, já tem pelo menos vinte e cinco séculos, e encontra-se especialmente ligada aos estudos dos gêneros literários iniciados por Platão, firmando-se com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela Idade Média, o Renascimento e a Modernidade, chegando até o século XX.

Aristóteles, em seu trabalho sobre retórica, desenvolveu uma teoria sobre gêneros e sobre a natureza do discurso, debruçando-se sobre os tipos de auditórios numa tentativa de classificar os tipos de discursos.

Nesse estudo, Aristóteles (2008) propõe que o discurso comporta três elementos: aquele que fala, o assunto de que se fala e a quem se fala, sendo, pois, este último o objetivo do discurso.

O filósofo defende que, partindo do ouvinte, ou seja, da pessoa a quem se fala, quando desempenha a função de julgar algo do passado ou sobre o futuro é juiz, ou é expectador, quando seu papel é se pronunciar sobre a faculdade oratória.

Portanto, num discurso, existem três tipos de ouvinte que operam: como expectador (julga o presente); como assembléia (julga o futuro) e como juiz (julga sobre o passado).

Daí resultam os gêneros de discurso oratórios que têm finalidades diferentes: o gênero deliberativo volta-se para o futuro a fim de aconselhar ou desaconselhar; o gênero epidítico situa-se no presente com a finalidade de elogiar ou de censurar; o gênero judiciário tem função de acusar ou defender coisas passadas e, por isso, reflete sobre o passado.

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13 Contudo, Bakhtin demonstra ter percepção sobre a dificuldade do estudo de gêneros discursivos ao afirmar que:

A heterogeneidade funcional, como se pode pensar, torna os traços gerais dos gêneros discursivos demasiadamente abstratos e vazios. A isto provavelmente se deve o fato de que a questão geral dos gêneros discursivos nunca foi verdadeiramente colocada. Estudavam-se – e mais que tudo – os gêneros literários. Mas da Antiguidade aos nossos dias eles foram estudados num corte da sua especificidade artístico-literário, nas distinções diferenciais entre eles (no âmbito da literatura) e não como determinados tipos de enunciados, que são diferentes de outros mas têm com estes uma natureza verbal (lingüística) comum. (BAKHTIN, 1979/2003, p.262)

Com esse estudo, o filósofo soviético inaugura um novo momento de estudos dos gêneros com foco no discurso que, apesar da diversidade, pode ser classificado pela sua natureza verbal comum.

Ainda numa tentativa de postular uma concepção assentada no processo dialógico, Bakhtin, no capítulo citado, contrapõe a concepção de língua como um sistema fixo e estável a uma concepção de língua como atividade social, segundo a qual o essencial é o processo e o envolvimento dos parceiros na ação da linguagem dentro de uma perspectiva dialógica.

Atualmente, partindo das contribuições do autor soviético, os estudos sobre gêneros têm avançado muito e, como pontua Bhatia (2001), têm se tornado extremamente populares. Além disso, não está restrito a um campo ou grupo específico, mas cresceu a ponto de assumir uma relevância muito mais ampla do que foi imaginado.

Dessa forma, entendemos que o conceito de gênero do discurso postulado por Bakhtin refere-se à base dos estudos sobre gêneros, como compreendemos atualmente, portanto, servirá de embasamento para esta pesquisa.

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1.2 Os gêneros textuais

Bakhtin (1979/2003) afirma que é por meio de enunciados concretos e únicos que a vida entra na língua, ou seja, os enunciados são unidades reais da comunicação que emanam de um determinado indivíduo de uma determinada esfera de atividade humana.

Essas esferas são incontáveis e inúmeras, pois estão relacionadas com a vida e, consequentemente, com toda a sua mudança histórica e social, e, toda vez que um indivíduo, integrante de uma determinada esfera, se comunica, ele o faz por meio de enunciados que revelam as características individuais do falante/escritor, bem como do campo em que estão inseridos.

Nesses campos se constituem “tipos relativamente estáveis de enunciados”, ou seja, os gêneros discursivos que nascem com a finalidade de atender determinadas condições comunicativas e facilitar a comunicação entre os seus integrantes. Por isso, os gêneros só podem ser compreendidos dentro da esfera de atividade humana em que se constituem, pois fora dela perdem seu caráter sócio-histórico que é fundamental para entendê-los como atos sociais que “regulam” e organizam a vida social.

Dada a heterogeneidade dos gêneros discursivos, é impossível designá-los de forma precisa ou haver um único plano para o seu estudo. Prevendo essa dificuldade, Bakhtin realça a importância de definir a natureza dos enunciados:

Não se deve, de modo algum, minimizar a extrema heterogeneidade dos gêneros discursivos e a dificuldade daí advinda de definir a natureza geral do enunciado. Aqui é de especial importância atentar para a diferença essencial entre os gêneros discursivos primários (simples) e secundários (complexos) – não se trata de uma diferença funcional. Os gêneros discursivos secundários (complexos – romances, dramas, pesquisas científicas de toda espécie, os grandes gêneros publicísticos, etc.) surgem nas condições de um convívio cultural mais complexo e relativamente muito mais desenvolvido e organizado (predominantemente o escrito) – artístico, científico, sociopolítico, etc. No processo de sua formação eles incorporam e reelaboram diversos gêneros primários (simples), que se formaram nas condições de comunicação imediata. (BAKHTIN, 1979/2003, p.263)

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15 que podem ser controlados diretamente na situação discursiva; os gêneros secundários – aqueles que, geralmente, são mediados pela escrita, que fazem parte de um uso mais oficializado da linguagem, os quais, por essa razão, não possuem o imediatismo do gênero anterior.

Assim, os gêneros primários são incorporados pelos gêneros secundários que, em razão do seu processo de formação mais elaborado, tornam-se mais complexos e perdem o vínculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheios, como é o caso da réplica do diálogo cotidiano no romance, já que passam a incorporar o significado habitual apenas no plano artístico-literário.

Por isso, Bakhtin destaca a importância de se estudar a natureza do enunciado e a diversidade de formas de gênero nos mais diversos campos da atividade humana e adverte que:

O desconhecimento da natureza do enunciado e a relação diferente com as peculiaridades das diversidades de gênero do discurso em qualquer campo da investigação lingüística redundam em formalismo e em uma abstração exagerada, deformam a historicidade da investigação, debilitam as relações da língua com a vida. (Bakhtin, 1979/2003, p. 264-265)

Bakhtin defende que os gêneros são compostos pelos seguintes elementos: estrutura composicional, conteúdo temático e estilo.

A estrutura composicional refere-se a arcabouços composicionais criados a fim de auxiliar na identificação e diferenciação dos diversos gêneros produzidos por uma comunidade. Entretanto, funcionam apenas como esboços e, portanto, são plásticos e estão sempre em constante mudança, refletindo, assim, as transformações históricas e as transformações sofridas pela própria esfera ao longo do tempo.

O conteúdo temático não é indiferente às características da sua esfera, ou melhor, ele as “revelam”, por essa razão é determinado por seu objeto discursivo e por sua finalidade discursiva que funcionam como orientadores para com os participantes da interação.

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16 uniformização do estilo, há traços ainda que superficiais ou quase biológicos da individualidade do falante, como salienta o autor.

Sobre as características estilísticas dos gêneros e a sua relação com a interação, destacamos a observação de Brait (2002), para quem:

“o estudo da dimensão estilística, nada tem a ver, por um lado, com desvio, ou unicamente com as especificidades da obra literária, na medida em que estilo é pensado em toda e qualquer forma de comunicação” e por “outro, nada tem a ver com autor biográfico, com aspectos psicológicos ou psicologizantes, mas com um enfoque específico sobre o discurso, os textos, as formas lingüísticas, enunciativas, discursivas que, reiteradas, modificadas, retomadas, apontam para o estilo genérico (aspectos que podem caracterizar um determinado conjunto de textos que formam um gênero), ou estilo da época, ou ainda, para o enunciador, “efeito desse conjunto”, “efeito de sujeito”, e que Foucault denomina “função autor. (BRAIT, 2002, p 137)

A afirmação da autora põe em relevo aspectos importantes das características estilísticas contidas em um gênero, pois é na relação interação/gênero/estilo que podemos perceber seu contexto histórico, situacional, a esfera da atividade humana em que se encontra engendrado e como as relações sociais acontecem dentro dessa esfera.

Ainda é importante observar que, de acordo com Bakhtin, todo enunciado é individual por refletir o estilo particular de um falante ou de um escritor, porém, na sua grande maioria, o estilo individual é apenas um produto complementar do enunciado, pois, em cada campo da atividade humana, existem e são empregados gêneros e são a estes gêneros que correspondem determinados estilos. Consequentemente, as mudanças históricas dos estilos de linguagem estão ligadas às mudanças dos gêneros de discurso, já que, conforme ocorrem mudanças na vida social, essas refletem de modo mais imediato, preciso e flexível nos gêneros de discurso.

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Estas formas de interação verbal acham-se muito estreitamente vinculadas às condições de uma situação social dada e reagem de maneira sensível a todas as flutuações da atmosfera social. (Bakhtin, 1929/1986, p.42)

O autor ainda nota que “cada época e cada grupo social tem seu repertório de formas de discurso na comunicação sócio-ideológica.” (Bakhtin, 1929/1986, p. 43)

Essas afirmações compreendem o gênero como fenômeno social e, portanto, como propõe Marcuschi (2002), precisam ser analisados como produto de um trabalho coletivo que tem por função organizar as atividades comunicativas do campo em que se constituiu.

Portanto, não é possível definir os gêneros ou classificá-los dentro de uma perspectiva reducionista e, sim, compreendê-los como práticas ligadas à vida social e, consequentemente, às transformações vividas pelas esferas em que emergem e também por aquelas sofridas pela sociedade.

Com o objetivo de ressaltar esse caráter sócio-histórico dos gêneros, é válido realçar o conceito de gêneros como ação social, postulado por Bazerman (2005) e, por conseguinte, apreendê-los como categorias sócio-históricas, já que, como salienta o autor, estão sempre em constante mudança e são o que as pessoas reconhecem como gêneros em um determinado momento do tempo.

Nos estudos de Bazerman sobre gêneros, destaca-se o papel fundamental do homem que, como um ser social integrado, utiliza-se dos gêneros com o objetivo de organizar suas relações, hierarquizá-las num contexto social, partilhando, desse modo, significados e facilitando a comunicação dentro da esfera social que se encontra inserido, ou seja, o ser humano age colaborativamente por meio dos gêneros.

Porquanto, gêneros são:

(...) o que nós acreditamos que eles sejam. Isto é, são fatos sociais sobre os tipos de atos de fala que as pessoas podem realizar e sobre os modos como elas os realizam. Gêneros emergem nos processos sociais em que pessoas tentam compreender umas às outras suficientemente bem para coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus propósitos práticos. (Bazerman, 2005, p. 31)

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18 atividade em que estão vinculados, refletem condições específicas e finalidades de cada campo, e são caracterizados por seu conteúdo temático, pela sua construção composicional e pelo seu estilo

1.3 Propósito comunicativo

É conveniente para a compreensão de gêneros e a sua relação intrínseca com a comunidade discursiva ou, como apresentado até aqui, com a sua esfera de atividade humana, o conceito de propósito comunicativo, visto que a escolha do gênero está relacionada ao propósito pretendido na comunicação.

Segundo Swales (1990), é o propósito comunicativo que conduz as atividades linguísticas da comunidade discursiva e ainda serve como critério prototípico para a identificação do gênero. Esse conceito pode ser aplicado na compreensão de gêneros como eventos comunicativos desenvolvidos para atender uma determinada finalidade.

Portanto, para o autor, o conceito de propósito comunicativo é o critério privilegiado na definição de gênero, molda o gênero determinando sua estrutura e também as escolhas relativas ao conteúdo e ao estilo

Swales ainda observa que, os gêneros, como eventos comunicativos, são reconhecidos por sua relativa estabilidade e que se desenvolvem por um período de tempo até que sejam considerados prototípicos para atender um propósito comunicativo.

A afirmativa nos ajuda a compreender os gêneros como eventos históricos e culturalmente sensíveis que se desenvolvem para atender um propósito comunicativo e se estabelecem dentro da sua comunidade discursiva ao longo do tempo, precisando de validação e aceitação dos membros da comunidade discursiva.

1.4 Esfera de atividade humana ou comunidade discursiva

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19 organizar as atividades comunicativas das esferas de atividade ou comunidades discursivas, como designou Swales (1990).

Quando dominamos um gênero textual, não dominamos uma forma lingüística, mas uma forma de realizar linguisticamente propósitos específicos em situação sociais particulares, se entendermos gêneros como textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões comunicativos característicos, definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas, conforme Marcuschi (2010).

Esses propósitos comunicativos, conforme dito no tópico anterior, são definidos pelas esferas a que se encontram vinculados e pela demanda dessas comunidades em atender novas formas de comunicação.

Logo, a apropriação de um gênero está vinculada à socialização, a práticas comunicativas, pois, quando apreendemos um gênero, apreendemos um modo de agir sobre o mundo, uma forma de nos comunicarmos e partilharmos conhecimento com outros. Além disso, assimilamos as estruturas e formas de organização social o que nos auxilia na inserção social.

Segundo Bhatia (2001):

É esse conhecimento convencionado do modo como os gêneros são construídos, interpretados e usados dentro das comunidades discursivas específicas que confere a seus membros reconhecidos uma vantagem sobre os outros que são estranhos. (Bhatia, 2001, p. 105)

É por meio desse conhecimento convencionado que podemos estabelecer, por exemplo, nossas relações profissionais, saber quais gêneros são utilizados em determinados campos do saber já que algumas comunidades são mais resistentes e perpetuam-se, transmitindo de geração a geração formas bastante padronizadas.

Este conhecimento acordado entre os participantes de um determinado domínio discursivo vão, ao longo de tempo, se estabilizando e se institucionalizando com propósitos e efeitos definidos e claros. Entretanto, ainda de acordo com Bhatia:

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formas para responder a contextos retóricos familiares ou nem tão familiares assim (Bhatia, 2001, p. 105)

Isso ocorre dada a dinamicidade e a elasticidade dos gêneros que, por serem fenômenos sociais, são maleáveis e vão se transformando na linha do tempo ou se adaptando a novos contextos sociais.

1.5 Gênero institucional

De acordo com Beltrão (1998), o discurso empresarial ou, como aqui denominamos, institucional, ou seja, que circula na comunidade discursiva empresarial (empresas, comércios, instituições etc.) abrange inúmeros gêneros textuais, tais como relatórios, balanços, notas fiscais, avisos, comunicados internos, cartas, etc. que foram criados com propósitos bastante específicos e estabelecidos a partir de uma demanda da esfera em questão.

Entendemos por gênero institucional aqueles que circulam no meio empresarial ou em qualquer órgão público, associação ou instituição que fazem circular correspondências que tratem de assuntos empresariais, como as correspondências que circulam dentro de uma universidade, objeto de estudo neste trabalho.

Com o objetivo de verificar as características desse gênero é necessário verificar as peculiaridades da comunidade em que atua e, para isso, utilizamos os critérios levantados por Swales (1992) para definir comunidade discursiva.

O primeiro critério refere-se a um conjunto perceptível de objetivos, já que as empresas ou instituições em geral possuem seus propósitos comunicativos bastante definidos, entre eles, facilitar a comunicação interna e concomitantemente a comunicação externa e, assim, alcançar o lucro ou o sucesso.

Em qualquer área em que atuem, todos desejam viabilizar os seus negócios e, portanto, os gêneros que circulam na esfera institucional têm seu propósito bem específico, além de orientar e organizar a correspondência de uma determinada instituição, a fim de aperfeiçoar e facilitar a sua comunicação .

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21 entre seus cooperados e demais empresas. Dessa forma, é preciso viabilizar maior integração por parte dos seus integrantes, dentro e fora da empresa.

O terceiro critério trata do uso de mecanismos de participação, o que atualmente está bastante em voga. A idéia de participação e de cooperação está cada vez mais forte no mundo empresarial, levando em conta que, com avanços tecnológicos, com a globalização e o acirramento cada vez maior do mercado, é preciso pensar em funcionários que cooperem cada vez mais com o objetivo da empresa e para isso é preciso pensar nesse funcionário como um cooperado ou um participante ativo.

Com isso, as empresas estão cada vez mais criando mecanismos que visem maior participação por parte dos seus cooperados na estrutura e organização da empresa, pois muitas instituições já perceberam que o sucesso para os seus negócios e uma maior participação no mercado passam pelo aumento da participação dos seus funcionários.

Isso é bastante pertinente, já que a empresa ou a instituição são constituídas por pessoas físicas, seres humanos que participam com menor ou maior intensidade ou responsabilidade dos propósitos e operações dessas instituições. Sendo assim, a relação de participação dos cooperados dentro de uma instituição e a participação desta no mercado de atuação encontram-se necessariamente integrados.

O quarto critério refere-se à seleção de gêneros textuais, já que o que caracteriza uma comunidade como tal é exatamente o fato de dominar um conjunto de gêneros que são comuns entre os seus membros e que, em alguns aspectos, se diferenciam de outros conjuntos de textos utilizados por outras comunidades discursivas.

O quinto critério diz respeito à aquisição de uma terminologia específica que vai ao encontro do conceito de comunidade discursiva, uma vez que as esferas são caracterizadas pelo modo como os participantes criam formas e termos bastante específicos da área. Aliás, essa é uma das razões de haver dicionários específicos para algumas áreas.

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22 Bakhtin destaca a importância da organização hierárquica na produção comunicativa e nota que:

Uma análise mais minuciosa revelaria a importância incomensurável do componente hierárquico no processo de interação verbal, a influência poderosa que exerce a organização hierarquizada das relações sociais sobre as formas de enunciação. (Bakhtin, 1929/1986, p. 43)

Portanto, a estrutura hierárquica vai orientar e ao mesmo tempo se revelar na produção comunicativa da esfera em que se desenvolveu, pois a hierarquização da empresa, sendo clara ou mais dissimulada, servirá como balizador dos que estão autorizados a fazer uso dela e o modo como o farão.

Essa afirmação pode ser melhor explicitada da seguinte forma: dentro de uma empresa existem membros que estão autorizados a realizarem certas solicitações que não convém a outros. Além disso, tais solicitações são requeridas a instâncias superiores que, por sua vez, estão autorizadas a aceitar ou negar tal requisição.

Desse modo, a instituição possui uma hierarquia que diz respeito à essência das comunidades sociais, pois são elas as responsáveis pela definição de papéis e de funções delimitando, assim, os graus de poder, de participação ou de responsabilidade entre os seus membros.

Como observa Zanotto:

Diferentemente, entre as pessoas que constituem a organização de uma empresa, as posições de mando ou subserviência são normalmente bem solidificadas e explicitadas (em planos de carreira, normas internas etc.). Sabe-se quem manda e quem obedece e a quem obedecer. (Zanotto, 2005, p. 66)

Como já notamos anteriormente, essas posições hierárquicas se refletem nos textos que circulam nas comunidades discursivas e, ainda de acordo com Zanotto, podem ser constatadas na análise das posições de mando nos textos e na diferenciação dos textos de acordo com uma direção, que pode ser:

• ascendente – destinado aos superiores • descendente – dirigido aos subordinados

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23 Com base nessas considerações, podemos dizer que as comunidades discursivas são comunidades sociais, constituídas por membros que interagem entre si por meio de vários gêneros textuais, com propósitos comunicativos bastante definidos e aceitos por seus membros.

Nesse quadro, destacam-se os gêneros – sua estrutura composicional, seu conteúdo temático e seu estilo – que nos permitem conhecer e distinguir os papéis, as relações, a organização e as atividades desenvolvidas dentro das esferas em que essas produções foram criadas.

Isso porque dentro da comunidade discursiva empresarial ou institucional circulam os gêneros institucionais que têm por finalidade organizar as ações comunicativas dentro de sua esfera e, por isso, projetam as relações comunicativas que costumam ser padronizadas e com uma linguagem mais formal, pois tem por fim destacar a fala institucional.

Essa linguagem institucional, por exprimir a marca da instituição, precisa ser imparcial e objetiva para, assim, dar credibilidade e manter um aspecto de distanciamento do falante/escritor.

Portanto, trata-se de uma linguagem formal, mais técnica e refere-se ao trabalho, à revisão e, principalmente, ao apagamento dos traços pessoais do falante ou escritor, apresentando características de uma linguagem cuidada na variedade culta padrão e, normalmente, são encontrados em textos oficiais, empresariais, institucionais, técnicos.

A formalidade na linguagem é mais usual em textos escritos, porém não é excludente e por isso podemos encontrá-lo na oralidade também, como em casos de palestras, saudações solenes ou comunicações formais.

Segundo Zanotto:

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formal devemos nos espelhar nos textos que preenchem condições para assim serem qualificados. É a subordinação à lei maior da linguagem: o uso. Os membros de uma comunidade discursiva compartilham hábitos aos quais deve aderir quem quiser nela inserir-se. (Zanotto, 2003, p. 18-19)

Esse conceito é importante para comprovar a idéia de como a comunidade discursiva define e estabelece suas próprias normas que os seus participantes precisam conhecer para que seus textos sejam aceitos pela sua comunidade. Além disso, podemos constatar que este conceito não serve apenas para o nível formal, mas aplica-se a todas as realizações da linguagem. .

Entretanto, como observa Silveira (2005):

(...) mesmo envolvendo regularidades, tipificações e restrições, os gêneros são passíveis de flexibilização, admitindo certa liberdade e fluidez nas suas realizações, dependendo do contexto enunciativo (Silveira, 2005, p. 79)

Portanto, apesar dos gêneros em sua maioria possuir características padronizadas e tipificadas, ao se adaptarem a novos contextos e diversas situações comunicativas, ganham novas estruturas e novas formas discursivas mais dinâmicas e flexíveis.

Assim também os níveis de linguagem dizem respeito às adaptações que o falante faz da linguagem a fim de adequá-las a diferentes circunstâncias e contextos sociais, como em situações cotidianas escrevemos ou falamos de forma mais simples, sem muita formalidade.

Isso acontece quando falamos ou escrevemos para pessoas que conhecemos, pessoas que fazem parte do nosso cotidiano. Também ocorre quando escrevemos um bilhete, recados e também em textos humorísticos ou que carregam marcas da oralidade.

E como Zanotto (2003) observa de forma pertinente, a informalidade é uma marca bastante evidente nos e-mails e equivale à linguagem pessoal, familiar, coloquial.

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25 telefonema ou o bilhete e, por isso perdem, em muitos momentos, a estrutura de um gênero institucional e ganham uma linguagem mais informal e cotidiana.

1.6 A Internet

Em certo sentido, pode-se dizer que, na atual sociedade da informação, a internet tornou-se um padrão de novas formas de comportamento comunicativo em que a rapidez da veiculação e sua flexibilidade lingüística aceleram a penetração entre as demais práticas sociais.

Segundo Crystal (2005, p. 75), “A aquisição da Internet pelo público foi o terceiro elemento1 que contribuiu para o caráter linguístico revolucionário da década de 1990”. Ela trouxe novas formas de interação humana, condicionadas pela capacidade linguística produtiva (através do teclado) e pela capacidade linguística de recepção (através da tela).

Segundo o autor:

A internet nos proporcionou um meio lingüístico novo, que oferece uma escala completamente nova de possibilidades de expressão, com dimensões inéditas de variação estilística e formas novas de enfocar o uso da língua. (Crystal, 2005, p. 103)

Para Crystal, trata-se de um acontecimento revolucionário já que vem mudando o comportamento lingüístico das pessoas como podemos notar na linguagem quase própria do veículo que, por seu caráter eletrônico, tem se mostrado cada vez mais global e interativo. Ainda, como constata o autor, são essas propriedades que trazem mais mudanças no tipo de linguagem encontrado nela.

O avanço da tecnologia em decorrência da agilidade e competitividade que o mercado exige nos permite encontrar softwares cada vez mais eficientes e integrados, o que diminui quase que totalmente problemas de incompatibilidade e admite cada vez mais interatividade entre os seus participantes de maneira que nenhum outro veículo consegue alcançar. Por isso, parece apropriado falar em “revolução”, como admite Crystal.

(26)

26 Portanto, segundo observações pertinentes de Marcuschi (2002), um dos aspectos mais importantes da internet é a noção de interação social que ela traz, pois criou uma imensa rede social (virtual) que liga os mais diferentes indivíduos pelas mais diversificadas formas numa velocidade admirável, possibilitando que um número sem precedentes de pessoas entrem em contato umas com as outras por meio de uma série de técnicas, como destaca Crystal, dentre elas, podemos identificar o e-mail.

1.7 E-mail

1.71 E-mail: surgimento

O nascimento do e-mail remonta ao início da década de 70, quando Ray Tomlinson enviou a primeira mensagem de um computador para outro, utilizando o programa SNDMSG que ele acabara de desenvolver.

Foi também Tomlinson quem escolheu o símbolo @ para sinalizar a localização do endereço de cada usuário. Ele trabalhava para a Bolt Beranek and Newman (BBN), uma companhia que fora contratada, em 1968, pelo Departamento de Defesa Americana para desenvolver o ARPANET.

Segundo Paiva (2004), após certificar-se que seu programa funcionava, Tomlinson enviou uma mensagem aos colegas do projeto, narrando o feito e instruindo-os a colocar a arroba entre o login do usuário e o nome do computador provedor. O primeiro uso do correio em rede, diz Tomlinson, anunciou sua própria existência. Além do SNDMSG, programa para enviar e-mails, Tomlinson também desenvolveu o READMAIL para sua leitura.

(27)

27 1.72 E-mail: características

Marcuschi (2002) observa que o e-mail é uma forma de comunicação escrita normalmente assíncrona que possibilita a troca de mensagens entre usuários do computador. Em algumas situações pode apresentar uma diferença mínima de tempo entre o envio e a resposta, permitindo, dessa forma, uma interação mais dinâmica entre seus interactantes.

Para Paiva (2004), uma das formas de manter uma boa interação na comunicação via e-mail é seguir algumas regras, as netiquetas.

As netiquetas funcionam como um conjunto de regras de etiqueta na Internet. Regras que refletem as normas de bom senso à convivência de milhões de usuários na rede, no sentido de manter uma relação sempre equilibrada pela educação, principalmente em ambientes profissionais, no qual qualquer mensagem que não esteja clara ou que fuja dos padrões das netiquetas pode ter um resultado desastroso, tanto para o convívio entre os funcionários, quanto para a eficiência e eficácia das relações com os clientes.

Dessa forma, podemos afirmar, orientados pelos estudos de Paiva e Marcuschi, que a sua característica essencial é encaminhar mensagens, criar interação forma dialógica.

1.73 E-mail: suporte

(...) é necessário reservar um lugar importante ao modo de

manifestação material dos discursos, ao seu suporte, bem como ao seu modo de difusão: enunciados orais, no papel, radiofônicos, na tela do computador etc. (Maingueneau 2004, p 71)

Amparados nesta afirmativa, podemos observar a importância do suporte para o gênero, já que ele é imprescindível para que o gênero circule na sociedade e deve, portanto, de alguma forma interferir no discurso.

(28)

28 Essas noções básicas sobre suporte nos auxiliam a compreender como eles podem influenciar o gênero suportado, já que há uma relação de interdependência entre o discurso e o suporte, tendo em vista que o último mostra o primeiro e, portanto, pode determinar a distinção que aquele recebe.

De acordo com Paiva, o termo e-mail (electronic mail) é utilizado, em inglês, para o sistema de transmissão, ou seja, para o suporte e, por metonímia, para o texto produzido para esse fim. O mesmo termo é ainda utilizado para o endereço eletrônico de cada usuário.

Encontramos em Marcuschi a mesma ideia, quando se refere ao programa

Outlook como suporte. O autor observa que o Outlook por ser um programa que veicula mensagens consiste em um suporte para envio de cartas pessoais configuradas pelo autor, como gêneros.

Neste trabalho, nosso intento é observar o gênero institucional postado via e-mail. Entendemos, portanto, o e-mail como um suporte que permite a veiculação de mensagens eletrônicas das mais diversas possíveis, pois, dentro desse suporte, circulam inúmeras mensagens de caráter extremamente diverso, de extensão e propósito variados. Usando exemplo de Marcuschi, a carta pessoal deve ser considerada um gênero que pode ser encaminhada por correio ou por e-mail e, que, nesse caso, continua sendo uma carta pessoal, mas em um suporte diferente com características próprias do meio de transporte.

Levy (2000) observa que:

Para entender melhor o interesse despertado pelo correio eletrônico (“e-mail”, em inglês), é preciso compará-lo ao correio tradicional e ao fax. Em primeiro lugar, as mensagens recebidas em uma caixa postal eletrônica são obtidas em formato digital. (Levy, 2000, p 95)

Essa idéia vem legitimar o e-mail como um suporte que permite um gênero circular pela sociedade. Tal constatação é reforçada quando analisamos os gêneros institucionais que circulam por meio de e-mails. Eles se constituem como discurso institucional, com propósitos comunicativos definidos e completamente distintos de cartas pessoais.

(29)

29 Observando as produções veiculadas virtualmente, é possível perceber que os gêneros textuais desse novo ambiente são similares a gêneros existentes em outros ambientes na modalidade oral e escrita.

Isso quer dizer que os gêneros produzidos na Internet transmutam de maneira bastante complexa gêneros preexistentes, desenvolvendo alguns novos e mesclando vários outros.

Visto que, como ressalta Crystal, as práticas comunicativas no mundo da internet ainda são novas e, por isso, não possuem regras, no sentido de modos de comportamentos universalmente aceitos e estabelecidos pelo uso de gerações, há um confronto entre as práticas socialmente constituídas na língua falada e na escrita no contexto virtual.

1.74 E-mail: o contexto institucional

Tencionando analisar os gêneros institucionais postados via e-mail, é importante analisar os ambientes em que eles surgem, pois, como nota Marcuschi (2005), todas as tecnologias comunicacionais geram ambientes novos e meios novos de se comunicar.

Esse novo contexto não passou despercebido pelo mundo empresarial que, prioriza a interação entre seus colaboradores, entre fornecedores e clientes, entre outros.

Além disso, num mundo globalizado, em que o conhecimento e a informação se tornaram essenciais para o sucesso empresarial, as empresas precisam cada vez mais que a interação entre os seus funcionários e executivos seja eficaz e rápida para, assim, aperfeiçoarem cada vez mais os seus setores e, consequentemente, a sua relação com o cliente.

No âmbito institucional, o e-mail tornou-se um suporte para a produção de textos que vem ao longo do tempo se institucionalizando e se tornando um importante aliado para o mundo empresarial em razão da sua rapidez e versatilidade que permite encaminhar diversos tipos de documento, desde a divulgação de normas ou simples comunicados a relatórios técnicos.

(30)

30 todo o trabalho de fazer fotocópias do documento, a fim de encaminhá-lo para inúmeros contatos. Como nota Levy:

Se cada membro de um grupo de pessoas possui a lista dos endereços eletrônicos dos outros, surge a possibilidade de comunicação de coletivo para coletivo: cada um pode emitir para a totalidade do grupo e sabe que os outros também terão recebido as mensagens que ele lê. (Levy, 2000, p. 95)

Trata-se, portanto, de um suporte que permite a veiculação de incontáveis tipos de gêneros para um número imenso de pessoas com bastante eficiência e rapidez, o que facilita muito a comunicação dentro das corporações. Por isso, a sua enorme propagação na comunidade institucional.

(31)

31

2 APRESENTAÇÃO DO

CORPUS

Como apresentamos anteriormente, o objetivo deste trabalho é analisar os gêneros institucionais e, assim, destacar a sua importância nas relações comunicacionais dentro da esfera de atividade humana em que circula, porém, dentro de um novo suporte que, possui algumas especificidades. Para tanto, selecionamos um conjunto de gêneros que permitem, por meio da análise da sua estrutura composicional, seu conteúdo temático e seu estilo, verificar como essas práticas comunicativas tão padronizadas e engendradas na sua comunidade discursiva apresentam traços específicos do meio que as transporta.

O corpus selecionado refere-se a diversos tipos de comunicados elaborados pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia foi criado em 1977, em nível de mestrado e o doutorado a partir de 2000, tornando-se o segundo curso de doutorado em Filosofia na capital de São Paulo e, hoje em dia, está vinculado à Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes.

Atualmente, o programa possui aproximadamente cento e vinte alunos matriculados, no mestrado e no doutorado, contando com um corpo docente de onze professores permanentes e quatro participantes. No último triênio 2007-2009 o PEPG em Filosofia da PUC-SP foi avaliado com nota “5” pelo Conselho Técnico Científico da CAPES.

O PEPG em Filosofia é formado por um colegiado, constituído pelo corpo docente permanente, por um Coordenador e por um Vice-Coordenador.

Além disso, o programa conta com uma secretária, responsável por assessorar a coordenação e intermediar os procedimentos administrativos e acadêmicos, como orientação aos candidatos e acompanhamento da carreira acadêmica dos alunos; apoio as professores do programa; planejamento semestral do programa, organização do processo seletivo, etc.

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32 Nesse contexto, foi selecionado um conjunto de mensagens encaminhadas via e-mail, na sua grande maioria, pela secretária do Programa com propósito de informar, solicitar e comunicar diversas informações, acontecimentos e procedimentos aos demais integrantes dessa rede formada pela Pós-Graduação da PUC-SP, constituída por professores e alunos do programa e demais setores.

Para seleção dos comunicados, observamos as formas de interação que ocorrem dentro de um programa de pós-graduação e entre os setores externos, a fim de analisarmos como os gêneros institucionais ocorrem no suporte e-mail, considerando o grau de intimidade e hierarquia entre seus interactantes.

Para isso, separamos duas mensagens de cada tipo de comunicados: são eles: comunicados internos ao setor, comunicados entre setores, comunicados de expediente e comunicados de divulgação. Totalizando oito mensagens.

Considerando a interação proporcionada pelo e-mail, que permite uma rápida resposta, levantamos também algumas respostas das mensagens enviadas a fim de ressaltar a interação dinâmica proporcionada por este .suporte.

Apresentadas a seguir, são mensagens foram produzidas entre junho a novembro de 2010.

2.1 Comunicados internos ao setor

Os comunicados internos ao setor referem-se aos e-mails veiculados entre os integrantes do setor, ou seja, são correspondências postadas entre os membros do Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia: funcionário, professores e alunos.

São comunicados com finalidade de esclarecer dúvidas acadêmicas dos alunos ou professores; informar datas de matrícula, entrega de relatórios de bolsistas ou parecer realizado por professores; solicitações encaminhadas aos professores ou alunos; etc.

Comunicado 01

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35 Resposta ao comunicado 01 é caracterizada pela justificativa de uma professora encaminhada à secretária do PEPG em Filosofia para a sua ausência na reunião ordinária do colegiado em virtude de um colóquio que se realizará em Buenos Aires.

Em virtude da resposta que foi encaminhada à secretária do programa, entendemos se tratar de um comunicado interno ao setor, já que a professora envia a justificativa à funcionária e inclui novas informações, como a reserva de sala de aula e a confirmação do aviso aos alunos:

Resposta ao comunicado 01

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olá, XXXXXX,

vou na terça f. para Buenos aires num colóquio gde, portanto não estarei na reunião, mas

parece que não há nada de tão urgente, felizmente.

Em anexo: carta-convite para B. aires.

Carta convite para paris e programação do colóquio s. ricoeur. Essa última, v. pode afixar.

Obrigada pela reservação de sala. No seu último e-mail, você disse que avisou todos

os...professores! espero que sejam todos os alunos!

grata, abraço,

(36)

36 Comunicado 02

O comunicado 02 diz respeito à troca de mensagens entre a secretária e um aluno que solicita informações quanto ao prazo para depósito de sua tese de doutorado e a resposta encaminhada pela funcionária.

A mensagem traz o pedido de esclarecimentos a cerca da realização da matrícula, já que, segundo o aluno, a tese já foi encaminhada ao orientador para os últimos ajustes e tem previsão de depósito e defesa ainda em 2010.

Essa mensagem faz referência a uma mensagem anterior encaminhada aos alunos do programa a fim de comunicá-los sobre os prazos para a realização da matrícula acadêmica para o 1º semestre de 2011, conforme podemos verificar logo no campo “Assunto”.

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Olá, XXXXXX, tudo bem?

Enviei a tese para o Prof. Ivo e, muito provavelmente, a depositarei ainda este ano. Na

verdade, minha idéia é defendê-la antes do fim do ano. Assim, gostaria de saber se preciso

realizar a matrícula referente ao próximo semestre.

Abração

XXX

A segunda mensagem refere-se ao esclarecimento da secretária a dúvida do aluno. Ela comunica o discente sobre os procedimentos adotados pela instituição, ou seja, os alunos que pretendem depositar as suas dissertações ou teses até o dia 31 de março de 2011 não precisam realizar a matrícula.

(37)

37 Na resposta ao comunicado dois a secretária esclarece a dúvida do aluno e informa que, por causa aos prazos permitidos pela instituição, o aluno tem um limite até março do próximo ano para depositar sua tese sem necessidade de realização de matrícula:

Resposta ao comunicado 02

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Olá, XXX,

Se você pretende depositar a sua dissertação até o dia 31 de março de 2011, não é necessário realizar a matrícula.

Abraços

XXXXXXX

Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia PUC/SP

Rua XXXXXXXXXX, XXXX, Xº andar, sala XX-XX XXXXXXX - XX

CEP: XXXXX-XXX

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38

2.2 Comunicados entre setores

Os comunicados entre setores referem-se à correspondência postada entre o Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia e outros setores vinculados à instituição.

São mensagens de caráter institucional que nos permitem verificar a estrutura da instituição e, consequentemente, os níveis de hierarquia da pós-graduação.

Essas mensagens, na sua grande maioria, diz respeito a solicitações diversas; esclarecimento de dúvidas sobre procedimentos acadêmicos; encaminhamento de documentos, requerimentos; etc.

Comunicado 03

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39

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Prezados (as) Conselheiros (as)

Por solicitação do Prof. Dr. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Presidente da Câmara de Pós-Graduação e Pesquisa, convidamos Vossas Senhorias para a reunião extraordinária da Câmara de Pós-Graduação e Pesquisa, a realizar-se no próximo dia 9 de novembro, excepcionalmente às 9:00 horas, na sala 119-A, 1º andar do Edifício Reitor Bandeira de Mello.

Informamos que a pauta será fechada para a votação final do Regulamento Geral da Pós-Graduação.

Anexamos material consolidado pelo Prof. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, o qual será instrumento de análise.

Atenciosamente.

Secretária da Câmara de Pós-Graduação e Pesquisa

(XX) XXXXXX.XXXXX

(40)

40 A resposta ao comunicado 03 é caracterizada pela justificativa da ausência do coordenador do PEPG em Filosofia na reunião extraordinária, tendo em vista, se tratar de um compromisso que não estava agendado. Por isso, o professor já possuía outro evento para a data e hora:

Resposta ao comunicado 03

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Prezada XXXXX,

Justifico a ausência do Prof. Dr XXXXXXXXXXXXXXXXXXX que não poderá comparecer na Reunião, pois ele tem consulta médica agendada para este dia e horário.

Atenciosamente,

XXXXXXX

Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia

PUC/SP

Rua XXXXXXXXXX, XXXX, Xº andar, sala XX-XX

XXXXXXX - XX

CEP: XXXXX-XXX

Fone: (XX) XXXXX-XXXX

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41 Comunicado 04

O comunicado 04 constitui-se de uma troca de mensagens entre o Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia que e a Secretaria de Dissertações e Teses referente ao ressarcimento de táxi a um professor que participou de uma banca de defesa e utilizou o serviço de táxi para se locomover do aeroporto à PUC-SP e vice versa.

Assim, mais uma vez, é possível verificar a estrutura da pós-graduação que prevê uma secretaria responsável pelos encaminhamentos e expedientes relacionados ao depósito e à defesa de dissertações e teses.

A mensagem refere-se ao pedido encaminhado por um aluno à funcionária do programa sobre informações quanto ao ressarcimento de despesas com táxi, pois o pagamento das despesas com transporte para o professor convidado para a banca de defesa foi pago pelo aluno que, agora, pede a compensação.

Mais uma vez, encontramos a presença da secretária como mediadora das relações do PEPG em Filosofia com os demais setores, pois o pedido de informações é encaminhado à secretária que, num segundo momento, encaminha ao setor responsável.

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A PUC paga pelo táxi Guarulhos/São Paulo-SP/Guarulhos do Prof. XXX? Estou com os

recibos do táxi. Em caso positivo, como devo encaminhar?

Obrigado,

XXXX

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42 A funcionária encaminha a solicitação ao responsável pela Secretaria de Dissertações e Teses solicitando subsídios a fim de atender a mensagem anterior. Para isso, ela pergunta se há possibilidade de ressarcimento do táxi, já que não se trata de um procedimento habitual do programa.

Resposta ao comunicado 04

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Olá, , tudo bem?

Há possibilidade do ressarcimento do táxi?

Grata

XXXXXXX

Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia PUC/SP

Rua XXXXXXXXXX, XXXX, Xº andar, sala XX-XX XXXXXXX - XX

CEP: XXXXX-XXX

(43)

43

2.3 Comunicados de expediente

Os comunicados de expediente referem-se a correspondências encaminhadas pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia aos professores, alunos, candidatos e dizem respeito a convocações, comunicações de reuniões, matrículas e demais atividades ou compromissos pertinentes a um programa de pós-graduação.

Esses comunicados permitem uma observação aprimorada das relações e atividades desenvolvidas pelo programa como, por exemplo, as reuniões do corpo docente do programa que visa deliberar sobre os assuntos e pendências do setor, divulgação de resultado de processo seletivo ou o comunicado do período em que os alunos deverão realizar as suas matrículas acadêmicas e, por conseguinte, como elas ocorrem.

Deste modo, esses e-mails “refletem” a forma de organização, as atividades e as relações entre os membros do programa e servem como demonstrador da organização interna do setor. Isso pode ser constatado no primeiro comunicado selecionado.

Comunicado 05

O comunicado 05 é composto por uma notificação aos candidatos aprovados no processo seletivo do 2º semestre de 2010 para o doutorado em Filosofia. É caracterizado por informações acerca da matrícula acadêmica, procedimentos quanto à orientação, escolha das disciplinas.

A mensagem ainda destaca os critérios para conclusão dos créditos exigidos pelo programa para a obtenção do título de Doutorado em Filosofia, o envio das ementas das disciplinas oferecidas na pós em Filosofia e as datas para a realização das matrículas.

Além disso, há uma notificação referente às datas para atendimento aos alunos, pois em uma das datas, o dia 15 de junho2, o programa não irá funcionar.

Apesar da mensagem não seguir com assinatura, podemos prever que ela foi encaminhada pela secretária do programa. Como já constatamos por meio dos

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45

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Prezado Candidato,

É com grande satisfação que comunicamos sua aprovação no processo seletivo do 2º semestre de 2010 para o DOUTORADO em Filosofia. Informamos que a matrícula se realizará de 15 a 17 de junho nos horários abaixo especificados. Peço, por favor, que se atentem para os horários das matrículas, pois no dia 15, em razão do jogo do Brasil, o horário é diversificado.

Aproveitamos para informar que a matrícula consiste na escolha das disciplinas que o aluno pretende cursar no semestre e na orientação, sendo que, orientador foi escolhido de acordo com a solicitação do candidato feito à banca e segundo o projeto apresentado pelo candidato na inscrição. Por isso, caso tenha orientador definido, é importante conversar com o futuro orientador sobre as disciplinas antes da efetuação da matrícula.

Os mestres titulados em outras áreas precisam cursar dois Seminários Avançados de Pesquisa e três disciplinas optativas. Para maiores informações sobre a estrutura do curso, pedimos que acessem o site http://www.pucsp.br/pos/filosofia/regula.htm.

Seguem, no anexo, as ementas das disciplinas que serão oferecidas no próximo semestre e desde já nos colocamos à disposição para qualquer tipo de esclarecimento referente à matrícula.

DATA de ATENDIMENTO para matrícula: 15 de junho – 09h30 às 12h00

16 de junho – 09h30 às 12h00 e das 13h30 às 17h00 17 de junho – 09h30 às 12h00 e das 13h30 às 17h00

Atenciosamente,

Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia PUC/SP

Rua XXXXXXXXXX, XXXX, Xº andar, sala XX-XX XXXXXXX - XX

CEP: XXXXX-XXX

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46 Comunicado 06

O comunicado 06 é composto por um novo chamado direcionado aos doutorandos do programa para se inscreverem no processo seletivo para concessão de bolsas, visto que, durante o período aberto pelo PEPG em Filosofia para a inscrição de candidatos às bolsas de doutorado, não houve nenhum registro. Portanto, em caráter excepcional, o programa oferecer nova data para cadastro de interessados.

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Prezados(as) Doutorandos(as),

Informamos que no período de solicitação de bolsas de estudos do PEPG em Filosofia, referentes ao 2º/2010, não recebemos pedidos de bolsas para doutorado. Porém, a cota de bolsas do programa prevê a concessão de uma bolsa para o doutorado.

Dessa forma, pedimos aos alunos interessados que enviem suas solicitações de bolsa até o dia 23 de agosto, próxima segunda-feira, até as 15h00, pois a Comissão de Bolsas deverá se reunir, em caráter excepcional, para deliberar sobre os pedidos recebidos.

Atenciosamente,

XXXXXXX

Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia PUC/SP

Rua XXXXXXXXXX, XXXX, Xº andar, sala XX-XX XXXXXXX - XX

CEP: XXXXX-XXX

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47

2.4 Comunicados de Divulgação

Os comunicados de divulgação referem-se a correspondências postadas pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia a toda comunidade pertencente à academia, principalmente, aos membros da pós-graduação e dizem respeito à divulgação de eventos e inúmeros acontecimentos na área acadêmica, em especial àquela que se encontra vinculada, ou seja, a área de Filosofia.

Desse modo, esses e-mails “refletem” a organização do corpo acadêmico, particularmente de filosofia e suas atividades científicas.

Essas mensagens, por se tratar de divulgações são encaminhamentos de eventos, publicações e chamadas para publicações em revistas ou apresentação de comunicações e conferências em eventos acadêmicos.

Muitos desses comunicados são encaminhados por setores da PUC-SP e externos à instituição que são repassados pela secretária do programa aos professores e alunos.

Comunicado 07

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Prezados:

Solicito ampla e irrestrita divulgação.

Atenciosamente,

XXXXXXX

VI COLÓQUIO PERSPECTIVAS EM EPISTEMOLOGIA CONTEMPORÂNEA

03 e 04 de novembro de 2010

XXXXXXX, Campus XXXXX, XXXXXX, XXXXXXX, Sala XXX

03/11, quarta-feira:

19h: "Conhecimento e raciocínio incorreto" XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXX) 20h: "Conhecimento Perceptual" XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXX) 21h: "Sobre o princípio de fecho epistêmico" XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXX)

04/11, quinta-feira:

19h: "Sobre a possibilidade do conhecimento de grupo" XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXX)

(49)

49 XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXX)

Promoção: Grupo de Pesquisa XXXXXXXXXXXXX e PPG em Filosofia da XXXXX Inscrições e informações: Secretaria do PPG em Filosofia da XXXXX, (XX)XXXX-XXXX

Solicita-se a doação de 1kg de alimento não-perecível para o XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXX

Secretária

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Av. XXXXXXXXX, XXXX - Prédio X, sala XXX

XXXXX-XXX XXXXXX XXXXXXX – XX

xxxxx@xxxxxx

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50 Comunicado 08

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XXXXXXX

Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia PUC/SP

Rua XXXXXXXXXX, XXXX, Xº andar, sala XX-XX XXXXXXX - XX

CEP: XXXXX-XXX

Fone: (XX) XXXXX-XXXX

e-mail: xxxx@xxxxx.xx

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G 1 3# ! 1

A "XXXXXX - XXXXXXXXXXXXXXX" (ISSN XXX - XXXXX E QUALLIS B5 )está recebendo artigos para suas futuras publicações. Os interessados favor enviar para o endereço Av. XXXXXXXXX, XXX - XXXXXXXX - XXXXXXX - XXXXX. CEP XXXXXX-XXX Aos cuidados de XXXXXXXXXXXXX. Os artigos deverão ser enviados em arquivo e impressos acompanhados de carta de direito autoral. Caso desejarem

podem enviar por e-mail para uma das opções: xxxx@xxxxxx.com.br, xxxxx@xxxxx.com.br ou xxxxxx@xxxxx.com.br. Seguem as normas de publicação que também podem ser encontradas no site

www.xxxxxxxxx.com.br .

1. O trabalho deve ser inédito e destina-se exclusivamente à revista, não sendo permitida a sua publicação anterior ou simultânea em outros veículos.

2. Os trabalhos aceitos para publicação tornam-se propriedade da revista, recebendo o autor, como direito autoral, 3 exemplares do respectivo volume.

(52)

52

3 ANÁLISE

Para analisar o corpus selecionado serão considerados, dos aspectos arrolados na fundamentação teórica: o conteúdo temático, a estrutura composicional e o estilo verbal dos comunicados apresentados no capítulo anterior. Os procedimentos adotados para análise do corpus são os seguintes:

Primeiramente, destacaremos os aspectos relevantes no que se refere ao conteúdo temático dos gêneros selecionados, a fim de verificar quais são os temas do corpus e a sua relação intrínseca com a comunidade discursiva em que se encontra engendrada.

Em seguida, será analisada a estrutura composicional dos comunicados em contraposição às características do suporte no qual circulam.

Por fim, observaremos os aspectos formais e informais do estilo dos comunicados que, assim como as estruturas, trazem marcas do suporte e-mail.

3.1 Conteúdo temático

Como dito anteriormente, o conteúdo temático de um gênero é determinado pela comunidade discursiva em que se constituem. Isso ocorre em virtude da finalidade comunicativa dos gêneros, pois dificilmente uma esfera vinculada ao ensino e à pesquisa abordará temas como solicitações de compra de equipamentos para pesagem de cargas ou relatórios técnicos sobre gastos com combustível para a frota de veículos.

Portanto, esperamos que em um contexto de universidade, especialmente em um setor de Pós-Graduação, os comunicados apresentem um conteúdo mais específico da área no qual se constituíram e atuam, já que, de acordo com os critérios de comunidade discursiva postuladas por Swales (1992), o que caracteriza uma comunidade como tal é exatamente o fato de dominar um conjunto de gêneros comuns aos seus membros e que, em alguns aspectos, se diferenciam daqueles utilizados por outras comunidades.

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