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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ NÚCLEO DE MEDICINA TROPICAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOENÇAS TROPICAIS

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

NÚCLEO DE MEDICINA TROPICAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOENÇAS TROPICAIS

SANDRA SUELY DA VEIGA BAIA

ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A INCIDENCIA DE DENGUE NOS MUNICÍPIOS DE SANTARÉM, TUCURUI E BRAGANÇA ( PARÁ ), NO PERÍODO DE JANEIRO/2007 A JULHO DE 2011.

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SANDRA SUELY DA VEIGA BAÍA

ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A INCIDÊNCIA DE DENGUE NOS MUNICÍPIOS DE SANTARÉM, TUCURUI E BRAGANÇA ( PARÁ ), NO PERÍODO DE JANEIRO/2007 A JULHO DE 2011.

Dissertação de Mestrado apresentada a banca examinadora do Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, do Núcleo de Medicina Tropical, da Universidade Federal do Pará, para a obtenção do título de Mestre em Doenças Tropicais.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Cecília Ribeiro Cruz.

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SANDRA SUELY DA VEIGA BAÍA

ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A INCIDÊNCIA DE DENGUE NOS MUNICÍPIOS DE SANTARÉM, TUCURUI E BRAGANÇA ( PARA) , NO PERÍODO DE JANEIRO/2007 A JULHO DE 2011.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, para a obtenção do Título de Mestre.

Aprovada em: Conceito:

Banca Examinadora

Orientadora Prof.ª Dra. Ana Cecília Ribeiro Cruz

Instituto Evandro Chagas

Universidade do Estado do Pará

Titular Prof. Dr. Nelson Veiga Gonçalves

Instituto Evandro Chagas

Universidade do Estado do Pará

Titular Profa. Dra. Karla Valeria Batista Lima

Instituto Evandro Chagas

Universidade do Estado do Pará

Titular Profa. Dra. Joana D’Arc Pereira Mascarenhas

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que em nenhum momento me deixou fraquejar, e que nas horas de aflição me proporcionou com sua luz, sabedoria e conforto.

Aos meus familiares, pela compreensão e apoio durante o tempo que precisei me afastar do convívio dos mesmos para acelerar a minha pesquisa..

A Universidade do Estado do Pará (UEPA) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), por promoverem a oportunidade de minha participação, no Programa de Pós Graduação em Doenças Tropicais.

A minha orientadora Dra. Ana Cecília Ribeiro Cruz, pela paciência, tolerância e transmissão dos conhecimentos necessários, para a efetivação da pesquisa.

A Profa. Dra. Conceição Nascimento, Coordenadora do Programa em Doenças Tropicais, pela oportunidade, e tolerância.

Ao Prof. Nelson Veiga, pela colaboração na pesquisa.

A todos que de alguma forma me ajudaram a concretizar este trabalho.

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RESUMO

A Dengue é uma das doenças com maior incidência no Brasil, sendo considerada um problema de Saúde Publica, e está amplamente distribuída nos países Tropicais, onde as condições ambientais, favorecem a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Este estudo teve como objetivos:

Determinar o perfil demográfico (gênero, idade), dos casos de dengue, nos municípios do Estado do Pará: Santarém, Tucuruí e Bragança; Verificar a influência das modificações ambientais (desmatamento), com a ocorrência de dengue nos municípios estudados, e correlacionar as alterações climáticas de cada área estudada, com o processo de endemização do vírus dengue. Trata-se de um estudo do tipo ecológico, epidemiológico, dentro de uma pesquisa retrospectiva e descritiva. O período de estudo compreendeu entre janeiro de 2007 a julho de 2011. Foram utilizados dados referentes à ocorrência da doença, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAM), com o registro de 7.871 notificações de dengue, da Secretaria do Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA), além de dados ambientais e climatológicos, dos Institutos de Meio ambiente do Estado do Pará. Na análise dos dados, foi evidenciado, que a faixa etária mais acometida por dengue foi a de 21 a 30 anos, fato que está relacionado a prejuízo social e econômico ao país, considerando que nesta faixa etária, encontram-se as pessoas mais ativas economicamente. Pelo estudo foi obtido também, que os pacientes acometidos por dengue, têm em média 29,38 anos. O estudo apontou que no gênero feminino, houve uma maior incidência dos casos de dengue., isto já esperado, pois alguns estudiosos, relacionam ao fato da mulher permanecer mais tempo em casa, e é nos domicílios onde ocorre comumente a transmissão da doença No que tange a incidência da dengue,, Santarém apresentou o maior número de casos. Com relação a este dado, convém ressaltar que o referido município, tem o triplo do número de habitantes dos outros dois municípios estudados. Quanto a variável desmatamento, foi contabilizado que Santarém, apresentou a maior área desflorestada em todos os anos de estudo, fato este, que pode ser atribuído também, em parte, ao desflorestamento para o cultivo da soja. Quanto aos fatores climáticos, foi constatado, que os períodos de maior índice de chuvas, correspondeu aos primeiros meses do ano (janeiro a maio), e também neste período houve uma maior incidência da doença, possivelmente pelo maior índice pluviométrico. Quanto aos fatores insolação e temperatura mínima, foi verificado que, não houve relação direta das variáveis, com o aumento dos casos de dengue. Com relação a temperatura máxima, Santarém apresentou correlação forte entre as variáveis , já os demais municípios estudados, apresentaram correlação negativa, no período de estudo.

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ABSTRACT

Dengue is a disease with a higher incidence in Brazil, is considered a public health problem and is widely distributed in tropical countries, where environmental conditions favor the proliferation of the Aedes aegypti mosquito that transmits

dengue. This study aimed to: determine the demographic profile (gender, age) of dengue cases in the municipalities of Pará: Santarém, Tucuruí and Bragança; investigate the influence of environmental change (deforestation), with the occurrence of dengue in cities studied, and correlate climate change in each area studied, with the process of dengue virus endemicity. This is a study of the ecological, epidemiological type within a retrospective and descriptive study. The study period comprises from January 2007 to July 2011. We used data regarding the incidence of the disease, the Notifiable Diseases Information System ( SINAM ), with the record of 7,871 notifications of dengue, the Department of Public Health of the State of Pará ( SESPA ), as well as environmental and climatological data, Institutes of the environment of the State of Pará in the data analysis, it was evident that the age group most affected by dengue was 21-30 years, which is related to social and economic damage to the country, considering that this band age, are the most economically active people. The study was also obtained, patients suffering from dengue, have on average 29.38 years. The study found that in females, there was a higher incidence of dengue cases. This is expected, as some scholars relate to the fact that women stay at home more, and is commonly occurs in households where disease transmission In regarding the incidence of dengue, Gauteng had the highest number of cases. With regard to this information, it should be emphasized that the municipality has triple the number of inhabitants of the other two municipalities. As for deforestation variable, which was accounted for Santarem, had the highest deforested area in all years of study this fact, which can also be attributed in part to deforestation for soy cultivation. Regarding climatic factors, it was found that the periods of highest rainfall, corresponded to the first months of the year (January to May), and also in this period there was a higher incidence of the disease, possibly due to increased rainfall. As for factors insolation and minimum temperature, it was found that there was no direct relationship between the variables with the increase of dengue cases. With respect to maximum temperature, Gauteng showed a strong correlation between the variables, since the other cities studied showed negative correlation in the study period.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Mosquito transmissor da dengue ... 19

Figura 02 - Ciclo de vida do Aedes aegypti ... 20

Figura 03 - Modelo esquemático do vírus da dengue ... 20

Figura 04 - Exantema máculo-papular causado pelo vírus da dengue ... 23

Figura 05 - Localização dos Municípios Paraenses, Santarém, Tucuruí e Bragança ... 34 Figura 06 - Mapa do Pará - Município de Santarém... 35

Figura 07 - Mapa do Pará - Município de Tucuruí... 37

Figura 08 - Mapa do Pará - Município de .Bragança... 39

Figura 09 - Boxplot da idade dos pacientes, referente aos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, segundo o ano ... 44

Figura 10 - Quantidade dos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a julho de 2011, por mês/ano ... 45

Figura 11 - Percentual de acordo com o município dos casos notificados de dengue, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, segundo o ano ... 45

Figura 12 - Apresentação da área desmatada (em km²) de acordo com os anos de estudo, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de 2007 a 2011 ... 46

Figura 13 - Quantidade de área desmatada (km²) versus quantidade dos casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no Período de 2007 a 2011 ... 47

Figura 14- Série histórica da precipitação pluviométrica versus quantidade dos casos de dengue nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, por mês/Ano ... 48

Figura 15 - Série histórica da insolação versus quantidade dos casos de dengue nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança, no Período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, por mês/ano ... 49

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Figura 17 - Série histórica da temperatura máxima nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, por mês/ano ... 51 Figura 18 - Série histórica da temperatura mínima versus quantidade dos

casos de dengue nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, por mês/Ano ... 52 Figura 19 - Série histórica da temperatura mínima nos municípios paraenses

de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011, por mês/Ano ... 53 Figura 20 - Diagrama de dispersão da variável precipitação pluviométrica

(mm) versus quantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011 ... 54 Figura 21 - Diagrama de dispersão da variável insolação (horas) versus

quantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011 ... 55 Figura 22 - Diagrama de dispersão da variável temperatura máxima (°C)

versus quantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011 ... 56 Figura 23 - Diagrama de dispersão da variável temperatura mínima (°C)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Percentual da faixa etária (em anos) dos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011,

segundo o ano ... 42 Tabela 2 - Percentual da faixa etária (em anos) dos casos notificados de

dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011,

segundo o gênero... 43 Tabela 3 - Medidas estatísticas da idade dos pacientes, referente aos casos

notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

DCC - Dengue com complicações DENV1 - Sorotipo de dengue tipo 1 DENV2 - Sorotipo de dengue tipo 2 DENV3 - Sorotipo de dengue tipo 3 DENV4 - Sorotipo de dengue tipo 4 FHD - Febre hemorrágica da dengue IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEC - Instituto Evandro Chagas

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPCC - Intergovernamental Panel on climate change MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial da Saúde

OPAS - Organização Panamericana de Saúde PAHO - Pan American Health Organization PNCD - Plano Nacional de Controle da Dengue SCD - Síndrome do choque do dengue

SEPOF - Secretaria de Planejamento Orçamento e Finanças do Pará SESPA - Secretaria de Saúde do Estado do Pará

SINAN - Sistema de Informação de agravos de notificação SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ... 17

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA DENGUE ... 17

2.2 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DO VÍRUS DENGUE ... 18

2.2.1 Taxonomia ... 18

2.2.2 Vetores ... 18

2.2.3 Morfologia do vírus ... 20

2.2.4 Transmissão ... 21

2.2.5 Patogênese ... 21

2.2.6 Manifestações clínicas ... 22

2.2.7 Diagnóstico ... 23

2.2.8 Tratamento ... 24

2.3 EPIDEMIOLOGIA DA DENGUE ... 24

3 JUSTIFICATIVA ... 27

4 OBJETIVOS ... 29

4.1 OBJETIVO GERAL ... 29

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 29

5 MATERIAL E MÉTODO ... 30

5.1 ÁREA DE ESTUDO ... 30

5.2 POPULAÇÃO DE ESTUDO ... 30

5.3 DESENHO DE ESTUDO ... 30

5.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ... 31

5.5 ASPECTOS ÉTICOS ... 31

5.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ... 6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 32

6.1 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ... 32

6.2 A REGIÃO NORTE DO BRASIL ... 33

6.3 OS MUNICÍPIOS DO PARÁ: Bragança, Santarém e Tucuruí ... 34

6.3.1 O Município de Santarém ... 34

6.3.1.1 Localização/População ... 34

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6.3.1.3 Solos ... 35

6.3.1.4 Vegetação ... 36

6.3.1.5 Hidrografia ... 36

6.3.1.6 Clima ... 36

6.3.2 O Município de Tucuruí ... 36

6.3.2.1 Localização/População ... 36

6.3.2.2 Limites ... 37

6.3.2.3 Solos ... 37

6.3.2.4 Vegetação ... 38

6.3.2.5 Hidrografia ... 38

6.2.2.6 Clima ... 38

6.3.3 O Município de Bragança ... 38

6.3.3.1 Localização/População ... 38

6.3.3.2 Limites ... 39

6.3.3.3 Solos ... 39

6.3.3.4 Vegetação ... 40

6.3.3.5 Hidrografia ... 40

6.3.3.6 Clima ... 40

7 MÉTODO ESTATÍSTICO ... 41

8 RESULTADOS ... 42

9 DISCUSSÃO ... 58

10 CONCLUSÕES ... 68

REFERÊNCIAS ... 70

GLOSSÁRIO ... 75

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1 INTRODUÇÃO

O clima da terra sempre esteve sujeito a alterações que na maioria das vezes foram atribuídas aos processos naturais do planeta, ligado a alterações no eixo da terra, explosões solares e a dispersão de aerossóis emitidos por vulcões. Na idade média foram observados período de aquecimento seguido de um período de esfriamento, conhecido como a “Era do Gelo”. Algumas das grandes ondas de migração humana, como a chamada “invasões bárbaras” dos povos do norte e leste em direção ao sul da Europa, e a entrada de grupos asiáticos no continente americano, são em parte devidas a fenômenos climáticos, que até o século XX, eram considerados processos desencadeados somente pela natureza, não podendo ser controlados nem previstos. No entanto, atualmente tem se discutido a participação da atividade humana nestes fenômenos, e atribuído parcela dessas mudanças climáticas ao homem, e a utilização que o mesmo faz da natureza (BARCELLOS et al, 2009).

Desde a década de 1950, a população mundial, tem sido alertada sobre a ocorrência do processo de mudanças climáticas no planeta, principalmente aquelas devidas ao aquecimento global induzido pelo homem (WHO, 1990). A emissão de dióxido de carbono foi um dos fatores relatados pelo sueco Svante Arthenius para a elevação da temperatura no planeta no final do século IX. No decorrer dos anos de 1980 aumentaram a preocupação de grupos de pesquisas ligados às questões ambientais e o impacto dessas mudanças no planeta. Na década de 1990 vários estudos foram realizados, que permitiram de um lado explicar a variabilidade do clima ocorrido ao longo do século e de outro lado, avaliar a contribuição de componentes naturais (vulcanismo, alteração da órbita da terra, explosões solares, etc.) e antropogênicos (emissão de gases do efeito estufa, desmatamento e queimadas, destruição de ecossistemas, etc) sobre estas variações (WHO, 1990).

Sampaio (2000, p. 94) ressalta alguns cenários de alterações climáticas que merecem destaque, e tem sido objeto de estudo por muitos pesquisadores.

• Eventos El Niño – Oscilação Sul (ENSO) mais intensos: secas no Norte e Nordeste e enchentes no Sul e Sudeste;

• Diminuição de chuvas no Nordeste; • Aumento de vazões de rios no Sul;

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As mudanças climáticas podem produzir efeitos negativos sobre a saúde humana por diferentes vias. Por um lado impacta de forma direta, como no caso das ondas de calor, ou frio excessivo ou, ainda situações de mortes por outros eventos extremos, como furacões e inundações (BARCELLOS et al, 2009)

No Brasil, alguns estudos indicam que o semiárido do nordeste, norte e leste da Amazônia, sul do Brasil e vizinhanças são atingidas de forma pronunciada pelo fenômeno ENSO (SAMPAIO, 2000).

As flutuações climáticas sazonais produzem um efeito na dinâmica das doenças vetoriais, como por exemplo, a maior incidência de dengue no verão e de malária na Amazônia durante o período de estiagem. Os eventos extremos introduzem considerável flutuação que podem comprometer a dinâmica das doenças de veiculação hídrica, como a leptospirose, hepatite viral, as doenças diarreicas, etc. Estas doenças podem se agravar com as enchentes ou secas que afetam a qualidade e o acesso à água (BARCELLOS et al, 2009).

Nas doenças infecciosas, os mecanismos de produção de agravos e óbitos são indiretos e mediados por inúmeros fatores ambientais e sociais. Destacam-se neste contexto a possível expansão das áreas de transmissão de doenças relacionadas a vetores e o possível aumento dos riscos de incidência de doenças de veiculação hídrica (BARCELLOS et al, 2009).

Diversas doenças, principalmente as transmitidas por vetores, são limitadas por variáveis ambientais como temperatura, umidade, padrões de uso do solo e de vegetação (CRUZ et al; 2009;VASCONCELOS et al, 2001; HAY; GUERRA; TATEM, 2004; ROUQUAYROL, 1994). Se constituem, ainda hoje, como importante causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. O ciclo de vida dos vetores, assim como, dos reservatórios e hospedeiros que participam da cadeia de transmissão dessas doenças está fortemente relacionado à dinâmica ambiental dos ecossistemas onde estes vivem (BARCELLOS et al, 2009).

As doenças transmitidas por vetores, mais frequentes nos países de clima tropical, aparecem como um dos principais problemas de saúde pública que podem decorrer do aquecimento global (TANSER, SHARP; SUEUR, 2003; HALLES; WONDWARD, 2003).

A temperatura impõe limites à distribuição de dengue no mundo. O Aedes aegypti, raramente sobrevive fora do paralelo 45°N e 35° S. Projeções de elevação

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extensão da latitude e longitude da distribuição de dengue na terra (OLIVEIRA et al, 2007).

Alguns estudos mostram que para malária, dengue e febre amarela, raramente o clima foi o principal determinante para sua prevalência ou seu alcance geográfico. Ao contrário, impactos nos ecossistemas em nível local provocados por atividades humanas têm se mostrado muito mais significativo (ROGER ; RANDOLFH, 2000).

As doenças transmitidas por vetores estão entre aquelas que estão ligadas com mudanças climáticas. Tal hipótese foi apresentada em estudos realizados com malária em 25 países na África, em que mostram que em alguns países havia um aumento no número de casos de malária influenciados pelas mudanças climáticas. Contudo, os resultados não foram uniformes entre os países estudados (EGBENDEWE-MONDZOZO et al, 2011).

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou recentemente, o quinto relatório sobre o clima, que confirma efeitos alarmantes das mudanças climáticas. Neste documento se afirma que há mais de 95% de chance de que o homem tenha causado mais da metade da elevação média de temperatura registradas nas últimas décadas no planeta (CARVALHO, 2013).

A dengue é uma doença infecciosa não contagiosa, causada pelo Vírus

dengue (VDEN), e transmitida ao homem pela picada de dípteros hematófagos,

principalmente de Aedes aegypti. Outros mosquitos do gênero Aedes como Aedes

albopictus e Aedes polynesiensis têm sido associados, como vetores secundários,

na Ásia e África. A dengue apresenta-se sob duas formas clínicas principais: a febre clássica do dengue (FD) e a febre hemorrágica do dengue (FHD), com ou sem síndrome de choque do dengue (SCD) (PAHO, 1994). É a arbovirose mais difundida no mundo, e constitui importante causa de morbidade e mortalidade infantil na Ásia e nas Américas do Sul e Central, onde se mantém sob a forma endêmica determinando periodicamente epidemias de grande impacto em termos de saúde pública (WHO, 2009).

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mosquito), o monitoramento da sua resistência aos inseticidas, bem como o desenvolvimento de uma vacina eficaz.

Mendonça (2009) ressalta que a expansão desenfreada dos vetores da dengue se deve a fatores biológicos, ligados a mutação do próprio vírus, mas, sobretudo também a fatores ambientais, relacionados principalmente, as alterações climáticas e modificações nos ecossistemas e aos fatores sociais relacionados ao crescimento desordenado da população, mudanças nos hábitos de vida do povo, falta de infraestrutura básica de saneamento, bem como a precariedade no sistema de saúde.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA DENGUE

A dengue é uma doença de alto impacto epidemiológico, tanto em morbidade quanto em mortalidade. É a arbovirose de maior incidência no mundo, sendo endêmica em todos os continentes, exceto na Europa (AMARAL; PETRETSKI, 2012).

O Aedes aegypti é originário da África subsaariana, onde se domesticou e

proliferou em diversas cidades do continente africano, se dispersando para outras regiões do mundo desde o século XVII (PEDROSA et al, 2005). A doença foi vista pela primeira vez no mundo no final do século XVIII, no Sudoeste Asiático, em Java, e a primeira descrição detalhada da dengue foi feita por Benjamim Rush, em 1780, durante um surto ocorrido na Filadélfia (FONSECA; FIGUEREDO, 2005).

O primeiro caso de febre hemorrágica da dengue ocorreu na década de 50, nas Filipinas e Tailândia. Na década de 60 o vírus intensificou-se nas Américas. O sorotipo 1 foi descoberto em 1977 na Jamaica e a partir da década de 80 surgiu em vários países. O sorotipo 2 foi encontrado em Cuba ocasionando epidemia de febre hemorrágica fora desta região, como a que ocorreu na Venezuela em 1989 (BRASIL, 2009).

O Aedes aegypti foi introduzido no Brasil durante o período colonial,

provavelmente, na época do tráfico de escravos (BENSENOR, 2013). Em 1865 foi descrito o primeiro caso de dengue no Brasil, na cidade de Recife, e as primeiras epidemias ocorreram em 1916, em São Paulo e 1923, em Niterói. Em 1981 este vírus foi registrado em Roraima, quando foram isolados os vírus DEN1 e DEN4. Entre 1986 e 1987 houve uma epidemia de dengue no Rio de Janeiro e algumas áreas urbanas do Nordeste com disseminação do vírus DEN1 totalizando mais de 50.000 casos. Em 1990, houve a introdução do vírus DEN2 no Rio de Janeiro, atingindo várias áreas do Sudeste. Em 1998, houve uma pandemia com mais de 500.000 casos no país. Em 2001, o vírus DEN3 foi isolado no Rio de Janeiro, e uma nova epidemia de dengue aconteceu entre 2001 e 2003 e vários Estados da região Sul foram atingidos pela primeira vez (BRASIL, 2008).

(19)

Aedes aegypti chegou a ser erradicado na década de 50 (FONSECA; FIGUEREDO,

2005). Entre 1990 e 2000, os sorotipos 1 e 2 se disseminaram, com registro de epidemias principalmente nos grandes centros urbanos da região Sudeste e Nordeste. Em 2003, os sorotipos 1, 2 e 3 foram isolados em 23 estados e observou-se um número crescente de internações por Febre Hemorrágica da Dengue (FONSECA; FIGUEREDO, 2005).

No inicio do século, todas as políticas eram voltadas essencialmente para a erradicação completa da dengue. Hoje as ações e todos os esforços implementados são no sentido de controle da dengue, e não mais da erradicação, uma vez que o cenário é considerado gravíssimo, já que a disseminação da dengue e seu descontrole, tornou-se um problema de saúde pública mundial (SILVA; MARIANO; SCOPEL, 2008).

No Estado do Pará , foram registrados dois pequenos surtos na região sudoeste, em 1995, nos municípios de Redenção e Rondon, onde o VDEN1 foi isolado. Em 1996, oito novos casos foram detectados em Belém, cujo agente isolado também foi o VDEN1. Em 1997 ocorreu uma grande epidemia de FD em Belém e no município de Ananindeua, totalizando 17.440 casos confirmados laboratorialmente e, em outubro do mesmo ano foi isolado o VDEN2 (TRAVASSOS DA ROSA et al, 2000).

2.2 CARACTERÍSTICA BIOLÓGICA DO VÍRUS DENGUE

2.2.1 Taxonomia

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus do genoma RNA, do qual são conhecidos quatro sorotipos (VDEN-1, VDEN-2, VDEN-3, e VDEN-4),os quais são transmitidos pelo Aedes aegypti como principal vetor (TORRES, 2005).

2.2.2 Vetores

Duas espécies de mosquitos podem ser considerados os transmissores da dengue: o Aedes aegypti (Figura 1), e o Aedes albopictus, sendo que o primeiro

também é transmissor da febre amarela (SILVA; MARIANO; SCOPEL, 2008). O

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menos de 1 cm. No seu ciclo de vida (Figura 2), o Aedes apresenta quatro fases:

ovo, larva, pupa e adulto. O mosquito adulto vive, em média, 45 dias. A fêmea põe ovos de 4 a 6 vezes durante sua vida e, em cada vez, elimina cerca de 100 a 150 ovos. Para passar da fase do embrião até a fase adulta, o Aedes aegypti demora em

média 10 dias. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, os mosquitos fêmeas passam a se alimentar de sangue (hematófagos) que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos, enquanto que os machos se alimentam de frutas e vegetais (SILVA; MARIANO; SCOPEL, 2008).

Figura 01 - Mosquito transmissor da dengue

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Figura 02 - Ciclo de vida do Aedes aegypti

Fonte: http://www.combateadengue.com.br/wp-content/uploads/2011/01/ciclo-aedes.gif

2.2.3 Morfologia do vírus

Os vírus dengue, bem como todos os Flavivírus, são esféricos, envelopados,

com projeções na superfície e medem, aproximadamente, 60mm de diâmetro (Figura 3). Possuem uma fita única de RNA, com peso molecular (PM) de 4 x 106,

contendo aproximadamente 11.000 nucleotídeos e, por ser de polaridade positiva, comporta-se como RNA mensageiro. A composição química dos Flavivírus, obtida

com o vírus Saint Louis Encephalitis, é de 6% de RNA, 66% de proteínas, 17% de

lipídios e 9% de carboidratos (FONSECA; FIGUEIREDO, 2005).

Figura 03 - Modelo esquemático do vírus da dengue

Fonte: http://www.canalciencia.ibict.br/galerias/imagens/pesquisa/00194_2.jpg 2.2.4 Transmissão

A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou

Aedes albopictus, infectados pelo vírus da dengue. Após um período de incubação,

que dura até 12 dias, o mosquito transmite a doença (PEDROSA et al, 2005).

Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções comuns a pessoa sadia, nem em fontes de água ou alimento.

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Após a introdução do inóculo viral durante o repasto da fêmea tornam-se infectadas as células dendríticas da pele. . Em seguida, o vírus replica-se e migra para os linfonodos regionais para em seguida cair na circulação sistêmica – período de viremia – como um cortejo sintomático variável, tendo na elevação da temperatura corpórea uma das queixas mais comuns, com duração média de cinco a oito dias (MARINHO, 2007). Tal infecção viral, resulta na liberação de citocinas nas células dendríticas, macrófagos e liberação de linfócitos TCD4 e TCD8. O interferon liberado pelos linfócitos T é responsável por uma redução na atividade da medula óssea. Como consequência, há uma diminuição na produção de células sanguíneas. A linhagem celular que tem a taxa de renovação mais rápida é a das plaquetas (6-8 horas), seguida pelos granulócitos (16-18 horas) e, por fim, pelos monócitos (24 horas). Assim, as primeiras características observadas em um paciente com dengue são as petéquias disseminadas pelo corpo e a plaquetopenia seguida por uma leucocitose (PEDROSA et al, 2005).

A patogênese dos casos graves de dengue, não é conhecida inteiramente.. As hipóteses relacionadas a essa gravidade são a reinfecção por um segundo sorotipo; a liberação de mediadores químicos depois da destruição de monócitos/macrófagos infectados, resultando no aumento da permeabilidade vascular com extravasamento de pasma e posterior coagulação intravascular; e o aumento da virulência do agente após passagens sucessivas em mosquitos e seres humanos (MARINHO, 2007).

2.2.6 Manifestações clínicas

As manifestações clínicas mais comuns da dengue, de acordo com o quadro da doença, estão registradas no manual de diagnóstico e manejo clínico (2009) do Ministério da Saúde, e serão apresentadas abaixo:

Dengue clássico (DC): Tem inicio abrupto, com febre alta de 39°-40°C, seguida

de cefaléia, mialgia, dor nas articulações, prostração , anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas e vômito, com a presença ou não de exantema(Figura 04). A duração da doença e em média de cinco a sete dias.

Febre hemorrágica da dengue (FHD): As manifestações clínicas iniciais da

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importantes, como vômitos, dor abdominal intensa, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, letargia, derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite), epistaxe, petéquias, gengivorragia, metrorragia, hematêmese, melena, hematúria, plaquetopenia. O fator importante da FHD, e o extravasamento plasmático.

Síndrome do choque da dengue (SCD): Neste caso, o choque é de curta

duração. É mais frequente em idosos, alérgicos e nos cardiopatas. Também tem sintomas semelhantes aos do dengue clássico. O paciente apresenta-se com febre elevada, hemorragias, dores abdominais, dificuldade respiratória, sonolência, pulso rápido e fraco, ocorrendo queda ou ausência de pressão arterial, podendo o paciente entrar em choque, e até ocorrer o óbito. Nos casos em que o paciente encontra-se em estado grave, o mesmo pode apresentar hemorragia digestiva, alterações neurológicas, insuficiência hepática e derrame pleural.

Dengue com complicações (DCC): É todo caso grave que não se enquadra

nos critérios da OMS de FHD e quando a classificação de dengue clássica é insatisfatória. Nessa situação, a presença de um dos achados a seguir caracteriza o quadro: alterações graves do sistema nervoso; disfunção cardiorrespiratória; insuficiência hepática; plaquetopenia igual ou inferior a 50.000/mm3; hemorragia digestiva; derrames cavitários; leucometria global igual

ou inferior a 1.000/mm3; óbito. Manifestações clínicas do sistema nervoso,

presentes tanto em adultos como em crianças, incluem: delírio, sonolência, coma, depressão, irritabilidade, psicose, demência, amnésia, sinais meníngeos, paresias, paralisias, polineuropatias, síndrome de Reye, síndrome de Guillain-Barré e encefalite. Podem surgir no decorrer do período febril ou mais tardiamente, na convalescença.

Caso suspeito de dengue: Todo paciente que apresenta doença febril aguda

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Figura 04 - Exantema máculo-papular causado pelo vírus do Dengue

Fonte: http://cefaleias.com.br/wp-content/uploads/2009/06/dengue-dordecabeca-rash.bmp

2.2.7 Diagnóstico

O diagnóstico da dengue baseia-se na história epidemiológica da doença, na situação entomológica de onde procede o doente, no quadro clínico, e nos exames laboratoriais. O diagnóstico laboratorial é realizado por meio do isolamento do vírus, de testes sorológicos, detecção de genoma viral e antígenos virais, entre outros (MARINHO, 2007).

2.2.8 Tratamento

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quanto à prescrição e dosagem, adequando a quantidade de medicação devidamente, a cada caso.

Ainda quanto ao tratamento da dengue, existem hoje em todo o mundo, várias vacinas sob estudo. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizou recentemente, o Instituto Butantã, a fazer testes da vacina contra a dengue em seres humanos. O teste terá duração de cinco anos e será feito em 300 voluntários, e visa avaliar a eficácia e segurança da vacina, que pretende prevenir a população contra os quatro tipos da doença (MARTINS, 2013).

2.3 EPIDEMIOLOGIA DA DENGUE

A dengue se constitui atualmente, num dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A OMS ressalta que nos últimos 50 anos, a incidência de casos de dengue aumentou 30 vezes, devido principalmente a expansão geográfica para novos países e estima que 2,5 bilhões de pessoas, estão sob risco de contrair dengue, e que ocorram anualmente cerca de 50 milhões de casos, no mundo. Desse total, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização, e pelo menos 20 mil morrem em consequência da doença (WHO, 2009).

De acordo com Nunes (2011), a dengue está disseminada em todas as regiões tropicais e subtropicais do planeta, com uma crescente incidência nas regiões da Ásia, América Central, América do Sul e África, constituindo um sério problema de saúde a nível mundial. Esta mesma autora, ainda complementa, que na Europa o vírus da dengue não é endêmico, e portanto, a maioria dos casos registrados, certamente foi importada a partir de viajantes, ou de movimentos das forças armadas que retornaram de regiões endêmicas.

A dengue é considerada uma doença endêmica no Brasil, particularmente nas regiões norte, nordeste sudeste e centro-oeste, e tem picos epidêmicos intimamente relacionados com o período de chuvas das regiões, muito embora, seja identificada durante todo o ano (PEDROSA et al, 2005).

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de acordo com a entrada ou circulação de novos sorotipos, mas a tendência tem sido sempre crescente (VASCONCELOS et al, 2013).

Tauil (2002) enfatiza que diversos são os fatores de risco que estão relacionados com a presença da doença e do vetor tais como, os fatores relacionados ao crescimento populacional, viagens aéreas, migrações, urbanização inadequada, mau funcionamento dos sistemas de saúde, de coleta de lixo, e de abastecimento de água e densidade populacional.

O vírus do dengue altera seu potencial epidêmico e a sua apresentação clínica quando se move entre as populações, o que faz com que o perfil epidemiológico das infecções se expresse de modo muito variado (TAUIL, 2002).

Em 2002, diante da proliferação desenfreada da dengue, e do elevado risco de aumento dos casos de Febre Hemorrágica de Dengue, o Brasil por meio do Ministério da Saúde, lançou o Plano Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que a priori tinha como finalidade, implementar e intensificar as ações, já existentes no combate ao vírus da dengue, bem como potencializar as estratégias, tornando-as mais abrangentes.

O PNCD selecionou municípios prioritários no país, cujos critérios de inclusão foram: (1) capitais de Estado e sua região metropolitana; (2) municípios com população igual ou superior a 50 mil habitantes; (3) municípios receptivos a introdução de novos sorotipos de dengue, como fronteiras e portuários, ou ainda núcleos de turismo (PESSANHA, 2009).

Segundo Oliveira et al (2007), mesmo com o fortalecimento das ações de combate ao vetor no Brasil, desde o lançamento do PNCD, em 2002, a estratégia centrada em atividades de combate de campo, mostrou-se incapaz de responder a complexidade epidemiológica da dengue. Esses autores, também analisam que como doença reemergente, a ausência de uma vacina eficaz, de tratamento etiológico e quimioprofilaxia efetivos, faz com que o único elo vulnerável para reduzir a sua transmissão seja o mosquito Aedes aegypti.

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3 JUSTIFICATIVA

A dengue é considerada de natureza epidêmica, e em alguns países tem sido importante causa de mortalidade. Além disso, esta doença tem grande repercussão econômica e social ao afetar a força de trabalho, o comparecimento escolar e a organização do atendimento à saúde, em virtude do comprometimento clínico individual. E se caracteriza por ser uma doença de países em desenvolvimento, pois são estes que geralmente apresentam altas taxas de infestação por Aedes aegypti e

remotas possibilidades de erradicação, não só por razões climáticas, mas, sobretudo questões sociais (TORRES, 2005).

A incidência e distribuição geográfica da dengue vêm expandindo-se continuamente na última década, bem como a ocorrência das suas formas graves, em razão dos acontecimentos que provocam grandes mudanças ambientais e pela imensa dificuldade para efetivar seu controle. Com referência às mudanças ambientais, se o aquecimento global for mesmo uma realidade como as evidências científicas mostram o aumento da temperatura em regiões mais distantes do Equador, facilitará a disseminação do Aedes aegypti além dessas latitudes, levando

a doença, que costumava ocorrer nas regiões quentes entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, às áreas mais perto dos polos (SCHATZMAYR, 2008).

Para Câmara (2007), a progressão da dengue depende de condições ecológicas e socioambientais, que facilitem a dispersão do vetor. Este autor também enfatiza que o controle da transmissão do vírus da dengue, requer o esforço conjunto de toda a sociedade no combate ao vetor, considerando que até o momento não foi produzida uma vacina eficaz, além de que nem sempre as ações de controle da dengue, produzem resultados previsíveis e satisfatórios, considerando a situação de extraordinária capacidade de adaptação do Aedes

aegypti ao ambiente.

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4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a partir de estudo retrospectivo, as relações entre as variáveis ambientais e a incidência de Dengue nos municípios de Santarém, Tucuruí e Bragança (Pará) no período de janeiro de 2007 a julho de 2011.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Determinar o perfil demográfico (gênero, idade), dos casos de dengue nos

municípios de Santarém, Tucuruí e Bragança;

• Verificar a influência das modificações ambientais (desmatamento) com a

ocorrência de dengue nos municípios estudados;

• Correlacionar as alterações climáticas de cada município com o processo de

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5 MATERIAL E MÉTODO

5.1 ÁREA DE ESTUDO

O foco deste estudo foi feito com base nos dados dos municípios de Santarém e Tucuruí e Bragança, pertencentes às mesorregiões do nordeste paraense e a microrregião de Tucuruí e Baixo Amazonas e Microrregião Santarém.

5.2 POPULAÇÃO DE ESTUDO

Os dados sob estudo são referentes às 7.871 notificações de Dengue, nos municípios Paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011. Estes dados foram obtidos junto à base de dados oficial do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), por meio da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA).

5.3 DESENHO DO ESTUDO

Foi realizada uma pesquisa retrospectiva e descritiva, do tipo epidemiológico, ecológico, sendo utilizadas as variáveis demográficas (gênero, idade), variáveis ambientais (desmatamento), e ainda os fatores climáticos (pluviosidade, temperatura, insolação). O estudo temporal abrangeu o período de janeiro de 2007 a julho de 2011.

Foram utilizados dados referentes ao período, obtidos nas fontes: Secretaria Estadual de Saúde do Pará (SESPA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), Instituto de Meteorologia (INMET) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA).

As análises estatísticas incluíram a utilização e apresentação do Diagrama de Dispersão para ilustrar os resultados, bem como foi efetivado a aplicação do teste estatístico - Coeficiente de Pearson(r), para aferir e desta forma verificar a influência

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5.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídas todas as notificações por dengue dos municípios Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, não havendo a exclusão de nenhuma ficha de notificação, no período analisado.

5.5 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa, foi orientado pela Profa. Dra. Ana Cecilia Ribeiro Cruz (anexo n° 1) e foi apresentado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), da Universidade do Estado do Pará (UEPA), após apreciação do processo, foi liberada a pesquisa por meio de Declaração emitida pelo referido órgão em 10.12.2012,(anexo n° 2) . Da mesma forma, foi solicitado a cada Instituto envolvido na pesquisa, no caso (SESPA, IBGE, IBAMA, INPE, INMET), a autorização , para a utilização do Banco de Dados dos respectivos Institutos , o que foi concedida (anexos n°3, n°4, n°5,n° 6).

5.6 LIMITAÇÕES DE ESTUDO

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(34)

6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

6.1 A AMAZÔNIA BRASILEIRA

Em 1953, o governo brasileiro, com a necessidade de planejar o desenvolvimento econômico da grande área denominada Amazônia, instituiu o que denominamos hoje de Amazônia legal, que é uma área que engloba nove Estados brasileiros pertencentes a Bacia Amazônica, e mais a área de ocorrência das vegetações brasileiras .Portanto, consideramos como Amazônia legal a totalidade dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, parte do Mato Grosso e Maranhão, perfazendo desta forma, uma superfície de aproximadamente 5.217,423 km2, correspondente a 61% do território brasileiro.

Entretanto, a população desta área, corresponde a 12,32% do total de habitantes do Brasil. Portanto, vivem na Amazônia legal cerca de 24 milhões de pessoas, distribuídas num total de 775 municípios (BARRETO, 2005)

A Amazônia caracteriza-se pela abundância de seus recursos naturais – terras agricultáveis, depósitos minerais, florestas naturais – que permanecem sem exploração ou apropriação privada. Presume-se que parte destes recursos naturais nem sequer foi ainda dimensionado, e que seu potencial econômico fundamentalmente esteja baseado na riqueza de seus recursos naturais (MARGULIS, 2003).

Segundo Barreto (2005), a Amazônia brasileira, abrange aproximadamente um terço das florestas tropicais do planeta, uma área que compreende 4,1 milhões de km2.É consideradada como o maior conjunto de florestas tropicais do planeta,

abrigando uma biodiversidade de fauna e flora imensurável. No entanto o mesmo alerta para o fato de que, a devastação e exploração da Amazônia de forma desordenada e as atividades agrícolas mal planejadas nesta região, estão causando a perda de florestas e sua quase que completa degradação. Tais atividades estão mudando rapidamente a paisagem regional, levando ao desmatamento acelerado e descontrolado, além da extração de produtos naturais como madeira, cobre e ouro, e que estão ocorrendo sem precedentes e de maneira complexa, fato que é considerado pelos ambientalistas como uma situação irreversível.

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Amazônia pode ter sido resultado, não de processos climáticos globais, mas de alterações do padrão de uso da terra no Brasil e países limítrofes (MARENGO, 2006).

6.2 A REGIÃO NORTE DO BRASIL

A região Norte do Brasil é a mais extensa do território brasileiro. Compõe uma área estimada de pelo menos 3,5 milhões de km2, contando com pelo menos

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6.3 OS MUNICÍPIOS DO PARÁ: Santarém, Tucuruí e Bragança

Figura 05 - Mapa de localização dos municípios paraenses Santarém, Tucuruí e Bragança. Fonte: Laboratório de Geoepidemiologia/IEC/SVS/MS

Para melhor entendimento, serão contextualizados os locais específicos selecionados para serem utilizados na presente pesquisa, com sucintas considerações acerca da localização, população, limites, solos, vegetação, hidrografia e clima. Os referidos aspectos foram registrados nesta pesquisa baseados na Estatística Municipal de 2011, dos referidos locais, publicado pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças do Pará (SEPOF).

6.3.1 Município de Santarém

6.3.1.1 Localização/população

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Greenwich. Dados do IBGE (2010) contabilizam Santarém com uma população de 299.419 habitantes, e com uma área de 22.887.080 km2 (Figura 06).

Figura 06 - Mapa de localização do município de Santarém Fonte: Laboratório de Geoepidemiologia /IEC/SVS/MS

6.3.1.2 Limites

• Ao Norte - Municípios de Óbidos, Alenquer, Monte Alegre e Curuá • A Leste - Municípios de Prainha e Uruará

• Ao Sul - Municípios de Rurópolis, Aveiro, Placas e Belterra • A Oeste - Município de Juruti

6.3.1.3 Solos

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6.3.1.4 Vegetação

Faz parte da cobertura vegetal do município de Santarém, a Floresta Equatorial Latifoliada e os Campos Cerrados, localizados nas áreas de terra firme. Já nas áreas onde ocorre o desmatamento, a floresta primitiva foi sucedida pela de Capoeira. Nas áreas sob influencia de inundação fluvial, encontra-se o predomínio de espécies Arbustivas e Subarbustivas, além dos Campos Aluviais.

6.3.1.5 Hidrografia

O principal rio de Santarém, é o Tapajós, que atravessa o município no sentido Sul-Norte, em seu baixo curso e aloca, na sua foz, pela margem direita, a sede municipal. Outro rio importante é o Amazonas, com seus furos, ilhas, paranás e lagos.

6.3.1.6 Clima

O clima é do tipo equatorial quente-úmido característico das florestas tropicais. A temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25,6ºC e valores médios para as máximas de 31ºC e para as mínimas de 22,5ºC. Quanto à umidade relativa do ar, esta apresenta valores acima de 80% em quase todos os meses do ano. A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais, porém, com certa irregularidade, durante todo o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de dezembro a junho e as menos chuvosas, com os meses de julho a novembro.

6.3.2 Município de Tucuruí

6.3.2.1 Localização/população

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Figura 07 -Mapa de localização do município de Tucuruí Fonte: Laboratório de Geoepidemiologia /IEC/SVS/MS

6.3.2.2 Limites

• Ao Norte - Município de Baião

• A Leste - Municípios de Moju e Breu Branco • Ao Sul - Município de Novo Repartimento • A Oeste - Município de Pacajá

6.3.2.3 Solos

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6.3.2.4 Vegetação

A vegetação dominante é a Floresta Tropical Úmida. Em Tucuruí grandes áreas foram desmatadas, para o cultivo de agricultura. Outra parte dos tratos florestais deste Município, abrangendo as Florestas de Várzea, Matas Ciliares e de Terra Firme, ao longo do curso do Tocantins, foi inundada por ocasião do fechamento das comportas da Hidrelétrica de Tucuruí, o que deu ensejo à formação de um grande lago.

6.3.2.5 Hidrografia

O principal rio da região é o Tocantins que, teve seu maior trecho no município transformado em lago pela represa de Tucuruí. Os grandes afluentes, como os rios Pucuruí, Repartimento e Caripé, só tiveram parte de seus cursos inundados.

6.3.2.6 Clima

O clima do município insere-se na categoria de equatorial super-úmido. Possui temperatura média anual de 26ºC, apresentando a média máxima em torno de 32,0ºC e mínima de 22,7ºC.

6.3.3 Município de Bragança

6.3.3.1 Localização / população

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Figura 08 - Mapa de localização do município de Bragança Fonte: Laboratório de Geoepidemiologia /IEC/SVS/MS

6.3.3.2 Limites

• Ao Norte - Oceano Atlântico

• Ao Sul - Municípios de Santa Luzia do Pará e Viseu

• A Leste - Municípios de Augusto Corrêa e Viseu • A Oeste - Município de Tracuateua

6.3.3.3 Solos

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6.3.3.4 Vegetação

A cobertura vegetal original da Terra Firme, composta pelo subtipo Floresta Densa dos baixos platôs, foi substituída pela ação dos desmatamentos, pela Floresta Secundária. Nas planícies aluviais, principalmente ao longo das margens do alto e médio curso do rio Caeté, existem florestas de várzeas que, em parte, foram também desmatadas para o cultivo do arroz. No litoral e no baixo curso dos rios, dominam os Manguezais, secundados pela Restinga e pelos Campos Naturais.

6.3.3.5 Hidrografia

O principal destaque da hidrografia de Bragança é o rio Caeté, que nasce no município de Bonito, a Sudoeste, e percorre a extensão de 60 km. Parte do seu curso é sinuoso, apresentando considerável trecho de Várzea. Os afluentes que recebe pela margem direita são os mais importantes, como o Jenipaú-Açu e o Água Preta, enquanto que, pela margem esquerda, recebe o rio Cipó-Apara e os igarapés Anauera e do Meio. O rio Tracuateua, com seu afluente da margem esquerda, igarapé Açaiteua, limita Bragança a Oeste, com os municípios de Primavera e Capanema.

6.3.3.6 Clima

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7 MÉTODO ESTATÍSTICO

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8 RESULTADOS

O presente estudo reúne 7,871 notificações de Dengue dos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança no período de janeiro 2007 a julho de 2011.

A Tabela 1 mostra que ao compararmos os percentuais da faixa etária (em anos), segundo o ano, observa-se, que nos anos de 2007, 2009 e 2011 a faixa etária mais expressiva foi a de 21 a 30 anos, com n = 144 (1,83%), n = 115 (1,46%) e n = 607 (7,71%) dos casos, respectivamente. Além disso, foi possível observar, que nos anos de 2008 e 2010 os casos confirmados de dengue ficaram dentro da faixa etária de 11 a 20 anos, com n = 622 (7,90%) e n = 214 (2,72%) dos casos, respectivamente.

Tabela 1 - Percentual da faixa etária (em anos) dos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011,segundo o ano.

Faixa Etária (em Anos) Ano (em Percentual) Total 2007 2008 2009 2010 2011

< 11 Anos 1,04 6,07 1,38 2,20 5,01 15,70 11 a 20 Anos 1,38 7,90 1,44 2,72 7,04 20,48 21 a 30 Anos 1,83 7,19 1,46 2,66 7,71 20,85 31 a 40 Anos 1,11 5,31 1,14 2,20 5,30 15,06 41 a 50 Anos 1,13 3,60 1,08 1,35 4,19 11,35 51 a 60 Anos 0,76 2,85 0,72 0,85 2,92 8,10 61 a 70 Anos 0,36 1,44 0,34 0,47 1,32 3,93 > 70 Anos 0,20 0,74 0,23 0,30 0,97 2,44 Sem Informação 0,17 0,60 0,17 0,46 0,69 2,09 Total 7,98 35,70 7,96 13,21 35,15 100,00 Fonte: SINAN-SESPA, Setembro/2013.

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Tabela 2 - Percentual da faixa etária (em anos) dos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, segundo o gênero.

Faixa Etária (em Anos) Sexo (em Percentual) Total Feminino Masculino

< 11 Anos 7,29 8,41 15,70 11 a 20 Anos 10,71 9,77 20,48 21 a 30 Anos 10,91 9,96 20,87 31 a 40 Anos 7,84 7,22 15,06 41 a 50 Anos 6,42 4,93 11,35 51 a 60 Anos 4,52 3,58 8,10 61 a 70 Anos 1,96 1,97 3,93 > 70 Anos 1,11 1,33 2,44 Sem Informação 1,16 0,91 2,07

Total 51,92 48,08 100,00

Fonte: SINAN-SESPA, Setembro/2013.

A Tabela 3 apresenta medidas estatísticas da idade dos pacientes, referente aos casos notificados de Dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011. Na apresentação da referida tabela, verifica-se que os pacientes têm em média 29,38 anos de vida. Destacam-se também pacientes com idade (em dias). Percebe-se ainda a idade (em anos) máxima de 100.

Tabela 3 - Medidas estatísticas da idade dos pacientes, referente aos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011

Estatísticas Valor

Média 29,38

Mediana 26

Desvio Padrão 18,32

Mínimo Dias

Máximo 100

Fonte: SINAN-SESPA, Setembro/2013.

Ao analisar a situação da idade dos pacientes, de acordo com as idades nos anos de estudo. Observa-se, que as idades nos anos em estudo ficam em torno de 10 a 40 anos, destaca-se ainda a presença de outliers, ou seja, idades acima de 80

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Figura 09 - Boxplot da idade dos pacientes, referente aos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007

a julho de 2011, segundo o ano. Fonte: : SINAN-SESPA, Setembro/2013.

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Figura 10 - Quantidade dos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, por mês/ano.

Fonte: SINAM/IBGE- setembro/2013

A Figura 11 ilustra os percentuais de acordo com os anos de estudo dos casos notificados de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de Janeiro de 2007 a Julho de 2011. O município de Santarém apresenta percentuais maiores de casos notificados, em quatro (2008, 2009, 2010 e 2011) dos cinco anos de estudo, com n = 2.255 (28,64%), n = 510 (6,48%), n = 691 (8,78%) e n = 2.015 (25,60%), respectivamente.

Figura 11 - Percentual de acordo com o município dos casos notificados de dengue, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, segundo oano.

Fonte: SINAM/IBGE/setembro-2013

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A Figura 12 ilustra as quantidades de área desmatada (em km²) de acordo com os anos de estudo, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período 2007 a 2011. Nesta tabela e possível constatar que o município de Santarém apresenta a maior área desmatada em todos os anos de estudo.

Figura 12 - Apresentação da área desmatada (em km²) de acordo com os anos de estudo, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de 2007 a 2011.

Fonte: IBAMA/SIPAM/IMET-2013

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Figura 13 - Quantidade de área desmatada (km²) versus quantidade dos casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de 2007 a 2011.

Fonte: IBAMA/SIPAM/IMET-2013

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Figura 14 - Série histórica da precipitação pluviométrica versus quantidade dos casos de dengue nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007

a julho de 2011, por mês/ano Fonte: INPE/SIPAM/INMET-2013

Ao analisar o fator climático insolação, observa-se que o chamado “verão Paraense” nos três municípios: Santarém, Tucuruí e Bragança, é bem definido, sendo possível verificar, os períodos mais quentes, os quais foram registrados a partir de abril em todos os anos estudados (Figura 15).

TUCURUÍ

SANTARÉM

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Figura 15 - Série histórica dainsolação versus quantidade dos casos de denguenos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de janeiro de 2007

a julho de 2011, por mês/ano Fonte: INPE/SIPAM/INMET-2013

SANTARÉM

TUCURUÍ

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Analisando a relação entre a temperatura máxima e a quantidade dos casos de Dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, segundo o mês/ano, verifica-se que não há relação direta, pois as temperaturas elevadas não ocasionam em quantidades maiores de casos da doença nos municípios estudados (Figura 16).

Figura 16 - Série histórica da temperatura máximaversus quantidade dos casos de denguenos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de janeiro de 2007 a julho de

2011, por mês/ano. Fonte: INPE/SIPAM/INMET-2013

SANTARÉM TUCURUÍ

(53)

Os dados de temperatura máxima obtidos, em relação aos municípios Paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, demonstraram pequenas variações nos valores entre os meses de todos os anos. Assim, considerando todo o período de 2007 a 2011, foram registradas as seguintes maiores temperaturas: em outubro no ano de 2009, 34,30ºC e 36,53ºC, nos municípios de Santarém e Tucuruí, respectivamente; já no município de Bragança á máxima ficou em torno de 34ºC. Ou seja, as variações foram bem elevadas, considerando os valores máximos (Figura 17).

Figura 17 - Série histórica da temperatura máxima nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, por mês/ano

Fonte: INPE/SIPAM/INMET-2013

Em relação à temperatura mínima e a quantidade dos casos de Dengue, nos municípios Paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, segundo o mês/ano, verifica-se que não há relação direta, uma vez que temperaturas baixas não ocasionam em quantidades menores de casos da doença nos municípios sob estudo (Figura 18).

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Figura 18 - Série histórica da temperatura mínima versus quantidade dos casos de dengue nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança , no período de janeiro de 2007 a julho de

2011, por mês/ano. Fonte :INPE/SIPAM/INMET-2013

(55)

Paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, demonstraram pequenas variações nos valores entre os meses de todos os anos. Assim, considerando todo o período de 2007 a 2011, foram registradas as seguintes menores temperaturas: em janeiro no ano de 2007, 23,07ºC no município de Santarém; já no município de Tucuruí a mínima ficou em 25,44ºC no mês de novembro de 2009; e no município de Bragança 22, 92ºC, em novembro de 2008 (Figura 19).

Figura 19 - Série histórica da temperatura mínimanos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, por mês/ano

Fonte: INPE/SIPAM/INMET-2013

Para verificar a influência e a correlação dos fatores climáticos com a quantidade de casos notificados de Dengue, nos municípios de Santarém, Tucuruí e Bragança, no período de janeiro de 2007 a julho de 2011, fez-se necessário a utilização de testes específicos ( Correlação Linear de Pearson) .

Dessa maneira a Figura 20 apresenta o Diagrama de Dispersão para a precipitação pluviométrica (X) e quantidade dos casos de Dengue (Y), de acordo com o município. Nela, pode-se verificar que as variáveis sob estudo apresentaram

moderada correlação positiva, com o Coeficiente de Pearson igual a , no

município de Santarém. Logo houve uma tendência, que quanto mais choveu maior seria a quantidade de casos da doença. Já nos municípios de Tucuruí e Bragança as variáveis sob estudo apresentaram uma fraca correlação, uma vez que, os

foram de , respectivamente.

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Figura 20 - Diagrama de dispersão da variável precipitação pluviométrica (mm) versus quantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de

Janeiro de 2007 a Julho de 2011.

A Figura 21 apresenta o Diagrama de Dispersão para a insolação (X) e quantidade dos casos de Dengue (Y), de acordo com o município. Nela, pode-se verificar que as variáveis em estudo apresentaram uma correlação negativa, nos três municípios em estudo, com o Coeficiente de Pearson igual a , no município

de Santarém, logo uma correlação moderada negativa. Já os municípios de Tucuruí e Bragança as variáveis em estudo apresentam uma fraca correlação negativa, uma

vez que, os são de , respectivamente.

SANTARÉM TUCURUÍ

(57)

Figura 21 - Diagrama de dispersão da variável insolação (h) versusquantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de

janeiro de 2007 a julho de 2011.

Já a Figura 22 apresenta o Diagrama de Dispersão para a temperatura máxima (X) e quantidade dos casos de Dengue (Y), de acordo com o município. Nela, pode-se verificar que as variáveis em estudo apresentaram correlação, nos três municípios em estudo, porém no município de Santarém uma correlação perfeita

(Forte) com o Coeficiente de Pearson exatamente , no município de Tucuruí,

uma correlação moderada negativa . E, em Bragança as variáveis em estudo apresentaram uma fraca correlação negativa .

SANTARÉM

BRAGANÇA

(58)

Figura 22 - Diagrama de dispersão da variável temperatura máxima (°c) versus quantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém , Tucuruí e Bragança , no período de janeiro de

2007 a julho de 2011. :

E finalmente, quanto à temperatura mínima (X) e quantidade dos casos de Dengue (Y), de acordo com o município estudado. Na Figura 23, verificou-se que as variáveis em estudo no município de Santarém e Bragança uma correlação fraca com o Coeficiente de Pearson e , respectivamente. Já em

Tucuruí, uma correlação moderada negativa , foi observada.

SANTARÉM TUCURUÍ

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Figura 23 - Diagrama de dispersão da variável temperatura mínima (°c) versus quantidade de casos de dengue, nos municípios paraenses de Santarém, Tucuruí e Bragança , no período de janeiro de

2007 a julho de 2011.

SANTARÉM TUCURUÍ

(60)

9 DISCUSSÃO

Aspectos Demográficos

Os resultados obtidos neste estudo nos permitem introduzir algumas discussões.

Em nosso estudo quando correlacionamos à variável faixa etária com casos notificados de dengue (tabela 01), temos a dizer que este estudo estabeleceu a estratificação em oito grupos:< 11 anos / 11 a 20 anos / 21 a 30 anos / 31 a 40 anos / 41 a 50 anos / 51 a 60 anos / 61 a 70 anos / > 70. Observou-se, a ocorrência de dengue em todos os intervalos citados, no entanto, devemos ressaltar que a faixa etária de maior significância, foi a de 21 a 30 anos, em 2007, 2009 e 2011, com n=(1,83%), n=(1,46%) e n=(7,71%) respectivamente. Considerando os resultados obtidos da faixa etária com maior frequência (21 a 30 anos), são semelhantes aos resultados evidenciados em outros estudos publicados como o de Ribeiro et al (2006), realizado na cidade de São Sebastião (SP), e Santos e Ferrari (2013), em estudo realizado em Barra do Garças (MT). Outros estudos também apontaram estes resultados com significância também como Valadares (2012), Machado (2007), onde foi constatado que nas faixas etárias de 20 a 40 anos ocorreram maiores índices de incidência da dengue. Ressaltamos que nesta faixa etária encontram-se as pessoas mais ativas economicamente (jovens-adultos), que quando infectados pelo VDEN em processo de adoecimento e hospitalização comprometem a economia, considerando os gastos com a saúde, bem como o fato do individuo quando doente, compromete a sua atividade laboral.

Imagem

Figura 01 - Mosquito transmissor da dengue
Figura 02 - Ciclo de vida do Aedes aegypti
Figura 04 - Exantema máculo-papular causado pelo vírus do Dengue
Figura 05 - Mapa de localização dos municípios paraenses Santarém, Tucuruí e Bragança
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Referências

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