, i
A ECOLOGIA~E UMA INCLUSÃO DE SUCESSO
I
Júlia Serpa Pimentel Instituto SUriOr de Psicologia Aplicada-LisboaI i , ,
,-.. A partir de um quadro teórico bioecológico etransaCCional,ti(Bronfenbrenner & Morris 1998 ~•..eroff ~.Fiese, 2000), este trabalho apresenta oestudo longitudi ai de uma criança com si~drom~ ~own, nascida em 1994 que frequenta actualmente o6° ano de escolaridade. Tem como objectivo alisar osfactores que poderão tercontribuído para o sucesso deu processo deinclusão, aníveldos erentes sistemas ecológicos.
.; .._O estudo iniciou-se no momento do nascimento. NesteJtrabalhO salientam-se os dados encialrnente qualitativos, rec~lhidos _~partir da ent~ada ~a escol ridade obrigatória, em que, par~ m dos aspectos de adaptaçao familiar e mteracçao mae-cna ça, foram também analisadas a )lJ.ç~o das aprendizage~s e a participação social nos contexto extra-familiares. O processo de
_!1:lçaoparao segun~o CIcio,aos doze anos, mostrou as dificuldaales que aescola tem para pôr em
anca uma verdadeira Inclusão.
j
Não sendo possível extra polar os seus resultados, e te estudo de caso mostra a terdependéncia de um conjunto devariáveis ecológicas na optimi ação das potencial idades de uma
lança com sindrorna de Down. I
.. Palavras-chave: síndrome Down, Inclusão
I
iI
" Within an ecological and transactional model (Bronfenbre ner & Morris, 1998, Sameroff & _~e,.2000), this paper presents a longitudinal case study ofa Do n syndrome child, born in 1994, n~lng the 6th grade m a regular school setting. We aim to sh w the different factors that have tnbuted for the success of this child'sinclusion. The study begun mmediately after birth but, in this k,_we ernphasise data collected since lhe child entered compuls ryschool when we analysed both ;lllar and school vanables that could be related to learning acq risitions and social participation. BIBLlOGRAFíA
)
ESTUDIO-SOBRE LA PREVALENCIA DELSINDROME X FRAGIL EN LA POBLACION DEVARONES AQULTOS ATENDIDOS EN LOS CENTROSDE DISCAPACITADOS INTELECTUALES DEBURGOS. DELA CONDUCTA A LA GENÉTICA
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NECESIDADES EDUCATlVAS ESPECIALES
INTRODUÇÃO
.; Os modelos transaccionais e ecolôgicos têm vindo a assumir uma importância significativa no entendimento. dos processos de desenvolvimento das crianças, em situações normais mas também quando existem factores de risco ou deficiência.:' l,". [" " 'Ci·" ',;i'"
O primeiro, destes modelos temsido~desenvolvidii por'Sarneroff e-colábóradorespare quem , 'desenvolvi mentb eicomportamento da cfíáil'çá~aêpêhdé:sf mUltifneàifiêrM,"'mí'sC'àriic(érís{icas'l5idlõgiêàs·
que estruturam'as formas como o ambiente éê,por'esta."éxpéri'éricíaélo,âás esWil(úras;sbciaíSi'lâcúltúhi'
~em 'que' 'se<,insere e das característiCâ~F'psitblógica~Fdf;trian~à>'rêsültanfé'S:âiHeléiçaoeritré'as;,'
,x.",,·· '''''características bioloqicas e as estruturassoêiàis.:Asslm;', "ocomportamenfo'dá'criái7çá'éo p;oduttYde~:;
transacções entretrtenotipo, isto é, a éiiançà;'ô'mesolipo,:ístdé, a fonte de experiência externa, e o
qenotipo, isto é, a fonte de organização biológi~a",(Sameroff ~ F,i~s~,,2000, p. 143).
Outrosanores.entre os quais salientamos' Biontenbremér,' e'nfatizam támbém a importância dos"aspectos contextuais no estudo desenvolvir:nentoLque,,,é id,efiQi,do,-com()o"contuntQ, qe,processo~~ti;,
.. ",' :i' -através dos quais as propriedades das p'~ssoas,e dQambi,eme,jnt,eragern para~:pr,ofluzir;cQnti.l]uid~ge e,,',
'mudança nas características da pessoa qO'geCLJr~0 da.vida. O autor propõe que a Psicologia do Desenvolvimento estude, de forma sistemática, três domínios interdependentes: o contexto no qual o
'desenvolvimento' ocorre: as características pessoais, biolôgiCéIS"ÕlPpsicolôgii:ãsraiis'pesso'ãs' presentes";
"nessecontextoe
°
processo através do qual o desenvolvimento ocorré:'O~;:prôcessós: fii"oximâls:'fõrrTí;i's"" específicas de interacção recíproca entre um organismo biopsicolôgico e as pessoas, objectos e símbolos do seu ambiente' externo imediato - são considefàdõsõs· mec·â'riismüs'piTmáriõS·õu mowresdü- -.,,., .... desenvolvimento humano. No modelo bioecolôgico, Bronfenbrenner eM.orris (1998) consideram queos' factores'.'.bioloqicos: .impõem limites ao desenvolvimento humano, mas q'ue"há •condições ·envolvimentais indispensáveis para que todo o po~endal humano seja actualizado.
Na perspectiva de Bradley e Corwyn (2004), os pais actuamcomó reguladores nas transacções entre a criança e o seu envolvimento. As funções parentais, que os autores denominam os "five 5;
safety/sutenance,' stittuüstion, socioemotional suppon, structure.!.,ecsurveIllance';':.quando
adequadamente desempenhadas, asseguram que os filhos retirem o ,máximo~ prov,eito, das oportunidades que o ambiente lhes proporciona optimizando assim o seu desenvolvimento. .
-As crianças com necessidades especiais têm,. como as outras, necessidades de protecção e afecto, estimulação apropriada e oportunidades de participar plenamente na vida familiar e social, condições indispensáveis para o pleno desenvolvimento das suas potencialidades (Moore, 2002). O conceito de participação social é, neste sentido, indissociável do de inclusão. Estar incluído significa ter oportunidades para participar plenamente nas actividades da escola e ter umª;r@ii~uq(~íqfidê.nH~ª,~ de outras crianças da mesma idade (Eriksson, 2006)..."--: ". ;;~,i~;:;" ) .: /V;. ."';,_ ',:;,' ;. " : ;>.,' ";
·i!
A legislação Portuguesa prevê a abertura da escola reçular a todos osalunos com necessidades educativas especiais e reconhece do papel dos pais na orientação educativados seus filhos. Como referem Costa et aI. (2006), a educação inclusiva coloca novas exigências àescola e aos professores, que devem ser apoiados na implementaçâo de um currículo que se adapte às condições concretas de cada
um dos alunos e responda, de forma eficaz, às suas necessidades, ritmos e estilos de aprendizagem específicos.
O objectivo deste estudo longitudinal, dando continuidade a trabalhos anteriores (Pimentel, 1997,1998,2004,2006 a) 200615) Pimentel & Meneres, 2003a), 200Bb), é analisar o conjunto de •...variáveis ecoloqicas. .que. no quadro de uma escola que se di~"ser para ~odos" poderão ter contribuído
"'para a optimizaçãa das potencial idades de uma criança com sindroma d~ Down e para o sucesso da sua
inclusão. ! I : I , i
. c;Acriança'que'temos acompanhado nasceu em 1994, freqUenta! 60 ano de escolaridade e tem
tfissomia21 por translocação do cromossoma 14. Os dados, maioritar amente qualitativos, têm sido regularmente recolhidos desde o momento do seu nascirnento. atraves de entrevistas serni-directiva à ..mãe:,e'registo' ern.vídeo de uma situação de interacção livre, em cfa e, a partir da entrada na escolaridade, em 2002, através de entrevistas com professoras, análi e de produtos de trabalho e cobservação,fo[am também obtidos dados relativos à evolução das apre dizagens e participação social
nos contextos extra- familiares. I
I
Apresentação e análise dos dados i
I
'i-:Sintetizámo~, no quadro n° 1, ?s aspectos mais significativos d~ situação desta cria.nça/fa,mília desde, o seu-nascimento, que analisaremos a luz dos modelos itransawonal e bioecoloqico,
anteriormente referidos. '
Quadro n°1-Aspectos significativos do casoiem estudo
FACTORES POSITIVOS DA JOANA, FAMfuA E CONTEXTOi
Whenthe childwas twelve, the tr'ansition processto a differentschoolsétting, showéd how difficult it is to achieve inclusion.'··;
The datairi this case study can not be genéralised butshow theinterdepéndence-of different··· ecological variables in the development ófaDownsyndrómechild." .
,Key Words: Down syndrome, lnclusión .r:
Depressão inicial. ,Aceitaçao da deficiência e boa adaptaçao familiar lnteracção mã e-criança muito harmoniosa e estimulante
D
.Excelente apoeducativo ioI Grande coesão conjugal.
Bom apoio familiar.
I !
PIP escOlhidolpelos pais. Boa qua idade
do apoi~
l
Autonomi a)nas tomadas de d[CiSàO
I
Boa integraçào escolar (sem adiamento).
EXCElENTE COMPETÊNCIA DESENVOLVIMENTAL
Competências de linguagem superiores ao
elperado
Excelente integraçáo familiar, escolar e social
)
)
AECOLOGIA DEUMAINCLUSAO DESUCESSO NECESIDADES EDUCATIVAS ESPECIALES
-habitual nestas crianças, sobretudo nas sub-escalas-depenceruesde estimulação ambiental. Noutros
,trabalhos, relacionamos estes resultados comas características da mrersccaomse-críanca.mercaoa por
grande sensibilidade/ responsividade e excélentes·qualidadesde estlrnulaçao. ', .. :,c ,."
, " Mostrando simultaneamente expectativas positivas e um conhecimento detalhado das
,competências e evolucoes da Mariana a mãe sempre-soube o.que poderia exigir delae.corno poderia', optimizar o-seu-potencial: "Coma Matianâitêiri'qt.rehavedJraço;,de-ferro,·,';, Cá.em casa sou..
eu,':~.Exijo sempre que e/a faça omemorque.ê capaz,,'~,fi;á aproveita-se sempre'das pessoas'que
." 'não a conhiJcem;/.'i7ão faz oqueconsegue:e,pãe-senuma atitude deexpectativa: ..Nemsempre os
adultos têma atitude mais correcta, ..o, ,~•..•• " 'J:~: .. c,:.!::'.;'" -..LC:; "". 'c .,
Embora os'dados tenham sido sernprarecolhidosrnrn amaezesta fui-nos sempre relatando' ,
,factos que mostravam' a plena participação da Mariana na vlda.da.família nuclear. a-alarqada- onde. ;
sempre lhe foi exigido um comportamentór'normal",': ;, ,"', ~. . "
. Também
a
professora especializadazqueaapoiou durante.todo.o l° ciclo, tinha as mesma .'.., . atitude: "euesperosempre o máximo ...exijo-sempre omáximo,' mesmo qaedepoistenhe de.Iazer ,
marcha atrás..;'càda'criança équeme'riardizeraté·onde posso ir.;,-com a,Mariana vi.que ofilão
era a leitura ... '~ i', .,':::,"·',):·!·':·C .'0/:' ...: .n: (!f'.T' .;;,'.' ...• V'"
o Assim, as características biopsicológicas, 'da'Mariana,-.' embora. tmpondoJímites-ao fSeLJ.
deserivolvimento'e 'aprendizagem, foram .potentiadasjao·máximo. através-de- interacçàese experiências,
dequalidade tanto no contexto familiar como'na escola.rn ',;,'"r ..''''''~ ;c'",:, '.':,
Amãe ea professora de apoio, que' sempre trabalharam numa relação de parceria em que
"todos os problemas são falados ea decisão finalésempreda mãe"quando aMariana fez9 anos e a
irmã iniciou o 3°ano de escolaridade, tornaram.a decisão deasjuntarna.mesma~aula~Era opinião da
mãe que a irrnãseria um bom suporte'e_uma:"ponte"entre a.escola e-a 'casa.•.Essasüuaçao Joi, ,
antedpadamentê "discutida" com a tilharnais nova-a quem a-mãe, na altura emqueela.tinha7a{los, :
explicou toda a situação. Embora essa decisão:-nãotemha,aparentemente,. perturbado-airma.elqornas..
,. , ' ..,,',". frases da mãe levam-nos apensar que ela;se'sentiu responsabilizada. pela Mariane: t.ioaos os.dtes tem
.•', l.:-t: .queixas 'da Méiriana' que brinca com uma -ménins 'com.'comportameotos .cesejustedos: e·,diZ; ,
". '" asneiras... masachoque arelação entre elas é semelhante àdeduas,irmãs:" .'(,.
Comentando as interacções da Mariana comas colegas' da escola.do.P.cickr.a.rnãe refere,
'alguns incidentes que, aparentemente, não'perturbam a filha: "A Marianajáttem consciência da sua,.
diferença ...mas vive bem, está bem com :e vida, 'teti: bem -disposte. •.Pode,ouvir. coisas
desagradáveis mas entram-lfie por um lado esaem pelooútro. ..Eusoumaisde remoer", '" .
. O processo de transição para o-sequndociclonos 'doze anos, ;nãO'fodacil:Nas reuniões
preparatórias da transição, pouca atenção foi dadaàsaprendizagennvidenciadas nos trabalhos do 1°
ciclo, sendo apenas salientadas as incompetências da Mariana: "Ousado os professores virem a letra
dela vão-me perguntar o que é queela faz numa"aiJlade 5°and'.'A ~:inclusão".era aceite.desde que:.
ela ficasse no núcleo de apoio (ProjectolnClUir)/qUe era uma fonte de preocupação da mãe: "as'
crianças quelá estão sãotodos tão diferrj'ntes·'dela;J:c.não (}'estou a ver-te...tenho.receio:queela..
perca o que adquiriu ao longodestes enõs....',~.., ' ..
Obstáculos foram sucessivamente aparecendo" "A irmã está a serprejudicada: ..sente que a
Mariana é um peso...Não serámelhorque fiquem'emturmas diferentes?'. Novasreuniões, sempre
com a plena participação dos pais garantiram ainclusão, sendo proposto um horário em que a Mariana
estava incluída na turma regular, com o acompanhamento de uma professora de apoio e,
pontualmente, tinha apoio não integrado no projecto" Incluir". Aprimeira batalha estava ganha e a
Mariana acompanhou o currículo do 5°ano em todas as disciplinas excepto a Matemática.
., O sucesso. com que atingiu os objectivos curriculares deve-se à parceria estabelecida entre a
professora de.apoioea mãe - "ela é uma aliada eé a advoga~a de defesa junto dosrestantes
protessores": mas, sobretudo, ao trabalho que a mãe diariamente realiza com ela em casa - "estoua
, par detoda a matéria!'. .
"::;·'2.:No entanto, já em 2008, a mãe refere: "Estou muito cans~da ...éuma luta diária ...opai
s.estuds-com eleeo fim de semana masnão faz o mesmo queeu.. ,$Óeuéquelevo isto apeito". Foi
i:
.
nesie-ultimomomento de recolha de dados, num período em que 'novamente será necessária umai
.
decisão dos paisrelativamente à escola para o3°ciclo, que sentimos mãe deprimida, talvez por estar:!i.consciente das dificuldades com que se vai deparar num futuro p óximo apesar de nos dizer que
."nunca poderá ser pior do que foi o primeiro período do ano passaIo".
.fi.mãe reconhece que a Mariana está muito dependente de s e que prefere fazer os trabalhos
.corrroseuapoio e.não.na escola. Mas justifica todo o apoio que lhe adizendo: "Eu não permito que
,osprofessores epuxem para baixo e épor isso quenão quero que e a se atrase...osprofessores irão
-eproveitsr-sedes-tslhss dela para me dizerem que ela não é capa de aprender mais epo-t» mais
(.fempo na sala de.epoio.... asminhas exigências com elasó vãooarar quando eu sentir que ela
4/ãO tespondec-neo-sei até onde é que ela vai chegar nem 70Saspectosprofissionais nem
iecedemicos mas é.pet» estesque eupreciso da escola ...eu
prop
ia lhe ensinarei a cozinhar e aiandardeauJocarro, quando issofornecessário". Este último come tário vem na sequência do Plano
individual de lransiçãoprevisto na legislaçãO actual (Dec. Lei 3/20 8) quejá a professora de apoio
pretende apresentar-lhe ...
,,·Quando falámos da situação da irmã, a mãe reconhece ~ue ela "foi obrigada a crescer
.deptesse demais" e que, no início do ano passado asituação foicomplicada porque a Mariana andava
:sistematicamente atrás dela. Actualmente isso já não acontece e, "na~scola,cada uma anda por onde
-quer e comcuem-quer". Airmã, saudavelmente, reivindica algumi apoio da mãe também para si,
.mesmo nos trabalhos da escola onde não tem qualquer dificuldade. dluando lhefalamos directamente
I
.no assunto! concordou, envergonhada, que nem sempre gosta que a ~riana esteja na sua turma ...
',', Nafamília alargada aMariana ébem aceite e acolhida, partici ando plenamente nosmomentos
.de la:er. Proxim_amente,. irá viajar com uma tia e a prima da sua id de e esta viagem, de que foram
exchrídas a urna e a prima mais nova, e sentida pela Mariana GOlO uma promoção social muito
',",importante,,Umoutro episódio que mostra a sua competência social o orreu na altura da audiência em
/.que, SOZinha, foi chamada a depor perante oJUIZ no processo de a opção de um bebé que há seis
.rneses tinha sido entregue aos seus pais. Embora consciente da impo tãncia do seu papel, viveu toda a
.sltueçao com tranquilidade, tendo posteriormente relatado aos pais o ue se passara.
,.: A partir das entrevistas com a professora de apoio e directora leturma, analisámos as variáveis
:,do contexto escolar ea forma como têm também contribuído para a inJusão.
.' ,Aprofessora de apoio, que a acompanha na sala em metade das aulas, organiza ostrabalhos
.propostos pelos professores para que a Mariana possa, posteriorment , fazê-los sozinha, Em Português
Ciências, adapta ostestes que, embora incidam sobre amesma m itéria, por vezestêm enunciados
moutro-formato o que'permite que a Mariana os realize autenornamente. Também ela tem
xpectativas positivas'relativamente às capacidades de aprendizage l destas crianças e, neste caso
specífico, reconhece otrabalho extraordinário que a família tem feito e entende que ospais "estão no
.fpireito de exigir à escolamais do que eles próprios fazem emcasa".
(~: . Noâmbito doprojecto Incluir organ.izou sessões de sensibiliZ~ãO sobre aTrissomia 21esobre
Autlsmo para os colegas daturma e tambem para o corpo docente. ~mbora reconheça que esta acção
oi importante, considera que as mudanças de atitude por parte dosIprofessores da turma se devem,
)
AECOLOGIA DE UMA INCLUSÃO DESUCESSO
essencialmente, às características da Mariana, concordando assim. .corn a mãe quando este-nos referia
que "aMariana temconquistadoosprofesfores'~." _.. '.'" ".... . .. ,.
Também a.directora de turma, que se,mantêm desde. oano passado, reconhecea reacção.
~eg'l.tiva inicial dos professores, explicendo-a peiototàl desconhecirrÍentoqLJe tinham relativamente às "," '.' ..•.capacidades de aprendizagem destas cnançase ao \rabalho que lhes,ser,iaexigido. Ospro(essoresdeste
ano já beneficiaram P.9rtodo otrabalho do ano anterior, pelo que.aaceitaçào foi bem mais rapida.
Pessoalmente reconhece que "esta experiência temsido muito enriqueéedora quer pessoa
i
que...,;protissionetmeme". "!;'.'," :,""":.,.'~" ,-""'.::",,,::-:' ,::,' ,'.",~ '-,.,", ...,
-.No que respeita à interacção da lV)ariar;tacom os colegas"arnbasas docentes, concordam qye"c .genericamente, nao.a tratam de forma diferente do que a quatqaeroutra co.leg'a. Foram aperi~s ..
, ,. referidos dois episódios em que,a mesma colega teve um.comportamento abertamente discrim!.natiyO"
.; "relatjvafJ1ente à Mariana. Notam porém que.as.rap~rigas, este ano" começaryta, exclui-la.das sLJas,; " .conversas e que aMariana se aproxima agora mais, deurT)a outra rne.nJ.r.?con:1;lrissomia 21 que está
sempre na sala de apoio. . . ,; . ", c ,,~_, '.1. ....
Na aula de Formação Cívica a que, assistimos, nem a.Mariana, nem o.seu colega com, NEE .'
foram objecto de atenção particular por parte dos outros aI0~0'~.Ate~átic~qqs Direitos Humãrws,.J~;,~:'
abordada em aulas .antenores: foi explorada, oralmente e a Mariana)ez" .espontaneamente. urnaj, intervenção adequada que mereceu a mesma atenção do que as dosoutros.alunos. Foidepois proposto"
que escrevessem frases representando. violaçÕes dos.direitos humanos" uma. casalunas mencionou ,;;,
especificamente as pessoas com deficiênci.?,:J\1as~enhum .dos.0LJ~l,'pj.L~~qualqueratusão a9s)JOis",
colegas presentes. ,;.... '" .:",.,;,,,: ' ~
'-.l. i'-:l
":;:i ; ;:..
. (.". .[ -I',
DISCUSSÃOE CONCLUSÕES
.: ' ,'.. "Embora não sendo possível extrapolar os seus resultaoosc.esta.estuoo-ríe caso mostra a
,.' ... ,interd~pef1dêf1cia de,um conjunto de variáveis ecológicas na optimizaçãodas .poteneialidades. de..uma .-Ó:
criança com sindroma de Down.. '" ,; "."i .nr: ...i.':' ..·:'.óC!.·
.A.nível familiar, salientamos. as .compeiencias parentais.,·.as percepções .positivas.z o estabelecimento deobjectivos tangíveis e realistas face aos quais todos os-elementos çongregam esforços ..i e que, de acordo com Hastings e Taunt (2002), podem explícar aiboa adaptaçáo de urna; pane,
significativa das famílias, para quem a existência de um filho com, deficiência .nao é apenas .urna. situação de luto e depressão insuperáveis ..
Os dados recolhidos ao longo destes 14 anos permitem-nos analisar os quatro subsistemas ,,:' familiares referidos porTurnbull eTurnbull (1990) .
._ Comofactor.es de resiliência apontamos a coesão do casal,.que assume papéis diferentes e
,complementares epartilha responsabilidades na educação de cada um dos filhos. Ossinaisde grande
cansaço da mãe,na última entrevista representam, no entanto,um factor de risco que nos parece não poder ser menosprezado.
A nível do subsistema fraternal, há dados que evidenciam sentimentos de sobrecarga e responsabilidade acrescida da irmã mais nova, cada vez mais consciente da "diferença" da Mariana,
Para amãe, a permanência de arribas na mesma turma éfacilitador do apoio que dáà Mariana, Asua sensibilidade permite-lhe compensar a irmã e presenciámos atitudes de cumplicidade entre arnbas,
mas há uma situação de risco aavaliar nofuturo.
A reacção da Mariana à morte do avô paterno e a sua presença voluntária ao lado da avó, mostram uma ligaçãoforte comestes elementos dafamília alargada.
NECESIDADES EDUCATIVAS ESPECIALES
.Tarnbém no contexto escolar, tem havido factores positivos que devem serrealçados, Apesar do
.sisterna.ríe educação especial e de apoio em Portugal nem lsernpre proporcionar resposta às
necessidades das crianças com incapacidades, no primeiro cicloocaso da Mariana pode considerar-se
,um sucesso. A colaboração e partilha de trabalho que existiu ~ntre a professora de apoio e as
,professo~as da classeregular garanti:am uma. excelente evolução, a~esar doapoio ser dado fora da sala.
,No..2°.clclo, como VImos, a suuaçao tem SIdo de Inclusão mas
p
custa de um tremendo desgasteemocional da mãe. Há, apesar de tudo, uma aliança estabelecida]com a professora de apoio e uma .(relaÇãO de confiança com a directora da turma. Amãe tem plena co isciéncia de que, no resto da escola,
.a.ütosotiaoe inclusão não existe ainda e afirma ter a certeza de que não desistirá nunca dos seus
;.objectivose que lutará para que a Mariana seja membro de pleno direito dasua comunidade escolar.
. N~,'~ntanto, ao ouvi-Ia, fica-nos a impressão que, diariamente, t ava uma batalha, que não admite
':,perde~"eque tera. no.futuro, denegociar relativamente àinclusão tafilha,um compromisso aceitável
, masprovavelmente não totalmente satisfatório.
. O.estudo de caso relatado por Chatelanat (1996), apesar dJ referir deuma criança bem mais
Qov,a,tem ~om este, grandes semelhanças. Nele a autora faz alg ma considerações sobre o que as
;,crian.ças c9'11'incapacidades pensariam desi próprias se ouvissem o que outros antecipam ser o seu
éd~sUro e impactonos outros -que não vãofazerprogressos, que se ãorejeitadas pelos seus colegas ou pr~fess~rés, qué vão atrasar o desenvolvimento dos seus pares, q e os seus pais vão ter expectativas )rrealistassobreoseu potencial... Todos estes argumentos demon trarn a ambivalência entre querer .:;,manter9sta~us quo(no casodesta escola de 2° ciclo,segregar num saladeapoio deum projecto que,
.paradoxalmente, se denomina Incluir) contra a qual, ainda hoje, t dos os pais têm que lutar quando pretendem ver os'seus filhos verdadeiramente incluídos. Nem tolos terão a resiliência dos pais da
Mariana...
... Em Março de2.006, ao prepararmos uma comunicação con unta eque aprópria mãe intitulou " "Serdiferentee.viver com qualidade", esta referiu-nos: ':Ascoisa negativaspodemter dois efeitos.
::OVél.pessoa.fica revoltada e não ultrapassa ficando numa eter. revolta e insatisfação ou podem
,ser,usedes nufJ7.sentido construtivo ...eu souoptimista...Possome ir abaixo mas consigo andar
para,a frente...A existência da Mariana foi uma viragem na minha forma de ver as coisas e
ajudar os outros...Acarreta sofrimento para nós e para ela...mas é isso queme move." Estas
}firmações damãe da Mariana exemplificam bem o que Folkman e Moskowitz (2000, cn. por Hastings &Jaunt, 2002) .reterem como sendo uma forma de adaptação sa dável, geradora de sentimentos de
,competência e domínio sobre a sua própria vida.
A. suaresiliência está bem expressa na determi ação consciente de continuar,
pe.rsev~rantemente, afazer o que acredita ser o melhor para o futUjro da Mariana, da sua família e da sua comunidade. Quando terminámos a última entrevista diss -nos. "Eu não assinarei nunca
nenhumPteno comooqual nãoconcorde... acredito que tudo o queeu possa fazerpela Mariana
há-de servir não só para ela como para outras crianças como ela:
I
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t:,·,:", Losyalores yactitudes de aceptación, respeto o solidaidad, son básicos en el desarroll ~rso(]al y;sociaI,Jl}ás aun cuando se consideran en contextos y personas con desventaja o limitaciór
.çhpr.e~~r:tletrabajo .trata de estudiar, en una muestra de alumnos e Educación Primaria, Secundaria
~~J.lr)iv.ersidad,laJepresentación deiconcepto solidaridad hacia s 1 cornpanero con discapacidad en I '4Ia, ~)~avés"d.e.1diferencial semántico se busca integrar los adj tivos con elconcepto y observar I
pinlõnque .Ies merece la característica de discapacidad de s Icornpanero de aula, así como I
televancia-que el conjunto de sus adjetivaciones pudiera posesr para un mejor desarrollo de I integraçión~en. elaula. Se aprecia que las variables de edad y etapa educativa ofrecen resu Itadc sigrlificativos, no siendo el sexo o el media relevantes, dandose algunos matices respecto ai nivI
soGioc!1ltu(ql.Finalmente podría decirse que se establece una res etuosa relación y comprensión co
19sçOf11pati~ros.c_o,l1t~astornos,ejerciendo latolerancia ylasolidar dadoEllosirvedereflexión educativ
:y de intervención psicopedagógica en el marco delaOrientación E ucativa.
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i"" ::,;.L()s Valores, en nuestra sociedad, pueden observarse l'esde dos polos de preocupación I
0,anáJisis,.De una parte, aquéllos que serían apreciados en un ext 'erno menor, conminúsculas, pue
·gq.nen de::rtl3.,lf!esto metas individuales o concretas de la perso la (con riesgos de individualismo I 'materialismo) y de otra, conductas que apuntan a Valores pipiamente sociales y de desarrolh
humano, como la solidaridad, la tolerancia o el respeto a la pers naoa la vida.Siel primer extrerrn
}vide~cia carencias de formac!ón hum~na, el segund,? indica la co struc~~ón y desarrollo de lapersorn
.y su vidaen sociedad. SI el pnrnero coincide con la perdida de ,alores,elsegundo nos Ilustra sobn
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fecha deadmisión 72Marzo 2008
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NECESIDADES EDUCATlVAS ESPECIALES
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ELEMENTOS PA A UN ESTUDlO PSICOEDUCATIV Diego Jesús Luque Parr