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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA JUSSARA MARIA FERRAZZA

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

JUSSARA MARIA FERRAZZA

DINÂMICA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS ANUAIS DE

INVERNO SEMEADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS

DISSERTAÇÃO

(2)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

JUSSARA MARIA FERRAZZA

DINÂMICA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS ANUAIS DE

INVERNO SEMEADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS

DISSERTAÇÃO

PATO BRANCO

(3)

DINÂMICA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS ANUAIS DE

INVERNO SEMEADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de

Concentração: Produção Vegetal

(Integração Lavoura-Pecuária).

Orientador: Dr. Thomas Newton Martin Co-Orientador:Dr. André Brugnara Soares Dr. Alceu Luiz Assmann

PATO BRANCO

(4)

diferentes épocas / Jussara Maria Ferrazza - 2011 69 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Prof. Dr. Thomas Newton Martin Co-orientador: Prof. Dr. André Brugnara Soares Co-orientador: Dr. Alceu Luiz Assmann

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Pato Branco/PR, 2012.

Bibliografia: f. 59 - 66

1. Avena sativa. 2. Avena strigosa. 3Lolium multiforum. 4. Secale cereale. 5. Triticosecale W. I. Martin, Thomas Newton, orient. II. Soares, André Brugnara, co-orient . III Assmann, Alceu Luiz , co-orient. IV Universidade Tecnológica Federal do Paraná. V. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. VI. Título.

CDD(22. ED.) 630

Ficha Catalográfica elaborada por Elda Lopes Lira CRB 9/1295

(5)
(6)

conduzirem na realização dos meus sonhos.

E a Deus , pela graça de ser escolhida para viver humanamente a vida.

(7)

A Deus pelo presente da vida e por colocar em minhas mãos tal

oportunidade;

Aos meus pais, Antonio Vilmar Ferrazza e Neiva Maria G. Ferrazza,

pelos ensinamentos de vida, pelo amor incondicional, dedicação, exemplo de

responsabilidade e pelo constante apoio para esta conquista;

Aos meus irmãos;

Ao Vinícius, namorado, companheiro, ajudante e conselheiro, por ter

dividido comigo todas as alegrias e dificuldades nesta caminhada;

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Pato Branco

e ao Programa de Pós-graduação em Agronomia pela oportunidade de realização do

Curso de Mestrado;

Ao IAPAR de Pato Branco, em especial ao Dr. Alceu Luiz Assmann,

pela oportunidade de realização deste trabalho e por toda ajuda recebida;

A Fundação Araucária, pela bolsa de estudos;

Aos meus orientadores, Dr. André Brugnara Soares e Thomas Newton

Martin, pela excelente orientação, paciência, dedicação, pelos ensinamentos,

conselhos e oportunidades, transmitindo respeito, amizade e confiança;

Ao corpo docente do PPGA pelos conhecimentos proporcionados;

Aos meus amigos, colegas e estagiários da área de agronomia, pela

colaboração na execução deste experimento, pela companhia e amizade;

E a todos que de alguma forma contribuíram para realização deste

(8)

vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte.

Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.

Elas sabem fazer o melhor das oportunidades

que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.

Para aqueles que se machucam.

Para aqueles que buscam e tentam sempre.

E para aqueles que reconhecem

a importância das pessoas que passam por suas vidas.”

(9)

FERRAZZA, Jussara Maria. Dinâmica de produção de forrageiras anuais de inverno semeadas em diferentes épocas. 69 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração: Produção vegetal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2011.

A estacionalidade de produção de plantas forrageiras é um problema muito frequente no Sul do Brasil, devido principalmente às baixas temperaturas e geadas que ocorrem no período de inverno. Essas características limitam o crescimento das plantas, determinando períodos de falta de forragem para os rebanhos. O trabalho foi realizado no período de março a novembro de 2009 com objetivo de avaliar as características produtivas de cultivares de forrageiras anuais de inverno (Avena strigosa Schereb, Lolium multiflorum Lam, Avena sativa, Triticum aestivum, Secale cereale e Triticosecale Wittmack) em quatro épocas de semeadura (11 de março, 08 de abril, 06 de maio e 03 de junho). O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso, com três repetições em parcelas subdivididas. Foram avaliados o número de dias para o primeiro corte, o número de cortes, dias de utilização da pastagem, a densidade de plantas e perfilhos, a produção total, a matéria seca residual, a produção por corte e a dinâmica produtiva (taxa de acúmulo diário mensal de MS). Houve interação significativa entre forrageiras e épocas de semeadura para todas as variáveis analisadas, indicando muitas combinações entre espécies forrageiras e data de semeadura de acordo com cada sistema. As aveias brancas, os azevéns, e a aveia preta IAPAR 61, apresentaram alta capacidade de produção e distribuição de forragem, especialmente se semeadas até início de maio. Para a variável taxa de acúmulo tiveram destaque às aveias brancas UTF Iguaçú e IPR 126, aveia preta IAPAR 61, os azevéns, e centeio, que apresentaram em média produção diária de forragem de 51,4 kg ha-1 após a primeira utilização, demonstrando possuírem elevada capacidade de produção e manutenção da produção, também se semeadas até início de maio.

(10)

FERRAZZA, Jussara Maria. Dynamics of winter annual grasses production sown on different dates. 69 f. Dissertation (Master’s in Agronomy) – Graduation program in Agronomy (Field of study: Vegetable Poduction), Federal Technologic University of Paraná (UTFPR). Pato Branco, 2011.

Forage production seasonality is a great concern in southwestern Brazil. It occurs mainly due to the low temperatures and frost that occur during the winter. Those characteristics prevent forage plants growth, causing lack forage shortage to herds. The trial was carried out from March to November 2009 in order to evaluate productive characteristics of winter annual forage grasses (Avena strigosa Schereb, Lolium multiflorum Lam, Avena sativa, Triticum aestivum, Secale cereale, and X Triticosecale Wittmack) under four sowing dates: March 11th, April 8th, May 6th and June 3rd. Completely randomized blocks with three replications in a split plot design was used. It was evaluated number of days to first harvest, number of harvests, pasture utilization period, tiller and plant population densities, total herbage production, stubble mass, herbage production by harvest, and production dynamics (dry matter accumulation rate). There was significant interaction between grasses and sowing dates for all variables, indicating many combinations between forage species and sowing date according each system. White oats, ryegrasses and black oat cv. IAPAR 61 performed better in relation to forage production and forage production persistance, especially if sown until early May. In relation to accumulation rate, white oats UTF Iguaçú and IPR 126, black oat IAPAR 61, ryegrasses, and rye presented better performance, which presented average of 51.4 kg DM ha-1 after first cut, showing a great performance in terms of forage production and maintenance of their forage production, especially when sowed until beginning May.

(11)

Figura 1 – Caracterização das temperaturas mínimas (T. mín), máximas (T. máx) e média (T. méd) e precipitação do ano de 2009. Estação Meteorológica do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR). Pato Branco, 2009... 29

(12)

Tabela 1 – Caracterização química do solo antes só início do experimento. Pato Branco, 2010...28

Tabela 2 - Análise de variância (forrageiras de inverno x época de semeadura), com as respectivas fontes de variação (FV), graus de liberdade (GL), quadrados médios (QM), estatística F calculada (F) e probabilidade α = P(F≥Fc), para as variáveis número de plantas por metro quadrado (NPL), densidade populacional de perfilhos (DPP), matéria seca residual (MSR, e produção total de matéria seca (PT), produção de forragem em cada um dos oito cortes (PFC1), (PFC2), (PFC3), (PFC4), (PFC5), (PFC6), (PFC7) e (PFC8). Pato Branco, 2010. ... 32

Tabela 3 – Caracterização para os cortes e utilização das pastagens. Pato Branco, 2010...34

Tabela 4 – Média dos caracteres avaliados nas diferentes forrageiras e épocas de semeadura. Pato Branco, 2010... 38

Tabela 5 – Produção de forragem (kg MS ha-1) do primeiro ao quarto corte para as forrageiras nas

épocas de semeadura. Pato Branco, 2010...40

Tabela 6 – Média para a produção de forragem do quinto ao oitavo corte, conforme as forrageiras e as épocas de semeadura. Pato Branco, 2010...42

Tabela 7 - Análise de variância bifatorial (forrageiras de inverno x época de semeadura), com as respectivas fontes de variação (FV), graus de liberdade (GL),quadrados médios (QM), estatística F calculada (F) e probabilidade α = P(F≥Fc), para as variáveis Taxa de acúmulo diária de matéria seca nos meses em MSha-1dia-1: março (TAmar), abril (TAabr), maio (TAmai), junho (TAjun), julho (TAjul), agosto (TAago), setembro (TAset) e outubro (TAout). Pato Branco, 2010...49

Tabela 8 - Taxa de acúmulo diária de forragem no mês de março (TAmar, kg ha-1dia-1de MS), abril

(TAabr, kg ha-1

dia-1

de MS), maio (TAmai, kg ha-1

dia-1

de MS) e junho (TAjun, kg ha-1

dia -1de MS) conforme as forrageiras e as épocas de semeadura. Pato Branco, 2010...50

Tabela 9 - Taxa de acúmulo diária de forragem no mês de julho (TAjul, kg ha-1dia-1de MS), agosto

(TAago, kg ha-1 dia-1de MS), setembro (TAset, kg ha-1 dia-1de MS) e outubro (TAout, kg

ha-1 dia-1de MS) conforme as forrageiras e as épocas de semeadura. Pato Branco, 2010.

(13)

AB2 Aveia Branca FAPA 2

AB43 Aveia Branca FAPA 43

ABI Aveia Branca IPR 126

ABU Aveia Branca UTF Iguaçú

AP61 Aveia Preta IAPAR 61

APAC Aveia Preta Agro-Coxilha

APC Aveia Preta Comum

APM Aveia Preta Moreninha

APP Aveia Preta Agro-Planalto

APZ Aveia Preta Agro-Zebu

AZC Azevém Comum

AZS Azevém São Gabriel

CES Centeio Serrano

DPP Densidade Populacional de Perfilhos

FDN Fibra em Detergente Neutro

MS Matéria Seca

MSR Matéria Seca Residual

NC Número de Cortes

NDPC Número de Dias para o Primeiro Corte

NDU Número de Dias de Utilização da Pastagem

NPL Número de Plantas

PFC1 Produção de Forragem no Primero Corte

PFC2 Produção de Forragem no Segundo Corte

PFC3 Produção de Forragem no Terceiro Corte

PFC4 Produção de Forragem no Quarto Corte

PFC5 Produção de Forragem no Quinto Corte

PFC6 Produção de Forragem no Sexto Corte

PFC7 Produção de Forragem no Sétimo Corte

PFC8 Produção de Forragem no Oitavo Corte

PT Produção Total de Matéria Seca

T399 Triticale TCL 399

TA Taxa de Acúmulo

TAabr Taxa de Acúmulo no mês de Abril

TAago Taxa de Acúmulo no mês de Agosto

TAjul Taxa de Acúmulo no mês de Julho

TAjun Taxa de Acúmulo no mês de Junho

TAmai Taxa de Acúmulo no mês de Maio

TAmar Taxa de Acúmulo no mês de Março

TAout Taxa de Acúmulo no mês de Outubro

TAset Taxa de Acúmulo no mês de Setembro

TBT Trigo BRS Tarumã

(14)

1 INTRODUÇÃO...13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...15

2.1 ESTACIONALIDADE DE PRODUÇÃO DE FORRAGENS...15

2.2 UTILIZAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE INVERNO...17

2.2.1 Aveia...18

2.2.2 Azevém anual...19

2.2.3 Centeio...21

2.2.4 Triticale...22

2.2.5 Trigo...23

3 PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS ANUAIS DE INVERNO SEMEADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS...25

3.1 RESUMO ...25

3.2 ABSTRACT ...25

3.3 INTRODUÇÃO...26

3.4 MATERIAL E MÉTODOS...27

3.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...31

3.6 CONCLUSÕES...43

3.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...43

4 DINÂMICA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEM DE GRAMÍNEAS ANUAIS DE INVERNO EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA...44

4.1 RESUMO ...44

4.2 ABSTRACT...44

4.3 INTRODUÇÃO...45

4.4 MATERIAL E MÉTODOS...47

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...49

4.6 CONCLUSÃO...55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...57

REFERÊNCIAS...59

(15)

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, como na maioria das regiões do mundo, existe o problema

da estacionalidade de produção das plantas forrageiras, devido principalmente, à

não ocorrência de chuvas durante o ano todo em algumas regiões, e também as

baixas temperaturas e geadas que ocorrem no período de inverno na região Sul do

País. Essas características vêm limitando o crescimento das plantas forrageiras,

alternado crescimentos vigorosos nos períodos quentes, com baixas taxas de

crescimento e baixas produções nas épocas frias do ano, determinando períodos de

safras e entressafras para a produção de alimentos.

As condições apresentadas pelo Brasil à exploração de sistemas de

produção animal a base de pasto são bastante favoráveis. Entretanto, as diferenças

edafoclimáticas das regiões implicam na utilização de forrageiras com mecanismos

de adaptação bastante distintos, visando superar as pressões dos estresses

ambientais e manter elevada produção e qualidade de forragem.

Na Região Sul do Brasil, o período crítico causado pelas baixas

temperaturas, está compreendido entre os meses de abril a setembro, caracterizado

por baixa capacidade suporte devido à baixa disponibilidade de forragens nas

pastagens (Bortolini et al., 2005; Costa et al., 2008; Restle et al., 2000) . Este fato

gera redução da capacidade dos pecuaristas realizarem investimentos na

modernização da atividade por não utilizarem nível tecnológico adequado para a

obtenção de uma exploração pecuária eficiente. Esses fatores vêm contribuindo

para a baixa produtividade animal, diminuindo drasticamente a produção de leite e

ocasionando perda de peso nos animais de corte.

Devido às pressões do mercado, os produtores vêm procurando obter

aumento de produtividade com a intensificação do sistema produtivo, fato que já

vem ocorrendo especialmente nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As

dificuldades apresentadas para a obtenção de uma produção de forragem mais

uniforme durante o ano podem ser superadas através da utilização de diversas

tecnologias. Entre elas destaca-se a utilização de plantas forrageiras de inverno, que

(16)

crescimento das forrageiras de verão. Esse procedimento provoca aumento tanto na

quantidade, quanto na qualidade da forragem podendo alterar a distribuição de

forragem durante o ano, com a redução da necessidade de alimentação

suplementar, neste período.

Existem muitas informações a respeito da produção de forrageiras

anuais de inverno, principalmente relacionados às gramíneas como o azevém,

aveia, centeio, triticale e trigo ou mesmo em consórcio com leguminosa como os

trevos e as ervilhacas (Soares & Restle, 2002; Roso et al., 2000; Rocha et al.,

2003).

Os resultados de produção total não evidenciam a dinâmica da

produção forrageira durante todo o período de estação fria, ou seja, como se

distribuição no tempo essa produção de forragem, não demonstrando ao produtor

qual o melhor material genético para épocas especificas de semeadura e o

comportamento das cultivares ao longo dos meses de inverno. Uma distribuição de

forragem mais uniforme durante esses períodos é de extrema importância, pois

facilita o manejo das pastagens, diminui custos de produção pela redução da

suplementação alimentar, etc. Portanto a época de semeadura e o material

forrageiro é que definem a distribuição da produção indicando qual a taxa de

acúmulo mensal de forragem, informação que é de extrema valia para fazer um

planejamento forrageiro. O presente trabalho tem sua importância pela sua

aplicabilidade às condições regionais e pela falta de pesquisas científicas locais.

Testando diferentes espécies/genótipos em diferentes épocas de semeadura com o

objetivo de antecipar e prolongar a disponibilidade de forragens na estação

compreendida entre o outono, inverno e primavera, suprindo os chamados “vazios

forrageiros”. Assim os produtores poderão verificar qual a cultivar que produz mais

em cada época considerada, possibilitando o planejamento forrageiro mais

adequado às reais situações da propriedade.

Este trabalho baseia-se na hipótese de que existe interação entre

época de semeadura e as espécies/cultivares de forrageiras anuais de inverno no

que tange à produção de forragem e a dinâmica de produção de forragem. O

objetivo do presente trabalho foi avaliar a dinâmica produtiva de forrageiras anuais

(17)

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ESTACIONALIDADE DE PRODUÇÃO DE FORRAGENS

A pecuária brasileira tem como base as pastagens formadas por

gramíneas. Na Região Sul do Brasil a produção de forragem é elevada na estação

da primavera e do verão, decorrente da alta incidência de chuvas, temperatura

elevada e alta luminosidade, o que não ocorre no inverno e no outono (Córdova,

2004). Em contrapartida os períodos de vazios são devido à baixa luminosidade,

baixas temperaturas e muitas vezes ocorrência de geadas. Segundo Costa et al.

(2008), independente do tipo de pastagem nativa ou cultivada, bem como o seu

manejo, intensivo ou extensivo, a estacionalidade de produção de forragem, varia de

10 a 20% da produção anual, em razão das alterações climáticas durante o ano.

É comum na Região Sul os produtores investirem em espécies

forrageiras anuais de inverno como aveia e azevém. No entanto, a maior parte das

áreas utilizadas com pastagens anuais de inverno são áreas destinadas às culturas

anuais de verão, o que reforça ainda mais a situação conhecida como “vazio

forrageiro”, períodos que ocorrem no início do outono (abril e maio) e no início da

primavera (setembro), pois produtores que realizam safrinha de verão, atrasam a

implantação das forrageiras de inverno, e além disso os que vão produzir milho no

verão seguinte, acabam dessecando no mês de agosto as pastagens para a

implantação dessa cultura (Hanisch & Gislon, 2010). Com isso, reforça-se a

necessidade da produção de forragem em períodos de escassez por meio do cultivo

de espécies anuais invernais, disponibilizando forragem para os animais, protegendo

o solo nesse período, ampliando também a produção de palhada para o cultivo de

grãos no verão, em sistema de integração lavoura-pecuária (Nicoloso et al., 2006).

Existem várias alternativas para o vazio forrageiro, entre elas

destacam-se a utilização de alimentos conservados e concentrados, de custo

elevado, e a utilização de forrageiras hibernais como a aveia e o azevém que

apresentam custos de produção mais baixos, facilidade de manejo e que são

(18)

O sistema de integração lavoura-pecuária praticado no Sul do Brasil

apresenta ótimos índices produtivos devido às condições climáticas e edáficas da

região, supostamente quando acompanhado de um correto planejamento e manejo

do sistema (Assmann et al., 2006; Assmann et al., 2010, Nicoloso et al., 2006).

Segundo Oliveira (2002) esse sistema pode ser definido como sistema de produção,

em que a exploração animal está geograficamente associada à produção de grãos,

havendo alternância desta com a produção de forragem no mesmo ano agrícola. Na

região sul, explora-se principalmente a produção de grãos (soja, milho e feijão) no

período de verão e a produção animal (leite e carne) em pastejo de espécies

forrageiras anuais de inverno (aveia, azevém, trigo duplo propósito, triticale, dentre

outros) (Bortolini et al., 2004, Bortolini et al., 2005).

Segundo Postiglioni (1982), próximo de 25% da produção do animal

acumulada na primavera/verão/outono pode ser perdida no inverno/primavera, se

não houver adequado planejamento forrageiro. Dentre os aspectos desejáveis à

utilização de plantas forrageiras, a distribuição uniforme da produção de forragem

durante o ano, parece ser um dos atributos mais objetivados pelos produtores.

As plantas forrageiras de origem tropical e subtropical apresentam

crescimento reduzido durante o período de inverno. Dessa forma, de abril a

setembro, quando as temperaturas são baixas, ocorre diminuição na oferta de

forragem nas pastagens (Gerdes, 2003).

A disponibilidade de água é isoladamente o fator que mais limita a

produção de forragem. A radiação solar é indispensável para a vida das plantas,

pois regula a fotossíntese e o desenvolvimento da planta. A temperatura é um dos

fatores importantes para a fase bioquímica de carboxilação e redução do dióxido de

carbono da fotossíntese, alterando a velocidade das reações (Gomide, 2003).

Segundo Pedreira et al. (1998), as plantas do grupo C3 necessitam

entre 550 a 750 gramas (g) de água por g de matéria seca (MS) produzida,

enquanto que as C4 necessitam 250 a 350g. Portanto, para cada tonelada (t) de MS

produzida, as gramíneas de clima temperado exigem entre 55 a 75 mm de água,

enquanto que gramíneas tropicais exigem entre 25 a 35 mm de água,

(19)

A radiação fotossinteticamente ativa, compreendida na faixa de 400 a

700 mm e que corresponde a 50% do espectro solar, é interceptada pelas

sucessivas camadas de folhas, sofrendo alterações na quantidade e qualidade à

medida que penetra no dossel vegetal, condicionando a intensidade de sua

fotossíntese (Gomide, 2003).

As temperaturas cardeais para as forrageiras são mínima de 5ºC e

máxima de 30ºC, para as plantas do grupo C3, e mínima de 15ºC e máxima de 40ºC

para as do grupo C4 (Rodriguez et al.,1996)

Segundo Gerdes (2003), o aparecimento de folhas, a senescência e a

longevidade de folhas, além do desenvolvimento de gemas, respondem rapidamente

a qualquer mudança de temperatura. Isso influenciará as características estruturais

do dossel forrageiro como o tamanho da folha, densidade de perfilhos e número de

folhas vivas por perfilho, além de influenciar na composição química da planta, ou

seja, alterando a sua qualidade (Gomide et al., 1997; Gerdes, 2003).

É destacada a importância de implantação de espécies que permitam

maior produtividade do sistema, uma vez que os sistemas de produção em

pastagem são os mais viáveis em propriedades leiteiras e de corte com poucos

recursos para investimento. A utilização de gramíneas anuais de estação fria como

pastagens constitui alternativa de produção de forragem em sistemas de rotação

com culturas de verão, visando suprir a deficiência alimentar ocasionada por baixas

temperaturas, geadas e pouca luminosidade no outono e inverno (Roso et al., 1999).

2.2 UTILIZAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE INVERNO

O cultivo de plantas forrageiras hibernais é favorável na região sul do

Brasil, sendo uma das melhores alternativas para diminuir a falta de alimento

durante o período de inverno, pois os produtores lançam mão do uso de alimentos

conservados e concentrados que elevam os custos da produção (Assmann et al.,

2006). Segundo Moraes & Lustosa (1999), o crescimento ótimo de espécies de

inverno se dá numa faixa de temperatura entre 18ºC e 23ºC e o aumento da taxa de

acúmulo de massa seca dessas espécies hibernais tem alta correlação com o

(20)

temperaturas mínimas de 11ºC e máximas de 19ºC, favorecendo o estabelecimento

dessas espécies na região (IAPAR, 2009).

Dentre as alternativas disponíveis para amenizar o déficit alimentar no

inverno está o cultivo de aveia (Avena sp.), azevém (Lolium multiflorium Lam.),

centeio (Secale cereale L), triticale ( X Triticosecale W.) e trigo (Triticum aestivum

L.). Essas gramíneas além de serem cultivadas isoladas, podem ser cultivadas em

consórcio com outras plantas forrageiras, tanto gramíneas quanto leguminosas.

De acordo com Floss (1988) as razões do ótimo desempenho animal

em pastagens de espécies forrageiras de ciclo hibernal estão na composição

bromatológica da forragem produzida, que varia conforme o estádio de

desenvolvimento das plantas. A qualidade destas forragens depende, dentre outros

fatores, do manejo ao qual são submetidas na fase de produção, como, adubação,

altura e intervalo entre cortes e condições de pastejo (Cecato et al. 1998; Alvim &

Cóser, 2000; Restle, et al. 2000).

2.2.1 Aveia

As aveias (branca - Avena sativa L. e preta - Avena strigosa Schreb)

ocupam o sétimo lugar, entre os cereais produzidos no mundo, sendo cultivadas

para a produção de grãos (aveia branca) para uso destinado à alimentação humana

ou animal (especialmente cavalos): forragem (pretas e brancas) na forma de pastejo,

feno, silagem pré-secada, silagem de planta inteira, duplo propósito e, cobertura do

solo e adubação verde (Alves et al. 2009). Essa cultura possui ampla adaptabilidade,

sendo cultivada principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São

Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde a temperatura (20

- 25 ºC) favoreça o seu desenvolvimento vegetativo (Floss, 1988, Floss et al., 2008).

As aveias apresentam hábito de crescimento cespitoso (touceiras) e o

sistema radicular é fasciculado, sendo as raízes de aveia mais fibrosas, o que facilita

a penetração no solo. Em condições favoráveis, produzem de 4 a 5 afilhos, muito

importantes para a longevidade da pastagem. Os colmos são cilíndricos e eretos,

compostos de nós e entrenós. As folhas possuem bainhas vilosa, lígula obtusa e

(21)

(emergência a maturação), desde 120 até 200 dias. Essa variação depende entre

outros fatores da cultivar, da época de semeadura, latitude, longitude e altitude.

Existe uma considerável diversidade do gênero Avena em relação ao fotoperíodo,

sendo considerado uma planta de dias longos.

Na maioria das regiões a melhor época de semeadura das aveias é

março/abril e a quantidade de semente recomendada é de 350 a 400 sementes

aptas m-². A semeadura preferencialmente deve ser realizada em fileiras e a profundidade deve ser de 2 a 4 cm (Alves et al., 2009). Segundo Monteiro & Moraes

(1996) no sistema de pastejo rotativo, o início da utilização deve ser quando as

plantas atingirem de 25 a 30 cm de altura deixando-se uma resteva de 5 a 7cm e no

contínuo recomenda-se manter a pastagem entre 15 e 20 cm.

Reis et al. (1993) mostraram que 95 % do material vegetal da aveia

preta, com 60 dias de crescimento, era constituído por folhas, com teor médio de

proteína bruta igual a 23%. Kichel & Miranda (2000), ressaltaram que a aveia

forrageira possui crescimento padronizado e bom perfilhamento podendo chegar a

26% o nível de proteína bruta e 60 a 80% de digestibilidade, produzindo 2 a 6 t ha-1 de MS. Maurílio (2006) indica o mês de abril e meados de maio para a semeadura

de aveia que em sistema de corte propicia um rendimento de forragem de 4 – 6 t MS

ha-1 e um nível de proteína bruta de até 25%.

Semeaduras realizadas em 25 de maio e 29 de junho, com quatro

cultivares de aveia preta, resultaram em dois cortes na primeira época com 4,0 t MS

ha-1 a mais do que na segunda época com um corte, todavia as cultivares não diferiram entre si nas características agronômicas de produtividade (Meira et al.,

2004). Outro experimento com aveia IAPAR 61 com cinco épocas de semeadura a

partir de 02 de maio com intervalos de sete dias, com 250 plantas m-² de densidade, teve a maior produção de forragem (3.475 kg MS ha-1 ) na primeira época com pouca umidade inicial (Engel et al., 2002).

2.2.2 Azevém anual

O azevém anual (Lolium multiflorium) é originário da região

(22)

Itália, América do Sul e Austrália (Monteiro et al, 1996). Para Moraes et al. (1995), o

azevém anual consagrou-se como grande opção pela sua facilidade de

ressemeadura natural, resistência a doenças, bom potencial de produção de

sementes e versatilidade de uso em associações, na região sul do Brasil.

O azevém é uma gramínea anual, possui hábito de crescimento

cespitoso, e o sistema radicular é altamente ramificado e denso com muitas raízes

adventícias e fibrosas. Os colmos vegetativos são cilíndricos e eretos, podendo-se

tornar decumbentes, e podem atingir 100-120 cm (Balasko et al., 1995). As folhas

do azevém anual são brilhantes e esta espécie pode ser facilmente diferenciada da

aveia e de outros cereais de inverno observando-se as características morfológicas

das lígulas e aurículas. De acordo com Floss (1988) é uma planta rústica e

agressiva, que produz muitos perfilhos.

O azevém anual é uma planta de dia longo, apresentando um ciclo de

produção maior que o da aveia (Floss, 1988). Segundo Beevers & Cooper (1964) o

azevém anual apresenta seu crescimento máximo em temperaturas diurnas de 25ºC

e noturnas de 12ºC.

Esta gramínea anual ocorre em muitos tipos de solos, indicando ampla

adaptação. No que diz respeito à adubação nitrogenada, o azevém quando em

mistura com a aveia mostra excelentes resultados. Lesama (1997), em um

experimento de pastejo, estudou a produção de forragem da mistura aveia preta e

azevém adubada com 300 Kg de nitrogênio ha-1 quantificando que a produção de forragem foi de 9691 Kg de MS ha-1.

No trabalho realizado por Quadros (1984), constatou-se que o azevém

quando consorciado apresenta uma complementaridade nas curvas de crescimento,

ou seja, espécies como o centeio e aveia concentram suas produções de forragens

nos meses de maio a agosto, ao passo que o azevém mostra maior produção de MS

a partir do mês de setembro.

Quanto a época de semeadura, na região sul do Brasil, esta vai de abril

a junho. A densidade de semeadura para o azevém é de 20-25 Kg de sementes ha-1, o que corresponde a 400-500 sementes aptas m-² (Alves et al., 2009).

As pastagens de azevém caracterizam-se por apresentarem alto valor

(23)

Muitos são os trabalhos em que foram avaliados os teores de proteína bruta (%PB)

e a digestibilidade de matéria seca de pastagens de azevém. Alves Filho et al.

(2003) obtiveram rendimentos de fitomassa seca de 7.519 kg ha-1 e teor proteico de 12,7% e FDN 54,4%, sendo que a maior concentração de forragem ocorreu em

setembro e outubro (69,7%) . Em outras pesquisas pode haver a produção de 52%

da produção no inverno e 42% na primavera, com 4.398 kg de MS/ha, 15,7% de PB

e 53,0% de FDN (Gomes & Reis, 1999).

2.2.3 Centeio

O centeio (Secale cereale L.) é originário da Ásia Central, ocupa o

oitavo lugar, entre os cereais no mundo e é cultivado especialmente no centro e no

norte da Europa, em climas frios ou secos. Predominam cultivares de hábito invernal

e a cultura destina-se à alimentação humana e animal e à adubação verde (FA0,

2007). O centeio é indicado para pastoreio, para forragem verde, fenação e silagem

pré-secada ou de planta inteira. É uma espécie anual, de crescimento cespitoso,

possui sistema radicular profundo e agressivo capaz de absorver nutrientes

indisponíveis a outras espécies. Apresenta ciclo de produção mais reduzido que a

aveia e o azevém, em geral é mais precoce, produzindo forragem mais cedo que

estas espécies (Monteiro et al., 1996; Baier, 1994).

O crescimento do centeio ocorre a partir dos 0 ºC, enquanto que o

azevém necessita de 6,4 ºC. A temperatura ótima para o crescimento da planta é de

25ºC a 31 ºC. É em regiões mais elevadas e mais frias, ou em anos com inverno

mais frios ou secos, que o centeio se destaca pela sua maior produção de massa e

precocidade (Baier, 1994).

Fontaneli et al. (1993) observaram que o centeio e o triticale foram

precoces na produção de forragem no inverno, apresentando, todavia, acentuada

redução na produção de grãos, em decorrência dos cortes. Na estação fria,

apresenta taxa de crescimento mais acelerada que as demais gramíneas de inverno.

Autores como Postiglioni (1982), também destacou a precocidade de

centeio numa pastagem consorciada com aveia e azevém, avaliada de maio a

(24)

e aveia produziu 60% de junho a julho, enquanto azevém, mais tardio, produziu 70%

de agosto a setembro. Esse autor observou que a consorciação é importante para

melhor distribuir a oferta de forragem durante o período em que há maior deficiência

de alimento para bovinos.

Para a formação de pastagens ou cobertura de solo no Sul do Brasil,

centeio é semeado a partir de março. A densidade de semeadura, deve ser de

350-400 sementes aptas por m², gastando-se para isso de 50-70 kg de semente por

hectare (Monegat, 1991). O pastejo do centeio deve ser iniciado quando as plantas

tiverem entre 15-25 cm de altura.

2.2.4 Triticale

O triticale ( X Triticosecale Wittmack) é o primeiro cereal desenvolvido

pelo homem, sendo originado do cruzamento do trigo (Triticum aestivum L.) e do

centeio (Secale cereale L.). As principais características apresentadas por este

híbrido são: alto potencial de rendimento, grãos bem formados e de alto valor

energético, capacidade de afilhamento, baixa estatura, resistência a doenças,

tolerância ao frio e à seca, alta produção de biomassa, sistema radicular profundo,

entre outras (Nascimento et al., 2004).

Segundo Baier et al. (1994), o triticale tem demonstrado resultados

promissores na produção de grãos e forragem em algumas regiões do Rio Grande

do Sul e do Paraná, destacando-se pela sua rusticidade e produtividade.

Atualmente, os genótipos de triticale disponíveis adaptam-se melhor, durante o

perfilhamento, em regiões com altitudes superiores a 400m, e em temperaturas

médias entre 12ºC e 14ºC (Felício et al., 2001). Apresenta hábito vegetativo

semi-prostado. O florescimento ocorre de 65-68 dias de emergência da plântula. O ciclo

de maturação é de 140 dias, a altura das plantas é 100-120 cm, dependendo da

fertilidade do solo. Segundo Bruckner & Hanna (1990) em experimentos conduzidos

no sul dos Estados Unidos, em locais sujeitos a danos por geadas, concluiu-se que

a produção dos três cultivares de triticale utilizados foi comparável à do centeio.

(25)

crescimento foi de 0 ºC, para o centeio, entre 2,8ºC e 4,4ºC, para o trigo, e acima de

4,4ºC, para as aveias.

O triticale apresenta uma ampla gama de usos potenciais,

especialmente para as pequenas propriedade: forragem verde, silagem de plantas

jovens, feno, silagem de planta adulta, silagem de grãos úmidos e grãos secos. A

planta jovem pode ser pastoreada quando atinge altura entre 25 e 30 cm, e deixando

um resíduo de 7 cm do solo (Alves et al., 2009). Segundo a CSBPT (2004) para fins

forrageiros, o triticale pode ser semeado a partir de abril e a densidade de

semeadura a ser utilizada deve ser de 450 a 500 sementes m-².

Trabalhos realizados por Restle et al. (1999), demonstram o grande

potencial forrageiro desta espécie quando consorciado com azevém, ou com

azevém e aveia preta, obtendo produção de forragem de 9.696 e 8.041 kg ha-1, respectivamente, e ganhos médios diários de 693 e 665 g.

2.2.5 Trigo

O trigo tem papel fundamental na diversificação das culturas nas

propriedades agropecuárias, como alternativa econômica no período de inverno. É

utilizado na alimentação de animais na forma de forragem verde e feno, duplo

propósito, além de cobertura vegetal, adubação verde e principalmente na

alimentação humana na forma de grãos (Scheeren, 1984).

Os cultivares de trigo que se diferenciam para o sistema de produção

de duplo propósito devem ter como características principais: produção de massa

verde, tolerância ao pastejo ou corte e produção de grãos (Del Duca et al, 2000).

Desta maneira é produzido forragem no período de inverno e depois do corte ou

pastejo ainda se produz grãos. Esta prática permite ampliar a oferta de forragem no

inverno (Del Duca, 1995) e facilitar o manejo integrado com a pastagem de azevém,

ao permitir a rotação de pastagens. Rebuffo (2001) salienta a importância de

cultivares de duplo propósito em apresentar um rápido estabelecimento, alta

capacidade de perfilhamento e hábito de crescimento semi-ereto. Estes cultivares

(26)

vegetativa longa e reprodutiva curta, ou seja, ciclo tardio-precoce (Del Duca et. al,

2000), podendo ser semeados antecipadamente à época normal.

A época de semeadura mais indicada na região para fornecimento de

forragem é abril e maio, sendo a densidade de semeadura recomendada de 350 a

400 sementes aptas por metro quadrado. A quantidade de semente por hectare

pode variar de 90 a 110 kg e a distância entre fileiras não deve ser superior a 20 cm

(Del Duca et al., 2000). Para a semeadura, normalmente é usado o espaçamento

entre fileiras de 17 cm, sendo que este espaçamento é o mesmo recomendado para

a semeadura de cereais de inverno para a produção de grãos nesta região.

O trigo de duplo propósito pode ser cortado e utilizado na forma de

silagem ou feno, ou ainda ser pastejado diretamente por bovinos e ovinos. O corte

pode ser realizado quando as plantas estiverem próximas do início da elongação do

colmo, com 25 a 40 cm de altura, podendo ser realizado um segundo corte após 30

dias. No caso de pastejo, deve-se limitar a altura de pastejo até 5 a 7 cm do solo e

retirar os animais a partir da elongação do colmo (Del Duca et. al., 2000), pois o

meristema apical fica exposto ao pastejo ou corte, podendo ser removido, o que

reduz severamente a produtividade de grãos. Pastejos tardios resultam em menor

produtividade de grãos por proporcionarem menor número de espigas por hectare,

menor número de espiguetas por espiga e menor peso de grãos (Bortolini, 2004).

Dentre as variedades de trigo produzido pela EMBRAPA para duplo

propósito existe a BRS Figueira, BRS Guatambu, Umbu e BRS Tarumã (Wendt et

al., 2006). Estes cereais de inverno são utilizados para pastagem, colheita de grãos,

feno ou silagem e são alternativas para o preenchimento do chamado “vazio

forrageiro outonal e primaveril”. Em experimento realizado por Meinerz (2009),

(27)

3 PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS ANUAIS DE INVERNO SEMEADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS

3.1 RESUMO

O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar as características

produtivas de forrageiras anuais de inverno (Avena strigosa Schereb, Lolium

multiflorum Lam, Avena sativa, Triticum aestivum, Secale cereale e X Triticosecale

Wittmack) em quatro épocas de semeadura (11/3, 08/4, 06/5 e 03/6 de 2009). Foram

avaliados o número de dias para o primeiro corte, o número de cortes, dias de

utilização da pastagem, a densidade de plantas e perfilhos, a produção total, a

matéria seca residual e a produção por corte. Houve interação significativa entre

forrageiras e épocas de semeadura para todas as variáveis analisadas, o que

possibilita alterar o planejamento forrageiro combinando cada forrageira dentro da

melhor época de semeadura direcionando a produção de forragem com o objetivo

de suprir os vazios forrageiros. Uma das opções é a semeadura de aveia preta no

início de março suprindo mais convenientemente as forragens no outono aos

animais, em relação a sua semeadura em abril, mesmo que esta apresentasse uma

produção total de forragem maior. Porém, se a maior necessidade de forragem é na

primavera, a melhor combinação seria azevém semeado em junho. As aveias

brancas, os azevéns, e a aveia preta IAPAR 61, são materiais com alta capacidade

de produção e distribuição de forragem, especialmente se semeadas até início de

maio.

Palavras-chave: Avena sativa, Avena strigosa, Lolium multiflorum,

Secale cereale, Triticosecale Wittmack.

3.2 ABSTRACT

Forage production of winter annual grasses sown on different

dates

This research evaluate productive characteristics of winter annual forage grasses

(28)

Secale cereale, and X Triticosecale Wittmack) under four sowing dates: March 11th, April 8th, May 6th and June 3rd. It was evaluated number of days to first harvest, number of harvests, period of pasture utilization, tiller and plant population densities,

total herbage production, stubble residue and herbage production for each cut. There

was significant interaction between grasses and sowing times for all variables, which

enables you to change the combining each forage grasses in the best sowing time

directing the production of fodder in order to fill the empty feed. One option is the

planting of oats in early March more conveniently supplying fodder to the animals in

the fall, for his sowing in April, even though it presented a higher total forage

production. However, if the forage need is greater in the spring, the best combination

would be ryegrass sown in June. White oats, ryegrasses and black oat IAPAR 61,

are options which presented huge forage production and pretty even forage

production distribution, mainly whether sowed up to beginning of May.

Key- words: Avena sativa, Avena strigosa, Lolium multiflorum, Secale

cereale, Triticosecale Wittmack.

3.3 INTRODUÇÃO

O cultivo de plantas forrageiras hibernais é favorável na região sul do

Brasil. O crescimento ótimo de espécies de inverno ocorre em uma faixa de

temperatura entre 18ºC e 23ºC e o aumento da taxa de acúmulo de massa seca

dessas espécies hibernais tem alta correlação com o fotoperíodo (Moraes, 1995). O

Estado do Paraná em especial, apresenta no período de inverno, temperaturas

amenas, favorecendo o estabelecimento dessas espécies na região (IAPAR, 2009).

Dessa forma, o Paraná possui condição para ampliar a utilização de hibernais,

fazendo com que estudos dessa natureza sejam necessários, além de que 80% da

área cultivada no Estado com culturas anuais de verão permanecem em pousio no

inverno, sendo somente 20% da área utilizado para cultivo nesse período com aveia,

azevém, centeio, trigo, triticale entre outros (Sá, 1995).

Atualmente não apenas a produção total de forragem, mas também a

distribuição de sua produção ao longo do tempo, deve ser considerada, pois é o que

(29)

alimentar os animais com concentrado ou forragem conservada. As forrageiras

anuais de inverno que vem sendo utilizadas para suprir esta necessidade alimentar

são principalmente o azevém, aveia preta e branca, centeio, triticale e trigo (Nicoloso

et al., 2006). No entanto, a cada ano são lançadas novas cultivares dessas

espécies, que nem sempre vem acompanhado de um conhecimento sobre sua

dinâmica de produção de forragem, sobretudo se relacionado aos distintos

ambientes e épocas de semeadura.

Devido aos avanços no melhoramento genético das diversas espécies

forrageiras de inverno, e as variações climáticas ocorridas nos últimos anos,

devem-se buscar novas informações a respeito do momento ideal de implantação destas

forrageiras, produtividade, distribuição de produção ao longo do tempo, bem como

seu valor nutritivo, sendo possível através destas informações indicar aos produtores

qual a melhor forrageira para determinada época de semeadura e local. Além disso

informações produzidas nesse trabalho poderão ser usadas na tomada de decisão

sobre formulação de misturas e escalonamento de semeadura. Dessa forma,

objetivou-se avaliar as características produtivas de forrageiras anuais de inverno

em distintas épocas de semeaduras, baseando-se na hipótese de que há

significativo efeito da forrageira, da época de semeadura e principalmente de sua

interação.

3.4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de março a novembro de

2009, na área experimental do Instituto Agronômico do Paraná, Pato Branco, situado

na região fisiográfica denominada Terceiro Planalto Paranaense, com coordenadas

26º07'S e 52º41'W, altitude de 700 m. O clima da região é o subtropical úmido do

tipo (Cfa), conforme classificação de Köppen (Maack, 1968). A precipitação pluvial é

de 1.800 mm distribuídos ao longo do ano. A caracterização meteorológica do

período de estudo está apresentada na Figura 1 e 2. O solo predominante na área

pertence a unidade de mapeamento LATOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico

(30)

Tabela 1 – Caracterização química do solo antes só início do experimento. Pato Branco, 2010.

Prof. pH MO Al+3 H+Al Ca Mg K P V

Cm CaCl2 g dm-3 Cmol

(c) dm-3 g dm-3 %

0-20 5,1 40,21 0,00 4,28 7,1 3,1 0,50 13,44 71,52

MO= Matéria orgânica, V= Saturação por bases

A área experimental estava sendo utilizada no sistema plantio direto,

com rotação de soja e milho no verão e no inverno aveia como cobertura ou trigo

para produção agrícola. Após a colheita da soja, realizou-se a adubação de acordo

com as recomendações técnicas da CQFS (2004). A adubação foi realizada

concomitante à abertura dos sulcos por meio de uma semeadoura com

espaçamento entre fileiras de 17cm, consistindo-se da adubação de base com 45 kg

ha-1 de P2O5. A adubação de cobertura constou de 100 kg ha-1 de N, na forma de uréia, parcelada em duas aplicações iguais distribuídas a lanço 30 e 60 dias após

cada época de semeadura.

(31)

Figura 2 – Caracterização das horas de sol no 15º dia do mês. Fonte: Adaptado de Tubelis & Nascimento, 1992.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com

três repetições em parcelas subdivididas, utilizando quatro épocas de semeadura

(parcela) e dezesseis forrageirais (subparcelas). As semeaduras foram realizadas

nas datas de: 11 de março, 08 de abril, 06 de maio e 03 de junho de 2009. As

subparcelas foram compostas por 11 fileiras com três metros de comprimento, com

área útil de seis metros quadrados, totalizando 1600 m2.

As forrageiras e a quantidade de sementes utilizadas (número de

sementes viáveis m-2) foram as seguintes: quatro cultivares de aveia branca (Avena sativa L.): FAPA 2 (350), FUNDACEP FAPA 43 (350), IPR 126 (250) e UTF Iguaçú

densidade (350); seis cultivares de aveia preta (Avena strigosa Schreb): Aveia Preta

Comum (350), UPF 21-Moreninha (400), Agro Planalto (300), Agro Coxilha (300),

Agro Zebu (300) e IAPAR 61 (300); duas cultivares de azevém (Lolium multiflorum

Lam.): Azevém Comum (350) e São Gabriel (350); uma cultivar de centeio (Secale

cereale L.): Serrano (350); duas cultivares de triticale (X Triticosecale Wittmack):

TCL 399 (350), POLO 981 (450) e um cultivar de trigo duplo-propósito BRS tarumã

(Triticum aestivum L.) (350).

Dentre os tratos culturais realizou-se à aplicação de herbicida de folha

(32)

(limpeza manual) das plantas daninhas nas fases iniciais de crescimento (de 2 a 4

folhas). Os cortes foram realizados quando a média de altura das plantas atingia 30

cm para as aveias e triticales e 25 cm para os azevéns, centeio e trigo,

correspondente a 95% de interceptação luminosa para essas espécies (Da Silva &

Nascimento Jr, 2006). Todos as forrageiras foram cortadas a sete cm do nível do

solo. Com o auxílio de um quadro de 0,4 m2 e de uma tesoura de corte, as amostras foram coletadas, identificadas, pesadas e colocadas em sacos de papel, secas em

estufa de ventilação forçada a 60 °C até massa constante, posteriormente pesadas

para obter o valor de matéria seca (MS) da amostra. Subsequente aos cortes

amostrais, por meio de uma roçadeira costal as parcelas foram uniformizadas na

altura residual padronizada.

As variáveis avaliadas foram: número de dias para o primeiro corte

(NDPC, dias), número médio de cortes (NC), número dias de utilização da pastagem

(NDU, dias), número de plantas (NPL, plantas m-2), densidade populacional de perfilhos (DPP, perfilhos m-2), produção total de matéria seca (PT, kg ha-1 de MS), matéria seca resídual (MSR, kg ha-1 de MS), e produção de forragem em oito cortes seqüenciais, do primeiro (PFC1, kg ha-1 de MS) ao oitavo corte (PFC8, kg ha-1 de MS). O número de dias até o primeiro corte (NDPC) foi definido pelo somatório de

dias entre a semeadura até a realização do primeiro corte. A média do número de

cortes (NC) foi obtida pela somatória de todos os cortes efetuados em cada

forrageira nas distintas épocas de semeadura. O número de dias de utilização da

pastagem (NDU) foi o resultado do somatório dos dias entre o primeiro corte até o

último corte em cada forrageira nas diferentes épocas de semeadura em relação aos

tratamentos. A contagem do número de plantas (NPL) foi realizada 30 dias após a

semeadura, em 60 centímetros da fileira, em dois pontos amostrais. Posteriormente

calculou-se o número médio de plantas m-2. A contagem da densidade populacional de perfilhos (DPP) foi realizada no primeiro corte de cada forrageira, por intermédio

de um quadro de 0,16 m2.

A produção total de forragem foi obtida a partir do somatório da

produção em cada corte realizado nas 16 forrageiras para as distintas épocas de

(33)

remanescente no campo, que não entrou no cômputo da PT. Essa variável foi

avaliada em todas as parcelas, ao mesmo tempo, estimando a quantidade de

palhada que ficaria para um sistema de plantio direto. Usou-se um quadro amostral

de 0,4 m2, onde a matéria vegetal foi cortada rente ao solo, submetida a secagem à estufa (60 ºC até massa constante) e determinação da quantidade de palhada em kg

MS ha-1. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as análises complementares por meio do teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade de

erro.

3.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir dos resultados obtidos verificou-se que houve interação

significativa (p<0,05) entre as forrageiras e as épocas de semeadura (Tabela 2)

para todas as variáveis avaliadas : número de plantas por metro quadrado (NPL),

densidade populacional de perfilhos (DPP), matéria seca residual (MSR), produção

total de forragem (PT), produção de forragem do primeiro (PFC1) ao oitavo corte

(PFC8). Desta forma, confirma-se a hipótese do trabalho de que não se deve pensar

unicamente em qual cultivar semear independente da época de semeadura e

vice-versa, deve ser considerada a combinação entre época e cultivar.

Verificou-se que a terceira época de semeadura proporcionou um

menor número de dias para o primeiro corte, seguidos da segunda, quarta e primeira

época de semeadura (Tabela 3). Como as características NDPC, NC e NDU

apresentaram os mesmos resultados para as três repetições (não possuindo

variação para a mesma forrageira), não foi possível realizar análise de variância.

Observou-se que quando semeadas antecipadamente, em 11 de

março (época 1), as plantas foram expostas a condições com temperaturas elevadas

(Figura 1), promovendo um desenvolvimento inicial mais lento. Quando semeadas

em abril e maio, todas as forrageiras apresentaram um menor número de dias para o

primeiro corte, estando de acordo com as indicações para a semeadura nesta

(34)

Tabela 2 - Análise de variância (forrageiras de inverno x época de semeadura), com as respectivas fontes de variação (FV), graus de liberdade (GL), quadrados médios (QM), estatística F calculada (F) e probabilidade α = P(F≥Fc), para as variáveis número de plantas por metro quadrado (NPL), densidade populacional de perfilhos (DPP), matéria seca residual (MSR, e produção total de matéria seca (PT), produção de forragem em cada um dos oito cortes (PFC1), (PFC2), (PFC3), (PFC4), (PFC5), (PFC6), (PFC7) e (PFC8). Pato Branco, 2010.

NPL (plantas m-2) DPP (perfilhos m-²)

MSR (kg de MS ha-1)

FV GL QM F P QM F F≥Fc QM F P

Bloco 2 2439,08 0,75 0,47 18457,08 1,09 0,34 16471,16 0,240 0,787 Época(a) 3 560865,35 172,83 0,00 2133042,07 126,35 0,00 771319,49 11,255 0,000 Forrageiras(

d) 15 154235,26 47,53 0,00 1536216,83 90,99 0,00 638955,35 9,323 0,000 a x d 45 15968,59 4,92 0,00 190765,945 11,30 0,00 388970,47 5,675 0,000

Erro 126 3245,21 16881,945 68529,86

Média 367,94 1457,55 1137,34

CV* 15,48 8,91 23,02

PT (kg de MS ha-1) PFC1 (kg de MS ha-1)

PFC2 (kg de MS ha-1 )

Bloco 2 147366,92 0,57 0,57 74036,77 1,62 0,202 23475,35 0,89 0,41 Época(a) 3 46642771,83 180,39 0,00 189021,01 4,13 0,008 747255,10 28,47 0,00 Forrageiras(

d) 15 22291810,73 86,22 0,00 240440,62 5,26 0,00 514114,77 19,59 0,00 a x d 45 2405272,84 9,30 0,00 182903,68 4,01 0,00 250346,14 9,53 0,00

Erro 126 258554,01 45663,73 26242,72

Média 5935,33 1216,27 1190,29

CV 8,57 17,57 13,61

PFC3 (kg de MS ha-1 ) PFC4 (kg de MS ha-1) PFC5 (kg de MS ha-1)

Bloco 2 19115,88 0,4536 0,63 3883,61 0,16 0,85 27053,08 1,02 0,36 Época(a) 3 1375383,61 32,63 0,00 114176,15 4,70 0,004 87297,58 3,30 0,02 Forrageiras(

d) 15 1010352,64 23,97 0,00 686086,60 28,21 0,00 616244,12 23,28 0,00 a x d 44 283843,46 6,74 0,00 110464,34 4,54 0,00 116190,83 4,39 0,00

Erro 124 42144,63 24314,70 26468,94

Média 1089,59 865,24 859,60

CV 18,84 18,02 18,93

PFC6 (kg de MS ha-1) PFC7 (kg de MS ha-1) PFC8 (kg de MS ha-1)

Bloco 2 14322,10 0,46 0,63 5917,77 0,18 0,83 24517,98 0,93 0,41 Época(a) 3 383436,82 12,46 0,00 102112,84 3,12 0,056 30046,19 1,14 0,30 Forrageiras(

d) 15 392924,83 12,77 0,00 455612,62 13,91 0,00 232641,59 8,86 0,00 a x d 44 165470,25 5,38 0,00 151161,81 4,62 0,001 118012,64 4,50 0,043

Erro 124 30759,30 32746,58 26258,89

Média 935,73 928,64 876,26

CV 18,74 19,49 18,49

Convém salientar que, na média das espécies, o primeiro corte na

primeira época foi realizado 12 dias antes do primeiro corte na segunda época,

representando uma grande vantagem econômica e logística dentro dos sistemas

reais de produção, amenizando o vazio forrageiro outonal. Desde que a terra esteja

desocupada (depois da colheita do cultivo de verão) valeria a pena semear a

(35)

proporcionalmente maior à antecipação da semeadura. Obviamente que esse

raciocínio deve também considerar as condições climáticas de cada região. Da

segunda para terceira época houve somente quatro dias de atraso no NDPC, ou

seja, antecipando 28 dias na semeadura, atrasar-se-ia somente quatro dias para o

primeiro uso da pastagem. Neste caso fica evidente que, na média das cultivares,

não seria vantajoso atrasar a semeadura para depois de 8 de abril, considerando-se

a uniformidade no suprimento de forragem.

Em todas as épocas de semeadura, o azevém Comum e o São Gabriel

foram as forrageiras que tiveram seu desenvolvimento mais lento até atingir o

primeiro corte, seguido dos triticales e do trigo. De acordo com Nelson et al. (1995)

isso ocorre provavelmente por serem gramíneas que se desenvolvem

favoravelmente em clima subtropical temperado. Verificou-se que o primeiro corte

ocorreu 61 dias após a semeadura, sendo 10 dias mais atrasado em relação aos

dados apresentados por Pereira et al. (2008), em semeaduras realizadas no início

do mês de maio em regiões de clima subtropical úmido. As aveias pretas

apresentaram um desenvolvimento inicial mais acelerado, podendo ser aproveitadas

mais cedo, suprindo o vazio forrageiro de outono.

Flaresso et al. (2001), verificaram que, em semeaduras em março,

abril, maio e junho (Vale do Itajaí, SC), o primeiro corte para azevém foi aos 114, 85,

94 e 80 dias após a semeadura, respectivamente, e para aveia preta foi aos 52, 51,

68 e 64 dias após a semeadura, respectivamente.

Resultados experimentais para o azevém comum, no Rio Grande do

Sul indicaram que quando a cultura foi semeada em abril, o número de dias até o

primeiro corte foi de 124 dias (Flores et al., 2008). Verificou-se que em semeaduras

mais precoces houve um maior número de cortes, reduzindo-se em datas

posteriores de semeadura (Tabela 3). Resultados similares foram obtidos por

Flaresso et al. (2001), que semeando aveia preta comum e azevém comum em

março e abril obtiveram maior número de cortes e maior período de utilização da

pastagem que quando semeados em maio e junho. Considerando todas as

cultivares, a média do número de cortes na primeira, segunda, terceira e quarta

(36)

cortes foi obtido pela aveia branca UTF Iguaçú na primeira época, e o menor pelo

triticale POLO 981 na quarta época de semeadura.

Tabela 3 – Caracterização para os cortes e utilização das pastagens. Pato Branco, 2010.

Sigla Forrageiras / Épocas* NDPC NC NDU

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

AZC Az. Comum 103 75 61 78 7 8 7 4 105 122 108 63

AZS Az. São Gabriel 103 75 61 69 8 8 7 5 122 122 108 72

AB2 AB FAPA 2 62 50 55 61 7 6 5 4 132 147 83 80

AB43 AB FAPA 43 62 56 55 61 6 5 5 3 132 110 101 42

ABI AB IPR 126 71 62 61 69 8 7 6 4 154 135 95 72

ABU AB UTF Iguaçú 62 56 55 61 9 8 7 5 169 147 120 86

APC AP Comum 62 50 47 54 6 5 5 4 100 84 70 56

APM AP Moreninha 62 50 47 54 6 6 7 5 100 109 122 74

APP AP Agro Planalto 62 56 47 54 6 5 5 4 100 85 70 56

APAC AP Agro Coxilha 62 56 47 54 6 6 5 4 100 103 70 56

APZ AP Agro Zebu 62 50 47 54 7 6 6 5 125 109 91 74

AP61 AP IAPAR 61 62 50 55 61 7 8 6 5 163 153 120 86

CES Centeio Serrano 71 56 55 61 8 6 6 3 116 103 76 42

TBT Trigo BRS Tarumã 71 62 61 69 8 7 5 4 116 97 70 55

T399 Triticale TCL 399 71 62 55 69 7 5 5 3 116 83 76 41

TPO Triticale POLO 981 71 62 61 69 6 5 5 2 102 83 70 34

Média 69,9 58 54,3 62,4 7 6,3 5,7 4,1 122 112 90,6 61,8

*Épocas de semeadura: Época 1 = 11/03/2009; Época 2 = 08/04/2009; Época 3 = 06/05/2009; Época 4 = 03/06/2009; Az. = azevém; AB = aveia branca; AP = aveia preta. Número de dias para o primeiro corte (NDPC), número de cortes (NC) e número de dias de utilização das pastagens (NDU), conforme as forrageiras e as épocas de semeadura.

O atraso das épocas de semeadura ocasionou uma redução do

período de utilização da pastagem (Tabela 3), devido provavelmente as diferenças

de fotoperíodo e temperatura. Verificou-se que nas primeiras épocas, na fase

intermediária de desenvolvimento as plantas estão expostas a temperaturas amenas

e curto período de luminosidade, ao contrário do que é observado nas épocas

subsequentes sendo induzidas ao final do ciclo vegetativo. No mesmo sentido,

Flaresso et al. (2001) obtiveram duração do período de utilização da pastagem

variando de 122 dias, quando semeada em março, a 48 dias quando semeada em

junho, concluindo que é interessante realizar a semeadura precocemente no mês de

abril, tendo desta forma uma maior duração da pastagem, além de diminuir os

Imagem

Figura 1 – Caracterização das temperaturas mínimas (T. mín), máximas (T. máx) e média (T
Figura 2 – Caracterização das horas de sol no 15º dia do mês.
Tabela 2 - Análise de variância (forrageiras de inverno x época de semeadura), com as respectivas   fontes de variação (FV), graus de liberdade (GL), quadrados médios (QM), estatística F  calculada (F) e probabilidade α = P(F≥Fc), para as variáveis número
Tabela 3 – Caracterização para os cortes e utilização das pastagens. Pato Branco, 2010.
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Referências

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